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FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ANGÉLICA DE ARAÚJO HOTEL FAZENDA EM GUARANIAÇU PR: PLANEJAMENTO E PROJETO

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FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ANGÉLICA DE ARAÚJO

HOTEL FAZENDA EM GUARANIAÇU – PR: PLANEJAMENTO E PROJETO

CASCAVEL 2014

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ANGÉLICA DE ARAÚJO

HOTEL FAZENDA EM GUARANIAÇU- PR: PLANEJAMENTO E PROJETO

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da FAG, apresentado na modalidade Projetual, como requisito parcial para a aprovação na disciplina: Trabalho de Curso: Defesa.

Orientador: Professor João Paulo Turmina

CASCAVEL 2014

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ANGÉLICA DE ARAÚJO

HOTEL FAZENDA EM GUARANIAÇU-PR: PLANEJAMENTO E PROJETO

DECLARAÇÃO

Declaro que realizei em Outubro de 2014 a revisão linguístico textual, ortográfica e gramatical da monografia e artigo científico (se houver) de Trabalho de Curso denominado: Hotel Fazenda em Guaraniaçu-PR: Planejamento e Projeto, de autoria de Angélica de Araújo, discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo - FAG.

Tal declaração contará das encadernações e arquivo magnético da versão final do TC acima identificado.

Cascavel, 21 de Outubro de 2014

Assinatura, em tinta preta Nome completo

Bacharel ou Licenciado em Letras/sigla instituição/ano de graduação RG nº (inserir nº do RG, e órgão de expedição)

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FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ANGÉLICA DE ARAÚJO

HOTEL FAZENDA EM GUARANIAÇU- PR: PLANEJAMENTO E PROJETO

Trabalho apresentado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG, como requisito básico para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do arquiteto professor João Paulo Turmina.

BANCA EXAMINADORA

Arquiteto Orientador Faculdade Assis Gurgacz

João Paulo Turmina

Arquiteto Avaliador Faculdade Assis Gurgacz

Heitor Othelo Jorge Filho

Cascavel, 20 de agosto de 2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia e louvor nas horas de alegria, também à minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. Mãe, seu cuidado, dedicação e paciência foram o que deram, em alguns momentos, а esperança para seguir. Pai, sua presença e sua disposição de me ajudar significou segurança е certeza de que eu não estava sozinha nessa caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo da minha vida, à minha mãe Marilene de Araújo, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. Ao meu pai que apesar de todas as dificuldades sempre esteve presente me fortalecendo a cada novo desafio. A minha irmã e tios que na minha ausência devido aos trabalhos, entenderam que o sucesso no futuro só será possível a partir da dedicação no presente. Ao professor João Paulo Turmina por acreditar na minha capacidade e por me orientar para a realização desse longo trabalho de forma a me preparar para a vida profissional.

Agradecimentos a minha ‘eterna dupla’ Ana Paula Boeira, que juntas caminhamos nessa graduação com os mesmos ideais, sempre em união vencendo os desafios, chorando as derrotas e comemoramos as vitórias. Meus agradecimentos cabem também às minhas amigas Camila Tonello, Izabela Rossdeutscher, Jéssica Lorençatto e Rafaela Menegatti, companheiras de trabalhos е irmãs na amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes em minha vida.

Ainda cabe aqui o agradecimento à minha equipe de trabalho da Prefeitura Municipal de Guaraniaçu, que me observaram na angústia, ouviram minhas preocupações e abriram espaço quando necessário para que essa formação acontecesse.

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“O homem moderno deste final de século, mergulhado em uma cultura que não lhe pertence, que tem acesso aos meios de comunicação tecnicamente perfeitos, mas que não sabe comunicar-se consigo mesmo e com os outros, que no verão se refresca com ar-condicionado e no verão bronzeia-se com raios ultravioleta, possui uma mente que resiste a essa nova escravidão e anseia pela liberdade antiga e seu domínio da natureza. O que sente, na realidade, é um desejo de fuga das cadeias diárias. E para onde ele quer ir? Para a mãe Terra...“

Mário Carlos Beni

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RESUMO

O ramo da hotelaria está em pleno crescimento e seus clientes estão cada vez mais exigentes, buscando novos tipos de experiências, uma delas a de fugir da agitação da cidade. Juntamente com as belezas naturais da paisagem rural, o hotel fazenda se apresenta como o refugio do caos urbano, conferindo paz e tranquilidade aos seus usuários. Também conta com atividades diferenciadas como equitação, trilhas em meio ao verde e até mesmo o acompanhamento do dia a dia do campo. Tudo isso resgata a integração do homem com a natureza, promovendo dias saudáveis e que fogem a rotina. Mas para a implantação do empreendimento ser bem sucedida devem-se ter muitas pesquisas e análises, tanto sobre o local, e sobre a obra em si.

O presente trabalho teve como objetivo analisar teoricamente e tecnicamente os assuntos pertinentes a hotéis fazenda para no fim deste, estabelecer diretrizes projetuais para a construção de um Hotel Fazenda em Guaraniaçu, Paraná. Foram feitos levantamentos bibliográficos para suporte teórico da pesquisa, apresentações de obras correlatas e por fim a análise para aplicação do tema. Este trabalho irá assim aderir conhecimento nessa área pouco estudada e criará uma base para que possa-se aplicar todos esses conhecimentos na criação da proposta projetual.

Palavras chave: Hotel Fazenda. Turismo. Beleza Natural. Planejamento.

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ABSTRACT

The hotel business is growing, and customers are increasingly demanding, seeking new types of experiments, one of them to escape the bustle of the city. Along with the natural beauty of the countryside, the hotel presents itself as the farm refuge from urban chaos, giving peace and tranquility to its users. It also has different activities such as horse riding, hiking in the green and even monitor the day to day field. All this recalls the integration of man with nature, promoting healthy days and fleeing the routine. But for the implementation of the project must be successful to have a lot of research and analysis on both the site and the work itself. This study aimed to analyze theoretically and technically relevant to hotels affairs farm to the end of this, projetuais establish guidelines for the construction of a hotel in Guaraniaçu Farm, Paraná. Bibliographic theoretical support for the research, presentations of related works and finally the analysis for application of the theme were made. This work will adhere well studied little knowledge in this area and create a base so you can apply all this knowledge in the creation of design proposal.

Keywords: Farm Hotel. Tourism. Natural Beauty. Planning.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1 – Mapa de Guaraniaçu – PR ... 23

Imagem 2 - Fachada Panorâmica Fasano Hotel Boa Vista. ... 26

Imagem 3 – Plantas Baixas, Tipologia dos Quartos e Elevação do Hotel Boa Vista. 27 Imagem 4 – Apartamentos Fasano Hotel Boa Vista. ... 28

Imagem 5 – Atividades complementares do Hotel Fasano. ... 28

Imagem 6 – Restaurante e Deck Hotel Fasano. ... 29

Imagem 7 – Ambientes Internos Fasano Hotel Boa Vista. ... 30

Imagem 8 – Fachada Principal Casa Piracicaba. ... 31

Imagem 9 – Plantas Baixas e Implantação da Casa Piracicaba. ... 32

Imagem 10 – Esquema de Insolação Fachada Norte Casa Piracicaba. ... 33

Imagem 11 – Blocos perpendiculares e Fachada norte da Casa Piracicaba. ... 33

Imagem 12 – Materiais Utilizados e Bloco Social da Casa Piracicaba. ... 34

Imagem 13- Fachadas Hotel Casadelmar. ... 35

Imagem 14 – Planta Baixa Hotel Casadelmar. ... 36

Imagem 15– Piscina e Restaurante Hotel Casadelmar. ... 37

Imagem 16 – Acesso ao Guaporé pela BR-277 e PR- 471 no Distrito do Guaporé. . 38

Imagem 17 – Mapas da Região da intervenção. ... 39

Imagem 18 – Vista aérea do Terreno de Implantação. ... 39

Imagem 19 - Vista Panorâmica do acesso ao local ... 40

Imagem 20 – Vista Panorâmica do pôr do sol do local. ... 40

Imagem 21– Visão Leste do Terreno. ... 41

Imagem 22 – Visão Oeste do Terreno. ... 41

Imagem 23 – Adequação da obra aos níveis do terreno. ... 42

Imagem 24 – Forma do bloco dos apartamentos. ... 43

Imagem 25 – Brises móveis na circulação interna. ... 44

Imagem 26 – Setorização da obra. ... 45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FUNGETUR: Fundo Geral de Turismo.

