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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES E SISTEMAS DE COMPLIANCE

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Academic year: 2021

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES E SISTEMAS DE COMPLIANCE

Resumo: Com o advento das políticas neoliberais e a expansão tecnológica, a crise do

capitalismo tornou-se latente. Diante desses fatos, foi necessária uma profunda política interventiva, a qual apoiou, sobremodo, às atividades empresariais de cunho privado. Todo esse processo demonstrou as fracas estruturas empresariais, haja vista que, na grande maioria das vezes, encontra-se uma nítida distância entre os acionistas de uma sociedade empresária, com os seus líderes e administradores, fazendo com que seja necessário implantar um verdadeiro sistema de fiscalização e regulação, demonstrando a necessidade de uma política de implantação dos programas de Compliance, os quais têm o objetivo de analisar e corrigir todos os atos existentes na empresa, para que dessa forma a sociedade tenha a segurança necessária com as práticas empresariais da organização. Com efeito, as ações empresariais devem ser realizadas sob a mais absoluta ética e honradez, fazendo com que as ações gerenciais sejam pautadas na equidade. Destarte, o objetivo dessa pesquisa é analisar as ações gerenciais, demonstrando que a mesma deve ter o foco nas ações de monitoramento das novas gerações, fazendo com que os gestores se adaptem à nova realidade social. A metodologia da pesquisa será predominantemente a revisão bibliográfica, através do levantamento de teses e análise de trabalhos científicos, acerca do tema, o qual se mostra desafiador para as futuras gerações.

Palavras-Chave: Gestão, Ética, Globalização. 1. Introdução

Analisando a sociedade moderna, constata-se que a mesma tem passado por intensas mudanças sociais, fazendo com que os padrões exigidos para a segurança jurídica dos povos sejam alterados frequentemente. Diante desse aspecto, com o surgimento de novas formas de tecnologias, é preciso analisar o processo histórico da sociedade, estudando a trajetória do Direito Econômico, pois, com a evolução tecnológica, as relações humanas passaram a ser observadas sob uma nova ótica, de acordo com as regras da chamada sociedade de risco.

É fato que novas necessidades ocorreram com o advento do capitalismo, de forma que o Estado tomou uma posição diante da dominação do corporativismo em detrimento dos empregados, da classe trabalhadora e da sociedade em si. Desse modo, os mecanismos controladores feitos pelo Estado foram instalados, regulando a maioria das atividades e relações econômicas. A partir desse momento, aumentaram-se as indagações acerca de buscas relacionadas a entidades e institutos que oferecessem maior proteção para toda a sociedade, em detrimento das práticas realizadas dentro das empresas.

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Nesse instante, ocorreu uma maior ênfase ao tratamento e prevenção de qualquer tipo de desvio empresarial, dando seguimento ao instituto dos programas de Compliance. Os requisitos exigidos para as pessoas jurídicas de Direito Privado passaram a ser rígidos, no sentido de que as mesmas deveriam obedecer ao interesse de uma coletividade, com normas semelhantes ao Direito Administrativo, uma vez que, se ocorrer atos de corrupção e fraudes em qualquer organização, toda a sociedade sofrerá as consequências em tempo veloz.

Não é em vão que a cobrança e as exigências de que a pessoa jurídica ande em probidade tem aumentado a cada dia, de forma que o aspecto ligado à responsabilidade da pessoa jurídica ganha novos ares, fazendo com que a ética prevaleça nas relações atuais e seja requisito para negociações nas futuras gerações. Diante dos fatos, percebe-se que com o advento da globalização, o Direito Econômico passou a evidenciar novas demandas, sobrevindo a necessidade da implantação de corretas normas de organização corporativa, as quais devem ser seguidas à risca, de modo a combater toda forma de corrupção e proporcionar o bom andamento social.

