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CURRICULO Tecnicos de Medicina

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Academic year: 2021

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(1)

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Ministério da Saúde

Direcção de Recursos Humanos

Departamento de Formação

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(2)

Agradecimentos

Este material é uma iniciativa do Ministério de Saúde da República de Moçambique, em

colaboração com a I-TECH (Centro Internacional de Formação e Educação para a Saúde),

para aperfeiçoar a formação inicial dos Técnicos de Medicina. Agradecemos à todos os

envolvidos no processo de elaboração e revisão dos Planos Temáticos, especialmente ao

apoio prestado pelo Departamento de Formação da Direcção Nacional de Recursos Humanos

do Ministério da Saúde, à CDC GAP Mozambique, à Equipa de Revisão Nacional liderada

pelo Dr. Jotamo Comé, aos Médicos e Técnicos de Medicina e à equipa da I-TECH. Este

material foi financiado pelo Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos da

América para o Alívio da SIDA (PEPFAR).

(3)

ÍNDICE

1.

INTRODUÇÃO

... 5

2.

CONDIÇÕES GERAIS DO CURSO

... 5

2.1. Proveniência dos Candidatos

... 5

2.2 Duração

... 5

2.3 Organização do Curso

... 6

2.4 Direcção do Curso

... 6

2.5 Docentes

... 7

2.6 Métodos de Ensino-Aprendizagem

... 7

2.7 Disciplinas Nucleares e Não Nucleares

... 9

2.8 Avaliação

... 10

2.9 Certificação

... 11

3.

PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE MEDICINA

... 11

4.

CRONOGRAMA GERAL DO CURSO

... 33

5.

PLANOS TEMÁTICOS DAS DISCIPLINAS

... 40

1º. Semestre

... 41

Seminário Preparatório Inicial

... 42

Disciplina de Anatomia e Fisiologia

... 49

Disciplina de Primeiros Socorros e Enfermagem

... 62

Disciplina de Deontologia e Ética Profissional I

... 75

Disciplina de Meios Diagnósticos Auxiliares

... 81

Disciplina de Saúde da Comunidade

... 91

Disciplina de Semiologia I - Anamnese

... 103

Disciplina de Semiologia II - Exame Físico

... 115

Disciplina de Introdução às Ciências Médicas

... 144

2º. Semestre

... 154

Disciplina de Dermatologia

... 155

Disciplina do Sistema Gastrointestinal

... 171

Disciplina de Saúde Sexual e Reprodutiva I: Sistema Reproutor Feminina

... 195

Disciplina de Saúde Sexual e Reprodutiva II::Obstetrícia

... 208

Disciplina de Saúde Sexual e Reprodutiva III:: Sistema Reprodutor Masculino

... 225

Disciplina do Sistema Cardiovascular

... 235

Disciplina de Sistema Respiratório

... 249

Disciplina de Procedimentos Clínicos

... 264

Disciplina de Deontologia e Ética Profissional II

... 282

3º. Semestre

... 288

Disciplina de Gestão e Administração I

... 289

Disciplina de Neurologia

... 302

Disciplina do Sistema Músculo-Esquelético e Tecidos Moles

... 314

Disciplina de Otorrinolaringologia e Oftalmologia

... 330

Disciplina de Estomatologia

... 344

Disciplina de Hematologia e Oncologia

... 350

Disciplina de Saúde Mental

... 361

Disciplina de Doenças Infecciosas

... 374

Disciplina do Sistema Endócrino

... 400

Avaliação e Manejo dos Doentes com HIV e SIDA

... 410

4º. Semestre

... 442

Disciplina de Sistema Urinário

... 443

(4)

Disciplina de Gestão e Administração II

... 563

5º. Semestre

... 573

Disciplina de Gestão e Administração III

... 574

Disciplina de Medicina Legal

... 580

Disciplina de Ensino e Supervisão de Estágio

... 586

Disciplina de Traumas e Emergências

... 593

(5)

1. INTRODUÇÃO

Com o presente currículo pretende-se formar técnicos de nível médio, da carreira profissional de medicina, designados por TÉCNICOS DE MEDICINA (TM).

O currículo destina-se a candidatos que possuem a 10a

2. CONDIÇÕES GERAIS DO CURSO

classe do Ensino Geral, ou equivalente. O ingresso não está vedado aos candidatos que possuem habilitações literárias mais elevadas, nem aos profissionais de nível básico das carreiras de Saúde que possuam habilitações acima mencionadas. O TM é um profissional de saúde com formação prevalente na área clínica e saúde pública e afectação prioritariamente a nível primário e secundário.

É considerada sua actividade principal, diagnóstico e tratamento dos doentes ambulatórios e internados. Estas actividades serão desempenhadas em unidades sanitárias onde operam outros profissionais de nível superior, básico e médio , em particular: Enfermeiras de Saúde Materno Infantil (ESMI), Enfermeiros, Agentes de Medicina, Agentes e Técnicos de Laboratório, Agentes e Técnicos de Medicina Preventiva e Saneamento do Meio, e Médicos da Clínica Geral

A possibilidade de colocar o TM como profissional Clínico mais sénior num Centro de Saúde (CdS), torna indispensável uma competência geral em área diferentes da clínica e na prestação de cuidados de Saúde Primários.

Quando colocado em Hospital Rural, o TM será supervisionado tecnicamente por quadro com formação superior (médico), e trabalhará integrado numa equipa

2.1. Proveniência dos Candidatos

Os candidatos são alunos do ensino Secundário com habilitações mínimas de 10ª. classe, com idade compreendida entre 17 e 30 anos, seleccionados por meio de exames de admissão de acordo com as quotas provinciais, tendo em conta a afectação posterior. O processo de selecção terá o cuidado especial de garantir que, aos candidatos de origem rural, sejam dados plena oportunidade de concorrer. O processo de selecção será feito de acordo com as normas vigentes.

2.2 Duração

O curso tem a duração de dois anos e meio repartidos em 5 semestres. Cada semestre tem uma duração de 22 semanas, com total de 110 semanas. O ensino será consolidado em aulas teóricas-práticas, aulas no laboratório humanístico, estágios e sessões de discussão de estágio. Cada semestre tem horas destinadas aos estágios parciais, e o último semestre ao estágio rural integral, para a consolidação dos conhecimentos clínicos adquiridos durante a fase institucional.

Cada semana lectiva tem 35 horas de aulas, cada semana de estágio parcial tem 25 horas no local do estágio e 10 horas de seminários para discussão de casos observados no estágio.

(6)

CARGA HORÁRIA Semestre Aulas Teórico-Práticas Estágio Total 1º. 595 140 735 2º. 490 245 735 3º. 455 280 735 4º. 475 260 735 5º. 245 455 700 Total 2260 1380 3640 Percentagem 60% 40% 100%

2.3 Organização do Curso

Este currículo está baseado em competências definidas pelo perfil profissional dos Técnicos de Medicina. Isto significa que os tópicos incluídos em cada disciplina foram seleccionados e priorizados a partir das tarefas profissionais dos Técnicos de Medicina. Assim, o enfoque principal do currículo é na aquisição de competências clínicas, com enfoque secundário em competências ligadas à administração e gestão ao nível das unidades sanitárias periféricas.

Os temas e conteúdos do currículo são definidos por objectivos de aprendizagem que referem aos conhecimentos, atitudes e habilidades técnicas (psicomotores) que os alunos precisam adquirir para alcançar as competências definidas.

Para facilitar a eventual síntese e aplicação do conteúdo, o ensino está organizado de forma a aproximar a ordem em que será aplicado na prática clínica. As disciplinas estão organizadas por sistemas corporais (por exemplo: sistema respiratório, sistema gastrointestinal, etc), por tipo de paciente (pediatria, geriatria) ou por áreas especializada (medicina legal, gestão e administração). Cada uma das disciplinas clínicas é multidisciplinar, sendo compostas por anatomia, fisiologia, patologia, semiologia, clínica médica e farmacologia relevante para diagnóstico e conduta das patologias que afectam o sistema corporal (ou tipo de paciente) em questão.

O curso de formação básica dos Técnicos de Medicina tem uma organização mista, incluindo:

a) Disciplinas clássicas leccionadas de forma linear, e em paralelo com outras disciplinas (por exemplo enfermagem, Anatomia/fisiologia, Ética e deontologia)

b) Disciplinas multidisciplinares leccionadas de forma linear, em paralelo com outras disciplinas

c) Disciplinas multidisciplinares leccionadas de forma sequencial, em tempo integral durante um determinado período

2.4 Direcção do Curso

A direcção do curso deve ser assegurada por um dos técnicos seguintes:

• Técnicos de Medicina, especializados de ensino com experiência de pelo menos 3 anos de trabalho clínico e 3 anos de ensino.

