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Marcelo de Jesus de Oliviera - (UFT) Daniela da Silva Sousa - (UEMASUL)

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Academic year: 2021

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106 LITERATURA E TDIC: O USO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DA LEITURA E ESCRITA EM

AÇAILÂNDIA-MA

Marcelo de Jesus de Oliviera - (UFT) pfmarcelopt@gmail.com

Daniela da Silva Sousa - (UEMASUL) Daniela_Silva17@hotmail.com

Katryanne de Sousa Teles - (UEMASUL) Katryannesousa@gmail.com

RESUMO:

A presente pesquisa analisa e propõe o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) aliadas ao ensino literário, para que se tenha um melhor processo de ensino e aprendizagem entre professores e alunos do ensino médio em uma escola da rede pública de educação no município de Açailândia-MA.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia; TDIC; Literatura.

RESUMEN:

Esta investigación analiza y propone el uso de las tecnologías digitales de la información y la comunicación (DICT) aliadas a la enseñanza literaria, con el fin de tener un mejor proceso de enseñanza y aprendizaje entre los profesores y los estudiantes de secundaria en una escuela de la red de educación pública en el municipio de Açailândia-MA.

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0. Introdução

Este trabalho trata-se de uma intervenção pedagógica que visa propor estratégias de ensino para o professor a partir da utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC como ferramenta para o ensino de literatura e, com isso, intentando explorar a habilidade leitora dos alunos do ensino médio.

Sabe-se que a história está em constante processo de evolução e que sociedade de hoje é o resultado de uma série de transformações ocorridas ao longo dos tempos. Muitas destas transformações estão ligadas ao avanço e a popularização das tecnologias, pois foram criadas, recriadas e adaptadas inúmeras vezes e, por conseguinte, apresentadas em diferentes áreas da sociedade contemporânea.

Neste contexto, salienta-se que aos poucos as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação inseriu-se no processo de ensino e aprendizagem. Assim, o quadro, o caderno e o livro já não são mais as únicas ferramentas utilizadas pelos professores em sala de aula. O uso das tecnologias digitais mostrou-se, portanto, ser um recurso pedagógico bastante promissor, pois são ferramentas que fazem parte do dia a dia dos discentes dentro e fora do ambiente escolar.

Uliano (2016, p.11), ao discutir tecnologias e educação, pontua que “as tecnologias aplicadas na educação englobam uma construção de saberes que parte da descoberta, a criação, e o aprimoramento possibilitando ao aluno ter papel ativo, buscando desempenhar e resolver suas necessidades de uso”. Vê-se, então, que através das tecnologias de informação o professor pode proporcionar aos alunos uma melhor interação no processo de ensino e aprendizagem.

No entanto, quando se trata de ensino de literatura nos tempos modernos, observa-se que sua prática ainda continua regida pelo tradicionalismo, no qual professores e professoras insistem em manter uma didática limitada a apenas ao livro didático, enquanto os alunos estão cansados de ler textos e livros enormes por obrigação e/ou imposição.

Com base nisso, esta proposta pedagógica justifica-se pela necessidade em trabalhar a literatura de forma eficiente, especificamente através do uso das TDIC, fazendo com que o processo de ensino X aprendizagem aconteça de forma dinâmica e eficaz. Portanto, o presente trabalho tem como problemática de pesquisa a seguinte questão: Como aliar o ensino da literatura e escrita, que no âmbito escolar é

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108 imprescindível, por instrumento do uso das TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação)?

Para tanto, além das seções introdutória e conclusiva, organizou-se este trabalho em quatro outras seções, apresentadas respectivamente em: Apps&Literatura: a facilidade de acesso a e-book grátis por via de apps; Metodologia; Ensino de língua portuguesa/literatura e as TDIC’s: o que dizem alunos e professores?; e Concepções dos alunos acerca da integração das TDIC na aula de Língua portuguesa, em que as discussões

apresentadas em cada uma delas permitiu compreender o papel que as tecnologias de informação assumem no processo de ensino e aprendizagem de literatura no atual cenário da educação brasileira.

1. Apps&Literatura: a facilidade de acesso a e-book grátis por via de apps

No que se refere ao ensino da curricular Língua Portuguesa, nota-se que os professores vêm apresentando consideráveis dificuldades, especialmente se tratando do ensino de literatura. Desse modo, é notório que a prática de ensino-aprendizagem da literatura brasileira tem passado por algumas adversidades para dispor de processos de conhecimento mais satisfatório.

No entanto, o principal fator de risco é não conseguir formar leitores críticos que tenham gosto e prazer pela leitura. É evidente que há muitas dificuldades no ensino literário nas escolas, o que se tornou motivo de apreensão em boa parte dos educadores e do sistema de educação brasileira também, como o propósito de detectar quais as possíveis causas, para que posteriormente, em conjunto, possam encontrar caminhos que transformem a realidade.

Uma consequência desse e outros fatores é que os leitores e, consequentemente, o hábito de ler, estão reduzindo drasticamente. A 5º edição da pesquisa do Instituto Pró-livro, realizada conjuntamente com o Itaú Cultural, ilustra bem a afirmativa anterior, já que mostra através de indicadores sociais que o número de pessoas que leem diminuiu bastante no Brasil, como vê-se no quadro abaixo.