EMBRATUR: Empresa Brasileira de Turismo.

ABIH: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.

SBClass: Sistema Brasileiro de Classificação de Hotéis.

ABAP: Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

AMUTUR: Associação dos Municípios Turísticos do Paraná.

SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

P.N.E.: Portador de Necessidades Especiais.

DML: Depósito de Material de Limpeza.

BWC: Banheiro.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SUPORTE TEÓRICO ... 14

2.1 O ÊXODO RURAL E AS AMBIÇÕES DO PRESENTE ... 14

2.2 HOTEL: HISTÓRIA E CLASSIFICAÇÕES ... 16

2.2.1 Hotel Fazenda ... 17

2.2.2 Acessibilidade em Hotéis ... 19

2.3 TURISMO RURAL ... 20

2.4 PAISAGISMO RURAL ... 21

2.5 HISTÓRIA E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARANIAÇU, SEDE PARA O HOTEL FAZENDA. ... 23

3 CORRELATOS ... 25

3.1 HOTEL FASANO - FAZENDA BOA VISTA ... 25

3.1.1 Aspectos Contextuais ... 25

3.1.2 Aspectos Funcionais ... 26

3.1.3 Aspectos Formais e Estéticos... 28

3.1.4 Aplicação no Tema ... 30

3.2 CASA PIRACICABA – ISAY WEINFELD ... 30

3.2.1 Aspectos Contextuais ... 30

3.2.2 Aspectos Funcionais ... 31

3.2.3 Aspectos Formais e Estéticos... 33

3.2.4 Aplicação no tema ... 34

3.3 HOTEL CASADELMAR ... 35

3.3.1 Aspectos Contextuais ... 35

3.3.2 Aspectos Funcionais ... 35

3.3.3 Aspectos Formais e Estéticos... 36

3.3.4 Aplicação no tema ... 37

4 DIRETRIZES PROJETUAIS ... 37

4.1 LOCAL DE IMPLANTAÇÃO ... 38

4.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO DO HOTEL FAZENDA ... 42

4.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES ... 47

5 CONSIDERAÇÕES ... 48

6 REFERÊNCIAS ... 50

7 APÊNDICES ... 53

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1 INTRODUÇÃO

O problema com o ambiente urbano teve seu ápice na Revolução Industrial e a cidade tenta-se recuperar desde lá até os dias de hoje dessa descontrolada urbanização. Naquela época o ambiente rural foi de certo modo ‘abandonado’, tanto pelos produtores que viram na indústria a oportunidade de um emprego diferente e pela população iludida pelos pontos de atração da cidade. A qualidade de vida da população se perdeu em meio a esse desordenado crescimento, onde qualquer espaço na cidade é disputado para a construção de edifícios verticalizados, deixando pequenas áreas de recreação e lazer. Essa consequência perdura até os dias de hoje, acontece que a situação da população mudou após a II Guerra Mundial, houve o crescimento na disponibilidade de tempo e nos recursos para se investir na qualidade de vida e no lazer, gerando assim um intenso fluxo de viagens.

ANDRADE (2005)

Assim se obteve o crescimento da rede hoteleira e a consequente diversificação de serviços oferecidos por eles. Devido a diferentes tipos de usuários os hotéis se dividem em alguns segmentos de mercado, muitos se baseiam conforme a situação financeira oferecendo serviços que vão desde executivos de baixo nível a alto nível. Acontece que nos dias de hoje aqueles que atendem por poder aquisitivo estão perdendo lugar para aqueles que trabalham com serviços específicos.

É o caso dos hotéis fazenda que em geral, atendem o público que procura local para descanso em ambientes isolados, se contrapondo com a vida urbana moderna, que causam tensão e estresse. Cascão (2005, p.17) define-o como “meio de hospedagem normalmente localizado fora dos centros urbanos, com áreas não edificadas amplas e com aspectos arquitetônicos e construtivos, instalações, equipamentos e serviços especificamente destinados à recreação e ao entretenimento”.

O presente trabalho apresentará através de pesquisa teórica uma breve análise sobre o planejamento e o projeto arquitetônico de um hotel fazenda, como surgiram e se expandiram na arquitetura como opção de lazer da população estudando sua viabilidade de implantação e as variáveis que influenciam na decisão quanto ao seu porte, localização e estilo, criando diretrizes projetuais necessárias para a futura concepção do projeto arquitetônico e assim contribuindo para essa área que está em plena expansão e que ainda possui informações escassas.

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O objetivo desse trabalho é aperfeiçoar o conhecimento arquitetônico sobre Hotéis Fazenda, analisando documentos e teorias que construam a base dessa pesquisa, a fim de compreender os objetivos de um hotel fazenda e valorizações trazidas com a implantação da obra, baseando-se e alisando obras correlatas para que ao final formulem-se diretrizes projetuais que melhor atendam os usuários, identificando possíveis melhorias e aperfeiçoamentos na arquitetura hoteleira.

A pesquisa justifica-se pela expansão do turismo rural no Brasil, essa nova área vem crescendo devido a oferta do que os habitantes das grandes cidades procuram cada vez mais. Segundo Cascão (2005, p. 10) “Eles querem fugir do estresse metropolitano para reencontrar a natureza, a tranqüilidade, as tradições e os costumes da vida no campo.” O turismo rural promove a integração do campo com a cidade, melhorando assim a qualidade de vida tanto da população rural, que vê com isso uma nova fonte de renda, quanto à urbana que encontra o lazer e o descanso fora da agitação da cidade.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SUPORTE TEÓRICO

O capítulo a seguir apresenta a contextualização do presente projeto abordando assuntos pertinentes ao tema do Hotel Fazenda, analisando o contexto da população de hoje em dia, descrevendo como surgiram os hotéis e como são suas classificações, abordando principalmente as características de um hotel fazenda, e sua importância para o crescimento do turismo rural, também apresenta a caracterização do município sede do projeto, e os estudos pertinentes ao terreno de implantação. Os estudos foram realizados por meio de pesquisas bibliográficas e ofereceram o embasamento necessário para a futura concepção do projeto.

2.1 O ÊXODO RURAL E AS AMBIÇÕES DO PRESENTE

A revolução Industrial foi um grande marco de mudanças em diversos setores, mas teve grande consequência sobre o ambiente construído. O aumento da população, dos bens e dos serviços se ligam e formam um círculo ascendente de qualidade e quantidade. E assim forma-se uma desordenada a redistribuição dos

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habitantes no território. As técnicas progrediram como nunca. Foram criados novos conceitos de organização e execução do trabalho em recintos fechados. Mas isso desencadeava um processo de deterioração da qualidade de vida das pessoas.

Carvalho (1997, p.285) cita: “Carecia-se de luz, de ar, de sol, de conforto, de rapidez: enfim de higiene.” Mas a sociedade não se desligava da cidade, procurava diversão dentro dela, e esquecera que todas as características que procuravam construir artificialmente nos edifícios existiam no campo; a luz natural do sol, o ar puro da natureza e o conforto de residências simples no campo.

Lima (2004, p. 27) afirma que essa mudança dos habitantes rurais para a cidade, o chamado êxodo rural não se caracterizou pela expulsão por conta da falta de oportunidade de emprego ou pela falta de terra, mas pelos fatores de atração bem específicos da cidade. Deve-se então, buscar alternativas de criar pontos de atração para que a população volte a frequentar o ambiente rural. A criação do hotel fazenda, além de trazer possíveis moradores, fará com que os usuários, voltem a ter contato com o meio ambiente. Não se trata da regressão do ser humano aos seus primórdios, mas sim a evolução de uma sociedade cansada da vida urbana, segundo Choay (2003 p. 237) “A própria vida é cada vez menos “suportável” na grande cidade. A vida do cidadão “urbanizado” é artificial e gregária, torna-se a aventura cega de um animal artificioso.” Artificial, vem a referir sobre um modo de vida que a pessoa passa a viver, em meio ao domínio das maquinas, e a agitação das cidades.