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• Médicos da clínica geral, com pelo menos 3 anos de experiência de ensino A direcção do curso deverá ser assessorada por:

• Um Director Pedagógico

• Um Médico de clínica geral com experiência de trabalho recente numa Unidade Sanitária periférica e experiência na supervisão de Técnicos de Medicina

• Um Técnico de Medicina com experiência de trabalho recente numa Unidade Sanitária periférica

2.5 Docentes

Exercem actividades de ensino neste curso profissionais qualificados, deverá ser ministrado por profissionais de nível médio especializado e superior de saúde. O carácter/orientação clínica do curso exigirá uma proporção elevada de docentes com competência clínica em relação a técnicos de outras áreas.Ver as características de docentes aplicadas a cada disciplina nos planos temáticos.

O leccionamento da cada tipo de disciplina tem implicações diferentes em termos de organização de aulas e docentes. Mas alguns princípios são comuns entre eles: aulas teórico-práticas devem ter uma duração de 2 horas e aulas práticas no laboratório humanístico podem ter uma duração entre 2 e 4 horas.

As disciplinas clássicas estão organizados de maneira que 1 docente será capaz de realizar todas as tarefas ligadas ao ensino da disciplina. Este sistema não difere do ensino tradicional utilizado em outros cursos.

As disciplinas multidisciplinares leccionadas de forma linear podem ser leccionadas por 1 ou por mais docentes, dependendo do domínio necessário para leccionar os diferentes tópicos. No caso de ser ensinado por um grupo docente, um membro do grupo deve ser designado como coordenador. O coordenador além de leccionar, será responsável por introduzir o curso, programar distribuição das aulas entre os docentes e outras tarefas ligadas a implementação da disciplina.

As disciplinas multidisciplinares sequenciais, leccionados em tempo integral devem ser leccionadas por uma equipa docente (4 ou 5 docentes). O ideal é que cada docente leccione um máximo de 2 aulas por dia. Um membro do grupo deve ser designado coordenador da disciplina e além de leccionar, será responsável por introduzir o curso, programar distribuição das aulas entre os docentes e outras tarefas ligadas a implementação da disciplina.

Também é importante que além de leccionar as disciplinas os docentes estejam disponíveis para facilitar as discussões de estágio, que acontecerão na parte da tarde nos dias de estágio parcial (ver cronograma do curso)

2.6 Métodos de Ensino-Aprendizagem

A selecção de métodos de ensino será orientada pelos objectivos de aprendizagem. Especificamente, pelos domínios dos objectivos, cognitivo, psicomotor e afectivo, O ensino deve ser realizado através de métodos expositivos e participativos, incluindo:

• Palestras / discursos

• Exercícios individuais e em grupo • Estudos de caso

(8)

• Tutoria clínica

Neste currículo o ensino ocorre no seguinte contexto: Aulas teórico-práticas (na sala de aula)

As aulas teórico-práticas têm como princípio o alcance dos objectivos de aprendizagem afectivos e cognitivos. Neste ambiente de aprendizagem é importante que o docente utilize uma variedade de métodos de ensino, tanto expositivos como participativos para assegurar a aprendizagem dos alunos com diversos estilos de aprendizagem. Um princípio fundamental utilizado nas aulas teórico-práticas é a introdução de novas técnicas e procedimentos que serão praticados no laboratório humanístico e posteriormente nos estágios parciais.

Laboratório humanístico, multidisciplinar e sala de informática

As aulas realizadas nos laboratórios têm como princípio o alcance de objectivos de aprendizagem psicomotores. Durante as aulas no laboratório humanístico os alunos aprendem a executar técnicas e procedimentos clínicos. Como por exemplo técnicas de semiologia, enfermagem, entre outros. Já o laboratório multidisciplinar serve principalmente para aprendizagem de técnicas de preparação e análise de espécimen, e execução de meios auxiliares de diagnóstico

Alguns princípios fundamentais do laboratório humanístico são:

- Os alunos irão observar e praticar técnicas e procedimentos com manequins e com colegas da turma, sob supervisão de docentes.

- Os alunos precisam demonstrar um nível de competência pré-determinado, na execução de técnicas e procedimentos clínicos no laboratório humanístico antes de serem permitidos executar estes procedimentos com pacientes reais durante o estágio parcial.

- O objectivo é que alunos aprendam a conhecer bem o “normal” (sinais do corpo saudável) do “anormal” (sinais de patologia), por isso a prática com pessoas saudáveis é tão importante quanto com pacientes.

- As técnicas e procedimentos a serão praticados usando material e equipamentos semelhante ao utilizado no contexto real de trabalho do técnico de medicina

- Durante as aulas todos os alunos devem ter a oportunidade de praticar as técnicas e receber retro-informação do docente.

Estágios parciais

Os estágios parciais são importantes para o alcance e domínio das competências (tarefas profissionais) aprendidas durante as aulas no Instituto de Formação. Métodos de ensino usados nesse contextos serão principalmente técnicas de tutoria incluindo orientação de alunos, demonstrações das técnicas acompanhada de explicação, observação e retro-informação aos alunos, perguntas dirigidas, resolução de problemas, estudo de casos.

Seminários de discussão de estágio (D.E.)

O seminário de discussão de estágio é o momento em que o docente e o aluno tem para discutir o que foi observado/ praticado durante o estágio, esclarecer dúvidas, apresentar e discutir casos observados para os colegas e o docente. Este momento é importante pois muitas vezes o ambiente

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clínico onde ocorre o estágio não dá oportunidade aos alunos de esclarecer todas suas dúvidas, devido ao fluxo de utentes entre outras restrições.

Estágio rural integral e seminário pós estágio rural

O estágio rural é o momento em que o Técnico de Medicina irá colocar em prática todos os conhecimentos e competências adquiridos durante sua formação, e adaptá-los aos constrangimentos do contexto real em que irão trabalhar. O seminário pós estágio rural é importante para que os futuros profissionais possam esclarecer dúvidas sobre os desafios encontrados durante o estágio junto aos docentes e colegas, partilhando informações acerca dos desafios, ideias, e experiências, promovendo a troca de experiências e iniciativa para a solução de problemas pelos próprios Técnicos de Medicina e adaptados ao contexto real do seu trabalho.

2.7 Disciplinas Nucleares e Não Nucleares

O primeiro semestre está dedicado a aprendizagem de princípios e técnicas básicas. Para esse fim está organizado por disciplinas temáticas introdutórias e disciplinas dedicadas a aquisição de competência em técnicas clínicas. O conteúdo do 2º. ao 5º. semestre está organizado em módulos multidisciplinares (Veja o cronograma do curso para mais detalhes).

(10)

Disciplinas Introdutórias

Disciplinas Clínicas

Disciplinas não Clínicas

− Anatomia e Fisiologia − Meios Diagnósticos Auxiliares − Introdução às Ciências Médicas − Semiologia I e II − Primeiros Socorros e Enfermagem − Dermatologia − Sistema Gastrointestinal

− Saúde Sexual e Reprodutiva I, II e III − Sistema Cardiovascular − Sistema Respiratório − Hematologia e Oncologia − Procedimentos Clínicos − Otorrinolaringologia e Oftalmologia − Sistema Musculo-esquelético e tecidos moles − Estomatologia − Neurologia − Saúde Mental − Doenças Infecciosas − Endocrinologia

− Avaliação e Manejo dos Doentes com HIV e SIDA

− Sistema Urinário − Geriatria − Pediatria − Traumas e Emergências − Deontologia e Ética Profissional − Saúde da Comunidade − Gestão e Administração I, II, III − Medicina Legal − Ensino e Supervisão de Estágio

2.8 Avaliação

Durante a formação, o aluno será submetido ao Regulamento Geral de Avaliação para Institutos de Ciências de Saúde e Centros de Formação do pessoal de saúde.

Toda a avaliação, seja formativa ou sumativa, será baseada na medição de aquisição dos objectivos de aprendizagem e das competências apresentadas para cada disciplina. As avaliações finais irão avaliar os alunos em um padrão mínimo de competência necessário para trabalhar como Técnico de Medicina para o Serviço Nacional de Saúde. Alunos que não atingirem o nível de competência mínima, não receberão a certificado até o alcançarem.

