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DESAFIOS NA DOCÊNCIA: UMA ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES Eber da Cunha Mendes

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DESAFIOS NA DOCÊNCIA: UMA ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Eber da Cunha Mendes

1

Sebastião Luís Batista 2

RESUMO

O presente artigo foi produzido a partir de observações, análises e investigações ocorridas nas salas de aulas em 2 (duas) escolas da rede pública de ensino. Uma de ensino fundamental municipal e a outra de ensino médio estadual. Foi observado que, tanto na escola de ensino fundamental como na escola de ensino médio, os professores encontravam desafios muito parecidos tais como: Desatenção dos alunos, falta de interesse nos assuntos lecionados, conversas paralelas, despreparo tanto dos alunos como também dos próprios professores, falta de recursos didáticos e excesso de brincadeiras. Observou- se também através da analise de projetos de curso de formação desses professores, que poucos eram os cursos que possibilitavam situações de contato com a classe de aula.

Assim sendo, notou-se que grande parte dos desafios observados teve origem em seus cursos de formação. Portanto, foram selecionados 2 (dois) professores experientes, com mais de 10 (dez) anos de docência, que foram observados em suas atividades práticas cotidianas de sala de aula. Os resultados observados revelaram que se faz urgente uma nova orientação na formação dos professores para que esses profissionais possam empenhar plenamente suas funções na docência.

Palavras-Chaves: Formação de professores. Desafios. Docência.

INTRODUÇÃO

1 Mestre em História Social das Relações Políticas pela UFES/ ES; Bacharel em Teologia pela Universidade Mackenzie/SP e em Filosofia (FJC); Licenciado em História (Faculdade de Guanhaes). Pós-graduado em Docência do Ensino Superior FABAVI/ ES e Ensino Religioso (FABRA/ES). Contato:

coordenacao_teologia@soufabra.com.br

2

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Especialista em Engenharia da Informação pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Atualmente é professor no Centro de Ensino Superior Fabra e coordenador pedagógico na Escola Primeiro Mundo. Contato:

pedagogico@soufabra.com.br.

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O primeiro contato da criança com a escola ocorre no ensino básico, mais precisamente na educação infantil. Nesta fase grande parte de nossas crianças terá o um primeiro contato com uma educação diferenciada e formal, que objetiva uma complementação na educação recebida na familiar e na sociedade.

Nesse nível de educação os profissionais que atuam nessa faixa etária devem possuir as habilidades necessárias para lidar com as necessidades requeridas pelas crianças. No contato da criança com ensino médio existem muitas diferentes possibilidades de aprendizado que o professor pode experimentar em sala ou até mesmo fora dela, contemplando as mais diferentes formas de ensino e aprendizagem bem desafiadores quando observamos o mundo real atualmente vivenciado.

Posteriormente à fase infantil, ingressando no ensino médio, o (a) jovem, observa mudanças tanto em seu corpo como em sua mente, passando por transformações físicas tais como estatura, voz, surgimento dos primeiros pêlos, variações hormonais, mentais, dentre outros, que envolvem atitudes e pensamentos que antes eram inimagináveis devido a sua condição infantil. Nesta fase surgem desafios inerentes à idade que devem ser muito bem observados, analisados e estudados pelos docentes e pela equipe escolar.

Este artigo visa promover uma discussão sobre a situação atual da Educação no

ensino fundamental e médio através da experiência vivenciadas em sala de aula e

do entendimento das razoes das mudanças ocorridas na educação nos últimos

anos, bem como aquilo que condiciona as políticas criadas para enfrentá-las. Busca-

se analisar a interação destas iniciativas com a dinâmica social, onde o peso e

impacto das decisões de governo são bem menores do que se é levado a supor se o

foco da análise se torna a política governamental. Esta não tem a pretensão de

determinar o social, ao contrário, interage com este na condição de um coadjuvante

no ensino.

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ENSINO FUNDAMENTAL

O Ensino fundamental é uma das etapas da educação básica no Brasil. Tem duração de nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças com idade média entre seis e quatorze anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica em responsabilidade conjunta dos pais ou responsáveis pela matrícula dos filhos, do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas e da sociedade por fazer valer a própria obrigatoriedade.

A implantação de uma política de ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos de duração exige tratamento político, administrativo e pedagógico, uma vez que o objetivo de um maior número de anos no ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem.

