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Actividades do Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia

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Actividades do

Observatório Europeu

do Racismo e da Xenofobia

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Actividades do

Observatório Europeu

do Racismo e da Xenofobia

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Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu.int)

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2003

ISBN 92-9192-008-8

© Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia, 2003 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Belgium

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Introdução

O Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia (EUMC) tem o prazer de apresentar aqui o seu relatório de actividades ao Parlamento Europeu, ao Conselho da União Europeia, à Comissão Europeia e aos Estados-Membros, após a respec-tiva aprovação pelo Conselho de Administração do EUMC em 28 de Fevereiro de 2003.

A partir de 2003, o EUMC publica obrigatoriamente dois relatórios anuais: o pre-sente documento, que constitui a parte 1 do Relatório Anual do EUMC, enumera as actividades e os resultados do EUMC em 2002. A parte 2, que será publicada em Dezembro de 2003, conterá informações sobre a situação em matéria de racismo e xenofobia na União Europeia e nos seus Estados-Membros e destacará os exem-plos de boas práticas.

O trabalho do EUMC concentra-se em cinco áreas:

• monitorização dos fenómenos de racismo, xenofobia e anti-semitismo através da recolha, registo e análise de informação e de dados de todos os Estados-Membros; • coordenação e desenvolvimento da Rede Europeia de Informação sobre o Racismo

e a Xenofobia (RAXEN);

• desenvolvimento de métodos para aperfeiçoar a comparabilidade, a objectividade e a fiabilidade dos dados a nível comunitário;

• elaboração de conclusões e pareceres destinados à União Europeia e seus Estados--Membros;

• criação de estruturas e mecanismos para coordenar o intercâmbio e a dissemi-nação de informações, pareceres e conclusões com instituições da UE, Estados--Membros, organizações nacionais e internacionais e o público em geral. O EUMC tem realizado progressos significativos no desenvolvimento da rede RAXEN, composta por quinze Pontos Focais Nacionais (PFN), que constituem os pontos de entrada do EUMC nos Estados-Membros. Em 2002, as tarefas centrais dos PFN foram a elaboração de estudos analíticos nas quatro áreas prioritárias do emprego, violência racial, educação e legislação, bem como a colaboração no Relatório Anual de 2001 do EUMC.

O EUMC desenvolveu um novo arquivo e uma base de dados em formato electró-nico que disponibiliza dados e informações nas áreas da luta contra o racismo, da xenofobia e do anti-semitismo. A base de dados está integrada no sítio Web do

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EUMC, que oferece um portal de acesso a um vasto manancial de dados e infor-mações sobre racismo, xenofobia e anti-semitismo.

O EUMC continuou a desenvolver e reforçar as suas relações com as instituições da UE, sobretudo com o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia.

O trabalho com os governos dos Estados-Membros da UE também faz parte inte-grante do mandato do EUMC. Em 2002, e pela primeira vez, o EUMC reuniu-se duas vezes com agentes de ligação governamentais, tendo em vista reforçar a coo-peração e partilhar informações sobre as actividades ligadas à promoção da dade de tratamento e à aplicação das directivas antidiscriminatórias que visam a igual-dade de tratamento entre as pessoas sem distinção de raça e a igualigual-dade de opor-tunidades no acesso ao emprego.

Em 2002, o EUMC publicou vários relatórios, incluindo os seguintes: Racism and

Cultural Diversity in the Mass Media 1995-2000 (Racismo e Diversidade Cultural

nos Meios de Comunicação Social 1995-2000), Islamophobia in the EU after

11 September 2001 (A Islamofobia na UE após o 11 de Setembro de 2001) e Comparison of Anti-discrimination Legislation in the EU Member States

(Comparação da Legislação contra a Discriminação nos Estados-Membros da UE). 2002 foi um ano árduo de trabalho que nos apresentou importantes desafios, pelo que gostaríamos de agradecer ao Conselho de Administração do EUMC, ao seu pes-soal e aos PFN o trabalho e apoio prestados, sem os quais o EUMC não teria logrado reforçar a sua actividade e alcançar os resultados aqui apresentados.

Bob Purkiss Beate Winkler

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Índice

1.

Actividades operacionais

7

1.1 RAXEN 7

1.1.1 Evolução em 2002 7

1.1.2 Tarefas dos Pontos Focais Nacionais 9

1.2 Mesas-Redondas 13

1.2.1 Objectivos principais das mesas-redondas nacionais 13

1.2.2 Reuniões das mesas-redondas nacionais em 2002 14

1.2.3 WorkshopEuropeu de Mesas-Redondas de 2002 15

1.2.4 Conferência Europeia de Mesas-Redondas 2002 16

1.3 Documentação e biblioteca 17

1.3.1 Arquivo electrónico e base de dados do EUMC na Web 17

1.3.2 Biblioteca 18

1.4 Projectos de investigação do EUMC 18

1.4.1 Racismo e diversidade cultural nos meios

de comunicação social 18

1.4.2 Situações de racismo e discriminação dos migrantes 19

1.4.3 Racismo nas zonas rurais 20

1.4.4 Formação em competências interculturais 20

1.4.5 Inclusão da diversidade no emprego 21

1.4.6 Quatro estudos comparativos 22

1.5 Workshopsdo EUMC 22

1.5.1 Avaliação das atitudes xenófobas 22

1.5.2 Questões fulcrais 23

1.5.3 Comparabilidade dos dados 23

1.5.4 Reuniões RAXEN 24

1.5.5 Mesa-redonda sobre anti-semitismo na Europa 24

1.5.6 Projecto com as comunidades islâmicas

(projecto das autoridades locais) 25

1.6 Cooperação com instituições da UE, organizações

internacionais e os Estados-Membros 26

1.6.1 Cooperação com instituições e organizações da UE 26

1.6.2 Cooperação com organizações internacionais 30

1.6.3 Cooperação com os Estados-Membros 32

1.7 Informação, relações públicas e meios

de comunicação social 33

1.7.1 Interesse do público e da comunicação social 33

1.7.2 Publicações 34

(8)

1.7.4 A revista Equal Voices 35

1.7.5 O boletim EUMC News 35

1.7.6 O sítio Web 36

2.

Actividades do Conselho de Administração

e da Comissão Executiva

37

2.1 Membros e funções do Conselho de Administração

e da Comissão Executiva 37

2.1.1 Conselho de Administração 37

2.1.2 Comissão Executiva 38

2.2 Reuniões do Conselho de Administração

e da Comissão Executiva 39

2.2.1 Conselho de Administração 39

2.2.2 Comissão Executiva 40

3.

Informação sobre o pessoal e a organização

43

3.1 Informação sobre o pessoal 43

3.1.1 Informação administrativa 43

3.1.2 Pessoal 43

3.2 Organização interna 44 3.3 Questões orçamentais e financeiras 45

3.3.1 Receitas 45

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1. Actividades operacionais

1.1 RAXEN

De acordo com o seu regulamento de base, o EUMC foi incumbido da criação e coordenação da Rede Europeia de Informação sobre o Racismo e a Xenofobia (RAXEN).

A rede RAXEN é uma das ferramentas centrais para o EUMC poder proporcionar à União Europeia e seus Estados-Membros dados objectivos, fiáveis e compará-veis (incluindo exemplos de «boas práticas»), a nível europeu, sobre os fenóme-nos do racismo, xenofobia e anti-semitismo. A RAXEN é composta por 15 Pontos Focais Nacionais (PFN), um em cada Estado-Membro. Os PFN representam os pontos de entrada do EUMC a nível nacional relativamente à recolha de dados e de informações. Em 2002, as questões e os temas para a recolha de dados no âmbito da RAXEN foram escolhidos de acordo com as prioridades da UE. A RAXEN documenta, designadamente, o processo de aplicação do pacote antidiscriminação da UE nos Estados-Membros.

1.1.1

Evolução em 2002

Em 2002, o EUMC deu início ao terceiro ano da RAXEN. Exceptuando a Áustria, onde se verificou uma mudança na composição do PFN, foram renovados os con-tratos com os PFN seleccionados em 2001, que prosseguiram o seu trabalho de acordo com as novas orientações.