TABELA 1: Penetração de leitores no Brasil 2007-2019 TOTAL BRASIL

Unidade 2007 2011 2015 2019

Penetração (%) 55 50 56 52

Milhões leitores 95,6 88,2 104,7 100,1

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109 Diante disso, é válido pensar que assim como a sociedade se transformou, o perfil do leitor mudou e os modos de ler também. Nesta perspectiva, Santaella (2004) salienta que na contemporaneidade há três principais tipos de leitores: o leitor contemplativo, o leitor movente e o leitor imersivo, no qual esse último é o perfil mais recente.

Uma vez que os indivíduos estão cada vez mais conectados, a utilização das tecnologias tem se tornado parte do cotidiano do homem, mesmo nas mais simples tarefas do dia a dia. Os telefones celulares, por exemplo, ganharam novas funcionalidades e, hoje, dispõe de uma diversidade de aplicativos com os mais variados propósitos, desde lembrar de beber água, aprender uma nova língua, ouvir música, assistir a um filme, a ler um livro de X páginas, a qualquer momento e em qualquer lugar.

Como aborda Santaella (2004, p. 33):

[...] leitor imersivo é obrigatoriamente mais livre na medida em que, sem a liberdade de escolha entre nexos e sem a iniciativa de busca de direções e rotas, a leitura imersiva não se realiza. Nessa medida, as semelhanças não podem nos levar a menosprezar o fato de que se trata de um modo inteiramente novo de ler, distinto não só do leitor contemplativo da linguagem impressa, mas também do leitor movente, pois não se trata mais de um leitor que tropeça, esbarra em signos físicos, materiais, como é o caso desse segundo tipo de leitor, mas de um leitor que navega numa tela, programando leituras, num universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis, contanto o que não se perca a rota o que leva a eles. [...] uma biblioteca virtual, mas que funciona como promessa é terna de se tornar real a cada “clique” do mouse (SANTAELLA, 2004, p. 33).

Portanto, tem-se que admitir que “a tecnologia digital está em nosso meio, [...] não podemos deixar de perceber que no nosso meio e principalmente na educação há uma necessidade de estudar e aplicar novas ferramentas tecnológicas” (ULIANO, 2016, p. 20). Em observância ao leque de possibilidades que as tecnologias proporcionam para a sociedade, as instituições de ensino a anos tentam integrá-las ao processo de ensino-aprendizagem, no entanto, o uso de tecnologias digitais como recurso pedagógico só teve um aumento significativo nos últimos tempos.

Dessa forma, a utilização das TDICs em sala de aula mostrou-se ser uma proposta deveras promissora, pois são ferramentas que fazem parte do dia a dia dos alunos. Sobre o uso de tecnologias na educação, Kenski (2007) diz que “existe uma relação direta entre educação e tecnologias. Usamos muitos tipos de tecnologias para

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110 aprender e saber mais e precisamos da educação para aprender e saber mais sobre as tecnologias” (KENSKI, 2007, p. 44).

Pensando em formas práticas de estudo e, principalmente, que despertem no aluno o interesse em aprender literatura, são propostos quatro aplicativos de leitura que ofertam livros grátis e facilitam o acesso a diversos. Para a seleção dos aplicativos foi priorizada a acessibilidade, ou seja, todos são os aplicativos são gratuitos, uma vez que segundo o Senado Federal (2020), “a reforma tributária pretendida pelo governo pode tornar os livros mais caros. [...]”. Ou seja, há a possibilidade de os livros físicos tornarem-se ainda menos acessíveis, pois a realidade é que muitos não conseguem adquirir livros físicos por não terem como pagar por eles.

Portanto, os aplicativos selecionados foram: Amazon Kindle, Kobo, Google Play Livros e o Wattpad. O Amazon kindle é um aplicativo que dispõe de um acervo literário vasto, possuindo uma versão paga e uma gratuita. O diferencial do app é que mesmo a Amazon1 tenha desenvolvido um dispositivo homônimo destinado apenas para leitura – o Kindle, ainda assim é possível baixá-lo em qualquer smatphone Android ou IOS, como também no computador, tablet, notebook, possibilitando o acesso a inúmeros livros de qualquer lugar que estiver.

Segundo a proposta do app, o indivíduo que tem a opção de pagar RS 19,90 mensalmente como forma de assinatura do chamado Kindle Unlimited, para ter acesso ao acervo que possui mais de um milhão de eBooks Kindle, ou simplesmente, dispor do significativo número de livros ofertados gratuitamente.

Este é um aplicativo conhecido mundialmente pelo fácil acesso à leitura/literatura e por sua ampla biblioteca; é multifacetado, pois possui uma tecnologia específica da empresa Amazon que permite sincronizar os livros entre diversos dispositivos pertencentes a uma pessoa, como notebook/computador, tablets ou smartphones, possibilitando, assim, continuar a leitura onde parou em diferentes equipamentos. Além disso, este app permite que os usuários possam baixar o eBook e ler posteriormente, offline2, em qualquer lugar, sem a necessidade de uma rede de internet.

1 Trata-se de uma empresa multinacional de tecnologia norte-americana, fundada por Jeff Bezos em 1994.

2 Offline é uma palavra de origem inglesa que literalmente significa "fora de linha", isto é, quando um usuário da internet não está conectado à rede.