Ressalte-se que a aprendizagem não depende apenas do aumento do tempo de permanência na escola, mas também do emprego mais eficaz desse tempo: a associação de ambos pode contribuir significativamente para que os estudantes aprendam mais e de maneira mais prazerosa.

Para a legitimidade e a efetividade dessa política educacional, são necessárias

ações formativas da opinião pública, condições pedagógicas, administrativas,

financeiras, materiais e de recursos humanos, bem como acompanhamento e

avaliação em todos os níveis da gestão educacional. Nesse sentido foi elaborado

este documento para o ensino fundamental de nove anos, orientações para a

inclusão da criança de seis anos de idade, uma vez que a implementação dessa

política requer orientações pedagógicas que respeitem as crianças como sujeitos da

aprendizagem.

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Em se tratando dos aspectos administrativos, vale esclarecer que a organização federativa garante que cada sistema de ensino é competente e livre para construir, com a respectiva comunidade escolar, seu plano de ampliação do ensino fundamental, como também é responsável por desenvolver estudos com vistas à democratização do debate, o qual deve envolver todos os segmentos interessados em assegurar o padrão de qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Faz-se necessário, ainda, que os sistemas de ensino garantam às crianças de seis anos de idade, ingressantes no ensino fundamental, nove anos de estudo nessa etapa da educação básica. Durante o período de transição entre as duas estruturas, os sistemas devem administrar uma proposta curricular que assegure as aprendizagens necessárias ao prosseguimento, com sucesso, nos estudos tanto às crianças de seis anos quanto às de sete anos de idade que estão ingressando no ensino fundamental de nove anos, bem como àquelas ingressantes no, até então, ensino fundamental de oito anos.

Os problemas do ensino fundamental repercutem no ensino médio e superior de

várias maneiras. A pouca cobertura e as altas taxas de abandono no ensino médio

fazem com que poucos, relativamente, cheguem ao ensino superior. De quanta

educação o Brasil precisa e com que conteúdos? Não há dúvida que o ensino básico

universal de qualidade é um requisito e uma exigência moral de todas as sociedades

modernas, pelo bem da equidade social, dos valores culturais e da funcionalidade

econômica. Não há dúvida tampouco que os governos devem apoiar a educação de

nível superior, como fonte de conhecimento e competência para a sociedade como

um todo. Entretanto, mesmo nas economias avançadas, somente um segmento do

mercado de trabalho requer competências especializadas e a maior parte da

educação de nível superior está relacionada ao desenvolvimento de atitudes,

competências gerais e estilos de vida. O valor da educação no mercado de trabalho

é em grande parte posicional, ou seja, quem tem mais educação tende a levar

vantagem, mesmo que seus conhecimentos e competências não sejam

especificamente requeridos ou adequados para determinados empregos. Por isto, as

demandas de estudantes, educadores e acadêmicos por mais cursos, melhores

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salários e mais subsídios públicos em todos os níveis é crescente e aparentemente interminável, e é importante que os governantes possam conhecer os limites de seus recursos e decidir onde estão as prioridades.

ENSINO MÉDIO

Há duas avaliações possíveis em relação à educação brasileira em geral. Podem-se ressaltar os problemas apontados nos testes nacionais e a má colocação do País nos principais rankings internacionais ou olhar pelo lado positivo, de que o acesso à escola está perto da universalização e a comparação de índices de qualidade dos últimos anos aponta uma trajetória de melhora. Já sobre o ensino médio, não há opção: os dados de abandono são alarmantes e não há avanço na qualidade na última década. Para entender por que a maioria dos jovens brasileiros entra nesta etapa escolar, mas apenas metade permanece até o fim e uma pequena minoria realmente aprende o que deveria.

A estas distorções, causadas, sobretudo pelos altos níveis de repetência, se somam a má qualidade do ensino, evidenciada pelos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e por comparações internacionais (Crespo, Soares e Mello e Souza 2000, OECD 2001), e as elevadas taxas de evasão que ocorrem quando os jovens chegam à adolescência. Em 2003, aos 16 anos de idade, 16.7% dos brasileiros já se encontravam fora da escola; aos 18 anos, 42%. Assim, muitos passam pela escola sem aprender a ler e escrever, e saem antes de obter a titulação formal que necessitam. A má qualidade da educação não afeta a todos da mesma maneira: ela atinge, principalmente, as crianças oriundas de famílias mais pobres, e as escolas não estão preparadas para compensar estas diferenças, como mostra Francisco Soares em sua análise.

