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The University-Industry dynamics in the pharmaceutical

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Academic year: 2023

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A dinâmica Universidade-Empresa na área farmacêutica: Alguns indicadores gerais da ,QG~VWULD$FDGHPLD&LHQWt¿FDH*RYHUQRSDUD o caso brasileiro

The University-Industry dynamics in the pharmaceutical

¿HOG6RPHJHQHUDOLQGLFDWRUVRI,QGXVWU\$FDGHPLDDQG Government Science for the Brazilian case

1Paula G. Santos; *2Antonio C. Siani

1Programa de Pós- Graduação Lato Sensu em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos; Coordenação de Ensino e Capacitação, Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde Instituto de Tecnologia em Fármacos, )LRFUX]5XD&RPDQGDQWH*XDUDQ\V-DFDUHSDJXi5LRGH-DQHLUR5-%UDVLO

2,QVWLWXWRGH7HFQRORJLDHP)iUPDFRV)XQGDomR2VZDOGR&UX]5XD6L]HQDQGR1DEXFR0DQJXLQKRV 21041-250, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

*Correspondência:HPDLOVLDQL#IDU¿RFUX]EU

Palavras chave:

5HODomR8QLYHUVLGDGH(PSUHVD,QG~VWULD)DUPDFrXWLFD7ULkQJXORGH6iEDWR(VFULWyULRGH7UDQVIHUrQFLD de Tecnologia;

Keywords:

8QLYHUVLW\,QGXVWU\5HODWLRQVKLS3KDUPDFHXWLFDO,QGXVWU\6iEDWR7ULDQJOH7HFKQRORJ\7UDQVIHU2I¿FH

Resumo

(VWHHVWXGRID]XPEDOL]DPHQWRGDUHODomR8QLYHUVLGDGH(PSUHVD8(HPVXDDWXDomRQRVHWRUIDUPDFrXWLFR visto como impulsionador da inovação. A partir de análises publicadas sobre o tema na literatura, são aborda- GRVRVDVSHFWRVTXHFDUDFWHUL]DPD8QLYHUVLGDGHHD(PSUHVDVHSDUDGDPHQWHHHQWmRRSDSHOGR(VWDGRH os principais mecanismos de interação entre estes três agentes, de acordo com o modelo estabelecido para as LQVWLWXLo}HVQR³7ULkQJXORGH6iEDWR´SDUDGDUVXSRUWHj,QRYDomR1DYHUWHQWHGDLQG~VWULDHSURGXomRGHPH- dicamentos, foram levantados dados referentes ao mercado farmacêutico global e brasileiro. A atuação de aca- GHPLDFLHQWt¿FDQDFLRQDOIRLDERUGDGDQRDVSHFWRTXHWRFDjVVXDVSRWHQFLDOLGDGHVSDUDFRQWULEXLUFRPRDJHQWH LQRYDGRUQDiUHDIDUPDFrXWLFD$HYLGrQFLDGDSDUWLFLSDomRGR(VWDGRFRPRHOHPHQWRGLQDPL]DGRUGDUHODomR 8(IRLREVHUYDGDQDDSURYDomRGHSROtWLFDVS~EOLFDVQDSURVSHFomRGH¿QDQFLDPHQWRVHVSHFt¿FRVSDUDRVHJ- PHQWRIDUPDFrXWLFRHQDFULDomRGHyUJmRVHPHFDQLVPRVHVSHFt¿FRVGHFDWDOLVDomRLQVWLWXFLRQDOHPHVSHFLDO os Escritórios de Transferência de Tecnologia no Brasil. A última década revelou um crescimento constante da capacidade na geração de conhecimento pelo setor acadêmico, alinhada com um esforço em relacionar-se com RVHWRUSURGXWLYR2VUHVXOWDGRVGHVWDDSUR[LPDomR8(LQGX]LGRVHUHVSDOGDGRVSRUSROtWLFDVS~EOLFDVHHP EDVHVOHJDLVWrPSURGX]LGRDLQGDTXHLQVX¿FLHQWHPHQWHDOJXPDOLQKDPHQWRHQWUHHVWHVVHWRUHVLQVWLWXFLRQDLV LQWHUUHODFLRQDGRVQR7ULkQJXORGH6iEDWR8PQtWLGRLQGLFDGRUGHVVHSURJUHVVRpDLPSODQWDomRJUDGXDOGH(V- FULWyULRVGH7UDQVIHUrQFLDGH7HFQRORJLDQDVLQVWLWXLo}HVTXHSURGX]HPFRQKHFLPHQWRFRPRXPGRVSULQFLSDLV impactos visíveis da Lei de Inovação, aprovada há oito anos.

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Abstract

7KLV VWXG\ PDNHV D PDUNLQJ RI WKH UHODWLRQVKLS EHWZHHQ 8QLYHUVLW\ DQG ,QGXVWU\ 8, FRQFHUQLQJ WR WKH pharmaceutical sector, and regarded as a driver of innovation. From analyses published on the subject in the OLWHUDWXUH ZH IRFXV RQ WKH DVSHFWV WKDW FKDUDFWHUL]H WKH 8QLYHUVLW\ DQG WKH ,QGXVWU\ VHSDUDWHO\ DQG WKHQ WKH role of the State and the main mechanisms of interaction between these three agents, according to the model HVWDEOLVKHGIRUWKHLQVWLWXWLRQVDVVWDWHGLQWKH³6iEDWR7ULDQJOH´IRUVXSSRUWLQJWKHLQQRYDWLRQ,QWHUPVRILQGXVWU\

DQGSURGXFWLRQRIGUXJVGDWDZHUHFROOHFWHGIRUWKHJOREDOSKDUPDFHXWLFDOPDUNHWDQG%UD]LO7KHSHUIRUPDQFH RIWKHQDWLRQDOVFLHQWL¿FDFDGHP\DVSHFWZDVDGGUHVVHGLQWHUPVRIWKHLUSRWHQWLDOWRFRQWULEXWHDVLQQRYDWRULQ WKHSKDUPDFHXWLFDODUHD7KHHYLGHQFHRIVWDWHLQYROYHPHQWDVDG\QDPLFHOHPHQWRIWKH8,UHODWLRQVKLSZDV observed in the adoption of public policies, the prospect of targeted funding for the pharmaceutical segment, and WKHFUHDWLRQRIVSHFL¿FRUJDQVWRFDWDO\]HLQVWLWXWLRQDOPHFKDQLVPVSDUWLFXODUO\WKH2I¿FHRI7HFKQRORJ\7UDQVIHU LQ%UD]LO7KHODVWGHFDGHVKRZHGDVWHDG\JURZWKLQFDSDFLW\RINQRZOHGJHJHQHUDWLRQE\WKHDFDGHPLFVHFWRU LQOLQHZLWKHIIRUWVWRUHODWHWRWKHSURGXFWLYHVHFWRU7KHUHVXOWVRIWKLVDSSURDFK8(LQGXFHGDQGVXSSRUWHGE\

SXEOLFSROLFLHVDQGOHJDOEDVHVKDYHSURGXFHGDOEHLWLQVXI¿FLHQWO\VRPHDOLJQPHQWEHWZHHQWKHVHLQWHUUHODWHG LQVWLWXWLRQDOVHFWRUVLQWKH6iEDWR7ULDQJOH$FOHDULQGLFDWRURIWKLVSURJUHVVLVWKHJUDGXDOLPSODQWDWLRQRI2I¿FHV of Technology Transfer in the institutions that produce knowledge, as one of the major visible impacts of the Innovation Law, approved eight years ago.

Introdução

A passagem deste último século assistiu um pro- cesso conhecido como esgotamento da sociedade industrial e o ingresso na sociedade do conhecimen- to, onde as mudanças tecnológicas atingiram uma velocidade, profundidade e abrangência nunca an- WHVUHDOL]DGDVQDKLVWyULDKXPDQD(VWDPXGDQoDIRL PDUFDGDSHODYDORUL]DomRGDVDWLYLGDGHVGHFLrQFLD e tecnologia e de pesquisa e desenvolvimento, tanto nos setores públicos quanto dentro das empresas. À medida que se alcançou maior grau de interdepen- dência econômica, política e tecnológica entre os distintos agentes econômicos e países do mundo, a inovação tecnológica passou a ser um elemento chave da competitividade nacional e internacional.

Neste papel de criar e sustentar vantagens compe- titivas, a inovação vem crescentemente assumindo uma posição-chave para a compreensão de muitos problemas básicos da sociedade (Lopes e Barbosa, DSRQWRGHVHD¿UPDUTXHDFRPSHWLWLYLGDGH de uma nação depende da capacidade de inovar de suas indústrias (Mota, 1999).