Cada plano temático apresenta uma secção descrevendo detalhadamente a avaliação apropriada para a disciplina. Em geral, as avaliações formativas teóricas e práticas incluem o seguinte:

• Uma avaliação teórica escrita no fim de cada disciplina com 35 horas ou menos de ensino • Para disciplinas com mais de 35 horas de aulas lectivas, uma avaliação teórica escrita

(11)

• Para cada disciplina com aulas nos laboratórios ou salas de informática, uma avaliação prática no laboratório em questão

• Um exame escrito ao final de cada semestre, na 22ª. semana do semestre

• Uma avaliação prática com pacientes nas últimas semanas de cada estágio. (normalmente será um exame físico orientado a um dos sistemas corporais ensinados no semestre e/ou demonstração duma técnica diagnóstica ou terapêutica)

• Apresentação de pelo menos um caso observado no estágio, elaborado pelo aluno

• Um exame final (prático e teórico) no fim do curso, avaliando o alcance das competências do curso completo

2.9 Certificação

A emissão do certificado de habilitações técnico-profissionais e de habilitações académicas para os graduados deste curso será passado pela Direcção de Recursos Humanos/Departamento de Formação (DRH/DF) e pelo Ministério da Educação (MINED).

Este certificado é válido para todos efeitos nos termos da lei, ou seja, para a continuação dos estudos, provimento em cargos públicos e exercícios de actividades profissionais.

3. PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE MEDICINA

Campo de Acção

Os Técnicos de Medicina formados com base neste currículo poderão exercer as suas actividades nas Unidades Sanitárias de todos os níveis de atenção de saúde do Pais, com especial indicação para os níveis I e II.

Poderão ser afectos ao Ministério de Saúde e outras Instituições Estatais que necessitem de assistência e estejam autorizadas nos termos da Lei.

Funções e Tarefas

Os TM formados a partir deste currículo deverão integrar-se na equipa de Saúde e em equipas específicas nas quais deverão cobrir as funções e tarefas técnicas, de gestão e administração, de saúde comunitária, e de ensino.

Tarefas Técnicas

1. Área de Enfermagem

1. Organizar e utilizar os kits de Primeiros Socorros;

2. Identificar incidentes passíveis de perigar a sua própria vida e a dos outros;

3. Proteger-se a si e aos outros e tomar as necessárias medidas que preservem a vida, em caso de acidente e enquanto o socorro não chega;

4. Avaliar, dar assistência e transportar os pacientes em situação de emergência; 5. Facilitar a respiração, incluindo:

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a. Reconhecer asfixia/sufocação, identificar causas e tomar medidas para remover a causa e de suporte;

b. Permeabilizar as vias respiratórias (incluindo identificar a necessidade e executar a manobra de Heimlich com adultos, crianças e bebés);

c. Executar respiração artificial com adultos, crianças e bebés;

d. Reconhecer sinais de uma crise asmática e gerir correctamente. (incluindo colocar numa posição para facilitar respiração);

6. Proteger a vítima de traumas adicionais, medir o tempo da crise e tomar medidas de suporte no evento de uma crise convulsiva. Identificar causas e tratar nos casos de hiperpirexia e arrefecimento corporal;

7. Avaliar, através do pulso carotídeo e femoral, a necessidade de uma massagem cardíaca; 8. Executar a técnica de massagem cardíaca, em conjunto com respiração artificial (RCP) para

adultos crianças e bebés (técnica de uma ou 2 pessoas); 9. Minimizar a perda de sangue/hemorragias;

10. Tomar medidas específicas para a hemorragia nasal e na palma da mão;

11. Reconhecer (sem qualquer equipamento) e aprovisionar primeiros socorros para o Enfarte do Miocárdio (EM).

12. Reconhecer o estado de choque e estabelecer medidas de suporte; 13. Fornecer os primeiros socorros para:

a. Picadas de abelhas, vespas e escorpiões; b. Mordeduras de animais, incluindo cobras; c. Perfurações e lacerações por várias causas; d. Feridas por armas de fogo;

14. Distinguir queimaduras do 1º , 2º e 3º graus, e fornecer cuidados de socorros relevantes; 15. Reconhecer entorses, reduzir inflamação, tratar dores e imobilizar;

16. Identificar fracturas, tratar a dor, imobilizar e, no caso de fracturas expostas, proteger da infecção;

17. Em relação aos choques eléctricos, proteger a si próprio da corrente eléctrica, isolar a vítima da corrente, tratar o choque e administrar RCP (se for necessário);

18. Efectuar os primeiros socorros para envenenamento e intoxicação; 19. Identificar as indicações e contra-indicações de indução do vómito;

20. Identificar as indicações e contra-indicações na administração de líquidos para diluir o veneno;

21. Tomar medidas para o tratamento de intoxicação, através da pele, dos olhos ou por inalação; 22. Avaliar, registar e interpretar os sinais vitais nos adultos, crianças e bebés. Isto inclui:

a. Temperatura axilar, bucal e rectal; b. Respiração-FR;

c. Pulso-FC;

d. Tensão Arterial-TA; e. Peso, altura.

23. Acalmar e orientar os pacientes e as suas famílias numa emergência;

24. Identificar as indicações para se efectuar uma ressuscitação em adultos, crianças e bebés, usando equipamentos disponíveis nos serviços de urgência;

25. Identificar a causa e a gravidade de hemorragias e tomar medidas para o controlo de hemorragia e do choque hipovolémico;

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26. Controlar e, se for necessário, sedar pacientes com agitação psicomotora; 27. Suturar e executar pensos;

28. Identificar a necessidade de aplicação profiláctica de soros contra tétano e raiva; 29. Identificar e tratar reacções alérgicas (incluindo anafiláticas);

30. Executar os seguintes procedimentos de enfermagem no paciente com dor: a. Avaliar a dor (característica e intensidade);

b. Administrar medicamentos de alívio à dor, em função da severidade (intensidade); c. Colocar pacientes na posição de conforto para o alívio à dor, de acordo com a patologia; d. Abordar a dor crónica em cuidados continuados;

31. Executar os seguintes procedimentos de enfermagem no paciente inconsciente: a. Tomar medidas para prevenir a obstrução das vias aéreas e infecção pulmonar; b. Limpar os olhos e a pele (dar banho a um paciente inconsciente);

c. Tomar medidas para o controlo da bexiga e intestinos (incluindo colocação de um catéter vesical);

d. Alimentar através da sondagem naso-gástrica e manter o soro permanente; e. Prevenir escaras;

32. Identificar a necessidade, reconhecer as precauções e executar os seguintes procedimentos: a. Oxigenoterapia;

b. Fisioterapia Respiratória; c. Entubação Endotraqueal; d. Toracocentese;

33. Administrar a terapêutica oral, anal, tópica e parentérica (intravenosa, subcutânea, e intramuscular) em adultos, crianças e bebes;

34. Colher os seguintes especímenes biológicos: a. Sangue (incluindo para hematozoário); b. Urina (colheita asséptica);

c. Fezes;

d. Expectoração.

35. Identificar a necessidade e executar as seguintes técnicas de enfermagem (incluindo a organização do material necessário):

a. Sonda naso-gástrica para alimentação ou lavagem gástrica; b. Algaliação;

c. Aspiração de secreções; d. Clister;

36. Administrar uma transfusão sanguínea. Isto inclui:

a. Identificar as indicações para a transfusão de sangue total, concentrado de glóbulos vermelhos, concentrado de plaquetas e plasma fresco congelado;

b. Seguir as normas nacionais de administração de uma transfusão sanguínea; 37. Reconhecer e tomar providências, em casos dos seguintes acidentes transfusionais:

a. Incompatibilidade; b. Sobrecarga de volume;

c. Transfusão de sangue mal conservado;

38. Aplicar as normas e rotinas de biossegurança nos hospitais;

39. Executar pensos e ligaduras para contusões, ferimentos, escaras (úlceras de decúbito) e queimaduras do 1º, 2º e 3º graus, de acordo com a região e técnica apropriada;

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41. Orientar a reabilitação dos pacientes, com um programa individualizado para o seu bem-estar físico, psíquico e social;

42. Orientar os pacientes sobre os cuidados a ter com uma luxação/entorse e imobilizações com talas simples e gessadas.

2. Área de Clínica Médica-Cirúrgica Anamnese:

