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Processos de aprendizagem e metodologias de ensino: desafios e possibilidades

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Academic year: 2021

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XXXIV Encontro Pedagógico

Processos de aprendizagem e

metodologias de ensino:

desafios e possibilidades

Professores:

Bernadete de Souza Porto e

Paulo Meireles Barguil

(2)

Processos de aprendizagem:

voos e mergulhos

(3)
(4)

“Ninguém vos poderá

revelar nada que já

não esteja meio adormecido na aurora do

vosso conhecimento.

O professor que caminha na sombra do

templo, entre os seus discípulos, não dá

a

sua sabedoria mas antes a sua fé

e amor.

Se for realmente sábio, não vos convida a

entrar na casa da sua sabedoria, mas

antes vos conduz ao limiar do vosso

(5)

O músico pode cantar-vos o ritmo do

espaço, mas não vos pode dar o ouvido

que faz parar o ritmo, ou a voz que dele

faz eco.

E aquele que é

versado na ciência dos

números, pode falar-vos de pesos e

medidas, mas não pode levar-vos até

lá.

Pois a visão de um homem não empresta

as suas asas a outro homem.”

(GIBRAN, 1970, p. 53-54).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Analisar a crise educacional;

Investigar a tríade Profissional – Conhecimento – Estudante;

Compreender a Educação na relação escola-sociedade;

Objetivos da Educação escolar nos últimos séculos: leitores, escribas, escritores e intérpretes;

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

(Desde meados do século XVIII) Educação em massa: a escola é uma fábrica e deve atender as demandas da sociedade!

Matérias-primas: crianças e conhecimento Operários: professores

Dirigentes: especialistas em Educação

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

(Início do século XXI) Educação: a escola é um

espaço de gestação de indivíduos que atuarão numa sociedade desequilibrada!

7 (sete) saberes: interpretar a realidade; integrar muitas dimensões; resgatar a identidade humana; compreender o outro e a si mesmo como seres complexos; aceitar a incerteza e o inesperado; cuidar da Terra e construir a antropo-ética (MORIN, 2001).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Contrastes entre as escolas e os cenários cotidianos:

Trabalho individual e trabalho cooperativo: aprender na escola a compartilhar experiências e saberes;

Trabalho mental e utilização de ferramentas: aprender na escola a usar ferramentas para diminuir os erros;

Raciocínio abstrato e raciocínio contextualizado: o raciocínio melhora quando os argumentos se dirigem a contextos concretos.

Os ambientes não-escolares mudam rapidamente e os estudantes devem ser capazes de se adaptar.

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“Uma das tarefas essenciais da escola,

como centro de produção sistemática de

conhecimento, é

trabalhar criticamente a

inteligibilidade das coisas e dos fatos e a

sua comunicabilidade. É

imprescindível,

portanto, que a escola instigue

constantemente a curiosidade do

educando em vez de ‘amaciá-la’

ou

‘domesticá-la’.”

(FREIRE, 1999, p. 140).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Professor ≠ Educador;

Processo ensino-aprendizagem ou processos de aprendizagem e de ensino?;

Saberes docentes: do conhecimento, pedagógicos e da experiência (PIMENTA, 1999).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Saberes do conhecimento: saber disciplinar (conteúdo a ser ensinado) e saber curricular (seleção e organização do conteúdo);

Saberes pedagógicos: Teorias da Educação, que permitem o entendimento dos processos de aprendizagem e de ensino e fundamentam a escolha de estratégias e recursos adequados;

Saberes da experiência: representações (princípios, crenças ...) que orientam a prática docente, as quais estão em permanente transformação, pois que se alimentam da realidade, enquanto inspiração e espaço de validação. (PIMENTA, 1999).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

O trabalho docente é interativo e contempla as dimensões afetiva e ética, dentre outras (TARDIF, 2002);

Atitudes docentes: mediação, práticas interdisciplinares, ensinar a pensar e ensinar a

aprender a aprender, auxiliar os estudantes na aprendizagem crítica dos conteúdos, desenvolver a capacidade comunicativa, reconhecer o impacto das novas tecnologias, respeitar a diversidade cultural, investir na formação continuada, integrar a dimensão afetiva ao exercício da docência e ser ético (LIBÂNEO, 1998);

Competências docentes: empática, comunicativa, cognitiva, didático-disciplinar, institucional, criativa e cidadã (ZABALZA, 2003).