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111 Além do mais, é possível ler um trecho gratuitamente de algum ebook antes de decidir compra-lo; ajustar o tamanho do texto lido; alterar o brilho da tela; além de poder escolher a cor de fundo da tela; dicionário à disposição de um toque, e ter um leque de possibilidades, com os livros gratuitos, principalmente milhares de eBooks de literatura brasileira como: Macunaíma, de Mário de Andrade, Senhora, de José de Alencar, Macedo e Dom Casmurro, de Machado de Assis, dentre outros.

O Amazon Kindle traz inúmeras possibilidades em sala de aula, considerando que o educador pode usar como proposta a Tertúlia Literária, ou seja, com o auxílio do app, os alunos, juntamente com professor, escolhem uma obra para leitura coletiva, na qual poderiam dialogar e discutir sobre a mesma, favorecendo a troca mútua entre todos os participantes de maneira a respeitar e ouvir as distintas opiniões acerca de um mesmo assunto, desenvolvendo entre eles a confiança, o apoio e o respeito recíproco entre eles, visando a construção e compartilhamento da aprendizagem.

O Kobo é um aplicativo muito similar ao Kindle, pois também dispõe de uma variedade de livros dos mais diversos gêneros, além de possibilitar um fácil acesso a mais de seis milhões de eBooks, dentre os quais estão gratuitos e pagos também, que podem ser lidos no smartphone com sistema Android ou IOS, tablet, Blackberry ou computador, propiciando uma leitura em qualquer lugar onde o leitor estiver.

Assim como o Kindle, o aplicativo permite sincronizar a leitura em todos os dispositivos pertencentes ao usuário, de modo a continuar em qualquer momento de onde parou a leitura. Além disso, sua interface é de fácil compreensão, pois não precisa de muito para compreender a proposta do aplicativo. O seu grande diferencial é a série de tipos de arquivos que o app suporta, pois, diferentemente dos demais, nele é possível baixar arquivos em pdf, epub, CBZ, CBR, dentre outros.

O aplicativo presentemente apresentado permite escolher a melhor forma de leitura, através de selecionar modo noite ou dia da aparência, além do tamanho e qual fonte melhor para ler. Além disso, este aplicativo é acompanhado de um dicionário e também conta com a opção de anotar e destacar partes que são consideradas importantes. Uma característica muito interessante é que o app fornece recomendações de acordo com os hábitos literários do leitor e, mais que isso, exibem diferentes avaliações dos mais diversos tipos de leitores.

Através do Kobo há também a possibilidade do usuário se conectar a redes sociais vinculada ao Facebook e compartilhar suas citações preferidas, além de

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112 receber sugestões de outros usuários. Em sala de aula, o professor pode valer-se do recurso de compartilhamento em redes sociais e criar um círculo de compartilhamento literário, onde os alunos poderiam compartilhar trechos que mais gostaram do livro e expor suas impressões acerca da leitura realizada.

O Google Play Livros é um aplicativo nativo do sistema operacional android, lançado em 2010 pelos serviços Google. Além disso, é considerado uma das melhores formas de baixar livros grátis ou até mesmo escutar audiobooks. Além de ofertar livros gratuitos, o app contém milhões de livros eBooks disponíveis para compra e uma variedade de promoções. Apesar do pouco tempo de mercado, o Google Play Livros tem ganhado espaço e se tornando uma prioridade no círculo de leitores virtuais, sendo, portanto, muito bem avaliado por eles, tal qual pode-se observar a seguir:

FIGURA 1: Avaliações usuários Google Play Livros

FONTE: Google Play (2020)

Um dos motivos desse sucesso se dá pela sua interface simples e de fácil manuseio, onde é possível personalizar a aparência de leitura, bem como o tamanho ou a cor da fonte, além de possuir um recurso de pesquisa de dicionário fácil, em que é possível marcar ou pesquisar uma palavra diretamente no Google. Este recurso, por sua vez, auxilia a leitura e promove uma melhor compreensão do texto sempre que surgir alguma dúvida acerca do vocabulário. Sobre as interfaces de aplicativos que podem ser utilizados para o desenvolvimento da educação Delavalli & Corrêa (2014) asseveram que:

O design da interface é fundamental para essa melhoria da educação, sendo necessário estimular uma postura ativa do aluno, e não apenas observadora. O uso de tecnologias com um design bem arquitetado tende a despertar interesse dos envolvidos e promover o compartilhamento de informações entre professores motivados e alunos interessados (DELAVALLI & CORRÊA, 2014, p. 27).

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113 Nesse sentido, na prática pedagógica, utilizando o aplicativo como ferramenta, o professor pode realizar juntamente com a turma uma seleção de livros, contendo leitura da grade curricular e livros com temas contemporâneos da preferência da turma, para que, posteriormente, seja feita uma leitura coletiva e o compartilhamento de possíveis críticas e impressões acerca da obra lida.

Então, a utilização de aplicativos bem desenvolvidos favorecem na interação e compartilhamento de informações em sala de aula, contribuindo para um ensino mais democrático e dinâmico. Dessa maneira, o Google Play Livros, ao ser utilizado como uma ferramenta de ensino em sala de aula, facilita o acesso dos alunos a livros literários na palma de sua mão e, consequentemente, compactuando para o fácil acesso à leitura e, com isso, o senso crítico e analítico do educando desenvolve.

Além deste, tem-se também o Wattpad, que diferentemente dos mencionados anteriormente, tem como foco a distribuição somente de livros gratuitos, uma vez que autores têm a autonomia de escrever e compartilhar histórias originais através do app. Lançado em 2006, nele é possível produzir e compartilhar os mais variados conteúdos literários.

