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POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO CAMU-CAMU (Myriciaria dubia) PARA FORMULAÇÃO DE DERMOCOSMÉTICO

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Academic year: 2021

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POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO CAMU-CAMU (Myriciaria dubia) PARA FORMULAÇÃO DE DERMOCOSMÉTICO

CAMU-CAMU (Myriciaria dubia) ANTIOXIDANT POTENTIAL FOR DERMO- COSMETIC APPLICATION

Vizoto, Camila Ellen de Souzaa. Oliveira, Gustavo Lansonia. Ferreira, Rauny Vizotoa. Silva, Jéssica Danilaab

. Tacach, Fabiana Campiteli Moreira

a

aCentro Universitário Facens - Facens, Sorocaba, SP, Brasil

camilavizoto17@outlook.com; lansonioliveira@gmail.com; raunyvf@gmail.com;

jessica.silva@facens.br; fabiana.tacach@facens.br

bUniversidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, Botucatu, SP, Brasil Submetido em: Aceito em:

RESUMO

O camu-camu apresenta uma diversidade de compostos funcionais, entre os quais se destaca o grupo dos antioxidantes, dentre eles a vitamina C. Este grupo tem ação fundamental no combate ao envelhecimento da pele e prevenção de degradação e/ou alteração da estrutura celular, uma vez que os radicais livres, resultado da interação com oxigênio molecular, possuem intensa ação degradante sobre as células. Além disso, os frutos apresentam potencial para elaboração de corantes naturais, esta característica tem assumido um papel importante na atualidade em função dos novos quadros clínicos de alergia a corantes industrializados. Com estas mudanças a utilização de produtos de origem vegetal no mercado internacional se intensificou para as indústrias farmacêuticas e de cosméticos nas últimas décadas. Para extração de Vitamina C foi utilizado ácido oxálico, e a emulsão base para o creme será adquirida em farmácia de manipulação. Ao final deste experimento espera-se obter um processo de extração uniforme e contínuo de compostos de ação antioxidante, em especial a vitamina C, dos frutos de camu- camu, que possam ser utilizados para a elaboração de um dermocosmético em formulação semi- sólida anidra de ação hidratante e antioxidante.

Palavras-chave: Camu-camu. Antioxidante. Dermocosmético.

ABSTRACT

Camu-camu features a diversity of functional compounds, among which stands out the group of antioxidants, including vitamin C. This group has fundamental action in combating skin aging and preventing degradation and / or alteration of cell structure, once free radicals, result of interaction with molecular oxygen, have intense degrading action on cells. In addition, fruits have the potential to elaboration to produce natural dyes, this feature has assumed an important role nowadays due to the new clinical picture of allergy to industrialized dyes. With these changes, the use of plant products in the international market has intensified for the pharmaceutical and cosmetic industries in recent decades. The method used for extraction of Vitamin C will be the proposed by Giannakourou and Taoukis, adapted by Rodrigues, and the base emulsion will be acquired from a handling pharmacy already used and tested in previous work. At the end of this experiment, a continuous and uniform extraction process of antioxidant compounds, especially vitamin C, is expected, from camu-camu fruits that can be used for the preparation of a dermocosmetic in anhydrous semi-solid formulation of moisturizing and antioxidant action.

Palavras-chave: Camu-camu Antioxidant. Dermocosmetic.

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1 INTRODUÇÃO

A vitamina C tópica tem ação reformadora por contribuir para a formação de novas fibras colágenas, melhorando a elasticidade e a firmeza da pele humana. Além de sua ação despigmentante tem atuação como agente oxidativo.

Nas formulações tópicas, utiliza-se a vitamina C estabilizada ou microencapsulada, melhora o tecido conjuntivo, diminui a adesão dos corneócitos, favorecendo a hidratação e reduz a espessura da epiderme. Possui uma potente ação antioxidante, sendo uma das principais fontes de proteção principalmente à radiação ultravioleta a anti-inflamatórias (BATISTA, et al.).

Segundo Azulay et al. (2003) os seres humanos e outros primatas, bem como o cobaio, são os únicos mamíferos incapazes de sintetizar o ácido ascórbico. Por não ser sintetizada, deve ser ingerida através de alimentos e suplementação por aplicação na parte externa, através de diversos tipos de produtos cosmecêuticos contendo vitamina C.

