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Ciênc. saúde coletiva vol.17 número8

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Academic year: 2018

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L Antecipação do fim: suicídio de idosos no Brasil

Apresenta-se uma série de artigos sobre suicídio de idosos no Brasil, resultantes de uma pesquisa nacio-nal financiada pela ENSP/FIOCRUZ, dentro do programa InovaENSP que incentiva e apoia investiga-ções de temas novos que possam contribuir, estrategicamente, para o avanço da saúde pública. O projeto “É possível prevenir a antecipação do fim? Suicídio de idosos no Brasil e possibilidades de atuação do setor saúde”, de abrangência nacional, teve como escopo aprofundar essa questão ainda pouco aborda-da e socializar o conhecimento gerado entre gestores, profissionais e pesquisadores do setor saúde e aborda-da área social.

O estudo conjugou abordagem quantitativa e qualitativa. A primeira mapeou a magnitude do pro-blema em nível nacional através da descrição das taxas de mortalidade, por sexo, segmentos de idosos e localização geográfica do fenômeno; destacou os municípios brasileiros com maior frequência do even-to; e aprofundou uma análise ecológica daqueles em que o problema mais se destaca. A abordagem qualitativa baseou-se na utilização da técnica autópsias psicológicas e psicossociais por meio de entrevis-tas com familiares de idosos que morreram por suicídio em 10 municípios onde as taxas são elevadas, buscando-se compreender as circunstâncias em que ocorreram os casos. A escolha das localidades para realização da pesquisa qualitativa ocorreu a partir da listagem dos 200 municípios com as taxas mais altas, levando-se em conta questões de conveniência para deslocamento das equipes e distribuição da amostra pelas cinco regiões do país. O estudo foi realizado em Manaus, Fortaleza, Teresina, Tauá, Campo Grande, Dourados, Candelária, São Lourenço, Venâncio Aires e Campos de Goytacazes. Pela dificuldade que constitui a realização e a análise das autópsias psicossociais arbitrou-se um número de um mínimo de cinco casos em cada localidade, compondo-se um total de 51, tendo sido ouvidas 84 pessoas, na quase totalidade, familiares que haviam acompanhado os idosos.

Além dos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz que lideraram o estudo, a pesquisa contou com investigadores e estudantes de doutorado, mestrado e iniciação científica de sete instituições acadêmicas (Universidade Federal de Manaus, Universidade de Fortaleza, Universidade Federal de Teresina, Universi-dade de Dom Bosco de Mato Grosso do Sul, UniversiUniversi-dade Federal e Escola Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, Universidade Veiga de Almeida do Rio de Janeiro).

A pesquisa ocorreu de forma participativa e em rede, socializando-se decisões sobre: delimitação do objeto; características da pesquisa epidemiológica; escolha dos municípios para a pesquisa qualitativa; construção dos instrumentos; prazos para cada etapa do trabalho; inserção de estudantes; reflexão crítica sobre o estudo e divisão de tarefas para a produção acadêmica, a partir dos dados e informações. O resultado deste trabalho se encontra neste número temático: três artigos de cunho epidemiológico tratam da magnitude do fenômeno pelo país, por regiões e por municípios, segundo sexo, segmento de idade entre os idosos, meios utilizados e ecologia do fenômeno. Outro conjunto de textos discute os aspectos qualitativos das mortes autoinfligidas, trazendo informações circunstanciadas dos casos; aná-lise do instrumento utilizado para a pesquisa; descrição do trabalho de campo; aspectos socioantropo-lógicos que envolvem a explicação dos eventos; clivagem por gênero; consequências dos suicídios nas famílias dos idosos; e, por fim, o mais importante, análise de uma experiência de prevenção.

De todas as conclusões que se possam retirar desse estudo, uma é fundamental: tudo o que contribui para a valorização e a qualidade de vida da pessoa idosa – respeitada sua vontade pessoal sempre presente no ato suicida – contribui também para que ela não tente antecipar seu fim.

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