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N. I. 15 Pegas e Rachas

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NOTA PARA BOLETIM DA POLÍCIA MILITAR.

PUBLIQUE-SE POR DELEGAÇÃO

BOL n.º Fls.

EMG-PM/3 /2555/2002

PMERJ EMG

PM/3 15 Mai 78

NOTA DE INSTRUÇÃO nº 015/78

1. FINALIDADE

Difundir experiências e informações sobre a forma como vem se desenvolvendo as corridas clandestinas (pegas).

2. OBJETIVOS

a. Possibilitar aos Cmdo das Unidades Operacionais dados para planejamento e en-trosamento com as Unidades do Departamento Geral de Policia Civil (DGPC); e b. Estabelecer procedimentos preventivos e repressivos, sempre que possível,

padro-nizados.

3. ASSUNTOS A DIVULGAR

Anexo 1 - Extrato de experiências do 6º BPM.

Anexo 2 - Estudos realizados pelo Departamento Geral de Polícia Civil. Anexo 3 - Recomendações.

Fernando Antonio Pott - cel PM RG 02787 Chefe do Estado-Maior Geral

Por Delegação

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CONTINUAÇÃO Fl nº 2

DISTRIBUIÇÃO

EM(Ch, Subch e PM/2, PM/4, CECOPOM)...05

1º CPA, 2º CPA, 3º CPA, 4º CPA...04

5º CPA, 6º CPA, 7º CPA, 8º CPA...04

esFO, ESPM, GUE e Arquivo...04

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CONTINUAÇÃO Fl nº 3

ANEXO I À NOTA DE INSTRUÇÃO Nº015/78 EXTRATO DE EXPERIÊNCIAS DO 6º BPM

CORRIDAS CLANDESTINAS (O PEGA)

Essas corridas não autorizadas, efetuadas em local impróprio vem causando gra-ves problemas à segurança de trânsito e apresentam os seguintes atos anti-sociais:

- Uso de tóxicos pelos jovens participantes e assistentes. - Homicídios culposos; acidentes com vítimas fatais. - Risco de vida a terceiros.

- Estímulo a infrigência das leis de trânsito.

- Permissividade moral (geralmente uma jovem se propõe como prêmio ao ven-cedor).

- Deliberada provocação ao sistema policial.

Razões Plausíveis

- Grande influência da máquina na geração atual, que é levada a procurar novas e perigosas formas de auto-afirmação.

- O automóvel e a motoca como o "grande brinquedo".

- Paternalismo por parte dos pais, que na maioria das vezes ocupam lugar de destaque no campo econômico e social do País.

- Sistema policial educativo e repressivo ausente ou despreparado.

- Proliferação de acessórios de automóveis que estimulam à velocidade excessi-va.

- Falta de punição adequada. a autoridade policial tome as providências, porém, a sociedade, através de sua jurisprudência, perdoa as faltas cometidas, o que estimula os participantes desta atividade perigosas.

- Agressividade dos jovens. Busca do perigo. Necessidade de afetividade e pro-teção.

Características

- Pistas urbanas com traçados atraentes para a prática de corridas, algumas já tendo sido utilizadas no passado para corridas oficiais.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 4

- Prêmios valiosos tais como: carros, Tvs a cor, noitadas pagas em boates em

companhia de jovens ninfas e também algumas "papelotes” de cocaínas.

- A emoção dos riscos calculados tais como: repressão policial violenta, e, pos-síveis acidentes que não envolvam os próprios participantes, mas sim motoris-tas incautos que por ali trafeguem.

- São realizadas de preferência, as sextas-feiras de 00:00 às 06:00hs.

- Procuram perturbar e prejudicar o maior número possível de "bundões" (termo empregado para designar os motoristas desavisados que normalmente trafe-gam com a namorada ou família).

- Motoristas corredores pré-selecionados (são poucos e já gozando de Status), geralmente os novatos são os que sofrem a repressão e se tornem vítimas de acidentes às vezes fatais.

O Pega do alto da Boa Vista (Curva do Bandolim)

É o pega mais antigo. Apresenta algumas características apreciadas pelos cor-redores clandestinos.

- Pista atraente (um grande trecho largo, por ser de mão dupla, com uma reta de aproximadamente um (01) Km em declive, o que proporciona alta velocidade do alto até a curva do "S", a própria curva do "S", a do Bandolim e a do Vio-lão, que possibilitam uma concentração grande de torcedores e mais variedade de apostas.

- A mais central da cidade (facilita a afluência de torcedores e participantes de todas as zonas da cidade).

- A mais freqüentada por "bundões" (incidência de muitas churrascarias, bares e a proximidade da Barra da Tijuca).

- Tendo um excelente local de reunião na praça do alto, de onde é dada a larga-da.

Desenvolvimento da Corrida

- Casas comerciais (de acessórios de autos) patrocinam os pegas que se suce-dem amplamente em várias baterias com normalmente dois ou três corredores. - A corrida se desenvolve em pequenos trechos.

- Há apostas (muitas, entre os assistentes).