Com tantas qualidades e benefícios, sem dúvida alguma, a vitamina C merece continuar a ser investigada em todas as suas implicações, sobretudo em sua forma tópica, no nível cutâneo, criando linhas de pesquisa nas áreas de foto envelhecimento e fotocarcinogênese (AZULAY et al., 2003).

Podemos destacar como uma fonte alternativa de vitamina C, o fruto originário da Amazônia, o camu-camu (Myrtaciaria dúbia). Segundo Yuyama (2011), sua comercialização ocorre em pequena escala, em feiras na região produtora, mas a grande parte é feita em forma de polpa congelada. Por ser pouco conhecido dentro do páis ele é muito procurado por japoneses, americanos e europeus, sendo exportado em contêineres refrigerados, em tambor de 200 L. No Japão a polpa é transformada em bebidas caseificadas, vinagre, recheio de pão, aperitivo, sorvete, balas e comprimidos. No Brasil, a empresa de cosméticos Semprebella produziu xampu, modelador, desembaraçante e condicionador, e a empresa Tucuxi, em Manaus, o xarope (YUYAMA, 2011).

O objetivo deste trabalho é desenvolver um dermocosmético na

formulação de uma emulsão com ação hidratante e antioxidante, tendo como

matéria prima os frutos de camu-camu.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Camu-camu

O camu-camuzeiro (Myrciaria dubia) é um arbusto da família Myrtaceae cujo frutos chamam a atenção das pessoas pelo seu elevado conteúdo de vitamina C. A concentração de ácido ascórbico do camu-camu é superior à da acerola, podendo chegar a 6 000 mg em 100 g de fruta (peso fresco). O cultivo natural do camu-camu ocorre à beira de rios e igarapés, onde parte de seu caule permanece submersa em água durante o período de cheia dos rios Amazônicos (RIBEIRO et al., 2016). O autor ainda destaca que dependendo da região, tipo de solo, condições climáticas, tipo de plantio e outras formas de manejo, podem ocorrer modificações no fruto.

Yuyama et al. (2002) destaca que o camu-camu tem despertado interesse em diversos setores industriais envolvendo as linhas de fármacos, cosméticos, conservantes naturais, bebidas, sorvetes, sucos, geleias, vinhos, etc. A atenção está voltada ainda e também para a área de corantes naturais (antocianinas), em função da pigmentação (rósea avermelhada) da casca do camu-camu.

2.2 Dermocosmético ou cosmecêuticos

Os cosmecêuticos enquadram-se na interseção das indústrias cosmética e farmacêutica. O termo cosmecêutico foi estabelecido por Albert Kligman no National Scientific Meeting of the Society of Cosmetic Chemists (1984) referindo- se a produtos aplicados topicamente que não são meramente cosméticos (que enfeitam ou camuflam a pele), pois são capazes de alterar o status da pele, não sendo porém, considerados medicamentos (ANUNCIATO et al., 2011).

Anunciato (2011) divide os cosmecêuticos em sete categorias principais de produtos: fotoprotetores solares, antioxidantes, anti-inflamatórios, clareadores, reparadores de colágeno, esfoliantes e reparadores de barreira/hidratante. Os consumidores da geração nascida entre 1946 e 1964, caracterizados pela avidez na redução de sinais do envelhecimento e na suavização de outras imperfeições cutâneas, são os maiores influenciadores para o crescimento dos cosmecêuticos.

Um recurso incorporado aos cosmecêuticos são os bioativos. Substâncias

como ácidos e vitaminas que visam atuar na estrutura vital da pele humana.

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Dessa forma, a aplicação tópica de tais substâncias se baseia em mecanismos de ação como: fornecimento de precursores biológicos, catálise de reações vitais, sequestro de radicais livres, manutenção do teor de água, formação de filmes seletivos e protetores, restauração de estruturas danificadas e lubrificação adequada aos tecidos (DALMASCHIO, 2017).