Dado o seu caráter difuso e de largo alcance, e depen- dendo do foco e da abordagem, a inovação pode ser conceitualmente entendida a partir de diversas óticas (Plonski, 1995). Em sua vertente tecnológica, a Inova- omRWUDGX]GLUHWDPHQWHDVFDUDFWHUtVWLFDVGDHYROXomR da relação entre as atividades produtivas e a geração de conhecimento, e que historicamente consolidou como um processo que iniciava na pesquisa básica (nas universidades), ocupando o início da cadeia tec- nológica (e por isso vista como precursora do progres- VR WHFQROyJLFR H ¿QDOL]DYD QD HPSUHVD TXH UHSUH-

VHQWDYD D XVXiULD GD WHFQRORJLD GHVHQYROYLGD 'LQL]

e Oliveira, 2006). Entretanto, este modelo discreto e linear foi gradualmente substituído por uma visão neo- -schumpeteriana, que entende a inovação como um processo social e sistêmico (Cassiolato, 1996), onde o agente principal da inovação são as empresas em LQWHUDomR FRP GLYHUVDV RXWUDV LQVWLWXLo}HV FRQVWLWXt- das dentro de um sistema de inovação. Nesta visão, a empresa deixa de ser uma simples consumidora, para se tornar produtora e absorvedora de tecnologia;

e a universidade também se afasta do status de única geradora de pesquisa básica e conhecimento, tornan- do-se um agente do processo de inovação ao lado de RXWUDVLQVWLWXLo}HVLQWHJUDQWHGRVLVWHPD$LQRYDomR passa então a ser vista como um processo descon- WtQXRHLUUHJXODUPDUFDGRSHODVLQFHUWH]DVWDQWRHP relação aos recursos necessários, quanto à capacida- de e possibilidades de chegar aos resultados espera- GRVHPQtYHOWpFQLFRHPHUFDGROyJLFR'LQL]H2OLYHL- ra, 2006). Nos dias de hoje, detecta-se claramente, e dentro de um crescente consenso, que as atividades FRPIRFRQDLQRYDomRVmRFDGDYH]PDLVUHOHYDQWHV para a manutenção do desenvolvimento econômico no sistema capitalista, incluindo a transformação de SDGU}HVGHYLGDHDFULDomRGHQRYDVWHFQRORJLDV A promoção da Inovação Tecnológica requer forma- WRVRUJDQL]DFLRQDLVTXHFRQVLGHUHPIRUWHPHQWHHGH maneira igualmente relevante tanto os setores produ- tores e mantenedores de bens de consumo (também geradores de empregos), quanto os produtores de conhecimento e tecnologia. Os primeiros são repre- sentados pelas indústrias e empresas prestadoras de serviços, e os segundos pelos órgãos da academia FLHQWt¿FD RX VHMD 8QLYHUVLGDGHV H ,QVWLWXWRV GH &L-

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ência e Tecnologia (ICTs). A relação entre estes dois SRORV ± D FKDPDGD UHODomR 8QLYHUVLGDGH(PSUHVD 8(±HPHUJHFRPRXPGRVDVSHFWRVPHUHFHGRUGH crescente atenção por parte dos formuladores de po- OtWLFDVS~EOLFDV'H0HOORMiTXH¿FDHYLGHQWH que resultados favoráveis para as empresas também o são para o país.

$UHODomR8(SDVVRXDFRQVWLWXLUXPIRFRGHIRUPXOD- ção de políticas públicas, na perspectiva da necessi- dade de alinhar o setor público e o privado em se ade- quarem para atender aos imperativos dos mercados de bens e serviços, orientando-se pela oferta da glo- EDOL]DomRSURGXWLYDHGDHFRQRPLDGRFRQKHFLPHQWR /RSHVH%DUERVD$VLQRYDo}HVHPSURGXWRV serviços, processos, marketing, modelos de negócio, HPJHVWmRHHPIRUPDWRVRUJDQL]DFLRQDLVUHSUHVHQ- tam elementos decisivos, mas a Inovação Tecnológi- ca é o ponto central a ser analisado. Aqui a interface 8QLYHUVLGDGHRX,&7 (PSUHVDDVVXPHUHOHYkQFLD VX¿FLHQWHSDUDVHFRQVROLGDUSDXODWLQDHFRQFRPLWDQ- WHPHQWHFRPDVHYROXo}HVLQVWLWXFLRQDLV

O Triângulo de Sábato

$ LQWHJUDomR 8( p XP SURFHVVR KLVWyULFR FRQWtQXR cujo surgimento pode ser retroagido ao século XII, VLPXOWkQHR DR QDVFLPHQWR GDV SULPHLUDV XQLYHUVLGD- des na Europa. A trajetória desta evolução pode ser constatada no meticuloso estudo de Maia (2006), à OX] GRV DFRQWHFLPHQWRV SROtWLFRV H WUDQVIRUPDo}HV LQVWLWXFLRQDLVPXQGLDLVFRQYHUJLQGR¿QDOPHQWHSDUDR caso brasileiro; o qual é analisado decenalmente, com ênfase no período pós-Segunda Guerra até os dias atuais. Esse estudo evidencia claramente o paradig- PD8(QDHYROXomRGRVFRQFHLWRVGH,QRYDomRHGD GLQkPLFD HQWUH 8QLYHUVLGDGH,QG~VWULD*RYHUQR SDUD gerar melhorias e bem-estar social; principalmente vinculando os impactos positivos desta interação à consciência social da necessidade de contar com pro- JUDPDV SHUPDQHQWHV GH & 7 FRPR XPD EDVH SDUD a inovação tecnológica. Esta ideia consolidou-se no

¿QDOGDGpFDGDGHFRPDSURSRVWDGH6iEDWR e Botana (1968, apud Plonski, 1995; Dos Santos et DO TXH LQVHULX GH YH] D VRFLHGDGH FRPR GH- PDQGDQWHGD,QRYDomRDR³HVFODUHFHU´DLQVHUomRGR Governo (representante da sociedade) como principal stakeholder QHVWH SURFHVVR (VWD IRL UDFLRQDOL]DGD QXPD FRQ¿JXUDomR GHVFULWD JUD¿FDPHQWH SRU PHLR GHXPWULkQJXORRQGHR*RYHUQRUHSUHVHQWDRYpUWLFH superior que se apoia nos dois elementos representa- GRVSHOD(PSUHVDHVWUXWXUDSURGXWLYDHSHOD8QLYHU- VLGDGHLQIUDHVWUXWXUDFLHQWt¿FRWHFQROyJLFDJHUDQGR XPtFRQHTXH¿FRXFRQVDJUDGRFRPRR7ULkQJXORGH Sábato (Figura 1).

Figura 1 – 2 WULkQJXOR GH 6iEDWR )RQWH 6iEDWR H Botana (1968, apud Dos Santos et al., 2008).

%DVHDGRVHPHVWXGRVSURVSHFWLYRVFRPRKRUL]RQWH do ano 2000, em 1968 Sábato e Botana advogaram R GHVHQYROYLPHQWR FLHQWt¿FRWHFQROyJLFR D SDUWLU GH sua compreensão acerca do processo político de GHVHQYROYLPHQWR QDV VRFLHGDGHV FRQWHPSRUkQHDV UHFRPHQGDQGRFRPRHVWUDWpJLDSDUDYLDELOL]iODSHOD

³LQVHUomRGDFLrQFLDHDWHFQRORJLDQDSUySULDWUDPD GRSURFHVVRGHGHVHQYROYLPHQWR´,VVRUHVXOWDULDGD ação múltipla e coordenada dos três elementos funda- mentais para o desenvolvimento das sociedades con- WHPSRUkQHDVUHSUHVHQWDGRVQRVYpUWLFHVGRWULkQJXOR 3ORQVNL$SDUWLUGHVWDFRQ¿JXUDomRpSRVVt- YHOLQIHULUHPVHLQWUDUUHODo}HVHQWUHRVFRPSRQHQWHV GH FDGD YpUWLFH LQWHUUHODo}HV HQWUH SDUHV GH YpU- WLFHVHH[WUDUUHODo}HVTXHVHFULDPHQWUHUHODo}HV HVWDEHOHFLGDV H R H[WHULRU GR WULkQJXOR PRUPHQWH D sociedade). Embora atualmente esta equação possa representar uma redução na ótica de entendimento GD,QRYDomRFRPRXPSURFHVVRVLVWrPLFRHGLQkPLFR ela ainda é útil, quando se escolhe estabelecer o eixo GDUHODomR8(FRPRDJHQWHLPSRUWDQWHQRSURFHVVR de inovação.

$SUHRFXSDomRFRPRSDSHOGD3 'FRPRIDWRUSUR- pulsor do desenvolvimento tecnológico e social con- vergiu mais tarde para um modelo de discussão cor- UHODWRDRWULkQJXORGH6iEDWRGHQRPLQDGRGH+pOLFH Tripla (DAGNINO, 2003), que também se baseia em um esquema tridimensional, contudo mais focado QDVLQWUDUUHODo}HVHQWUHDVSDUWHTXHRFXSDPRVYpU- WLFHV 8( JRYHUQR H QR SDSHO TXH R (VWDGR GH- sempenha. Como o Estado se relaciona e interfere diferentemente em distintos países do mundo, onde o viés ideológico é relevante, este modelo assume de LQWHUDo}HV PRGXODo}HV TXH VmR UHFRQKHFLGDV FRPR VXESDGU}HVHQWUHRVDJHQWHV(W]NRZLW]H/H\GHVGRU- ff, 1996 apud De Oliveira e Velho, 2009). Como assi- nala Markovitch (apud Mota, 1999), na promoção da inovação, as universidades, indústrias, institutos de pesquisa e desenvolvimento e governo devem buscar uma sinergia que lhes permita interagir na busca de LQWHUHVVHVFRPXQV(VWDLQWHUDomRpXPGHVD¿RTXH surge como complementação ao desenvolvimento de cada um dos membros e, em consequência, da

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ciência, da tecnologia e da economia como um todo.

Cunha e Fischmann (2003), ao contrapor os distintos REMHWLYRVHPLVV}HVLQVWLWXFLRQDLVVLVWHPDWL]DUDPRV principais entraves nesta interação; assim como infe- riram as vantagens auferidas setorialmente, a partir de uma relação adequada entre elas.

Empresas farmacêuticas & Inovação

Entre as mais rentáveis do setor produtivo, um desta- que especial deve ser dado à indústria farmacêutica.

