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Palavras-chave: Análise Dialógica do Discurso; Círculo de Bakhtin; Filosofia da Linguagem.

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São Carlos, Setembro de 2015

GED - GRUPO DE ESTUDOS DISCURSIVOS

Luciane de PAULA (Unesp/Assis e PPGLLP Unesp/Araraquara) lucianedepaula1@gmail.com

O GED - Grupo de Estudos Discursivos é um grupo de pesquisa formado em 2008, cadastrado no CNPq e certificado pela Unesp, campus de Assis, em 2010. Composto por 12 pesquisadores, 15 alunos de graduação e 11 de pós-graduação (sendo 8 de mestrado e 3 de doutorado) de diversas instituições nacionais e internacionais (dentre elas, 17 instituições universitárias parceiras), o GED desenvolve pesquisas que resultam em publicações individuais e conjuntas, tanto ao que se refere à iniciação científica, ao mestrado, ao doutorado e ao pós- doutoramento, quanto às pesquisas dos docentes. No momento, os componentes do grupo articulam-se de forma sistemática em torno da Análise Dialógica do Discurso, da Semiótica da Cultura (Lotman), da Semiologia barthesiana e da Análise do Discurso foucaultiana. O que congrega a maior parte das pesquisas é o interesse pela reflexão bakhtiniana. Nesse contexto, insere-se o projeto atual, que busca evidenciar as questões de significação típicas da arquitetônica composicional de enunciados estéticos constituídos por materialidades verbivocovisuais. Os objetivos do Grupo se referem à reflexão acerca do método teórico- analítico, especificamente voltada (a reflexão) aos estudos bakhtinianos; ao desenvolvimento de pesquisas, do ponto de vista tanto da teoria quanto da análise, centradas nas noções de enunciado, sujeito, gênero, ideologia, entoação, voz, diálogo, ética e estética, ato, respondibilidade, carnavalização, autoria, estilo, esferas de atividades e arquitetônica; e, por fim, à contribuição com a área ao se voltar a questões teóricas direcionadas a análises de enunciados verbo-voco-visuais. Esta apresentação reúne alguns dos integrantes do grupo (dentre eles, a coordenadora e alguns alunos tanto de pós-graduação quanto de graduação), com suas pesquisas em andamento. Os trabalhos a serem apresentados neste encontro, de certa forma, representam a confluência das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo, pois, calcados em discursos de materialidades verbivocovisuias, eles se voltam à análise de suas composições temática, formal e estilística, ao enfatizar a arquitetônica dos enunciados estudados. Com isso, o Grupo coloca em pauta a possibilidade de análise de enunciados verbais (romanescos – Anna Karenina, de Tolstói; Dom Casmurro, de Machado de Assis; Diário do hospício e Cemitério dos vivos, de Lima Barreto), como preconizados por Bakhtin; e de discursos de materialidades verbivocovisuais, não pensados por ele (filmes – Os Miseráveis, Ana Karenina e La majorité oprimée; seriados – Sherlock; sites – GED; história em quadrinhos – Dom Casmurro; e canção).

Com isso, reflete-se acerca da produtividade da filosofia bakhtiniana.

Palavras-chave: Análise Dialógica do Discurso; Círculo de Bakhtin; Filosofia da Linguagem.

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São Carlos, Setembro de 2015

SUJEITO E LINGUAGEM: INTERAÇÕES VIRTUAIS NO SÉCULO XXI

Alexis Henrique Albuquerque MATARAZZO (UNESP FCL Assis) alexis_matarazzo@hotmail.com

