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Arq. Bras. Oftalmol. vol.63 número6

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Academic year: 2018

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ARQ. BRAS. OFTALMOL. 63(6), DEZEMBRO/2000 - 437

EDITORIAL

Na contagem que se faz para a medida do tempo chegamos ao fim de um ano especial, o do fim de um século, com o que se encerra o milênio. Nessa transição, um se sente parte tanto do século XX quanto do XXI, tanto do segundo quanto do terceiro milênio, um privilégio curioso que remete o pensamento aos extremos dos respectivos períodos, nos anos de 1001 e de 3000. Mas, então, assim integrados, o que haveria em comum entre um aldeão da Idade Média, cuja história de certo modo visua-lizamos (“visualizar, v.t.d.: Formar ou conceber uma imagem visual mental”) e um ser humano de daqui a mil anos? Ou, ainda mais distantes, entre nosso ancestral das cavernas e o ha-bitante de um futuro remoto que nem sequer podemos imagi-nar? Ou, retornando ao presente e aqui mesmo onde estamos, mas que dá quase na mesma, entre um desprovido dos be-nefícios da civilização e cultura e um requintado usuário deles? A Vida. Com suas dificuldades e gozos, com suas exigên-cias e promessas. Com suas emoções e sentimentos, suas virtudes e vícios, suas crenças e paixões. Com seus pensa-mentos e seu impulso imanente, que é o da criação. Essa condição que nos irmana a todos, instruídos e ignorantes, pobres e ricos, homens e mulheres, crianças e velhos, de diferentes eras e plagas. Que unifica a diversidade de pessoas e costumes. A vida, o nascimento e a morte.

A Medicina cuida, por sua essência, desse estofo. E, por tal condição, seus praticantes, ainda que profissionais (e,

Divagações no dia do Fim do Milênio

Harley E. A. Bicas

portanto, precisando subsistir à custa de seus trabalhos) são, sobretudo, sacerdotes. Pode parecer anacrônica a insistência num termo já desgastado, pelas vicissitudes do exercício des-sa ciência-arte. Mas cuidar da vida e da morte, das dores e de seus alívios, do sofrimento e da alegria por vê-lo afastado, agindo nessa interface delicada entre a lágrima e o sorriso será, sempre, tarefa em que cabe a intermediação humana, no que ela tem de melhor. Eventualmente interpretando instru-mentos e seus resultados, programas de análise com suas evidências; mas sempre ele, ou ela, gente; como aquele, ou aquela, de quem se cuida. Seres humanos que, precisamente por serem humanos, devem tratar de seres humanos.

E, pois, aqui estamos, neste dia de fim de ano e começo de outro, como então devem ser todos os nossos outros dias, se nos esquecermos das convenções. Com os princípios gregá-rios de respeito mútuo e solidariedade. Praticando nossa pro-fissão, com os conhecimentos já acumulados no correr do tempo, mas ainda juntando mais e novas evidências para os que nos sucederem. Mas, sobretudo, com a consciência agu-çada de que muito mais do que ciência, nosso tempo (e todos) precisa mesmo é de concórdia e afeto. Ou, como se dizia até há pouco: paz e amor. E o exercício da Medicina, mais que de computadores e aparelhagem sofisticada, precisa mesmo é de atenção e delicadezas para com o outro. Ou, como se pode então dizer: um atendimento de gente.

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Agora no site CBO você tem disponível todas as informações na íntegra dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

Referências

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