Outro motivo do desligamento da população da área rural é citado por Gympel (2000, p.80) “O crescimento cada vez maior das cidades tinha tornado o campo longínquo para muitas pessoas, a uma distância que só podia ser transposta aos domingos. A ‘reforma do modo de vida’ tornou-se um tema extremamente discutido.”

A falta de tempo é que encontramos atualmente na vida da população urbana, ela impossibilita que as pessoas desloquem-se da cidade para o campo. É necessário, portanto, criar atrações dentro do meio rural, mais próximas à cidade, que ofereçam lazer temporário para o trabalhador aproveitar aqueles momentos em que tem um tempo extra na semana. É o caso do hotel fazenda, que segue esses preceitos, criando um ambiente tranquilo e agradável, distante o bastante do barulho e da contaminação da cidade e perto o bastante para que a população utilize com maior frequência. ANDRADE (2005)

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2.2 HOTEL: HISTÓRIA E CLASSIFICAÇÕES

O hotel teve sua origem em paralelo ao desenvolvimento do comércio entre as cidades. As rotas comerciais da antiguidade na Ásia, Europa e África, originaram núcleos urbanos e o consequente surgimento de hospedarias para servir os viajantes que por ali passavam. Na Idade Média, mosteiros também serviram como hospedagem para os viajantes. Hospedar, naquela época, era uma virtude espiritual e moral. (POPP [et. al.] 2007)

O turismo alavancou-se na economia de forma significativa após a segunda guerra mundial e principalmente nos países desenvolvidos, aonde o crescimento da renda trazia a disponibilidade de tempo e recursos para o lazer, gerando assim um intenso fluxo de viagens tanto regionais e internacionais. No Brasil o princípio do setor hoteleiro foi na cidade de Rio de Janeiro com a chegada da corte os estabelecimentos que ofereciam alojamento aos interessados e refeições a preço fixo passaram a utilizar a denominação de hotel. ANDRADE (2005)

Assim a hotelaria foi se expandindo no Brasil até que com a criação da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e do Fungetur (Fundo Geral de Turismo), cresceram os incentivos fiscais, promovendo nova ascensão do ramo. Nos anos 60 e 70, iniciou-se a chegada de redes hoteleiras internacionais, marcando uma nova fase da hotelaria brasileira. (POPP [et. al.] 2007)

A melhoria do sistema mundial de comunicações e de transportes e a divulgação de diferentes culturas regionais, praticamente unificou o planeta como área de interesse turístico. A facilidade de acesso aproximou os países e as regiões.

As viagens passaram a fazer parte da cultura e dos anseios das populações, fazendo com que a demanda turística passasse a ser crescente. A oferta hoteleira evoluiu em função dessa demanda. (ANDRADE, 2005)

A evolução da hotelaria, a espinha dorsal do turismo, levou o sistema hoteleiro a trabalhar a demanda de forma a canaliza-la e moldá-la gradualmente a seus interesses. Do ponto de vista de mercado, a demanda passou a ser trabalhada por segmentos de mercado, processo que se mostrou o mais adequado para a orientação do crescimento hoteleiro. (ANDRADE, 2005)

Há diversas maneiras de se classificar os hotéis, podendo ser conforme sua localização – de praia, de montanha, de mata etc. –, seu destino – negócios,

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turismo, cassino, etc. - mas a classificação mais utilizada pela Embratur e pela ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) é a conforme seu padrão e as características das suas instalações. (ANDRADE, 2005)

Geralmente são classificados por quantidade de estrelas, sendo uma estrela a categoria simples e a cinco estrelas a categoria luxo. Além dessas classificações os hotéis se dividem em várias categorias de hotéis as principais são; Hotel Executivo, Histórico, Resort, Pousada, Flat/Apartamento, e o Hotel Fazenda tema do presente estudo e que será discutido abaixo. Não abordaremos aqui a totalidade de tipos de hotel, mesmo porque, em face do dinamismo do setor, a cada ano novos tipos e subtipos vêm se juntar aos existentes. (ANDRADE, 2005)

2.2.1 Hotel Fazenda

Com o desenvolvimento tecnológico, o hotel deixa de ser apenas um lugar para hospedagem e passa a se adaptar com o entorno, disponibilizando espaços multifuncionais, voltados para a prática de esportes, lazer, lugar para eventos, acontecimentos sociais, O hotel fazenda possibilita tudo isso, pois é muito comum a utilização dessas atividades. (PETROCCHI, 2002).

Eles surgiram lentamente no início de 1980, quando o êxodo rural se intensificou no Brasil. No começo, esses tipos de hotéis estavam ligados ao turismo rural, mas com o tempo esses empreendimentos passaram a ser conhecidos também pelos princípios sustentáveis em suas edificações. Segundo SEBRAE (2012 p.01) "Eles resgatam o valor da vida tranquila no campo, propicia estadia, descanso e atividades junto à natureza aos hóspedes"

A escassez de áreas bem localizadas e com dimensões suficientes, o elevado preço dos terrenos e fatores o congestionamento do trafego e as inseguranças crescentes das áreas centrais têm levado ao deslocamento de muitos novos empreendimentos hoteleiros para áreas afastadas do centro das cidades, mas que contam com boas condições de acesso e nas quais esses problemas não existem ou são menos acentuados. (ANDRADE, 2005, p. 62)

Popp [et. al.] (2007, p.09), define os Hotéis Fazenda como "hotéis no meio rural, variando de uma simples pousada até um hotel de luxo, com infraestrutura de

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lazer. São instalações em ambiente rural com alguns elementos que lembram atividades agrícolas e pastoris".

O fornecimento da hospedagem de um hotel fazenda "se dá geralmente dentro de um ambiente de fazenda no qual os hóspedes têm a oportunidade de participar em vários aspectos da rotina de trabalho agrícola durante sua estada"

(COOPER 2001, p. 356)

São hotéis basicamente de lazer, com muitas características dos resorts, porém em escala muito menor e menor diversidade de serviços. O número de apartamentos é menor devido ser uma procura especifica de serviço e também pelo fato de que o tratamento do hóspede é mais pessoal e necessite de maior atenção.

As instalações para a prática de esportes devem dar lugar para atividades voltadas ao meio rural como, por exemplo, a equitação. O regime predominante é o de diárias completas, incluindo refeições, em um único restaurante para que não necessite a saída do hóspede. (ANDRADE, 2005)

A escolha da área rural para implantar um hotel traz além da beleza incomparável da paisagem, benefícios econômicos. Andrade (2005, p. 62) cita:

Localizar o hotel em determinadas regiões menos centrais pode ser vantajoso. Nessas áreas, o valor unitário dos terrenos é significativamente menor, o que torna viável| a utilização de terrenos maiores e a construção de uma infraestrutura de recreação maior e melhor e mais áreas de estacionamento para hóspedes, visitantes e frequentadores de restaurantes e locais de reunião.

Andrade (2005) fala sobre a localização de um empreendimento como esse e define elementos críticos na decisão da implantação de um hotel, um deles é o publico alvo do empreendimento, ou seja, para quem o hotel se destina e que tipo ele será, definido isso, outro ponto de grande importância é a sua localização. No caso do hotel não-central cita que “[...] deve dispor de condições e meios de acesso fácil às principais áreas de interesse da cidade ou do setor em que se localiza. Deve estar próximo a avenidas, vias expressas ou rodovias que o liguem tão rapidamente quanto possível ao centro principal da cidade.”

