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THE USE OF ASSISTIVE TECHNOLOGIES WITH BLIND OR LOW VISION PEOPLE: A REVIEW OF THE LITERATURE

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Br. J. Ed. Tec. Soc., v.10, n.4, Out.-Dez., p.275-287, 2017 DOI http://dx.doi.org/10.14571/brajets.v10.n4.275-287

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS COM PESSOAS CEGAS OU

COM BAIXA VISÃO: UMA REVISÃO DA LITERATURA

THE USE OF ASSISTIVE TECHNOLOGIES WITH BLIND OR LOW VISION PEOPLE:

A REVIEW OF THE LITERATURE

Suelen Aparecida Felicetti Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Londrina, PR, Brasil suelen_jv80@hotmail.com

Elaine Maria Santos Universidade Estadual do Centro-Oeste

(UNICENTRO) elainems77@gmail.com Sandro Aparecido dos Santos

Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

sandrosantos@unicentro.br

Resumo. As pessoas cegas ou com baixa visão devem exercer, em condições de igualdade, os direitos e deveres, que lhes asseguram a cidadania. Para isso, podem utilizar recursos diferenciados, que facilitem ou promovam o desenvolvimento de habilidades funcionais e, consequentemente, a inclusão social, entre os quais destacam-se as tecnologias assistivas (TA). Assim, apresentam-se nesse artigo, os resultados de uma revisão bibliográfica dos anos de 2007 até 2015, que teve o objetivo de analisar quais são as TA que podem ser utilizadas por pessoas cegas ou com baixa visão no contexto social e como elas influenciam na inclusão. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica e documental sobre as TA, a cegueira e a baixa visão, realizada na biblioteca virtual Scielo e no Portal Periódicos CAPES. Foram selecionados artigos brasileiros que faziam menção ao tema, que foram, posteriormente, analisados e categorizados conforme elementos comuns percebidos, e serviram de base para as considerações e discussões aqui apresentadas. Percebeu-se principalmente, que os recursos em questão são utilizados em diferentes contextos sociais e com finalidades variadas e que eles possibilitam maior independência para os usuários. As considerações finais apontaram a importância: do estudo sobre os benefícios promovidos pelas TA para as pessoas cegas ou com baixa visão, da conscientização da sociedade contra o preconceito e da implantação de políticas públicas para apoiar a utilização desses recursos com o público em questão. Palavras-chave: cegueira; baixa visão; revisão da literatura; tecnologia assistiva.

Abstract. The blind or low vision people should exercise, in equal conditions, the rights and duties, which assure them the citizenship. To do this, they can use differentiated resources, that facilitate or promote the development of functional skills and, consequently, the social inclusion, between which stand out the Assistive Technologies (TA). Thus, this article presents the results of a literature review from the years 2007 to 2015, which aimed to analyze which are the TA that can be used by blind or low vision people in the social context, and how they influence in the inclusion. The methodology used was a bibliographical and documentary research about TA, blindness and low vision, realized in the virtual library Scielo and in the Portal Periódicos CAPES. It was selected brazilian articles that mentioned the theme, which were, later, analyzed and categorized, according common elements perceived, and served as a basis for the considerations and discussions presented here. It was mainly perceived, that the resources in question are used in different social contexts and with varied purposes, and that they allow greater independence for the users. The final considerations pointed to the importance of the TA study related withblindness or low vision people, to the awareness of society against prejudice, and to the implementation of public policies to support the use of these resources with the public in question.

Keywords: blindness; low vision; literature review; assistive technology.

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276

I

NTRODUÇÃO

A adaptação aos vários âmbitos da sociedade se torna questão prioritária para as pessoas cegas ou com baixa visão. Somente por meio dela é possível desenvolver orientação e mobilidade, acessar ambientes de ensino, ingressar no mercado de trabalho, usufruir de atividades de lazer e assim por diante. Existem recursos e serviços que auxiliam nesse processo de superação das dificuldades características da cegueira e da baixa visão, permitindo maior acessibilidade e inclusão social, dentre os quais estão aqueles classificados como Tecnologias Assistivas (TA).

As TA são definidas como recursos e serviços que facilitam o desenvolvimento de habilidades funcionais de pessoas com necessidades especiais. Mais especificamente, os recursos são tecnologias que reduzem ou eliminam as limitações decorrentes das necessidades e os serviços são aqueles prestados profissionalmente para auxiliar na seleção, aquisição ou confecção dos recursos adequados e na elaboração de estratégias de utilização deles. As habilidades funcionais, por sua vez, podem ser compreendidas como a aptidão para desenvolver atividades corporais (ações) e intelectuais na vida cotidiana (BERSH, 2013).

Entre as TA que estão à disposição das pessoas cegas ou com baixa visão, destacam-se: os softwares leitores de tela, o sistema braile, a lupa, a bengala, o ábaco, a reglete, o ampliador de tela, a luneta, o telescópio e o cão guia. As várias opções existentes são organizadas e classificadas, conforme os objetivos funcionais a que se destinam e as suas características. Essa organização facilita os estudos, as classificações, a prestação de serviços, a catalogação e a formação de bancos de dados para identificação de opções mais adequadas às necessidades funcionais.

Pelo fato de se tratar de recursos inovadores, a conscientização social é importante para que as pessoas cegas ou com baixa tenham conhecimento daquilo que pode ser utilizado das TA Assim, questiona-se se estão sendo produzidas pesquisas na área das TA para o desenvolvimento de habilidades funcionais de pessoas cegas ou com baixa visão? Uma boa maneira de responder essa pergunta e ao mesmo tempo conscientizar sobre o assunto é por meio do desenvolvimento de outros estudos científicos na área. Assim, procurando evidenciar um panorama daquilo que se têm produzido e divulgado no meio científico e ao mesmo tempo conscientizar a respeito da relevância do assunto, este artigo divulga o que foi publicado na literatura sobre a utilização de TA por pessoas cegas ou com baixa visão entre os anos de 2007 e 2015. Objetivou-se analisar quais são as TA que podem ser utilizadas por pessoas cegas ou com baixa visão no contexto social e como elas influenciam na inclusão.