2.3 Antioxidantes - Vitamina C

Vitamina C é apenas um termo genérico para os compostos que exibem atividade biológica de ácido ascórbico (AA), possui duas formas biologicamente ativas, a principal é o L-ácido ascórbico, uma outra é a forma oxidada L-ácido deidroascórbico (DHA), um produto de oxidação que também exibe atividade biológica e pode facilmente ser convertido em ácido ascórbico. (ZAMUDIO, 2007).

A vitamina C é uma vitamina hidrossolúvel e está presente tanto em frutas cítricas como em vegetais, sendo também o antioxidante mais abundante presente na pele. A estrutura química da vitamina C foi descoberta por Hirst e Haworth em 1933. Neste mesmo ano, Reichstein e colaboradores publicaram as sínteses do ácido L-ascórbico e do ácido D-ascórbico, que ainda hoje formam a base da produção industrial da vitamina C (KRAMBECK, 2009).

O ácido ascórbico apresenta vários efeitos fisiológicos na pele, entre eles:

a inibição da melanogênese, que resulta no clareamento de manchas da pele, devido à sua propriedade antioxidante, faz a prevenção da formação dos radicais livres, que são os, que são os principais responsáveis pelos efeitos negativos das radiações solares, consequentemente realizando uma atividade antienvelhecimento (KRAMBECK, 2009).

A teoria de que o envelhecimento é resultado de danos causados por

radicais livres é creditada a Denham Harman que, em 1956, baseou-se na

observação de que a irradiação em seres vivos levava à indução da formação

de radicais livres, os quais diminuíam o tempo de vida desses seres e produziam

mudanças semelhantes ao envelhecimento. O perigo do estresse oxidativo no

organismo é tão grande que uma defesa antioxidante enérgica e sistemas de

reparo estão envolvidos nas células para a proteção contra a destruição por

radicais livres. O sistema de defesa pode ser classificado em dois grupos: o

enzimático e o dos antioxidantes de baixo peso molecular (HIRATA et al. 2004).

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A vitamina C é um antioxidante não-enzimático e hidrossolúvel que intervém capturando radicais livres e oxigênio singleto. Também intervém regenerando a forma reduzida de vitamina E, uma vez que esta atuou como antioxidante. A ação antioxidante diminui riscos em afecções oculares como a degeneração macular relacionada com a idade e catarata e outras doenças degenerativas (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

2.4 Mercado atual

Godoy (2016) relatava que no ano de 2016 o setor de cosméticos obteve crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria: 10,5% de crescimento médio no setor contra 2,0% do PIB e, 2,3% da indústria geral conforme demonstrativos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), citando que mesmo apresentando queda, o setor foi o menos impactado no ano de 2016.

Reckziegel (2017) relatou que, devido aos aumentos da carga tributária, alta do dólar e crise econômica e política, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial de cosméticos conforme dados do Euromonitor de 2015, onde o país passou da terceira posição para a quarta, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, respectivamente.

Babadobulos (2018) entrevistando a CEO da Sephora obteve o seguinte relato: “As pessoas querem se sentir bem consigo mesmas e os produtos de beleza demandam pouco investimento e grande impacto na autoestima”.

“O Brasil perdeu o terceiro lugar, mas continua sendo um mercado dinâmico. O público masculino tem ajudado bastante [a incrementar as vendas do setor], embora o feminino seja a maioria. Com esse dinamismo vamos recuperar o terceiro lugar rapidamente”, afirma a francesa Nathalie de Gouveia, CEO da The Body Shop Brasil. (BABADOBULOS, 2018).

As informações dos representantes do mercado são promissoras para aqueles que desejam empreender no setor de dermocosméticos, ressaltando a validade do presente trabalho na busca por novas matérias-primas de origem vegetal que apresentem componentes chave na formulação dos dermocosméticos atuais, traduzindo os desejo dos consumidores.

Comentado [IB1]: A ação antioxidante diminui riscos em afecções oculares como a degeneração macular relacionada com a idade e catarata e outras doenças degenerativas (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

Segundo .... citado por ....