Assim, o primeiro capítulo dessa pesquisa busca pontualmente analisar a crise econômica mundial e o advento da globalização, analisando o impacto social e empresarial. Em seguida, foram pesquisados os aspectos concernentes à governança corporativa e o papel dos programas de Compliance nas organizações, aliado ao comportamento das novas gerações de gestores, a fim de compreender como os mesmos poderão lidar com os diferentes problemas que a sociedade irá enfrentar nas gerações futuras. Somente gestores capacitados e que seguem as regras morais e éticas conseguirão subsistir na nova realidade, sendo esse um verdadeiro desafio, possível de ser cumprido.

2- Os sistemas de gestão e o processo de globalização

Para ser estudado o processo de gestão concebido na atualidade, é preciso analisar o desenvolvimento do capitalismo em todos os seus detalhes, uma vez que o mesmo tem passado por intensas transformações ao longo dos anos. Assim, faz-se necessário analisar sua trajetória em todo o seu núcleo inicial, haja vista que a junção das práticas capitalistas norte-americanas, bem como a atuação de outros países, tornou o capitalismo um fenômeno considerado único na atualidade.

Foi necessária a implantação de uma nova realidade no país, momento em que a intervenção foi concretizada a fim de buscar o chamado bem estar social. Muitos atores

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acreditam que o Estado tem a plena capacidade de driblar o processo de globalização como se verifica a seguir:

Globalização é um mito que exagera o peso e o alcance das forças econômicas de âmbito internacional. Os Estados nacionais, sobretudo nos países bem-sucedidos, não estão indefesos diante de processos econômicos "globais" incontroláveis ou irresistíveis.

Ao contrário do que sugere o fatalismo associado à ideologia da globalização, o desempenho das economias e o raio de manobra dos governos continuam a depender

crucialmente de escolhas nacionais.

O fascínio da "globalização" é revelador do estado de prostração mental e desarmamento intelectual em que encontram países como o Brasil. Para superá-lo, poderíamos começar por uma reavaliação do quadro externo e do papel dos Estados nacionais, desenvolvidos, sem inibições, a nossa própria concepção dos rumos que devem tomar as relações internacionais da economia brasileira( Junior Batista, 2005,p.52)

A ampliação nas estruturas organizacionais deve ser estudada previamente, mostrando que as empresas que buscam ganhar reconhecimento em nível mercadológico, são reconhecidas por suas práticas perante toda a sociedade( Bresser, 1998). Destarte o Estado é preferencialmente fortalecido ao criar as próprias políticas de acordo com suas necessidades locais, procurando blindar-se de qualquer eventualidade que possa acontecer e permitindo que toda a sociedade política se una ao elaborar as políticas públicas voltadas para os diferentes tipos de necessidades, quer seja dos povos, quer seja das empresas e organizações em geral que convivem nesse lugar.

2.1-Intervenção estatal no processo econômico

Sabe-se que todo plano econômico tem um objetivo específico até mesmo antes de sua implantação( Souza, 2005). Diante desse aspecto, após o surgimento do Direito Econômico, buscou-se uma exclusão das práticas abusivas e criminosas nesse âmbito, realizadas pelas empresas privadas, almejando o bom andamento do aparelho estatal, não somente em relação à observância do direito, mas em todas as suas nuances, inclusive os impactos econômicos advindos das normas, antevendo, assim, eventuais falhas a fim de atingir suas necessidades. Nesse sentido é viável a intervenção do Estado na vida econômica privada, em geral desde os tempos mais remotos, como apontado por (Huberman,1986)

Com efeito, sabe-se que tal processo não é atual, conforme já verificado pelo autor, o qual aduz que “na idade média, a intervenção era realizada mediante técnicas patrimoniais referentes ao direito de propriedade, intensificando com o surgimento das corporações de ofício”(Saddy,2009,p.106). Nesse sentido, sempre foi necessária uma força extra para proteger e organizar a economia privada, de forma a impedir que os interesses próprios ou de alguns

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sobrepusessem aos coletivos, necessários à manutenção da ordem e desenvolvimento do Estado.