A

LGUNS ASPECTOS SOBRE A CEGUEIRA E A BAIXA VISÃO

Pelo sentido da visão os sujeitos conseguem perceber, interpretar e interferir no mundo a sua volta. Aqueles que são cegos ou possuem baixa visão precisam interagir de outras formas, em um processo muitas vezes problemático e de difícil adaptação. Existem no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas com algum comprometimento visual, sendo 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos) e 6.056.654 com baixa visão (FUNDAÇÃO DORINA, 2015).

Cegos são os sujeitos que possuem uma alteração grave ou total adquirida ou congênita em alguma das funções da visão. Segundo Sá e Simão (2010, p.30), "a ausência de visão manifestada durante os primeiros anos de vida é considerada cegueira congênita, enquanto a perda de visão de forma imprevista ou repentina é conhecida como cegueira adquirida ou adventícia". Nos dois casos, o conhecimento das causas da cegueira é imprescindível na identificação de comprometimentos ou patologias que necessitem de tratamento ou de cuidados específicos (SÁ; SIMÃO, 2010).

Sujeitos com baixa visão são aqueles que possuem algum comprometimento no funcionamento visual para o qual óculos, lentes de contato ou cirurgias oftalmológicas não beneficiam. São vários os comprometimentos, desde a não percepção da luz, até alterações na percepção de contrastes. A baixa visão tem causas como albinismo, catarata congênita, atrofia óptica, glaucoma, entre outras (SÁ; SIMÃO, 2010).

Perder totalmente ou parcialmente a visão obriga o sujeito a desenvolver formas de adaptação aos ambientes e de interação com outros sujeitos. Portanto, é interessante que os casos sejam diagnosticados desde cedo, a fim de a adaptação seja facilitado. O que acontece é que, muitas vezes, principalmente nos casos de baixa visão, o diagnóstico é tardio, geralmente quando o indivíduo já está indo para a escola, o que faz com que a possibilidade de comprometimento seja ainda maior.

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277 Uma vez diagnosticando o problema os sujeitos com baixa visão ou cegos podem utilizar uma variedade de recursos ópticos e não ópticos facilitadores dos processos adaptativos, sendo que muitos desses recursos, podem ser classificados como TA. Entre as TA que utilizam recursos ópticos estão as lentes para ampliação das imagens em longas distâncias, como telescópios, tele sistemas, tele lupas e lunetas, ou em curtas distâncias, como óculos bifocais, lentes monofocais esféricas, sistemas tele microscópicos, lentes esferoprismáticas e as lupas manuais ou lupas de mesa e de apoio.

Dentre as TA que utilizam recursos não ópticos estão, por exemplo, os acessórios – canetas de ponta porosa, lápis 6B, cadernos com pautas espaçadas, tiposcópios, gravadores, softwares com magnificadores de tela, programas com síntese de voz, sistema Braile, soroban e bengala. Muitos desses recursos devem ser indicados por um profissional da saúde, conforme for o comprometimento visual do indivíduo.

A utilização destes instrumentos permite que os sujeitos compreendam o mundo a sua volta, se adaptem e levem a vida com mais qualidade. Mesmo que as TA contribuam muito na questão de orientação e mobilidade, bem como na aprendizagem, há de se considerar que se trata de um processo adaptativo que deve ser construído continuamente. Também, que as pessoas cegas ou com baixa visão desenvolverão esse processo dentro de um tempo que lhes é característico, e que, por isso, nunca se deve estipular metas comparativas entre elas e as pessoas videntes. Evitar-se-á assim, o característico preconceito e a rotulação desses indivíduos como incapazes e se respeitará seus direitos, tempos e espaços.

C

OMO AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PODEM SER ENTENDIDAS E QUAIS SEUS OBJETIVOS

As TA são recursos e serviços que proporcionam ou ampliam as habilidades funcionais das pessoas com necessidades especiais promovendo a independência e a inclusão (BERSCH, 2013). Podem ainda, ser compreendidas, de acordo com o Comitê de Ajuda Técnica1 (CAT) (2007, p. 1) como

Uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

As TA devem ainda ser entendidas como um recurso do usuário sem fins profissionais. Por isso, de acordo com Bersch (2013), é necessário distinguir as TA de outras tecnologias, como aquelas aplicadas na área médica e de reabilitação, pois, nesses dois últimos casos, as tecnologias visam facilitar e qualificar a atividade dos profissionais em procedimentos de avaliação e intervenção terapêutica.

Também, é necessário distinguir as TA das tecnologias educacionais, já que nem todos os recursos que os alunos com necessidades educacionais especiais utilizam, podem ser classificados como TA. Sempre que um recurso puder ser utilizado pela maioria dos indivíduos (com necessidades educacionais especiais ou não) com o mesmo objetivo, tem-se um recurso educacional, como no caso do computador, que é uma ferramenta tecnológica aplicada ao contexto educacional que garante a diversificação e a qualidade do acesso às informações. De acordo com Bersch (2013, p. 12) a tecnologia é assistiva e não educacional quando

É utilizada por um aluno com deficiência e tem por objetivo romper barreiras sensoriais, motoras ou cognitivas que limitam/impedem seu acesso às informações ou limitam/impedem o registro e expressão sobre os conhecimentos adquiridos por ele; quando favorecem seu acesso e participação ativa e autônoma em projetos pedagógicos; quando possibilitam a manipulação de objetos de estudos; quando percebemos que sem este recurso tecnológico a participação ativa do aluno no desafio de aprendizagem seria restrita ou inexistente.

1 O CAT foi instituído através da portaria nº 142, em 16 de novembro de 2006 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da

Presidência da República - SEDH/PR. É o órgão responsável por, entre outras coisas, apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de TA; (BRASIL – SDHPR, 2012).