Há também problemas sérios de relevância e conteúdo que afetam, sobretudo, o

ensino médio. Será que o aluno está aprendendo o que precisa para aprimorar sua

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personalidade, viver em sociedade e participar do mercado de trabalho? Até recentemente, não existia no Brasil uma referência que servisse para avaliar os resultados do desempenho dos jovens que concluem a educação básica, e funcionasse como instrumento para a análise das diferenças e base para políticas de melhoria. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), foi a primeira experiência neste sentido, como parte de um esforço mais amplo de desenvolvimento de indicadores sobre as características, evolução e qualidade da educação do país.

As grandes diferenças de qualidade que existem no ensino médio, e o grande número de jovens que abandonam os cursos antes de terminar, colocam na pauta a necessidade de aumentar o espaço para a formação profissional, que possa capacitar os jovens para o mercado de trabalho.

O Brasil tem se saído razoavelmente bem na educação profissional para alguns segmentos da população, com acesso às escolas técnicas da indústria e do comércio, através do chamado “sistema S” (SESI, SENAI, SENAC), mas não conseguiu dar maior amplitude a essas experiências. Em todo o mundo, as experiências de separar o ensino médio entre cursos mais acadêmicos e cursos profissionais, orientados para o mercado de trabalho, costumam trazer um problema de difícil solução, que é a estratificação de prestígio e reconhecimento que se estabelece entre estes segmentos, com os mais pobres sendo canalizados para os cursos profissionais de menos prestígio e remuneração, enquanto que mais privilegiados permanecem nos cursos de formação geral e se preparam para entrar nas universidades.

Outra questão, que permeia todos os níveis de ensino, é a da formação de

professores, sem os quais nada pode ser feito. Existem evidências de que muitos

professores não adquirem a formação necessária para proporcionar uma educação

de qualidade, e enfrentar os problemas particularmente sérios que afetam as

escolas públicas que devem atender a populações mais carentes. Os professores e

professoras, no entanto, não trabalham no vácuo, mas em instituições que muitas

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vezes não têm o formato, os estímulos e os recursos necessários para que a atividade educacional possa se exercer plenamente.

Comparado com outros países do mesmo nível de renda, o Brasil tem um sistema universitário bastante reduzido e elitista, não somente em termos dos do número e composição social dos estudantes que admite, mas também em seu formato, baseado em um suposto modelo único de organização universitária que nunca conseguiu se implantar plenamente, mas que impede o desenvolvimento de segmentos mais adequados para o atendimento de muitas pessoas que buscam uma qualificação pelo menos razoável do ponto de vista cultural e profissional. É um sistema fortemente estratificado, com um número relativamente pequeno de excelentes instituições e cursos, razoavelmente bem financiadas e aonde é difícil entrar, e um grande número de instituições e cursos que se esforçam, muitas vezes inutilmente, para emular ou copiar o modelo das instituições e cursos de maior prestígio (SCHWARTZMAN, 2004). As universidades públicas, que implantaram desde os anos 60 o regime de tempo integral e as vantagens do serviço público para seus professores, são instituições caras e não têm conseguido se expandir, abrindo espaço para o grande crescimento do ensino superior privado em todo país, apresentando qualidade muito variada.

As escolas, em particular as duas vivenciadas, estão comprometidas com a construção de uma cidadania consciente e ativa, que ofereça aos alunos conhecimentos que lhes possibilitem compreender e posicionar-se frente às transformações da sociedade, participando da vida produtiva; que possam relacionar-se com a natureza, produzir e distribuir bens e serviços, convivendo com o mundo contemporâneo.

Nessas escolas estudam jovens e adultos, em sua grande maioria, pais e filhos da

classe trabalhadora. Atualmente algumas novas tarefas passaram a se integrar à

dinâmica educacional, não porque seja a instituição responsável pela educação,

mas por ser aquela que desenvolve uma prática educativa planejada e sistemática

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durante um período contínuo e extenso de tempo na vida das pessoas. A escola é reconhecida pela sociedade como a instituição da aprendizagem.

