Funda¸c˜ao Centro de Ciˆencias e Educa¸c˜ao Superior a Distˆancia do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educa¸c˜ao Superior a Distˆancia do Estado do Rio de Janeiro
2o EP 2012/2 E. A. Real Semana 2 - Notas de Aula 02 Vers˜ao Tutor Coord.: C. Vinagre & H. Clark
Exerc´ıcio 1 Estude asNotas de Aula 2 - NA 2e mostre que s˜ao verdadeiras as afirma¸c˜oes abaixo:
(a) Existem n´umeros reais x, y que satisfazem a igualdade |x+y| = |x|+|y|. Por que isto n˜ao contraria a Proposi¸c˜ao conhecida como “desigualdade triangular”?
(b) Existem trˆes n´umeros irracionais que pertencem ao intervalo [0,1] ={x∈R: 0≤x≤1}. Solu¸c˜oes poss´ıveis: (a) Por exemplo, tomando-se x = y = 2 obt´em-se que |x+y| = |2 + 2| = 4 = |2|+|2|. A desigualdade triangular afirma que “para cada par de n´umeros x, y ∈ R, vale
|x+y| ≤ |x|+|y|”. Ou seja, vale|x+y|< |x|+|y|ou |x+y|=|x|+|y|, o que engloba a situa¸c˜ao acima. Notar ainda que, pela desigualdade triangular, fica garantido ainda que n˜ao existem n´umeros reaisx, y tais que|x+y|>|x|+|y|.
(b)√
2/2, 0,121121112111121111121111112. . . , π/4, qualquer decimal n˜ao peri´odica, s˜ao exemplos de n´umeros irracionais que pertencem ao intervalo [0,1].
Exerc´ıcio 2 Diga se s˜ao verdadeiras ou falsas as afirma¸c˜oes abaixo. Justifique suas respostas, provando as afirma¸c˜oes verdadeiras e dando um contra-exemplo para as falsas.
(a) Para todos a, b∈R, se a≤bent˜aoa < b. (b) Para todos a, b∈R, se a < b ent˜aoa≤b. (c) Para todo a∈R, se a̸= 0 ent˜ao1/a <1. (d) Para todo a∈R, se a >1 ent˜ao1/a <1.
(e) 1 ´e uma cota superior para o intervalo [0,3/2) ={x∈R: 0≤x <3/2}. (f ) Entre dois n´umeros reais existe um n´umero racional.
(g) Entre dois n´umeros reais existe um n´umero irracional.
(h) {1/n: n∈N}= (0,1]. (1) (i) {1/n: n∈N} ⊆(0,1].
Solu¸c˜ao(no caso das afirma¸c˜oes falsas, outroscontra-exemplos podem tamb´em funcionar):
(a)A afirma¸c˜ao ´e falsa pois, por exemplo, para a=b= 3 tem-se que 3≤3 mas n˜ao vale 3<3, pois vale 3 = 3.
(b)Afirma¸c˜ao verdadeira pela defini¸c˜ao da rela¸c˜aomenor ou igual: a≤bsignificaa < b oua=b(2) Portanto, basta que uma destas situa¸c˜oes ocorra para que j´a se possa afirmar quea≤b.
1Lembre: DadosA, Bconjuntos, tem-se que: A⊆B (Aest´a contido em B) quando todo elemento deA´e elemento deB. Portanto,A*B quando existe um elemento deAque n˜ao ´e elemento deB. A=B quandoA⊆B eB⊆A.
2Aten¸c˜ao: Em Matem´atica, o conectivo “ou” ´e usado num sentido “n˜ao-exclusivo”, como na defini¸c˜ao da uni˜ao de dois conjuntos: x∈A∪B significax∈Aoux∈B, sendo que n˜ao fica exclu´ıda a possibilidade de um mesmo elemento xpertencer aos dois conjuntosAeB.
(c)Falsa. Por exemplo, a= 1/2̸= 0 e 1/(1/2) = 2>1 .