Num universo extremamente competitivo, estas orga- QL]Do}HVFDUDFWHUL]DPVHQmRVySRUXPDFODUDDJUHV- sividade mercadológica, com um arsenal que inclui a importante capacidade para inovar, aliada a uma forte e variada estratégia defensiva, cujo intuito é criar ou manter barreiras de entrada aos produtos concorren- tes e assim fortalecer sua posição. Neste cenário, a GH¿QLomR GH HVWUDWpJLDV FRQVLVWHQWHV SDVVRX D VHU uma necessidade, de maneira a se capacitarem para HQIUHQWDUDPELHQWHVFDGDYH]PDLVFRPSHWLWLYRVTXH DVREULJDPDDQiOLVHVFDGDYH]PDLVVR¿VWLFDGDVSDUD garantir ou transformar o planejamento em ação den- tro do timing DGHTXDGR 7RUUHV H 'H 6RX]D

&DEHjRUJDQL]DomRVHSRVLFLRQDUGHIRUPDDXWLOL]DU as regras do mercado a seu favor, em nome do ganho de desempenho, já que a obsolescência de tecnolo- gias e produtos assume hoje uma velocidade verti- ginosa. Isto resume um paradigma de Porter (2000, DSXG7RUUHV H 'H 6RX]D TXDQGR D¿UPD TXH

³QmR H[LVWH PDLV YDQWDJHP FRPSHWLWLYD SHUPDQHQ- WH´3DUDDWHQGHUDHVWHJUDXGHFRPSHWLWLYLGDGHDV FRUSRUDo}HV YrP VH WRUQDQGR JUDGXDOPHQWH PHQRV EXURFUiWLFDVHPDLVÀH[tYHLVHPDPELHQWHVPDLVGL- QkPLFRV$LQGDSDUD3RUWHUpSULPRUGLDOQRSURFHVVR de formulação da estratégia uma análise precisa dos mercados e sua competitividade, além do entendi- mento da posição relativa que cada empresa ocupa em seu segmento produtivo. A indústria farmacêutica é entendida, portanto, como intensiva em capital e ci- ência (science-based), e tem se destacado como uma das mais inovadoras entre os setores produtivos, com HPSUHVDVPXOWLQDFLRQDLVGHJUDQGHSRUWHFDSD]HVGH estimular e incorporar aos seus produtos os principais avanços de ponta, ocorridos nas ciências biomédicas, biológicas e químicas. A contrapartida reside nos re- VXOWDGRV HFRQ{PLFR¿QDQFHLURV GHVVDV HPSUHVDV situando-as entre as mais rentáveis em escala global (Capanema e Palmeira Filho, 2007).

A análise, participação e contribuição do setor empre- sarial para o sistema da inovação são movidas pela necessidade de gerar novos produtos e processos.

O diagrama da Figura 2 resume os fatores que, na atualidade, impulsionam o desenvolvimento da indús- tria farmacêutica e orientam os fatores que regem o crescimento deste mercado. Como forma de aumen- tar sua competitividade, as empresas farmacêuticas

±SULQFLSDOPHQWHQRVSDtVHVGHVHQYROYLGRV±WrPEXV-

cado variar as estratégias inovadoras para diminuição GRVULVFRVHWHPSRVGD3 '

Figura 2 – Fatores que impulsionam o mercado de medicamentos

Fonte: Fortscrhritt Consulting (2003 apud Assad, 2006)

Objetivos

O objetivo deste estudo é apresentar uma rápida análi- VHGDFRQVWUXomRGDUHODomR8QLYHUVLGDGH(PSUHVDQR contexto da Inovação para a área farmacêutica, dentro GDSHUVSHFWLYDGR7ULkQJXORGH6iEDWRFRQIRUPHDSOLFD- GRDRGHVHPSHQKRGRVVHXVDJHQWHVSULQFLSDLVD8QL- versidade, a Indústria e o Governo. Ainda que seja uma concepção anterior à Hélice Tripla, este estudo optou SHORPRGHORGH6iEDWRFRPREDVHXPDYH]TXHRRE- MHWLYRIRLUHVVDOWDUDLQWHUDomR8(WHQGRR(VWDGRFRPR catalisador, sem adentrar as nuances políticas deste

~OWLPRSDSHOQDVLQWHUUHODo}HVDTXLLQYHVWLJDGDV(VWH objetivo envolve o suporte de três vertentes analíticas:

‡ /HYDQWDPHQWRGHGDGRVTXDOLWDWLYRVHTXDQWLWDWLYRV referentes ao mercado farmacêutico global e bra- sileiro, estabelecendo valores-diagnósticos para a competitividade;

‡ /HYDQWDPHQWRGHLQIRUPDo}HVUHIHUHQWHVDRSDSHO HDWXDomRGHDFDGHPLDFLHQWt¿FDQDFLRQDOQRTXH toca às suas potencialidades para contribuir como agente inovador na área farmacêutica;

‡ (YLGrQFLDGDSDUWLFLSDomRGR(VWDGRQDDSURYDomR GHSROtWLFDVS~EOLFDVHRVHOHPHQWRVGLQDPL]DGR- UHVGDUHODomR8(HPHVSHFLDORV(VFULWyULRVGH Transferência de Tecnologia (ETTs) no Brasil.

Métodos

2SUHVHQWHHVWXGRVHFDUDFWHUL]DFRPRXPDSHVTXLVD GHVFULWLYDHTXDOLWDWLYDVREDSHUVSHFWLYDGR7ULkQJXOR de Sábato, complementada com alguns levantamen- tos numéricos. O suporte teórico foi construído a partir de pesquisas em diversas fontes de evidência docu- PHQWDLVOLYURVFDStWXORVHVSHFt¿FRVGHOLYURVSXEOL- FDo}HVHVSHFLDOL]DGDVWHVHVHGLVVHUWDo}HVUHVXPRV de congressos, e sítios da Internet).

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Resultados e Discussão

O mercado de medicamentos e as empresas:

aspectos gerais

A estrutura do mercado farmacêutico mundial pode VHUGH¿QLGDFRPRROLJRSyOLRXPDYH]TXHRVHWRUWHP VHXFRPSRUWDPHQWRLQÀXHQFLDGRIRUWHPHQWHSRUPXOWL- nacionais de grande porte. As 10 principais empresas GRVHWRUHPFRQFHQWUDUDPGRPHUFDGR WRWDOWHQGRD3¿]HUDPDLRUFRWDGRPHUFDGR VHJXLGD GD *6. GD 1RYDUWLV H GD 6DQR¿$YHQWLV FDGDXPDFRPDSUR[LPDGDPHQWHGD$VWUD=H- QHFDGD5RFKHHGD-RKQVRQ -RKQVRQFDGDXPD FRPDSUR[LPDGDPHQWHGD0HUFN &R e da Abbott e da Eli Lilly (ambas com aproximadamen- WH(VWDVSRXFDVFRUSRUDo}HVFRQFHQWUDPHP seus países de origem, as etapas iniciais do processo produtivo, que demandam maior esforço tecnológico, e distribuem em outros países unidades de manu- fatura e comércio dos medicamentos (Capanema e Palmeira Filho, 2007). A concentração deste merca- GR GHXVH SULQFLSDOPHQWH SRU SURFHVVRV GH IXV}HV H DTXLVLo}HV GH LQWHUHVVH GRV SULQFLSDLV JUXSRV GR VHWRUQXPSURFHVVRMXVWL¿FDGRSHORVHOHYDGRVFXVWRV de pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos )HUUHLUDDSXG7RUUHVH'H6RX]D$UFDU com estes custos tem sido um dos principais argu- PHQWRVSDUDDDGRomRGDHVWUDWpJLDGHIXV}HVHQWUH DVHPSUHVDVOtGHUHV±RTXHDFDUUHWDDFRQFHQWUDomR do mercado de medicamentos e a diminuição da di- versidade dos concorrentes. A Tabela 1 apresenta as GLVWULEXLo}HV FRQWLQHQWDLV GDV YHQGDV $V HPSUHVDV líderes do setor são multinacionais de grande porte TXHDWXDPGHIRUPDJOREDOL]DGD2V(VWDGRV8QLGRV ocupam o primeiro lugar em produção e também em consumo desse mercado.

Tabela 1 – Vendas do Mercado Farmacêutico Mundial:

Distribuição Continental em 2008

O mercado farmacêutico também é concentrado em termos de produtos. Em 2009, os 10 medicamentos PDLVYHQGLGRVQRPXQGRWRWDOL]DUDPYHQGDVVXSHULR- UHV D 86 ELOK}HV FRPR PRVWUD D7DEHOD FRP R UHGXWRU GH FROHVWHURO R /LSLWRU GD 3¿]HU Ki DQRV liderando a lista. Aqueles medicamentos cujas vendas anuais superam 1 bilhão são denominados blockbus- ters. Nas últimas duas décadas, a representatividade dos blockbustersDXPHQWRXPDLVGHQRWRWDOGH vendas do setor farmacêutico (Bastos, 2005). Neste DPELHQWH FRPSHWLWLYR JOREDO LQWHQVR H GLQkPLFR D inovação de produtos e processos é o ponto principal da competição (Whellwright e Clark, 1992).

Tabela 2 – Ranking dos 10 medicamentos mais vendidos no mundo em 2009

Mercado Mundial

Venda 2008 (US$ bi)

% Vendas Mundiais

% Cresci- mento US$

(2007-2008) Mercado

total 724,5 100,0 4,4

América do

Norte 311,9 43,1 1,3

Europa 237,4 32,8 5,4

ÈVLDÈIULFD

e Austrália 72,3 10,0 15,7

Japão 68,6 9,5 2,6

América

Latina 34,3 4,5 12,9

Fonte: IMS Health-Wolrd Review Conference 2009 (apud 7RUUHVH'H6RX]D

Ranking Medica- mento

Classe terapêu- tica

Empresa

Venda 2009 (US$ bi)

1 Lipitor

Redutor de coles-

terol

3¿]HU 11,7

2 Plavix Anti-coa- gulante

6DQR¿

Bristol 9,6

3 Advair $VPD

COPD*

GlaxoS-

mithKline 9,0

4 Remica-

de Artrite - - 7,4

5 Enbrel Artrite 3¿]HU

Amagen 7,1

6 Humira artrite Abbot 6,8

7 Avastin Cancer Roche 6,7

8 Rituxan

Doenças auto- -imunes

Roche 6,1

9 Diovan

Anti- -hiperten-

sivo

Novartis 6,0

10 Crestor

Redutor de coles-

terol

$VWUD]H-

neca 5,8

*COPD = Chronic obstructive pulmonary disease.

