QIEU um owns :Ê __MW&_ _U< SWÊNÂNO _____________________________________________________`_ na ÊMWEOE Owggg DU O3_¬OH_m N25; Sã/u` QC_Um_ gás H_83< oaNN nLflš UnL¬_^ä¬u¬v_EN§JZ um __; ©®NN mhmk U@hD chao
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina
Programa de
Pós Graduação
em
Engenharia
de
Produção
PROJETO
DE
EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
(PR):
z-
.. 'mu
PROPOSTAS
PARA A
EDUCAÇAO
NA
DIVERSIDADE
Édne
Aparecida
Ciaser
Dissertação
apresentada
ao
Programa
de Pós Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade
Federal
de Santa
Catarina
como
requisito parcialpara
obtenção do
títulode
Mestre
em
Engenharia de
Produção
Florianópolis
2001
Edne
Aparecida
Claser
PROJETO
DE
EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
(PR):
PROPOSTAS
PARA
A
EDUCAÇAO
NA
DIVERSIDADE
Esta dissertação
foi julgadae aprovada
para
a obtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de Produção no
Programa
de
Pós-
Graduação
em
Engenharia
de Produção da
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina.Florianópolis,
18
dezembro
2001.
Profa.
Eunice
Passaglia,
Dra.Coordenadora do Curso
BANCA XAMINADORA
Profa. Dulce ffÉ
z, Dra. - Orientadora /'9
' f ~Prof.
/ø
ésar eschl, Dr.17/
“
Profa. Cristina
Tramo
Ê.
de
~
Prof. mfilâ/on Taveira de
LoTsâ
O
.
En
ll
Agradecimentos
Agradeço
a Deus, emeus
mentores espirituais,que
com
certezasempre
estiveramao
meu
ladoem
todos os
momentos
de aflições, aos quais tantas vezesem
pensamento
recorri.“De tudo
ficaram
três coisas:a certeza
de que
estamos semprecomeçando;
a certeza
de que
é preciso continuar ea certeza
de que
podemos
ser interrompidos antes de terminar.Fazer da interrupção
um
caminho
novo;Fazer da
queda
um
passode
dança;Do medo uma
escada;Do
sonho
uma
ponte;Da
procuraum
encontro."IV
suMÁR|o
LISTA
DE FIGURAS
... ..p. viiiLISTA
DE
QUADROS
... ..p. ixRESUMO
... ..p. XABSTRACT
... ..p. xii 1INTRODUÇAO
... ..p. O1 1.1 Justificativa ... ..p. 11 1.2 Objetivos ... ..p. 121.2.1 Objetivo geral
da pesquisa
... ..p. 121.2.2 Objetivos
especificos da pesquisa
... ..p. 131.3
Metodologia
... ..p. 131.3.1 Estrutura
do
trabalho ... ..p. 152
REMOVENDO
AS BARREIRAS
PARA A
APRENDIZAGEM
EM BUSCA
DE
UMA
EDUCAÇÃO
DE QUALIDADE
PARA TODOS
... ..p. 172.2
Base
legal parafundamentação
da educação
inclusiva ... ..p. 192.3
Evolução
histórica ... ..p. 242.4
Aspectos
conceituais ... ..p. 272.5 Histórico
do
atendimento
educacionalàs
pessoas
com
deficiênciano
Brasil ... ..p. 31
2.5.1
De
1851a
1956
-
Iniciativas oficiaise
particulares isoladas ... ..p. 332.5.2
De
1957 a1993
-
Iniciativas oficiaisde
âmbito nacional ... ..p. 352.6 Politica nacional para
educação
especial ... ..p. 372.6.1 Periodo
de
1961 a 1971 ... ..p. 372.6.2 Período
de 1972
a1985
... ..p. 392.6.3 Período
de
1986
até os dias atuais ... ..p. 452.7
Planos
nacionaisde
educação
... ..p. 552.7.1 Período
de
1962
a 1971 ... ..p. 562.7.2 Período
de
1972
a1985
... ..p. 572.7.3 Período
de
1986
até os dias atuais ... ..p. 573
EM BUSCA
DE
EDUCAÇÃO
PARA
TODOS
-
O
PARADIGMA DOS
TEMPOS
ATUAIS
... ..p. 643.1 Currículo
e
prática escolar ... ..p. 673.2
Definições
... ..p. 733.2-1 inclusão ... ..p. 73
3.2.2 Escola inclusiva ... 73
3.2-3
Educação
especial ... ..p. 74Vl
3.2.5 Necessidades educacionais especiais ... ..p. 77
3.2.6 Terminalidade específica ... ..p.
79
3.2.7 Caracterização de deficiências ... ..p.
79
3.2.8 Currículo ... ..p.
83
3.2.8.1 Adaptações
de
acesso ao currículo ... ..p.83
3.2.8.2 Adaptações curriculares
não
significativas ... ..p.84
3.2.8.3 Adaptações curriculares significativas ... ..p.
86
3.2.8.4 Níveis
de
adaptação curriculares ... ..p.87
3.2.9
Rede de
apoio ... ..p. 914
Esco|_A
só
É Escou-\
se
|=oRTRANs|=oR|v|ADoRA
... ..p.se
4.1 Análise
da
situação paraeducação
inclusivano
Paraná ... ..p.98
4.1.1
Dados
quantitativos ... ..p.98
4.1.2 Etapas
da
pesquisa para implantação e desenvolvimento da propostade
educação
inclusiva no Estadodo
Paraná ... ..p. 1014.2 Finalidades
da
propostade
educaçao
inclusiva ... ..p. 1054.3 Objetivos especificos a
serem
alcançados no
processode
desencadeamento
da
propostade
educaçao
inclusiva parao
estadodo
Paraná
... ..p. 1074.4 Desafios e linhas
de ação da proposta
de educação
inclusiva parao
Estado
do
Paraná
... ..p. 1084.5 Análise
dos desafios
e linhasde ação
elencados
no
documento
4.5.1 Paraná:
em
buscada
efetivação deuma
educação de
qualidade para todos ... ..p. 1125
NÃo
AGUARDEMOS
A
PRÓx|MA
NoTic|A.gos somos
A
PRÓx|MA
NoTíc|A
... ..p. 1155.1 Inclusão:
desmonte da educação
especial? ... ..p. 1185.2
Quem
é
o
profissionalda
inclusão? ... ..p. 119s
coNcLusÃo
... ..p. 121Vl ll
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1: Visão dinâmica,
ou
por unidade,da
relação entre o portador dedeficiência e a
educação
escolar ... ..p.48
Figura 2:Wsão
estática, ou por dicotomia,da
relação entre o portadorde
deficiência
e
a educação
escolar ... ..p.49
Figura 3:Esquema
do sistema educacional ... ..p.76
LISTA
DE TABELAS
Tabela 1: População por faixa etária e taxas médias geométricas
de
crescimento-
Paraná-
1995/2005 ... ..p. 99Tabela 2: Matrículas
na educação
básicasegundo
nível e modalidade deensino
nas dependências
administrativas estadual e municipal-
PARANÁ
-
RESUMO
Este estudo tem
como
objetivo analisar a democratização e aequiparação
de
oportunidades educacionais escolares para igualar os direitosde
todos à educação,com
ênfase noseducandos que
apresentam necessidades educacionais especiais.O
estado do Paranávem
discutindodesde
1995, nas diferentes instancias e/ousegmentos
a necessidadede
ressignificar o atendimento educacional oferecido pela rede pública
de
ensinodo
estadocom
vistas à equiparaçãode
oportunidades para todos oseducandos
em
idade escolar, portadoresde
deficiência ou não.O
Paraná
éconsiderado
um
modelo
nacionalde
atendimento aos alunoscom
deficiência, aeducação
especial está presente nos diferentes níveis de formação escolar-
educação
infantil, ensino fundamental,médio
e superior-
e na interatividadecom
outras modalidades escolarescomo
aeducação de
jovens e adultose
aeducação
profissional.O
desafio agora é democratizar esta educaçãode
forma\-- F' ' ' '_ "
a
tender toda e qualquer diversidadeque
possa se apresentar na escolacomum,
concretizandoo
objetivode
ofereceruma
educação
de qualidade paratodos.