Na geração atual, a política econômica mostra seus objetivos, contudo, apesar de todos os esforços, a intervenção do Estado na economia passou a ter maior controle social com o intuito de alcançar cada vez mais poder. Somado a esses fatores, o advento da sociedade de risco, tão aclamada por Ulrick Beck(2010), fez com que o Estado exercesse o papel de regulador da atividade econômica, fiscalizando e colocando as normas relacionadas ao planejamento. De fato, todo ato que gere interferências na sociedade, deverá ser objeto de intervenção do Estado, quer seja através da fiscalização e regulação, quer seja através de instituição de tributos e outras diversas ações, de forma que o Estado se encontra constantemente infiltrado nas organizações privadas.

Ademais, após o advento referente à crise capitalista, foi feita uma análise sobre as consequências de um Estado liberal, sem nenhuma interferência, mostrando que tal modelo de organização, aparentemente rentável, não traria tantos benefícios para a sociedade, apresentando várias falhas, dentre elas lacunas na mobilidade, além de questões referentes à transparência entre outros tipos de fatores prejudiciais( Nusdeo, 20080

Dessa forma, tem-se que o Estado deve garantir a liberdade econômica, porém, a intervenção na economia deve ocorrer para atender aos princípios voltados ao bem estar social, considerando que a administração não impede a liberdade de nenhum agente, devendo apoiar a clareza nas políticas públicas, de forma a beneficiar a sociedade empresária e todo o ambiente social em geral.

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3-Princípios básicos da governança corporativa

Ao serem analisados os aspectos relacionados à governança corporativa, constata-se que a mesma está ligada à conduta de uma empresa, que deve apresentar um modelo diferenciado na prestação de serviços.Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), define que a Governança Corporativa é:

o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum (IBGC, 2020)

Contudo, é possível perceber que inúmeras empresas possuem problemas relacionados à falta de ética por parte de seus integrantes, inclusive nos cargos de gestão e direção, incorrendo

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em fraudes em vários setores e prejudicando a empresa amplamente.Com efeito, malgrado a falta de compromisso com a companhia, por parte de muitos gestores, espera-se que estes sejam eficientes e implementem a governança de forma ética, uma vez que seus princípios devem ser sempre pautados em verdadeira responsabilidade com as normas e condutas devidamente estabelecidas.

É importante mencionar que as regras de governança corporativa devem ser seguidas em todos os tipos e espécies de empresas, tanto nas de capital aberto quanto nas de capital fechado, reconhecendo que toda decisão atinge vários agentes e esferas sociai( Andrade, 2006).Quando os princípios referentes à probidade são deixados de lado, os direitos dos acionistas não são protegidos efetivamente e os demais princípios básicos da governança corporativa passam a ser desrespeitados. Destarte, acerca dos princípios mencionados, cumpre salientar quais são, a propósito:

Transparência – Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização; Equidade – Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas; Prestação de contas (accountability) –Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis; Responsabilidade corporativa – Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazo( IBGC,20200

Todos esses elementos devem ser evidenciados na prática das corporações, com facilidade de informações para todo o público. É preciso que todos os membros de uma empresa sejam flexíveis em suas práticas, respeitando o ambiente cultural e fortalecendo uma verdadeira auditoria de gestão, pautando-se na conduta ética com efetivas auditorias para que toda a estrutura organizacional atinja o patamar almejado por seus líderes.

Existe ainda a necessidade da governança corporativa também no que tange à conciliação de possíveis conflitos existentes na companhia entre os acionistas e os que exercem efetivamente a diretoria da mesma, a fim de otimizar o desenvolvimento e o acesso a recursos. Desse modo, ocorrendo o cumprimento efetivo das políticas implementadas, em consonância com os princípios, torna-se mais fácil o equilíbrio da organização com todos os órgãos( Carneiro, 2018)

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Verifica-se que uma empresa que possui uma boa governança corporativa contribui com toda a sociedade, uma vez que, através da transparência e dos demais eixos seguidos, é garantida maior segurança para seus colaboradores e investidores, gerando uma atuação benéfica em todos os campos da empresa e da sociedade, inclusive a seara ética e social ( Andrade, 2006).