)RQWHKWWSZZZSKDUPDORWFRPWKHZRUOGVELJ- JHVWVHOOLQJGUXJLQZLOOEH

Dados da IMS Health (empresa que referencia os dados de vendas da indústria farmacêutica mundial) indicam que em 2008 o mercado mundial de produtos IDUPDFrXWLFRV PRYLPHQWRX ELOK}HV GH GyODUHV FRP XPD WD[D GH FUHVFLPHQWR GH HP UHODomR a 2007, estimando-se um valor de 825 bi de dólares

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movimentados em 2009. Devido a esse dinamismo GRVHWRUKiSUHYLV}HVGHVHPDQWHUXPFUHVFLPHQWR HQWUHDWp$PDUDOHWDO/RX IMS, 2011). Quando inserido no contexto acima, o crescimento da indústria farmacêutica global, por si só, é uma evidência do valor da inovação. Convém ainda mencionar que a indústria farmacêutica é al- WDPHQWH LQWHUQDFLRQDOL]DGD$V JUDQGHV PXOWLQDFLR- nais do setor estão distribuídas nos mais diversos países, moldando-se de acordo com a infraestrutura neles existente, orientando-se por uma estratégia que opera segundo quatro estágios: (I) pesquisa H GHVHQYROYLPHQWR 3 ' ,, SURGXomR GH IDUPR- químicos; (III) produção de especialidades farma- FrXWLFDV H ,9 PDUNHWLQJ H FRPHUFLDOL]DomR GDV especialidades farmacêuticas. No Brasil, a maioria das subsidiárias opera no terceiro e quarto estágios (com menor densidade tecnológica), e algumas no segundo; tendo havido nos últimos anos poucas tentativas de atividades referentes ao primeiro está- gio, motivadas pelos benefícios associados ao Pro- grama de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) (Capanema, 2006; Capanema e Palmeira Filho, 2007; Frenkel, 2002).

O mercado farmacêutico brasileiro, um dos maio- res e mais atrativos do mundo, também é domina- do pelas grandes indústrias transnacionais. No en- tanto, nos últimos 15 anos, ocorreram importantes PRGLILFDo}HV FRPR D HQWUDGD HP YLJRU GD /HL GH Patentes e a introdução dos medicamentos genéri- cos. Este fato conferiu um caráter ainda mais com- petitivo a essa indústria, impondo a cada um dos concorrentes o estabelecimento de estratégias de FRPSHWLomR EHP GHILQLGDV SDUD PDQWHU HRX HOH- YDUVXDSDUWLFLSDomRQRPHUFDGR(VWDVDOWHUDo}HV tiveram um visível impacto na oferta, já que as em- SUHVDVQDFLRQDLVUHVSRQGLDPHPSRU do valor das vendas de medicamentos e em mar- ço de 2005 já haviam aumentado sua participação SDUD &DSDQHPD H 3DOPHLUD )LOKR 7RUUHVH'H6RX]D(VWDWHQGrQFLDYHPVH confirmando ao se observar os resultados de abril GH VRPDGR R IDWXUDPHQWR GDV GH] PDLRUHV HPSUHVDVTXHRSHUDPQR%UDVLOGDYHQGDWR- tal do mercado), a participação das 4 empresas na- FLRQDLVPHOKRUHVFRORFDGDVQRUDQNLQJpGH conforme Tabela 3.

Ranking Medica- mento

Classe terapêu- tica

Empresa

Venda 2009 (US$ bi)

1 Lipitor

Redutor de coles-

terol

3¿]HU 11,7

2 Plavix Anti-coa- gulante

6DQR¿

Bristol 9,6

3 Advair $VPD

COPD*

GlaxoS-

mithKline 9,0

4 Remica-

de Artrite - - 7,4

5 Enbrel Artrite 3¿]HU

Amagen 7,1

6 Humira artrite Abbot 6,8

7 Avastin Cancer Roche 6,7

8 Rituxan

Doenças auto- -imunes

Roche 6,1

9 Diovan

Anti- -hiperten-

sivo

Novartis 6,0

10 Crestor

Redutor de coles-

terol

$VWUD]H-

neca 5,8

Tabela 3 – Top 10 do Ranking de Corporações no Mercado Brasileiro

)RQWH,0630%±0$7$%5,/DSXG7RUUHVH'H6RX- ]D1 1DFLRQDO

Estes valores demonstram que a indústria farmacêuti- FDEUDVLOHLUDWDPEpPDSUHVHQWDXPDGLQkPLFDGHIRUWH RULHQWDomRSDUDRPHUFDGRXPDYH]TXHDVHVWUDWp- gias desenvolvidas consideram amplamente os com- petidores e o pleno conhecimento das necessidades dos clientes. No entanto, um mesmo segmento indus- trial apresenta diferentes estratégias competitivas, as quais variam conforme o nicho de atuação quer seja no segmento de marca, genéricos ou medicamentos isentos de prescrição. Aqui é importante observar que as quatro maiores empresas nacionais do mercado concentram-se no segmento de genéricos, respon- GHQGRSRUGDVYHQGDVHP$EULOGH7RUUHV H'H6RX]D$VVLPDRPHQRVQRTXHWDQJHD esta maior fatia do mercado, a inovação como diferen- FLDOGHFRPSHWLWLYLGDGHGHYHHVWDUORFDOL]DGDPDLVQRV WHUUHQRVGDRUJDQL]DomRHPDUNHWLQJGRTXHHPEXWLU XPODVWURWHFQROyJLFRVLJQL¿FDWLYR+RMHpGH¿QLWLYRR fato de que o componente de maior impacto na ca- deia produtiva e, portanto, na atividade inovadora em medicamentos em geral, são as tecnologias de quí- PLFD¿QDDVVRFLDGDVjREWHQomRGRVIDUPRTXtPLFRV HVHXVLPSDFWRVQDYHUWLFDOL]DomRGRVSURFHVVRVGH IDEULFDomR$EL¿QD

(7)

O Brasil é o décimo mercado mundial em produtos da indústria farmacêutica. Em 2005, movimentou um PHUFDGRGH86ELGRYDORUPXQGLDOQD- quele ano), representando um crescimento anual de HPUHODomRD*UDQGHSDUWHGHVWHDXPHQWR deveu-se ao crescimento no consumo de genéricos ,06 0,'$6Š DSXG &DSDQHPD H 3DOPHLUD )LOKR 2007). Ainda na décima posição em 2010, Barreiro e Pinto (2010) mencionam que o mercado brasileiro GHPHGLFDPHQWRVIRLHVWLPDGRHP5ELOK}HVFRU- UHVSRQGHQGR D DSUR[LPDGDPHQWH GR PHUFDGR global, sendo o primeiro da América Latina, e repre- sentando uma fatia considerável do mercado mundial.

Por outro lado, considerando-se um valor médio de 6 ELOK}HVGHGyODUHVSRUDQRRJDVWRPpGLRper capita pGH86RTXHHVWiPDLVSUy[LPRGHSDtVHVDIUL- FDQRVFHUFDGH86TXHGRVSDtVHVULFRVDSUR[L- PDGDPHQWH86$GLFLRQDOPHQWHRDFHVVRDRV medicamentos ocorre de forma muito desigual, com GRPHUFDGRIDUPDFrXWLFRVHQGRFRQVXPLGRSRU DSHQDVGDSRSXODomR2VHWRUS~EOLFRpRSULQ- cipal comprador de produtos farmacêuticos no Brasil (Vidotti e Castro, 2009).

8PDLQVSHomRGRVPHGLFDPHQWRVOLVWDGRVQRUDQNLQJ da Tabela 2 como os mais lucrativos do mercado mostra que eles coincidem com a base terapêutica da Figura 2. Este contexto, portanto, tem comanda- do a maioria dos investimentos e, por conseguinte, da inovação alcançada no setor farmacêutico. Na visão de Vogt e Ciacco (1995, apud Cunha e Fischmann, DVLQWHUDo}HVHQWUHPHUFDGRHSURJUHVVRWpF- nico ocorrem com mais desenvoltura dentro da visão da lucratividade como sustentáculo do sucesso nos processos inovadores. Por outro lado, alguns gover- nos procuram manter programas ou subprogramas GH¿QDQFLDPHQWRHVSHFt¿FRSDUDDWHQGHUjGHPDQGD VRFLDOGHGRHQoDVPHQRV³OXFUDWLYDV´SDUDDLQG~VWULD FRPR H[HPSOL¿FDP DOJXQV VXEVtGLRV SRU H[HPSOR para as consideradas doenças negligenciadas (Henri- ques et al., 2005).

