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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0188.13.012151-3/001

Número do Númeração 0121513-

Des.(a) Eduardo Brum Relator:

Des.(a) Eduardo Brum Relator do Acordão:

16/03/2016 Data do Julgamento:

28/03/2016 Data da Publicação:

EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - CRIME CONTRA A HONRA - PROCURAÇÃO DEFICIENTE - INOBSERVÂNCIA DO ART. 44 DO CPP - R E G U L A R I Z A Ç Ã O A P Ó S O F I M D O P R A Z O D E C A D E N C I A L - PUNIBILIDADE EXTINTA - CONFIRMAÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO. 1.

Constituiu óbice ao regular desenvolvimento da ação penal de iniciativa privada a falta de menção do fato criminoso no instrumento de mandato visando à propositura da queixa-crime, que também não foi assinada pela querelante juntamente com o advogado constituído. 2. Não tendo sido regularizado o aludido vício no prazo decadencial de 06 (seis) meses a contar da data dos fatos, correta é a declaração da extinção da punibilidade da querelada, nos termos do art. 107, IV, do CP. 3. Recurso não provido.

REC EM SENTIDO ESTRITO Nº 1.0188.13.012151-3/001 - COMARCA DE N O V A L I M A - R E C O R R E N T E ( S ) : A L I N E P E R E S C O U T O - R E C O R R I D O ( A ) ( S ) : M A G D A M O U R A D E C A R V A L H O

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 4ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

DES. EDUARDO BRUM

RELATOR.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

DES. EDUARDO BRUM (RELATOR)

V O T O

Trata-se de recurso em sentido estrito interposto em face da r. decisão que julgou extinta a punibilidade da querelada, em razão de vício da procuração da querelante não sanado dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses (fls. 55).

Em suas razões, a recorrente eriça preliminar de nulidade processual, afirmando que não teve a oportunidade de se manifestar sobre a prefacial eriçada pela defesa, antes que a decisão fosse proferida. No mérito, sustenta a tese de que qualquer forma de demonstrar interesse da querelante na persecução criminal deve suprir o defeito da procuração. Assim, considerando que ela se dirigiu à presença do Membro do Ministério Público oficiante na origem, relatando o episódio em 08 de novembro de 2013, dentro do prazo decadencial. Pede a reforma da r. decisão, a fim de que a ação penal privada prossiga em seus ulteriores termos (fls. 67/74).

Contrarrazões às fls. 83/85.

A r. decisão foi mantida na fase do art. 589 do CPP (fls. 87)

O Ministério Público é pela rejeição da preambular e desprovimento do recurso (fls. 86/v. e 92/94).

Conheço do inconformismo, presentes os pressupostos e requisitos de admissibilidade.

Prefacialmente, não vislumbro nulidade a declarar.

Decadência é matéria de ordem pública, que pode ser declarada

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em qualquer fase do processo e em qualquer grau de jurisdição, independentemente da oitiva da outra parte.

Rejeito, pois, a preliminar.

No mérito, tenho como irrepreensível a r. decisão combatida.

Além de não se poder inferir das declarações de fls. 10/11 que a querelante tinha vontade de imputar à querelada os exatos fatos narrados na exordial, não há como se prescindir da formalidade expressamente prevista no art. 44 do CPP.

Dessarte, considerando que a irregularidade da procuração somente foi sanada após o prazo decadencial de 6 (seis) meses a contar da data dos fatos.

Nesse sentido, destaco precedentes do augusto STJ:

"PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA A H O N R A . Q U E I X A - C R I M E . R E J E I Ç Ã O . I R R E G U L A R I D A D E D O INSTRUMENTO DE MANDATO. ART. 44 DO CPP. DECADÊNCIA. I - A falha na representação processual do querelante pode ser sanada a qualquer tempo, desde que dentro do prazo decadencial (Precedentes do STJ e do STF). II - In casu, verifica-se que o instrumento procuratório juntado aos autos não contém a descrição das condutas delituosas, a tipificação dos crimes, nem a indicação dos querelados, em desatendimento ao disposto no art. 44 do CPP. III - Recurso especial desprovido" (STJ, REsp 879749/BA, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 26/06/2007, DJ 03/09/2007, pág. 214).

"HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. QUEIXA CRIME.

PROCURAÇÃO IRREGULAR. ORDEM CONCEDIDA. 1. Constituiu óbice ao regular desenvolvimento da ação penal, a falta de menção do fato criminoso no instrumento de mandato visando à propositura da queixa-crime, que também não foi assinada pela querelante com o advogado constituído. 2.

Segundo os artigos 43, III, 44 e 568, todos do Código de Processo Penal, a

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dentro do prazo decadencial, tendo em vista que a expressão 'a todo tempo' significa 'enquanto for possível'. 3. Ordem concedida, declarando-se extinta a punibilidade" (STJ, HC 45017/GO, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA TURMA, julgado em 07/03/2006, DJ 27/03/2006, pág. 339).