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“É

na minha disponibilidade permanente

à

vida a que me entrego de corpo inteiro,

pensar crítico, emoção, curiosidade,

desejo, que vou aprendendo a ser eu

mesmo em minha relação com o

contrário de mim. E quanto mais me

dou à

experiência de lidar sem medo,

sem preconceito, com as diferenças,

tanto melhor me conheço e

construo meu perfil.”

(FREIRE, 1999, p. 152).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

É possível atender a tantas demandas?;

O excesso de cobranças para o desempenho profissional e as dificuldades laborais (estruturais e circunstanciais) ocasiona, por vezes, a desistência do professor da sua carreira;

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

O que é Didática? “[Fem. substantivado de didático.] S. f. 1. A técnica de dirigir e orientar a aprendizagem; técnica de ensino. 2. O estudo desta técnica. (FERREIRA, 1993, p. 587).

Histórico da Didática no Brasil – 4 momentos:

(1939/1950): dificuldade para definir seu objeto; (1950/1975): tecnicismo/instrumentalização;

(1975/1985): caráter reprodutivista da escola; (1985/2009): relação teoria-prática.

Multidimensionalidade da Didática: política, econômica, cultural, técnica, psicológica e ética.

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“À

Didática cabe então, além da

compreensão crítica da realidade,

contribuir para capacitar o professor com

conhecimentos e habilidades para o

desempenho consciente de sua prática

docente, colaborando para a construção

de uma sociedade mais justa e

democrática”

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Problemas de aprendizagem ou de ensino?;

Como se aprende? (Como se ensina?);

Falta de sentido e falta dos sentidos;

Aprendizagem significativa. Existe aprendizagem sem sentido, compreensão?;

Estudantes orientados para o desempenho (evitam o erro) ≠ estudantes orientados para a aprendizagem (gostam de desafios).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Piaget (atividade do sujeito): esquemas, assimilação (integração à estrutura), acomodação (modificação da estrutura) e equilibração sucessiva;

Vygotsky (interação social): desenvolvimentos real e potencial – zona de desenvolvimento proximal;

Ausubel (aprendizagem significativa): organizadores prévios, conceitos subsunçores/prévios;

Novak (mapas conceituais): organizar e representar o conhecimento. A relação entre os conceitos é representada por uma linha, com uma palavra/frase de ligação. Os conceitos ligados por tais frases formam proposições.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Gardner (inteligências múltiplas): as pessoas usam 8 (oito) habilidades (linguística, lógico-matemática, intrapessoal, interpessoal, espacial, corporal-cinestésica, musical e naturalista) para apre(e)nder a realidade.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Funcionamento da mente: “computacionalismo” (processamento de informação) e culturalismo (interpretação da informação com a construção de significado) (BRUNER, 2001);

O objetivo da interpretação deve ser a compreensão e não a explicação. O estudante deve analisar e comparar informações, produzir e expressar conhecimento com várias linguagens, integrando fontes e disciplinas, elaborar perguntas para novas pesquisas e expor suas idéias de maneira vigorosa e criativa. O professor deve incentivar os estudantes, aceitar as respostas que lhe parecerem adequadas e entender a avaliação como um processo e não um veredicto (BRUNER, 2001).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

A aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro, alterando a sua organização funcional;

O cérebro tem cerca de 86 bilhões de neurônios, que estabelecem dezenas de trilhões de sinapses.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

A aprendizagem adiciona sinapses, os exercícios não;

Metacognição: capacidade de monitorar o atual nível de compreensão e determinar quando não está adequado.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Principais descobertas sobre aprendizagem-ensino, professores-estudantes (BRANSFORD, BROWN e COCKING, 2007, p. 33-38):

1. Os estudantes têm conhecimentos sobre o funcionamento do mundo, os quais podem ser adequados ou não. Se isto não for considerado, muitos dos conceitos e das informações ensinados não serão compreendidos. O professor precisa conhecê-los e ajudar os estudantes a reelaborá-los;

2. O estudante para desenvolver a competência numa área de conhecimento necessita: i) sólida base conceitual; ii) entender fatos e idéias no contexto do arcabouço conceitual; e iii) organizar o conhecimento para facilitar a recuperação e a aplicação;

3. A abordagem “metacognitiva” ajuda os estudantes a assumir a própria aprendizagem, definindo objetivos e monitorando-a. A verbalização (diálogo interior e exterior) é fundamental.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Consequências para a ação docente (BRANSFORD, BROWN e COCKING, 2007, p. 38-41):

1. O professor precisa conhecer os conceitos dos estudantes (avaliação diagnóstica e formativa) e trabalhar a partir deles;

2. O professor deve ensinar com profundidade, utilizando vários exemplos em que o conceito está em ação;

3. O ensino de habilidades metacognitivas deve contemplar todo o currículo.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Violência: i) física; e ii) simbólica e verbal/institucional (ABRAMOVAY, 2003);

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Professor e estudantes: responsáveis e/ou vítimas?;

Individualidade ≠ Individualismo;

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“A insatisfação é

sentida tanto pelos

jovens como pelos membros do corpo

técnico-pedagógico. Há

mútuas críticas e

acusações e a escola aparece, ao mesmo

tempo, como causa, conseqüência e

espelho dos problemas aos quais, muitas

vezes, não consegue responder e cuja

solução não se encontra ao seu alcance.”