(d)Verdadeira. Por hip´otese: a∈R, a > 1. Assim,a > 0, donde a̸= 0, pela tricotomia. Portanto, 1/aexiste e vale 1/a >0. Comoa >1 e 1/a >0 ent˜ao (1/a)a >(1/a)1 e da´ı 1>1/a.
(e)Falsa, pois por exemplo, existe 5/4∈[0,3/2) e 1<5/4. Logo, 1 n˜ao ´e cota superior de [0,3/2) . (f )e (g) s˜ao verdadeiras pelo Teorema da Densidade (ver Notas de Aula 2).
(h) Falsa, pois os conjuntos s˜ao diferentes: existem elementos de (0,1] que n˜ao s˜ao elementos de {1/n: n∈N}: por exemplo, 2/3∈(0,1] e 2/3∈ {/ 1/n: n∈N}.
(i)A afirma¸c˜ao ´e verdadeira pois para todon∈N, 1/n∈(0,1].
Exerc´ıcio 3 Sejam x, y∈R.
(a) Mostre que |x−1|+|x−2| ≥1;
(b) Seϵ >0´e n´umero real e |x−y|< ϵ, mostre que |y| −ϵ <|x|<|y|+ϵ.
Prova: (a) Pode-se analisar os quatro casos poss´ıveis (como quase sempre que se trabalha com m´odulo): x−1 ≥0 e x−2 ≥0, oux−1 ≥0 e x−2<0, ou x−1 <0 e x−2≥0 ou x−1<0 e x−2<0. Em cada caso, calcula-se o valor de |x−1|+|x−2|e verifica-se que a express˜ao obtida ´e
≥1, considerando-se as restri¸c˜oes sobre x.
Uma outra maneira ´e atentar para a forma das express˜oes dentro do m´odulo e usar resultados j´a provados: de fato, sex∈R,
|x−1|+|x−2|=|x−1|+|2−x| ≥ |(x−1) + (2−x)|=|1|= 1.
A desigualdade est´a provada.
(b)Como
|x|−|y|
≤ |x−y|e por hip´otese|x−y|< ϵ,ent˜ao
|x|−|y|
< ϵ.Da´ı, usando as propriedades de m´odulo e as propriedades alg´ebricas dos n´umeros reais tem-se as seguintes equivalˆencias:
|x| − |y|
< ϵ⇔ −ϵ <|x| − |y|< ϵ⇔ |y| −ϵ <|x| − |y|+|y|< ϵ+|y| ⇔ |y| −ϵ <|x|< ϵ+|y|
Exerc´ıcio 4 Mostre, justificando detalhadamente cada passagem do seu racioc´ınio que:
(a) Sen∈N ent˜ao
2n2+ 3 4n2+ 2− 1
2 < 1
4n; (b) Para todo n∈N,
1 + 2×10n 5 + 3×10n − 2
3 < 7
10n.
Sugest˜ao - Desenvolva o termo `a esquerda de cada desigualdade.
Prova: (a)Sejan∈R.Ent˜ao
2n2+ 3 4n2+ 2− 1
2 =
4n2+ 3−4n2−2 2(4n2+ 2)
=
1 2(4n2+ 2)
= 1
2(4n2+ 2). (⋆)
Na ´ultima igualdade acima eliminou-se o m´odulo pois o quaciente ´e positivo. Agora, como caso particular do Exerc´ıcio 1 (e) do EP 1 tem-se as seguintes desigualdades:
1
2(4n2+ 2) ≤ 1
4n2+ 2 ≤ 1 4n2 ≤ 1
4n. Desta desigualdade e de (⋆) tem-se o resultado desejado
(b)Sejan∈N. Tem-se por argumenta¸c˜ao similar ao item(a)que:
1 + 2×10n 5 + 3×10n −2
3 =
−7 3(5 + 3×10n)
= 7
3(5 + 3×10n) < 7
(5 + 3×10n) < 7
3×10n < 7 10n
Exerc´ıcio 5 Indique em cada item, caso existam, o supremo e o ´ınfimo dos seguintes conjuntos:
(a) A={x∈R; 1< x≤3}= (1,3].