1. Colher uma anamnese: a. Queixa principal;

b. História da doença actual;

c. Revisão por aparelhos e sistemas; d. História patológica pregressa; e. História familiar ;

f. História psicossocial; 2. Fazer o resumo da anamnese

3. Descrever os sintomas duma possível doença mental 4. Redigir uma anamnese dirigida às doenças mentais 5. Colocar as hipóteses diagnósticas com base na anamnese 6. Priorizar as hipóteses diagnósticas identificadas

7. Reconhecer sintomas patológicos.

8. Realizar uma anamnese obstétrico-ginecológica sumária

9. Colher uma anamnese clínica que identifique as circunstâncias de um trauma, a gravidade e/ou o grau de risco sobre a vida do paciente

Exame Físico:

1. Avaliar, registar e interpretar os sinais vitais nos adultos

2. Avaliar, registar e interpretar os parâmetros antropométricos principais utilizados em adultos 3. Efectuar um exame físico geral por aparelhos de um paciente adulto masculino ou feminino

utilizando:

a. As técnicas básicas de inspecção, palpação, percussão e auscultação

b. Instrumentos básicos (estetoscópio, otoscópio, lanterna, espátula, martelo de reflexos, espéculo, fita metrica)

c. Respeitando uma seqüência lógica e conveniente para o paciente

4. Diferenciar os sinais normais e patológicos observados durante o exame fisico de um paciente adulto e mulheres grávidas

5. Registar duma forma sucinta e com a nomenclatura corecta os resultados do exame físico geral por aparelhos

6. Aplicar comportamentos adequados na área de comunicação e relação interpessoal com os pacientes e seus familiares

7. Adaptar correctamente a seqüência, o conteudo e o foco do exame físico para uma mulher gravida

Meios Diagnósticos Auxiliares:

1. Listar os meios auxiliares de diagnóstico disponíveis na prática clínica dos diferentes níveis e conhecer seus valores normais.

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2. Reconhecer os equipamentos básicos do laboratório e da radiologia, descrevendo resumidamente o seu funcionamento básico e as etapas para a realização de cada exame.

3. Implementar uma interacção correcta e eficiente entre o sector clínico e os sectores auxiliares, definindo, com base em cada quadro clínico e nos recursos laboratoriais e radiológicos disponíveis, quais são os meios de diagnóstico que devem ser solicitados e interpretados. 4. Identificar os casos em que a evolução do quadro clínico ou os resultados anormais dos exames

realizados, exigem exames diagnósticos mais complexos e/ou invasivos e que requerem avaliação de nível superior e/ou transferência.

5. Colher os seguintes espécimes biológicos:

a. Sangue venoso (para testes rápidos, hemograma, bioquímica e exames microbiológicos); b. Urina (colheita asséptica);

c. Fezes;

d. Expectoração;

e. Líquido ascítico (paracentese), pleural (toracocentese) ou amostra de gânglio periférico para pesquisa de BK (PAAF);

f. Liquor cérebro-raquidiano (LCR) para análise e diagnóstico de meningite; g. Secreção vaginal ou uretral para exame microbiológico.

6. Solicitar e interpretar as análises laboratoriais básicas disponíveis na prática clínica e utilizadas em todas as áreas de actuação do TM:

a. Hemograma;

b. Leucograma (fórmula leucocitária); c. Velocidade de hemossedimentação;

d. Bioquímica básica: glicemia, ureia, creatinina, colesterol e triglicéridos, iões (sódio, cloro e potássio), proteína total e albumina;

e. Bioquímica específica: acido úrico, aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina, GGT, bilirrubina total, directa e indirecta; f. Proteína C Reactiva;

g. Contagem de CD4; h. Urina II;

i. Grupo sanguíneo e factor RH; j. Provas básicas de coagulação;

k. BHCG (teste de gravidez);

l. Pesquisa de sangue oculto nas fezes; m. Exame parasitológico de fezes;

n. Hematozoário – pesquisa de plasmodium e tripanossoma; o. Pesquisa de ovos de Schistosoma;

p. Pesquisa da filaria; q. Pesquisa da borrelia; r. Urocultura;

s. Pesquisa de BK na expectoração;

t. Exame a fresco; coloração pelo GRAM e cultura do corrimento vaginal ou uretral.

7. Solicitar (sem interpretar) as análises laboratoriais específicas disponíveis, para casos que necessitem de uma investigação clínica mais aprofundada:

a. Coombs directo e indirecto; b. Carga viral;

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f. Factor reumatóide;

g. Vidal (para Febre Tifoide);

8. Executar e interpretar os testes abaixo, usando fitas indicadoras: a. Teste rápido de malária;

b. Teste rápido de HIV (Determine e Unigold); c. Teste rápido de sífilis (RPR);

d. Teste rápido de gravidez (TIG); e. Identificação de glicosúria;

f. Medida de glicemia com glucómetro.

9. Solicitar e interpretar os exames radiológicos disponíveis na prática clínica e utilizados em todas as áreas de actuação do TM:

a. RX simples tórax; b. RX simples abdómen; c. RX de ossos longos;

d. RX de coluna, crânio e face.

10. Conhecer as indicações para o pedido (sem interpretar) de outros meios auxiliares diagnósticos disponíveis na prática clínica, para casos que necessitam de uma investigação clínica mais aprofundada:

a. Ecografia;

b. Electrocardiograma;

c. Endoscopia (digestiva alta e baixa, urológica, ginecológica).

Procedimentos Clínicos

1. Avaliar, dar assistência e transportar os sinistrados em situações de emergência. 2. Acalmar e orientar pacientes e as suas famílias numa emergência.

3. Proteger a vítima de traumas adicionais, medir o tempo da crise e tomar medidas de suporte em caso de convulsões.

4. Avaliar, registar e interpretar os sinais vitais nos adultos, crianças e bebés. Isto inclui: a. Temperatura axilar, bucal e rectal;

b. Respiração-FR; c. Pulso-FC;

d. Tensão Arterial-TA; e. Peso, altura.

5. Facilitar a respiração que inclui:

a. Reconhecer asfixia/sufocação, identificar causas, tomar medidas para remover a causa e tomar medidas de suporte;

b. Identificar indicações para efectuar ressuscitação de adultos, crianças e bebés, usando equipamentos disponíveis nos serviços de urgência.

6. Avaliar, através do pulso carotídeo e femoral a necessidade de uma massagem cardíaca. 7. Identificar a causa e gravidade de hemorragias e tomar medidas para o controlo de hemorragia

e do choque hipovolémico (pensos, suturas, hemostases, reposição da volémia (soros/transfusões), incluindo:

a. Compressão e posição de Trendelemburg; b. Medidas de prevenção de choque hipovolémico;

c. Tomar medidas específicas para hemorragia nasal e na palma da mão; 8. Identificar casos de hiperpirexia ou arrefecimento corporal e tratar.

(17)

9. Distinguir queimaduras do 1º grau, 2ºgrau, 3º grau e oferecer cuidados de socorros relevantes. 10. Identificar entorses, reduzir inflamação, tratar a dor e imobilizar.

11. Identificar fracturas, tratar a dor, imobilizar e proteger de infecção, no caso de fracturas expostas.

12. Controlar e, se for necessário, sedar pacientes com agitação psicomotora. 13. Identificar a necessidade de aplicação profiláctica de soros contra tétano e raiva. 14. Identificar e tratar reacções alérgicas (incluindo anafiláticas).

15. Executar os seguintes procedimentos de enfermagem no paciente inconsciente: a. Tomar medidas para prevenir a obstrução das vias aéreas e infecção pulmonar; b. Limpar os olhos e a pele (dar banho a um paciente inconsciente);

c. Tomar medidas para o controlo da bexiga e intestinos (incluindo colocação dum cateter vesical);

d. Alimentar, através da sondagem naso-gástrica e manutenção do soro permanente. e. Prevenir escaras.

16. Identificar a necessidade, reconhecer as precauções e executar os seguintes procedimentos: a. Oxigenoterapia;

b. Fisioterapia Respiratória; c. Entubação Endotraqueal; d. Toracocentese.

17. Administrar a terapêutica oral, anal, tópica e parentérica (intravenosa, subcutânea, e intramuscular) em adultos, crianças e bebés. Isto inclui:

a. Indicações e contra-indicações das vias de administração;

b. Identificar complicações adversas ao tratamento e tomar medidas necessárias. 18. Colher os seguintes especímenes biológicos:

a. Sangue (incluindo para hematozoário); b. Urina (colheita asséptica);

c. Fezes;

d. Expectoração;

19. Identificar a necessidade e executar as seguintes técnicas de enfermagem (incluindo, a organização do material necessário):

a. Sonda naso-gástrica para alimentação ou lavagem gástrica; b. Algaliação;

c. Aspiração de secreções; d. Clister.