As relações humanas neste século percorrem as vias digitais e a rede, por sua vez, constitui os sujeitos de maneira dinâmica, provisória e heterogênea. O projeto intitulado Interações Humanas na era tecnológica: a construção do conhecimento em rede, parte integrante da pesquisa de Paula (2014), intitulada Análise Dialógica de Discursos verbo-voco-visuais, propõe-se a pensar como ocorrem as relações entre os sujeitos nos meios digitais e como eles se constituem na rede, na contemporaneidade, momento histórico-social em que a necessidade da informação trafegar em alta velocidade impera com cada vez mais veemência. Para verificar como essas relações acontecem no universo digital e, mais especificamente, no meio acadêmico digital, a pesquisa proposta toma como objeto de estudo as mensagens do site do GED - Grupo de Estudos Discursivos, especificamente trocadas em 2014, na ocasião da organização do III Simpósio Internacional de Estudos Discursivos (SIED), a fim de analisar como a comunicação acadêmica ocorre de forma digital, tendo como interesse não apenas a participação num evento, mas também o convívio entre pesquisadores e seus estudos, integrantes de grupos de pesquisa distintos ou não. O projeto se subdivide em duas partes: a) técnico-tecnológica e b) teórico- analítica. As reflexões teórico-analíticas se compõem com o corpus resultante das atividades técnico-tecnológicas desenvolvidas em 2014, em especial, a partir da elaboração do site GED e, em particular, a organização da plataforma online do III SIED. A perspectiva teórica que fundamenta as reflexões de pesquisa é a do Círculo de Bakhtin e as noções norteadoras do estudo são interação e sujeito. A Informática e seus desdobramentos têm invadido os contextos sociais nos mais diversos, o que ocasiona alterações relevantes nos sujeitos e em suas relações espaço-temporais, o que acaba por compor um novo perfil de vida em sociedade. A perspectiva deste projeto se volta para essas transformações tecnológicas e como elas colaboram para a constituição do sujeito contemporâneo, de modo a entender como ele se comporta pela rede, especificamente em um site voltado para estudiosos da área da linguagem, visto que, segundo Bakhtin, é na e pela língua que os sujeitos constroem a confrontação das refrações sociais. A partir do estudo proposto, pretende-se, além de contribuir com a inovação tecnológica, contribuir com os estudos dialógicos do discurso, ao atrelar conceitos da informática aos novos enunciados e sujeitos virtuais.

Palavras-chave: Sujeito; Interação; Círculo de Bakhtin.

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São Carlos, Setembro de 2015

UMA ANÁLISE BAKHTINANA DA CENSURA AO CORPO FEMININO EM LA MAJORITÉ OPPRIMÉE

Bárbara Melissa SANTANA (UNESP PPGLLP Araraquara) dnbarbara@hotmail.com

A presente comunicação tem como proposta explorar a censura ao corpo feminino no curta metragem La majorité opprimée, dirigido por Eleonore Pourriat. A perspectiva do estudo proposto se fundamenta em Bakhtin e o Círculo, em especial ao que se refere às concepções de gênero discursivo, signo ideológico, sujeito, ato e dialogia. A mencionada obra fílmica apresenta, como mecanismo de crítica ao patriarcado, a inversão entre os papéis de gênero masculino e feminino em que homens são censurados pela sociedade por suas vestimentas e comportamentos, quadro às avessas que retrata a crítica à censura do corpo feminino. Para abordar essa crítica e sua estruturação, esta comunicação elenca uma das cenas finais do curta- metragem em que, após ter sido vítima de estupro, o homem é culpado por sua esposa pelo ocorrido, cena que faz alusão à opressão e culpa atribuída à mulher em caso de violência sexual, muitas vezes, voltada à sua vestimenta. Há, como objetivo da proposta, a análise desse discurso e o diálogo do mesmo com os parâmetros patriarcais por ele empreendidos na atualidade, como forma de análise do cenário social contemporâneo e os problemas de gênero feminino e masculino. A proposta se justifica pelo aprofundamento no debate de questões atuais como a opressão do sistema patriarcal e por intrincar-se no estudo dos gêneros discursivos e do sujeito.

A pesquisa proposta apresenta caráter interpretativo e é composta por etapas de descrição e análise que partem de um enunciado fílmico em particular. A hipótese inicial do projeto se calca no estudo de inversão das relações de gênero (feminino e masculino) na obra como forma de crítica ao patriarcado, realizada por meio da troca dos papéis de poder entre os sujeitos em diversas situações. Além disso, os aspectos denunciados no filme revelam a irreverência ácida que choca e chama a atenção para uma realidade “naturalizada”, pois toca em questões culturais historicamente estabelecidas. Tendo como ponto de partida a cena selecionada, essa problemática é um dos pontos a serem abordados pela perspectiva dos estudos discursivos e de gêneros feminino e masculino nesta comunicação.