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Segundo essa mesma autora (2013), alguns exemplos de TA no contexto educacional são: mouses diferenciados, teclados virtuais com acionadores, softwares de comunicação alternativa, leitores de texto, textos ampliados, textos em Braille, textos com símbolos, mobiliário acessível, recursos de mobilidade pessoal. Ressalta-se, que esses exemplos são adequados não somente para o contexto educacional, mas na sociedade como um todo.

Várias dessas tecnologias são de fácil acesso, podendo ser confeccionadas com materiais alternativos e de baixo custo; outras podem ser adquiridas em locais especializados. Muitas vezes, a simplicidade destas tecnologias faz com que passem despercebidas aos olhos da sociedade, como por exemplo, no caso do uso de uma bengala de apoio. Outras são mais complexas e exigem atenção maior para o funcionamento, como no caso dos aplicativos de transformação de texto em áudio.

Assim, as TA podem ser disponibilizadas em vários contextos sociais e auxiliar na proposição de uma vida mais independente para as pessoas com necessidades especiais. Para que isso aconteça, é imprescindível que se tenha informação sobre o assunto: onde comprar as industrializadas, quais os locais em que podem ser pesquisados exemplos alternativos, que tipos de materiais alternativos e de baixo custo podem ser utilizados, como proceder na montagem da tecnologia em questão e como utilizá-las. Campanhas de divulgação colaboram nesses aspectos.

C

LASSIFICAÇÃO DAS

T

ECNOLOGIAS

A

SSISTIVAS

Os recursos de TA são organizados ou classificados de acordo com seus objetivos funcionais. No estudo sobre a classificação das TA, realizado por Brasil (2009) foram adotadas três importantes referências que apresentam diferentes focos de organização e aplicação:

1. ISO 9999. A classificação da ISO 9999 procura classificar e diferenciar os produtos assistivos disponíveis pela função que eles desempenham. São classificados 3 níveis hierárquicos, sendo para cada nível são fornecidos aspectos como códigos, títulos, notas explicativas, inclusões, exclusões e referências cruzadas das TA (BRASIL, 2009). A classificação apresenta-se em três níveis diferentes: 1.1. classe, que pode ser: tratamento médico pessoal; treinamento de habilidades; órteses e próteses;

proteção e cuidados pessoais; mobilidade pessoal; cuidados com o lar; mobiliário e adaptações para residenciais e outras edificações; comunicação e informação; manuseio de objetos e equipamentos; melhorias ambientais, ferramentas e máquinas; lazer (BRASIL, 2009);

1.2. subclasse; e

1.3. detalhamento da classificação (com explicações e referências).

2. Classificação Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology – HEART. A classificação HEART, que surgiu no âmbito do Programa Technology Initiative for Disabled and Elderly

People – TIDE, da União Europeia, propõe um foco em TA, com base nos conhecimentos envolvidos

na sua utilização. De acordo com esse modelo devem ser consideradas três grandes áreas de formação em TA:

2.1. componentes técnicos: possui quatro áreas de formação identificadas: comunicação, mobilidade, manipulação e orientação;

2.2. componentes humanos: inclui tópicos relacionados com o impacto causado pela deficiência no ser humano: tópicos sobre a deficiência, a aceitação das TA, a seleção das TA, o aconselhamento em TA e o atendimento pessoal;

2.3. componentes socioeconômicos: indica que a tecnologia afeta as interações dentro do contexto social e enfatiza as vantagens e desvantagens dos diferentes modelos de prestação de serviços. 3. Classificação Nacional de TA, do Instituto Nacional de Pesquisas em Deficiências e

Reabilitação, dos Programas da Secretaria de Educação Especial e do Departamento de Educação dos Estados Unidos. Esta classificação foi desenvolvida a partir da conceituação de TA, que consta na legislação norte americana e integra recursos e serviços. Essa classificação cataloga 10 itens de componentes de recursos, por áreas de aplicação, e "apresenta um grupo de serviços de TA que promove apoio à avaliação do usuário, o desenvolvimento e a customização de recursos, a integração da TA com ação e objetivos educacionais e de reabilitação, e os apoios legais de concessão" (BRASIL, 2009, p. 23).

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279 Os sistemas de recursos e serviços são classificados em: elementos arquitetônicos, elementos sensoriais, computadores, controles, vida independente, mobilidade, órteses/próteses, recreação, lazer e esportes, moveis adaptados e mobiliário e serviços.

Esses três sistemas de classificação podem ser utilizados conforme o objetivo que se pretende que as TA atinjam – catalogação de recursos, ensino, troca de informação, organização de serviços de aconselhamento e concessão, entre outros. É importante que se tenha claro o que são as TA e para que elas servem, ao adotar uma dessas classificações (BRASIL, 2009).

M

ETODOLOGIA E TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa foi desenvolvida entre os meses de janeiro e junho de 2015, como aprofundamento teórico de um projeto extensão vinculado a Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, campus de Guarapuava, que buscou promover a capacitação de professores da rede estadual de Educação do estado do Paraná para as TA.

Assim, o recorte aqui apresentado teve o objetivo de analisar quais são as TA que podem ser utilizadas por pessoas cegas ou com baixa visão no contexto social e como elas influenciam na inclusão. Ele pode ser caracterizado como um levantamento bibliográfico e documental, que intencionou apontar conhecimentos publicados na literatura sobre as TA utilizadas por indivíduos cegos ou com baixa visão. A análise, significação e descrição dos dados acontece de forma qualitativa. Quanto aos objetivos, foi de natureza exploratória, pois visou proporcionar maior familiaridade com a situação discutida para aprimorar as ideias (GIL, 2002).

O desenvolvimento desse recorte contou, inicialmente, com um aprofundamento conceitual sobre o que são as TA, seus objetivos e classificações, que foi feito com base em documentos publicados em meio eletrônico, entre os quais, destacam-se Bersch (2015), Galvão Filho (2009) e Manzini (2013). Também, com um aprofundamento conceitual sobre a cegueira e a baixa visão, feito com base em documentos que apontam aspectos sobre essas necessidades específicas, como Amiralian (2004), Brasil (2009) e Fundação Dorina (2015). Com isso, foi possível a proposição de discussões coerentes acerca das TA utilizadas pelas pessoas cegas ou com baixa visão.