Andrade (2005, p.38) completa “Uma localização mal resolvida pode resultar na inviabilização do empreendimento”, portanto o acesso ao hotel que se encontra fora do meio urbano deve ser facilitado e estruturado para a demanda que irá receber, conforme é a duração da viagem a ser percorrida é a qualidade e

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quantidade de recursos que o hotel deve oferecer. Cabe ao hotel fazenda, por ser distante da área urbana oferecer atrativos que recompensem o transporte até o local

O Sistema Brasileiro de Classificação - SBClass, estabelece que Hotéis Fazenda podem ser classificados de uma estrela no mínimo à cinco estrelas no máximo, dependendo da qualidade e quantidade de serviços oferecidos. O Ministério do Turismo aponta alguns serviços específicos que fazem o diferencial e elevam a classificação para Hotéis Fazenda, são eles:

• Instalações para criação de animais (piscicultura, caprinocultura, bovinocultura, avicultura, etc);

• Instalações para beneficiamento de produtos agropecuários;

• Trilhas demarcadas (para caminhada, observação de pássaros, etc);

• Oferecer serviços típicos (cavalgada, focagem, observação de pássaros, passeios de carroça, ciclismo, observação da fauna e flora, participação em colheitas, ordenhas e trato de animais, etc).

2.2.2 Acessibilidade em Hotéis

Não podemos deixar de falar sobre acessibilidade em um projeto que vem para atender todos os tipos de usuários com boa qualidade. De acordo com pesquisa do IBGE, o censo de 2000 demonstrou que 14,5 % de nossa população apresenta algum tipo de deficiência. Podemos estratificar uma parcela desse percentual considerando apenas o público cadeirante, e chegaremos ao número de cerca de 04 milhões de pessoas com essa deficiência.

De acordo com Goulart (2007) no que tange à hotelaria, os portadores de deficiência física devem, ou deveriam obter acesso fácil à todas as áreas. Segundo o autor é extremamente frustrante para eles quando a locomoção pelas áreas comuns do hotel é de difícil acesso ou até mesmo intransponível.

O Ministério do Turismo e a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – ABIH, exigem, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação Hoteleira – SBClass, que o hotel tenha estrutura adequada para receber com comodidade as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, através de: rampas, elevadores,

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banheiros, teclados, balcões, telefones, além de uma infinidade de equipamentos, produtos e acessórios. Visando dessa forma tornar possível o “turismo para todos”.

Para Goulart (2007) muitos hoteleiros interpretam a adaptação do seu meio de hospedagem como um gasto. Porém, em alguns hotéis somente uma pequena modificação na disposição dos móveis, já resolvia um grande problema de acesso.

Geralmente as adaptações são criadas para gerar facilidades às pessoas com deficiência, mas que muitas vezes devem agradar a todas as pessoas que utilizam determinado espaço. No caso do hotel fazenda, modificações pequenas na hora de se projetar vão ser úteis para a qualidade de uso para várias faixas etárias. Por exemplo, uma rampa ao invés de uma escada, com certeza também será bem mais confortável para idosos, gestantes, carrinhos de bebês, crianças, malas com rodinhas e até mesmo pessoas com mobilidades reduzidas temporárias.

2.3 TURISMO RURAL

O Ministério do Turismo em sua cartilha de orientações básicas do Turismo Rural define-o como “conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. As atividades turísticas no meio rural se dividem em diversas possibilidades de oferta de serviços, uma delas é a hospedagem.

As hospedagens durante as atividades turísticas são desenvolvidas em casas de campo, hotéis fazenda e casarões, localizados no campo, no qual se beneficiam da paisagem natural, a fauna e flora do lugar (MONTEJANO, 2001).

Além dos serviços a prática do Turismo Rural proporciona diversas vantagens para o campo, como a diversificação da pequena propriedade; a melhoria das condições de vida das famílias rurais; a interiorização do turismo; diversificação da oferta turística; a diminuição do exôdo rural; o reencontro dos cidadãos com suas origens rurais e com a natureza; a geração de novas oportunidades de trabalho, a integração do campo com a cidade; a promoção de intercâmbio cultural. (BARBAR, 2008)

O Brasil apresenta inúmeras vocações no campo do turismo rural, apresentando fortes tendências naturais nas áreas rurais, possuindo variáveis

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alternativas para empregar ações através das suas potencialidades. O turismo rural não pode ser praticado como uma transferência de atividades turísticas do meio urbano para o campo, mas sim utilizando o meio natural já existente, como lagos, florestas e estruturas da propriedade, aproveitando como meio de atração para o desempenho das atividades turísticas (NÓBREGA, COSTA E MEDEIROS, 2010).

Assim, pode-se dizer que o Turismo Rural, deve-se oferecer ao turista a oportunidade de desfrutar das particularidades das propriedades rurais e das peculiaridades da região, especialmente aquelas relacionadas às atividades agropecuárias. O centro de interesse do turista que se desloca para áreas rurais está no conjunto constituído pela atividade produtiva, pela natureza e pelo modo de vida, que diferem da paisagem e do ritmo urbano. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010)

2.4 PAISAGISMO RURAL

O paisagismo consiste em gerir os espaços físicos, tanto rural quanto urbano, tornando o meio um lugar mais agradável e atrativo, abrangendo o contexto social, cultural, ambiental e histórico (ABBUD, 2006).

Hoje, com o ritmo de vida mais acelerado e o confinamento doméstico causado pela insegurança nas cidades, o paisagismo traz a natureza para perto das pessoas. Nas áreas tratadas paisagisticamente, as crianças e os adolescentes podem crescer brincar, correr e descobrir as plantas. Nelas os adultos e idosos podem relaxar e recarregar as baterias para enfrentar o dia a dia das grandes cidades. (ABBUD, 2006)

A arquitetura em meio a paisagem é o princípio seguido pelo modelo naturalista de planejamento urbano e segundo Choay (2003 p. 241) “A beleza da paisagem seria procurada não como suporte, mas como um elemento da arquitetura.

E assim reinaria a unidade dentro da inesgotável variedade”. Define-se assim que a partir do momento que o ser humano construir em meio a natureza ele se diferencia da repetição das demais, pois cria-se uma obra emoldurada por um cenário único e exclusivo.

A princípio todo jardim pode ter seus limites físicos ampliados virtualmente.

Isso é possível e sempre bem-vindo com seu prolongamento para os

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arredores, pela união visual com o entorno, mesmo que eles não estejam em nossa propriedade.[...] somam-se vistas aos espaços projetados, por meio de aberturas na massa da vegetação ou enquadramentos, por exemplo, de modo que resultem em ambientes sensorialmente mais amplos. (ABBUD, 2006, p.24)

A paisagem e a imagem se unem e criam vistas para a meditação ou relaxamento e, além disso, podem ser usadas para induzir as pessoas à movimentação, oferecendo foco visual que as seduza a explorá-las. E durante essa exploração descobrem-se novas paisagens de forma contínua e progressiva, fazendo assim com que muitas vezes sem perceber, o usuário se movimente.

(WATERMAN, 2010)

Waterman (2010) relata que além da estética, o projeto paisagístico deve apresentar funcionalidade, deve-se criar um programa de necessidades que encaixe possíveis atividades e exigências em um sítio, e ao paisagista cabe decidir como esses usos trabalharam juntos no espaço disponível.

Ele deve atender os desejos e necessidades das pessoas, especialmente no que se refere aos equipamentos e locais para as atividades. É fundamental observar que nem todo mundo é igual e que cada faixa etária gosta ou precisa de coisas diferentes. (ABBUD, 2006)

Portanto em um hotel fazenda o programa de necessidades do projeto paisagístico se difere dos demais, pois o seu deve prever locais para funções específicas como passeios em meio a natureza, prática de esportes radicais, atividades rurais etc. e ainda se adequar as diversas faixas etárias que irão usufruir da estrutura.

Mas tudo que é construído em meio à paisagem natural deve haver responsabilidade e atenção com mudanças drásticas. Segundo Waterman (2010) a paisagem define o contexto para tudo que é construído e para todas as atividades cotidianas de nossas vidas. Qualquer coisa inserida na paisagem seja ela uma residência, monumento, jardim, deve levar em consideração seu entorno e a implantação no meio, enfim analisar cada detalhe que possa intervir no meio, passando a ser uma obra bem sucedida e sustentável.

