Modelos Nucleares
Modelos Nucleares
Modelos Nucleares
Modelos Nucleares
- Evidência dos “números mágicos”
- Modelo do Gás de Fermi (incompleto)
- Modelo Em camadas
- Referência a rotações e vibrações;
modelo colectivo (incompleto)
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Números mágicos
São várias as manifestações de que certos números de nucleões (2, 8, 20, 28, 50, 82 e 126) garantem estabilidade especial aos sistemas que formam: - abundância dos elementos
- número de nuclidos estáveis para dado valor de N ou Z - energias de ligação do “último” nucleão
- secção eficaz de captura de neutrões - defeito de massa
- raio nuclear
Por semelhança com a física atómica, toda esta evidência faz crer que a estabilidade nuclear seja determinada por um modelo nuclear em camadas
Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas
Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas -- EvidênciasEvidências Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas
Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas -- EvidênciasEvidências
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Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas
Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas -- EvidênciasEvidências Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas
Números “Mágicos” e Estrutura em Camadas -- EvidênciasEvidências
Energia das partículas alfa emitidas por nuclídeos de Rn
Variações de raio com ∆∆∆∆N=2
4 Secção eficaz de captura de neutrões
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Evidência para uma estrutura não contínua
Virtudes
Virtudese e defeitosdefeitosdo do modelomodelo dada gotagota líquidalíquida
5 Apesar de permitir
-- previsõesprevisões valiosasvaliosas de de massasmassas, e , e energiasenergias de de ligaçãoligação -- intuirintuir característicascaracterísticas fundamentaisfundamentais dada interacçãointeracção NN--NN, , ficam por explicar coisas como…
-- spin e spin e paridadeparidade dos dos estadosestados nuclearesnucleares -- existênciaexistência de de momentosmomentos magnéticosmagnéticos -- númerosnúmeros mágicosmágicos
-- valoresvalores dos dos coeficientescoeficientes dada FSEMFSEM -- densidadedensidade nuclearnuclear
Modelo em Camadas
Modelo em Camadas -- fundamentosfundamentos Modelo em Camadas
Modelo em Camadas -- fundamentosfundamentos
“Keep it simple !”
Cada nucleão sente um POTENCIAL MÉDIO
Tal potencial deve poder representar-se por um poço
Nesse potencial cada partícula ocupa um estado (uma “órbita”) - Proponha-se um potencial simples adequado
- Resolva-se a equação de Schroedinger
- Preencham-se os sucessivos níveis com Z“p” e (A-Z)“n” - Será que vamos encontrar os números mágicos ???
O Modelo em Camadas revela
O Modelo em Camadas revela--sese--nos !nos ! O Modelo em Camadas revela
O Modelo em Camadas revela--sese--nos !nos ! Apesar da simplicidade (… ou graças a ela ?)
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Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Os Ns são fermiões (s=1/2) sujeitos a um campo médio comum mas não interagem entre si.