$FDGHPLDFLHQWL¿FDDVSHFWRVJHUDLV e potencialidades

Para avaliar as potencialidades e a contribuição do setor acadêmico, Rapini (2007) investigou a interação universidade-empresa no Brasil por meio de informa- o}HVGLVSRQtYHLVQR'LUHWyULRGRV*UXSRVGH3HVTXLVD do CNPq (GP) coletadas no Censo 2002. Esta fer- UDPHQWD WHP VLGR XWLOL]DGD HP SXEOLFDo}HV YDULDGDV sobre a capacidade nacional em pesquisar e desen- volver tecnologia, já que, desde meados de 1960, no Brasil se forma um numero expressivo de pós-gradu- DGRV$OYHV8PLQGLFDGRUGLVVRpRTXDQWLWDWL- vo de cerca de 35.000 mestres e de 11.000 doutores, formados no ano de 2007, pelos 1.819 programas de pós-graduação stricto sensu ofertados por 196 insti-

WXLo}HVFLHQWL¿FDVHWHFQROyJLFDVHPVXDPDLRULDXQL- YHUVLGDGHVS~EOLFDV,VVRID]GR%UDVLORGHWHQWRUGH GDSURGXomRFLHQWL¿FDLQGH[DGDPXQGLDORTXH curiosamente, equivale ao percentual de seu PIB no PIB mundial. Já o percentual das patentes deposita- das pelo Brasil em relação ao total mundial no escri- WyULRDPHULFDQRGHSDWHQWHVpGDRUGHPGHUH- VXOWDQGRQXPDSDUWLFLSDomRYH]HVPHQRUGRTXHD SURGXomRFLHQWL¿FDLQGH[DGD8PDGDVFDXVDVGHVVH baixo desempenho em inovação é a pouca participa- omRGHFLHQWLVWDVEUDVLOHLURVHPODERUDWyULRVGH GHVHQYROYLPHQWRLQGXVWULDO'H0HOOR8WLOL]DQ- do como ferramenta de prospecção o relacionamento dos GPs com empresas, de acordo com nove mo- GDOLGDGHVGHWHFWDGDVLQIRUPDo}HVGHFODUDGDVSHORV OtGHUHVGRV*3VDEUDQJHQGRLQVWLWXLo}HV (Censo CNPq 2002), Rapini (2007) aponta a existên- FLD GH *3V GR WRWDO H EDL[DV SDUWLFLSD- o}HVQDVJUDQGHViUHDVGH&LrQFLDV([DWDVHGD7HUUD HGH&LrQFLDV%LROyJLFDVFRPUHVSHFWLYDPHQWH H GR WRWDO GRV UHODFLRQDPHQWRV 1R HQWDQWR R autor aponta como preocupante o resultado na área GH&LrQFLDVGD6D~GHFRPDSHQDV

Avanços na atuação do governo

Como mencionado acima, o complexo farmacêutico EUDVLOHLURpKRMHFRPSRVWRSRUGLYLV}HVGHHPSUHVDV multinacionais focadas nos elos de menor agregação GH YDORU H SRU HPSUHVDV QDFLRQDLV SRXFR FDSLWDOL]D- GDVHFRPEDL[DFDSDFLGDGHGHLQRYDomRÈYLOD Frenkel, 2002). No entanto, houve um ganho no de- senvolvimento de competências nas universidades e institutos de pesquisa que, em alguma medida, estão DWpKRMHSUHVHUYDGDVHWDOYH]WHQKDPFRQWULEXtGRVLJ- QL¿FDWLYDPHQWHSDUDRPDLVUHFHQWHGHVHQYROYLPHQWR de pequenas empresas de maior conteúdo tecnológico 6DOOHV)LOKRDSXGÈYLOD1HVWHFHQiULR resta ao atual e futuros governos a formulação de es- tratégias que considerem tornar o ambiente institucio- nal mais favorável à inovação na área farmacêutica, assim como no desenho de instrumentos adequados à diversidade de atores que dele devem participar. É ne- cessário corrigir a atuação não homogênea do Estado na Economia, ação que, apesar de ter sido prepon- derante no desenvolvimento dos principais segmentos da indústria nacional (ao assumir, por longo período, RFRQWUROHGDVGHFLV}HVGHLQYHVWLPHQWRVHLQFHQWLYDU a superação de barreiras tecnológicas), não estendeu esta prerrogativa para o complexo farmacêutico. Agra- vada por uma política controversa de propriedade in- telectual (numa economia então fechada), a estratégia GD EXVFD GH IiUPDFRV LQRYDGRUHV ¿FRX DEDQGRQDGD QDV~OWLPDVGpFDGDVFRPRHVIRUoRWHFQROyJLFR¿FDQ- do centrado nos processo de engenharia reversa para RVIiUPDFRVÈYLOD

Na perspectiva temporal e considerando o subsiste- ma de inovação farmacêutica no Brasil, De Freitas

(8)

UHVXPH DV LPSOLFDo}HV GD DEHUWXUD QD HFRQR- mia, durante os anos 1990 na diminuição da produção H DXPHQWR JHQHUDOL]DGR GRV SUHoRV GH PHGLFDPHQ- tos. A instabilidade macroeconômica e os impactos da abertura levaram à adoção de novas estratégias de so- brevivência por parte das empresas, e no setor farma- cêutico, culminaram com a decisão governamental de FRQWUROHGHSUHoRV3DUDHVWH¿PIRLFULDGDD&kPDUDGH Medicamentos (CAMED; Lei 10213, de maio de 2011), que também foi concomitante com os avanços mais FRQFUHWRV GR PDUFR UHJXODWyULR SDUD RV ¿WRWHUiSLFRV MiTXHVHPRVWDWXVGHPHGLFDPHQWRVRV¿WRWHUiSLFRV escapariam desta alçada (De Freitas, 2007). O Brasil já contou com uma importante iniciativa governamental para obtenção de novos fármacos a partir de recursos GDELRGLYHUVLGDGHXWLOL]DQGRDFRPSHWrQFLDFLHQWt¿FR- -tecnológica existente no país. Tal iniciativa foi o Progra- ma de Pesquisa em Plantas Medicinais da Central de 0HGLFDPHQWRV3330&(0(LQLFLDGRQRVDQRVH desativado na década posterior. Entre os anos de 1983 HR3330GD&(0(¿QDQFLRXSURMHWRVHQ- YROYHQGRLQVWLWXLo}HVGHHQVLQRHSHVTXLVDHHPSUH- VDVFRQVHJXLQGRUHXQLUGH]HQDVSHVTXLVDGRUHV 'HVGHHQWmRDOJXQVPHFDQLVPRVOHJDLVLQVWLWXFLRQDLV foram e estão sendo implementados, e afetam direta- mente o desempenho da indústria farmacêutica nacio- nal como, por exemplo, Lei 9.279 de 1996 (nova Lei de Propriedade Industrial), que assegurou privilégios de propriedade para os setores alimentício, químico- -farmacêutico e de medicamentos; Portaria 3.916 de 1998, que criou a Política Nacional de Medicamentos;

Lei 9.787 de 1999, que regulamentou os medicamen- tos genéricos no país; e mais recentemente, a já cita- da Lei de Inovação, que dispôs vários incentivos para DLQRYDomRFLHQWt¿FRWHFQROyJLFDHQIDWL]DQGRRJDQKR de competitividade pelas empresas. Esta seguiu a Lei GHFRQKHFLGDFRPR³/HLGR%HP´TXH GLVSXQKD QR &DStWXOR ,,, LQFHQWLYRV ¿VFDLV DXWRPiWL- FRV SDUD HPSUHVDV TXH UHDOL]DVVHP 3 ' , SHUPL- tindo o uso de recursos públicos para custear parte da remuneração de mestres e doutores executando 3 'QDVHPSUHVDV$LQGDVmRUHOHYDQWHVGHPHQomR a Lei 10.972 de 2004, que criou a HEMOBRAS (Em- presa Bra¬sileira de Hemoderivados e Biotecnologia) HD/HLGH³/HLGH%LRVVHJXUDQoD´TXH regulamentou as ativida¬des de biotecnologia, de SURGXomR H FRPHUFLDOL]DomR GH RUJDQLVPRV JHQHWL- FDPHQWH PRGL¿FDGRV FULDQGR D &71%LR &RPLVVmR Técnica Nacional de Biossegurança) e conferindo-lhe a responsabilidade pela análise técnica dos pedidos de plantio de transgênicos e de estabelecer diretri- ]HVSDUDXVRGHFpOXODVWURQFRHPSHVTXLVD$OYRGH debates desde 1995, a questão de acesso à biodi- versidade e consequente repartição de benefícios, o tema está regulamentada hoje pela Medida Provisória FRPDSRVWHULRUFULDomRGR&RQVHOKRGH Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) (www.mma.

gov.br) (Marinho et al., 2008).

1HVWH SDQRUDPD JHUDO GH Do}HV GH LQFHQWLYR H UH- gulação pelo governo, é especialmente importante a presença da in¬dústria de fármacos e medicamentos como um dos setores priorita¬riamente contempla- dos na PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior), lançada em março de 2004. A PITCE apresenta como uma das suas principais ca- racterísticas o fato de ter sido elaborada como parte GHXPFRQMXQWRGHDo}HVTXHFRPS}HPDHVWUDWpJLD de desenvolvimento adotada pelo Governo Federal, RE¤MHWLYDQGR DXPHQWDU D H¿FLrQFLD GD HVWUXWXUD SUR- dutiva, a capacidade de inovação das empresas e a H[SDQVmRGDVH[SRUWDo}HV$OJXPDVDo}HVGD3,7&(

para fármacos e medicamentos se encontram em exe- FXomRGLVSRQLELOL]DQGRUHFXUVRVGR)XQGR6HWRULDOGH 6D~GH &76$Ò'( H GR )XQGR 1DFLRQDO GH 6D~GH )16$OJXPDVDo}HVVmRGHFDUiWHUJHUDOQRHVWtPX- ORHFRQ{PLFR¿QDQFHLURFRPHUFLDOHWHFQROyJLFRSDUD DV HPSUHVDV j UHDOL]DomR GH DWLYLGDGHV GH 3 ' , RXWUDVVmRHVSHFt¿FDVSDUDDiUHDIDUPDFrXWLFDHGD saúde como a iniciativa de criação da rede REMATO (Rede Multicêntrica de Avaliação de Implantes Orto- pédicos) e da empresa da HEMOBRAS; o programa PROFARMA (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica) do BNDES para estimular a produção de medicamentos e seus insu- mos; o apoio aos investimentos das empresas para adequação às exigências da ANVISA; e outras.