Palavras-chave: Círculo de Bakhtin; Ideologia; Gêneros (feminino/ masculino).

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São Carlos, Setembro de 2015

DOM CASMURRO EM DIFERENTES MATERIALIDADES: UMA ANÁLISE VERBO- VOCO-VISUAL DO ROMANCE, DA HQ E DA MINISSÉRIE

Jessica de Castro GONÇALVES, (UNESP PPGLLP Araraquara) jesqueline@ig.com.br

A recriação de romances da literatura canônica em enunciados verbo-voco-visuais (filmes, quadrinhos, minisséries) é uma produção presente no mercado editorial. Muitas vezes, essa outra obra, que, na verdade, configura-se como um outro enunciado, uma vez que constituído por outras materialidades, com forma e estilo específicos, é tomada de maneira polêmica devido à retomada temática que possui. Críticas quanto à qualidade dessas produções surgem dos diversos tipos de leitores, as quais se fundamentam, muitas vezes, no “grau de fidelidade” que a recriação possui ou não com o enredo inicial, gerando opiniões em conflito. Este trabalho discute a relação entre os enunciados verbo-voco-visuais criados a partir de romances canônicos, considerando-os em sua relativa in-dependência. Objetiva-se refletir sobre a constituição interativa desse tipo de construção, para pensar a peculiaridade arquitetônica dos gêneros, considerados a partir da expressão de suas materialidades. Como corpus delimitado, propõe-se um enunciado verbal, outro verbo-visual e um terceiro verbo-voco-visual, sendo, especificamente: o romance Dom casmurro, de Machado de Assis; a História em Quadrinhos (HQ) Dom Casmurro, de Felipe Greco e Mário Cau; e a minissérie global televisiva Capitu, do diretor Luiz Fernando Carvalho. Almejamos discutir como um enredo, semelhante nas três produções, sofre ressignificação e se torna outro, autônomo, devido a formas e estilos diferentes, sem deixar de estabelecer diálogo com o texto fonte e outros enunciados. Este estudo se fundamenta nas discussões desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin acerca de gênero, enunciado, sujeito e diálogo. Compreende-se as reflexões bakhtinianas como teoria analítica dialógica do discurso, conforme asseverado por Brait (2000) e se calca no método dialético- dialógico (Paula et al, 2011). Como mencionado, os enunciados verbo-voco-visuais, corpus desta pesquisa, mantêm relações dialógicas com o romance, ao mesmo tempo em que se constituem como enunciados autônomos, de outros gêneros (respectivamente, HQ e minissérie).

Se um enredo, como o do romance Dom Casmurro, é reproduzido a partir de outro estilo em outra forma composicional, materializado de outra maneira, estamos diante de outro gênero e, por consequência, de outro enunciado. Compreender como o verbal, o visual e o vocal, tidos como materialidades distintas que, juntas, num dado enunciado, configuram-no arquitetonicamente e o compõem, retratam estilo e forma tanto do gênero do qual partem como dos autores-criadores, ao configurar o enredo de uma maneira específica, com dado acabamento e dada assinatura é essencial para pensar a produção e a existência dos gêneros, bem como para contribuir para os estudos dialógicos contemporâneos voltados ao verbo-voco-visual.

Palavras-chave: Gênero; Verbo-voco-visual; Diálogo.