-Prêmios nem sempre em dinheiro até meninas seminuas entregues ao vencedor como prêmio especial geralmente as mais cobiçadas garotas.

- Concentração de vários grupos da cidade, corredores e assistentes.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 5

- Numerosíssima é a assistência.

- Uso de drogas em quantidade pelos corredores e espectadores.

- A partir de 3 horas da madrugada, quase todos os assistentes se apresentam drogados.

- entre os assistentes turmas de socorro há muitos acidentes entre os próprios corredores. Auxílio imediato.

- O número de aficionados mutilados ou marcados pelo "PEGA" é muito grande, gostam de exibir as marcas no corpo, sofridos em acidentes.

- O que mais surpreende:

A presença maciça de meninos e meninas em idade de 12 a 17 anos.

- Concentração - em bares das imediações, cujos empregados assistem passiva-mente à venda e ingestão de drogas enquanto muito faturem. Há certa convivên-cia sempre em nome do lucro que obtém em seus negócios.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 6

ANEXO II À NOTA DE INSTRUÇÃO Nº0000/00

ESTUDO REALIZADOS PELO DEPARTAMENTO GERAL DA POLÍCIA CIVIL

Considerando a necessidade de uniformizar os procedimentos de polícia judi-ciária que visem coibir as infrações penais praticadas pelos motoristas participantes do denominado "PEGA" de veículos automotores terrestre, encareço a VSª seja re-comendado aos Delegados Titulares e adjuntos das unidade policiais subordinadas a esse Departamento, a adoção das seguintes medidas repressivas:

1. Instauração de processo contravencional pela prática da infração penal contem-plada no artigo 34 da LCP, tendo em vista que a conduta do motorista partici-pante implica em perigo indeterminado à integridade de terceiros, no caso, os assistentes da referida competição.

2. Instauração de procedimento de polícia judiciária para apurar a prática do crime capitulado no artigo 132 do Código Penal, tendo em vista que o compartimento do motorista participante importa em perigo concreto à pessoa determinada que na hipótese serão os demais competidores da corrida.

3.Verificada a existência de passageiros no interior dos veículos envolvidos na competição, promover a instauração de procedimento pela prática do mesmo de-lito previsto no artigo 132 do C. Penal, vez que também nesse hipótese, a condu-ta do motoriscondu-ta participante implica em perigo concreto a pessoa determinada (passageiro).

4. Tratando-se de infrações afiançáveis (art. 322 do CPP), deverá a autoridade Po-licial arbitrar o valor da fiança no máximo permitido em Lei.

5. Proceder a imediata identificação datiloscópica do autor do ilícito penal, provi-denciando, em seguida, a abertura de dossiê no SIP, do qual deverá constar a fo-tografia do motorista infrator.

6. Apresentar obrigatoriamente o conduzido à DG-Polinter para verificação de seus antecedentes no que tange as solicitações dos órgãos do Poder Judiciário e da própria Polícia.

7. Atendendo as disposições contidas nos incisos XVIII e XIX do artigo 89 do Có-digo Nacional de trânsito, proceder a apreensão da carteira de habilitação e do veículo, sendo que este deverá ser periciado pelo ICE para verificação de qual-quer adulteração de suas características fundamentais, promovendo-se, em caso positivo, a necessidade sindicância para identificação do autor das alterações constatadas.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 7

9. Encaminhar ao DETRAN a Carteira Nacional de Habilitação aprendida bem como cópia de todas as peças do procedimento de polícia judiciária instaurado para apurar a responsabilidade penal dos motoristas participantes do denomina-do "Pege"de veículos.

10.Efetivar medidas de profilaxia preventiva nos locais habitualmente utilizados pelos motoristas infratores, visando dispersar possíveis assistentes. Verificada a existência de menores desacompanhados deverão os mesmos serem encaminha-dos à DSPM para as providências de sua alçada.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 8

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA DEPARTAMENTO GERAL DE POLÍCIA CIVIL

ASSESSORIA - GABINETE

Atendendo a determinação verbal de Vossa Senhoria procedemos abaixo as nos-sas observações a cerca do envolvimento de motoristas de veículos automotores ter-restre os denominados "pega" de carros, examinados as implicações penais decorren-tes dessa conduta anti-social.

Inicialmente, cumpre-nos definir o que se deva entender por "pega " de automó-veis. É a competição realizada por diversos motoristas de carros de passeio, em local inadequado, destinado ao tráfego normal de veículos, na qual seus condutores, im-primindo velocidade excessivas e efetivando manobras perigosas, visando demons-trando sua perícia no controle do automóvel, disputam a liderança da corrida.

Completando a conceituação acima, acrescentamos que em muitos casos o com-petidor conduz em seu veículo passageiro que deseja participar das emoções da corri-da, sendo certo que invariavelmente a competição é assistida por inúmeros aficiona-dos, posicionados ao redor da "pista". (ruas, calçadas, passeios, elevações e etc.)