Para quem gosta de escrever esse é o app ideal para o compartilhamento de textos, pois o leitor pode criar histórias e compartilhar no seu perfil. Por esse motivo, este aplicativo pode ser um forte aliado ao professor de língua portuguesa que, em seu ofício, tem por objetivo desenvolver a capacidade leitora e escritora em seus alunos.

O aplicativo permite que o usuário customize o perfil, possibilitando a criação de listas de leitura e interação com outros usuários. Vê-se, então, que é devido a todos estes recursos que o Wattpad se tornou um dos aplicativos mais utilizados entre os leitores, por ter a liberdade de ler e escrever sem precisar pagar nada por isso.

Como ferramenta de ensino o Wattpad pode ser utilizado de forma a explorar tanto a leitura como escrita dos discentes, sendo o aplicativo uma comunidade que visa o compartilhamento dos mais variados textos. A turma pode escolher um livro na plataforma e escrever um diário literário virtual que seria compartilhado com a turma através do app. Além do incentivo à leitura, o professor, juntamente com a turma, pode produzir um livro coletivo contendo escritas dos alunos, como: poemas, crônicas, contos dentre outros. Essas atividades, portanto, explorariam a criatividade, além do trabalho coletivo na construção da criticidade literária.

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114 Sobre a utilização de tecnologias digitais em sala de aula, Araújo & Vilaça (2016, p. 171) diz que “caso existam ferramentas disponíveis, cabe aos participantes da comunidade escolar a escolha de se apropriarem ou não desses recursos para atender às reconfigurações que se estabelecem hoje em dia”. No entanto, o uso das TDICs no meio pedagógico ainda se dá de forma pouco abrangente, pois ainda há uma certa relutância em inserir as tecnologias digitais em sala de aula, já que muitos dos professores se sentem inseguros quanto ao manuseio de tais tecnologias em suas práticas docentes. Essas inseguranças, acerca da utilização TDICs, aliadas ao ensino não são de agora. Contudo, o uso de tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, só ganhou destaque nesses últimos tempos, no qual elas tiveram um papel fundamental no ensino remoto por demanda da pandemia do COVID-19 em todo o mundo.

2. Metodologia

Compreendendo que o objeto de estudo do vigente trabalho se refere a indivíduos diferentes e fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem escolar: o professor e o aluno, foram-se realizados uma seleção de ambos, para que respondessem questionários relacionados ao tema. Quanto ao professor, foi-se selecionado uma população sucinta de 4 (quatro) educadores, haja vista que a Instituição possui somente este total de professores de Língua Portuguesa e Literatura.

A construção do questionário foi baseada no objetivo e no objeto de estudo dessa pesquisa, que são as opiniões acerca da integração da TDIC como ferramenta do ensino literário. Portanto, foram analisadas as concepções dos alunos e professores, em especial opiniões referentes à utilização dessas tecnologias na escola e pelos professores; a importância delas para o processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções acerca do uso de tecnologias nesse momento pandêmico.

Devido ao momento atual de pandemia, a aplicação deste questionário foi realizada de forma remota, respeitando os protocolos de segurança (distanciamento social), através de um grupo de WhatsApp para alunos e de forma privada para os professores. Salienta-se, no ensejo, que o grupo, fora proposto como forma de

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115 estabelecer interação com os alunos e, assim, esclarecer possíveis dúvidas acerca do questionário.

A investigação prestou-se a descobrir qual a relação do professor e a dos alunos com as novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC, bem como suas opiniões acerca da inserção das tecnologias digitais em sala de aula como ferramenta de ensino de Língua Portuguesa e Literatura. Acerca do perfil dos professores (as) ora apresentados, percebeu-se que todos os participantes da pesquisa trabalham tanto no cargo efetivo de professor de L.P., como também na regência de disciplinas que tenham relação com a sua área específica.

A seguir, apresentar-se-á o quadro 2, no qual pode-se verificar diretamente o perfil dos educadores que participaram da pesquisa, os quais foram identificados como P1, P2, P3 e P4.

QUADRO 1: Perfil dos professores

FONTE: Autores (2020).

Pode-se perceber, com o quadro acima, que todos os professores, além se serem formados na área de licenciatura em letras, possuem outros cursos de formação continuada, que na opinião deles são muito importantes para que os educadores possam estar sempre buscando novos conhecimentos e novas metodologias de ensino e aprendizagem3. Em paralelo a esta comunidade, tem-se os alunos, os quais foram selecionados um quantitativo de 5 (cinco) participantes, com

3 Informação extraída do diário de campo dos autores.

Volutários Sexo Idade Graduação Especialização Tempo de docência P1 M 34 Lic. Em Letras Língua portuguesa e linguística / Supervisão escolar 08 anos P2 F 46 Lic. Em Letras/Inglês Docência no ensino superior / Gestão e supervisão escola 23 anos P3 F 36 Lic. Em Letras Língua portuguesa e linguística / Metodologia de ensino 10 anos

P4 F 58 Lic. Em Letras Psicopedagogia /

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116 idade entre 16 e 20 anos. Todos são alunos da turma do terceiro ano (3°) do ensino médio, que também responderam ao questionário proposto pelos pesquisadores, permitindo contrastar as concepções de alunos e professores em relação ao uso das TDIC em sala de aula.