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São Carlos, Setembro de 2015

VOZES EM CONSTRUÇÃO: DIALOGISMO, BIVOCALIDADE POLÊMICA E AUTORIA NO DIÁLOGO ENTRE DIÁRIO DO HOSPÍCIO E O CEMITÉRIO DOS

VIVOS, DE LIMA BARRETO

José Radamés Benevides de MELO (UNESP-Araraquara/IF Baiano) radamesbenevides@hotmail.com

Diário do hospício e O cemitério dos vivos são textos escritos por Lima Barreto durante sua segunda internação no Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, entre 25 de dezembro de 1919 e 2 de fevereiro de 1920. O primeiro é tido como anotações para a elaboração do segundo, um romance inacabado, cujo processo de produção foi interrompido pela morte do autor, em primeiro de novembro de 1922. Do encontro desses enunciados com o pensamento teórico do Círculo de Bakhtin, surge o objetivo geral desta pesquisa: analisar a constituição de vozes sociais sobre a loucura e a psiquiatria – por meio das relações dialógicas, da bivocalidade polêmica e do autor-criador – no diálogo entre Diário do hospício e O cemitério dos vivos, de Lima Barreto. Os objetivos específicos são: 1) analisar a constituição de voz social e autor- criador enquanto categorias dialógicas nas interações intracategoriais e intercategoriais (com outras noções, categorias e conceitos do pensamento teórico do Círculo de Bakhtin); 2) identificar as vozes sociais com as quais dialoga Lima Barreto no processo de constituição dos enunciados que integram o corpus desta pesquisa e descrever como se estabelece o diálogo entre esses enunciados limabarretianos; 3) examinar a bivocalidade polêmica no diálogo entre Diário do hospício e O cemitério dos vivos, no que diz respeito: i) à polêmica aberta estabelecida entre esses enunciados e os discursos da ciência psiquiátrica de sua época; e ii) à polêmica velada entre a fala limabarretiana e outras falas literárias do início do século XX, por meio de seus enunciados; 4) perscrutar, ao compreendermos o autor-criador como uma posição verbo- axiológica marcadamente heteroglóssica e de natureza refratada e refratante, os movimentos desses diálogos no processo de constituição autoral e das diversas vozes sociais sobre a loucura e a psiquiatria, no diálogo dos enunciados objetos deste estudo. Esta pesquisa está fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos propostos e desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin, Medviédev e Volochínov e nos desdobramentos teórico-metodológicos que a eles se coadunam a partir das pesquisas empreendidas por diversos estudiosos.

Palavras-chave: Vozes sociais; Diário do hospício e O cemitério dos vivos; Autoria.

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São Carlos, Setembro de 2015

BAKHTIN E A VERBIVOCOVISUALIDADE DA CANÇÃO

Luciane de PAULA (UNESP FCL Assis e PPGLLP Araraquara) lucianedepaula1@gmail.com

Esta comunicação integra a pesquisa intitulada Análise Dialógica de Discursos verbo-voco- visuais, em andamento. A proposta é refletir sobre a pertinência dos estudos dialógicos como aporte teórico-analítico de enunciados materializados de maneira verbo-voco-visuais, seja num gênero específico (em diálogo com outros), seja de maneira intergenérica. O objetivo é discutir a pertinência teórico-metodológica da abordagem bakhtiniana para análise de discursos estéticos constituídos por semioses sincréticas, verbais ou não-verbais. Metodologicamente, este trabalho pretende examinar, a partir das concepções de voz e entoação, a organização dos elementos verbais, vocais e visuais do gênero canção (vista, inclusive, a partir de sua performance), tomado por sua materialidade estética. Pretende-se, ao tratar da arquitetônica do gênero canção, voltar-se à sua produção, circulação e recepção no âmbito da esfera cultural – o que prevê uma discussão acerca das noções de arte e produção massiva. Parte-se do pressuposto de que a canção se caracteriza como gênero secundário que aparenta ser cotidiano, dada a sua forma composicional e circulação social. A hipótese é a de que os estudos da linguagem desenvolvidos pelo Círculo possuem um método (o dialético-dialógico) pertinente para a realização de análises de enunciados verbo-voco-visuais, cada vez mais presentes na contemporaneidade, nas mais diferentes esferas. Analisa-se, aqui, como exemplar ilustrativo, o videoclipe de animação da canção “Segredos”, de Frejat. A justificativa da pesquisa se pauta na contribuição para os estudos da área, uma vez que se volta à compreensão de como termos advindos de outros campos (tais como voz e entonação, entre outros – no caso, típicos do universo musical) são tomados pelos componentes do Círculo como metáforas para o estudo da linguagem de maneira ampla e, ao mesmo tempo, também abrem possibilidades de análises de enunciados musicais e visuais, ainda que o Círculo não tenha se voltado especificamente a tais materialidades discursivas. Acredita-se que os resultados podem contribuir para uma abordagem contemporânea dos estudos bakhtinianos, para os estudos da canção e da linguagem.