Vimos acompanhando
e desenvolvimento das discussões,que
originaram
o
Projeto deEducação
Inclusivadesde
seu primeiromomento
(1995)
e
mais especificamente a consolidaçãodo
documentoEducação
inclusiva: Linhas
de Ação
para o Estadodo
Paranádesde
julho 2000,quando
a Secretariade
Estadoda Educação
optou por registrarem
um
documento
acaminhada do
estado na buscado modelo de educação
almejada. Durante a pesquisaalém de acompanhar o
desenvolvimentodo
processo recorremos adocumentos
governamentais, legislação e materiais impressosque
possibilitassem analisar a
caminhada da Educação
Especial no Brasilcom
vistas à convalidação desta proposta educacional.Com
base
nos objetivospropostos para
Educação
Inclusiva parao
Estadodo
Paranábem
como
sua caminhada,pudemos
constatarque
muito játem
sido feitoem
buscade
uma
educação
para todos,porém
ainda háuma
grandecaminhada
a serempreendida
tantono
que
se refere à formação e capacitação dos profissionaisda educação
como
no
enfrentamento,da
maior barreiraque
move
qualquersistema, seja ela educacional ou não, o preconceito.
Palavras chave:
educação
inclusiva; igualdadede
oportunidades,educação
xii
ABSTRACT
The
objective of this study is to analyze the democratizationand
the equalization of educational opportunities to equal everyone's rights toeducation, giving particular attention to those students
who show
specialeducational needs. Since 1995,
Paraná
State has been discussing theneeds
for re-meaning the educational assistance offered by the public schools in the state aiming at the equalization of opportunities for everyone in the school age,
handicapped or not. Paraná is considered a national model for its assistance to handicapped students; the special education is present in different levels of
schooling
-
kindergarten, elementary school, high schooland
college-
and
italso interacts with other educational activities like adult
and
professional education.The
challengenow
is to democratize this kind of education in orderto assist any diversity, which
may
appear in the ordinary school,making
actualthe aim of offering quality education for everyone.
We
havebeen
following thedevelopment of those discussions, which originated the Inclusive Education Project since its early beginning in
1995
andmore
speciflcally the consolidationof the
document
Inclusive Education: Action Lines for Paraná State since July,2000,
when
the State Secretary of Education decided to register in adocument
the path the State followed, searching for the desirable educational model. During the research, besides
accompanying
the process development,we
have
studied
govemment
documents, legislation and print materials, which could helpin the analysis of the Special Education in Brazil, aiming at the ratification of this eduwtional proposal.
Based on
the proposed objectives for the Inclusivelot has
been done
in this search for education for everyone, but there is a longway
tobe
followed referring to education professionals' formation andqualification as well as facing the highest barrier that
moves
any system,educational or not, the prejudice.
Key
words:
Inclusive Education; equalization of opportunities; education for1
1
|NTRoDuÇÃo
Sociedade inclusiva é
um
tema
novono
Brasil.Só
a partir de1995
vem
seincorporando às reflexões e aos objetivos
de
profissionaisque
lidamcom
aquestão
da
deflciênciaem
especial.'
Como
a discussão ainda está restrita à área acadêmica,embora
hajaexceções, o objetivo deste trabalho é
de
analisar a democratização destadiscussão, no Estado
do
Paraná,de
forma a tornar o sistema educacional cúmplice dela.Quanto
maior for essa cumplicidade, mais perto a sociedade e,por sua vez a escola, estarão
da
consolidaçãode
uma
sociedade inclusiva.Diz
Wemeck
(1997, p.23):“inclusão
deve
ser assuntode
salade
aula, damesa
de jantar,de
conversade
botequim, depapo de
beira de praia, de churrasco aos domingos,de
reuniõesde
empresários,do
discurso e da prática diáriados politicos
e
dosgovemantes
e, até arrisco: das conversas românticasde namorados
preocupadosem
não
repetircom
seus futuros filhos oserros
que
transformaram ohomem
num
expert na arte de excluir".Uma
sociedade inclusiva tem,em
seus alicerces, a crença deque
todas aspessoas têm
direito à participação ativa nas relações sociais, contribuindode
alguma
forma parao
seu desenvolvimento.No
processo de inclusão, busca-sedissipar as barreiras e estigmas consolidados
em
relação a grupos socialmente marginalizados,do
qualfazem
parte os portadoresde
deficiência.A
mobilizaçãoda
sociedadecomo
um
todo, ao estabelecerum
realportadoras de deficiència ou' não, a viver
uma
vida tão normal quanto lhe seja possivel,sem
que
a segregaçãoprovenha de
nenhum
aspecto relativoao
sistema social, especialmente
do
sistema educacional.Trata-se
de
assegurar igualdadede
oportunidades e não de estabelecerprivilégios e
de
abandonar aconcepção
patemalistada
lei,que apenas
concede
benefícios, pelo conceitosuperado da
deficiência nas leis que,reconheçam
os direitos sociaisde
poderdesempenhar
suas capacidadescom
igualdade de oportunidades (Coletânea Legislação - Ministério PúblicolPR,
1997, p.9).