1.1.1.1 Os 15 PFN em 2002

Os PFN representam tipos muito diferentes de organizações: em alguns países, o parceiro principal é uma instituição de investigação ou um organismo especializado, ao passo que noutros é uma ONG a assumir a liderança. Os PFN contratados em 2002 nos Estados-Membros foram:

Bélgica Centre pour l´égalité des chances et la lutte contre le racisme/

Centrum voor gelijkheid van kansen en voor racismebestrijding (CEOOR) Centro para a Igualdade de Oportunidades e a Luta contra o Racismo

Dinamarca Nævnet for Etnisk Ligestilling (NEL) Comissão para a Igualdade Étnica

Alemanha Europäisches Forum für Migrationsstudien (efms) Fórum Europeu para o Estudo das Migrações

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Grécia ANTIGONE — Centro de Informação e de Documentação

Espanha Movimiento por la paz, el desarme y la libertad (MPDL) Movimento pela Paz, Desarmamento e Liberdade

França Agence pour le développement des relations interculturelles (ADRI) Agência para o Desenvolvimento das Relações Interculturais

Irlanda National Consultative Committee on Racism and Interculturalism (NCCRI) and Equality Authority (EA)

Comité Consultivo Nacional sobre o Racismo e o Interculturalismo (NCCRI) e Autoridade para a Igualdade (EA)

Itália Cooperazione per lo sviluppo dei paesi emergenti (COSPE) Cooperação para o Desenvolvimento dos Novos Países

Luxemburgo Association de soutien aux travailleurs immigrés (ASTI) Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes

Países Baixos Dutch Monitoring Centre on Racism and Xenophobia (DUMC) Centro Neerlandês de Observação do Racismo e da Xenofobia

Áustria Ludwig Boltzmann Institut für Menschenrechte (BIM) Instituto Ludwig Boltzmann para os Direitos Humanos

Portugal NUMENA — Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas

Finlândia Ihmisoikeusliitto Ry

Liga Finlandesa dos Direitos Humanos

Suécia EXPO — Fundação

Reino Unido Commission for Racial Equality (CRE) Comissão para a Igualdade Racial

Na criação da RAXEN, estabeleceu-se como requisito básico que deveria haver coo-peração entre os diferentes intervenientes, incluindo as entidades públicas, os orga-nismos especializados, as ONG e as instituições que se dedicam à investigação neste domínio. Foram, assim, estabelecidas parcerias nacionais pelos PFN com outras instituições fundamentais no domínio do racismo, xenofobia e anti-semitismo.

1.1.1.2 Tarefas fundamentais dos 15 PFN em 2002

• Manutenção do funcionamento dos PFN usados pela rede RAXEN.

• Actualização e prossecução da recolha de dados e do exercício de identificação (mapping exercise).

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• Realização de estudos analíticos nas quatro áreas de recolha de dados. • Colaboração no Relatório Anual de 2001 do EUMC.

• Apresentação de casos exemplares.

• Criação de um instrumento de resposta rápida.

1.1.2

Tarefas dos Pontos Focais Nacionais

Os PFN são os pontos de entrada do EUMC ao nível nacional no que respeita à recolha de dados e de informações nos domínios do racismo, da xenofobia e do anti--semitismo, bem como na detecção de boas práticas para lutar contra estes fenó-menos. São parceiros que desfrutam de reconhecimento no contexto nacional, uma vez que têm de criar uma rede nacional de informação que abranja a cooperação com os principais intervenientes nas questões do racismo, da xenofobia e do anti--semitismo, quer sejam instituições governamentais, ONG, instituições de inves-tigação, organismos especializados ou parceiros sociais. Os PFN são, pois, os coor-denadores nacionais encarregados de transmitir as informações ao EUMC.

1.1.2.2 A recolha de dados e o exercício de identificação (mapping exercise)

O objectivo da «recolha de dados» é o de identificar os aspectos principais do racismo, xenofobia, anti-semitismo e discriminação directa e indirecta, bem como mostrar as tendências da sua evolução. A intenção não é reunir toda e qualquer infor-mação disponível sobre racismo, xenofobia e anti-semitismo, mas documentar e recolher os dados essenciais e mais interessantes do ponto de vista do acompanha-mento da situação. Em 2002, a recolha de dados focou quatro áreas prioritárias: • emprego;

• violência racial; • educação; • legislação.

Estas áreas foram escolhidas mediante consulta das instituições europeias e nacio-nais para satisfazer as necessidades mais urgentes de aumento do conhecimento, consciencialização e compreensão a nível europeu. Trata-se de um trabalho que faculta informação destinada a apoiar a Comissão na aplicação das directivas aprovadas ao abrigo do artigo 13.º do Tratado CE e do programa de acção comunitário.

(12)

Em cada área, os PFN recolheram três tipos de dados relativos à totalidade do ano de 2001 e à parte do ano de 2002 em que já havia dados disponíveis, nomeadamente: • dados estatísticos;

• informação descritiva e analítica (principalmente textual): conclusões das acti-vidades de investigação, sondagens de opinião e outros inquéritos;

• informação sobre conferências, campanhas e eventos.

À recolha de dados veio somar-se a actualização do «exercício de identificação», cujo objectivo é identificar e documentar aquilo que é conhecido, onde e por quem, bem como as actividades de luta contra o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo que foram ou estão a ser desenvolvidas em cada Estado-Membro desde 1995. Deste modo, foi possível obter uma visão panorâmica das organizações ou organismos nacionais, tanto públicos como não governamentais, de todos os países da UE, envolvidos na luta contra o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo, bem como das suas respectivas actividades, arquivos de dados e publicações. O exercício de iden-tificação é uma ferramenta que pode ser usada como um guia para o contacto com instituições a nível nacional e para o apuramento dos dados e das actividades de investigação existentes nos Estados-Membros.

Resultados da rede RAXEN:

Em 2002, o EUMC avaliou os resultados da recolha de dados e do exercício de iden-tificação realizados pelos PFN em 2001 e converteu-os numa base de dados aces-sível ao público, equipada com um mecanismo de pesquisa de fácil utilização. Os resultados, disponíveis no sítio Web do EUMC (http://eumc.eu.int), incluem referên-cias aos dados coligidos em quatro áreas (emprego, violência racial, educação e legis-lação) e aos exercícios de identificação efectuados em cada país sobre as organi-zações nacionais, as suas actividades e publicações. Políticos, administradores públicos, investigadores, sociedade civil e meios de comunicação social podem utilizar estes dados, bem como as possibilidades de pesquisa da base de dados, para procurar referências específicas à investigação e a dados disponíveis nos domí-nios da discriminação no emprego ou na educação, da violência racial e das modi-ficações na legislação.

1.1.2.2 Relatórios analíticos em quatro áreas

Os relatórios analíticos, que cobrem as mesmas quatro áreas sobre as quais incidiu a recolha de dados, fornecem uma panorâmica da situação actual nessas áreas a nível nacional, analisam as actividades principais e a evolução recente entre 2000 e 2002 e apresentam uma análise da situação, das causas da discriminação e das suas con-sequências.

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Os relatórios analíticos respeitantes ao emprego e à educação fornecem infor-mações sobre a situação dos migrantes e das minorias e abordam as novas políti-cas e iniciativas de apoio à diversidade. Os estudos referem-se também a proces-sos judiciais respeitantes a caproces-sos de discriminação e incluem análises e explicações das causas. No âmbito da violência racial, os estudos incluem novas políticas e legislação, registos de ocorrências de casos, bem como iniciativas no domínio da luta contra a violência de cariz étnico. No campo legislativo, a atenção centra--se em novas legislações e na política de integração prosseguida ao abrigo do artigo 13.º do Tratado de Amesterdão. Os estudos sobre legislação remetem tam-bém para a jurisprudência.

O EUMC lançou um aviso de concurso para a realização de investigação compa-rativa com base nos estudos analíticos nacionais nas quatro áreas. Os relatórios comparativos serão publicados em 2003 (ver 1.4.6) e irão sintetizar a informação disponível nos Estados-Membros e servir de base ao desenvolvimento de indica-dores para medir os efeitos do programa de acção comunitário de luta contra a dis-criminação.

1.1.2.3 Colaboração no Relatório Anual de 2001

Os PFN colaboraram no Relatório Anual de 2001 do EUMC e participaram na fase de preparação dos dados, fornecendo, em especial, informação sobre a discrimi-nação étnica no emprego.