Depois, foi realizada a verificação na literatura de documentos nacionais dos anos de 2007 a 2015, em que pudessem ser percebidas no título ou no resumo relações das TA com as pessoas cegas e/ou com baixa visão. A pesquisa integrada aconteceu nas bibliotecas virtuais Scielo e Portal Periódicos CAPES2 por meio de palavras chaves, que foram: 1) TA3; 2) TA and cegos; 3) TA and deficiência; 4) TA and cegos

and educação; 5) TA and cegos and escola; 6) TA and deficiente visual and escola; 7) TA and deficiente

visual and educação; 8) cegos and baixa visão and TA; 9) TA and escola; 10) TA and educação básica; 11) TA and educação.

A partir dessa pesquisa, foram selecionados os artigos que faziam menção as TA para o desenvolvimento ou facilitação de habilidades funcionais de pessoas cegas ou com baixa visão na sociedade.

Então, foi utilizada a análise textual discursiva, de Roque Moraes (2003) para fazer a análise dos documentos obtidos. Este tipo de procedimento é comumente utilizado em pesquisas qualitativas, analisando materiais inéditos ou já existentes, para possibilitar a compreensão de fenômenos; nas palavras de Moraes (2003, p. 192) "o processo analítico consiste em criar as condições de formação de uma tempestade em que, emergindo do meio caótico e desordenado, formam-se flashes fugazes de raios de luz iluminando os fenômenos investigados, que possibilitam, por meio de um esforço de comunicação intenso, expressar novas compreensões atingidas ao longo da análise”. Para proceder desta forma:

1) primeiro os textos foram desmontados para serem analisados;

2) em seguida, foi feito o estabelecimento das relações entre elementos semelhantes percebidos nos textos, estabelecendo-se assim, categorias. As categorias foram denominadas: TA e a saúde; TA e a escola; TA e a qualidade de vida; facilidades e dificuldades de utilizar as TA;

3) com isso, foi possível uma nova compreensão do todo, que foi comunicada através de críticas e proposições acerca de um conjunto de elementos construídos nos passos anteriores;

2 As bibliotecas virtuais Scielo e Portal Periódicos CAPES podem ser acessadas respectivamente nos seguintes endereços:

<http://search.scielo.org/> . <http://www.periodicos.capes.gov.br/>.

3 Ressalta-se que durante a pesquisa os termos “tecnologias assistivas” foram utilizados por extenso e não de forma abreviada;

(6)

280

4) por último, existiu um esforço para que os elementos racionalizados expostos até então, expressassem novas compreensões.

As considerações acerca dessa análise foram expressas em uma sequência textual. Primeiro, com algumas considerações sobre a cegueira e a baixa visão, para situar o leitor quanto a necessidade especial que se investigou. Em seguida, foram apresentados alguns aspectos das TA, principalmente quanto a conceituação e aos objetivos delas (estas duas proposições encontram-se expostas inicialmente neste artigo, antes da metodologia). Por último (após a metodologia), fez-se a análise dos artigos encontrados durante a revisão da literatura, nas categorias que foram referidas anteriormente.

R

ESULTADOS E DISCUSSÕES

:

AS PROPOSIÇÕES DA REVISÃO DA LITERATURA

Foram selecionados 8 artigos que se referiram as TA utilizadas por pessoas cegas ou com baixa visão, oriundos de diferentes revistas científicas, como pode ser verificado na tabela 1. Garcia e Galvão Filho (2012) afirmam que de fato os estudos sobre TA no Brasil ainda são escassos em todas as áreas, o que relaciona-se com o fato de terem sido encontrados apenas oito artigos. Por outro lado, assume-se pelos trabalhos selecionados, que existem intenções de ampliar conhecimentos dentro do tema, o que é relevante já que, como afirmam os autores citados anteriormente (2012), é necessária uma mudança de postura social, que priorize cada vez mais a diversidade e a inclusão de todas as pessoas.

Tabela 1: artigos analisados na revisão da literatura

No NOME DO ARTIGO AUTOR(ES) ANO REVISTA

1 Tecnologia assistiva em saúde para cegos: enfoque na prevenção de drogas Kariane Gomes Cezario Lorita Marlena Freitag

Pagliuca 2007

Esc Anna Nery Rev Enferm

2

Escolares com baixa visão: percepção sobre as dificuldades visuais, opinião sobre as relações com comunidade es colar e o uso de recursos de tecnologia assistiva nas atividades cotidianas

Marília Costa Câmara Ferroni

Maria Elisabete Rodrigues

Freire Gasparetto 2012

Rev. Bras. Ed. Esp.

3

O aprendizado da utilização da substituição sensorial Visuo-tátil por pessoas com deficiência visual: Primeiras experiências e estratégias metodológicas

Virgínia Kastrup Eliana Sampaio Maria Clara de Almeida

Filipe Herkenhoff Carijó 2009

Psicologia & Sociedade

4

Tecnologia assistiva para mulheres com deficiência visual acerca do preservativo feminino: estudo de validação

Luana Duarte Wanderley Cavalcante

Giselly Oseni Barbosa Oliveira,

Paulo César de Almeida, Cristiana Brasil de Almeida Rebouças

Lorita Marlena Freitag Pagliuca

2015

Rev Esc Enferm USP

5

Desenvolvimento de tecnologia assistiva para o deficiente visual: utilização do preservativo masculino.