Em
se tratando exclusivamentede
educação, o objetivo essencial dainclusão é a equiparação
de
oportunidades educacionais escolares para igualaros direitos
de
todos à educação,com
ênfase nos alunosque
apresentam necessidades educacionais especiais,com
apoio necessário e recursosadequados.
Para assegurar a previsão e provisão
de
recursos e apoio para atender às necessidades educacionais especiais-
temporárias ou permanentes-
de
qualquer aluno, o Estado doParaná busca
garantir o cumprimento aosdispositivos legais, fomentando articulações e parcerias intemas e externas à
rede
govemamental
de educação..
As
discussões referentes à inclusãoe
posterior sistematizaçãode
um
documento
registrando o trabalho desenvolvido no Paraná,que
será parcialmente discutido no capítulo lV, originou-se da crescente dúvidaque
envolve a educação, “escolarização”
de pessoas
com
deficiência,no
atual¬
J
reconhecimento das diferenças é
um
crescente quevem
se confundindocom
omomento
histórico aque nosso
país está submetido. Muitoembora
por longosperiodos, essa mostra
de
evolução tenha ficado velada, atualmente percebe-sea necessidade e disposiçao para grandes discussões
em
tomo
do
encaminhamento da
escolarização formal das pessoascom
necessidadeseducativas especiais.
Muitos foram os fatores
que
determinaram essasmudanças.
Em
nívelmacro, os movimentos mundiais
que
mobilizaram a sociedadecomo
um
todoem
relação à construçãode
um
novo
modo
de interação social,no
qualhá
uma
revolução
de
valores, práticase
atitudesem
torno de grupos socialmente` l
marginalizados.
Em
um
nível menor, as mudanças, operadasno
interiorda
educação
escolar, voltadasao
reconhecimento das diferenças entre seusalunos, promovendo,
sempre que
possível, a aprendizagem conjuntade
todasas crianças,
independentemente de
suash
condições sócio-culturais ou
características pessoais (Polítirz de
Educação
Inclusiva parao
Estadodo
Paraná
2001-
versão preliminar).A
mudança
deparadigma
em
direção à consolidaçãode
uma
sociedadeinclusiva, na qual se respeitem as diferenças, exige dos órgãos
govemamentais,
não apenas o
respeito à diversidade social presente naescola, mas, sobretudo,
um
compromisso
em
direção à construçãode
politicaspúblicas, voltadas
ao
reconhecimento dessas diferenças (Políticade Educação
Inclusiva para o Estado
do Paraná
2001-
versão preliminar).Vivemos
num mundo
cada vez
mais interrelacionadono
qualpessoas
e mercadorias semovimentam
cornuma
facilidade que nossos antepassadosnao
acreditariam ser possível.As
informações circulamcom
enorme
rapidez eem
múltiplas direções,chegando
a ser concomitantes, apesarde
consideráveis distâncias entre`os emissores e os receptores (Edler,apud
PARANÁ,
1998,p.2).
Com
tais características, pareceriaque
vivemosnuma
sociedade global,na
qual estão disponíveis todas as condiçõesde
acesso e usufruto dos bens eserviços conquistados, graças a
enormes
avanços,em
especial, os datecnologia.
Aparentemente
estaríamos todos incluídos nessa “aldeia global",desfrutando
do
processode
“universalização e mundializaçäoda
vida” (Rivero,1999). Aparentemente,
embora
fosse justo e democráticoque
estivéssemos` i
f
todos incluidos, participando
e
pertencendo (Edler, 1998,apud
PARANA,
1998,p.2).
Mas
a realidade nos coloca diantede
um
outro cenário, minúsculo, no qualenonnes
contingentes populacionais estão excluídos, sequersabendo
de seusdireitos.
Padecem
da pobreza política manifestacomo
não
ter enao
ser.“Uma
é
de
ordem
sócio-econômica, quantitativa, material; a outra éde ordem
politica,qualitativa, imaterial” (Demo,
1988
p. 18).Em
ambas
as situações (quenão
são, necessariamente, interdependentes)estão caracterizadas a desigualdade, a diferença
que combatemos
no discurso,mas
que
perdura e se acentuano
cotidiano,em
especialem
nosso pais dedimensões
continentais.A
diferença produzida pela pobreza material,manifesta-se
como
baixos salários, falta de rendae
de trabalho, falta ouinsuficiência
de
serviçosde
qualidade nas áreas de educação, saúde,5
diferença produzida pela pobreza politica tem
menor
visibilidade,embora
semanifeste
de
forma perversacomo
opressão, dependência, estigmatização,segregação e exclusão (Edler, 1998,
apud
PARANÁ,
1998, p.3)._ Pensar
uma
sociedade para todos, na qual se respeita a diversidade daraça humana, é alicerçar a crença de
que
todas aspessoas
têm direito àparticipação ativa
nas
relações sociais.A
inclusão é para todos porquesomos
diferentes, diz
Wemeck
(1997 p.42). Por isso, atender às necessidades dasmaiorias e minorias,
é
concretizar a realização da sociedade inclusiva,que
busca dissipar barreiras e estigmas, consolidados
em
relação a gruposmarginalizados socialmente,
do
qual fazem parte os portadoresde
deficiência.As complexas
mudanças
em
curso namodemidade, marcadas
peloprocesso
de
globalização econômica e cultural, exigem novas dinâmicas deinteração social _subIinhadas por reflexões críticas acerca dos paradigmas
atuais e das práticas sociais
que
têm surgido.Um
dos efeitos desse processode
mudanças
ocorridas, principalmente, no último século, eque
seintensificaram, vertiginosamente, nas últimas décadas, é a exigência
de
um
reequacionamentodo
papelda
educação, particularmente o daeducação
escolar.
A
escolavem
assumindo
funções, cada vez mais complexas, eque
exigem a participaçãode
toda acomunidade
escolar na condiçãode
autores eatores
de
um
projeto pedagógico centrado na gualidade das respostas educativas para todos os alunos. Faz-se necessário, nesse contexto de mudanças, pensarem
propostas educacionais, que garantam eassegurem
o acesso igualitáriode
qualquer criança, adolescente, jovem ou adulto, àshistoricamente acumulados e para construírem conhecimentos,
com
competência crítica e reflexiva.