1.1.2.4 Estudo de casos exemplares

Cada PFN relatou dois casos exemplares em 2002. A maioria dos casos estudados centrava-se nas boas práticas, mas também surgiram exemplos de más práticas, reflectindo áreas de interesse público nos Estados-Membros nos domínios do racismo, da xenofobia e do anti-semitismo. Enquanto que os estudos comparativos procuram o denominador comum da recolha de dados ao nível da UE e descrevem as diferenças entre os sistemas de recolha de dados nos Estados-Membros, o objec-tivo do estudo de casos exemplares é o de permitir analisar o contexto nacional específico de cada um deles e oferecer uma interpretação aprofundada das questões nacionais que têm estado a ser alvo de atenção. Os casos estudados serão publica-dos em 2003.

1.1.2.5 Actividade de resposta rápida

A actividade de resposta rápida está concebida de forma a permitir ao EUMC inves-tigar, num curto espaço de tempo, as questões urgentes da agenda europeia. Esta actividade contribui para um mecanismo de alerta rápido ao nível europeu, promove

(14)

a tomada de consciência e aumenta a compreensão. O EUMC utilizou três vezes este dispositivo em 2002.

Islamofobia após o 11 de Setembro

Imediatamente após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, o EUMC implantou um sistema para monitorizar a situação dos muçulmanos nos Estados--Membros da UE. Este sistema manteve-se nos quatro meses subsequentes e, em 2002, o EUMC publicou um relatório de síntese sobre a islamofobia, que contém informações sobre a natureza e a intensidade da islamofobia nos 15 Estados--Membros da UE, além de exemplos de boas práticas e recomendações para mino-rar os ressentimentos e reduzir os incidentes violentos que envolvem muçulma-nos.

As conclusões mostram que as comunidades islâmicas se tornaram alvo de uma maior hostilidade depois do 11 de Setembro de 2001. O aumento do medo entre a popu-lação em geral veio exacerbar os preconceitos já existentes e instigar actos de agressão e perseguição em muitos Estados-Membros. Simultaneamente, as tenta-tivas para diminuir o receio levaram, por vezes, a um novo interesse pela cultura islâmica e a iniciativas inter-religiosas. O relatório afirma que os políticos, os meios de comunicação social e os cidadãos, a título individual, podem desempenhar um papel na redução das tensões e na promoção do entendimento entre diferentes crenças, culturas e grupos étnicos.

O relatório foi amplamente divulgado e recebeu uma atenção significativa quer a nível nacional quer a nível europeu.

Manifestações de anti-semitismo na União Europeia

No seguimento da recente vaga de violência no Médio Oriente, o EUMC receou um possível aumento dos actos de anti-semitismo em vários Estados-Membros da UE. Decidiu, pois, utilizar também a actividade de resposta rápida para obter infor-mações sobre eventuais incidentes de carácter anti-semita ocorridos nos Estados--Membros e sobre as boas práticas para os prevenir e reduzir.

O EUMC solicitou à RAXEN a comunicação de incidentes de violência ou agressão verbal/incitamento ao ódio e de outras formas, mais subtis, de discriminação e de mudança de atitudes. Foi também pedido aos PFN que fornecessem ao EUMC referências sobre investigação no domínio da violência anti-semita e boas práticas para reduzir preconceitos, actos de violência e agressões. Além disso, foi também pedido aos PFN que dessem conta das reacções dos políticos e de outros líderes de opinião, incluindo iniciativas para reduzir a polarização e contrariar tendências nacionais negativas.

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Pedido de informação do Parlamento Europeu

A Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos do PE dirigiu ao EUMC uma série de questões fundamentais para obter informações de base destinadas ao relatório sobre a situação dos direitos humanos na UE (2001). O EUMC utilizou a actividade de resposta rápida para responder a essas questões e fornecer informações ao PE.

1.1.2.6 Preparação da fase RAXEN4 em 2003

Durante o último trimestre de 2002, o EUMC definiu novas orientações para as tare-fas a desempenhar pelos PFN durante a vigência da rede RAXEN4 (2003). O EUMC discutiu o projecto de orientações com os PFN, durante a reunião de Novembro, e com a Comissão Europeia. O Observatório efectuou também uma avaliação do trabalho dos PFN, com a colaboração de peritos externos, num pro-cesso que permitiu influenciar a tomada de decisões sobre renovação de contratos e melhorar as orientações.

1.2 Mesas-Redondas

Uma parte importante do mandato do EUMC é a promoção de mesas-redondas sobre o racismo e a xenofobia, tanto a nível nacional como europeu. As mesas--redondas nacionais envolvem membros de instituições consultivas permanentes dos Estados-Membros da UE, representantes de ONG, parceiros sociais, centros de investigação e autoridades competentes, bem como outras pessoas e instituições que se ocupam de questões relacionadas com o racismo e a xenofobia.

1.2.1

Objectivos principais das mesas-redondas nacionais

Os objectivos principais das mesas-redondas nacionais são:

• envolver os representantes da sociedade civil e as autoridades públicas num diá-logo e promover a sua cooperação;

• identificar questões fulcrais e aspectos específicos nos Estados-Membros; • informar sobre a evolução na área do racismo e da xenofobia;

• trocar informações sobre «boas práticas» nos Estados-Membros;

• informar o EUMC, as outras mesas-redondas nacionais e os membros da rede RAXEN sobre o seu trabalho;

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• envolver nos trabalhos as minorias étnicas, assim como a Rede Europeia contra o Racismo (ENAR) e a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI);

• preparar recomendações para o programa de trabalho e o Relatório Anual do EUMC.

As reuniões das mesas-redondas centram-se na análise e avaliação da situação rela-tiva ao racismo nos Estados-Membros, servindo para discutir e trocar informações sobre boas práticas nos Estados-Membros no domínio da luta contra o racismo. Dedicam especial atenção à evolução actual e futura e contam entre os seus objec-tivos o de desenvolver uma estratégia comum com os principais intervenientes no terreno.

1.2.2

Reuniões das mesas-redondas nacionais em 2002

Bélgica Acolhe regularmente reuniões de mesas-redondas e peritos organizadas várias vezes por ano pelo «Centro para a Igualdade de Oportunidades e para a Luta contra o Racismo», de Bruxelas. O EUMC é convidado a participar em sessões dedicadas a questões fulcrais especialmente relevantes para a UE.

Dinamarca Realizou a sua conferência anual, a Conferência Baton, em Março de 2002, onde estiveram cerca de 800 participantes. A transposição para o direito nacional da legislação da UE contra a discriminação foi o tema principal em agenda.

Alemanha Acolheu duas mesas-redondas durante o ano de 2002, uma em Março, em Berlim, e a outra em Outubro, em Frankfurt am Main. As reuniões abordaram o processo de transposição para a legislação nacional das directivas da UE contra a discriminação, o seguimento da Conferência Mundial contra o Racismo e as novas propostas para as políticas alemãs de integração.

Grécia Realizou a sua primeira conferência da mesa-redonda nacional em Dezembro de 2002, em Atenas. As sessões foram dedicadas à transposição das directivas da UE contra a discriminação, à inclusão social da população romanichel, aos modelos e práticas de inclusão e exclusão social e às minorias religiosas e étnicas na Grécia. Entre os quase 200 participantes, figuravam representantes de instituições da UE e do Governo grego, líderes religiosos, sindicatos, meios de comunicação social e peritos da comunidade científica.

França Reúne mensalmente uma mesa-redonda sobre a luta contra o racismo e a xenofobia, organizada pela Comissão Nacional Consultiva dos Direitos Humanos. A aplicação em França das directivas da UE contra a discriminação foi um dos principais temas tratados.

Itália Realizou a sua primeira conferência de mesas-redondas em Novembro de 2002, em Florença. A reunião foi organizada conjuntamente pelo EUMC e

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pela COSPE (PFN italiano). Representantes das principais ONG, do Governo italiano e de organizações de quase todas as províncias (regiões) italianas estiveram presentes nesta reunião, que constituiu a base para o

estabelecimento de uma rede nacional. O tema principal da reunião foi o processo de aplicação, em Itália, das directivas da UE contra a discriminação.

Finlândia Realizou a sua terceira mesa-redonda em Dezembro de 2002, em Helsínquia, na qual foram abordadas as seguintes questões principais: âmbito e objectivos da legislação da UE contra a discriminação; juventude e racismo; minorias étnicas na Finlândia; discriminação no mercado de trabalho; seguimento da Conferência Mundial contra o Racismo, realizada em Durban.