Luana Duarte Wanderley Cavalcante

Giselly Oseni Barbosa Oliveira,

Paulo César de Almeida, Cristiana Brasil de Almeida Rebouças

Lorita Marlena Freitag Pagliuca

2013

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281

6

A atenção fonoaudióloga e a linguagem escrita de pessoas com baixa visão: estudo exploratório

Mayla Myrina Bianchim Monteiro

Rita De Cássia Ietto Montilha

Maria Elisabete Rodrigues Freire Gasparetto

2011

Rev. Bras. Ed. Esp.

7

O uso de recursos tecnológicos como facilitadores no atendimento

educacional especializado com portadores de baixa visão

Rodrigo Tavarayama,

2011

Nucleus

8

Tecnologia assistiva para crianças cegas: produtos de apoio para a mobilidade pessoal

Lana Tuan Borges de Jesus Alexandra da Silva Santos Sampaio

Maria Helena Silveira Bonilla

2015

Rev. Ed. Esp. UFSM

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

A partir da análise desses documentos, percebeu-se como um aspecto geral, que a condição de cegueira ou baixa visão, em qualquer fase da vida, causa impactos na questão social, física e psicológica, que podem contribuir na formação da identidade dos indivíduos. Muitas vezes, essa condição passa a ser a única pela qual o indivíduo que a possui é reconhecido, embora conforme afirma Amiralian (2004, p.26) "a condição visual não deveria se constituir como fator preponderante na construção de identidade de qualquer pessoa. Todos são constituídos por um conjunto de características que se manifestam e expressam quem é aquela pessoa, qual é sua personalidade, o que a faz ser aquilo que ela é". Como resultado existe o preconceito e a exclusão social.

Um segundo aspecto percebido em todos os artigos, foi que as TA têm oferecido produtos, serviços, recursos, metodologias, estratégias, práticas para estimular a potencialidade das pessoas com necessidades especiais. Embora se trate de um conceito relativamente novo, pode-se dizer que tem passado por um processo de desenvolvimento reflexivo teórico em favor de melhorias para a garantia dos direitos previstos na legislação.

Pode-se dizer, que os documentos selecionados na análise mostraram experiências que objetivaram investigar as TA de forma direta, abordando-as como metodologia principal, e de forma indireta, utilizando-as como recurso auxiliar para outras metodologias. Também, mostraram experiências utilizando as TA relacionadas com diferentes contextos sociais, para facilitar as atividades desenvolvidas, o que ressalta o caráter pluralista que elas possuem (BERSH, 2013).

Essa análise mostrou que, embora existam várias TA, todas apresentam características semelhantes quanto às melhorias que proporcionam. Por isso, seguindo a metodologia de análise textual de Moraes (2003), foram estabelecidas as categorias 1) TA e a saúde; 2) TA e a escola; 3) TA e a qualidade de vida; 4) facilidades e dificuldades de utilizar as TA.

Na categoria TA e saúde foram incluídos artigos no quais as TA foram utilizadas para conscientizar sobre procedimentos de mantimento da saúde dos participantes – artigos 1, 4 e 5. Tais relações fazem sentido, pois segundo Sartoretto e Bersch (2014), as TA nasceram associadas a reabilitação e vinculadas as práticas dos profissionais da saúde. Aos poucos, mudou-se a abrangência das funcionalidades para os problemas de ordem pessoal e funcional.

No artigo 1 foi utilizado o software gerador de áudio DOSVOX para, através de um texto, conscientizar sobre os efeitos físicos, psicológicos e sociais causados pelas drogas. O software possibilitou que os indivíduos refletissem sobre as formas de prevenção das drogas, os meios de prevenção, os tipos de usuários, os principais tipos de drogas e seus aspectos. O trabalho realizado foi considerado importante, porque, como afirmam Cezareo e Pagliuca (2007), o uso das drogas independe da condição física, portanto, mesmo que as pessoas cegas ou com baixa visão estejam nessa condição, podem ter curiosidade de experimentar novas situações e acabar aderindo ao vício.

Nesse sentido, o uso da tecnologia DOSVOX pode contribuir, uma vez que garante “não só o direito de acessar a rede de informações, mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos” (AMORIM; CARVALHO; MENEZES, 2009, p. 4). Destaca-se que o DOSVOX, conforme Cezareo e Pagliuca (2007), é amplamente aceito entre as pessoas cegas ou com baixa visão nos vários setores sociais, e, por isso, é um dos mais utilizados atualmente. Trata-se de um software que executa tarefas de edição de texto, leitura de textos transcritos,

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possibilitando formação cultural e tecnológica. Existem outros softwares deste tipo, como o Dolphin (que inclui um leitor de tela para cegos e um ampliador de tela para pessoas com visão subnormal) e o Jaws (que possui um sintetizador de voz em diversos idiomas e com a capacidade de ler certos recursos de páginas de internet que outros programas do gênero não têm) (SACI, 2015).

Certamente, esses softwares ampliam as possibilidades de comunicação e a autonomia pessoal dos indivíduos e, sem eles, o desempenho, especialmente da pessoa cega, se contextualizaria em um número maior de limitações e impossibilidades (SÁ, 2007). A apropriação desses e de outros recursos tecnológicos como TA modifica significativamente o estilo de vida.

Percebeu-se que tais recursos foram utilizados novamente no artigo 4 e no artigo 5 incluídos nessa categoria. No artigo 4 foi utilizada uma TA para simular o canal vaginal, para que mulheres com deficiência visual pudessem aprender como utilizar o preservativo feminino. A atividade experimental foi confeccionada com materiais alternativos como esponjas e ligas de borracha, o que prova que a utilização de TA não depende exclusivamente de recursos profissionais e de alto custo. Destacou-se a utilização da informática na obtenção de informações sobre a prevenção das DSTs e a anticoncepção.

No artigo 5 os recursos de TA foram utilizados para conscientizar homens cegos sobre a importância de utilizar o preservativo durante as relações sexuais. Dentre as tecnologias, se destacou a informática, com a utilização do site do Ministério da Saúde como subsídio para a elaboração de um texto sobre principais DSTs, o uso do preservativo e o planejamento familiar. Nesse caso, a informática se caracterizou como uma fonte de informações rápida e de fácil utilização (CARLI, 2013). Foi também confeccionado com massa de modelar a genitália masculina, na qual foi demonstrado como fazer uso do preservativo masculino. Sabendo que é pelo tato que as pessoas cegas podem conhecer os objetos, pode-se dizer que a aprendizagem foi facilitada com o depode-senvolvimento despode-se modelo.