Em 2004, foi criada a ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, para promover o desen- volvimento industrial e tecnológico por meio do au- mento da competitividade e da inovação, com princi- pal enfoque nos programas e projetos estabelecidos pela PITCE, da qual é a coordenadora, articuladora e promotora, funcionando como ligação entre as di- UHWUL]HV HVWUDWpJLFDV GLVFXWLGDV HP YiULDV LQVWkQFLDV governamentais e na sociedade civil e os executores de políticas públicas. Em 2008, o Ministério da saú- de assinou a Portaria no 978, que institui que a lista de produtos considerados prioritários para o Sistema ÒQLFRGH6D~GH686VHMDUHYLVDGDDFDGDGRLVDQRV pelo ministério. O objetivo foi servir de referência para a Anvisa no processo de registro de medicamentos e DSRLDUR%1'(6QDVRSHUDo}HVGHSDUWLFLSDomRGRV resultados do Programa de Apoio ao Desenvolvimen- to do Complexo Industrial da Saúde (Profarma).

1RFDVRGR%UDVLO±XPSDtVGHHFRQRPLDHPHUJHQWH

±RPHUFDGRIDUPDFrXWLFRWHPVHXFUHVFLPHQWROLPLWD- do pela renda da população. No entanto, atualmente já se reconhece a cadeia farmacêutica como opção estratégica dentro de uma política industrial que vem se consolidando gradualmente. Neste percurso, um marco importante foi a criação do Fórum de Compe- titividade da Cadeia Farmacêutica, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pelo Ministério da Saúde (MS), que YHPSURGX]LQGRDo}HVFRQFUHWDVHPGLUHomRDRHVWD-

(9)

belecimento de um ambiente propício para a Inova- ção; onde se podem destacar: (i) ofertas de crédito GLIHUHQFLDGRDWUDYpVGD)LQHSHGR%1'(6LLDo}HV GHGHVRQHUDomR¿VFDOLLLSURSRVWDVSDUDDXPHQWDUD efetividade do poder de compra do governo; (iv) cor- UHo}HVGHEDUUHLUDVWDULIiULDVHYUHIRUoRGDDWHQomR para o segmento biotecnológico na indústria farma- cêutica (Capanema e Palmeira Filho, 2007).

'HVWD PDQHLUD DV Do}HV UHVXOWDQWHV GR )yUXP WrP LQGX]LGR Do}HV GH LPSDFWR QRV VHWRUHV HQYROYLGRV com a inovação farmacêutica em suas diversas ver- WHQWHV SULQFLSDOPHQWH LQGX]LQGR R HQJDMDPHQWR GR empresariado nacional em processos de pesquisa e desenvolvimento, incluindo em suas estratégias a atividade inovadora, e contribuindo para a elevação GRV SDGU}HV GH H[LJrQFLD VDQLWiULD QD LQG~VWULD (V- WDVDo}HVFRQWULEXHPSDUDUHIRUoDUDOJXPDVUHODo}HV IXQGDPHQWDLVHGLQDPL]DURWULkQJXORGH6iEDWRDSOL-

Edital FINEP Valor (milhões)

&DUWD&RQYLWH0&7),1(3$omR7UDQVYHUVDO±&RRSHUDomR,&7V(PSUHVDV± 67,75

&KDPDGD3~EOLFD0&76(%5$(),1(3$omR7UDQVYHUVDO±&RRSHUDomR,&7¶V±0LFURH3HTXH-

QDV(PSUHVDV± 39,50

&DUWD&RQYLWH0&706),1(3±$omR7UDQVYHUVDO±&RRSHUDomR,&7V(PSUHVDV±,QRYDomRHP

3URGXWRV7HUDSrXWLFRVH'LDJQyVWLFRV± 63,57

&KDPDGD3~EOLFD0&7),1(36XEYHQomR(FRQ{PLFDD,QRYDomR± 300,00

&KDPDGD3~EOLFD0&7),1(3±3$33(6XEYHQomR± 150,00

&DUWD&RQYLWH0&7),1(33URJUDPDGH6XEYHQomR3HVTXLVDGRUQD(PSUHVD±6H- OHFLRQDU HPSUHVDV ORFDOL]DGDV QR WHUULWyULR EUDVLOHLUR LQWHUHVVDGDV HP REWHU VXEYHQomR GH apoio à inserção de novos pesquisadores, titulados como mestres ou doutores, em atividades GHLQRYDomRWHFQROyJLFDQDVHPSUHVDVFRQIRUPHGLVSRVWRQRDUWLJRGD/HLQž

(Lei do Bem).

60,00

Edital BNDES Valor (milhões)

PROFARMA Programa de Apoio ao Fortalecimento da Cadeia Produ- tiva Farmacêutica Seus subprogramas são: Produção, Fortalecimento GH(PSUHVDV1DFLRQDLVH3 ' ,±

Recursos reembolsáveis com modalidades de apoio diferenciadas

)817(&)XQGR7HFQROyJLFR 5HFXUVRVQmRUHHPEROViYHLVHP3 ' ,FRP UHVHUYDVGHDWpPLOK}HVGH5HDLV

3URJUDPD%1'(6(PSUHVDV6XVWHQWiYHLVQD$PD]{QLD 80

Quarta Chamada: Seleção de Fundo na modalidade Venture Capital YROWDGRSDUDRVVHWRUHVGHELRWHFQRORJLDHRXQDQRWHFQRORJLD

3DUWLFLSDomRGHDWpGRSDWULP{QLRFRPSUR- metido com o fundo

Programa BNDES de Microcrédito (2011-2012) 450

Programa BNDES de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Indus- trial da Saúde - BNDES Profarma Seus subprogramas: Produção, Ex- portação, Inovação e Reestruturação (2012)

Recursos reembolsáveis com modalidades de apoio diferenciadas

BNDES PSI - Inovação (2012) 200

BNDES Fundo Tecnológico - BNDES Funtec (2011) 5HFXUVRVQmRUHHPEROViYHLVHOLPLWDGDVD do valor total do projeto.

Fundo de Estruturação de Projetos - BNDES FEP (2010) Recursos não reembolsáveis.

BNDES Fundo Social (2009) Recursos não reembolsáveis com modalidades

de apoio diferenciadas.

cado à área farmacêutica, elevando a competitividade do parque industrial instalado no país. Assim, apesar GRVHQRUPHVGHVD¿RVDLQGDSUHVHQWHVSDUDDFRQVR- lidação da cadeia produtiva farmacêutica no país, é inegável a existência de uma conjuntura favorável, através da qual os agentes econômicos são motiva- dos ao processo coletivo de construção (Capanema e Palmeira Filho, 2007). É relevante se destacar, entre DVSULQFLSDLVGLUHWUL]HVDDWHQomRGDGDDRVSURGXWRV de origem vegetal. Neste segmento, paralelamente ao avanço regulatório nos últimos, um painel dos edi- WDLVS~EOLFRVYROWDGRVSDUDR¿QDQFLDPHQWRGDSROtWLFD praticada nos últimos anos oferece um diagnóstico, grosso modo, da contribuição do Estado em cumprir VHXSDSHOGHGLQDPL]DGRUGDVLQWHUUHODo}HV8(GH 6iEDWR(VWHOHYDQWDPHQWRIRLUHDOL]DGRQRVsites es- SHFt¿FRVGR%1'(6HGD),1(3SDUDRVDQRV 2006. O resultado encontra-se na Tabela 4.

Tabela 4 – Chamadas Públicas FINEP & Instrumentos de Apoio BNDES*

*Período-base:2000-2010. Informações detalhadas a respeito dos instrumentos de apoio citados podem ser acessadas pelo siteZZZEQGHVJRYEUHZZZ¿QHSJRYEU

(10)

Instrumentos Dinamizadores da rela- ção Universidade-Empresa na pers- pectiva do Triângulo de Sábato

1R 7ULkQJXOR GH 6iEDWR DV UHODo}HV YHUWLFDLV ± JR- YHUQRFRPXQLYHUVLGDGHVHHPSUHVDV±VmRDVPDLV XWLOL]DGDV QRUPDOPHQWH ID]HQGR SDUWH GH XP SURMH- WR JRYHUQDPHQWDO 4XDQWR jV UHODo}HV KRUL]RQWDLV

± XQLYHUVLGDGH FRP DV HPSUHVDV ± HVWDV ³VmR DV mais difíceis de estabelecer, e ao mesmo tempo as PDLV LQWHUHVVDQWHV GH VHU H[SORUDGDV´ 5HLV

±LQFOXLQGRVHQLVVRRSDSHOFDWDOLVDGRUGRJRYHUQR Mesmo havendo exemplos de casos bem-sucedidos de cooperação entre universidades e empresas, tais relacionamentos nem sempre foram encarados como DOJRQDWXUDO$SDUFHULD8(WHPVLGRLQFHQWLYDGDHP vários países desenvolvidos e é considerada a gran- de responsável pelo desenvolvimento tecnológico de várias áreas do conhecimento como, por exemplo: in- formática, saúde e ciência dos materiais, entre outras.

Na Europa, a interação tem sido incentivada como HVWUDWpJLD GH JOREDOL]DomR GD HFRQRPLD 1RV (VWD- GRV8QLGRVXPDOHLJDUDQWHjVXQLYHUVLGDGHVPDLRU participação nos lucros provenientes dos resultados GHSHVTXLVDV¿QDQFLDGDVFRPYHUEDVIHGHUDLV9RJWH Ciacco, 1995 apud Cunha e Fischmann, 2003).