Reino Unido Acolheu a sexta reunião da mesa-redonda em Julho de 2002, em Nottingham, sob o tema Spirit of solidarity: Living together in our multicultural societies (Espírito de solidariedade: viver em comum nas nossas sociedades multiculturais). Os participantes, pertencentes a ONG, grupos de comunidades, autoridades locais e organizações religiosas, debateram assuntos relacionados com a coesão social a nível local, o aumento das atitudes xenófobas na Europa e a luta contra a islamofobia e o anti-semitismo.

Os principais resultados, comuns a todas as mesas-redondas, foram o reforço das redes nacionais, a aplicação a nível nacional da legislação da UE contra a discri-minação e o aperfeiçoamento das medidas para promover a integração e lutar con-tra o racismo.

1.2.3

Workshop Europeu de Mesas-Redondas de 2002

O segundo Workshop Europeu de Mesas-Redondas realizou-se em Maio de 2002, em Viena.

O tema fundamental da ordem de trabalhos foi a aplicação das directivas da UE con-tra a discriminação, com particular incidência no processo de con-transposição para o direito nacional e na definição do âmbito e formato gerais das directivas. Representantes das organizações participantes nas mesas-redondas nacionais e juristas expuseram as dificuldades e os avanços verificados. Um representante da Rede Europeia contra o Racismo (ENAR) transmitiu a perspectiva e as expectati-vas das ONG quanto à aplicação das directiexpectati-vas da UE.

Os participantes tiveram a possibilidade de conhecer os contributos de peritos, atra-vés de estudos apresentados pelo Grupo das Políticas de Migração e pela Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI), e trocaram pontos de vista sobre as experiências nacionais relativas a problemas e obstáculos surgidos no âmbito do processo de aplicação.

(18)

1.2.4

Conferência Europeia de Mesas-Redondas 2002

Os objectivos principais da Conferência Europeia de Mesas-Redondas são: • identificar as questões fulcrais e dar os primeiros passos para uma abordagem

euro-peia comum;

• incorporar os contributos e a experiência das ONG e organizações afins; • recolher informações sobre exemplos de «boas práticas» nos Estados-Membros

e avaliar as possibilidades da sua implantação;

• travar conhecimento com os outros coordenadores, de forma a complementar iniciativas, em vez de as duplicar, e a reforçar a cooperação futura;

• reforçar e melhorar a cooperação das organizações que integram as mesas--redondas nacionais;

• estreitar a cooperação entre a ECRI, a ENAR e o EUMC.

A terceira Conferência Anual Europeia de Mesas-Redondas, sob o título Encountering

Right-Wing Populism and Anti-Semitism and Training Young People to fight Intolerance and Racism (Enfrentar o populismo e anti-semitismo de extrema-direita

e educar os jovens na luta contra a intolerância e o racismo), realizou-se em Viena, em Outubro de 2002.

O seu principal objectivo era o de abordar o aumento dos sentimentos identifica-dos com a extrema-direita e o anti-semitismo, apresentando medidas através das quais os jovens possam demonstrar boas práticas de fomento da tolerância. Participaram na conferência representantes de 14 Estados-Membros da UE, da Comissão Europeia, da Rede Europeia contra o Racismo (ENAR), da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI), das Nações Unidas (Unidade Antidiscriminação), da comunidade científica e dos Estados Unidos da América (uma importante ONG hispânica).

A focalização no «Populismo de extrema-direita nos Estados-Membros da UE» foi seleccionada na sequência das preocupações expressas no decurso das reuniões das mesas-redondas nacionais em vários Estados-Membros da UE. Um jornalista fez uma comunicação sobre as actividades e tendências de extrema-direita na Europa e um perito do Centro para a Investigação sobre o Anti-Semitismo, de Berlim, apre-sentou uma panorâmica sobre a propaganda anti-semita na Internet e as ligações mundiais da extrema-direita. Um representante da Direcção-Geral da Educação e Cultura da Comissão Europeia (programa Youth) apresentou um livro branco da CE sobre actividades dos jovens contra o racismo e a intolerância. Foi também feita a

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apresentação do European Diversity Peer Training Programme (EPTO — Programa Europeu de Formação pelos Pares para a Diversidade).

Os participantes na conferência e as organizações das mesas-redondas nacionais tiveram oportunidade de tomar conhecimento dos mecanismos envolvidos na pro-paganda de extrema-direita e das formas de os enfrentar. Partilharam as suas expe-riências e os seus modelos de boas práticas a nível nacional e aprofundaram o seu conhecimento das actividades a decorrer a nível europeu (por exemplo, da Comissão Europeia e da Rede de Diversidade da UE) para promover a tolerância e enfrentar as tendências de extrema-direita. No primeiro trimestre de 2003 será publicada a documentação relacionada com as intervenções dos peritos.

1.3 Documentação e biblioteca

1.3.1

Arquivo electrónico e base de dados do EUMC na Web

Em 2002, o EUMC criou um arquivo de documentação quase inteiramente virtual e que é acessível pela Internet. O núcleo do arquivo é uma nova base de dados, a Artefact, cujo objectivo é dotar o público de uma ferramenta de pesquisa de fácil utilização para aceder a informação variada sobre as áreas da luta contra o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo em todos os Estados-Membros da UE, bem como à investigação destes fenómenos.

O primeiro passo empreendido em 2002 foi a criação de um arquivo electrónico no Centro e a transferência de todos os dados, que já estavam arquivados no sis-tema de gestão bibliotecária LARS e tinham sido recolhidos pelos PFN da RAXEN, para a nova base de dados Artefact. Os documentos físicos foram ordenados e cata-logados no arquivo electrónico.

O segundo passo foi a criação de um webmirror (sítio alternativo) do arquivo e, em Setembro de 2002, a base de dados foi disponibilizada através da Internet (www.raxen.eumc.eu.int) para um período de testes. Tem uma estrutura relacional moderna que permite o inter-relacionamento de diferentes tipos de dados, como orga-nizações, eventos ou publicações, e pode ser consultada em três línguas (inglês, alemão e francês). A base de dados será lançada em simultâneo com o novo sítio Web do EUMC, em Fevereiro de 2003.

A base de dados contém informações gerais sobre as organizações envolvidas em actividades contra o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo em todos os Estados--Membros, informações sobre «boas práticas» e outras actividades, como projec-tos de trabalhos in loco, campanhas, estudos, etc., e referências a publicações e a material audiovisual. Estão disponíveis na Internet sete mil entradas, bem como todas

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as publicações do EUMC (situação em Dezembro de 2002), e é possível consultar internamente 22 000 entradas. A maioria das entradas foi transferida electronica-mente e é continuaelectronica-mente revista e actualizada.

O EUMC criou também um servidor para armazenar uma lista de endereços (mailing list) dos membros da rede RAXEN, aos quais foram atribuídos nomes de registo a utilizar na recolha e actualização de dados.

1.3.2 Biblioteca

O espólio da biblioteca do EUMC foi catalogado e pode ser consultado através da base de dados interna do EUMC. Foi também ampliado, em especial através da aqui-sição de estatísticas oficiais nacionais e da UE, de dicionários e de literatura recente nas áreas do racismo, da xenofobia e do anti-semitismo.

1.4 Projectos de investigação do EUMC

Para além de criar redes e de recolher dados actuais, o EUMC promove projectos de investigação para estudar e analisar a extensão, as causas e consequências dos fenómenos e manifestações de racismo, xenofobia e anti-semitismo, do mesmo modo que examina exemplos de boas práticas para enfrentar estes fenómenos. Em 2002 foram concluídos seis estudos e iniciados oito. O EUMC publica os resulta-dos resulta-dos esturesulta-dos no seu sítio Web (http://eumc.eu.int), sendo também possível o seu envio pelo correio.

1.4.1

Racismo e diversidade cultural nos meios de comunicação social

As relações étnicas, culturais e religiosas na nossa sociedade constituem uma maté-ria particularmente sensível quando apresentada através dos meios de comunicação social. A forma como os meios de comunicação social apresentam, focam e dão voz a diferentes intervenientes e incidentes pode influenciar o modo de pensar da socie-dade e ter como resultado, ainda que não intencional, um reforço do discurso racista, que se pretendia combater. O interesse dos investigadores em analisar o modo como os meios de comunicação social informam sobre temas étnicos tem aumentado nos Estados-Membros ao longo da última década e, por este motivo, o EUMC decidiu fornecer uma panorâmica geral dos principais relatórios de investigação e exem-plos de boas práticas nos Estados-Membros da UE no período de 1995 a 2000. Em Fevereiro de 2002, o EUMC publicou o relatório Racism and Cultural Diversity in

the Mass Media (Racismo e diversidade cultural nos meios de comunicação social).