Comentado [IB2]: vírgula

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Uma amostra com 5 kg de frutos de camu-camu orgânico foi adquirida de um fornecedor do estado do Pará. Os frutos foram macerados e acondicionados em recipientes, com a adequada proporção de solução de ácido oxálico para preservação dos compostos químicos, em freezers a temperatura de -15°C.

As retiradas foram realizadas conforme disponibilidade e capacidade diária dos laboratórios de química da Facens para realização das análises de determinação e extração de ácido ascórbico. A extração foi feita com ácido oxálico e a emulsão base será adquirida de uma farmácia de manipulação. Após extração, o ácido ascórbico será incorporado na emulsão base. Os testes clínicos básicos serão realizados nos laboratórios da Facens e os mais avançados, com o apoio de uma faculdade de farmácia.

3.1 Método de preparação das amostras para posterior determinação de vitamina C.

 O camu-camu foi descongelado;

 Foi feita a remoção das sementes para a trituração;

 Foram triturados;

 Em seguida na balança, foi pesado 5ml da solução triturada;

 Após a pesagem a solução foi passada para os recipientes;

 Logo em seguida foi adicionado 50ml de ácido oxálico, misturou tudo e armazenou em -15ºC.

3.2 Lista de materiais e equipamentos

Ácido oxálico; Balança analítica; Becker; Freezer; Triturador.

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Figura 1- Descongelamento do camu-camu.

Fonte: VIZOTO, C. E. S (2019).

Figura 2- Trituração do camu-camu.

Fonte: VIZOTO, C. E. S (2019).

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Figura 2- Ácido utilizado para a conservação da vitamina C no acondicionamento das amostras.

Fonte: VIZOTO, C. E. S (2019).

Figura 3- Recipientes para o armazenamento da solução.

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Fonte: VIZOTO, C. E. S (2019).

Figura 4- Solução armazenada em -15ºC.

Fonte: VIZOTO, C. E. S (2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A extração da vitamina C foi feita e armazenada, porém não

conseguimos terminar o projeto pela questão da pandemia. Após este período iremos efetuar a compra do creme base, fazer a incorporação do ácido ascórbico e realizar a titulação das amostrar para contabilizar a vitamina C, tendo como resultado um creme hidratante e oxidante.

Após a incorporação, realizaremos testes de espalhamento e absorção

do creme hidratante antioxidante para complementar os testes relacionados a

produtos que se enquadram como dermocosméticos.

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REFERÊNCIAS

ANUNCIATO, T. P. Nutricosméticos. USP- Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. 2011

AZULAY, M. M et al. Vitamina C. Educação Médica Continuada. 2003.

BABADOBULOS, T. Brasil perde posição no consumo de cosmético, mais setor avança.

VEJA. 2018

CAYE, M. T et al. Utilização da Vitamina C nas alterações estéticas do envelhecimento cutâneo. Academia do Curso de Cosmetologia e estética da Universidde do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, Santa Catarina (UNIVALI).

DALMASCHIO, L. A. COSMECÊUTICOS E NUTRICOSMÉTICOS UTILIZADOS NO COMBATE AO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO. FIBRA- Faculdade do Instituto Brasil.

Anápolis, 2017.

GODOY, L. G et al. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO RAMO DE BELEZA E AS PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO DE COMPRA. FACIG. 2016

HIRATA, Lilian Lúcio; SATO, Mayumi Eliza Otsuka; SANTOS, Cid Aimbiré de Moraes. Radicais Livres e o Envelhecimento Cutâneo. Universidade Federal do Paraná, 2004.

KRAMBEK, K. Desenvolvimento de Preparações Cosméticas contendo Vitamina C.

Universidade do Porto. Faculdade de Farmácia. Julho, 2009.

RECKZIEGEL, B. S et al. DIAGNÓSTICO DO MERCADO DE COSMÉTICOS: Uma análise do comportamento das consumidoras por meio da venda direta. UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. 2017

SILVA, T. J. S. Os benefícios da Vitamina C no Combate as Envelhecimento Cutâneo.

Biocursos.

ZAMUDIO, L. H. B. Caracterização de Vitamina C em frutos de Camu-camu Myrciaria dubia (H.B.K.) em diferentes estágios de maturação do Banco Ativo de Germoplasma de Embrapa. Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Distrito Federal 2007

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