3. Ensino de língua portuguesa/literatura e as TDIC’s: o que dizem alunos e professores?

Aos poucos, vê-se que as TDIC estão sendo inseridas em todos os ambientes. Na escola não é diferente, tanto que todos os professores que se voluntariaram durante esta pesquisa atestaram já terem utilizadas como ferramenta para um melhor processo de ensino-aprendizagem. No entanto, quando se referem ao uso das tecnologias digitais, deixaram bastante claro que apesar de utilizar tecnologias digitais em quase todas as aulas, o processo de integração dentro de sala de aula não foi e ainda não é fácil, essa confirmação está presente nas respostas abaixo:

Nunca houve problemas para a utilização (das tecnologias), no entanto a questão de não ter as vezes internet ou algum material, implica muito na questão do uso, a falta de material na escola como: acabou, como próprio datashow ou até mesmo uma extensão isso dificulta muito as vezes. Não otimiza o tempo. [P1]

Foi difícil (a integração) porque nem todos os alunos dispõem de ferramentas tecnológicas digitais para realizarem as atividades. [P2]

Aqui vale salientar um ponto importante, que é a questão da exclusão digital, pois, a realidade é que nem todos os educandos possuem acesso à tecnologia ou ferramentas digitais e a falta desses recursos é vista, principalmente na população de menor poder aquisitivo. Portanto, o ensino deve ser considerado de modo a pensar que ouso das TDIC não venham gerar mais exclusão aos mais pobres e, assim, provocar um abismo social entre que têm e os que não têm acesso às tecnologias digitais.

Como afirma Keski (2010):

O maior desafio é que nesses novos espaços educacionais não se recriem as práticas de exclusão e discriminação costumeiramente adotadas pelas instituições tradicionais de ensino. Ao contrário, nesses novos espaços de aprendizagem deve ser prioritária a formação de cidadãos para atuar democraticamente em todos os espaços: virtuais ou não (KENSKI, 2010, p. 100).

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117 Portanto, nota-se que não é tão simples integrar as TDIC em sala de aula, requer todo um planejamento não somente do professor e aluno, mas de todo o sistema educacional. Essa integração na práxis pedagógica requer, segundo Masseto (2012, p. 155), “um planejamento detalhado, [...] que as várias técnicas sejam escolhidas, planejadas e integradas de modo a colaborar para que as atividades sejam bem realizadas e a aprendizagem aconteça”.

Desse modo, é necessário que muita coisa se modifique quanto ao uso das tecnologias digitais dentro de sala de aula, pois, segundo a totalidade dos professores entrevistados, elas auxiliam e muito no que se refere ao processo de aprendizagem dos alunos, provocando um melhor rendimento nas aulas.

Esta assertiva pode ser mais bem observada nas falas dos entrevistados P1 e P3, abaixo:

Em relação aos alunos, receberam bem o uso das tecnologias em sala de aula. Acabam absorvendo mais conteúdo dessa maneira. [...] a fixação do Conteúdo é melhor, eles conseguem aprender muito mais com a aula, porque consegue visualizar, ouvir uma música, ouvir uma paródia, conseguem compreender mais o conteúdo dessa maneira então para mim o uso das tecnologias favorece muito aprendizagem dentro da sala de aula.

[P1]

Por se tratar de algo que está diariamente no ambiente deles, eles conseguem lidar bem quando as tecnologias são inseridas na aula, portanto, acredito que elas auxiliam e permitem um melhor processo de ensino e aprendizagem. [P3]

Com base em falas como essas, foi possível comprovar que as TDIC muito mais ajudam do que dificultam as aulas – como costumeiramente acreditam –, de modo que a opinião de os educandos se mantém uniforme entre todos os sujeitos, no qual o P2 também opinou acerca, com um pouco mais menos ênfase, mas comentando que os educandos têm desenvoltura no que se refere às tecnologias digitais em sala de aula, por isso, é importante buscar novas metodologias para agregar as TDIC ao ensino literário.

Além disso, baseando-se nos dados levantados, percebe-se que a inserção das tecnologias digitais de informação e comunicação em sala de aula é algo a ser analisado, uma vez que traz inúmeras possibilidades e, mais ainda, todos os professores entrevistados possuem a mesma opinião quando se trata sobre a importância delas para a educação, no qual concordaram que as TDIC contribuem

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118 para a aquisição do conhecimento por se tratar de algo inerente ao dia-a-dia deles, como destacam P1 e P4, visto abaixo:

O conhecimento é construído no dia a dia do aluno e essas vivências com algo novo favorece o conhecimento e crescimento do mesmo. Ver um filme, poder conhecer outras culturas, ver uma orquestra. Coisas que talvez eles não vivenciassem na sua vida ou no lugar em que vivem. [P1]

Sim, (utiliza as TDIC) principalmente nas aulas de literatura, difícil (o processo de adaptação), mas, aos poucos tanto nós professores como os alunos percebemos que é uma ferramenta que facilita no ProcessoEnsino -Aprendizagem. [P4]

No entanto, em relação ao papel que as TDIC apresentam dentro da sala de aula, que muitas vezes ainda esbarra no modelo de ensino tradicional, no qual ainda é reconhecido somente o educador como o sujeito principal dentro do ambiente escolar e, por ser assim, muitos não veem necessidade de manterem-se atentos às transformações. Nesse caminho, P1 expõe que ainda há professores que têm resistência em acompanhar as evoluções tecnológicas, enquanto P2 reitera o porquê o professor deve acompanhá-las, vejamos:

Ainda há muita resistência (em usar tecnologias digitais) por parte de alguns para fazer uso. [P1]

A sociedade não é estática, ela está sempre em constante transformação, portanto nosso público-alvo, ou seja, os alunos também se transformam. [P3]

Outro fator apontado por todos os professores participantes, como o principal desafio a ser combatido para o docente nos tempos atuais, é o desinteresse dos alunos. Sendo assim, o educador tem um novo papel no atual cenário, em que é preciso repensar suas abordagens metodológicas. E mais que isso, segundo Florian (2013, p. 03), “é necessário que ao estar diante de uma mudança de paradigma, o docente busque meios alternativos para atingir o aluno no processo de ensino [...]. Pois, precisa-se retornar à atenção dos educandos para o processo de ensino e aprendizagem deles.

De acordo com os educadores entrevistados, as TDIC tornam as aulas mais dinâmicas, pois resinificam as práticas de ensino massivas, como observa-se nas falas abaixo:

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Contribui para a construção do conhecimento principalmente pela dinamização dos conteúdos. [P2]

Percebo que a aula fica mais dinâmica quando utilizo a meu favor o uso do celular que estão com eles para ver alguma música, vídeo no youtube entre outras coisas, percebo que assim, eles têm mais vontade de participar. [P3] Os alunos prestam mais atenção nas aulas, portanto aprendem mais. [P4]

Nesse caminho, cabe ainda ressaltar que, embora estes professores tenham usado os mais variados recursos dentro de sala de aula como WhatsApp, Internet, e-mails, celular, computador, entre outros. 02 (dois) deles confessaram que algumas vezes ainda têm dificuldades de manusear ou entender algumas tecnologias digitais, em especiais os de maiores idades. Portanto, percebe-se a necessidade de buscar novas metodologias e práticas acerca de novas metodologias que vão integrar as TDIC ao ensino dentro de sala de aula, por isso, Florian (2013, p. 03) menciona que “[...] faz-se necessário que, ao professor, seja oferecido curso de formação para que ele possa utilizar a tecnologia em sala de aula efetivamente, e não fique à mercê dela”. Sendo assim, para que se possa aliar as tecnologias digitais ao ensino literário ou qualquer outra prática pedagógica é importante que haja uma formação continuada com educadores, uma vez que as transformações acontecem constantemente. Desse modo, através dessa formação, o professor tem a possibilidade de ressignificar de inúmeras formas a sua práxis pedagógica, mantendo-se sempre atualizado com as mais diversas formas de ensino.

Para finalizar a discussão com os professores sobre as TDIC em sala de aula, foi abordado o presente momento pandêmico no qual estamos inseridos, no qual a realidade são as aulas remotas. Nesse momento, interessou-se no que eles pensavam acerca do fato de que se as tecnologias digitais tivessem sido inseridas no currículo aos poucos nas metodologias de ensino, haveria menos ou mais dificuldades no atual processo de ensino e aprendizagem. As respostas foram unânimes, isto é, todos acreditam que se a mais tempo tivessem sido integradas ao ensino, agora teriam bem menos dificuldades, pois não haveria um longo processo de adaptação de ambas as partes.

Por mais que utilizássemos de algumas tecnologias digitais, ainda assim é um momento muito difícil para todos nós. Principalmente para aqueles estão em momento de adaptação ao uso delas. Em vez de continuar ao andamento das aulas, tivemos em muitos momentos que aprender e ensinar como mexer nas plataformas digitais. [P3]

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Pegou todos de surpresa, obrigando a todos a lidar com algo diferente e de difícil acesso para muitos. [P4]

Percebe-se, então, que a maior dificuldade das tecnologias digitais é o processo de adaptação, no qual todos os professores expressaram que a maior dificuldade é ter que aprender/ensinar como manusear recursos digitais que foram e ainda está sendo essencial nesse novo modo de ensino, que são as aulas remotas. Uma vez que, de repente, os professores tiveram que se reinventar, porque por mais que o coronavírus tenha ocasionado as aulas remotas, no qual o ensino tornou-se em sua maior parte mediado pelo uso de tecnologias digitais, ainda assim, os princípios da educação presencial são muito marcantes, não se tornando Ensino à Distância – EAD, mas somente uma ramificação da sala de aula presencial.

4. Concepções dos alunos acerca da integração das TDIC na aula de Língua portuguesa

As questões apresentadas aos alunos sobre a integração das TDIC nas aulas de português mostraram como estas tecnologias estão presentes no cotidiano da turma e como se dá sua utilização. Logo, indagou-se sobre o acesso à internet e a tecnologias digitais de informação e comunicação em casa, em que todos os participantes afirmaram fazer uso de alguma tecnologia digital. Como justificativa, os alunos apontaram o uso para comunicação com amigos ou parentes e realização de atividades escolares.

Posto isto, Leonardo (2017) afirma que:

[...] o comportamento dos jovens tem se modificado e, aos poucos, evidenciado a necessidade de novas estratégias didáticas, que tomem como ponto de partida o desenvolvimento de potencialidades que a presença da tecnologia tem propiciado (LEONARDO, 2017, p. 34).