$RDQDOLVDUDOJXPDVSXEOLFDo}HVQDiUHD&RXWLQKR 1999) sobre a superação da fragilidade tecnológica e a ausência de cooperação no sistema de inovação EUDVLOHLUR 0RWD D¿UPD TXH FDEH DR (VWDGR FULDU FRQGLo}HV SDUD TXH HVWD LQWHUDomR RFRUUD GH forma a colaborar para o objetivo maior de capacitar tecnologicamente o sistema produtivo. Atendo-se à SHUVSHFWLYDGRVVXEVLVWHPDVFLHQWt¿FRWHFQROyJLFRD autora enumera 4 instrumentos como impulsionado- UHV GD ,QWHUDomR 8( HVWtPXOR DR VHWRU SULYDGR para incluir permanentemente em suas estratégias um reforço das atividades relacionadas à educação, ciência e tecnologia; (2) dinamismo tecnológico do se- tor industrial pelo aumento da conectividade entre os GLYHUVRVDJHQWHVGRVLVWHPDGH& 7HPSUHVDVHQWL- dades de pesquisa, prestadores de serviços tecnoló- JLFRVLQVWLWXLo}HVJRYHUQDPHQWDLVHWFLQGX]LQGRD cooperação como forma de expandir e acelerar o pro- FHVVR GH DSUHQGL]DGR FRQMXQWR FRRUGHQDomR GD iniciativa empresarial com novas e rearticuladas ba- ses da infra-estrutura tecnológica estatal e privada; e (4) rápida e efetiva difusão de conhecimentos e infor- PDo}HVWHFQROyJLFDVGHLQWHUHVVHGRVHWRUSURGXWLYR incluindo a disseminação das possibilidades reais de UHVSRVWD GD FRPSHWrQFLD WpFQLFRFLHQWt¿FD LQVWDODGD no país aos problemas de produção, por intermédio da implantação de sistemas e programas para a iden- WL¿FDomRGHRSRUWXQLGDGHV

Entretanto, há que haver sempre a consciência de TXH D LQWHUDomR HQWUH GXDV LQVWLWXLo}HV UHTXHU XP

esforço de cada parte, tanto para ser iniciada, como para ser mantida. Isso só se torna estável quando as YDQWDJHQV SHUFHELGDV VXSHUDUHP VLJQL¿FDWLYDPHQWH este esforço (Mota, 1999). Tendo como pano de fundo estes paradigmas, a autora ainda aponta as nuances SULQFLSDLVQDSUiWLFDGHLQWHUDo}HV8(TXHDEDUFDP GHVGHDVGHFDUiWHULQGLYLGXDOL]DGRV±EHPPDLVIi- FHLVGHHVWDEHOHFHUHPDQWHU±DWpDVPDLVDEUDQJHQ- WHV HQWUH LQVWLWXLo}HV ([HPSORV GHVWDV IRUPDV GH interagir são:

(i) convivência ocasional e diálogos entre as partes (pesquisadores, professores e empresários);

(ii) consultoria individual de docentes (principal for- PDGHLQWHUDomRQRkPELWR³LQGLYLGXDOL]DGR´

LLL SDUWLFLSDomR WHPSRUiULD GH SUR¿VVLRQDLV GH XPD instituição nas atividades de outra (ex: Programa 5+$(&13T

(iv) criação de empresas por pesquisadores universi- WiULRVPHFDQLVPRH¿FLHQWHPDVTXHGHYHULDVHU aprimorado por suportes do Estado). Aqui caberia uma variante representada pelo mecanismo da FULDomRGHµ(PSUHVDV-XQLRUHV¶SRUDOXQRVGHQWUR da universidade;

(v) Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT):

Os ETTs nasceram essencialmente da neces- VLGDGH WUD]LGD SHOD HYROXomR GD LQWHUDomR 8(

(Dean, 2000), quando lida com múltiplas ques- W}HVVREDUiSLGDHFRQVWDQWHWUDQVIRUPDomRGR cenário da inovação. Dentro de suas prerrogati- vas de promover, proteger e auxiliar no processo GHOLFHQFLDPHQWRGDVLQYHQo}HVRV(77VSRGHP incluir o gerenciamento de todas as formas indi- viduais do agente de interação acima menciona- GDV 'HYHP SRVVXLU HVWUXWXUDV RUJDQL]DFLRQDLV GHVHQKDGDV SDUD YLDELOL]DU DV WUDQVIHUrQFLDV GH WHFQRORJLDVSURGX]LGDVQDVXQLYHUVLGDGHVH,&7V (Cunha e Fischmann, 2003). Do ponto de vista das empresas, individualmente ou associadas em UHGHVHVWDVSRGHPXWLOL]DURV(77VSDUDEXVFDU nas universidades as competências para inovar, SDUDEXVFDUVROXo}HVSDUDJDUJDORVWHFQROyJLFRV HVSHFt¿FRVRXSDUDGHVHQYROYHSURMHWRVFRQMXQ- tos em fase pré-competitiva (De Mello, 2008). No Brasil, a implantação destes organismos ganhou a chancela do Estado quando da aprovação da /HLGD,QRYDomR/HLGH (vi) Incubadora de empresas de base tecnológica:

As incubadoras de empresas de acordo com a Organisation for Economic Cooperation and De- velopment 2(&' 'LQL] H 'H 2OLYHLUD VmR HPSUHHQGLPHQWRV FDSD]HV GH DSRLDU HPSUHHQGHGRUHV SULQFLSDOPHQWH RV QRYRV HRX recentemente estabelecidos e os vinculados às Médias e Pequenas Empresas (MPEs), em todas as fases do negócio. As incubadoras tem o papel de promover o o processo de inovação, principal- mente nas MPEs de base tecnológica, possibili- tando às incubadas o acesso a mercados inten-

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sivos em tecnologia. É, portanto, uma ferramenta de política industrial, tecnológica e de promoção do desenvolvimento local e regional (ANPRO- 7(&6(%5$( 'LQL] H 'H 2OLYHLUD que extrapola o papel do agente de interação, PDVQmRRSUHVFLQGHGHVXDVDWULEXLo}HVQRUPDO- PHQWH LQWHUQDOL]DGDV QD SUySULD FRQVWLWXLomR GD incubadora. A criação de incubadoras de empre- sas junto a centros de pesquisa e universidades é fortemente estimulada, seguindo os modelos europeu e americano de implantação. Até 2005, o país atingira umtotal de 339 incubadoras em ati- YLGDGHVUHSUHVHQWDQGRXPFUHVFLPHQWRGH em cinco anos; um quadro onde aquelas de base WHFQROyJLFD UHSUHVHQWDP GR WRWDO $1352- 7(&'LQL]H'H2OLYHLUD

(vii) Redes de Difusão Tecnológica (França, 2001 DSXG 6LP}HV H 6FKHQNHO %DVLFDPHQWH é um instrumento para facilitar as práticas da Gestão do Conhecimento, cujo maior impacto é RUJDQL]DFLRQDO SHUPLWLQGR R JHUHQFLDPHQWR GR conhecimento de forma a adequá-lo ao funciona- mento das estratégias empresariais (De Holanda et al., 2006).

$V PRGDOLGDGHV L ± LY VmR GH FDUiWHU LQGLYLGXDO ou setorial, e podem não envolver uma política ins- titucional mais ampla. Ainda assim, excetuando-se a primeira, todas outras enfrentam barreiras para se LPSODQWDUHPVHMDSRUIDOWDGHLQFHQWLYR¿QDQFHLURHQ- WUDYHVMXUtGLFRVRXGHRXWUDQDWXUH]D0HVPRDVFR- RSHUDo}HV FRQVLGHUDGDV PDLV iJHLV H IiFHLV SRGHP se deparar, mais cedo ou mais tarde, com empecilhos em seu curso, como por exemplo, aqueles originários da questão de autorias e titularidade de propriedade intelectual ou industrial. Qualquer que seja o mecanis- PRGHLQWHUDomRXQLYHUVLGDGHHPSUHVDDVHUXWLOL]DGR há de se estar atento que as diferenças culturais são muito fortes e as formas de comunicação são distin- WDV $OoDGR DR kPELWR LQVWLWXFLRQDO HVWH DJHQWH GH LQWHUDomR SRGH VHU UHSUHVHQWDGR ± GH PDQHLUDV GLV- WLQWDV±SRUWUrVFDWHJRULDVPDLVUHOHYDQWHVY±YLL TXHVmRFRQVWLWXtGDVGHQWURGRkPELWRGDSROtWLFDGD LQVWLWXLomRHTXHLQGX]HPPDLVFODUDPHQWHjUHVSRQ- sabilidade do Estado nesta parceria (Lopes e Barbo- VD0DUFRYLWFK8OOHU'HPDQHLUD geral, o ideal é que haja um agente de interação, que representa um organismo de interface FDSD]

de conhecer a linguagem empresarial, seu comporta- mento e expectativas e, ao mesmo tempo, conhecer a qualidade dos conhecimentos disponíveis, o potencial dos pesquisadores e sua equipe, e exercer papel de FRQWUROH QR FXPSULPHQWR GH SUD]RV H WDUHIDV 0RWD 1999). O papel primordial deste órgão seria promover DGLQDPL]DomRGDVUHODo}HVQR7ULkQJXORGH6iEDWR

$/HLGD,QRYDomR/HLQRGHUH- JXODPHQWDGD SHOR 'HFUHWR 1ž GH estabeleceu medidas de incentivo à inovação e à