O relatório abordava três temas. Em primeiro lugar, o que nos dizem os estudos exis-tentes sobre a forma como as práticas e a organização, em geral, dos meios de

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comunicação social, em diferentes Estados-Membros, afectam a informação sobre as questões étnicas. Em segundo lugar, os dados de que dispomos sobre a repre-sentação da diversidade étnica e cultural e a reprodução do racismo nos meios de comunicação social. Por último, as acções que têm sido lançadas nos diferentes Estados-Membros para promover a diversidade cultural e lutar contra o racismo nos meios de comunicação social.

Na sequência do relatório, o EUMC elaborou recomendações dirigidas aos pro-fissionais da comunicação social e aos responsáveis pelas políticas, visando tam-bém a investigação e monitorização a realizar futuramente.

1.4.2

Situações de racismo e discriminação dos migrantes

A falta de dados comparáveis sobre situações de racismo e discriminação sentidas por migrantes e minorias nos Estados-Membros da UE foi o ponto de partida para este projecto, que teve início em 2001. O projecto tem dois objectivos: em primeiro lugar, estudar empiricamente a extensão e o tipo de experiências subjectivas que os migrantes e as minorias têm do racismo e da discriminação nos 15 Estados--Membros da UE; em segundo lugar, produzir dados empíricos comparáveis, uti-lizando uma metodologia idêntica para a recolha e compilação de dados. O modelo do projecto tem sido desenvolvido na Dinamarca, Finlândia e Suécia, onde foram recentemente efectuados estudos semelhantes.

Os primeiros dois estudos financiados pelo EUMC, concluídos em 2002, analisa-vam a situação em Itália e nos Países Baixos, tendo documentado numerosas situações de racismo e de discriminação, especialmente entre pessoas de origem marroquina ou turca que vivem nos Países Baixos e entre originários do Senegal, da Albânia ou de Marrocos residentes em Itália. Quanto à metodologia, houve necessidade de introduzir várias modificações no modelo, particularmente no que respeita à recolha de amostras. Os estudos passaram a basear-se em amostras locais recolhidas em determinados municípios em vez de amostras nacionais.

O desenvolvimento do projecto, durante o ano de 2002, na Bélgica, em Espanha, na Áustria e no Reino Unido tornou claro que não é possível aplicar a mesma meto-dologia a todos os Estados-Membros da UE. Os estudos levados a cabo em Espanha, na Áustria e no Reino Unido tomaram por base amostras locais e os membros de organizações de migrantes. Os relatórios ficarão concluídos em 2003, ano em que se dará início a mais dois ou três estudos de âmbito nacional, e em 2004 o projecto chegará ao fim, depois de cobrir a totalidade dos quinze Estados-Membros da UE. Como resultado do projecto final, o EUMC terá a possibilidade de comparar o grau de percepção que os grupos mais vulneráveis na União Europeia e nos Estados--Membros têm do racismo e da discriminação por motivos raciais, étnicos, religiosos e culturais ao longo dos últimos anos. O EUMC passará a dispor de um

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conheci-mento ímpar sobre a forma de realizar estudos comparativos, empíricos e quanti-tativos, na UE e nos Estados-Membros, entre a população de migrantes e as mino-rias.

O Observatório utilizará os resultados destes estudos para elaborar recomendações, destinadas aos Estados-Membros da UE, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia, relativas a medidas com vista a melhorar a situação dos migrantes e das minorias.

1.4.3

Racismo nas zonas rurais

Trata-se de um projecto que tem como objectivo o estudo da situação relativamente ao racismo e à discriminação em zonas rurais na União Europeia e nos seus Estados--Membros. O estudo, iniciado por deputados do Parlamento Europeu, apresenta um inventário das conclusões da investigação efectuada, analisa grupos vulneráveis e dá exemplos de iniciativas governamentais para lutar contra o racismo e a discri-minação nas zonas rurais. A investigação já feita aponta para a existência de uma forma específica de racismo nas zonas rurais, sendo os migrantes aí confrontados com o racismo em resultado de nessas zonas as mentalidades serem mais conser-vadoras, tradicionais e nacionalistas do que nos meios urbanos. O racismo adquire formas mais agressivas e violentas, e os seus autores são, com frequência, mem-bros de organizações neonazis. As pessoas mais vulneráveis são os romanichéis, africanos, muçulmanos e judeus. Simultaneamente, o projecto documenta activi-dades anti-racistas e destaca o importante papel da sociedade civil. O estudo ficou concluído no final de 2002.

Como consequência deste estudo, o EUMC fez recomendações aos Estados--Membros da UE, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia sobre as medi-das que é necessário adoptar para melhorar a situação dos migrantes e medi-das mino-rias que vivem e trabalham nas zonas rurais da Europa.

1.4.4

Formação em competências interculturais

Trata-se de um projecto iniciado em 2001 pelo EUMC e concluído em 2002, com o objectivo de explorar modelos comprovados de formação em competências inter-culturais através da Internet. Começando por um inventário dos sítios Web existentes na Internet, em língua inglesa, destinados a crianças e jovens (com idades com-preendidas entre os 5 e os 21 anos), bem como aos professores e formadores das escolas primárias e secundárias, o estudo apresenta uma tipologia dos sítios Web disponíveis nessa área. As conclusões baseiam-se no acompanhamento e realização de entrevistas a grupos de crianças e ambientes multiculturais seleccionados. O estudo não revela um sítio Web «perfeito». Existem alguns com uma funciona-lidade elevada mas pobres em conteúdos e outros com conteúdos adequados mas

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com uma funcionalidade e estética deficientes. Baseando-se na análise dos sítios

Web existentes, o estudo apresenta recomendações sobre os critérios para construir

um sítio Web eficaz. O EUMC, por seu lado, dirige algumas recomendações aos Estados-Membros da UE, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia sobre os aspectos a considerar na criação de sítios Web para formação em competências interculturais.

1.4.5

Inclusão da diversidade no emprego

O EUMC considera uma tarefa de extrema importância identificar, descrever e dis-seminar as boas práticas existentes nos Estados-Membros da UE. Em 2001 teve iní-cio um projecto de investigação com o objectivo de identificar actividades visando promover a diversidade cultural no mercado de trabalho e no local de trabalho, que viria a ser concluído em 2002.

As conclusões do estudo são encorajadoras. Nos últimos anos registou-se um inte-resse crescente pela diversidade e uma evolução clara da abordagem, pouco rigo-rosa, que encarava as minorias étnicas como um grupo de pessoas com escassas qua-lificações, tendo-se passado a valorizar positivamente os recursos, as competên-cias interculturais e as capacidades das pessoas pertencentes a minorias étnicas. Esta evolução apoiou-se na promoção do princípio da igualdade de tratamento, que tem como base jurídica as directivas em torno do artigo 13.º do Tratado CE.

O conjunto de medidas abrange quatro áreas:

• melhoria do acesso das minorias étnicas a um emprego; • condições de trabalho específicas no local de trabalho;

• políticas de luta contra a discriminação no local de trabalho;

• criação de uma estrutura para actividades de diversificação cultural.

Dado que são, fundamentalmente, os empregadores, nos sectores privado e público, que promovem a diversidade, o objectivo principal deve ser a gestão da diversidade. Com base no resultado do estudo, o EUMC dirige recomendações aos Estados--Membros da UE, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia sobre boas prá-ticas para a inclusão da diversidade no sector do emprego. O EUMC irá também remeter as recomendações às associações patronais e aos sindicatos.

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1.4.6

Quatro estudos comparativos

O EUMC iniciou e financiou quatro estudos analíticos comparativos sobre discri-minação e iniciativas para a sua prevenção nos domínios do emprego e da edu-cação, sobre violência racial e sobre alterações da legislação introduzida com base no artigo 13.º do Tratado de Amesterdão. O trabalho baseia-se nos dados recolhi-dos pela RAXEN e nos relatórios nacionais sobre a situação nas quatro áreas nos 15 Estados-Membros da UE. O objectivo dos estudos é conferir um valor acrescentado europeu aos relatórios nacionais, nomeadamente através de uma análise das lacu-nas detectadas. Os estudos ficarão concluídos em 2003.

Os primeiros resultados proporcionam já uma estrutura geral para a futura recolha de dados e os estudos analíticos ao nível dos Estados-Membros, a qual deverá ser respeitada pelos PFN da RAXEN em 2003, e irão permitir que o EUMC desenvolva uma lista de indicadores fundamentais para avaliar o efeito do programa de acção comunitário ou de outras políticas contra a discriminação.