(b) B ={x∈R; 5< x}= (5,∞).
(c) C ={1/(2n+ 1); n∈N}. (d) [−√
2, π]∩Q.
Solu¸c˜ao - (a) supA= 3 e infA= 1.
(b) N˜ao existe supremo de B, poisB n˜ao ´e limitado superiormente. infB = 5.
(c) C = {1/(2n + 1); n ∈ N} = {1/3,1/5,1/7,1/9, . . . ,1/201, . . . ,1/2001, . . . ,1/20001, . . .}. O supC = 1/3 e o infC= 0.
(d) supD=π e infD=−√ 2
Exerc´ıcio 6 Justifique as afirma¸c˜oes abaixo com base nas defini¸c˜oes:
(a) 2 ´e uma cota superior do conjunto A={−3,−2,−1,0,1},pois . . . complete!
(b) 0 n˜ao ´e uma cota superior do conjunto A={−3,−2,−1,0,1},pois . . . complete!
(c) 2 ´e uma cota superior do conjunto A= (0,2),pois . . . complete!
(d) 1 n˜ao ´e uma cota superior do conjunto A= (−1,2), pois. . . complete!
(e) (−2,2)∩Q´e um conjunto limitado, pois . . . complete!
Respostas - (a) 2 ´e uma cota superior do conjuntoA={−3,−2,−1,0,1},pois todos os elementos deA s˜ao menores que 2 (logo todos os elementos deA s˜ao menores que ou iguais a 2).
(b) 0 n˜ao ´e uma cota superior do conjuntoA={−3,−2,−1,0,1},pois existe o elemento 1 deAque
´e maior que 0.
(c) 2 ´e uma cota superior do conjuntoA= (0,2),pois 2 ´e maior que todos os elementos do conjunto (intervalo)A (logo, 2 ´e maior que ou igual a qualquer elemento de A). Note que 2∈/ A. Neste caso, 2 = supA mas 2 n˜ao ´e o elemento m´aximo deA - que por sinal, n˜ao existe.
(d) 1 n˜ao ´e uma cota superior do conjuntoA= (−1,2),pois, por exemplo, existe 3/2∈Ae 1<3/2.
(e) (−2,2)∩Q´e um conjunto limitado, pois tem cota superior (por exemplo, 2) e cota inferior, por exemplo, -2.
Exerc´ıcio 7 Considere C ={
2n+4
n+1 ; n∈N}
. Mostre que infC = 2.
Sugest˜ao: Use a Propriedade Arquimediana na forma “para todo n´umero real x existe n∈N tal que n > x” para mostrar que 2´e a maior das cotas inferiores de C.
Demonstra¸c˜ao - (i)Deve-se mostrar primeiro que 2 ´e uma cota inferior para C. Ou seja, 2n+ 4
n+ 1 ≥2 para todo n∈N. (1)
Para isso, seja um naturaln. ´E claro que
2n+ 2≤2n+ 4 (2)
Por (2) e por propriedades j´a provadas sobre n´umeros reais, tem-se que (3) : 2(n+ 1)≤2n+ 4 ∴ 2≤ 2n+ 4
n+ 1 pois n+ 1>0.
Assim, mostrou-se que para um natural n arbitr´ario, vale 2 ≤ 2nn+1+4. Como trabalhou-se com um naturalnarbitr´ario, pode-se afirmar que vale 2≤ 2nn+1+4 para todo naturaln, como se queria mostrar.