3.1 O compliance na governança da corporação.

Ao ser analisiado o conceito de compliance, verifica-se que o mesmo tem ganhado espaço tanto no aspecto juridico como também no empresarial. Destarte, a adequação às normas, as quais podem ser internas ou ainda exernas.Do mesmo modo, o conceito de governança e compliance estão ligados à necessidade de alinhamento das normas de conduta. Tal modelo de governança surgiu, a princípio,nas grandes instiutições, as quais recomendavam as boas práticas aos países membros e suas instituições e companhias. Entretanto, nessa época não existiam obrigação desses países em relação ao estrito cumprimento das normas( Carneiro, 2018)

Nesse ínterim, com o advento da globalização, os países passsaram as seguir tais práticas, uma vez que as organizações fizeram com que os países signatários as implantassem, ressaltando a prática de compliance. Destarte, a cultura do compliance tem buscado inibir a corrupção e os comportamentos indesejados, em geral, através da governança corporativa.As medidas são extraídas e tomadas por parte do mercado , refletindo na companhia e nas instituições para estabelecer as ações internas de condutas, as quais devem ser cumpridas em sua essência, para que todos os interessese estejam alinhados, de modo a gerar confiabilidade e avanço social, a saber:

os diretores das empresas (de capital aberto) são administradores do dinheiro das outras pessoas e não do seu próprio, e não se pode esperar que eles cuidem dele com a mesma vigilância ansiosa (dos donos). Negligência e esbanjamento, portanto, sempre prevalecem, mais ou menos, na gestão de questões dessas empresas ( Candeloro, 2012, p. 291)

Ademais, o compliance, nas boas práticas de governança corporativa deve ser independente, e ter liberdade empresarial, para que o aperfeiçoamento das estruturas ocorra de forma plena e íntegra. Desse modo, para que ocorra a ascensão empresarial perante o mercado, é necessária a implantação de um mecanismo de compliance, para que sejam garantidos a transparência ética exigida na geração atual, a qual deverá servir como modelo para as futuras gerações.

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Para a implantação de um bom programa de compliance dentro da corporação, necessária se faz a presença de consultores e profissionais que tenham autoridade interna e social, em relação aos próprios dirigentes, sendo independentes, e com bastante técnico e corporativo. A empresa necessita passar segurança para o púbico alvo, bem como para todos os envolvidos no processo, analisando adequadamente qual o setor de atuação e os riscos inerentes ao tipo de atividade, bem como as especificidades empresarais. A liderança, por sua vez, deve ser estritamente comprometida com os processos e ter uma verdadeira transparência e comunicação em todas as sua ações( Carneiro, 2018)

Ainda em relação ao mapeamento de riscos, verifica-se que a atividade deve ser detalhada, analisando especificamente o nível de comprometimento e corrupção em diversas áreas e localidades, não deixando de lado o ajuste correto para cada empresa.Aumentou-se, portanto, a necessidade por parte das empresas de realizar a implantação do mecanismo de compliance em várias área do conhecimentocriminal, de forma a prevenir possíveis deslizes, passíveis de imputação na seara jurídica, sendo que o comprometimento é o primeiro requisito para o sucesso no ambiente corporativo.

Através de um verdadeiro código de conduta, refletindo seus corretos valores e necessidades, obtém-se o sucesso, lembrando sempre que o investimento deve pautar-se em profissionais, medidas e treinamentos adequados.

O desafio empresarial exige uma cultura de compliance que coloque a identidade da organização em primeiro lugar, demonstrando toda a sua visão e missão, a fim de impactar positivamente a sociedade.Os líderes devem ter um posicionamento pautado no equilíbrio, dando exemplos e sendo criativos em seus processos, superando diariamente as barreiras existentes.Assim, tem-se que as boas práticas de governança pelos programas de compliance nas corporações, devem ser difundidas plenamente e integralmente, lembrando sempre que toda ação causará impacto na estrutura social e, nesse sentido, o gestor deve mostrar adequadamente a cultura empresarial de forma honrosa e segura por meio de seus valores.