No final de 2002, teve início um estudo de viabilidade relativo ao desenvolvimento de uma apresentação na Internet, de fácil utilização, de todos os resultados dispo-níveis no EUMC sobre discriminação no emprego e promoção da diversidade. Os 15 relatórios nacionais, o estudo comparativo de âmbito europeu neles baseado e outras publicações e ensaios produzidos pelo EUMC estão ligados entre si e a outros dados afins contidos na base de dados do EUMC. As actualizações são efec-tuadas à medida que vão surgindo novos dados, podendo o público consultar e pes-quisar toda essa informação. O hipertexto é um primeiro passo em direcção a um espaço de conhecimento do EUMC que reúna todos os textos e dados disponíveis e relevantes numa forma estruturada, comparável e fácil de utilizar. A disponibili-zação destes dados irá ajudar os políticos, funcionários públicos, ONG e investi-gadores académicos a obterem com rapidez a informação de que necessitam.

1.5 Workshops do EUMC

Ao realizar workshops, o EUMC abre as portas à discussão e ao debate com peri-tos externos sobre temas que preocupam o EUMC no desenvolvimento de projec-tos, metodologias, estratégias e recomendações. Em 2002, o EUMC organizou sete

workshops sobre diferentes actividades, cinco das quais directamente relacionadas

com a recolha de dados pelos PFN da RAXEN. As actas e a informação sobre os

workshops encontram-se disponíveis no sítio Web do EUMC (http://eumc.eu.int).

1.5.1

Avaliação das atitudes xenófobas

Uma tarefa crucial do EUMC é a acumulação de dados comparáveis na UE. O EUMC realizou um workshop em Viena, em Março, para a discussão de instrumentos

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destinados a medir as atitudes xenófobas nos Estados-Membros da UE. Na reunião debateu-se o inquérito realizado pelo Eurobarómetro, em que o EUMC participou, em 2000, e a sua relação com projectos de investigação recentemente iniciados sobre atitudes «misantrópicas». As conclusões do debate condicionaram a estraté-gia do EUMC na selecção dos instrumentos a usar em 2003 para medir as atitudes em relação aos migrantes e às minorias. O EUMC irá usar novamente o inquérito do Eurobarómetro da Comissão Europeia, embora complementando os resultados com a exploração dos novos dados do European Social Survey (Inquérito Social Europeu, patrocinado pela Comissão Europeia), que está disponível na Internet. Os dois inquéritos foram realizados em todos os Estados-Membros da UE e na maio-ria dos países candidatos à adesão, permitindo ao EUMC obter uma imagem glo-bal das atitudes em todos os países de uma União alargada. A utilização do Eurobarómetro permite ao EUMC comparar indicadores ao longo do tempo (1997 — 2000 — 2003).

1.5.2

Questões fulcrais

O EUMC organizou em Outubro o terceiro workshop sobre questões fulcrais. O objec-tivo destes workshops é apoiar e orientar o EUMC no seu objecobjec-tivo de lutar contra o racismo e a xenofobia e promover o respeito pela igualdade e a diversidade. O

workshop de 2002 prosseguiu o debate sobre as políticas de integração e teve como

ponto de partida, este ano, uma tomada de posição por escrito intitulada Diversity

within Unity (Diversidade na unidade), redigida pela rede da Comunidade, e que

inclui respostas dadas por reputados cientistas europeus. O debate realçou a enorme importância política, para a União Europeia, do desenvolvimento de perspectivas sobre a diversidade. Admitiu-se que o futuro trabalho do EUMC nesta área, no con-texto europeu, possa ser valioso. No entanto, e sem esquecer o trabalho efectuado no âmbito da ONU (Unesco) sobre políticas culturais do Mundo, um documento sobre a posição europeia deverá ter em conta aspectos das políticas europeias de imigração e cidadania, bem como em matéria de pobreza, marginalização e exclusão social num contexto étnico.

Como resultado do debate, os participantes recomendaram ao EUMC que tome a iniciativa de elaborar em 2003 um documento sobre a posição europeia.

1.5.3

Comparabilidade dos dados

O Conselho de Administração do EUMC criou em 2002 um grupo de trabalho para a comparabilidade dos dados com o objectivo de encontrar formas de desenvolver a comparabilidade numa fase em que os Estados-Membros ainda não harmoniza-ram as definições ou os sistemas para a classificação e registo de dados. A pri-meira reunião realizou-se em Novembro e ocupou-se dos dados sobre violência e crimes raciais. Os participantes sublinharam que o conhecimento sobre a amplitude da violência e dos crimes raciais é limitado. Não existem dados oficiais em todos

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os Estados-Membros e, mesmo quando estão disponíveis, não são comparáveis e devem ser sujeitos a uma análise suplementar. Afigura-se muito importante apu-rar a forma como os dados oficiais são coligidos e classificados nos Estados--Membros.

Em resultado do workshop, o EUMC irá continuar a conduzir trabalhos de inves-tigação, por exemplo, estudos sobre as vítimas, e a participar em inquéritos com-parativos internacionais sobre comportamentos delituosos e em estudos baseados em dados fornecidos pelas escolas.

1.5.4

Reuniões RAXEN

Em 2002, o EUMC realizou três reuniões com os PFN da RAXEN, em Março, Junho e Novembro. As reuniões destinaram-se a coordenar o trabalho em curso dos PFN, clarificando os conceitos que estes devem aplicar, debatendo os proble-mas encontrados na recolha de dados e na elaboração dos relatórios e promovendo uma compreensão comum das tarefas que lhes são atribuídas. As reuniões abordaram também assuntos mais teóricos, como as definições e conceitos de racismo e xeno-fobia, anti-semitismo e islamoxeno-fobia, para dispor de uma abordagem comum na recolha de dados. Os documentos de apoio estruturaram e enquadraram o debate com o intuito de melhorar o grau de fiabilidade e comparabilidade dos dados. Na terceira reunião realizou-se um debate sobre novas áreas da recolha de dados em 2003. Pela sua importância para a situação social dos migrantes, escolheu-se a área da discriminação e das boas práticas a nível do alojamento. Foi elaborado um documento que serviu de base para as linhas de orientação para 2003 neste sector da recolha de dados.

1.5.5

Mesa-redonda sobre anti-semitismo na Europa

A comissária europeia para o Emprego e os Assuntos Sociais, Anna Diamantopoulou, convidou o EUMC a organizar, em conjunto com a Comissão Europeia, três mesas--redondas dedicadas às questões do anti-semitismo, da islamofobia e do diálogo inter-cultural na União Europeia. O primeiro dos workshops, Manifestations of

Anti-Semitism in Europe (Manifestações de anti-semitismo na Europa), realizou-se em

Bruxelas, em Dezembro de 2002. O segundo, intitulado Manifestations of

Islamophobia in Europe (Manifestações de islamofobia na Europa), irá realizar-se

em Fevereiro de 2003, e o terceiro, Fighting Anti-Semitism and Islamophobia (A luta contra o anti-semitismo e a islamofobia), em Março de 2003.

A primeira mesa-redonda reuniu cerca de 30 participantes, incluindo peritos de renome internacional, representantes de ONG, jornalistas, a Comissão Europeia e o EUMC. Alguns dos participantes defenderam que o actual aumento do anti--semitismo na UE está intimamente relacionado com a situação no Médio Oriente,

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e o debate sublinhou a necessidade de estabelecer uma distinção clara entre anti--semitismo e crítica das políticas do Governo israelita. Uma análise das formas recen-tes de anti-semitismo mostrou que continuam vivos os estereótipos tradicionais con-tra os judeus, mesmo quando é utilizada a Internet como novo meio de disseminar preconceitos e o incitamento ao ódio. A fim de melhorar a situação, os participantes preconizaram um enfoque na educação (formal e informal), embora também tivesse sido proposto o reforço do papel da lei. Considerou-se vital a sua aplicação e reforço, bem como a firme condenação dos ataques racistas. A mesa-redonda considerou importante o diálogo entre religiões, tendo os participantes inquirido se a UE pode-ria exercer um papel de mediação e facilitação nesta matépode-ria.