Aten¸c˜ao: como descobrir que se deve come¸car com a afirma¸c˜ao (2)? Primeiro, ´e preciso entender e saber escrever que se quer provar a afirma¸c˜ao (1). Feito isto, no rascunho, faz-se uma conta “de tr´as para frente”, que n˜ao aparece na demonstra¸c˜ao, at´e se obter uma desigualdade que se saiba que ´e verdadeira:
2≤ 2n+ 4
n+ 1 ⇔2(n+ 1)≤2n+ 4⇔2n+ 2≤2n+ 4.
Neste caso (aten¸c˜ao!), todas as afirma¸c˜oes s˜ao equivalentes e na demonstra¸c˜ao dever˜ao aparecer as implica¸c˜oes no sentido inverso - vide acima.
(ii)Deve-se mostrar agora que 2 ´e a maior das cotas inferiores de C. Para isto, mostra-se que se b´e um n´umero real maior que 2 ent˜aob n˜ao ´e uma cota inferior para C. Seja ent˜ao b∈R tal queb >2.
Ent˜ao 4−b−2b ∈R, poisb−2̸= 0. Ora, pela Propriedade Arquimediana acima enunciada, existen0 ∈N tal que
n0 > 4−b
b−2. (∗)
Da´ı, usando as propriedades alg´ebricas deR, tem-se
∴ n0(b−2)>4−b pois b−2>0.
∴ n0b−2n0 >4−b.
∴ n0b+b >2n0+ 4.
∴ b(n0+ 1)>2n0+ 4.
Comon0+ 1>0, pode-se escrever
b > 2n0+ 4 n0+ 1 .
Assim, existe um elemento 2nn00+1+4 ∈ C tal que 2nn00+1+4 < b. Logo b n˜ao ´e cota inferior para C. Fica provado ent˜ao que para todo n´umero realb >2, bn˜ao ´e uma cota inferior para C. Logo, das etapas (i) e (ii)conclui-se que 2 = infC
Importante: Para descobrir a desigualdade em (∗), basta fazer no rascunho uma “conta de tr´as para frente” para achar um n´umero da forma x= 2nn00+1+4 ∈C tal que b > x. Esta conta n˜ao aparece na demonstra¸c˜ao e se faz da seguinte forma:
Rascunho: Procura-sen0∈N tal que 2nn0+4
0+1 < b sabendo-se que b >2. Ora:
b > 2n0+ 4 n0+ 1 |{z}⇔
n0+1>0
n0b+b >2n0+ 4⇔n0b−2n0 >4−b⇔n0(b−2)>4−b |{z}⇔
b−2>0
n0> 4−b b−2. Conclui-se por aqui que n0 > 4−b−2b serve para o problema. A propriedade Arquimediana garante que esten0 existe (deve-se notar que na ´ultima passagem, o fato de ser b >2´e fundamental e isto dever´a ser ressaltado na demonstra¸c˜ao). Fim do rascunho.
3O s´ımbolo∴significa e deve ser lido como “ent˜ao”ou “logo”.
Observa¸c˜ao: Vocˆe dever´a ser capaz de identificar o supremo deste conjunto e demons- trar a sua afirma¸c˜ao.
Exerc´ıcio 8 Considere C = {4n/(2n+ 1); n∈N}. Mostre, por meio da Defini¸c˜ao 2.4 das NA 2, quesupC= 2.
Demonstra¸c˜ao- (i) 2 ´e uma cota superior de C, pois para todo n∈N, 4n <4n+ 2 = 2(2n+ 1) e como 2n+ 1>0 ent˜ao para todo n∈Ntem-se que 2n4n+1 <2. Portanto, 2 ´e uma cota superior para C.
(ii)Resta mostrar que 2 ´e a menor das cotas superiores. Para fazer isto, por meio da Defini¸c˜ao 2.4 das NA 2 (veja a condi¸c˜ao (S2) desta defini¸c˜ao e compare com o que est´a escrito em (⋆) abaixo), deve-se considerar:
c∈R, c <2 e mostrar que existe pelo menos um n0 ∈N tal que c < 4n0
2n0+ 1. (⋆) Sendoc <2 ent˜ao 2(2−c c) = 4−2c c ∈R.Da´ı e da Propriedade Arquimediana existe um n0 ∈Ntal que
n0> c
4−2c. (∗)
Da´ı, usando as propriedades alg´ebricas deR (e como 4−2c >0, j´a quec <2), tem-se
∴ c <(4−2c)n0.