3.2 Governança corporativa no Brasil

Constata-se no cenário nacional que a governança passou a tomar forma na década de 90, com a aceleração das práticas relacionadas às privatizações, uma vez que houve a necessidade de se alcançar o patamar internacional, agariando a credibilidades social.Dessa forma, observou-se que as práticas empresariais teriam considerável crescimento se

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obedecessem às regras de condutas, conforme indicado pelas normas internacionais,além das imposições legislativas, para obtenção de maiores benefícios em geral.

O país teve uma considerável melhora em sua governança em meados de 2001, quando houve interesse de empresas ligadas à Bovespa em aprimorar suas condutas, práticas e sistemas internos, instituindos-as, portanto, nas empresas( Bedicks, 2020)Sabe-se, por certo, que apesar da ocorrência de vários problemas organizacionais, os processos de regulação tiveram importantes melhorias relacionadas à implantação de corretas normas e legislações sobre o tema Diante desse cenário, a cultura brasileira em relação à imagem internacional, mostra-se diferenciada, uma vez que a grande maioria dos nacionais têm o costume de resolver as situações através do chamado “jeitinho”, ou seja, busca-se através de conhecimentos, amizades e contatos, além de práticas ligadas à corrupção, ações para resolver os problemas com certa facilidade, esquecendo-se de pautar eticamente em legislações e regras sobre o tema.

Dessa maneira, as barreiras locais devem ser analisadas com o devido cuidado, buscando através de uma intensa conscientização, implantar uma verdadeira estutura de

compliance pautada na ética e nos valores em geral.

O cenário mostra a necessidade da continuidade dos investimentos nessa área, uma vez que as leis que versam sobre o tema devem existir para beneficiar os mercados de capitais e toda a sociedade, em equilíbrio constante ( Carneiro, 2018)

Assim, faz-se necessário buscar um investimento voltado para a correta aplicação dos recursos a fim de que, cada vez mais,seja atingido o patamar de desenvolvimento cultural e ético que esteja em consonância com todo o mercado, nacional e internacional, consolidando as boas práticas de governança corporativa no cenário brasileiro.Destarte a importância da ética gerencial deve ser referenciada em todo o ambiente empresarial,refletindo no cenário social de forma positiva, a fim de que o exemplo seja seguido pelas gerações futuras.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa ora apresentada, constata-se que os programas de compliance, devem possuir regras claras e especificas para cada organização, pois cada setor possui suas necessidades, além de ser implementado de acordo com todas as normas vigentes, internas e externas, e por meio de profissionais capacitados, ora denominados de compliance officers.

As consequências da globalização e o avanço no Direito Econômico e Penal Econômico mostram que os gestores devem ser flexíveis e sábios em suas ações, buscando estudos aprofundados e acadêmicos sobre o tema, a fim de trazer benefício para toda a sociedade, uma vez que, somente com práticas preventivas e informativas corretas, a corrupção e os crimes econômicos poderão ter suas ações minimizadas no âmbito do direito brasileiro, bem como internacional.

Deste modo, o presente trabalho procurou abordar aspectos relacionados ao Direito Econômico, abordando especificamente a eficácia da implantação de uma política de

compliance nas corporações, constatando-se que o compliance tem o poder de minimizar e

prevenir os atos relacionados à corrupção, entretanto não os exclui.

A globalização, apesar de trazer grandes efeitos negativos no seio social, evidenciou os casos omissos de corrupção em todo o âmbito internacional e especificamente nacional, fazendo com que medidas internas e externas fossem criadas, unindo os países no combate às práticas de corrupção, de modo que o desafio atual é levantar verdadeiros líderes e gestores empresariais, que exaltem a bandeira de uma verdadeira ética, cumprindo com equidade seus deveres e assumindo práticas honrosas, servindo como exemplo para toda a extensão extraterritorial, sendo esse um verdadeiro desafio, possível de ser alcançado.

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