A paisagem rural também foi composta pelo ser humano, pela sua cultura, suas práticas sociais e de trabalho e é ela um dos principais fatores de atratividade do Turismo Rural. As principais características dessa atividade referem-se a elementos, condições e aspectos que compõem a paisagem rural e configuram a

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ruralidade e seus principais atrativos. Conhecer essas características é fundamental na hora de se projetar nesse meio. Recomenda-se a conservação dos recursos naturais, principalmente a preservação/recuperação da flora e da fauna nativas, inclusive dos aspectos paisagísticos; também a conservação das características arquitetônicas, utilizando de materiais construtivos típicos da região e que estejam em harmonia com o meio rural. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2003)

Segundo a ABAP – Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas as funções do paisagismo rural não estão limitadas ao embelezamento estético da paisagem, mas também às práticas preservacionistas, indispensáveis à manutenção dos elos essenciais ao equilíbrio do ecossistema nas áreas de sua implantação. É exercido de forma plena, integrando-se perfeitamente à natureza.

2.5 HISTÓRIA E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARANIAÇU, SEDE PARA O HOTEL FAZENDA.

A proposta projetual do hotel fazenda contempla a cidade de Guaraniaçu, como visto no mapa abaixo o município está situado no sul do Brasil, região Oeste do Estado do Paraná, distante 435 km da capital do Estado. Guaraniaçu é cortado pela BR 277 que serve de escoamento da produção Agrícola do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Dado ao seu grande fluxo, ela será a via de acesso ao complexo do hotel fazenda. (PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANIAÇU)

Imagem 1 – Mapa de Guaraniaçu – PR

Fonte: Wikipédia, 2014

Como parte de sua história, conta-se que o território onde hoje se situa o Município de Guaraniaçu, foi palco de graves acontecimentos ocorridos durante o

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período revolucionário de 1922 a 1925, quando se verificaram sangrentos combates entre as tropas legalistas e revolucionárias, saindo vitoriosas as forças legalistas, depois de fragorosa derrota imposta aos revolucionários. Seus habitantes tinham nas reservas florestais, sua principal riqueza natural. Em 1934, foi criado e instalado o Distrito Judiciário de Guaraniaçu e, em 1951, foi elevado à categoria de município autônomo. (IBGE, 2014)

Foi no ano de 1935, que em Guaraniaçu habitou a família de Joaquim Gasparini, que instalou a primeira pousada/hotel, local em que os viajantes da época se hospedavam para descanso, pois as jornadas eram longas devido ao transporte de gado, suínos e equinos. (PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANIAÇU, 2014).

O clima de Guaraniaçu abrange a zona subtropical, possui clima temperado, e variações do tempo, com ocorrências de excessivas chuvas, possíveis geadas e períodos de seca, pois se encontra relativamente próximo do Trópico de Capricórnio.

Podemos dizer que o solo do município de Guaraniaçu é argiloso com fertilidade relativamente boa. Sua cultura caracteriza-se europeia, pois suas origens são italianas, polonesas e caboclas, e também sul brasileira, onde predomina o folclore gaúcho, com festas de rodeio, comidas típicas e outros. (PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANIAÇU, 2004)

Segundo o CENSO 2012 Guaraniaçu, possui 14.583 habitantes sendo;

7.800 habitantes na zona urbana e 6.783 na zona rural. O município possui extenso território totalizando uma área de 1.226 km² e em sua maioria é rural, lugar onde se encontra as maiores belezas do município como rios e cachoeiras. Motivo pelo qual o turismo rural e ecológico na cidade é apoiado. Detém o selo de Município com Potencial Turístico emitido pelo Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo. É filiado a AMUTUR – Associação dos Municípios Turísticos do Paraná, e juntamente ao conselho municipal de Turismo busca soluções para viabilizar o turismo no município. (PREFEITURA MUNICIPAL DE GURANIAÇU,2004)

Dias e Montanheiro (2003, p.01) cita “Para a concretização do planejamento dos possíveis atrativos, a participação do governo municipal é fundamental, uma vez que este será o responsável pela infraestrutura básica necessária para o desenvolvimento do plano”. Guaraniaçu oferece os recursos para a implantação do turismo local, porém não há um grande ponto atrativo que explore esses recursos.

Com a chegada de um hotel fazenda o ponto turístico estará implantado e os recursos necessários para esse grande investimento possivelmente terão o apoio da

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administração local, devido ao fato de que essa atividade turística pode constituir um investimento gerador de crescimento na economia local dentre outros fatores positivos. Dias e Montanheiro (2003, p.01) ainda afirma “investir no Turismo pode ser uma alternativa positiva para os municípios que buscam saída para complementar sua economia e fazer com que haja um maior desenvolvimento da cidade”.

Segundo Wahab (1991), o turismo serve como alavanca em vários setores da economia, podendo aumentar a urbanização, através da construção e renovação das instalações turísticas, implicando na criação e melhoria das infra e superestruturas; incrementar as indústrias associadas aos serviços turísticos;

aumentar a demanda da produção agrícola, através do aumento do consumo; e também pode expandir o mercado de produtos locais.

O impacto resultante deste tipo de produção é menos imediato do que a indústria tradicional, por exemplo. Tem, entretanto, a vantagem de consolidar uma estrutura econômica sólida, se for mantida viável, através da preservação do que for implantado. A longo prazo, os benefícios trazidos pelo Turismo na cidade serão muitos, tanto sociais como econômicos.”

(DIAS E MONTANHEIRO, 2003, p. 01)

3 CORRELATOS

Como visto na abordagem teórica sobre Hotéis Fazenda, a integração da obra com a natureza é um dos pontos principais a serem levantados durante a concepção do projeto do mesmo. As obras correlatas escolhidas atendem a essa principal questão, ou seja, possuem ambientes que se integrem e acompanhem o estilo natural da paisagem. Apresentam-se a seguir os aspectos contextuais, funcionais e estéticos/formais das obras que além de enriquecer o conhecimento sobre projetos em meio à natureza, sustentam a base para a futura concepção projetual do Hotel Fazenda em Guaraniaçu – PR. São elas o Hotel Fasano na Fazenda Boa Vista, a Casa Piracicaba e o Hotel Casadelmar.

3.1 HOTEL FASANO - FAZENDA BOA VISTA

3.1.1 Aspectos Contextuais

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O Grupo Fasano gerencia hotéis, restaurantes e bares de alto nível. Seus hotéis tem nome reconhecido no Brasil e no mundo, sendo alguns deles apontados como um dos cinquenta melhores hotéis do mundo pela revista norte-americana Condé Nast Traveler. A rede vem se expandindo com força e devido ao seu sucesso no mercado, trouxe novos ideais. Um deles foi levar o requinte da grife Fasano e excelência de seus serviços também para o campo. Assim unindo-se novamente com o renomeado arquiteto brasileiro Isay Weinfeld, cria o Hotel Fasano Boa Vista.

Imagem 2 - Fachada Panorâmica Fasano Hotel Boa Vista.

Fonte: JHSF HOTÉIS, 2011

Inaugurado em 2011 o projeto localiza-se na Fazenda Boa Vista, cidade de Porto Feliz a 100 km da cidade de São Paulo. Traz para o ambiente descontraído do interior paulista, a tradição e a sofisticação em um produto único, totalmente integrado à natureza. (FASANO, 2014)

Segue os mesmos conceitos de contemporaneidade dos demais hotéis do grupo. Como visto na Imagem acima possui linhas modernas e limpas, e ambientes espaçosos que trazem o conforto aliado ao charme do ambiente campestre.

3.1.2 Aspectos Funcionais

A setorização do hotel se apresenta de forma a dividir espaços sociais de privados,como demonstrado na imagem abaixo é composta por duas alas simétricas de apartamentos com o corpo principal de serviços ao centro. O pavimento térreo conta com as áreas de recepção e administração, salas de jogos, e uma varanda para a contemplação da paisagem. Já no subsolo, andar criado por consequência da topografia, encontra-se áreas de serviço e manutenção do hotel e também uma

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cozinha e um belo restaurante que se estende para o lago por meio de um deck.