No atendimento educacional ao ensino Médio, espera-se que os alunos aprendam de forma autônoma, a valorizar o conhecimento, os bens culturais e o trabalho;

selecionar o que é relevante, investigar e pesquisar; construir hipóteses, compreender e raciocinar logicamente; comparar e estabelecer relações, inferir e generalizar; adquirir confiança e capacidade de pensar e encontrar soluções.

DESAFIOS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Até pouco tempo atrás, acreditava-se que os problemas centrais da educação brasileira eram a falta de escolas, as crianças que não iam às escolas e a grande carência de verbas. Considerava-se necessário construir mais prédios escolares, proporcionar melhores condições de estudo, pagar melhores salários aos professores e convencer as famílias a mandar seus filhos para serem educados. Foi necessário muitos anos para convencer os políticos e a opinião pública de que, na verdade, as crianças vão à escola em sua grande maioria, mas aprendem pouco, e começam a abandonar os estudos quando chegam na fase da adolescência.

Os problemas principais encontrados na maioria das escolas são a má qualidade e a repetência, ou seja, a tradição de reter os alunos que não se saem bem nas provas, prática amplamente disseminada no Brasil. Enquanto ainda se falava em construir mais escolas, com a diminuição da expansão demográfica e da migração interna na década de 1980 o país começou a enfrentar pela primeira vez problemas de salas de aula vazias. Em 2003, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (Pnad), haviam 40 milhões de alunos matriculados no ensino básico regular.

Em 2003, 55 milhões de brasileiros, uma em cada três pessoas, estavam fazendo

algum tipo de curso. Os gastos brasileiros em educação são hoje da ordem de 5 a

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5.5% do Produto Interno Bruto, mais do que a Argentina e Chile, e semelhante à Itália e Japão. Outros países, com recursos semelhantes, conseguem resultados bem melhores. Embora existam ainda muitas carências, que podem justificar gastos adicionais, o que se necessita agora é, sobretudo, de uma nova geração de reformas que parta de um diagnóstico correto dos problemas, e permita usar bem todo este investimento que já existe.

O problema do ensino médio é mais grave do que o do fundamental porque até pouco tempo e para muitos até agora a etapa não era vista como essencial. A média de escolaridade dos adultos no Brasil ainda é de 7,8 anos e só em 2009 a constituição foi alterada para tornar obrigatórios 14 anos de estudo, somando aos nove do ensino fundamental, dois do infantil e três do médio.

Conforme IBGE 2003, praticamente todas as crianças na faixa dos sete aos dez anos de idade estão na escola. Portanto, o acesso deixou de ser um problema importante. Mas, conforme aparece nas figuras subsequentes, muitos estudantes não estão no nível em que deveriam estar e há uma quantidade muito grande de adultos ocupando as vagas dos jovens desistentes.

Muitos jovens entre 15 e 17 anos não estão no ensino médio, como deveriam, mas ainda permanecem no ensino fundamental.

De acordo com estes dados da Pnad, no ensino fundamental a taxa líquida é de cerca de 93%, uma proporção bastante satisfatória; mas a taxa bruta se aproxima dos 120%, indicando um custo adicional de 20% que é pago pela ineficiência do sistema. No nível médio, cuja cobertura líquida é de 43%, cerca de metade dos alunos têm 18 anos de idade ou mais e já deveriam ter saído da educação básica.

Apenas 10% dentro da faixa etária (entre 18 a 24 anos de idade), cerca de metade

dos alunos está com 25 anos ou mais. Esses dados são relacionados à educação

nos ensinos médio e fundamental.

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CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS ESCOLHIDAS

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) em questão tem uma longa história. Atende às comunidades do Bairro República, Maria Ortiz, Goiabeiras, Jabour e adjacências (zona norte de Vitória) e é um exemplo na Rede Municipal de Vitória no atendimento ao ensino fundamental, funcionando de segunda a sexta-feira em três turnos: matutino, vespertino e noturno.