Em decorrência da conduta acima descrita, não vislumbramos qualquer dificul-dade para a tipificação da contravenção penal de direção perigosa de veículo na via-pública, capitulada no artigo 34 da LCP, vez que para a configuração dessa infração penal não é sequer exigível a existência de risco efetivo à segurança alheia, sendo su-ficiente a possibilidade de perigo à integridade de terceiros. Esse o entendimento firmado pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de alçada deste Estado, no julgamento dos embargos infringentes e de mulidade interposto na apelação criminal nº 6.199.(revista de direito, nº 17, fls 143/146).

Assim, dúvidas não podem subsistir quanto a incriminação dos praticantes do aludido "pega" na ação típica do artigo 34 da Lei de contravenções Penais, tendo em vista a conseqüente possibilidade de perigo a integridade de terceiros, in casu, assis-tentes da competição.

Situação controvertida, a merecer o nosso exame neste trabalho, diz respeito a eventual configuração do crime de exposição a perigo da vida ou da saúde de outrem, em razão do comportamento censurável atribuído aos participantes do "pega".

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indeter-CONTINUAÇÃO Fl nº 9

minado, o ilícito será de perigo comum, descaracterizado a figura típica descrita no artigo 132 do CP.

No caso em exame, a competição denominada "pega" oferece perigo indetermi-nado aos assistentes da corrida,, caracterizando com relação a estes, a contravenção penal de direção perigosa de veículos na via pública. É o que deixamos patenteado anteriormente neste pronunciamento.

Estabelecido esse entendimento, indagamos então: que a infração penal a ser imputada aos praticantes do "pega"com relação aos passageiros dos veículos concor-rentes e aos demais participantes da corrida?

Ao nosso ver, a ação incriminada a ser atribuída a cada um dos motoristas parti-cipantes seria a de expor a vida ou a saúde desses passageiros e dos demais competi-dores a perigo direto e iminente.

Isto porque, na hipótese formulada o perigo será concreto e a pessoa determina-da, estando assim caracterizados os elementos material (ação física) e subjetivo, ( do-lo eventual) do crime contemplado no artigo 132 do Código Penal.

Assim sendo, cada um dos participantes estará cometendo o delito do artigo 132 com relação aos demais contendores, praticando ainda, outro crime de exposição, a perigo contra os passageiros dos veículos que integram a disputa.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 10

ANEXO III À NOTA DE INSTRUÇÃO Nº0000/00

RECOMENDAÇÕES

1 - Infiltrar agentes da P/2 junto aos participantes visando:

- Apurar líderes dos grupos e identificação dos participantes (quase sempre os mesmos).

- Dias e horários dos "pegas".

- Fazer o levantamento das características dos veículos participantes, relacio-nando as placas para verificação posterior se as mesmas são "frias" ou verda-deiras.

- Número aproximado dos participantes e da assistência.

2 - Verificar os possíveis pontos de fuga dos participantes dos "pegas"a fim de blo-queá-los com viaturas dotadas de rádio que receberão comunicação das fugas dos veículos envolvidos por esta via.

3 - Fiscalizar e inflacionar os veículos envolvidos, apreendendo-os e conduzido-os em comboio para o depósito de veículos apreendidos da área, aplicando as infra-ções para o caso, de acordo com os artigos do RCNT, codificados para efeito de multas sob os números 85 e 86.

4 - Prender ou deter: participantes e elementos da assistência que se tornem hostis a ação policial, traficantes de tóxicos e viciados que são comuns a esses eventos e elementos que atentam contra o pudor público.

5 - Controlar, quando necessário, o trânsito nos locais, estabelecendo correntes de tráfego alternadas obrigando o deslocamento nas vias em velocidade reduzida.

6 - A ação repressiva sempre será precedida de um levantamento das P/2 das UOp, de acordo com o item 1 da missão desta OS e somente após este e muitos outros detalhes importantes a serem estudados pelas Unidades é que será possível pla-nejar com relativa segurança.

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CONTINUAÇÃO Fl nº 11

8 - os presos e detidos deverão ser encaminhados às respectivas DP para efeito de autuação.

9 - Independentemente da autuação pela autoridade processante, as infrações pre-vistas no RCNT serão aplicadas pela PM.

10 - Os veículos apreendidos serão conduzidos ao depósito de veículos apreendidos da respectiva área, após liberação pela autoridade processante quando procedida a autuação.

11 - os P/3 das UOp deverão remeter com a máxima urgência ao DETRAN, parte es-pecial minuciosa relatando o ocorrido e as placas dos veículos apreendidos, constando inclusive os que não puderam ser apreendidos por fuga.

12 - Em caso de necessidade as UOp poderão utilizar o BPChq em reforço, porém, mediante prévio planejamento e jamais isoladamente.

13 - Os CPA deverão relacionar as vias de realização de "pegas" onde a colocação de quebra-molas não acarretará prejuízo ao tráfego, enviando dita relação ao EM, para providenciar junto ao DETRAN.

14 - Os CPA deverão solicitar reboques à PM/4 com antecedência, caso julguem ne-cessário.

15 - As UOp deverão estabelecer policiamento preventivo nos locais, dentro de suas áreas de atuação, onde se realizam "pegas", a fim de evitar a realização dos mesmos.

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