Palavras-chave: Círculo de Bakhtin; Verbivocovisualidade; Estudos da Linguagem.

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São Carlos, Setembro de 2015

RELAÇÕES MIDIÁTICAS NA ERA DA CONVERGÊNCIA: A INTERAÇÃO ENTRE SERIADO TELEVISIVO E OS FÃS

Marcela Barchi PAGLIONE (UNESP PPGLLP Araraquara) marcelapaglione@gmail.com

No grande tempo da contemporaneidade, gêneros de discursos verbo-voco-visuais ganham voz em meio aos estudos bakhtinianos da linguagem, pois tem-se como objeto as novas formas discursivas de reflexão e refração da realidade sócio histórica. O presente trabalho se propõe a analisar conteúdos e relações midiáticas presentes na constituição do seriado televisivo Sherlock (2010), que reconstrói o detetive romanesco de Conan Doyle no gênero seriado, adaptando-o para o século XXI de maneira que a contemporaneidade se faz presente em seu discurso tanto no que diz respeito ao conteúdo, quanto à construção composicional, seja do sujeito seja do enunciado. Com base nos estudos do Círculo de Bakhtin, um dos principais conceitos mobilizados no trabalho é o de gênero discursivo. Segundo Medvíedev, “(...) cada gênero possui seus próprios meios de visão e de compreensão da realidade, que são acessíveis somente a ele (...) Cada um dos gêneros efetivamente estáveis é um complexo sistema de meios e métodos de domínio consciente e de acabamento da realidade” (2012, p. 198). Ao mesmo tempo em que a construção do gênero é feita a partir da especificidade da esfera midiática, veiculada televisivamente, o seriado (re)significa e refrata a sociedade à maneira do século XXI. Nesse processo, a mídia ganha força em sua trama discursiva. Sua presença marcante junto à sociedade é visível no seriado na relação entre Sherlock e seus outros, principalmente Watson e Moriarty, via smartphone, notebook, bem como a influência da mídia jornalística na construção do sujeito, como um outro que socialmente completa o eu e possibilita uma trajetória de ascendência e decadência social. Há um processo de relação intersubjetiva propiciado pela era contemporânea, considerada por Lévy (1999) como era da convergência, marcada pela convergência de mídias, pois ela propicia a hipersociabilidade entre os sujeitos “consumidores de mídias”, aqui os fãs do seriado, em diversas plataformas. Busca-se, assim, compreender as mídias em sua dimensão dialógica, e analisar quais os mecanismos que possibilitariam uma análise bakhtiniana do gênero seriado e a interação entre os fãs propiciada por essa esfera de atividade, na busca por pistas nos episódios, discussões em fóruns, blogs, além da importância dos enunciados responsivos para a produção do seriado, constituído transmidiaticamente.

Palavras-chave: Bakhtin; Seriado; Mídia.

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São Carlos, Setembro de 2015

FILME MUSICAL: RELAÇÕES DIALÓGICAS EM LES MISÉRABLES

Nicole Mioni SERNI (UNESP PPGLLP Araraquara) nicole_brass2@yahoo.com.br

O presente trabalho faz parte de uma pesquisa de doutorado, desenvolvida sob a perspectiva teórica dos estudos do Círculo Bakhtin, Medvedev, Volchinov para a análise do filme musical Les Misérables (2012), de Tom Hooper. O filme musical é aqui reconhecido como enunciado a ser estudado como gênero discursivo, tendo a canção, outro gênero discursivo, em seu interior. A canção define o gênero, pois, sem ela, o filme musical inexiste. A partir dos estudos bakhtinianos, esta pesquisa tem como objetivo geral refletir, por meio de uma análise dialógica específica (de Les Misérables), acerca da constituição da arquitetônica do filme musical como gênero discursivo, constituído de maneira intergenérica; enquanto os objetivos específicos são: analisar como o filme musical em questão dialoga com o romance de Victor Hugo (na tradução de Frederico Ozanam Pessoa de Barros, da editora Cosac Naify);