SHVTXLVDFLHQWt¿FDHWHFQROyJLFDQRDPELHQWHSURGX- tivo, com vistas à capacitação e ao alcance da auto- nomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País. Este pode ser considerado um marco nacional no assunto, contribuindo decisivamente para a con- solidação dos ETTS no Brasil, dentro de uma missão GH¿QLGDQDOHLHTXHSRGHVHUUHVXPLGDHPLUHD- OL]DU R OHYDQWDPHQWR H D GLYXOJDomR GR SRWHQFLDO GH tecnologia; (ii) efetuar a transferência de produtos e processos e a prestação de serviços; (iii) estabelecer mecanismos para possibilitar o conhecimento das de- mandas do setor de produção e a sua divulgação no kPELWRGDXQLYHUVLGDGHLYSUHVWDUDVVHVVRULDMXUtGLFD aos pesquisadores para a formulação de contratos de interesse com o setor de produção e para pedidos de SULYLOpJLRVHSDWHQWHVHQWUHRXWURV81,&$03 Num estudo pioneiro, Santos (2002, apud Nunes et al., LGHQWL¿FRX HVFULWyULRV GH DVVHVVRULD WHFQR- lógica ou estruturas equivalentes, em funcionamento QDVXQLYHUVLGDGHVEUDVLOHLUDV2HVWXGRWDPEpPYHUL¿- cou que os serviços prestados não eram semelhantes, variando entre o atendimento a demandas tecnológi- cas, gestão de serviços tecnológicos, negociação de projetos, elaboração de convênios e contratos, registro GDSURSULHGDGHLQWHOHFWXDOFRPHUFLDOL]DomRGHWHFQR- logias e patentes, treinamento de recursos humanos e promoção de eventos de difusão tecnológica. Além GLVVRpLPSRUWDQWHID]HUQRWDUTXHDHVWUXWXUDRUJD- QL]DFLRQDOGRVHVFULWyULRVWDPEpPHUDYDULDGDFRPD PDLRULD QmR SRVVXLQGR GRWDomR RUoDPHQWiULD SUySULD JHUDQGR UHFXUVRV SUySULRV $ HVWUXWXUD QmRHUDFHQWUDOL]DGDHPFRPRVRXWURVHQ- WUHWRWDORXSDUFLDOPHQWHFHQWUDOL]DGD$LQGDDPDLRULD XVDYDXPDIXQGDomRGHDSRLRSDUDGHVHQYROYHU VXDV DWLYLGDGHV H GH PDQHLUD LPSRUWDQWH XWLOL- ]DYDPPHFDQLVPRVGHDFRPSDQKDPHQWRGHSURMHWRV (Santos, 2002 apud Nunes et al., 2009).

8P GRV SULQFLSDLV DSRUWHV GD /HL GD ,QRYDomR IRL D criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT), DOLGH¿QLGRFRPRVHQGRRQ~FOHRRXyUJmRFRQVWLWXtGR SRUXPDRXPDLV,QVWLWXLomR&LHQWt¿FDH7HFQROyJLFD ,&7FRPD¿QDOLGDGHGHJHULUVXDSROtWLFDGHLQRYD- ção. Cumpre, portanto, o papel de estabelecer formas de transferência de tecnologia entre os ICTs e o setor produtivo. Há diferentes modelos de NIT e dependem GDVHVSHFL¿FLGDGHVGHFDGD,&7RXFRQVyUFLRGH,&7 e dos mecanismos de transferência de tecnologia uti- OL]DGRV SRU HODV 2V 1,76 GLVFLSOLQDP HQWUH RXWURV assuntos, as várias formas de transferência de tecno- logia; a prestação de serviços e o estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de produtos e pro- cessos inovadores; os aspectos da exclusividade e da FRPHUFLDOL]DomRGHFULDomRGHVHQYROYLGDSHOD,&7RV editais e contratos com o podendo a ICT proceder a novo licenciamento; a prestação de serviços tecnoló- gicos e para a inovação; etc. Além disso, estabelecem parcerias e acordos para o desenvolvimento de produ-

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WRVHSURFHVVRVLQRYDGRUHVSHODUHDOL]DomRFRQMXQWD GHSHVTXLVDFLHQWt¿FDHWHFQROyJLFDHQWUHLQVWLWXLo}HV públicas e privadas. O Ministério do Desenvolvimento, ,QG~VWULDH&RPpUFLR([WHULRUKWWSZZZPGLFJRYEU mantém uma relação nos NITs criados no país, per- mitindo uma visão sobre o número aproximado de órgãos dedicados à transferência de tecnologia, hoje H[LVWHQWHVFRQ¿JXUDGRVRXQmRFRPR(77)LJXUD A prospecção dos NIT existentes foi facilitada pela criação, em 2006, do FORTEC (Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia), que agrega e representa os responsáveis nas univer- sidades e institutos de pesquisa pelo gerenciamento das políticas de inovação. De acordo com este cadas- tro, foram criados nos últimos anos 204 órgãos desta QDWXUH]D QR 3DtV FXMD GLVWULEXLomR UHJLRQDO HVWi QR JUi¿FRGD)LJXUD$PLVVmRH[SOtFLWDGR)257(&H o cadastro com seus membros dão visibilidade à di- mensão da estrutura existente hoje no país, dedicada às atividades relacionadas à propriedade intelectual e à transferência de tecnologia, incluindo-se, neste con- ceito, os núcleos, agências, escritórios e congêneres

±DLQGDTXHVHWHQKDTXHFRQVLGHUDUGLIHUHQWHVQtYHLV GHDWXDomRGHFDGDXP2VtWLRKWWSZZZIRUWHFEU RUJWUD]XPDOLVWDGHVWHVyUJmRVH[LVWHQWHVQRSDtV Não houve aqui a preocupação em se pesquisar as HVSHFL¿FLGDGHVGDVWDUHIDVDTXHFDGDXPGHVWHVRU- ganismos está dedicado, ou nas quais possuem sua PDLRU DWXDomR PHVPR SRUTXH HVWDV LQIRUPDo}HV não estão explicitadas ou divulgadas uniformemente.

O certo é que atendem à demanda legal de criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) pelas ins- WLWXLo}HV SURGXWRUDV GH FRQKHFLPHQWR &RQWXGR ¿FD evidente o avanço ocorrido para estruturar os ETTs no país nas duas últimas décadas, criando uma base para reforçar a disseminação da cultura da inovação, da propriedade intelectual e da transferência de tec- QRORJLDDRPHVPRWHPSRHPTXHVHSRWHQFLDOL]DHGL- IXQGHRSDSHOGDVXQLYHUVLGDGHVHGDVLQVWLWXLo}HVGH pesquisa nas atividades de cooperação entre o setor público e o privado. A consolidação do papel institu- cional dos NITs tem sido fundamental para o estabe- lecimento dos ETTs e de papéis que estes podem (e GHYHPDVVXPLUQDVLQVWLWXLo}HV

Figura 3 – Escritórios de Transferência de Tecno- logia por região do país

$ HVWUXWXUD RUJDQL]DFLRQDO GR )257(& p FRQVWLWXtGD SRU XPD &RRUGHQDomR 1DFLRQDO &RRUGHQDo}HV 5HJLRQDLV H

&RPLVV}HV 7HPiWLFDVElaborado sobre fonte KWWSZZZ IRUWHFEURUJDFHVVDGRHP$JR

Na perspectiva da indução à Inovação promovida pe- ODVLQWHUUHODo}HVGR7ULkQJXORGH6iEDWRpSODXVtYHO considerar-se que a maioria delas (ou ao menos as mais relevantes para manter a tendência inovadora) HVWiFRQWH[WXDOL]DGDHSULQFLSDOPHQWHSRGHVHUPHQ- VXUDGDSHODH¿FLrQFLDGRSURFHVVRGHtransferência de tecnologia. Numa alusão à gênese dos órgãos dedicados a esta atividade dentro da lógica das insti- WXLo}HVGH3 'HPERUDKDMDUHJLVWURVGDFULDomRGH yUJmRVHVSHFt¿FRVSDUDHIHWXDUD77MiSRUYROWDGH 81,&$03 IRL QR ¿QDO GHVVD GpFDGD H nos primeiros anos do novo século que os Escritó- rios de Transferência de Tecnologia (ETT) surgiram FRPPDLVIRUoDQDVLQVWLWXLo}HVQXPSURFHVVRMiHQ- tão quando capitaneado mais fortemente pelo MCT, e DEDUFDQGRDVGLVFXVV}HVQDiUHDGHSURSULHGDGHLQWH- lectual e transferência de tecnologia no Brasil, devido j LPSRUWkQFLD HFRQ{PLFD H WHFQROyJLFD SDUD R SDtV Nestes estudos iniciais, foi constatado um elevado nível de desconhecimento da propriedade industrial, seus princípios, legislação e demais instrumentos normativos, além da falta de estruturas técnicas para SUHVWDomR GH VHUYLoRV HVSHFLDOL]DGRV QHVWD iUHD R que contribuía para distanciar as empresas dos cen- tros geradores de conhecimento, resultando num obs- táculo ao ambiente empresarial (Nunes et al., 2009).

0XLWRSURYDYHOPHQWHWRGRHVWHFRQWH[WRLQÀXHQFLRXD aprovação da Lei da Inovação em 2005.

Conclusão

Decorrida a primeira década do século XXI, pode-se GL]HUTXHDHTXDomR8(DLQGDTXHQmRVROXFLRQDGD DRPHQRVQR%UDVLODYDQoRXVLJQL¿FDWLYDPHQWHFRP a implantação de uma cultura da inovação nas insti- WXLo}HV GH PDQHLUD JHUDO FRPR HYLGHQFLD D DQiOLVH dos principais agentes criadores e propulsores dos movimentos inovativos. Apesar da crescente comple- xidade associada atualmente aos movimentos da Ino- vação (principalmente com a inserção dos condicio- QDQWHVVRFLDLVR7ULkQJXORGH6iEDWRLGHDOL]DGRQD GpFDGD GH UHYHORXVH DLQGD XP PRGHOR H¿FD]

SDUDUDFLRQDOL]DURVDYDQoRVQRFRQWH[WRGDUHODomR 8(SRGHQGRHYHQWXDOPHQWHVHUUH¿QDGRSDUDDSRU- tar elementos desta relação aos variados sistemas e subsistemas dos complexos da Inovação.

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Recebido em junho de 2012. Aceito em agosto de 2012.

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