1.5.6

Projecto com as comunidades islâmicas

(projecto das autoridades locais)

O projecto de 2001 sobre a situação das comunidades islâmicas em cinco cidades europeias tinha como objectivo coligir e comparar estratégias das cidades na luta contra a discriminação por razões religiosas. O relatório analisou as boas práticas que contribuem para promover a tolerância e a igualdade de tratamento a nível reli-gioso em áreas fulcrais da vida pública, como o emprego, os serviços públicos e o ensino. No seguimento deste trabalho, o EUMC organizou, em Dezembro de 2002, em cooperação com a cidade de Barcelona e com a participação de representantes do Parlamento Europeu, do Comité das Regiões e da Comissão Europeia, um

works-hop sobre Immigration and cities in Europe (A imigração e as cidades na Europa).

O workshop tinha como objectivo promover um debate sobre a imigração e os prin-cipais desafios à coesão e à coexistência sociais com que as autoridades locais das cidades europeias se defrontam actualmente. O workshop destinava-se aos repre-sentantes das autarquias locais de Barcelona e da sua área metropolitana, bem como aos representantes de cidades europeias e representantes de outras instituições no terreno, tanto a nível local como europeu. Os principais objectivos do workshop eram: • promover os resultados, boas práticas e recomendações do estudo sobre a situação

das comunidades islâmicas;

• organizar a transferência de conhecimentos e difundir as boas práticas a nível regio-nal e municipal entre as cidades que participaram no estudo e outras cidades europeias.

A principal recomendação do workshop foi a criação de uma rede de autoridades locais europeias para lidar com a questão da imigração e da integração dos imigrantes, através do EUMC e em estreita colaboração com o Parlamento Europeu, o Comité das Regiões, a Comissão Europeia e a rede de cidades europeias. A rede terá dois fins: em primeiro lugar, facilitar a transferência de conhecimentos entre cidades e, em segundo lugar, agir como um grupo de pressão política para influenciar as polí-ticas e a legislação. O EUMC levará este trabalho avante em 2003.

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1.6 Cooperação com instituições da UE, organizações

internacionais e os Estados-Membros

1.6.1

Cooperação com instituições e organizações da UE

1.6.1.1 Cooperação com a Comissão Europeia

O memorando de acordo entre a Comissão Europeia e o EUMC define um quadro de contactos e identifica áreas de cooperação entre o EUMC e várias direcções-gerais da Comissão Europeia. Esta cooperação foi consolidada e ampliada em 2002, sendo referidas mais adiante as áreas de apoio directo à Comissão. As principais áreas de cooperação foram as de um intercâmbio de informações atempado e mais vasto, do apoio nas respectivas áreas de competência e da continuação da participação em actividades conjuntas. Foram realizadas reuniões individuais com unidades rele-vantes das diferentes direcções-gerais, sobre assuntos específicos, das quais resul-tou a participação em actividades conjuntas.

O EUMC continuou a participar nas reuniões organizadas pela Comissão para apoiar a aplicação das directivas em torno do artigo 13.º do Tratado CE. Cabe ao Observatório contribuir para a análise e avaliação das iniciativas legislativas e dos mecanismos institucionais nos Estados-Membros da UE que visam apoiar a igual-dade de tratamento e lutar contra a discriminação por motivos de origem racial ou étnica e de religião ou crença. O EUMC concluiu os seus relatórios sobre a legis-lação contra a discriminação nos Estados-Membros da UE, que foram distribuídos aos membros do Grupo de Trabalho sobre Questões Jurídicas, responsável pela transposição das directivas para as legislações nacionais. Os relatórios chamaram a atenção para determinadas áreas legislativas e institucionais que devem ser con-templadas pelos Estados-Membros no decurso do processo de transposição. Alguns Estados-Membros referiram que consideram os relatórios uma ferramenta útil para os ajudar no seu trabalho. O EUMC acredita que, na sequência do processo de transposição, os relatórios podem servir de referência para a evolução nesta maté-ria, destacando áreas específicas que requerem mais medidas. Para além disso, a informação contida nos relatórios foi utilizada no trabalho do Conselho da Europa para a preparação das suas recomendações gerais sobre legislação nacional para a luta contra o racismo. O EUMC realizou um intercâmbio de informações com a Comissão sobre os progressos realizados pelos Estados-Membros na aplicação em 2002.

O EUMC apoiou a Comissão em várias outras actividades, que incluíram a parti-cipação no seminário do Conselho dos Estados do Mar Báltico sobre racismo e xenofobia, onde se examinaram as formas de combater o racismo a nível local e nacional e de dar seguimento aos resultados da Conferência Mundial contra o Racismo, e o aconselhamento sobre questões relacionadas com a não

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discrimi-nação, com vista à colaboração com o Grupo de Trabalho sobre Tolerância, da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

O EUMC preparou um documento no qual tomou posição relativamente ao livro verde sobre a indemnização das vítimas da criminalidade [COM(2001) 536 final], da Comissão Europeia, participou na audição sobre esta matéria organizada pela Comissão Europeia e apresentou as suas actividades à Direcção-Geral do Emprego e Assuntos Sociais, de modo a reforçar a cooperação e o apoio às actividades da Comissão.

O Observatório participou ainda em várias conferências e eventos organizados pelas instituições europeias, como a conferência organizada pela Comissão Europeia e o Comité Económico e Social sobre o tema «Imigração: o papel da sociedade civil na promoção da integração», em Setembro de 2002, e a conferência sobre acordos e parcerias com a sociedade civil, organizada pela DG Educação e Cultura em Outubro de 2002.

A Comissão Europeia participou em eventos do EUMC, como a mesa-redonda europeia, com a participação da Direcção da Juventude da DG Educação e Cultura, e a da sua unidade para a sociedade civil e a geminação de cidades na conferência sobre a imigração e as cidades na Europa. Na sequência desta conferência, a DG Educação e Cultura estará activamente envolvida na rede de autoridades locais que o EUMC irá criar em cooperação com o Comité das Regiões, o Parlamento Europeu e as cidades de Barcelona e Roterdão.

Além disso, a comissária europeia para o Emprego e os Assuntos Sociais, Anna Diamantopoulou, convidou o EUMC a organizar, em conjunto com a Comissão Europeia, três mesas-redondas sobre temas relacionados com o anti-semitismo, a islamofobia e o diálogo intercultural na União Europeia (ver ponto 1.5.5).

1.6.1.2 Cooperação com o Parlamento Europeu

O EUMC participou em diversas reuniões e audições das comissões do PE, sobre-tudo da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos, bem como da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Oportunidades, e outras comissões e grupos políticos, a pedido quer do Parlamento Europeu quer do EUMC. O EUMC apresentou o seu Relatório Anual ao Parlamento Europeu, designadamente à Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos.

O EUMC deu também o seu contributo, através de um documento em que expunha a sua posição, para o relatório da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos, do Parlamento Europeu, sobre a

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pro-posta da Comissão de uma decisão-quadro do Conselho relativa à luta contra o racismo e a xenofobia.

O Observatório contribuiu ainda, através da sua actividade de resposta rápida da RAXEN, para o capítulo sobre racismo e xenofobia do relatório de 2001 do PE sobre a situação dos direitos fundamentais na UE, elaborado pela Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos, e participou na audição organizada por esta comissão sobre a situação dos direitos fundamentais na UE em 2001, que se realizou em Abril de 2002.

O EUMC debateu com o PE as formas de apoiar o Ano Europeu da Educação pelo Desporto, em 2004, especificamente, o modo de integrar formas de luta contra o racismo e a discriminação em eventuais actividades.

1.6.1.3 Cooperação com o Comité das Regiões

A cooperação com o Comité das Regiões (CoR) continuou a aumentar em 2002. O EUMC tem incluído as autoridades locais e regionais no âmbito das suas activi-dades, de forma a transmitir e recolher informação junto das autoridades regionais e locais.

O Comité das Regiões esteve associado à organização da conferência realizada em Barcelona, em Dezembro de 2002, sobre a imigração e as cidades na Europa, na sequência do estudo sobre a situação das comunidades islâmicas em cinco cidades europeias. O EUMC irá continuar a colaborar activa e estreitamente com o Comité das Regiões para ampliar e melhorar a cooperação a nível local.

1.6.1.4 Cooperação com fundações privadas

Nos últimos anos, as fundações privadas têm aumentado os seus esforços para coo-perar, a nível europeu, nos domínios da luta contra o racismo, da integração dos imi-grantes e do asilo e migração. Com o intuito de facilitar o estreitamento dos laços com a sociedade civil, as empresas e as fundações privadas, o EUMC pretende reforçar a sua cooperação com estes sectores.