O
exercícioda
cidadania prevê o respeito, oreconhecimento, a aceitação e a valorização das diversidades: étnicas, religiosas, culturais, sócio-econômicas, lingüísticas, de capacidades,
que
conformam
a composição dosgrupamentos
humanos
decunho
democrático.Na
escola, as diferenças individuais estãosempre
presentes e a atençãoà
diversidade ê
o
eixo norteadordo paradigma da educação
inclusiva, isto ê,uma
educação de
qualidade para todos, eliminando rótulos, preconceitos,mecanismos de
expulsão de alunos que, por diversas razões, contrariam asexpectativas
do
sistema educacional escolar eacabam
discriminados eem
«
situação
de
desvantagem.A
educação é
uma
questão de direitoshumanos
e
todos os individuos
devem
ter garantidos o acesso, o ingresso ea
permanência,com
sucesso,em
todo ofluxo da
escolarização estabelecido pelo sistema nacionalde
educação, naszonas
urbana e rural. (Política deEducação
Inclusiva para
o
Estadodo
Paraná 2001-
versão preliminar).Os
princípiosda
inclusão aplicam-se a todos e
não apenas aos
alunoscom
deficiência ouem
situação
de desvantagem
social.A
Declaraçãode Salamanca
(1994), refleteno
seu contexto
o
consenso mundial sobre a configuração de novas linhasde
ação na
práticada
inclusão. Propõeuma
revolução de valores e atitudesna
estrutura
da
sociedade e da própriaeducação
escolar. Trata-sede
um
novo
modo
de
interação social, inspirada no princípiode
igualdade de oportunidadese no
reconhecimento da necessidadede
assegurar a “Escola Para Todos”,acordado
na
Conferência Mundialde
Educação
paraTodos
realizadaem
7
A
educação escolardesempenha
relevante papel, no processode
inclusãosocial e ao promover,
sempre que
possível, a aprendizagem conjuntade
todas as crianças, independentede
suas dificuldades e diferenças.As
barreirasde
acesso ao conhecimento historicamente acumulado, as estruturas burocráticase inflexíveis
das
escolas, as práticas pedagógicashomogêneas,
rotulantes,classificatórias,
aquarelam
o quadrodo
fracasso escolar e constituem-seem
instrumento real
de
frustraçãode
esperanças e de exclusão socialdo
portadorde deficiência
do
contexto escolar, meio este indispensávelao
exercicio dacidadania (Política
de Educação
Inclusiva para o Estadodo Paraná
2001-
versão preliminar).
É
necessárioque
a`escola
não
tenhamedo
de arriscar e efetivena
prática oque preconiza a Lei n. ° 9.394/96
de
Diretrizes e Bases daEducação
Nacional,no art. 58: § 1° - “Haverá,
quando
necessário, serviços de apoio especializado,na escola regular, para atender as peculiaridades da parcela
de educandos
com
necessidades educacionais especiais” e art. 59: “Os sistemasde
ensino assegurarãoaos
educandos
com
necessidades especiais: Currículos, métodos,técnicas, recursos educativos e organização específicas, para atender às suas
necessidades”.
_
De
acordocom
Mantoan
(1997, p.59) “cabe à escola encontrar respostaseducativas para as necessidades
de
seus alunos e exigir delauma
transformação°.Alguns alunos exigem apoio adicional, outros adaptações,outros ainda
equipamentos
específicos, recursos estes possíveis parauma
escola
que
busque
altemativascom
vistas a atender à diversidade.seu alunado. Definir
um
currículo significa eleger princípios e valoresconsiderados significativos para a qualidade da formação a ser oferecida na
escola, a todos os alunos, indiscriminadamente. Para Manjon (apud
PARANÁ,
1998, p-15) “curriculo é o conjunto
de
experiênciasque
a escolacomo
instituição, põe a serviço dos alunos
como
fim de potencializar seudesenvolvimento integral”. Portanto, evidencia-se a necessidade
de
garantir a consecuçãode
curriculos abertos, resultantes das vivências e das expectativassocioculturais. Trata-se
de
construirum
instrumento para desvelar adiversidade na escola
e
responder asdemandas
de
acesso, regresso,permanência e sucesso dos
educandos
nas situações educacionais.Se
concebermos o currículo
como
conjuntode
ações,que
a escola formalizaem
consonância
com
o projeto pedagógico, o nortedo
processo educativo éo
mesmo
para todos os alunos,com
a devida atenção às diferenças individuais.'
Em
última análise, o currículo escolardeve
ser entendidocomo
o conjuntode
experiências que a escola oportuniza aos alunos, objetivando seudesenvolvimento integral, pois é
a educação que
permite aohomem
assimilaraexperiência historicamente
acumulada
e culturalmente organizada (Edler, 1998,p.6).
Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC-1997), nos seuspressupostos, objetivos e indicações,
admitem
a pluralidadede
concepçõespedagógicas
e do
próprio fazer educativo.Caberá
à unidade escolar construirseu
móprio projeto curricular e preverem
seus aspectos filosóficos, ideológicos, sociolõgicose
pedagógicos, asadequações
e procedimentos9
Evidentemente, quanto maior a dificuldade
do
aluno, mais significativas serãoas
adequações
no currículo.O
princípio daeducação
para todos só se concretiza nos sistemaseducacionais
que atendem
às necessidadesde
todos os alunos. Para tanto, aescola
deve
responder aos desafios da aprendizagemno
contexto socialonde
está inserida. Para
que
todos os' alunos, sujeitosdo
processo ensinoaprendizagem, desfrutem
de
igualdadede
oportunidadesde
apropriaçãodo
saber,
do
saber fazer, edo
saber ser, háque
considerar as diferençasindividuais e as necessidades educativas delas decorrentes.
Os
alunos portadores de deficiência se diferenciamacentuadamente de
seus pares, ditosnormais, por apresentarem dificuldades de
aprendizagem
decorrentesde
limitações impostas por suas condições físicas, sensoriais, intelectuais ementais: “cada
um
de
nós éum
mesmo
diferente, oque
significa que,embora
tenhamos
semelhança”(como
a de pertencermosao
gênero humano_..),apresentamos inúmeras diferenças (Novaes, 1991, p1).
O
conceitode
diferença, historicamente entendidocomo
sinônimode
diversidade, é usado, no contexto escolar, para caracterizar grupos ouindivíduos
que
não
correspondem enem
seencaixam
nas descrições desujeitos entendidos
como
normais para os currículos, conteúdos, disciplinas epráticas pedagógicas determinados pela escola. Portanto, é necessário
que
aescola
e
professoresentendam
que as diferenças individuais no processo deaprendizagem
são inerentes à condiçãohumana,
por isso alguns são maisdedicados, outros
têm
preferência a determinados conteúdos, há os que são mais lentos,enquanto que
outros realizam a transferênciade
aprendizagemcom
notada facilidade(Demo apud
Paraná, 1988, 64).As barreiras à aprendizagem são obstáculos
que
seimpõem
ao aluno, criando-lhe dificuldades no aprender. Constata-se, porém, que os obstáculos à aprendizagem não são exclusividade dos alunos cegos, surdos,
com
retardosmentais, paralisia cerebral, dentre outros. Barreiras à aprendizagem (temporárias ou
permanentes) fazem parte do cotidiano escolar de quase todos os alunos,
porém o
fato de apresentarem dificuldades
não
nos autoriza a rotulá-loscomo
alunos-problema ou estabelecer limites para sua capacidade de aprendizagem.
