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USOS DO HERBÁRIO PARA FINS DIDÁTICOS E REGISTROS DE PESQUISAS NO MUNICIPIO DE ITACOATIARA-AM

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Academic year: 2021

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Anais da Semana de Engenharia Florestal CESIT/UEA. Volume 7, Número 1. Manaus/AM: UEA Edições, 2018. ISSN 2595-7821

USOS DO HERBÁRIO PARA FINS DIDÁTICOS E REGISTROS DE

PESQUISAS NO MUNICIPIO DE ITACOATIARA-AM

FURTADO, Francisco Roberto Araújo1; SOUZA, Luciana Bergé2; FERREIRA, Deolinda Lucianne

Rodrigues3.

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido no município de Itacoatiara em parceria com duas escolas públicas e teve como objetivo montar um herbário escolar e mostrar a sua dinâmica de funcionamento e importância para a ciência e o uso em salas de aulas utilizando-o como recurso didático. O estudo contou com a participação de 156 estudantes, que foram submetidos a um questionário que buscava entender como aconteciam as atividades desenvolvidas pelos professores em sala de aula. A análise dos questionários aplicados aos alunos permitiu conhecer a forma como os professores transmitiam o conteúdo de botânica na sala de aula. Foram desenvolvidas atividades práticas a fim de transmitir aos estudantes o conceito, a finalidade, a importância e os procedimentos utilizados em um herbário como forma de contribuir como uma ferramenta didática a ser utilizada pelos professores no ensino de ciências e biologia. Realizou-se palestras e oficinas nas escolas para demonstrar aos estudantes as técnicas e equipamentos necessários para as coletas e herborização de material botânico. De acordo com que as atividades iam acontecendo, foi possível perceber uma reação positiva dos estudantes pelas atividades desenvolvidas. As coletas de material botânico realizadas nas escolas, foram utilizadas para dar início a uma coleção de plantas secas, servindo como material de apoio ao ensino da botânica para as turmas posteriores. Dessa forma, percebeu-se que a construção de um herbário didático visa colaborar de forma significativa no desenvolvimento cognitivo dos estudantes no que envolve os estudos dos vegetais.

Palavras Chave: Herborização, Ensino de biologia, Botânica na escola.

ABSTRACT

The present work was developed in the municipality of Itacoatiara in partnership with two public schools and had as objective to set up a school herbarium and show its dynamics of functioning and importance for science and the use in classrooms using it as didactic resource. The study was attended by 156 students, who were submitted to a questionnaire that sought to understand how the activities developed by teachers in the classroom. The analysis of the questionnaires applied to the students allowed to know how the teachers transmitted the content of botany in the classroom. Practical activities were developed to convey to students the concept, purpose, importance and procedures used

1 Acadêmico, Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara – CESIT, E-mail: fraf.gfl17@uea.edu.br 2Acadêmico, Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara – CESIT, E-mail: lbs.gfl16@uea.edu.br

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in a herbarium as a way to contribute as a didactic tool to be used by teachers in science and biology education. Talks and workshops were held in schools to demonstrate to students the techniques and equipment necessary for the collection and herborization of botanical material. According to the activities that were happening, it was possible to perceive a positive reaction of the students by the activities developed. The collections of botanical material carried out in the schools were used to start a collection of dried plants, serving as a support material for the teaching of botany for later classes. Thus, it was noticed that the construction of a didactic herbarium aims to collaborate significantly in the cognitive development of students in what involves the studies of vegetables.

Keywords: Herborization, Teaching biology, Botany in school.

INTRODUÇÃO

O herbário é uma coleção científica, composta por amostras de plantas secas, provenientes dos diversos ecossistemas, servindo como registro e referência sobre a vegetação e flora de uma determinada região (MACHADO e BARBOSA, 2010).

Um herbário representa uma ótima ferramenta para desenvolvimento de importantes conceitos biológicos como forma de tornar a aprendizagem mais interessante (FAGUNDES e GONZALEZ 2009), onde os alunos aprendem técnicas de coleta, prensagem, secagem e montagem das amostras botânicas (CASTRO et al, 2011). Nesse processo, os alunos podem participar ativamente, contribuindo em diferentes fases, o que desencadeará uma aprendizagem muito mais efetiva (NUNES et al, 2015).

Diante disso, o presente trabalho teve como principal objetivo montar herbário como apoio didático em instituições de ensino, destacando sua importância no âmbito da pesquisa científica. Assim como, preparar alunos de biologia e ciências no estudo que envolve o uso das plantas, incentivando a incorporação para fins de registros de material botânico e aumento do acervo no Herbário do CESIT/UEA além de contribuir com o avanço em estudos e pesquisas que explorem a diversidade vegetal local.

DESENVOLVIMENTO

O estudo foi desenvolvido no município de Itacoatiara em parceria com duas escolas públicas, a escola estadual Professora Maria Ivone, que atende alunos do ensino fundamental, e a escola estadual Mirtes Rosa Mendes de Mendonça Lima, que atende alunos do ensino médio.