20. Administrar uma transfusão sanguínea. Isto inclui:

a. Identificar as indicações para transfusão de sangue total, concentrado de glóbulos vermelhos, concentrado de plaquetas e plasma fresco congelado;

b. Seguir as normas de administração de uma transfusão sanguínea;

c. Reconhecer e tomar providências em nos seguintes acidentes transfusionais: i. Incompatibilidade;

ii. Sobrecarga de volume;

iii. Transfusão de sangue mal conservado.

21. Aplicar as normas e rotinas de biossegurança nos hospitais, incluindo:

a. Técnicas básicas de protecção individual; (lavagem das mãos, luvas, mascaras, aventais e óculos);

(18)

e. Mistura de soluções de desinfectantes nas concentrações certas.

22. Executar pensos e ligaduras para contusões, ferimentos, escaras (úlceras de decúbito) e queimaduras do 1º, 2º e 3º graus, de acordo com a região e técnica apropriada.

23. Orientar os pacientes de cuidados de luxação/entorse e imobilizações com talas simples e gessadas.

24. Realizar as seguintes técnicas de diagnóstico/terapêuticas: a. Punção lombar; b. Paracentese; c. Toracocentese; d. Punção hepática. e. Exame ginecológico; f. Aspiração naso-traqueal; g. Entubação naso-gástrica; h. Lavagem gástrica ; i. Algaliação; j. Tratamento de condilomas.

25. Executar a reanimação cardiorrespiratória, se necessário.

26. Executar as seguintes técnicas e procedimentos nas crianças, quando necessário: a. Administração de vacinas;

b. Medição do peso, altura, perímetro crâneo e perímetro braquial; c. Reanimação neonatal (incluindo aspiração);

d. Recolha de urina e cateterização vesical;

e. Entubação com sonda naso-gástrica e colheita de suco gástrico para pesquisa de BK; f. Cateterização venosa periférica;

g. Remoção de corpos estranhos do ouvido ou nariz; h. Punção lombar;

i. Algaliação;

j. Realização do teste de Mantoux (tuberculina).

27. Prestar cuidados básicos e essenciais ao recém-nascido, incluindo a reanimação neonatal. 28. Diagnosticar, tratar e/ou encaminhar as patologias abaixo descritas:

a. Obstrução das vias aéreas superiores (tratar);

b. Corpos estranhos no nariz, ouvido e no olho (tratar e transferir casos complicados); c. Escoriações, equimoses e hematomas (tratar);

d. Feridas incisas e contusas (limpas e sujas) (tratar);

e. Queimaduras do primeiro ao terceiro grau (tratar e em casos complicados transferir); f. Mordeduras por insectos e animais (venenosos e não venenosos) (tratar casos simples ou

transferir casos complicados); g. Profilaxia antitetânica. 29. Executar as seguintes técnicas:

a. Sutura de feridas;

b. Drenagem de colecções purulentas; c. Limpeza cirúrgica;

d. Tamponamento nasal anterior; e. Cateterismo suprapúbico; f. Cateterismo venoso subclávio; g. Punção abdominal.

(19)

Clínica Médica

1. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas em anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial

b. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

c. De acordo com a sua competência, criar um plano de tratamento / conduta, baseado no diagnóstico diferencial

d. Criar e explicar ao paciente um plano de alta i. Resumo do tratamento

ii. Seguimento

iii. Prevenção e controlo da doença

2. Reconhecer ou suspeitar emergências e executar as intervenções médicas imediatas e referir/transferir como apropriado

3. Área de Psiquiatria

1. Reconhecer, numa consulta, sinais e sintomas duma possível doença mental;

2. Levantar hipótese diagnóstica e tomar as medidas apropriadas com relação aos transtornos indicados no anexo I com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Realizar anamnese psiquiátrica e exame mental;

b. Identificar emergências do fórum psiquiátrico e tomar medidas apropriadas;

c. Fazer o diagnóstico diferencial entre alterações de comportamento referentes a queixas psíquicas e doenças orgânicas (como malária cerebral, meningite, encefalopatia por HIV, etc.);

d. Fazer um diagnóstico sindrómico e dar encaminhamento adequado aos transtornos identificados.

3. Acolher e orientar o utente e a família sobre a situação de saúde, tratamentos disponíveis e fontes de apoio.

4. Área de Pediatria

1. Monitorizar o crescimento e desenvolvimento psicomotor infantil

2. Aconselhar pais sobre os princípios de nutrição/alimentação para o crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos e crianças saudáveis e doentes

3. Conhecer os pacotes de cuidado, promoção da saúde infantil e prevenção das doenças, incluindo Atenção Integrada das Doenças Infantis (AIDI) e Programa Alargado de Vacinação (PAV)

4. Utilizar os princípios gerais da terapêutica pediátrica com fármacos

5. Usar os meios de diagnóstico, fazendo a sua interpretação em pediatria e utilizar as técnicas adequadas em recém-nascido e crianças segundo a idade

(20)

a. Elaborar uma história clínica completa (incluindo a história da mãe) e executar um exame físico completo

b. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na história e no exame físico (diagnóstico diferencial)

c. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

d. Baseado no diagnóstico diferencial, criar um plano de tratamento imediato para o paciente e. Avaliar a condição do paciente (incluindo hospitalização e referência)

f. Criar um plano de alta e explicar aos pais da criança

7. Avaliar os sinais de emergência, urgência, fazer a gestão imediata (estabilizar e fazer análise apropriada) e seguir as indicações para referir o recém-nascido ou a criança com as seguintes apresentações:

a. Obstrução das vias aéreas superiores incluindo sufocamento, asfixia, dificuldades em respirar , coma , convulsões , desidratação grave , shock (hipovolémico, anafiláctico, séptico)), hipoglicemia , síndrome de distress respiratório , febre alta , palidez acentuada, dores fortes, irritabilidade/letargia, desnutrição aguda grave, edema dos pés, hipotermia .

5. Área de Saúde Reprodutiva Sistema Reprodutor Feminino:

1. Colher uma história clínica em ginecologia incluindo a: a. Anamnese orientada a queixas ginecológicas;

b. Exame físico orientado ao sistema reprodutivo. Isto inclui execução das seguintes técnicas:

i. Toque vaginal; ii. Palpação bimanual; iii. Exame com espéculo;

iv. Exame visual e de palpação da mama. 2. Recomendar métodos de Planejamento Familiar

a. Fazer uma anamnese de uma mulher que deseja fazer o planeamento familiar;

b. Aconselhar a mulher e/ou o casal que deseja fazer o planeamento familiar acerca dos possíveis métodos e as suas indicações, vantagens, desvantagens, normas práticas, taxa de insucessos, efeitos colaterais, utilidade para prevenção de ITS, contra-indicações e complicações possíveis. (métodos incluem: abstinência periódica, coito interrompido, preservativo masculino e feminino, amamentação prolongada, dispositivo intra-uterino (DIU), a pílula anticonceptivo, e métodos hormonais injectáveis) tendo em conta a epidemia de HIV.