Ainda na parte central a casa das máquinas ocupa parte do segundo andar.

Imagem 3 – Plantas Baixas, Tipologia dos Quartos e Elevação do Hotel Boa Vista.

Fonte: EUROPACONCORSI, 2013.

Os apartamentos se dividem em duas alas, as suítes duplex ocupam uma delas e como visto na imagem da tipologia dos quartos acima, possui sala de estar na parte inferior e quarto na superior. Na mesma ala encontra-se uma suíte de dois quartos, onde a sobra de espaço inferior de um dos quartos, se forma um apartamento adaptado para portadores de necessidades especiais. A ala contrária possui dois andares de suítes iguais e simples, mas como podemos ver na imagem abaixo todas possuem varanda individual para a incrível paisagem.

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Imagem 4 – Apartamentos Fasano Hotel Boa Vista.

Fonte: CENÁRIO 3D, 2012.

Como visto na imagem abaixo além dos lazeres já tradicionais como piscinas, quadras de tênis, campos de futebol e quadras, o Fasano Boa Vista aproveita seu espaço para propor outros tipos de diversão para os frequentadores.

São organizadas trilhas com guias pela mata, assim como aulas de equitação, tênis e golfe. Além disso, oferece tudo para quem quer cuidar da beleza e do corpo, conta com centro fitness, salão de beleza, e salas de massagens.

Imagem 5 – Atividades complementares do Hotel Fasano.

Fonte: BENITA BRASIL, 2013.

3.1.3 Aspectos Formais e Estéticos

A forma do hotel assume-se horizontal por dois principais motivos, primeiramente, pensando-se na implantação da obra, tentou-se adequar a altura ao edifício para que não afetasse drasticamente a imagem da paisagem. E em segundo, pensou-se na função do hotel, onde os usuários, que são em menor número do que nas grandes cidades, possam se hospedar de forma mais confortável e em proximidade com a natureza.

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Ele apresenta sofisticação estética e funcional em vários aspectos. Em grande escala o formato longilíneo com leves curvas conferem elegância ao hotel e privilegia a vista de um dos belos lagos do resort, e o ritmo criado pelos volumes individuais dos apartamentos adiciona um grau extra de refinamento ao projeto. Já em pequena escala a criação de volumes externos distintos juntamente com a paisagem confere uma identidade a cada unidade, sendo cada visão diferente da outra. Um resultado da soma de forma e função que se apresenta verdadeiramente deslumbrante. (MIRANDA, 2012)

Imagem 6 – Restaurante e Deck Hotel Fasano.

Fonte: FASANO, 2011

Se tratando dos materiais utilizados, como podemos observar na imagem acima, o corpo central de serviços apresenta vasto uso de pedra no seu exterior e de madeira tanto exterior quanto nos ambientes internos. As superfícies revestidas com pedra conferem o equilíbrio certo entre as linhas retas e limpas e o tema campestre, enquanto a madeira adiciona conforto visual, térmico e sonoro aos ambientes, mantendo as raízes do campo.

As charmosas suítes apresentam em seu interior uma combinação de linhas retas com toques rústicos, como a parede em tijolos aparentes, e uma seleção de mobiliário com peças predominantemente contemporâneas e algumas country, mas sempre com muita madeira. Como visto na imagem abaixo o resultado final mostra equilíbrio e uma despretensiosa sofisticação. (MIRANDA, 2012)

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Imagem 7 – Ambientes Internos Fasano Hotel Boa Vista.

Fonte: CENÁRIO 3D, 2012.

3.1.4 Aplicação no Tema

O hotel Fasano Boa Vista é o correlato que mais condiz com o proposto para esse trabalho, como também se localiza em área rural, possui características semelhantes podendo assim servir de base para definições importantes como estilo e forma do edifício. A horizontalidade da edificação do hotel Fasano poderá trazer para obra deste trabalho os mesmos benefícios estéticos e funcionais que aliado com o estilo contemporâneo da obra trará à sofisticação para as belas paisagens de Guaraniaçu. Os materiais utilizados, como a pedra e a madeira, possuem aspectos naturais e são os mais harmônicos na hora de se construir em meio à natureza, podendo assim aplicar-se também na obra do Hotel Fazenda deste trabalho. A disposição dos quartos em forma curva poderá ser utilizada nesse projeto, pois também possibilitará diversas visões da bela paisagem.

3.2 CASA PIRACICABA – ISAY WEINFELD

3.2.1 Aspectos Contextuais

À pedidos dos moradores a casa, construída na cidade de Piracicaba, 250 km longe de São Paulo, teria função de um refúgio em dias que a família conseguisse uma folga. O terreno de 2 mil m² resultou da união de dois terrenos de canto de quadra num condomínio fechado. A solução encontrada pelo arquiteto Isay Weinfeld foi compor a casa em três blocos perpendiculares, para aproveitar a

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topografia que possui contorno inclinado. Adepto das linhas retas, o arquiteto projetou esse refúgio de maneira em que o conforto de uma casa estivesse presente juntamente à natureza, e como vemos na imagem abaixo a mistura das formas puras e contemporâneas com a natureza ocorre de forma sensata e deslumbrante.

Imagem 8 – Fachada Principal Casa Piracicaba.

Fonte: ARCHTENDÊNCIAS, 2012.

3.2.2 Aspectos Funcionais

A residência buscou definir acessos e setorização conforme a topografia do terreno e a incidência do sol. Propuseram-se então blocos diferentes e em alturas diferentes para a separação das partes sociais com as íntimas da casa. Podemos observar na imagem abaixo que juntamente com o acesso, no bloco térreo encontra- se a parte social da casa, palco de confraternizações ela possui planta livre e ambientes integrados. Um nível um pouco mais acima atende-se as áreas restritas de serviço, como cozinha, depósito e aposentos dos empregados, e finalmente o andar superior contempla as suítes e um estar mais íntimo que se abre por um grande deck de madeira, construído sobre a laje do teto das áreas sociais.

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Imagem 9 – Plantas Baixas e Implantação da Casa Piracicaba.

Fonte: ARCHDAILY, 2014

Sua posição em relação a luz do sol também foi um ponto importante para a definição do projeto, com sua orientação norte, proporcionou aos quartos e áreas sociais o melhor aproveitamento possível da luz natural e dos efeitos do sol. A imagem abaixo mostra como funciona o esquema de insolação da casa. Com a fachada dos quartos e da sala voltada para a orientação norte, esses cômodos recebem incidência direta do sol durante o ano todo, mas a maior incidência ocorre no inverno, pois os raios solares estão mais baixos. No verão, o sol estará mais próximo da linha vertical e não terá um ângulo adequado para entrar diretamente nas janelas, proporcionando conforto térmico para os cômodos íntimos da residência. (SCHIAVO, 2013)

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Imagem 10 – Esquema de Insolação Fachada Norte Casa Piracicaba.

Fonte: ARQUITETURAESOL, 2013.

3.2.3 Aspectos Formais e Estéticos

A forma composta em blocos retangulares possibilitou diversas soluções para a obra como a divisão dos setores íntimo e social, a implantação facilitada, e a iluminação e ventilação adequada, mas ela também trouxe benefícios estéticos para a obra. Os blocos admitindo-se diferentes pela setorização e pelos ângulos, como ser visto abaixo, também deixaram clara a diferença pela escolha dos materiais. O térreo na cor cinza, aparentemente de cimento queimado, vem para contrastar com o superior que é revestido em madeira branca. Mas a pedra utilizada em alguns momentos no revestimento é o mediador de tudo isso formando um resultado de harmonia entre o contemporâneo da cidade com o simples da natureza.

Imagem 11 – Blocos perpendiculares e Fachada norte da Casa Piracicaba.

Fonte: ARCHTENDENCIAS, 2012.