De início fez-se necessário apresentar as propostas do projeto junto às instituições de ensino para em seguida ser elaborado o cronograma das atividades. Após a conclusão desta fase, realizou-se palestras aos alunos envolvidos no projeto a fim de esclarecer o que é um herbário e a sua dinâmica de funcionamento. Nesta, explicou-se a importância que um herbário possui tanto para a pesquisa quanto para o ensino didático. Posteriormente os alunos foram submetidos a um questionário.

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Após aplicado o questionário, buscou-se instruir os estudantes quanto as formas de coleta e herborização de material botânico. Em seguida, os estudantes participaram de uma atividade prática que tinha como objetivo mostrar como é realizado uma coleta botânica.

Na realização das coletas botânicas foram utilizados alguns materiais, como: a tesoura de poda, que foi usada para a corte do ramo; podão, usado na coleta de ramos de arvores; caneta e caderno para anotação das informações da coleta; prensa de madeira, papelão e folhas de jornais, para a prensagem do material; e corda para amarrar as prensas.

O material coletado foi levado para o Herbário do CESIT, onde foi separado para herborização. O processo de herborização consiste em uma série de procedimentos, principalmente prensagem e secagem, que precedem a inclusão do espécime na coleção.

Após as amostras serem secadas em estufa, foram levadas para as escolas e utilizadas como subsídios de atividades em aulas práticas de herborização e montagem de exsicatas para serem, posteriormente, incorporadas ao herbário montado nas escolas.

A última atividade do estudo consistiu em um treinamento com o objetivo de instruir os professores a como utilizar os recursos didáticos nas aulas de biologia e ciências.

RESULTADOS

Das escolas participantes do projeto, foram envolvidos 156 alunos, tanto das séries 7º “A” e 7º “B”da Escola Estadual Professora Maria Ivone, quanto das séries 2º “A, B e C” da Escola Estadual Professora Mirtes Rosa.

Ao longo do projeto foram realizadas atividades nas escolas estaduais envolvidas no projeto e em outras instituições, conforme mostra a figura 1.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PÚBLICO ALVO

Palestra: Herbário e a sua dinâmica de funcionamento Todos os estudantes envolvidos

Aplicação do questionário Todos os estudantes envolvidos

Palestra: Técnicas de coletas e herborização de material botânico Todos os estudantes envolvidos Aula prática: Técnicas de coleta de material botânico Alunos do 7º ano “A” e 7º ano “B”

Visita ao Herbário do CESIT Alunos do 2º ano “A”

Oficina: Técnicas de coletas e herborização de material botânico

Professores e acadêmicos de Engenharia Agronômica – ICET/UFAM

Tabela 1: Relação das atividades realizadas durante a vigências do projeto.

A análise dos questionários aplicados aos alunos possibilitou conhecer a forma como os professores transmitiam o conteúdo das disciplinas de ciências e biologia em sala de aula.

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A primeira pergunta buscava saber, na opinião dos alunos, o que tornava o ensino de botânica mais compreensível. Observou-se que 58% dos alunos envolvidos na pesquisa disseram que aulas práticas poderiam estimular o interesse dos estudantes pela disciplina. Outros 21% afirmaram que o uso do quadro branco, de desenhos ou ilustrações biológicas de plantas, contribuiria para uma melhor assimilação desse conteúdo. Já 18% dos estudantes afirmaram que aulas expositivas em forma de palestra poderiam tornar o ensino de botânica mais compreensível. E apenas 3% dos estudantes preferiram a exploração de leitura contextualizada.

O que torna o ensino de biologia mais compreensível

Aulas expositivas 18%

Uso do quadro branco 21%

Atividades práticas 58%

Exploração da leitura 3%

Tabela 2: Percentual das respostas dos alunos em relação a primeira pergunta do questionário.

Os estudos desenvolvidos por Lima & Garcia (2011), mostram que os alunos consideram as aulas práticas como atividades facilitadoras do processo ensino-aprendizagem, mesmo para aqueles que nunca tiveram contato com esse tipo de aula.

A segunda pergunta do questionário, procurava entender como aconteciam as aulas de biologia. De acordo com as respostas dos alunos constatou-se que 60% alunos responderam que as aulas aconteciam em forma de palestra, de modo que os professores discursavam a maior parte do tempo. Cerca de 32% alunos informaram que as aulas ocorriam com pesquisas em livros. Já outros 8% estudantes disseram que algumas aulas eram mescladas com aulas práticas.

Tabela 3: Percentual das respostas dos alunos em relação a segunda pergunta do questionário.

De acordo com trabalho realizado por Krasilchik (2005), na observação de professores em aulas de biologia, o uso do discurso ocupa cerca de 85% do tempo. Já os 15% restantes são preenchidos por períodos de silencio, desordem e, também, no esclarecimento de dúvidas sobre as tarefas. A autora complementa ainda que o ensino de botânica se apresenta de forma muito teórica, desestimulante para os alunos e pouco valorizado dentro do ensino de ciências e biologia.