Para
Machado
(apud Aquino, 1997, p76), “são muitas as práticasdo
dia adia escolar
que produzem
crianças problemas”.Como
a escola 'não sabecomo
atender às necessidades educacionaisde
seus alunos, encaminha-os para avaliação diagnóstica, tratamento,educação
especial, descobre novos atores(psicólogos, terapeutas...) e sentimentos (solidariedade, piedade, dedicação...)
e
os incluino
processo, para justificar a expropriação do saber e aimpossibilidade desses alunos
de
setomarem
sujeitos de suas vidas.Examinar
a
prática pedagógica,com
vistas à remoçãode
barreiras àaprendizagem, consiste
num
desafio
para os educadores que, até então,entendiam a questão
apenas
sob a óticadas
características do aprendiz,suas
oondições orgânicas, psicossociais e
que têm
sido responsabilizadas peloseu
insucesso
na
escola. Contrariando este principio, acrescentam-se outros fatores,como
o
educador, a escola, o sistema educacional, as influênciasdas
representações sociais, os aspectos ideológicos e políticos que nela exercem.
Segundo
Aquino (1997, p.93),há que
se retirar o foco diagnósticoda
figurall
que o circunscrevem, dos quais ele é tão
somente
um
porta-voz.Um
dosdesafios
a ser contornado pela escola,de
forma a atender àdiversidade social e cultural, é a elaboração
do
projeto pedagógico, previsto naLei de Diretrizes e
Bases
Nacionalde Educação
(Art. 12 Inciso l), pois é a partirdele
que
se (re) estrutura a possibilidade de estabelecer estratégiascomo
elementos para reorganização das práticas escolares.A
prerrogativa “legal”do
projeto pedagógico oportuniza à
comunidade
escolaruma
avaliação daspráticas escolares, até então existentes.
A
escola passa a ser condutorade
suaprópria história e
também
responsável pelos diferentes processos.1.1
Justificativa
Esta pesquisa se justifica pela necessidade
de
discutir a democratização ea equiparação
de
oportunidades educacionais escolares para igualar os direitosde todos à educação,
com
ênfase noseducandos que
apresentam necessidades educacionais especiais.Estamos, portanto,
no
limiar deuma
situaçãoem
que pensar sobreeducação
é, acimade
tudo,um
atoque
extrapola a própria questão pedagógicados
métodos, currículos, didáticas,embora não
se possa jamaisdesconsiderá4os.
Trata-se
de
adentrar por outros caminhos,que
conduzem
ao
entendimento da condiçãohumana,
em
suas mais dignas e elevadas aspirações.O
Paraná e consideradoum
modelo
nacional de atendimento aos alunoscom
deficiência, aeducação
especial está presente nos diferentes níveisde
formação escolar
-
educação
infantil, ensino fundamental, médio e superior-
ena interatividade
com
outras modalidades escolares,como
aeducação de
jovens e adultos e a
educação
profissional.O
desafio
agora é democratizaresta educação, de forma
a
atender toda e qualquer diversidadeque possa
se apresentar na escola, concretizando o objetivo de ofereceruma
educação de
qualidade para todos.
1.2
Objetivos
1.2.1
Objetivo geral
da
pesquisa
o Registrar o
momento
atual e analisar o processo de implantaçãoda
Política
de Educação
Inclusiva, na rede Públicade
ensino do Estadodo
Paraná,
com
basena
evoluçaodas
políticas educacionais Brasileira,tomando
13
1.2.2
Objetivos
específicos
da
pesquisa
o Analisar os paradigmas vigentes para construção
de
projetospedagógicos adaptados às necessidades individuais,
sob
a ótica daremoção
de
barreiras, favorecimento da aprendizagem epromoção
escolar doseducandos,
com
necessidades especiais, nos diferentes níveisde
ensino.ø
Desencadear
estudos e pesquisas referentes às práticas pedagógicas,que
favoreçam a inclusãona
aprendizageme na
vidaem
sociedade.ø Identificar os desafios, a
serem
superados, para a partirde
uma
posturade
enfrentamento, desencadear ações nas diferentes esferas, tendocomo
base os direitos assegurados na legislação
em
vigor.1.3
Metodologia
Este estudo representa
uma
análise da construção eacompanhamento
da consolidaçãode
um
projeto, iniciado pela Secretariade
Estado daEducação
em
1995, quando, pela primeira vez, propôs-se a discussão sobre asnecessidades especiais
em
educação,em
um
Seminárioque
envolveuparticipantes
de
todo o Estado, cujo tema foi “ Vivere
conviverna
diversidade”.No
ano
seguinte,dando
continuidade às discussõesque
dali se disseminaram,foram discutidas, além
de
outras, questões deordem
legal e institucional,envolvidas na
Educação
Profissional,da pessoa
com
deficiência.Em
1998 e 1999, os Seminários Estaduais tiveramcomo
tema,respectivamente, “Adaptações Curriculares” e “Educação Inclusiva:
um
compromisso político
com
a diferença”,dos
quais se seguiam seminários egrupos de estudo nas diferentes localidades
do
Estado, afim
deque
asnovas
idéias fossem disseminadas entre todos os integrantes da
comunidade
escolar.Foram
anosque
se seguiram,de
valiosas discussões entre os profissionaisda educação, capacitados nos mais
de
400
cursos, ofertados pela Secretariade
Estado da Educação,da
qualfazemos
parte, na equipe do Departamento deEducação
Especial da Secretariade
Estadoda Educação
do Paraná, acerca da ressignificação daEducação
Especial, no contexto do paradigmada
inclusão.