• Matematicamente é resolúvel de forma exacta; resolve-se o problema para uma partícula e vão-se juntando sucessivas partículas no estado onde caibam (Pauli)
• Fisicamente descreve de forma aceitável um sistema no estado fundamental (todos os estados possíveis preenchidos até EF)
INGREDIENTES
• Poço de potencial (cúbico) de extensão R • V (r<R) = - V0; V (r≥≥≥≥R) = 0
• Parede de altura infinita (impenetrável) em r=R • Dentro do cubo, fermiões livres
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
• Eq de Schroedinger independente de t • A uma dimensão • Solução geral • Condições fronteiras 9 2 2 2 2 2 2 i i E E m m x ∂ Ψ − ∆Ψ = Ψ ⇔ − = Ψ ∂
∑
ℏ ℏ 2 2 2 ( ) ( ) ( ) ( ) 2 X EX com r X x Y y Z z m x ∂ − = Ψ = ⋅ ⋅ ∂ ℏ exp( ) exp( )(cos( ) sin( )) (cos( ) sin( ))
2 / X A ik x B ik x A k x i k x B k x i k x com k mE λ λ λ λ λ λ λ λ λ λ λ = + − = = + + − = ℏ ( ) ( ) ( ) 0 / 2 X x =Y y =Z z = para x= = = ±y z a Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
• Soluções para a direcção xx’ 1 cos( ) cos( ) 2 2 1, 3, 5,... 0, 2, 4,... i X k x X k x a a com k e a λ λ λ λ λ πλ λ λ + + − − ± ± + − = = = = = • Energias
(
)
2 2 2 2 2 2 2 2 De 2 / 1 1, 2, 3,... 2 2 2 1 2 x x x y z x y z k mE E k m m a E E E E m a p m λ λ π λ λ π λ λ λ = = = = = = + + = = + + ℏ ℏ ℏ ℏPpequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
O resto do tratamento do Modelo do Gás de Fermi do núcleo
encontra-se no livro Física Nuclear, de Teo Mayer Kuckuk, pags. 61- 69
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Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
Ppequeno
Ppequeno desvio: desvio: O modelo do Gás de O modelo do Gás de FermiFermi
• Eq de Schroedinger independente de t
Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– de novo os princípiosde novo os princípios Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– de novo os princípiosde novo os princípios
Cada nucleão sente um POTENCIAL MÉDIO em que ocupará “uma órbita” e “não sente” os outros
Forma possível do potencial
13 - Só possível perante
i) respeito pelo princípio de Pauli,
ii) todos os sucessivos estados com Ei<Emaxocupados
V(r) =
V(r) = -- V(0)/(1 + e
V(0)/(1 + e
(r (r –– R)/aR)/a)
) [
Potencial
Potencial de Saxon
de Saxon--Woods
Woods
]
com V(0) ~ 60 MeV, R ~ 1.25 x A1/3fm, a ~ 0.65 fm
(OBS.: valores retirados da análise de experiências de scattering) Tal potencial, a separação de ΨΨΨΨ=Rnl(r) Ylm(θθθθ,ϕϕϕϕ), e a introdução no
potencial de um termo centrífugo no potencial, levam à escrita de
… etc.
Este capítulo segue o Williams, Nucl. and Particle Physics, mcap.8 (pp. 131-157)
Nestas condições, a resolução (… aproximada, para potencial rectangular) da eq de Schroedinger leva à seguinte sequência de estados
Claramente os “números mágicos” que procurávamos eram bastante diferentes…
2, 8, 20, 28, 50, 82 e 126
E a diferença não é atenuada com a correcção da forma do potencial … Estado 1s 1p 1d 2s 1f 2p 1g 2d 3s
2(2+1) 2 6 10 2 14 6 18 10 2
Total 2 8 18 20 34 40 58 68 70 Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– os primeiros resultadosos primeiros resultados Modelo em Camadas
15 Sabemos as características a exigir ao potenciais
O de Woods-Saxon tem decerto virtudes: - Profundidade finita
- Reproduz a interacção N-N de curto alcance
i) um valor médio a evoluir como a densidade ii) plano no meio (nucleões rodeados por outros) iii) sobe nos bordos (para lá da fronteira, nada!)
Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas R≈ raio nuclear d≈ espessura da parede 16 Sabemos separar as variáveis …
E lembrando a relação dos nºs quânticos l e m (associados aos esféricos harmónicos ) entre si [l = 0, 1, 2 …; lz<m ; -l<m<l ; L2∴l(l+1)ħ2] resulta para U(r)
Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas ( ) ( ) m( , ) [ ( ) / ] m( , ) l l r R r Y θ ϕ U r r Y θ ϕ Ψ = = 2 2 2 2 2 ( ) ( 1) ( ) ( ) ( ) 2 2 U r l l V r U r E U r M r Mr ∂ + − ∂ + + = ℏ ℏ Notar a “barreira de momento angular” e observar na figura ao lado as suas consequências . A função U(r)=rR(r) (cujo quadrado dá a densidade de probabilidade radial) aparece representada a tracejado
Oct 2006, Lectures 4&5 17
• Também sabemos resolver o problema para potenciais diferentes “clássicos”, obtendo diferentes resultados ... não satisfatórios
Coulomb
Quadrado de
paredes infinitas Harmónico V(r)=1/2M ω2r2 Nos mágicos 2 8 20 28 50 82 126 Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas
Nas distribuições anteriores notamos
- Nomenclatura espectroscópica (nl): l=0,1,2,3,… s,p,d,f,… - Unidades arbitrárias para paredes infinitas e oscilador harmónico - Degenerescências em n, típicas do potencial de Coulomb
- 1s, 1p e 1d como níveis mais baixos em paredes infinitas e oscil. harm. - Separação de ħωentre níveis sucessivos, de acordo com Enl=(2n+l+1/2)ħħħħωωωω
- … Mas os números acumulados de nucleões são insatisfatórios.