Com relação à infraestrutura da Escola, atualmente apresenta um espaço físico amplo e distribuindo-se em onze salas de aula, uma cozinha, uma secretaria, uma diretoria, uma biblioteca, um laboratório de informática, uma sala de professores, um depósito para merenda escolar, um pátio, dois banheiros e uma quadra poliesportiva. O educandário conta com o conselho escolar composto por um representante de pais de aluno, um professor, um representante dos alunos, um funcionário e um diretor. O mesmo tem como objetivo estimular uma maior integração do processo educativo, assistindo o educador e o educando em suas necessidades a fim de melhorar significativamente o processo de ensino e aprendizagem.

A merenda escolar tem um cardápio elaborado pela a própria escola, com orientações da nutricionista com a finalidade de suprir as necessidades alimentares dos alunos.

A contratação de professores e funcionários ocorre por meio de concurso público e/ou por contrato temporário. A escola também possui supletivo para o ensino fundamental, modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Possui atualmente um Diretor, três Coordenadores, um orientador educacional, dois

supervisores educacionais, seis auxiliares de serviços gerais, quarenta e um

professores, tres secretários, três guardas ou vigias (um em cada turno) e

setecentos e oitenta alunos nos três turnos.

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A Escola Estadual de Ensino Médio oferta cursos de ensino médio integrado à educação profissional. Os cursos seguem os pressupostos teórico-metodológicos, sob a égide da legislação vigente, não mais na lógica tecnicista, mas calcada na perspectiva de desenvolvimento sustentável. Este cenário demanda uma dupla articulação com a educação básica e com as políticas de geração de emprego e renda. A expectativa social mais ampla é de que se possa avançar na afirmação da escola básica unitária, que articule cultura e democracia com efetividade.

Atualmente a Escola Estadual de Ensino Médio está organizada em conformidade com necessidades estruturais indicadas pela Secretaria de Educação oferecendo cursos técnicos em administração, eletrotécnica e mecânica (todos integrados com ensino médio).

Atende às comunidades do Bairro República, Maria Ortiz, Goiabeiras, Jabour e adjacências (zona norte de Vitória) e é um exemplo na rede estadual no atendimento ao ensino médio, funcionando de segunda a sexta-feira em três turnos: matutino, vespertino e noturno.

A infraestrutura da Escola é satisfatória, apresenta um espaço físico amplo e distribuindo-se em quinze salas de aula, uma cozinha, uma secretaria, uma diretoria, uma biblioteca, um laboratório de informática, uma sala de professores, um depósito para merenda escolar, um pátio, três banheiros e uma quadra poliesportiva.

Atualmente está sendo realizada uma reforma geral na escola.

A contratação de professores e funcionários ocorre por meio de concurso público e/ou por contrato temporário.

Possui atualmente um Diretor, noventa e oito professores, seis coordenadores, três

orientadores educacionais, três supervisores educacionais, seis auxiliares de

seviços gerais, três secretários, três guardas e mil trezentos e oitenta alunos.

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RELAÇÃO ENTRE AS ESCOLAS E A COMUNIDADE

Nas duas escolas ocorrem reuniões periódicas entre professores e alunos, reuniões entre pais e mestres, serviço de orientação educacional na escola, abertura nos finais de semana para realização de programas e projetos institucionais (SEE,UNESCO), projetos da própria escola atividades esportivas e de recreação, música, teatro, trabalhos manuais, atividades da comunidade, trabalhos voluntários, atividades de reforço e de pré-vestibular da escola, gincanas, casamentos e festas da comunidade.

A manutenção do prédio da escola estadual é de responsabilidade do Governo Estadual. Já no caso da escola municipal a responsabilidade é da Prefeitura de Vitória. As escolas possuem um Conselho Escolar, Conselho de Classe e um Grêmio estudantil em atividade (somente na escola estadual).

Nas escolas a presenciei uma gestão bem participativa. Todos os profissionais da educação participam de alguma forma do processo de gestão, sejam eles diretores, coordenadores, pedagogos, professores e funcionários da secretaria. Entre os temas que recebem relevância na gestão podem ser citados o esclarecimento dos membros da comunidade sobre o planejado e decidido na escola, o conhecimento dos pais sobre o desempenho escolar pelo Projeto pedagógico Família Escola.

Temos que refletir sobre as questões relativas à participação de educadores, funcionários, representantes estudantis, enfim, de todos os envolvidos no processo escolar, para uma prática mais democrática em outras escolas.