As tecnologias (especialmente de modelos e da informática) que foram destacados, também cumprem um papel dentro da escola, e percebeu-se que em alguns artigos esse papel foi ressaltado. Assim, na categoria TA e escola foram inclusos artigos nos quais pode ser percebida relação das TA com a escola – artigos 2, 6 e 7, a fim de facilitar o processo de ensino e de aprendizagem e a inclusão das pessoas cegas ou com baixa visão.

No artigo 2 foi afirmada a importância de incluir as pessoas cegas na escola, pois isso contribui para o crescimento, a aprendizagem, o desenvolvimento dos mesmos. Mencionou-se inclusive, a importância desses indivíduos manterem um bom relacionamento com a comunidade escolar. Para que isso aconteça, “é fundamental a construção de políticas de inclusão para o reconhecimento da diferença/diversidade e para que se conceba uma sociedade que possibilite a participação de todos, de acordo com suas especificidades” (SANTAROSA et al., 2007, p. 432). Deve-se considerar que "é necessário pensar a inclusão como um conceito mais abrangente, que implique que o incluído é capaz de participar, questionar, produzir, decidir, transformar, é parte integrante da dinâmica social em todas as suas instâncias” (BONILLA, 2005 apud LIMA, 2011, p. 23). Assim, quando as TA são utilizadas pautadas em objetivos coerentes com a inclusão é possível valorizar e potencializar a autonomia e o pensamento crítico, a diversidade e as capacidades, fazendo com que as diferenças sejam entendidas como riqueza e não como obstáculo. Utilizou-se os recursos ópticos para longe e para perto e não ópticos como recursos de TA.

Tais discussões podem ser relacionadas com o artigo 6, porque nele foram desenvolvidas atividades inclusivas em que os indivíduos estudaram textos em diferentes tamanhos de fonte, escreveram e interpretaram notícias. Tal ação foi tomada como importante no processo de desenvolvimento, uma vez que foi constatado que as pessoas com baixa visão fazem uso prioritário da leitura quando querem obter conhecimentos. Esse trabalho foi mediado para um grupo de indivíduos participantes do centro de estudos e pesquisas em reabilitação da faculdade de ciências médicas da UNICAMP e utilizou recursos ópticos e não ópticos no processo.

Escolher e adaptar esses recursos vai depender da condição da pessoa cega ou com baixa visão, da faixa etária, das necessidades especiais e individuais, das preferências, interesses e habilidades (LIMA, 2011). É o professor quem deve fazer essa análise, tendo o importante papel de planejar situações, objetivos e recursos, juntamente com o aluno. Para tanto, é imprescindível que sejam ofertados processos formativos contínuos para esses professores enfocando nas reais necessidades. Conforme afirma Manzini (2013), a questão da formação de professores para trabalhar com TA tem sido bastante enfatizada atualmente, pois nem sempre os professores estão preparados para utilizar estes recursos na escola, o que é prejudicial tendo em vista que a atualização profissional em TA auxilia na inclusão dos alunos com necessidades especiais, seja na escola ou em outro contexto.

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283 O planejamento feito pelo professor deve ser expresso nos planos de aula, os quais foram abordados no artigo 7. Além da elaboração de um plano de aula hipotético, foi feita uma análise dos benefícios que as TA podem promover para os indivíduos com baixa visão dentro da escola. Constatou-se que, para elaboração de um plano de aula bem fundamentado é necessário conhecer as especificidades das dificuldades que os alunos apresentam, através da coleta de informações junto a família e ao indivíduo. Assim, pode-se optar por TA para auxiliar no trabalho, como instrumentos ópticos e não ópticos e o sistema braille. Os recursos ópticos podem ser para perto e para longe, têm a função de auxiliar na magnificação da imagem e melhoram a visão residual de indivíduos com baixa visão. O Braille é um recurso fundamental para a comunicação da pessoa com cegueira. Trata-se de um sistema constituído por 63 sinais formados a partir da combinação de 6 pontos em relevo, que são feitos utilizando instrumentos chamados de regletes, máquinas para escrever em braille, manuais ou elétricas e impressoras em braille (GASPERETO et al., 2012).

Outras relações com referência às melhorias promovidas pelas TA puderam ser discutidas na categoria TA e qualidade de vida, em que foram incluídos os artigos nos quais as TA foram entendidas como um referencial para que os sujeitos cegos ou com baixa visão obtivessem qualidade de vida – artigos 6, 3, 7 e 8. O fato de as pesquisas terem priorizado aspectos referentes a qualidade de vida das pessoas cegas ou com baixa visão, atende um dos objetivos das TA que é proporcionar melhorias na qualidade de vida (GALVÃO FILHO, 2009).

No artigo 6, o fonoaudiólogo foi tomado como um sujeito importante no desenvolvimento do processo de linguagem falada e no desenvolvimento da linguagem escrita dos sujeitos cegos no cotidiano. Considera-se que este trabalho foi importante, pois como afirma Sá, Campos e Silva (2007), a linguagem amplia o desenvolvimento e proporciona controle daquilo que está fora do alcance da visão. Trata-se de uma atividade complexa, que envolve comunicação e representação e exige aprimoramento manifesto nas habilidades de falar, ler e ouvir. Ressaltou-se a utilização das TA como recursos ópticos e não ópticos para auxiliar o fonoaudiólogo na sua tarefa de proporcionar melhorias na qualidade de vida das pessoas cegas.