Após
todos essesanos de
estudos, experiências e reflexõeso
Departamento de
Educação
Especial (DEE),com
a colaboração dos Departamentosque
compõem
a Superintendência de Gestãode
Ensino (SGE),Ensino Fundamental e Médio, sentiram
a
necessidade de sistematizar esseconjunto de idéias,
avançando
um
passo
a mais, na consolidaçãodo
ideal daeducação
de qualidade para todos, registrando-se a caminhada, ebuscando
respostas aos desafios impostos
à nova
demanda
social,com
a produçãodo
documento
“Educação Inclusiva: linhasde
ação para o Estadodo
Paraná” documento, este,que
será analisadono
capítulo IV, noque
se refere aosaspectos quantitativos, finalidades
da
propostade
educação inclusiva, objetivosespecíficos a
serem
alcançados,desafios
e linhas de ação, quanto aos15
geral, aspectos, esses, identificados
como
pontos chave para odesencadeamento da
proposta inclusiva para o Estadodo
Paraná, tendoem
vista as ocorrências
do
cotidiano nas salasde
aula.1.3.1
Estrutura
do
trabalho
Em
seu capítulo l, discute contextualização da escola atual, excludente erotuladora e
da
escolaque
queremos, dentro das atuais tendências educacionais vigentes(LDB
9394/96 e Diretrizes Nacionais paraEducação
Especial na
Educação
Básica),uma
escolaque
atenda às necessidadesindividuais dos alunos,
promova
a cidadania independentementede
suas condições sociais, econômicasou
intelectuais,uma
escola para todos.O
capítulo ll trata dos princípios básicos para efetivaçãode
uma
sociedadee, por sua vez,
de
umaescola
inclusiva, respaldada nos dispositivos legaisvigentes,
reafirmando
o papelde cada
cidadão na consolidação desses direitos, tendocomo
base a evolução históricado
atendimento educacional ao alunocom
deficiência,bem
como
perspectivas atuais de atendimento educacional.O
capitulo lll traz definições sobre os diferentes tipos de deficiência etermos técnicos, referentes ao
educando
com
deficiência, possibilidades de atendimentoe
apoio educacional especializado.O
capitulo IV traçauma
análisede dados
quantitativos quanto à atualpolítica de educação inclusiva,
em
suas redes públicas de ensino municipal eestadual,
bem
como
o trabalhoque
vem
sendo desenvolvido para efetivaçãodesse processo,
descrevendo
suacaminhada
e novas perspectivas, a partir daimplantação oficial
da
políticade educação
inclusiva, para o estadodo
Paraná.O
capitulo V, fazuma
breve retomadada
necessidadede
se ousarem
mudanças,que
tragam beneficiosao
alunado da escola pública,principalmente, àquele
com
necessidades educativas especiais,bem
como
ocompromisso
do professor,nesse
processode
inovação. Desmistifica odesmonte
daeducação
especial, e define a posturado
professorcom
vistas à17
2
REMOVENDO
AS
BARREIRAS
PARA
A
APRENDIZAGEM:
EM
BUSCA
DE
UMA
EDUCAÇÃO
DE QUALIDADE
PARA TODOS
2.1 Princípios
básicos
da educação
O
objetivo básico deste capitulo, é apresentaruma
breve revisão da legislaçãoe políticas públicas, adotadas no Brasil, enfatizando a implantação da Educação
\
Especial no Brasil.
Cumprindo o objetivo proposto do estudo pretendido, procurou-se identificar
as políticas
da
educação especial, ao longode
sua evolução. Neste sentido,buscou-se desenvolver
uma
análise das ações govemamentais, procurando,antes de mais
nada
oompreendë-la, para só então tentar explicá-la.Considerando
que
todos oshomens
nascem
livres e iguaisem
dignidade e direitos,não
é possível conciliar democraciacom
as injustiças sociais.O
desafio
é construiruma
sociedade democrática, calcada na igualdade, naliberdade, -onde
os
direitoshumanos
sejam respeitados e protegidos,repudiando-se as desigualdades sociais e todas as perversas formas
de
exclusão
de
qualquer indivíduo (Políticade Educaçäo
Inclusiva para o Estadodo Paraná
2001-
versão preliminar).`
Portanto,
o
direitode
ter direitos é extensivo a todos, particulamiente àqueles grupos minoritáriosque
têm estadoem
situaçãode
desvantagem no que tange àqualidade de vida, à dignidade, à liberdade, à participação na vida familiar e comunitária, à igualdade de oportunidades
em
saúde, educação, trabalho, lazer e à participação social.O
exercício da cidadania não pode se restringir, somente, à questãode
direitos e deveres
de
uma
parcela da população, devendo abranger,também,
asquestões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade.
A
educação,sendo
dever da família e do Estado, está inspirada nos principiosacima mencionados, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento
do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.A
escola,como
segmento
social, tem refletidoem
suas práticas, osmesmos
mecanismos
de
exclusãoque
a sociedadetem
praticado. Mas, na condiçãode
espaço público,tem
procurado aprimorar sua missão social, politica epedagógica, desenvolvendo,
em
todos osque
dela participam, comportamentos e atitudes de solidariedade, baseados no respeito e na valorizaçãoda
diversidadehumana
e das diferenças individuais, de todos os alunos (Políticade Educação
Inclusiva para
o
Estado do Paraná 2001-
versão preliminar).O
grandedesafio
é estar atento para impedirque
os direitos doshomens
emulheres, assegurados nas leis de
um
país,de
um
estado,de
um
município,de
uma
escolae
repetidos nos discursos, sejam desrespeitadosna
vidaprática.
Com
omovimento
pela inclusão, almeja-se a construçãode
uma
sociedade
compromissada
com
as minorias,que
valorizea
diversidadehumana,
que
respeite a dignidadede
cada indivíduo, a igualdadede
direitos a19
do pensamento
e de escolha (Políticade Educação
Inclusiva para o Estadodo
Paraná 2001-
versão preliminar).A
inclusão provocamudanças
nas perspectivas educacionais, pois não se limitasomente
aos direitos dos alunos,que
apresentam dificuldades na esoola,mas
aosde
todos os envolvidos no prooesso educacional escolar. professores, alunos, pessoal administrativo, paraque
obtenham suoesso na corrente educativa geral.É
um
grande equívooo pensar que aeduwção
inclusiva se façasomente
oom
atos legais, ela só acontecerá, efetivamente,oom
açoes e relaçoesque
sejam realizadas na escola e na sociedade, para propiciar o compromissode
transformar essa nossa sociedade injusta e excludente, naquela onde reine a
igualdade.