∴ c <4n0−2n0c .
∴ c+ 2n0c <4n0.
∴ (1 + 2n0)c <4n0.
∴ c < 4n0 1 + 2n0. Assim, existe um elemento 1+24n0n
0 ∈Ctal que 1+24n0n
0 > c. Logocn˜ao ´e cota superior paraC. Portanto, est´a provado que para todo n´umero real c <2 tem-se que c n˜ao ´e uma cota superior para C. Logo, das etapas(i) e (ii)conclui-se que 2 = supC
Aten¸c˜ao: Tal como no Exerc´ıcio anterior, para descobrir on0 da desigualdade (∗) faz-se no rascunho:
contas “de tr´as para frente”, que n˜ao aparece na demonstra¸c˜ao. Note, a seguir, que a ´ultima desigual- dade de (⋆) determina (∗) por meio das propriedade alg´ebricas deR. De fato,
c < 4n0
2n0+ 1 ⇔ 2n0c+c <4n0 ⇔ c <4n0−2n0c ⇔ c < n0(4−2c) ⇔ n0 > c 4−2c. O s´ımbolo ⇔ (de equivalˆencia) acima significa que todas as etapas s˜ao revers´ıveis, isto ´e: do primeiro enunciado pode-se chegar ao ´ultimo e vice-versa, que ´e como aparece na demonstra¸c˜ao. Isto
´e bastante importante neste exerc´ıcio.
Observa¸c˜ao: Vocˆe poder´a ser solicitado a provar, tanto o Exec´ıcio 7 quanto o 8, por meio do Lema 2.1 das NA 2. Veja como seria a demonstra¸c˜ao do Exerc´ıcio 8 (fica com mais uma tarefa fazer o Exerc´ıco 7):
Note que o item (S1) da Defini¸c˜ao 2.4 e do Lema 2.1 s˜ao iguais. Assim, basta mostrar o item (S2’) do Lema 2.1
Para mostrar que 2 ´e a menor das cotas superiores, deve-se mostrar que para todo n´umero real ϵ >0, existec∈C tal que 2−ϵ < c.
Seja ent˜aoϵ >0. A Propriedade Arquimediana acima, garante que existen0 ∈N tal que n0> 2−ϵ
2ϵ . (∗∗)
Da´ı, usando as propriedades alg´ebricas deR, tem-se
∴ 2−ϵ <2n0ϵ .
∴ 2−2n0ϵ−ϵ <0.
∴ 4n0+ 2−2n0ϵ−ϵ <4n0.
∴ 2(2n0+ 1)−ϵ(2n0+ 1)<4n0.
∴ (2−ϵ)(2n0+ 1)<4n0. Como 2n0+ 1>0 ent˜ao 2−ϵ < 4n0
2n0+ 1. Assim, existe c= 2n40n+10 ∈Ctal que 2−ϵ < c. Isto diz que nenhum n´umero menor do que 2 ´e cota superior de C, ou seja, que 2 ´e a menor das cotas superiores deC.
Pelo Lema 2.1(i) fica provado que 2 = supC O rascunho para achar (∗∗):
Procura-se n0 ∈Ntal que 2−ϵ < 4n0
2n0+ 1. Da´ı, usando as propriedades alg´ebricas deR, tem-se
(2−ϵ)(2n0+ 1)<4n0 ⇔ 2(2n0+ 1)−ϵ(2n0+ 1)<4n0 ⇔ 4n0+ 2−2n0ϵ−ϵ <4n0
⇔ 2−ϵ−2n0ϵ <0 ⇔ 2−ϵ <2n0ϵ ⇔ n0 > 2−ϵ 2ϵ .