No artigo 3 foi proposta a utilização do sistema de substituição tátil da visão BrainPort, com o qual as pessoas cegas podem obter sensações sobre os objetos físicos, que lhes garantem maior orientação no espaço. A tecnologia em questão consiste em uma micro câmera que converte energia luminosa em sinais elétricos; trata-se de um sistema constituído por um computador e uma matriz de estimulação com 100 microelétrodos. Infelizmente, pensa-se que este não é um recurso de fácil acesso a todas as pessoas que necessitam, devido ao alto custo e as dificuldades de utilização.

No artigo 7 as TA (especificamente os recursos ópticos) foram citadas, quando utilizadas de forma coerente, como possibilidade para os sujeitos com baixa visão obterem benefícios sociais, intelectuais e políticos, garantindo qualidade de vida. Bersh (2013) afirma que elas proporcionam esses benefícios justamente pelo fato de auxiliarem na ampliação de uma habilidade deficitária ou por possibilitar a realização da função desejada, que está impedida.

No artigo 8 foram identificadas, catalogadas e descritas funcionalidades das TA, como recursos para crianças de 0 a 5 anos para eliminar ou reduzir limitações da condição de cegueira e melhorar a qualidade de vida. Entre as tecnologias estavam principalmente a bengala infantil, os brinquedos sonoros e o varal multissensorial. Considera-se que a metodologia tenha sido interessante para discutir acerca dos movimentos motores das crianças ainda nos primeiros anos. Isso porque, conforme afirma Bueno (2010, apud JESUS; SAMPAIO; BONILLA, 2015), o desenvolvimento motor nas crianças cegas acontece de forma mais lenta, quando comparado as crianças videntes, devido à carência de informação visual. A visão e o movimento estão intimamente relacionados, então é interessante que as crianças cegas recebam estímulos que compensem as limitações naturais.

Conforme percebido nos artigos analisados nessa categoria, as TA revelaram novos recursos para facilitar a inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão na sociedade. Recursos importantes para superação de problemas, como a falta de compreensão do que é a cegueira e a baixa visão, a exclusão social, as dificuldades de orientação e mobilidade. Entretanto, pouco se falou nas pesquisas analisadas nessa categoria e nas anteriores, sobre as dificuldades que acompanham as pessoas cegas ou com baixa visão durante o processo de adaptação a esses recursos.

O bom uso das TA necessita de um processo de adaptação tecnológica que nem sempre é fácil, porque demanda comprometimento por parte das pessoas cegas ou com baixa visão, e por parte dos responsáveis pelos serviços ofertados. Além disso, mesmo considerando-se a possibilidade de utilização de materiais alternativos e de baixo custo para confecção de algumas TA, deve-se lembrar que

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O custo da produção e da aquisição de ferramentas, equipamentos, aparelhos e materiais auxiliares é problemático no Brasil, porque as ajudas técnicas não são obrigatórias. As pessoas com deficiência não contam com subsídios para aquisição de equipamentos, enfrentam barreiras de acessibilidade física e virtual e as alternativas disponíveis são pouco conhecidas e difundidas (SÁ, 2007, p.53).

Pensando nas possíveis dificuldades foram analisados na categoria facilidades e dificuldades para utilizar as TA alguns fragmentos textuais identificados nas pesquisas que demonstram que existe reconhecimento da necessidade de adaptação que as TA exigem – artigos 1, 2, 3 e 8.

No artigo 1, relatou-se que alguns participantes tinham dificuldades em manusear o software DOSVOX. Isso mostra que devem ser desenvolvidos processos formativos que capacitem para a utilização das TA voltadas as tecnologias da informação e comunicação, como o software em questão. Segundo Brasil (2006), esse processo deve ser desenvolvido individualmente com as pessoas cegas ou de baixa visão, enfocando nas habilidades específicas e nas reais necessidades, considerando os recursos já disponíveis e as demandas sociais. Outros participantes já tinham maior facilidade de manusear o recurso. Mesmo assim, acredita-se na importância de trabalhar a inclusão digital também com essas pessoas, uma vez que as mudanças na área das tecnologias da informação e comunicação são constantes e forçam a atualização (CARLI, 2013).

No artigo 2, se destacou que as tecnologias assistivas, especialmente os recursos da informática, podem reduzir as dificuldades referentes a leitura, ao lazer e a locomoção, mas que a maioria dos indivíduos com os quais o trabalho foi realizado não utilizam essas tecnologias para isso. Santarosa et al. (2007) afirmam que realmente os recursos da informática, quando bem utilizados, podem flexibilizar o acesso dos usuários a uma diversidade de informações, a navegação, a operação com softwares, podendo ser vistos como uma interface que respeita as necessidades dos usuários. Todavia, a realidade identificada, de as pessoas cegas ou com baixa visão pouco acessarem esses mecanismos, ainda é fruto da falta de capacitação para isso e de uma realidade socioeconômica que não permite que se tenha acesso aos recursos de forma igualitária.

No artigo 3, destacou-se que a maioria dos indivíduos teve facilidade de utilizar o sistema BrainPort com a orientação que tiveram, embora um deles tenha achado o sistema extremamente complicado. Os participantes descreveram como uma experiência inovadora e estranha, que necessitou de constante atenção. Perceberam-se dificuldades no acoplamento sensório motor, no movimento da cabeça e do corpo, e no não cumprimento das expectativas dos participantes, mesmo para aqueles que alegaram ter tido facilidade. Por isso, recomendou-se que se disponibilizasse um treinamento para os usuários, no qual eles possam conhecer o funcionamento básico do dispositivo e se adaptem ao acoplamento sensório motor.

As dificuldades na orientação e mobilidade de crianças cegas também foram enfatizadas no artigo 8. O grande fator condicionante percebido foi a falta de estímulo por parte dos cuidadores, fruto do desconhecimento das potencialidades delas. Ressaltou-se também que equipamentos como bengala eletrônica ainda não estão disponíveis para muitas crianças. A escolha desses produtos deve seguir critérios individualizados, considerando as necessidades específicas e individuais. Desta forma, poder-se-á assegurar para essas crianças o desenvolvimento das mesmas habilidades que uma criança vidente, o que é fundamental para minimizar as dificuldades de execução das atividades em nível sensorial e motor e diminuir as possíveis limitações impostas pela perda visual (JESUS; SAMPAIO; BONILLA, 2015).