2.2
Base
legalpara
fundamentação da educação
inclusiva
Os
dispositivos legaisservem
como
sustento às linhasde ação
estabelecidas, pois se constituem
em
preceitos a serem respeitadose
utilizados,
como
ferramentas paraembasar
as açõesque
levemao
cumprimento das determinações contidas nos textos legais e nas
recomendações
de organismos intemacionais.Nesse
particular, a DeclaraçãoUniversal dos Direitos
Humanos, aprovada
pela Ill Assembléia Geral Ordináriada
ONU
em
10 dedezembro de 1948
garante,em
seu artigo 26,que
todohomem
tem
direito à educação, ressalvando-se sua gratuidade, pelomenos
no
A
Constituiçãode
1988,em
seu artigo 6°, descreve aeducação
como
um
direito social
de
todo o brasileiro e no artigo206
- inciso l - defende a igualdadede
condições parao
acesso e permanência na escola.O
artigo208
garante, no inciso l,o
Ensino Fundamental, gratuitamente, a todos, independente da idade;o inciso lll refere-se
ao
atendimento especializadoaos
portadores dedeficiência, preferencialmente na rede regular
de
ensino eo
inciso VII fazmenção
aosprogramas
suplementares,o
material didático, entre outrasnecessidades
de
apoio.Além
de nossa
CartaMagna,
outrosdocumentos
brasileirostambém
garantem
a igualdadede
direitos de todos aosbens
e serviços, historicamente,acumulados e
disponíveis na sociedade. Estão neste caso:a)
o
Estatutoda
Criança edo
Adolescente de 1990,em
seu
artigo 5°, garanteos direitos constitucionais fundamentais da criança
e do
adolescente.O
artigo53
-
incisos l, lle
lll-
lhesasseguram
igualdadede
condições, acesso epermanência
na
escola, pública e gratuita, próxima àsua
residência,bem como
o artigo 54, lhes confereo
direito ao atendimento especializado.Em
seu artigo66, assegura-se aos adolescentes
com
deficiência o direitoao
trabalho protegido;b)
a
Leide
Diretrizes eBases
daEducação
Nacional, Lei 9.394/96,em
seucapítulo V, refere-se à
Educação
Especialcomo
modalidadeda
Educação21
particularmente aos alunos
com
necessidades educacionais especiais,havendo,
quando
necessário, serviçosde
apoio especializado.Em
seu parágrafo 2°, garanteque
“o atendimento educacional será feitoem
classes,escolas- ou serviços especializados,
sempre
que,em
função das condiçõesespecificas dos alunos,
não
for possivel a sua integração nas classescomuns
de ensino regular”. Faz-se necessário, ainda, cumprir seu artigo 67,
no
tocante à valorizaçãodos
profissionaisda
educação, assegurando-lhes direitos nostermos dos estatutos e
dos
planos de carreirado
magistério público.Além
disso, para semios fiéis
ao
'espirito' da educação inclusiva, faz-se necessáriauma
leitura amplae
dinâmica de todaa
lei, extrapolando-se os limites do capítuloV, destinado à
Educação
Especial, e realizando-se as interfaces necessáriascom
a totalidade dos dispositivos preconizados;
c)
o
Decreto 3.298/99, referente à Política Nacional para a Integração daPessoa
Portadora de Deficiência,
que
regulamenta a Lei 7.853/89, dispõe sobreo
apoio às pessoas portadorasde
deficiëncia, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina aatuaçao do Ministério Público,
define
crimes, e dá outras providências;d)
o
Estadodo
Paraná, conta ainda,com
O4
(quatro) dispositivos legais importantes:- a Lei n. 13049,
de
janeirode
2001, autoriza o poder executivo a instituir-CORDE, com
o objetivode
elaborar, ooordenar e executar a política estadual para a pessoa portadora de deficiência;- a Lei n. 13117,
de
21de
março
de
2001, dispõe sobre a Política Estadual deIntegração da Pessoa Portadora de Deficiència;
- a Lei n. 13120,
de
21de
março
de
2001, assegura, conforme especifica,transporte intermunicipal, aos portadores
de
deficiência,quando
estiverem sesubmetendo a prooesso de reabilitação e/ou
de
tzpacitação profissional; e-
a
Lei n. 13126,de
21de
março
de
2001, criao
programa de barreirasarquitetônicas
ao
portador de deficiéncias “Cidade para todos”.Frente às possibilidades explicitadas
no
textoda
Lei de Diretrizes eBases
daEducação
Nacional e dos demais dispositivos legais, faz-se necessárioredimensionar o atendimento às pessoas
com
necessidades educacionaisespeciais, assegurando
o
seu acesso, ingresso, permanência e sucessoescolar,
bem como
sua terminalidade acadêmica.Dentre as
recomendações de
organismos internacionais sublinhem-se aDeclaração Mundial de
Educação
para Todos, oriunda da Conferência Mundialsobre
Educação
paraTodos
(Jomtien, Tailândia, 1990) e a Declaraçãode
Salamanca
(Espanha, 1994),documento
produzido na Conferência Mundialsobre Necessidades Educativas Especiais:
Acesso
e Qualidade, das quais sedestacam
os seguintes aspectos:a) a necessidade
de
construirmos espaços educacionais na perspectivade
educação de
qualidade para todos. Neste sentido, compromissos políticos5"!
-J
foram consolidados
num
esforço coletivo, para assegurar a democratizaçãoda
educação, independentemente
das
diferenças particulares dos alunos;b) a necessidade
de
mudanças
fundamentais,que
transformemem
realidadeuma
educaçãocapaz de
reconhecer as diferenças, promover aaprendizagem
e atender às necessidades
de cada
pessoa, individualmente;c) que as escolas ajustem-se às necessidades de todos os alunos, quaisquer que sejam as suas condições físicas, sociais, lingüísticas, incluindo aquelas
crianças/adolescentes
que
vivem nas ruas, as que são exploradasem
atividades laborais, as
que
trabalham, as nômades, as de minoriasétnis,
religiosas, as migrantes, as
menores
de
6
(seis) anos, os alunoscom
distúrbiosde aprendizagem,
pessoas
com
deficiência, superdotaçãoe
com
condutastípicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos
ou
psiquiátricos,além dos
que
sedesenvolvem à
margem
da
sociedade;d) a necessidade de
que
as políticas educacionais levemem
conta asdiferenças individuais, nas diversas situações de aprendizagem,
com
destaque à importância da línguade
sinais para o desenvolvimento lingüísticodos
surdos; face às suas necessidades lingüísticas, tal
como
ade
surdos-cegos,chama
a atenção para-a
possibilidadede
o processo educacional serdesenvolvido,
em
escolas especiais ouem
classes ou unidades especiais, nasescolas comuns. Esta
recomendação
enfatiza a necessidadede
asseguraraos
língua
de
sinais,como
primeira lingua, seguidado
aprendizadoda
língua oficialde
seu pais,como
segunda
língua;e) a necessidade contínua
de
apoio aos alunoscom
necessidadeseducacionais especiais, seja
em
classescomuns
ou
em
programas suplementaresde
apoio pedagógicona
escola,de
professores especializadose
de
pessoalde
apoio externo.Todos
osmovimentos de
âmbito intemacional,em
prolda educação
dequalidade para todos, ocorridos na última década, estão
em
consonânciacom
a Declaração
Mundialde
Educação
paraTodos, da
qual o Brasil éum
dos signatários. Entretanto,sabemos
que
a legislação, por si só,não
basta àsgarantias educacionais, previstas
em
lei eem
recomendações
nacionais einternacionais,
que somente
ocorrerão se governo, educadores, alunos, pais ecomunidade
em
geral unirem esforçosna
luta pela consolidação do direito auma
escolade
qualidade paraTODOS.