O trabalho da escola perante a comunidade para repassar os informes é feito

através de reuniões que acontecem em certos períodos do ano. Após o termino de

cada trimestre é feito uma reunião (Conselho de Classe), com todos os professores

e a coordenação pedagógica, em seguida, marcada, outra reunião com a

comunidade, para informação da vida escolar de seus filhos. Dentro da escola existe

também um mural onde se coloca os informes para os alunos e comunidade, saídas

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para visitas pedagógicas, visitas técnicas e passeios ou eventuais termino de aulas mais cedo. O estado de conservação do mural é muito bom, e está sempre com informativos atualizados. Quando têm eventos importantes a instituição informa para a comunidade, e para os demais que fazem parte da escola, como docentes, alunos, pais e conselho de escola. Sendo um desafio para a escola, uma maior participação da família, na vida escolar dos seus filhos.

EXPERIENCIAS NAS ESCOLAS

Na Escola Municipal Ensino Fundamental (EMEF), as atividades observadas foram desenvolvidas no 6º e 7º anos. As turmas eram numerosas e barulhentas. Os alunos eram desinteressados e não se preocupavam em exercitar e estudar o conteúdo em casa, dificultando assim o processo de ensino aprendizagem. Alguns deles estavam ali para estudar e outros iam apenas para conversar e bagunçar, aparentemente não queriam nada com a vida. Assim, o trabalho nessa turma foi delicado.

Para tentar prender a atenção e despertar o interesse pelos alunos nas aulas, foram realizadas dinâmicas individuais e em grupo, os conteúdos foram abordados de forma mais contextualizada no que diz respeito às práticas sociais.

Um grande obstáculo enfrentado nesta turma foi o de cumprir com o que estava previsto no plano de aulas do professor. De um lado tinha que avançar nos conteúdos, devido a feriados e dias sem aula que tivemos nesse período, para que assim mais na frente o aluno não se sentisse prejudicado. Por outro lado, muitas vezes havia a necessidade de recuar, explicar várias vezes o mesmo conteúdo e rever assuntos que eles não lembravam mais, porque muitos não estavam entendendo a matéria.

Na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM), as atividades foram desenvolvidas

nas turmas de ensino médio Integrado do curso técnico. O fato mais relevante a ser

destacado foi o fraco desempenho dos jovens. Apesar da grande força de vontade

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dos alunos, muitos deles chegavam muito cansados de seus trabalhos (estudavam no período noturno) e, como consequências não conseguiam rendimento satisfatório.

Nas salas de aulas não presenciei problemas quanto à discriminação racial ou sexual. Os professores e os alunos sempre se portaram com muita ética em sala de aula. Acompanhei a realização de trabalhos coletivos que foram desenvolvidos por alunos das duas escolas.

Os professores foram muito atenciosos. Em particular, na forma de ensinar pois sempre observavam a postura, a entonação da voz e as maneiras de chamar a atenção dos alunos para a aula. Embora saibamos que muitas vezes o professor exerce papel de cuidador e não verdadeiramente de professor.

METODOS DE AVALIAÇÃO OU AVALIATIVOS

A avaliação é uma forma de atividade humana representada nas relações das mais variadas maneiras. Nas intervenções pedagógicas, a prática avaliativa se manifesta em todos os momentos, e para todas as ações praticadas tanto pelos alunos como todos os envolvidos. Essa avaliação subjetiva permeia e sustenta nossas práticas.

Assim, discutir, analisar e permitir a participação de todos, contribuirá para que busquemos o caminho mais adequado para alcançar os objetivos propostos.

Para além das praticas avaliativas que permeiam nossas relações, os momentos

formais da avaliação pedagógica são planejados pelos professores com o apoio das

equipes pedagógicas e administrativas e se concretizam em trabalhos de pesquisa

com apresentação, provas objetivas e subjetivas. É também valorizado o diálogo,

como forma de educar, de ensinar e aprender. Procurar-se, na prática educativa,

desenvolver a criticidade de todos os envolvidos, estimulando a curiosidade e o

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espírito inventivo, o dialogo, o senso de justiça, o princípio da identidade pessoal e coletiva como um grande motivador de consciência democrática.

O processo avaliativo é entendido como um instrumento permanente, contínuo, sistemático e necessário a fim de possibilitar reflexões sobre a prática pedagógica, objetivando o replanejamento das ações educativas.