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Outro elemento importante na forma é o bloco social, como visto nas imagens ele é envolto por dois lados em vidro, eles se diferem totalmente sendo um aberto para a natureza por meio de grandes folhas de vidro de correr e o outro protegido do sol e isolado da rua por pilastras de concreto. Essas colocadas de forma irregular criaram um ritmo muito interessante agregando ao mesmo tempo valor estético e funcional.

Imagem 12 – Materiais Utilizados e Bloco Social da Casa Piracicaba.

Fonte: ARCHDAILY, 2014

A criação de blocos horizontais totalmente perpendiculares juntamente com as linhas retas e puras, marcas de Isay Weinfeld, dão estilo a obra que se mostra diferente em cada ângulo que se vê. Moderna nas linhas e na decoração pontual, a casa não deixa a desejar, o foco ali é a reunião e o descanso da família em ambiente diferente do habitual.

3.2.4 Aplicação no tema

Nesse correlato o que chama atenção é a forma que o projeto assume. Essa criação de blocos diferentes possibilitou o contato com o verde em diversos ambientes da casa, formando belíssimos enquadramentos de paisagens, característica fundamental na obra do Hotel Fazenda, mas, além disso, e de muita importância foi a maneira que esses blocos impuseram-se sob o sol, trazendo benefícios tanto econômicos quanto saudáveis. Esse método é de muita utilidade no presente trabalho do Hotel Fazenda, visto que ambientes bem ventilados e expostos ao sol dificilmente terão problemas com umidade e mofo. E, além disso, não podemos esquecer o beneficio econômico que isso traz, pois como é um

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empreendimento de grande porte, a redução no consumo de energia, devido à iluminação e a ventilação natural, será muito proveitoso.

3.3 HOTEL CASADELMAR 3.3.1 Aspectos Contextuais

Se misturando de maneira harmoniosa com a natureza incomparável de Porto Vecchio na França está Casadelmar. Localizado à beira mar e apenas alguns quilômetros de Porto Vecchio, o hotel projetado por se Jean-François Bodin, ergue- se em dois hectares de mata nativa e exuberantes jardins dispostos em terraços.

Essa disposição escalonada caracterizou também a forma do hotel e como podemos ver abaixo possibilitou a boa relação da obra e entorno. Utilizando madeira, pedra e iluminação natural como elementos chave, o arquiteto combinou elementos discretos com detalhes de luxo ao longo de todo o projeto. Caracterizando-se um hotel 5 estrelas ele abriga suítes de luxo, e também suítes simples, mas todas com vista para a linda paisagem do mar mediterrâneo por meio de uma varanda.

Imagem 13- Fachadas Hotel Casadelmar.

Fonte: ARCHDAILY, 2014.

3.3.2 Aspectos Funcionais

A setorização foi realizada de maneira a dividir a parte social da íntima do hotel, aonde o setor social e os ambientes de serviço formaram um saguão central divididos em dois andares. Como vemos na imagem abaixo o primeiro deles abriga um bar, um restaurante, que se estendem para fora por meio de uma grande varanda, também uma cozinha, e algumas áreas de serviço. Já o segundo fica ao nível da rua, e define os acessos, possui ambientes sociais como o lobby, e a

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academia e também as salas administrativas. Passando para o bloco dos apartamentos esse se dispõe horizontalmente e também se divide em dois andares, agora de forma escalonada oferece amplos apartamentos, alguns até com sala de estar, mas todos com varandas individuais.

Imagem 14 – Planta Baixa Hotel Casadelmar.

Fonte: ARCHDAILY, 2014.

3.3.3 Aspectos Formais e Estéticos

A forma do edifício basicamente se compôs devido ao terreno, que de forma irregular criou diversos terraços sendo esses utilizados para implantação dos blocos.

Essa característica de volumes com diversas proporções já é observada pelo acesso, como mostra a Imagem 13 (pag.35) no princípio ela se revela uma fachada feita em madeira e bem fechada, muito diferente da do lado oposto, que traz o mesmo material, mas como podemos ver nas imagens abaixo, de forma mais leve e aberta à paisagem. Isso graças ao vidro do piso ao teto do saguão central que, juntamente com as linhas retas e puras da forma, oferecem além da iluminação natural, enquadramentos únicos com a paisagem do mar mediterrâneo.

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Imagem 15– Piscina e Restaurante Hotel Casadelmar.

Fonte: ARCHDAILY, 2014.

Como visto na planta baixa (Figura 14, pg.37) o bloco central apresenta-se de forma rotacionada em relação ao bloco das suítes. Isso deixa ainda mais clara a diferença entre eles, tanto funcional quanto esteticamente. Pois além da setorização, há também diferenças entre as suas formas, sendo uma quadrada e outra retangular, e entre materiais, onde a madeira predomina na ala das suítes e o vidro na ala social.

3.3.4 Aplicação no tema

Esse hotel diferentemente do primeiro apresentado, fica à beira mar, mas também é retirado da cidade e apresenta as mesmas funções do outro, a de hospedar e oferecer conforto e sossego em meio a belas paisagens. De aproveitamento para o presente trabalho, será a maneira que a obra utilizou-se do terreno para a criação de formas interessantes em disposições escalonadas e também a clara diferenciação dos setores sociais e privativos tanto pela forma quanto pelos materiais.

4 DIRETRIZES PROJETUAIS

A partir das pesquisas bibliográficas e dos estudos dos correlatos apresentados foi possível identificar algumas ideias e propostas para o hotel Fazenda em Guaraniaçu, dentre elas a apresentação do terreno de implantação, as características de estilo e forma da edificação, materiais utilizados, programa de necessidades e fluxograma.

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4.1 LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

Andrade (2005, p. 38) ressalta que “A escolha de um local de empreendimento hoteleiro, em determinada cidade, vai depender de fatores que variam ou tem pesos diferentes em relação ao tipo especifico do hotel que se pretende instalar.” No caso do Hotel Fazenda, o que tem mais relevância, é o local da implantação, que além de vistas privilegiadas da natureza, deve ser de fácil acesso.

A acessibilidade deve estar garantida por rodovias em bom estado, transitáveis o ano todo e, de preferência pavimentadas. Ela deve ser equacionada levando em conta o tempo de viagem que o hóspede irá suportar em comparação com os atrativos que o empreendimento irá oferecer. (ANDRADE, 2005)

A construção do Hotel será realizada em uma das sedes da Fazenda Volta Grande, em uma área rural de aproximadamente 630.000 m², localizada na região norte do município de Guaraniaçu – PR. O Hotel terá como apoio o distrito de Guaporé, que localizado nas proximidades oferece serviços básicos como postos de saúde, bancos, mercados etc.

Imagem 16 – Acesso ao Guaporé pela BR-277 e PR- 471 no Distrito do Guaporé.

Fonte: Autora, 2014.

O terreno é localizado aproximadamente à 30 km da cidade, uma de suas entradas é pela BR-277, que através da PR-471 dá acesso a via exclusiva de

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entrada da Fazenda. Essa última ainda não possui pavimentação, mas devido ao incentivo da cidade para atrações voltadas a essa área, poderá ser asfaltada por recursos do município ou até mesmo pelos do empreendimento. Sua localização ainda permite que diversos municípios tenham acesso ao hotel pela PR-471, como Ubiratã, Campina da Lagoa e Altamira do Paraná, só que neste caso o acesso fica sujeito à passagem pela Balsa do Rio Piquiri, que fica aberta somente durante o dia.

Imagem 17 – Mapas da Região da intervenção.

Fonte: Google Earth, 2014.

A escolha do Município deu-se por dois motivos, primeiramente pelo incentivo que ele oferece para o Turismo Rural e também pelas paisagens naturais no interior da cidade. O local em questão possui apreço visual por ser em um ponto alto da região e rodeado de montanhas, mas seu principal atrativo vem pela visão privilegiada do encontro dos rios São Francisco e Piquiri. Se tratando de natureza, o complexo da Fazenda possui além da reserva ambiental, várias áreas arborizadas onde será possível a criação de trilhas.

Imagem 18 – Vista aérea do Terreno de Implantação.

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Fonte: Google Earth, 2014 – compilado pela autora.