Portanto, o uso de tecnologias nas práticas pedagógicas tem se mostrado ser um recurso viável, pois, ainda que seja de forma sucinta, os educadores já fazem uso de algumas tecnologias digitais em suas aulas, de modo que quando questionados se o professor utiliza TDIC que facilitam o processo de ensino e aprendizagem nas aulas de língua portuguesa, 04 (quatro) sujeitos responderam “sim, sempre” e somente um aluno disse que o professor não utiliza tecnologias em suas aulas.

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121 Considerando as respostas obtidas, observa-se que a inserção das tecnologias em sala é um meio didático que pode ser utilizado de modo dinâmico e que nem todo os professores fazem uso de tais tecnologias em suas aulas. Assim, pode-se inferir que este professor que não faz uso de tecnologias em suas aulas é um profissional mais adepto ao ensino tradicionalista, que tem como principal ferramenta de ensino o livro didático.

Quanto à aprendizagem, foi indagado aos alunos voluntários se eles acreditam que utilizar tecnologias digitais facilitam o seu aprendizado nas disciplinas de língua portuguesa e literatura. Sobre isso, Kenski (2010, p.45) diz que “quando bem utilizadas, provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado”. Este pressuposto se confirma com as falas dos sujeitos A1 e A2, apresentados a seguir:

Sim, a tecnologia é usada afins de bem maior, voltados para o conhecer. Utilizamos o acesso para aprimorar os nossos saberes. Podendo reunir fatos de depoimentos de pessoas influenciadas, para um debate coerente com a turma. [A1]

Sim, porque acaba oferecendo materiais mais completos. [A2]

Com base em falas como essas, comprovou-se que as TDIC como instrumento de ensino facilitam a aprendizagem dos discentes, de modo que a opinião de todos os alunos foi positiva acerca da utilização destas tecnologias nas atividades propostas. No entanto, cabe ressaltar que o êxito dos exercícios desenvolvidos em sala de aula só é possível quando as práticas pedagógicas, aliadas as TDIC, são bem pensadas.

Ademais, quando questionado sobre quais recursos já foram utilizados nas aulas de língua portuguesa, vários instrumentos foram marcados, tais como: WhatsApp, internet, gmail, celular, youtuber e tablete. Das alternativas dispostas, apenas o notebook não foi marcado por nenhum dos voluntários. O fato de nenhum dos alunos participantes dessa pesquisa ter acesso ao notebook indica uma questão socioeconômica, pois o celular tem sido bem mais acessível e dispõe de funcionalidades semelhantes à do notebook.

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122 Sobre a literatura, foi questionado aos alunos se eles acreditam que se o professor buscar estratégias que associam as tecnologias digitais ao ensino literário, a aprendizagem seria mais satisfatória.

Em resposta os sujeitos A1 e A2 dizem que:

“Sim, O acesso a livros para utilizarmos nas aulas, ficaram mais de obtermos”.

[A1]

“Sim, o acesso aos livros para utilizarmos nas aulas, ficaram mais fáceis de obtermos, assim, facilitando quem não tem acesso aos livros físicos”. [A2]

O avanço das tecnologias digitais de informação e comunicação abriram um leque de possibilidades, tornando possível o acesso rápido e fácil a livros literários. Com base nas falas acima é possível observar o quão importante é essa acessibilidade, pois nem todos os alunos tem poder aquisitivo para compra de livros físicos. Neste sentido, foi indagado quais aplicativos ou ferramenta tecnológica os educandos conheciam para o auxílio ou incentivo à leitura. 02 (dois) alunos, A2 e A5, prontamente responderam que até então não conheciam nenhum, enquanto os outros afirmaram ter conhecimento de alguns apps.

Wattpad, conheço o aplicativo a três anos, e tem me ajudado muito a encontrar livros para leitura em classe, e por laser mesmo. [A1]

Sim, conhecia só um que era Amazon Kindle. [A4]

Diante disso, é possível observar que nem todos tinham conhecimento da existência de aplicativos de leitura que ofertam livros grátis, uma vez que os entrevistados A2 e A5 afirmaram não conhecer nenhum aplicativo que auxilia ou incentive a leitura. Estas respostas levantam um ponto importante que é a utilização inadequada de tecnologias e a falta de interesse em informações e matérias mais relevantes. Sobre isso, Kenski (2010, p. 46) assevera que “o professor que vai auxiliar você na busca dos caminhos que levem a aprendizagem [...]”.

Em conformidade a isso, Araújo & Vilaça (2016) destacam que:

O profissional da educação deve provocar questionamentos no aluno, levando-o a buscar suas respostas desejadas. Transformar informação – ou conteúdo – em conhecimento é um desafio crescente. Afinal, se antes o professor era o portador de informações e conteúdo, o cenário – especialmente o provocado pelas tecnologias móveis – mudou (ARAUJO & VILAÇA, 2016, p. 226, grifo no original).

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123 Desse modo, vê-se que é por isso que a mediação do professor e a utilização adequada desses recursos em sala é tão importante, considerando o fato que nesse novo cenário social as informações circulam de forma cada vez mais acelerada devido as tecnologias digitais. Além disso, ressalta-se que o ambiente escolar deve estar em alerta para sempre acompanhar as transformações recorrentes desses avanços.

Sobre esta perspectiva, foi questionado aos alunos se diante do momento atual em que estamos vivendo - uma pandemia -, teria como as aulas continuarem sem o auxílio das TDICs e, ainda, se o ensino remoto contribuiu de alguma forma para o seu aprendizado em língua portuguesa.