estabelecer relações com a versão feita para o teatro (espetáculo da Broadway ainda em cartaz), uma vez que a peça musical foi a inspiração para a construção do filme; e ainda compreender, por meio da análise dialógica discursiva, de que maneira os diversos gêneros se constituem no corpus escolhido. O conceito de gênero, conforme discutido por Bakhtin, não segue a ideia de que existem características (pré)existentes nas quais um determinado enunciado deve se encaixar para então ser “enquadrado como determinado gênero”. Para o Círculo, os gêneros não são apenas um conjunto de fatores em comum, como se os requisitos para a existência de cada gênero surgissem antes do próprio, mas sim um olhar contemplativo de um sujeito que (re)cria e responde ao dialogar com uma realidade e, a partir deste ato, um dado gênero se (re)formará, numa determinada esfera de atividades. Não apenas o filme musical, mas diversos outros gêneros (contemporâneos ou não) podem ser pensados em suas singularidades e relações dialógicas, sempre levando em consideração que a pesquisa não esgota a espiral de ligações dialógicas de cada enunciado, mas a faz crescer e ganhar novas (re)forma-ações únicas, ao mesmo tempo estáveis e instáveis.

Palavras-chave: Diálogo; Gênero discursivo; filme musical.

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São Carlos, Setembro de 2015

A REPRESENTAÇÃO DE ANNA KARIÊNINA EM DIFERENTES GÊNEROS

Tatiele Novais SILVA (UNESP PPGLLP Araraquara) tatiele_ns@hotmail.com

Esta proposta de comunicação tem como objetivo estudar a questão dos valores ideológicos e como eles influenciam na construção estética e no estilo constituintes dos enunciados que se manifestam por meio de diferentes gêneros discursivos. Para tanto, pretende-se analisar o discurso romanesco Anna Kariênina (2009), de Liev Tolstói e o discurso da obra fílmica Anna Karenina (2012), de Wright. O estudo das obras está fundamentado na análise dialógica do discurso e tem por base os conceitos de diálogo, enunciado, sujeito, cronotopo, signo ideológico e gênero, conforme as concepções de linguagem do Círculo Bakhtin, Volochinov e Medvíedev.

As temáticas do adultério e das relações familiares são consideradas ponto de partida para compreender a constituição de Anna Kariênina, pelo fato de serem centrais nas obras e influenciarem a composição dos sujeitos e sua representação no discurso romanesco e fílmico.

A construção arquitetônica de cada obra pode ser vista como indicadora de elementos individuais e sociais, de autores-criadores, tempos e espaços específicos. O estudo das temáticas e como elas estão representadas nas obras analisadas colabora para se compreender a composição da personagem feminina Anna Kariênina e os discursos ideológicos que estão envoltos a suas ações e como elas são vistas pelo grupo social ao qual a personagem está inserida nas obras. A concepção de signo ideológico é essencial para entender os sentidos produzidos na e pela linguagem, uma vez que os valores são intrínsecos aos discursos. Por meio do signo ideológico é possível visualizar valores humanos relativos às temáticas do adultério e das relações familiares, temáticas do âmbito social. O estudo das diferentes formas de representação das temáticas, realizado a partir de semioses distintas (obras romanesca e fílmica), justifica-se por possibilitar maior compreensão acerca da forma específica de realização de atos discursivos estilísticos de cada enunciado e de suas relações, como também a construção dos sujeitos e seus valores ideológicos no discurso.

Palavras-chave: Círculo de Bakhtin; Sujeito; Anna Kariênina.

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