3. Executar esvaziamento da cavidade uterina:

a. Identificar as indicações para execução da técnica b. Fazer uma revisão da cavidade

c. Executar aspiração e curetagem

4. Diagnosticar, tratar ou dar seguimento às patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico, com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

(21)

c. Criar um plano de tratamento / conduta, de acordo com a sua competência, baseado no diagnóstico diferencial;

d. Reconhecer as situações de gravidez anormal e de alto risco; e. Criar e explicar ao paciente um plano de alta:

i. Resumo do tratamento; ii. Seguimento;

iii. Prevenção e controlo da doença. Obstetrícia:

1. Durante primeira visita pré-natal o TM deve: a. Recolher uma história obstétrica completa;

b. Executar um exame físico completo e direccionado às grávidas; c. Pedir e interpretar os seguintes exames:

i. Hemograma, glicemia, urina II, HIV e CD4, RPR, grupo sanguíneo e RH , esfregaços vaginais para clamídia, gonorreia e vaginoses bacterianas, teste de Papanicolau;

d. Preencher correctamente a ficha da consulta pré-natal, utilizar a roda da idade gestacional e determinar a data provável do parto (DPP);

e. Aconselhar a mãe sobre os hábitos saudáveis a ter durante a gravidez: dieta, consumo de álcool, prevenção de HIV e outras ITS;

f. Reconhecer as substâncias e os medicamentos tóxicos e teratógenos durante a gravidez; g. Aconselhar a mãe HIV positiva e o parceiro sobre os cuidados e tratamento a ter durante a

gravidez e o aleitamento (a gestão clínica da mãe HIV positiva será abordada no módulo sobre o HIV/SIDA);

h. Descrever o plano de seguimento durante a gravidez e o plano do parto. 2. Nas visitas de seguimento o TM deve:

a. Realizar uma anamnese em relação ao desenvolvimento da gestação ; b. Executar um exame físico especializado, incluindo:

i. Verificação da progressão do peso da gestante e altura uterina, monitoando com a DPP para verificar o aumento normal do peso materno e o crescimento normal do feto;

ii. Avaliação dos movimentos fetais;

iii. Avaliação da situação e apresentação fetal; iv. Avaliação do encravamento fetal;

v. Auscultação do foco fetal;

vi. Avaliação das mucosas para detecção de anemia; vii. Medição da tensão arterial;

viii. Avaliação de edema.

c. Pedir e interpretar os seguintes testes:

i. Urina II , hemograma , bioquímica , RPR e HIV.

d. Fazer controlo periódico da mulher grávida, incluindo pesquisa de malária e infecção urinária e ITS se for indicado;

e. Controlar a vacinação contra o tétano e administrar aos 2 meses e aos 6 meses, se necessário, com um máximo de 5 doses;

f. Administrar os tratamentos preventivos incluindo ferro/ácido fólico, mebendazol, tratamento profiláctico para malária, cotrimoxazol, PTV;

(22)

3. Diagnosticar, tratar ou dar seguimento às patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico, com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

b. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico;

c. Criar um plano de tratamento / conduta, de acordo com a sua competência, baseado no diagnóstico diferencial;

d. Reconhecer as situações de gravidez anormal e de alto risco; e. Criar e explicar ao paciente um plano de alta:

i. Resumo do tratamento; ii. Seguimento;

iii. Prevenção e controlo da doença. 4. Dar assistência durante todas as fases do parto incluindo:

a. Diagnosticar as dores do parto normal, estágio do parto e saber a diferença entre parto verdadeiro e falso.

b. Reconhecer e gerir ou referir um parto prematuro (ruptura precoce de membranas). c. Administrar os ARVs para a profilaxia ou tratamento do HIV, em caso de mãe HIV

positiva, dependendo se está ou não está em TARV;

d. Controlar a evolução do parto através das contracções, do toque vaginal se for indicado e registar correctamente no partograma;

e. Identificar, através do partograma, um trabalho de parto normal e anormal e referir em caso de partograma com padrão anormal;

f. Realizar um parto normal e detectar um trabalho de parto arrastado e referir;

g. Prestar cuidados imediatos de parto à mãe e ao recém-nascido e dar seguimento em consulta de puerpério;

h. Identificar as indicações e contra-indicações para executar amniotomia, e executá-la se necessário;

i. Identificar as indicações e contra-indicações para executar a episiotomia e executá-la se necessário;

j. Identificar apresentações e posições anormais do feto e referir;

k. Executar a manipulação activa do terceiro estágio do trabalho de parto;

l. Identificar e gerir o 4º estágio normal e anormal do parto e puerpério imediato (<24h) normal e patológico, suas causas, complicações e tratamento;

m. Aplicar as normas de biosegurança em todos os estágios do parto. 5. Reconhecer as situações de parto complicado e prestar cuidados imediato. 6. Prestar os cuidados pós-operatórios a uma mulher após uma cesariana.

7. Prestar os cuidados imediatos ao recém-nascido normal e reconhecer, tratar e referir as eventuais condições patológicas incluindo:

a. Avaliar o recém-nascido logo após o nascimento, incluindo os sinais vitais, o índice de Apgar e prestar os cuidados de rotina ao recém-nascido normal;

b. Realizar o exame físico completo do recém-nascido à nascença, estabelecer a idade gestacional;

c. Identificar os sinais e sintomas de emergência no recém-nascido ; d. Praticar a reanimação neonatal;

(23)

f. Avaliar as condições patológicas neonatais mais frequentes que se podem apresentar logo após o parto ou nas primeiras horas de vida, estabilizar e tratar ou referir tais condições conforme a lista de doenças pediatricas no anexo 1

g. Administrar a profilaxia ARV ao recém-nascido filho de mãe HIV positiva e aconselhar a mãe sobre os cuidados de seguimento (alimentação, cotrimoxazol, diagnóstico precoce, consultas na CCR);

h. Aconselhar uma mãe com TB pulmonar sobre a profilaxia com INH para o seu bebé e as contra-indicações da vacina BCG;

i. Avaliar os sinais e sintomas da TB em bebé exposto a mãe com TB pulmonar. 8. Fazer a consulta pós-parto (7 dias após o parto) incluindo:

a. Prestar cuidados básicos pós-parto à mãe e ao recém-nascido; b. Verificar o estado da vacina contra a tuberculose da criança;

c. Avaliar eventuais efeitos colaterais da profilaxia com INH, em caso do bebé de mãe com TB pulmonar e apresentando sinais e sintomas de TB;

d. Verificar a administração da profilaxia com ARV, na mãe e no bebé, em caso de mãe HIV positiva e seus efeitos colaterais;

e. Aconselhar a mãe HIV positiva sobre o diagnóstico precoce e os cuidados para o seu bebé, incluindo cotrimoxazol e seguimento na CCR;

f. Aconselhar sobre os diferentes métodos de planeamento familiar e sobre o reinício da actividade sexual;

g. Identificar sinais e sintomas e causas de complicações do puerpério; h. Diagnosticar e tratar ou referir as complicações do puerpério:

i. Infecções puerperais, hematoma vulvo-vaginal, patologias da mama (mastites, abcesso mamário, ingurgitamento mamário, fissuras), tromboflebites e embolia pulmonar, psicose, fístulas vesicovaginal e rectovaginal.

9. Conhecer o Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva, as estratégias para melhorar a saúde materno infantil e seus indicadores.

Sistema Reprodutor Masculino:

1. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

b. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

c. De acordo com a sua competência, criar um plano de tratamento / conduta, baseado no diagnóstico diferencial

d. Criar e explicar ao paciente um plano de alta i. Resumo do tratamento

ii. Seguimento

iii. Prevenção e controle da doença

2. Reconhecer ou suspeitar emergências e executar as intervenções médicas imediatas e referir/transferir como apropriado

3. Aconselhar o paciente para as seguintes situações: a. Principais aspectos da prevenção do HIV/ITS;

(24)

c. Prevenção secundária para pacientes com ITS;

d. Os riscos e benefícios da circuncisão e cuidados do adulto recentemente circuncidado. 6. Área de traumatologia

1. Diferenciar uma situação de emergência e não de emergência e entre as emergências médicas e cirúrgicas.

2. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas no anexo I com atenção especial às seguintes tarefas:

a. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na história e no exame físico (diagnóstico diferencial);

b. Dar assistência imediata a situações de emergências e estabilizar o paciente, incluindo os primeiros socorros (ABCD);

c. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico;

d. Criar um plano de tratamento para o paciente, baseado no diagnóstico diferencial, e. Avaliar a condição do paciente (incluindo hospitalização e referência);

f. Criar as condições necessárias para, no caso de estar indicada, realizar uma transferência com garantias;

g. Criar e explicar ao paciente o plano de acompanhamento e a forma de prevenir e controlar a doença;

3. Reconhecer uma situação de Trauma e Politrauma;

4. Diagnosticar, estabilizar e tratar ou referir os traumas/politraumas indicados no anexo I com atenção especial as seguintes tarefas:

a. Efectuar primeiros socorros (ABCD) nas vítimas de traumas;

b. Recolher uma história clínica que identifique as circunstâncias de um trauma, a gravidade e/ou o grau de risco sobre vida do doente;

c. Recolher os sinais clínicos numa sequência lógica que o permita tomar decisões imediatas de salvamento ou para atenuar a progressão de um estado choque pós-trauma;

d. Fazer uma abordagem sistemática do doente traumatizado/politraumatizado usando o ABCD, avaliar a sua gravidade usando o e estabelecer a conduta e cuidados imediatos de salvamento;

e. Distinguir um trauma externo do interno e presumir o segmento ao órgão afectado e sua gravidade;

f. Solicitar e interpretar exames laboratoriais e complementares necessários em cada caso.