Na terceira pergunta, a intenção era conhecer a frequência de aulas práticas que ocorriam nas disciplinas de ciências e biologia. De acordo com as respostas dos alunos observou-se que 35%

Como ocorre as aulas de biologia

Meramente expositivas, com o professor falando sob a forma de palestra. 60%

Aulas expositivas com pesquisa em livros. 32%

Aulas expositivas com uso de livros e documentários em vídeo. 0% Aulas expositivas com uso de livros, mescladas com aulas práticas. 8%

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estudantes disseram que tiveram aula prática pelo menos uma vez ao mês. Outros 50% informaram que, eventualmente, há a ocorrência de aula prática na escola. Outros 15% afirmaram que nunca participaram de uma aula pratica na escola.

Tabela 4: Percentual das respostas dos alunos em relação a terceira pergunta do questionário.

De acordo com Peredo (2009) a presença de aulas práticas como metodologia de ensino contribui para estimular o raciocínio dos alunos, fazendo com que trabalhem em grupo e percebam como a teoria é realmente aplicada, uma vez que na prática os alunos se mantêm envolvidos com a aula diferente das aulas teóricas, que eles geralmente só observam.

A quarta pergunta do pré-questionário buscava identificar alguns fatores que dificultavam a compreensão dos assuntos estudados em biologia. Através dos resultados obtidos observaram-se que 6% alunos relataram que a falta do livro didático dificulta o acompanhamento do conteúdo estudado. A falta de atividades práticas foi considerada por 62% estudantes como uma ferramenta importante para melhor assimilação do conteúdo ministrado. Para 23% alunos a presença de um vocabulário complexo, que é empregado na maioria dos termos de biologia, torna o conteúdo difícil. Outros 9% alunos não souberam responder.

Tabela 5: Percentual das respostas dos alunos em relação a quarta pergunta do questionário.

MELO et al. (2012) cita que as dificuldades enfrentadas pelos alunos podem estar relacionadas em diversas situações. E é um desafio despertar nos alunos o interesse pela Botânica, principalmente se a proposta de ensino for baseada em métodos convencionais, restritos aos livros didáticos e aulas expositivas.

Percebe-se que situações como essas existe a necessidade de ferramentas alternativas que sejam adotadas no contexto escolar, com o objetivo de transformar essa realidade. Em relação às dificuldades no entendimento de termos e nomenclaturas, a sugestão é no sentido de que possam ser trabalhadas metodologias a fim de demonstrar os significados dos termos para se chegar aos conceitos.

Com que frequência é realizado aulas práticas?

Semanalmente 0%

Mensalmente 35%

Eventualmente ocorre aula pratica na escola 50%

Nunca ocorre aula pratica em minha escola 15%

Quais as dificuldades na compreensão dos assuntos estudados?

O fato de não trazer o livro didático para acompanhamento das aulas 6%

A falta de atividades práticas significativas 62%

O vocabulário complexo empregados na maioria dos termos biológicos 23%

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Com base nessas informações sugere-se a substituição de aulas expositivas por aulas mais dinâmicas, que estimule a participação dos estudantes com o desenvolvimento de atividades através do herbário escolar que permita a interação do aluno com o conteúdo de botânica.

CONCLUSÕES

Nota-se que as aulas práticas, utilizando os procedimentos diários de um herbário, podem funcionar como uma ferramenta para despertar o interesse dos alunos pelo conteúdo de Botânica.

A criação do herbário escolar permite aos alunos uma participação mais ativa, contribuindo em diferentes fases, desde a coleta, prensagem, secagem, herborização até a classificação do material, o que poderá resultar em uma aprendizagem muito mais efetiva.

REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

MACHADO, S. R; BARBOSA, S. B; Manual de Procedimentos – Herbário BOTU. p. 3, 2010. CASTRO, E. F; REZENDE, A. P; GONÇALVES, A. DE P; MARQUES, J. A; et al,. HERBÁRIO –

Escola e Ciência: Plantas Medicinais. PIBID BIO – UFV, 2011.

FAGUNDES J. A; GONZALEZ C.E.F; Herbário escolar: suas contribuições ao estudo da

Botânica no Ensino Médio - Secretaria de Estado da Educação – SEED. Universidade Tecnológica

Federal do Paraná – UTFPR. 2009.

KRASILCHIK, M; Pratica de ensino de biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.

LIMA, D. B; GARCIA R. N. Uma investigação sobre a importância das aulas práticas de Biologia

no Ensino Médio. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 24, n. 1, jan./jun. 2011.

MELO, E. A; ABREU, F. F.; ANDRADE, A. B; ARAÚJO, M. I. O; A aprendizagem de botânica

no ensino fundamental: dificuldades e desafios; SCIENTIA PLENA VOL. 8, NUM. 10, 2012.

NUNES, M, de J. M; OLIVEIRA; T. F de; et al; Herbário Didático Como Ferramenta Diferenciada

Para A Aprendizagem Em Uma Escola De Ensino Médio Em Parnaíba, Piauí. Momento, ISSN

0102-2717, v. 24 n. 2, p. 41-55, jul/dez. 2015.

PEREDO, P.V.D.C. A importância do uso de atividades práticas no processo

ensino-aprendizagem em Biologia. Trabalho de Conclusão de Curso – Licenciatura em Ciências biológicas

Referências

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