- De acordo com observaçães anteriores a propósito da “barreira centrífuga”, parece que, ao empurrar para fora os estados de l superior, acaba por fazê-los subir em energia; a cura para tal passará por truncar o potencial, permitindo que as f.d.o. penetrem (um pouco) na barreira, baixando os correspondentes níveis de energia, tanto mais quanto maiores sejam os respectivos l;
- Esta evolução está representada no esquema da página seguinte.
Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas
19
Nem mesmo o pot.
W-S (“reasonable”) acerta os nosmágicos!
Para além do acerto
em energia, é preciso criar mais estados de elevado
Ideia: spin-orbit
coupling “à la atomic”
Mas um acoplamento
magnetico será decerto muito fraco...
O potencial N-N tem
uma componente spin-orbital
Dentro do núcleo os
efeitos dos pares anulam-se Na periferia o efeito será máximo Quanto maior L, maior o splitting! Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas Modelo em Camadas 20 Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– termo LStermo LS Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– termo LStermo LS
Só em 1949 é que Maria Goeppert Mayer e Johannes Jensen (Prémio
Nobel 1963, c/ Eugene Wigner) propuseram acrescentar ao potencial
um termo de “spin-orbit coupling“, da forma V(r).s que é:
- atractivo para j = l+ 1/2 (le s paralelos)
21 Alterações:
i) Efeito maior na periferia, onde o potencial varia mais depressa:
ii) Acrescentar ao potencial a correcção spin-orbital
i) Acontece que W(r) deve ser negativo, para reproduzir as observações,
resultanto o nível j=l+1/2 abaixo de j=l-1/2
π → + = − = = − + = ≈ ≈ = 2 LS LS 1 `3 0 0 ( ) ( ) ( ) 1 ( ) com: ( ) V V ( ) 1 ( ) (Woods-Saxon) 1 exp ; 1.2 ; 0.75 "espessura da casca" LS nucleão V r V r W r L S dV r W r V m c r dr E V r r a d a R A R fm d fm i ℏ 1 ( ) ( )
dV r
W r
r
dr
∼ Modelo em CamadasModelo em Camadas –– termo LStermo LS Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– termo LStermo LS
• “Bons” números quânticos antes do termo LS: – l, lz & s=½ , szdos operadores L2, L
z, S2, Sz
– Eigenvalues : l(l+1)ħ2, s(s+1)ħ2, l zħ, szħ
• Termo LS exige operadores que comutem com o novo hamiltoniano, H – J=L+S & Jz=Lz+Szcom os números quânticos j, jz, l, s
• Para fermiões, s=½, resulta j=l+½ ou j=l-½ (l ≠0) • Eigenvalues de LS [Notar que LS= ½ (L+S)2-L2-S2 ]
– ½[j(j+1)-l(l+1)-s(s+1)]ħ2
• Consequências para o potencial:
– V(r) + ½lħ2 W(r) para j=l+½
– V(r) - ½(l+1) ħ2 W(r) para j=l -½
OBS.: Nota-se este splitting assimétrico no slide 19 (... não é evidente!) Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– termo LStermo LS Modelo em Camadas
23 Notas:
1 – Não haverá um mas sim dois poços de potencial distintos: para neutrões e para protões
2 – A forma do poço depende do tamanho do núcleo
- daí resultarão desvios à medida que se vão adicionando nucleões; …
- é pouco prático (embora possível) desenvolver um poço diferente (um potencial diferente) parta cada núcleo…
3 - Assim, é mais significativa a previsão dos números mágicos do que a exacta localização dos níveis de energia
4 – Bastante seguro é també, observar propriedades dos estados fundamentais, bem como os casos de núcleos com “camadas fechadas” (simplesmente – só N ou só Z mágico – ou duplamente fechadas – N e Z mágicos)
Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– que resultados?que resultados? Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– que resultados?que resultados?