O EUMC coopera com fundações privadas e com o European Foundation Centre (EFC) (Centro da Fundação Europeia) para melhorar a situação nas áreas da diver-sidade nas sociedades europeias e da integração dos imigrantes. Esta acção con-tribui para o êxito da cooperação no seio do Minorities and Multiculturalism Interest

Group (Grupo de Interesses para as Minorias e o Multiculturalismo) do EFC.

Na sequência do inventário das fundações privadas que foi publicado em 2001, o EUMC convidou as fundações europeias mais importantes para uma reunião em Bruxelas, realizada em Novembro de 2002, que se destinou a trocar ideias e a

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dis-cutir áreas possíveis de cooperação no âmbito da diversidade, da integração dos imi-grantes e do multiculturalismo. Participaram na reunião representantes de 14 fun-dações privadas, o EUMC, a Comissão Europeia, o EFC e um perito independente. As áreas de cooperação mais importantes são as seguintes:

• identificação: inventariar as actividades das fundações e verificar os padrões que aplicam;

• integração da liderança política e dos meios de comunicação social no trabalho realizado e desenvolvimento de ferramentas para o exercício de lobbying; • cooperação: desenvolver uma nova perspectiva na ligação das fundações e do

sector público com as instâncias nacionais e europeias em matéria de coesão comunitária;

• responsabilização: inventariar modelos bem sucedidos de gestão da diversidade e de inovação cultural.

Com o intuito de desenvolver indicadores comuns, ficou acordado utilizar as «boas práticas» e os projectos bem sucedidos das fundações privadas como base para a elaboração de uma carta de orientações e de exemplos de «histórias de sucesso». Ficou decidida a criação de um pequeno grupo de trabalho, integrado por repre-sentantes do EUMC, da Fundação Freudenberg e do EFC, encarregado de prepa-rar uma reunião para dar seguimento a esta questão em 2003, ocupando-se das «boas práticas» e dos modelos de cooperação que obtiveram bons resultados.

1.6.1.5 Carta dos Partidos Políticos Europeus para uma Sociedade não Racista

A Carta dos Partidos Políticos Europeus para uma Sociedade não Racista é resul-tado de um processo de consulta intensa entre a grande maioria dos partidos polí-ticos europeus, sob os auspícios da Comissão Consultiva do Racismo e da Xenofobia da União Europeia. A Carta foi inicialmente promovida pelo Gabinete Nacional con-tra a Discriminação Racial dos Países Baixos, como iniciativa de redacção de um código de conduta europeu para os partidos políticos, e obteve o apoio do municí-pio de Utrecht, do Grupo para a Política de Migração, do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, que prestaram um contributo financeiro.

A Carta foi adoptada em Fevereiro de 1998, durante o Congresso Europeu de Partidos Políticos realizado em Utrecht, e foi até agora subscrita por cerca de 100 partidos políticos, incluindo onze partidos de países não membros da UE, como Chipre, a República Checa, a Estónia, a Hungria, a Lituânia, Malta, a Roménia, São Marino, a Eslováquia, a Eslovénia e a Suíça.

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O EUMC tem apoiado os trabalhos relacionados com a Carta desde 1999. Na sequência de um estudo encomendado pelo EUMC, em 2001, para avaliar o seu cum-primento e eficácia e facultar exemplos de boas práticas relacionadas com a observân-cia da Carta, o EUMC realizou em 2002 uma série de reuniões com destacados depu-tados do Parlamento Europeu e membros de partidos políticos europeus, com o objectivo de discutir os passos a dar e, em especial, divulgar ainda mais a Carta. Os resultados da reunião demonstraram a necessidade de aumentar a visibilidade da Carta e criar-lhe um dispositivo e um endereço institucional. As reuniões demons-traram também a necessidade de uma colaboração estreita e de um envolvimento do Parlamento Europeu para aumentar a divulgação da Carta

1.6.2

Cooperação com organizações internacionais

1.6.2.1 Cooperação com a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (CERI) do Conselho da Europa

O EUMC e a CERI prosseguiram as habituais reuniões conjuntas em 2002. O pes-soal operacional de ambas as organizações realizou a sua primeira reunião em Janeiro de 2002, com o objectivo de complementar as relações entre serviços com uma consolidação da cooperação a nível operacional. A reunião de Outubro, em Estrasburgo, serviu para rever e avaliar a cooperação entre as duas organizações, tendo sido identificadas outras actividades complementares para 2003 e 2004. Na reunião decidiu-se que a CERI iria organizar uma mesa-redonda entre os dois orga-nismos em Março de 2003, com a finalidade de discutir a luta contra o racismo a nível local, e que ambos estudariam as oportunidades oferecidas por eventos des-portivos em 2004, ano olímpico e Ano Europeu da Educação pelo Desporto. A principal evolução registada em 2002 no relacionamento formal entre a CERI e o EUMC foi a adopção do estatuto da CERI pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa, em Junho de 2002. O estatuto prevê que a CERI deve convidar o Conselho de Administração do EUMC a fazer-se representar na CERI, embora sem direito de voto. Entre as restantes actividades figuraram a participação da CERI na mesa--redonda do Reino Unido e na mesamesa--redonda europeia, bem como a participação do EUMC na mesa-redonda da Roménia organizada pela CERI.

1.6.2.2 Projecto Romanichel — Cooperação com o Conselho da Europa e a OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa)

O projecto comum Roma Women and Access to Healthcare (As mulheres romani-chéis e o acesso aos cuidados de saúde) continua a ser o ponto central da coope-ração entre o EUMC, o Conselho da Europa e a OSCE. Foram realizadas reuniões ao longo do ano para analisar o relatório preliminar e preparar as duas

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conferên-cias que fazem parte do projecto. O EUMC, em cooperação com a OSCE e o Conselho da Europa, foram os anfitriões na conferência de ONG sobre o tema «As mulheres romanichéis e o acesso aos cuidados de saúde», realizada em Novembro de 2002. O objectivo da conferência foi estimular a troca de informação e o debate entre ONG activas no domínio da saúde das mulheres e das questões relacionadas com as populações romanichéis, dando-lhes a oportunidade de desenvolver e dar a conhecer posições, na perspectiva da conferência de organizações intergoverna-mentais sobre este tema, programada para 2003. A conferência pretendeu também estimular a criação de uma rede de mulheres romanichéis. Estiveram presentes representantes das três organizações, bem como organizações de mulheres roma-nichéis e nómadas ou que se dedicam a apoiar estas populações. A conferência teve dois resultados importantes: a identificação de uma multiplicidade de questões que serão transmitidas, para informação, à conferência de organizações intergoverna-mentais prevista para 2003 e a decisão de criar uma rede de mulheres romanichéis e nómadas. Um relatório sobre a conferência foi publicado no primeiro número da revista Equal Voices do EUMC em 2003. O Conselho da Europa aceitou ser anfi-trião da primeira reunião da rede em 2003 e o EUMC concordou em organizar uma reunião da rede em 2004.

O EUMC participou igualmente no Seminário do Conselho da Europa sobre o tema

Roma Participation in Europe — The way forward (A participação dos

romani-chéis na Europa — O caminho a seguir), em Outubro de 2002.

1.6.2.3 Trabalho desenvolvido com a OSCE

O EUMC, apoiando a Comissão Europeia e os Estados-Membros da UE, partici-pou no Grupo de Trabalho sobre Tolerância da OSCE , que estava incumbido de preparar uma decisão sobre a tolerância e a não discriminação, posteriormente adoptada no Conselho de Ministros realizado em Dezembro, no Porto.

1.6.2.4 Seguimento da Conferência Mundial contra o Racismo (CMCR) e da cooperação com as Nações Unidas (NU)

O EUMC participou na reunião ad hoc organizada pelo Conselho da Europa para dar seguimento aos resultados da CMCR a nível europeu. O Observartório salien-tou a importância da recolha de informação com vista ao acompanhamento, à ava-liação e ao desenvolvimento de uma política eficaz de combate ao racismo e à dis-criminação racial. Apoiou também o desenvolvimento de planos de acção nacio-nais no âmbito da adopção pelos Estados-Membros de uma estratégia global para enfrentar estes fenómenos. A cooperação com outras organizações intergoverna-mentais é considerada importante para evitar uma duplicação de esforços, assegu-rar a complementaridade das actividades e garantir a troca de informações e expe-riências, com resultados efectivos.

Referências

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