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

O pensamento analítico (as propriedades das partes explicam o todo), proposto por Descartes, criou uma visão mecânica da realidade;

O mundo é complexo e requer uma perspectiva que contemple o todo, que é não quantificável.

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A concepção clássica tomava a separação

radical sujeito-objeto como uma verdade

inquestionável e não como uma perspectiva

particular, entre muitas outras possíveis.

(...) ao expulsar o qualitativo e privilegiar

exclusivamente o quantificável; ao

mecanizar o cosmo e separar o corpo e a

alma do homem; ficaram de fora do mundo

da ciência a emoção e a beleza, a ética e a

estética, a cor e a dor, o espírito e a fé, a arte

e a filosofia, o corpo emocional e o mundo

subjetivo. (...) O homem que acreditava ter

domesticado o universo, se havia perdido a

si mesmo.”

(NAJMANOVICH, 2001, p. 83-84).

(Itálico no original).

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

O currículo: rede ou prédio?;

Transposição didática (CHEVALLARD, 1991): saber sábio, saber a ensinar e saber ensinado.

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Processos de aprendizagem: voos e mergulhos

Inovar: renovar, modificar;

A diversidade de estratégias pedagógicas auxilia o estudante na significação do conteúdo;

Repensar o por que, para que, que, como, quando e com que ensinar, e as estratégias de avaliação;

Os ambientes de aprendizagem devem contemplar: o estudante, o conhecimento, a avaliação e a comunidade;

O professor precisa avaliar (coletivamente) a sua prática pedagógica e melhorá-la, sempre.

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“(...) a forma como me relaciono com o

outro está em sintonia com a forma como

me relaciono comigo. Todo educador

precisa aprender a olhar para dentro de

si, perceber o que se passa no seu

interior, acolhendo, também, o não-eu,

tanto aquilo que já

vive como o que ainda

não veio à

tona. Essa abertura se exerce

também quando ele abraça o estudante,

com os seus saberes, peculiaridades e

limitações.

(37)

Cônscio das incompletudes que

permeiam o seu viver, o educador

desenvolverá

atividades entremeadas de

um sentimento de humildade diante do

universo, que se apresenta como eterno

desconhecido.”

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REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam (Org.). Escola e Violência. 2. ed. Brasília: UNESCO, UCB, 2003.

ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças (Orgs.). 4. ed .

Violências nas Escolas. Brasília: UNESCO, 2004.

BARGUIL, Paulo Meireles. Avaliação – momento de angústia ou oportunidade de crescimento pessoal? In: PASCUAL, Jesus Garcia;

DIAS, Ana Maria Iorio (Orgs.). Construtivismo e Educação

contemporânea. Fortaleza: Brasil Tropical, 2006. p. 145-173.

BRANSFORD, John D.; BROWN, Ann L.; COCKING, RODNEY R.

Como as pessoas aprendem: cérebro, mente, experiência e escola.

Tradução Carlos David Szlak. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

BRUNER, Jerome. A Cultura da Educação. Tradução Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: ArtMed, 2001.

CHEVALLARD, Yves. La Transposicion didactica. Del saber sabio al saber enseñado. Argentina: La Pensée Sauvage, 1991.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua

Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

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REFERÊNCIAS

GIBRAN, Gibran Khalil. O Profeta. Tradução Mansour Challita. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1970.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? – novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998. MORIN, Edgar. Os Sete saberes necessários à Educação do futuro. Tradução Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2000.

NAJMANOVICH, Denise. O Sujeito encarnado – questões para

pesquisa no/do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

PASSOS, Carmensita Matos Braga. Didática: breve incursão histórica em busca da identidade. Fortaleza. 2006. Notas de aula.

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: ______. (Org.). Saberes pedagógicos e

atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação docente. Petrópolis: Vozes, 2002.

ZABALZA, Miguel A. O Ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre: ArtMed, 2004.

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Referências

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