Sobre a continuidade das aulas, foram proferidas as seguintes respostas:

Não, sendo honesta, algumas matérias tiveram melhorias de aprendizagem agora, durante a pandemia. Outras, como as de Física e matemática, houve-se um impacto pela minha dificuldade nelas. Entretanto, a plataforma atual está sendo de uso adequado. Caso que volte as aulas presenciais, gostaria que continuasse com a plataforma, por causa da criatividade que alguns estão tendo para aprender e ensinar. [A1]

Não, porque sem o auxílio das TDICs não seria possível acessar as atividades online e os vídeos aulas. [A2]

Não, está ajudando bastante sem ele não tinha como estudar à distância. [A3]

O voluntário A4 concorda que o ensino não continuaria sem o auxílio das TDICs. No entanto, afirma que há uma carência no acompanhamento individual em relação a algumas atividades, como pode ser observado na fala abaixo:

Não, para ser sincero, vejo a falta de compromisso de vários professores e em auxiliar e muitos dos alunos precisam de uma atenção especial nessa questão. [A4]

No mesmo caminho, o voluntário A5 diz acreditar que sim, isto é, que o ensino poderia continuar sem o auxílio das TDICs, porém, não soube explicar o motivo. As repostas apresentadas sobre a contribuição do ensino remoto, para o aprendizado de língua portuguesa foram todas positivas, o que significa que, de uma forma ou de outra, todos os alunos concordam que o ensino remoto contribuiu com suas aprendizagens, bem como pode ser observado com os depoimentos a serem apresentados:

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124

Sim está, como gosto de ler e analisar com as minhas próprias palavras e formar uma teoria de como eu cheguei a uma conclusão, o meio atual de aprendizagem está me acostumando a buscar mais informações para formular um texto mais coerente e apresentável [...]. [A1]

Sim, porque através da tecnologia digital eu posso buscar informações em vários sites e assim obtendo várias informações o que ajuda no meu conhecimento, no meu vocabulário e na minha escrita. [A2]

Quando o voluntário A1 diz que o ensino remoto está acostumando-o a buscar mais informações é possível observar que um dos objetivos desta proposta foi alcançado, uma vez que ao procurar novas informações para a formulação de texto, o sujeito exercita o hábito de selecionar suas leituras, bem como sua criticidade literária. Portanto, é possível perceber o quanto as TDICs têm ajudado os alunos em suas atividades escolares e o quão importante está sendo a realização destas atividades, mesmo que de forma remota, pois trata-se de uma turma de 3° ano, com alunos que estão se preparando para ingressarem futuramente em universidades e, para tanto, a continuidade das aulas tem sido fundamental.

5. Considerações finais

O presente trabalho teve por objetivo propor reflexões para que haja um melhor processo de ensino e aprendizagem na incorporação das TDIC como recurso didático para o ensino literário no ensino médio, pois é cada vez mais necessário formar leitores críticos e reflexivos. É evidente que há muitas dificuldades no ensino de Literatura nas escolas, o que se tornou motivo de apreensão em boa parte dos educadores e do sistema educacional como um todo.

No entanto, não é tão simples chamar a atenção dos alunos para diferentes obras literárias, uma vez que as instituições, em grande parte, abordam obras literárias como um conteúdo mecanizado e os educandos se veem obrigados a ler para obtenção de nota e não por prazer ou como mecanismo de modificação da realidade social. Nesse momento, as TDIC entram em cena, como uma forma de dinamizar o ensino literário, oportunizando, assim, a compreensão da literatura como prática social.

Diante das observações e questionários realizados, para que se pudesse resolver a questão sobre como aliar uso das TDIC ao ensino da Literatura, foi possível observar por meio desta pesquisa, o quanto é complicado o objeto de estudo

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125 selecionado e quão relevante é ver os pontos de vista dos sujeitos participantes do processo de ensino e aprendizagem: Professor e aluno. Pois só assim pode-se começar a compreender a práxis pedagógica e os elementos que a norteiam dentro e fora de sala de aula.

As opiniões dos educadores apontam que as TDIC tanto contribui como enriquece o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, colaborando e auxiliando na prática pedagógica como a hipótese levantada pela vigente pesquisa. No entanto, estas tecnologias devem ser inseridas aos poucos, respeitando a realidade dos alunos, pois é errôneo afirmar que todos eles já têm acesso a diferentes tipos de Tecnologias Digitais.

Com isso, viu-se que os professores já utilizavam, mesmo que timidamente, as tecnologias digitais nas suas aulas de língua portuguesa e literatura. No entanto, os de idades mais acrescidas atestaram ainda sentir algumas dificuldades ao manusear/utilizar essas tecnologias em alguns momentos. O atual período de pandemia causado pelo Covid-19, pegou vários setores de surpresa, desde os mais básicos até os mais complexos. Com o risco de contágio por aproximação e a necessidade de distanciamento social, as atividades sociais foram suspensas e as escolares tiveram que parar seu funcionamento por tempo indeterminado, deste modo, as aulas remotas surgiram como uma alternativa de ensino possível em meio a uma pandemia, apresentando a necessidade de estar pondo em constante contato o processo de ensino-aprendizagem e as tecnologias digitais de informação.

6. Referência bibliográficas

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(21)

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Referências

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