7. Tarefas do TM na Área de HIV/SIDA

1. Demonstrar aptidão na abordagem clínica do paciente HIV positivo:

a. Abrir um ‘processo clínico’ para um paciente recentemente diagnosticado; b. Colher uma anamnese e efectuar um exame físico, incluindo:

i. Avaliação da queixa principal; ii. História da doença actual;

iii. História clínica antecedente – Incluindo, antecedentes ginecológicos e obstétricos, data do diagnóstico para HIV, história de infecções oportunistas,

(25)

antecedentes de tratamento, antecedentes de internamento, exames laboratoriais efectuados que sejam relevantes;

iv. História psicossocial, incluindo aspectos específicos relacionados com HIV/SIDA:

1. Ambiente familiar;

2. Detalhada história sexual e de exposição; 3. Medidas para prevenção e redução do risco; 4. Ambiente psicossocial, estigma, apoio social. v. Historia familiar;

vi. Exame Físico – com capacidade de reconhecer os sinais e sintomas específicos de:

1. Abordagem sistemática do paciente com HIV; 2. Infecções oportunistas (IOs);

3. Reacções adversas ao Tratamento Anti-retroviral (TARV). c. Utilização e interpretação dos meios auxiliares de diagnóstico:

i. Testes Laboratoriais; ii. Testes Radiológicos.

d. Executar técnicas especializadas de diagnóstico: i. Punção Lombar;

ii. Toracocentese; iii. Paracentese.

e. Desenvolver um diagnóstico diferencial; f. Tomar uma conduta terapêutica;

g. Transferir adequadamente pacientes em estado grave ou de estadio IV para outros clínicos ou serviços de cuidados especializados;

h. Registar a ficha clínica do paciente de forma apropriada e ser capaz de transmitir claramente a informação médica aos outros clínicos, no caso de transferência ou partilha de cuidados;

i. Desenhar um plano de alta compreensivo e seguro; j. Determinar o acompanhamento adequado.

2. Ser capaz de pedir os seguintes testes e interpretar os seus resultados de forma rigorosa: a. Testes básicos para avaliação e acompanhamento de pacientes com HIV (Teste de

diagnóstico rápido HIV, ELISA, CD4, hemograma, ALT, AST, bilirubina, amilase, glicose, trigliceridos, colesterol, lactato, urinálise, tinta de china, etc.);

b. Radiografia (torácica, abdominal, vertebral e de extremidades); c. Esfregaço de expectoração para tuberculose;

d. RPR;

e. Exame das fezes para detecção de ovos e parasitas. 3. Demonstrar aptidão para aconselhamento, incluindo:

a. Aconselhamento pré-teste HIV; b. Aconselhamento pós-teste HIV; c. Aconselhamento pré-TARV;

d. Aconselhamento pós-TARV de adesão ao tratamento; e. Profilaxia pós-exposição;

f. Aconselhamento preventivo geral para HIV/ITS.

(26)

i. Paciente adulto com HIV; ii. Mulher grávida com HIV;

iii. Criança exposta ou infectada por HIV*;

iv. Reconhecer pacientes em estadio IV, gravemente doentes, a necessitar transferência para serviços com níveis de cuidados mais elevados.

b. Diagnóstico presuntivo ou definitivo e tratamento de IOs nos adultos abaixo do estadio IV:

i. Tuberculose:

1. Tuberculose pulmonar;

2. Tuberculose extra pulmonar ou disseminada; 3. Tuberculose do sistema nervoso central (meningite). ii. Sarcoma de Kaposi:

1. Cutâneo; 2. Visceral; 3. Pulmonar.

iii. Meningite por Cryptococcus ou Criptococcose extra pulmonar; iv. Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (Pneumocistose);

v. Candidíase (Aftas, Esofagite);

vi. Zona, ou infecção por Varicela Zóster; vii. Infecção pelo Vírus Herpes Simplex; viii. Encefalopatia /demência por HIV;

ix. Leucoencefalopatia multifocal progressiva; x. Infecção aguda por HIV;

c. Diagnóstico presuntivo ou definitivo e tratamento de IOs nas crianças menos estadio IV:

i. Tuberculose; ii. Sarcoma de Kaposi;

iii. Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (Pneumocistose); iv. Pneumonia intersticial linfocitica (LIP);

v. Encefalopatia por HIV;

d. Diagnóstico e tratamento de IOs nas mulheres grávidas abaixo do estadio IV: e. Diagnosticar e tratar as seguintes condições associadas:

i. Malária; ii. Sífilis.

f. Prescrição de tratamento profilático para IOs em adultos; g. Prescrição de tratamento profilático para IOs em crianças*;

h. Prescrição de tratamento profilático para IOs em mulheres grávidas; i. Iniciar correctamente a profilaxia com Cotrimoxazol, ou Dapsona:

i. Identificar indicações e contra-indicações para a profilaxia com cotrimoxazol; ii. Iniciar dapsona em pacientes com contra-indicações para cotrimoxazol; iii. Diagnosticar e tratar reacções adversas (1 e 2) ao cotrimoxazol e/ou dapsona; iv. Reconhecer as indicações para suspender cotrimoxazol ou dapsona em

pacientes com Síndrome de Reconstituição Imunitária.

j. Prescrição de tratamento profilático para a Tuberculose c com isoniazida: i. Executar o despiste da TB activa para pacientes com HIV;

ii. Identificar indicações e contra-indicações para a profilaxia com isoniazida; iii. Iniciar isoniazida nos pacientes elegíveis.

(27)

a. Prescrever TARV a um paciente adulto; b. Prescrever TARV a um paciente pediátrico; c. Prescrever TARV a uma mulher grávida;

d. Prescrever TARV a um paciente com Tuberculose;

e. Identificar interacções entre medicamentos TB-TARV e recomendar as alterações adequadas ao tratamento;

f. Identificar indicações e contra-indicações para TARV de primeira linha e para tratamentos de primeira linha alternativos;

g. Iniciar uma alternativa ao tratamento de primeira linha (D4T, EFV);

h. Referir pacientes que necessitam TARV, mas têm contra-indicações para ambos o tratamento de primeira linha e tratamento de primeira linha alternativo;

i. Diagnosticar e tratar reacções adversas ao TARV:

i. Gerir efeitos secundários do TARV, de 1º e 2º grau; ii. Referir efeitos secundários do TARV, de 3º e 4º grau.

j. Diagnosticar e tratar pacientes com Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imunitária (SIRI);

k. Seguimento de pacientes em TARV de segunda linha;

l. Coordenar a atenção ao paciente sob TARV, com outra atenção medica indicada; m. Seguimento de pacientes em TARV (adulto, pediátrico, mulher grávida):

i. Seguimento clínico;

ii. Seguimento laboratorial (adequada monitorização e interpretação das contagens de CD4);

iii. Monitorar a adesão ao tratamento.

n. Seguimento de pacientes que não estão em TARV; o. Diagnosticar suspeita má adesão ao tratamento; p. Cuidar dos pacientes internados;

i. Estabilizar pacientes em estado crítico e eventualmente os encaminhar para os serviços de cuidados adequados;

ii. Cuidar dos pacientes internados nas enfermarias de Medicina, Cirúrgia e outros.

6. Prevenir a transmissão do HIV de mãe-para-filho e dar acompanhamento à criança exposta: a. Reconhecer o prognóstico correcto para bébés recém-nascidos de mães com HIV e

aconselhar as mães de forma apropriada;

b. Elaborar uma história clínica e exame físico completos de uma mulher sero-positiva grávida;

c. Executar os testes laboratoriais adequados da mãe sero-positiva: i. Testagem do HIV com teste rápido;

ii. Contagem CD4; iii. RPR.

d. Fazer o estadiamento clínico da mulher grávida seropositiva;

e. Determinar quais são as mulheres grávidas sero-positivas elegíveis para a terapia anti-retroviral;

f. Diagnosticar e tratar IOs nas mulheres grávidas seropositivas abaixo do estadio IV; g. Transferir ou referir a paciente para outros níveis de atenção (casos complexos, ou a

necessitar reencaminhamento);

(28)

iii. Prescrever a profilaxia com AZT para a criança exposta;

iv. Prescrever a profilaxia com cotrimoxazol para a criança exposta; v. Prescrever ART para o paciente pediátrico elegível.