24 O momento angular total dum núcleo designa-se por SPIN NUCLEAR = Jtot
Regras para obterJtot
i) Dois nucleões idênticos num mesmo nível (n,l,j) emparelham os spins
de modo a resultar Jpar= 0. Consequentemente:
• Jtot(par-par, no estado fundamental) = 0
• Jtot(A_ímpar, portanto c/ 1 nucleão desemparelhado) = = J(nucleão desemp.)
Obs.:É necessário dispor dum modelo em camadas suficientemente preciso par prever o nível que ocupa o nucleão desemparelhado…
ii) Não há regra para combinar os spins de dois nucleões desemparelhados, mas observa-se
|Jn_desemp.-Jp_desemp.| < Jtot(ímpar-ímpar) < Jn_desemp. +Jp_desemp.
Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– SpinSpin Nuclear (previsões) Nuclear (previsões) Modelo em Camadas
25 Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– Paridade (previsões)Paridade (previsões) Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– Paridade (previsões)Paridade (previsões)
OPERAÇÃO PARIDADE ( ) ( )
OPERADOR PARIDADE ( ) ( )
Funcão PAR ( ) ( )
Funcão ÍMPAR ( ) ( )
Paridade da f.d.o. de partícula única (-1) Paridade da f.d.o. dum sistema de partículas
i l i sistema A nuc r r P r r P r r P r r P P Ψ = ± Ψ − Ψ = Ψ − Ψ = + Ψ Ψ = − Ψ Ψ = Ψ intrinseca 1, 1, intrinseca 1, ( ) ( )
Paridade intrínceca dos nucleões ( ) 1
Consequentemente (-1)i leões i i i i A i A i l sistema A nucleões i A P nucleão P nucleão P nucleão P = = = Ψ = Ψ = + =
∏
∏
∏
Previsões:P(par-par, estado fundamental) = +1 ⇐pares de nucleões em todos os níveis P(A_ímpar, estado fundamental) = P(nucleão desemparelhado) ... desde que
conhecido
P(ímpar-ímpar) = ?(não previsível)(*) Ex.: 147N, j=0 ou 1; Paridade é +1
Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– LIMITAÇÕESLIMITAÇÕES Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– LIMITAÇÕESLIMITAÇÕES
•
Não prever spin e paridade dos núcleos ímpar-ímpar significa não ser
um modelo acabado da interacção spin-orbital
•
Por isso, dá maus resultados a respeito dos momentos magnéticos
nucleares
•
Como
–
usa um “poço” de potencial para todos os núcleos
–
Ignora existirem protões e neutrões em “poços” distintos, com
formas diferentes
não consegue prever com precisão os níveis de energia
•
Consequentemenmte faz previsões grosseiras (de configurações e
energias de excitação) que pouco mais são do que “educated guesses”
feitas a partir das configurações dos estados excitados de energia
mínima.
27 Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– Estados excitadosEstados excitados Modelo em Camadas
Modelo em Camadas –– Estados excitadosEstados excitados
•
A vida (do modelo) não é simples...
Há soluções mais “baratas” do que a excitação de um nucleão único; p.ex., um par de nucleões ! 28 Modelos …
Modelos … –– outras situações exigem outros pressupostos outras situações exigem outros pressupostos Modelos …
Modelos … –– outras situações exigem outros pressupostos outras situações exigem outros pressupostos
•
A vida (do modelo em camadas) não é simples...
Afinal os núcleos esféricos rodam; e não como um corpo rígido - o desvio depende de J ! ... E mais: os núcleos também vibram !! Williams, págs.151-157)