2.3
Evolução
históricaAo
fazemos
uma
retrospectivada
históriado
homem,
enquanto sujeito social,verificamos
que
as formas de pensar (consciência) ede
agir (prática social), dasociedade, estão diretamente ligadas às formas de produção econômica que têm determinado o modelo
de
homem,
considerado idealem
cada época,bem
como
25
como
pouco produtivos (Política deEducaçäo
Inclusiva para o Estadodo
Paraná 2001-
versão preliminar).A
questão da deficiência só será oompreendida se inserida no espectro doprocesso histórico
de
como
a sociedade foi possibilitando ounão
aos indivíduosatenderem às suas necessidades básicas e, por decorrência, construir sua
existência,
com
dignidade e eqüidade (Politica deEducação
Inclusiva para oEstado do Paraná
2001
-
versão preliminar).Segundo
a evolução histórica, nos defrontamos primeirocom
a etapa doextermínio, século XVII,
onde
a pessoacom
deficiência não tinha direito à vida. Esses indivíduoseram
tidoscomo
“castigos” devendo, portanto, ser banidos dasociedade
com
a morte (Política deEducação
Inclusiva parao
Estado do Paraná 2001-
versão preliminar).'
.
Dessa indicação para extermínio, a deficiência passou a ser vista sob a ótica filantrópica, século
XIX
quando
os deficienteseram
tidoscomo
etemas
crianças,como
doentes, inválidos e incapazes.Nessa fase, supondo-se
que
assim seria o melhor, os deficienteseram
segregados do convivio social, tratados
com
sentimentosde
lástima e pena,preponderando
ações
puramente assistenciais e patemalistas, oferecidasem
instituições especializadas e específicas para determinados grupos de pessoas
com
deficiência.Na
atualidade, a partir da segundametade
do século XX, temos nosdefrontado
com
novos
paradigmas que estãomudando
as representações sociaisparticipativas e capazes, desde que sejam respeitadas e valorizadas
em
suasdiferenças e lhes sejam oferecidas oportunidades.
Para tanto, a proposta de sociedade inclusiva contém, implícita, a idéia de
mobilização dos diversos segmentos sociais
na
busca dobem
estar de todos,inclusive das pessoas consideradas deficientes.
São
necessárias transformaçõesintrínsecas, quebrando-se as barreiras cristalizadas
em
tomo
dos gruposestigmatizados
e
excluídos (Politica deEducação
inclusiva para o Estadodo
Paraná 2001-
versão preliminar).Sob
esta perspectiva deve estar a idéiade
valorização da diversidade.O
papel da educação será de fundamental importância, na medida
em
que fori
ressaltado
o
compromissoda
escolacom
todas as minorias, nelas' incluídas aspessoas
com
deficiência. ,A
escola para todos precisamudar
seu olhar e se basearnuma
filosofia“aceitando a diversidade
como
eixo diferencial humano, o que implica no próprioposicionamento sobre o conceito de educação” (Sanchez,
apud
Lima, 1998, p.71)-
Não devemos
nos esquecer que lutamos pelo direito de todo cidadão ter acesso auma
escola de qualidade, aomesmo
tempo
em
que muitos aindanão
desfrutam
do
direito básico ao alimento diário... (Política de Educação Inclusiva27
2.4
Aspectos
conceituais
Como
tendência internacional, a proposta inclusiva émeta
a ser perseguida ealcançada por todos aqueles comprometidos
com
a educação. Entretanto aviabilidade
de
sua implementação 'depende
deum
amplo
processo desensibilização e conscientização acerca da aceitação
de
toda e qualquer pessoaexcluída da vida social e
da compreensão
de seu direito à cidadania plena(Política de
Educação
Inclusiva para o Estado doParaná 2001
-
versãopreliminar).
“Todos
os
defensoresda
melhoria das escolas para melhor atender àsdiferentes necessidades
dos
alunosdevem
unir-see
reconhecer oprincípio
de que as
boas
escolassão boas
escolaspara todos os
alunos,
e
então, agircom
base nesse princípio” (Schaffner&
Buswell,1999, p-69). .
Conceitua-se a inclusão social
como
“o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder
incluir,
em
seussistemas sociais gerais, pessoas
com
necessidades especiais e,simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
sociedade.
A
inclusão social constitui, então,um
processo bilateral no qualas pessoas, ainda excluídas, e a sociedade
buscam
em
parceriaequacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar
a
equiparação deoportunidades para todos" (Sassaki, 1997, p.3).
A
escola inclusivatem
sido caracterizadacomo
espaço social privilegiadonormais
com
alunos deficientes, ou não,mas
que apresentam necessidadeseducacionais especiais,
uma
vezque
favorece o desenvolvimento de sentimentosde respeito à diferença, de cooperação e
de
solidariedade (Edler, 2000, p.106).Utiliza-se a expressão necessidades educacionais especiais para referir-se a
crianças, adolescentes, jovens e adultos cujas necessidades decorrem de sua
elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada,
portanto, às dificuldades de aprendizagem,
não
necessariamente vinculada àdeficiência(s),
embora possam
ser concomitantes;A
adoção dessa terminologia tem o propósito de deslocar o foco dascondições pessoais do aluno,
queipossam
interferirem
sua aprendizagem, paradirecioná-lo às respostas educacionais que eles requerem.
É
uma
forma dereconhecer
que
muitos alunos, quer tenham ou não deficiència, condutas tipicas ou altas habilidades, apresentam necessidades educacionais quepassam
a ser especiaisquando
exigem respostas específicas e adequadas(PCN -
AdaptaçõesCurriculares
MEC
1999, p.23).Nesse
novo enfoque, abrem-se multiperspectivas, pois o conceito de necessidades educacionais especiais remete, não ao problema do aluno,mas
aotipo
de
recursos educacionais aserem
disponibilizados pela escola.Ao
situar naescola a maior parte dos problemas apresentados pelo aluno, isto a incita a
uma
reavaliação da arquitetura educacional vigente.
Não
se trata de substituir termos,mas
de
redimensionar conceitose
práticas, ampliando-se a responsabilidade daescola