Para reflexão quanto ao desempenho escolar dos alunos, a verificação do rendimento escolar observará o diagnóstico da situação da aprendizagem do aluno para estabelecer os objetivos que nortearão o planejamento da ação pedagógica.

Verificação dos avanços e dificuldades do aluno no processo de apropriação, construção e reelaboração do conhecimento, em função dos trabalhos desenvolvidos. Promoção e incentivo à reflexão dos alunos para com seus avanços e dificuldades, visando seu envolvimento no processo de aprendizagem.

A distribuição de pontos nas escolas é feita da seguinte forma: 100 (cem) pontos anuais em cada disciplina, distribuídos em 03 (três) trimestres e aproveitamento mínimo para aprovação de 60 (sessenta) pontos em cada disciplina e mínimo de 75% de frequência, correspondendo á média mínima de 60% (sessenta por cento).

Ainda é possível que o aluno, ao final de cada trimestre possa recuperar os pontos pendentes em cada matéria, sendo necessário alcançar a média mínima para aprovação de 60% (sessenta por cento) na recuperação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados e argumentos usados nesse artigo evidenciam os fatos que os ensinos

fundamental e médio enfrentam dificuldades em nosso país. A falta de recursos e

investimentos por parte do poder público agrava esta situação. Devem-se haver

políticas motivacionais, metas, planos para segurar e garantir um bom ensino aos

jovens no Brasil.

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Na experiência das escolas de Vitória, ficou claro que os desafios enfrentados pelos professores que insistem em se dedicar ao pouco e valorizado, porém nobre ofício da docência, são muitos e, de fato, desafiadores. Os problemas vão além das paredes da sala de aula. É preciso inserir o docente em formação dentro da realidade da sala de aula, como acontece em algumas categorias profissionais como, por exemplo, a dos médicos que tem que fazer residência hospitalar para poder atuar como médicos. Na residência médica os futuros médicos atuam sob a supervisão de um professor médico que os instruem em relação ao que prescrever e como reagir em determinada situação, assim deve ser a prática docente.

Ocorre ainda que cursos de formação inicial continuam separando a teoria acadêmica da prática da sala de aula. A teoria surge a partir da prática. Essa relação tem que ser entendida pelo professor por que, caso não entenda, será mais um teórico que não conseguiu associar suas teorias com a realidade da prática.

Existe uma grande insegurança, principalmente no início de carreira docente. Esta observação foi feita baseada na vivência em sala de aula, observando a atuação dos jovens professores.

Os professores alternaram momentos de segurança e insegurança em sala de aula.

Houve um momento em minha experiência, que foi quase impossível dominar a situação em sala tamanha era a bagunça. Os gritos do professor já não eram mais ouvidos e foi necessário lançar mão de um apagador batido fortemente contra a lousa, fabricando um barulho alto e irritante, atraindo a atenção das crianças que ficaram quietas em poucos instantes.

É necessário que se inclua, desde o início da formação básica do professor, práticas

de ensino em sala de aula. Por mais que os professores experientes conseguissem

demonstrar a sua competência e habilidade em conduzir as turmas e os conteúdos

lecionados, por vezes consegui observar momentos de insegurança originados em

falhas de formação. Essas falhas de formação muitas vezes deixam sequelas graves

que podem levar desde a uma leve insegurança ou, até mesmo a situações mais

complexas que poderão acarretar em uma condição extrema, o abandono da

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docência, ou seja, fracasso absoluto do docente que reflete todo o fracasso do sistema educacional brasileiro.

Observa-se que o problema do ensino médio é mais grave que o do fundamental, pois até pouco tempo e para muitos até agora a etapa não era vista como essencial.

Há também problemas sérios de relevância e conteúdo que afetam sobretudo o ensino médio. Será que o aluno está aprendendo o que precisa para aprimorar sua personalidade, viver em sociedade e participar do mercado de trabalho? O Brasil tem tentado aprimorar a oferta de cursos profissionalizantes, através do chamado

“sistema S” (SESI, SENAI, SENAR, SENAC), para a população em geral, causando um efeito separatista de classes, pois os melhores cursos, principalmente os de nível superior, acabam ficando para as classes que conseguiram realizar um bom aprendizado nos ensinos fundamental e médio.

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Referências

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