7. Demonstrar aptidões administrativas e de gestão, incluindo:

a. Executar actividades administrativas ao nível distrital e/ou provincial: i. Partilhar a responsabilidade entre os programas ITS/HIV/SIDA; ii. Coordenar as actividades de cuidados domiciliários;

iii. Coordenar com o programa nacional de combate à TB (PNCT); iv. Coordenar os programas de PTV;

v. Ser membro do comité TARV; aconselhar o comité para a adesão ao TARV. b. Participar em programas de adesão ao TARV:

i. Monitorar o envolvimento comunitário no seguimento de pacientes que abandonam o TARV;

ii. Coordenar as actividades de seguimento de pacientes com problemas de adesão;

iii. Coordenar as actividades de busca activa de faltosos e abandonos. c. Executar outras funções administrativas:

i. Avaliação dos MMIAS (Mapa Mensal de Informação ARV); ii. Convocar e liderar o Comité TARV onde não há médico; iii. Visitar postos satélite do serviço de TARV;

iv. Controlo do stock de impressos do paciente com HIV;

v. Coordenar e/ou elaborar um resumo mensal dos movimentos de pacientes com HIV;

vi. Coordenar os pedidos de impressos;

vii. Coordenar os pedidos de medicamentos para pacientes com HIV.

8. Área de Medicina Legal:

1. Confirmar os óbitos intra- e extra-hospitalares e emitir parecer sobre a causa da morte, tendo em conta os sinais, a historia clínica e a informação fornecida pelos familiares e outros acompanhantes e preenchimento de certificados de óbito.

2. Integrar-se nas equipas da polícia de investigação criminal para observar no caso de ocorrência de óbitos extra-hospitalares e emitir parecer sobre a causa da morte (tendo em conta os sinais visíveis no óbito – não executam autópsias).

3. Examinar vítimas de agressões físicas (incluindo agressões sexuais – violação e tentativa de violação) e emitir parecer médico ou certificação de assistência da primeira intenção.

4. Examinar e emitir uma guia de transferência com seu parecer para o médico legista mais próximo, em caso de incapacidade permanente e doenças profissionais.

5. Examinar pacientes e emitir atestados médicos, segundo as normas hospitalares vigentes e emitir guias de transferência, em casos de necessidade de seguro médico.

6. Denunciar as suspeitas de más práticas médicas e condutas de enfermagem, de acordo com o seu nível de conhecimento.

7. Fazer a avaliação e emitir parecer em caso de necessidade de interrupção da gravidez, se a lei o permitir. Sugerir a interrupção da gravidez em circunstâncias especiais.

8. Fazer a avaliação e parecer em casos suspeitos de infanticidio, tendo em conta os sinais que o infante apresente.

(29)

9. Fazer avaliação quando se tratar de aborto ilegal, baseando-se em sinais colhidos durante o exame visual, informação fornecida pela policia, familiares e acompanhantes, no caso de aborto ilícito.

10. Fazer a investigação e referência aos Serviços de Acção Social de casos suspeitos de abuso ou negligência de crianças, deficientes físicos ou mentais, idosos e pessoas sofrendo de invalidez.

11. Fazer uma revisão da organização do poder judicial em Moçambique, desde a localidade até ao centro. Saber em que situações e circunstâncias poderão abordar cada um desses sistemas. 9. Área de administração e gestão

1. Tramitar expedientes e correspondências, incluindo:

a. Organizar um sistema de registo e arquivo de correspondência;

b. Seguir a hierarquia de autorizações nas seguintes unidades sanitárias (CS tipo II, Hospital Rural, DDS, DPS).

2. Funcionar dentro das normas, estruturas, e hierarquias da sua unidade sanitária e do sistema nacional de saúde incluindo:

a. Tomar decisões dentro da sua competência;

b. Solicitar aprovações/autorizações aos níveis de correctos de hierarquia; c. Encaminhar informações aos níveis e departamentos correctos;

d. Encaminhar correspondências e transmitir diversas informações aos quadros indicados; e. Transferir pacientes aos níveis de referência, de acordo com a patologia suspeita.

3. Planificar, organizar, coordenar, supervisionar e monitorar actividades e serviços para maximizar o desempenho, a eficiência e a eficácia:

a. Orientar a equipa de planificação acerca do processo de planificação; b. Preparar e implementar um diagnóstico de necessidades;

c. Avaliar forças e fraquezas institucionais; d. Elaborar um plano anual;

e. Controlar o desempenho do plano, na base de actividades e indicadores do desempenho; f. Redigir relatórios sobre as actividades realizadas e as metas alcançadas.

4. Administrar recursos humanos, incluindo:

a. Divulgar, supervisionar e controlar o cumprimento dos deveres e direitos dos trabalhadores, conforme o REGFAE (Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado);

b. Instruir procedimentos disciplinares; c. Divulgar a hierarquia técnica/profissional;

d. Orientar os novos funcionários nas rotinas básicas da US; e. Controlar a assiduidade conforme a lei do trabalho;

f. Organizar e elaborar as diversas escalas de trabalho, de forma garantir um pleno funcionamento da US;

g. Resolver de forma harmoniosa os conflitos entre colegas ou entre pacientes e funcionários (usando estilo de liderança apropriado ao contexto);

h. Elaborar planos de licença disciplinar e controlo de efectividade; i. Controlar as ausências por diversas causas;

j. Gerir queixas da comunidade e de pacientes/familiares em relação aos serviços; k. Motivar e fornecer suporte (moral e outro) aos colegas do serviço;

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m. Elaborar propostas de colocação e movimentação de pessoal, de acordo com as exigências dos serviços;

n. Elaborar os planos de formação continua dos seus subordinados; o. Elaborar propostas de progressão dos seus subordinados;

p. Participar em consultas comunitárias e nos planos de melhoramento de serviços;

q. Executar várias técnicas de resolução de conflitos entre a comunidade e a US, de forma a que todos os intervenientes sejam escutados e que as soluções sejam imparciais.

5. Administrar instalações, materiais e equipamentos das Unidades Sanitárias incluindo: a. Verificar e aprovar requisições para todo o material;

b. Controlar o preenchimento correcto atempado das fichas de controlo de stock;

c. Verificar, resumir e aprovar os planos de necessidades de materiais consumíveis para sua US e a sua área de saúde (PAV, SMI, enfermagem, farmácia, laboratório, raio-X se, limpeza);

d. Elaborar os planos de distribuição de produtos consumíveis para sua US e a sua área de saúde;

e. Supervisionar e analisar a utilização do material (através do movimento de requisições e fichas de stock);

f. Elaborar a proposta de planos de manutenção de imóveis;

g. Elaborar propostas para manutenção/reparações/reposição de equipamentos. 6. Desenvolver planos de gestão e administração financeira incluindo:

a. Em conjunto com os membros do seu colectivo elaborar a proposta do orçamento e previsão de alocação e fluxo de fundos de acordo com as necessidades;

b. Monitorar o fluxo e a aplicação correcta de fundos; c. Monitorar a aplicação de normas de contabilidade;

d. Verificar e aprovar as requisições de fundos de funcionamento; e. Verificar e aprovar as requisições de pagamento;

f. Verificar o preenchimento correcto de livros de escrituração obrigatória; g. Verificar e aprovar o processamento de salários e outras remunerações. 7. Organizar e supervisionar serviços clínicos incluindo:

a. Estruturar as actividades clínicas de acordo com o nível de unidade sanitária; b. Organizar a funcionalização do organigrama clínico;

c. Elaborar e supervisionar as escalas clínicas;

d. Organizar e supervisionar o sistema de controlo de medicamentos críticos incluindo níveis e qualidade de prescrição (estupefacientes, medicamentos para epidemias, etc...); e. Liderar a coordenação intersectorial para responder à demanda de serviços;

f. Convocar e facilitar reuniões clínicas (discutir casos ou problemas de diferentes serviços); g. Fazer a revisão de processos clínicos;

h. Fazer a análise e tomar decisões de transferência e evacuações de doentes; i. Fazer a divulgação e controlo de cumprimento de protocolos terapêuticos; j. Controlar o cumprimento de normas de biossegurança);

k. Fazer a monitoria das taxas de: i. Mortalidade intra-hospitalar;

ii. Utilização de serviços (TMP, TOC, etc.). 8. Supervisionar Unidades Sanitárias periféricas, incluindo:

Referências

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