Imagem 19 - Vista Panorâmica do acesso ao local

Fonte: Autora, 2014.

As vistas panorâmicas acima e abaixo podem nos demonstrar como a paisagem possui grande apreço visual. As montanhas formam imagens diferentes em cada ângulo, e o nascer e o pôr do sol deste local são pontos a serem explorados na hora de se conceber o projeto, pois trazem imagens de tranquilidade que são pouco encontradas na cidade.

Imagem 20 – Vista Panorâmica do pôr do sol do local.

Fonte: Autora, 2014.

A forma do projeto deve conter diferentes blocos para que toda a área seja explorada visualmente, tanto a visão leste quanto oeste possui grandes atrativos. A visão leste oferece a imagem do campo, caracterizada pelas verdes montanhas e também pelos animais da fazenda, já a oeste contempla a magnitude do Rio Piquiri juntamente com o maciço verde da reserva florestal, formam uma paisagem deslumbrante dando assim muito valor ao empreendimento do Hotel Fazenda.

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Imagem 21– Visão Leste do Terreno.

Fonte: Autora, 2014.

Imagem 22 – Visão Oeste do Terreno.

Fonte: Autora, 2014.

Sobre a localização, Andrade (2005) ainda ressalta que além de apelo turístico e paisagístico o terreno deve ter grandes dimensões, inclusive com trechos de floresta, quando possível, e que permitam a implantação de quadras de esportes,

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áreas de equitação e etc. O terreno oferece tudo isso além de rios que podem ser utilizados tanto para banho quanto para atividades como a canoagem e a pesca.

4.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO DO HOTEL FAZENDA

A proposta projetual do Hotel Fazenda em Guaraniaçu utilizará das revisões bibliográficas e também dos estudos sobre obras correlatas para a formulação de suas diretrizes projetuais e a definição do seu partido arquitetônico. Vale ressaltar que desde o início desse trabalho, é clara a ansiedade do homem em reencontrar as suas raízes, voltar ao campo e conviver com a natureza, sair da rotina da vida tumultuada da cidade. O empreendimento vem para atender essas necessidades da população, oferecendo paz e tranquilidade, juntamente com atividades diversas em meio a exuberante paisagem campestre.

O que foi mais relevante na escolha de seu estilo e suas formas, foi a integração da obra com a natureza, devido ao terreno ser acidentado pensou-se primeiramente na implantação da obra. Como vemos na imagem a seguir a adequação dos blocos feita em níveis diferentes possibilitou a menor movimentação de terra e adequação da altura do edifício, não afetando assim a paisagem.

Imagem 23 – Adequação da obra aos níveis do terreno.

Fonte: Autora, 2014.

Na composição das formas, houve a definição de uma forma principal, que traz o conceito da obra em suas linhas e materiais. Ela surgiu primeiramente com a distribuição dos quartos, como todos eles seguem um padrão, a ideia foi dispor eles de maneira diferente, para que a forma não se limite a apenas um ‘quadrado repetitivo’, portanto, criou-se uma definição para essa distribuição, sendo que cada

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novo quarto se dispõe rotacionado em cinco graus em relação ao anterior formando assim uma leve curva, isso acontece tanto na ala esquerda como na direita, o que difere uma da outra é o ponto em que a rotação acontece, formando assim curvas opostas que remetem a uma suave forma da letra “S”. Analisando a imagem abaixo, podemos ver que em grande escala as leves curvas remetem a um formato orgânico, e juntamente com o ritmo criado por cada unidade trazem elegância a obra e ao mesmo tempo conferem vistas privilegiadas do Rio Piquiri. Já em pequena escala cada unidade é formada por linhas retas e puras e com o seu volume disposto de maneira rotacionada, possibilita enquadramentos diferentes a cada apartamento.

Imagem 24 – Forma do bloco dos apartamentos.

Fonte: Autora, 2014

Como visto acima, as vistas aqui foram privilegiadas de diversas maneiras.

Todas as áreas sociais e os apartamentos foram dispostos de maneira a apreciar a vista do Rio Piquiri e ao final da tarde, ter esse cenário aliado ao pôr do sol. O setor dos quartos ainda conta com mais uma opção, pois devido a disposição dos mesmos em uma único corredor horizontal, trouxe para o acesso dos quartos a possibilidade de uma circulação aberta e livre para a paisagem, isso graças a brises verticais móveis, que instalados do chão ao teto, e protegidos por um guarda-corpo de vidro, além de proporcionar a ventilação e a iluminação natural, deixam distante a ideia de corredores fechados e escuros, comuns em hotéis centrais. Eles trazem ao hotel uma liberdade de escolha entre o fechado para dias chuvosos e o aberto para

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dias normais, qualificando ainda mais o bem estar dos usuários e a apreciação da paisagem durante a estadia.

Imagem 25 – Brises móveis na circulação interna.

Fonte: Autora, 2014

Os materiais escolhidos têm a intenção remeter ao natural e a arquitetura colonial, porém de forma contemporânea. O concreto aliado as grandes aberturas em vidro remetem a um estilo contemporâneo, possibilitando ambientes sociais amplos, bem ventilados e iluminados, e ainda forma por toda a obra belos enquadramentos da paisagem. Já a madeira lembra as antigas construções rurais, e resgata o passado da cidade, provocando a identificação dos usuários com o local.

O material além de trazer refinamento estético e um ar rústico à obra, também proporciona aos ambientes a sensação de aconchego e conforto como se estivesse em casa. Por ser um isolante térmico natural também confere aquecimento nos dias frios e frescor em dias quentes. Não menos importante, temos a grande presença da pedra, que aqui representa o natural, trazendo consigo a resistência e o requinte

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para a obra, funcionando como amenizador da disparidade do contemporâneo do concreto com o antigo da madeira.

Imagem 26 – Setorização da obra.

Fonte: Autora, 2014

A setorização do hotel como podemos ver acima foi criada pela definição de blocos em diferentes níveis. O térreo, que vamos definir como o andar de acesso principal, abriga toda a área administrativa e também a maioria das áreas sociais como o lobby, a recepção, o restaurante, a sala de jogos e também uma academia

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com sala de massagem e sauna, o bloco ainda se prolonga na paisagem por meio de um grande deck que acolhe as piscinas e o SPA. Já o segundo nível acolhe todos os apartamentos, sendo dois deles adaptados para P.N.E., que são encontrados no começo de cada ala, a área ainda conta com um lobby superior. No nível inferior, originado do declive no terreno, se encontra o acesso dos funcionários e dos veículos de carga e descarga, o bloco por se encontrar mais afastado da ala dos quartos, abriga todas as áreas que produzem maiores ruídos como as de manutenção e as de serviço, além disso abriga um pequeno hall de entrada para os funcionários.

4.2.1 Atividades Complementares

A característica mais comum que diferencia um hotel não-central é a sua implantação em terrenos de maiores dimensões, uma relativa auto suficiência em espaço para restaurantes, bares e instalações reforçadas para eventos e para prática de esportes, recreação e lazer mais desenvolvida. Para viabilizar essa infraestrutura os hotéis necessitam de um número suficiente de apartamentos para dar suporte econômico à operação de todos os serviços oferecidos. (ANDRADE , 2005)

Dado a grande dimensão da Fazenda, serão implantados centros para as diferentes atividades que serão praticadas, e todos contarão com profissionais a disposição. Além de diversas quadras de esportes o hotel irá contar com um centro de esportes radicais oferecendo a Canoagem e o Rapel. Já o centro equestre oferecerá baias para cavalos, redondel, piquetes e pista de corrida com tambores, com isso o hotel pode receber também o público que queira se hospedar para a prática desses esportes. Fora dos esportes, o complexo ainda contará com uma mini fazenda para que as pessoas possam vivenciar como é o dia a dia das pessoas do campo, abrigará animais como vacas, galinhas e carneiros, um açude com peixes e também um pomar e uma horta, tudo isso sobre a responsabilidade de pessoal treinado, que passará informações e fará demonstrações para os hóspedes.

Referências

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