Em idêntico sentido, há arestos desta colenda Câmara:

" R E C U R S O E M S E N T I D O E S T R I T O - P R O C E S S O P E N A L - INTEMPESTIVIDADE - REJEIÇÃO - INTENÇÃO DE RECORRER NO PRAZO - CALÚNIA E DIFAMAÇÃO - QUEIXA-CRIME - PROCURAÇÃO - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 44 DO CPP - DECADÊNCIA - MANUTENÇÃO. - A apresentação tardia das razões recursais não passa de mera irregularidade, considerando-se tempestivo o recurso desde que a intenção de recorrer tenha se formalizado no quinquídio legal determinado pelo art. 586 do Código de Processo Penal. - Se o instrumento de mandato, para oferecimento da queixa-crime, não contém os requisitos do art. 44 do CPP e a irregularidade não foi sanada no prazo decadencial, é de se manter a decisão que julgou extinta a punibilidade pela decadência" (Recurso em Sentido Estrito n.º 1.0024.11.315116-1/001, Relator Des. Júlio Cezar Guttierrez, julgamento em 23/10/2013, publicação da súmula em 30/10/2013).

"RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - QUEIXA-CRIME - REJEIÇÃO - VÍCIO

DE REPRESENTAÇÃO - OCORRÊNCIA - PROCURAÇÃO DEFICIENTE -

INOBSERVÂNCIA DO ART. 44 DO CPP - IRREGULARIDADE NÃO

SANADA EM TEMPO OPORTUNO-- ESGOTAMENTO DO PRAZO

DECADENCIAL - DECLARAÇÃO DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE -

POSSIBILIDADE - DECADÊNCIA VERIFICADA.- RECURSO PROVIDO. -

Os delitos contra a honra procedem-se mediante queixa-crime, por serem de

ação privada, devendo ser obedecida a regra prevista no art. 44, do Código

Penal. - As irregularidades verificadas na representação podem ser sanadas

a qualquer tempo, desde que dentro do prazo decadencial (precedentes do

STF e do STJ). Não sendo possível a regularização do vício apontado em

tempo hábil, ou seja, antes de superado o referido prazo, declara-se extinta a

punibilidade da recorrente, nos termos do art.107, IV, do CP. (Recurso em

Sentido Estrito n.º

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1.0024.12.138774-0/001, Relator Des. Herbert Carneiro, julgamento em 14/11/2012, publicação da súmula em 29/11/2012).

E também de outros Órgãos fracionários deste eg. TJMG:

"HABEAS CORPUS. QUEIXA-CRIME. DIFAMAÇÃO, CALÚNIA E INJÚRIA.

PROCURAÇÃO. NULIDADE. INOBSERVÂNCIA DAS EXIGÊNCIAS DO ARTIGO 44 DO CPP. INEXISTÊNCIA DE OUTORGA DE PODERES E S P E C I A I S . A U S Ê N C I A D E M E N Ç Ã O A O F A T O D E L I T U O S O . ESGOTAMENTO DO PRAZO DECADENCIAL. ORDEM CONCEDIDA. - De acordo com o artigo 44 do Código de Processo Penal, a procuração para o ajuizamento de queixa-crime deve conceder ao mandatário poderes especiais, bem como constar o nome do querelante (leia-se querelado) e a menção do fato criminoso. - Não sendo possível a regularização dos vícios apontados, visto que já se operou a decadência do direito de queixa, imperiosa a extinção da punibilidade dos pacientes, nos termos do artigo 1 0 7 , I V d o C ó d i g o P e n a l " ( T J M G - H a b e a s C o r p u s C r i m i n a l 1.0000.15.035561-8/000, Relator(a): Des.(a) Renato Martins Jacob, 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 02/07/2015, publicação da súmula em 13/07/2015).

"APELAÇÃO CRIMINAL - AÇÃO PENAL PRIVADA - VÍCIO NO INSTRUMENTO DE REPRESENTAÇÃO - QUEIXA-CRIME - INEXISTÊNCIA DE MENÇÃO AO FATO CRIMINOSO, AINDA QUE SUCINTAMENTE - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 44, DO CPP - DECADÊNCIA - VÍCIO INSANÁVEL - RECURSO IMPROVIDO. Uma vez que o instrumento de mandato, para oferecimento da queixa-crime não atende aos requisitos do art. 44 do CPP e não tendo sido sanada a irregularidade no prazo decadencial, é imperiosa a declaração da extinção da punibilidade pela decadência, mantendo-se inalterada a sentença hostilizada" (TJMG - Apelação Criminal 1.0338.12.007556-3/001, Relator(a): Des.(a) Sálvio Chaves, 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 30/10/2014, publicação da súmula em 07/11/2014).

Considerando, pois, que a r. decisão recorrida está em perfeita

consonância com a jurisprudência deste Tribunal e também do Superior

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Assim, acompanho o parecer e nego provimento ao recurso.

Custas na forma da lei.

DES. JÚLIO CEZAR GUTTIERREZ De acordo com o Relator.

DES. DOORGAL ANDRADA De acordo com o Relator.

SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO"

Referências

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