Por fim, ressalta-se que em todos os artigos analisados as TA colaboram para promover a inclusão das pessoas cegas ou com baixa visão no âmbito social. Elas asseguraram melhor qualidade de vida, portanto parece que a implementação desses recursos e serviços ajuda os indivíduos a desenvolverem a cidadania, comprometidos com seus direitos e deveres. Nesse sentido, ressalta-se que elas cumprem com aquilo que é previsto na legislação da inclusão da pessoa com deficiência (BRASIL, 2015).

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ONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo objetivou analisar quais são as TA que podem ser utilizadas por indivíduos cegos ou com baixa visão no contexto social e como elas influenciam na inclusão. Foram apresentados aspectos trazidos pela literatura sobre o assunto, o que permitiu concluir que trata-se de um campo que está sendo

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285 progressivamente explorado, por trazer inúmeros benefícios na área das necessidades especiais. Por isso, o questionamento inicial, que motivou essa pesquisa bibliográfica, sobre estarem sendo produzidas pesquisas na área das TA para o desenvolvimento de habilidades funcionais de pessoas cegas ou com baixa visão, foi respondido afirmativamente.

Foram encontrados 8 artigos sobre o assunto, sendo que em todos eles foram destacados a importância das TA para trabalhar diferentes temáticas sociais, porque elas possibilitam que as pessoas cegas ou com baixa visão sejam incluídas em setores da sociedade como o mercado de trabalho e as escolas, desenvolvam suas potencialidades e tenham seus direitos respeitados. É condição para que isso aconteça que os recursos e serviços sejam utilizados conforme as necessidades individuais de cada sujeito no que se refere as condições físicas e psicológicas. Para isso, se faz necessário entender o que é a cegueira e a baixa visão.

Mesmo com esse conhecimento, existem dificuldades associadas ao uso das TA, como aquelas provenientes da pouca adaptação aos recursos, das desigualdades socioeconômicas que impedem a aquisição de equipamentos e do próprio preconceito social. Pessoas cegas ou com baixa visão deixam de utilizar recursos que seriam benéficos para não serem tarjadas de incapazes, o que mostra que ainda existe um caminho de conscientização social contra o preconceito.

Por outro lado, verificou-se que aqueles sujeitos que conseguiram vencer essas dificuldades (de acordo com os relatos das pesquisas), se sentiram satisfeitos com as possibilidades que as TA oferecem, inclusive podendo adentrar o mercado de trabalho ou seguir a carreira acadêmica de forma mais facilitada. Há de se destacar, inclusive, a realização pessoal que eles tiveram por poderem se tornar mais independentes.

Para que mais pessoas possam se beneficiar é interessante que a conscientização e estimulação sobre as TA comecem desde cedo. Nesse sentido, a escola foi descrita como uma instituição social importante, desde que conte com recursos tecnológicos e profissionais para desempenhar com qualidade seu papel. Também se faz necessário a conscientização das pessoas videntes quanto ao que são as TA e ao que é a cegueira e a baixa visão.

Por fim, observa-se que essa pesquisa possibilitou perceber indícios sobre a importância das TA no trabalho com pessoas cegas ou com baixa visão e que existe uma preocupação de desenvolver trabalhos na área. Também, que são necessárias políticas governamentais assistenciais aos sujeitos que necessitam utilizar esses recursos. A continuação dos estudos acerca da importância do tema poderá induzir a implantação dessas políticas.

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INIBIOGRAFIA

Suelen Aparecida Felicetti (suelen_jv80@hotmail.com)

Doutoranda na área de Ensino de ciências e matemática na Universidade Estadual de Londrina/ UEL. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO. Estudante de Ciências Biológicas pela UNICENTRO, modalidade EaD, campus Laranjeiras do Sul. Licenciada em Ciências Naturais pela Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza/PR. Especialista em Educação Especial: atendimento às necessidades especiais, pelo ESAP. Tem experiência na docência na área de Ciências Naturais, com desenvolvimento de atividades didáticas com materiais alternativos, na realização de oficinas didáticas no ensino de ciências, no desenvolvimento de atividades experimentais, no trabalho formativo de professores no ensino de Ciências Naturais. Também, na área de tecnologias da informação e comunicação, com ênfase na utilização do computador e da internet no ensino e aprendizagem de ciências naturais, e na utilização de tecnologias assistivas para o atendimento de necessidades especiais. Link para currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1011807470450723

Elaine Maria dos Santos (elainems77@gmail.com)

Possui graduação em Processamento de Dados pela Universidade do Estado de Minas Gerais (1998), especialização latu senso em Informática em Educação pela Universidade Federal de Lavras (2002), Gestão Industrial com Ênfase em Conhecimento e Inovação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2006) e Design Instrucional para EaD pela Universidade Federal de Itajubá (2009); mestrado (2007) e doutorado (2011) ambos em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos. Tem experiência na área de Engenharia da Qualidade e Engenharia Organizacional atuando principalmente nos seguintes temas: educação a distância, gestão da qualidade e ensino superior. Professora adjunta da Universidade Estadual do Centro-Oeste/PR, UNICENTRO. Link para currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5245546196615162

Sandro Aparecido dos Santos (sandrosantos@unicentro.br)

Possui graduação em Matemática Licenciatura Plena pela Fundação Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Guarapuava-PR (1988), especialização em Ensino de Física pela Universidade Estadual de Maringá-PR (1992), mestrado em Estatística pela Universidade Estadual de Londrina-PR (1995) e doutorado em Ensino de Ciências pela Universidade de Burgos-Espanha (2008). Atualmente é professor efetivo da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino de Ciências, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, metodologias alternativas, instrumentação para o ensino. Link para currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1921374048453380

Referências

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