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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Fabíola Leal Batista Idaltino Corrêa dos Prazeres

Yzes da Silva Abreu

As parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, propostas na prestação de serviços

sociais da Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-PA.

Tailândia/PA

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Fabíola Leal Batista Idaltino Corrêa dos Prazeres

Yzes da Silva Abreu

As parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, propostas na prestação de serviços

sociais da Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-PA.

Projeto de trabalho de curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Administração Pública da Universidade Federal do Pará, como requisito aprovação na disciplina Seminário temático II na LFE I, II ou III.

Tutor orientador: Prof. Raul Dantas da Silva.

Tailândia/PA

2016

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...4

1.1 – Apresentação do tema....………...4

1.2 – Problema de pesquisa ...5

1.3 – Objetivos ...7

1.3.1 – Objetivo Geral...7

1.3.2 – Objetivos Específicos ...7

2. REVISÃO DE LITERATURA...7

3. REFERENCIAL TEÓRICO ...9

3.1 – Organizações do Terceiro setor ...9

3.2 – Pastoral da Criança...11

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...13

4.1 – Instrumento de coleta de dados...14

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...16

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do tema

As organizações sem fins lucrativos que constituem o Terceiro Setor são alternativas para canalizar esforços da sociedade civil em prol da melhoria da qualidade de vida, tendo em vista o desenvolvimento social. Estas organizações emergiram através de uma nova conjuntura social, em que a complexidade dos problemas sociais impõe a necessidade de se desenvolver soluções diferenciadas que sejam capazes de reduzir a exclusão social e, conseqüentemente, construir uma sociedade mais justa.

No contexto atual, as organizações do Terceiro Setor adquiriram papéis importantes na sociedade, por atuarem de forma eficiente como prestadoras de serviços e também como agentes de mobilização social. No entanto, em conseqüência a essas aquisições, novos desafios emergiram. Segundo Falconer (apud CARVALHO, 2006), nas décadas de 1970 e 1980, os maiores desafios do Terceiro Setor eram atuar em um ambiente que apresentava hostilidade política e que dificultava o reconhecimento e o crescimento dessas instituições. Porém, na década de 1990 a credibilidade e o reconhecimento do setor advêm da capacidade dessas instituições de promoverem mudanças sociais através de um trabalho desenvolvido pela própria sociedade.

Assim, com o reconhecimento destas organizações, frente às competências por elas apresentadas, fez-se emergir novas responsabilidades; dito de outro modo, a demanda que se aumentava por trabalhos eficazes e ações coordenadas, levava a necessidade das mesmas se reestruturarem para adquirirem novas competências.

Nesse contexto, o desenvolvimento institucional e gerencial das organizações da sociedade civil, tornou-se assim unanimidade dentro do círculo de cooperação e de aprimoramento. No entanto, na busca por desenvolver novas competências nas organizações do terceiro setor, muito ainda se debate, programas de capacitação se realizam, recursos são desprendidos e muitas expectativas são criadas (ARMANI, 2000).

Atualmente, a maioria das organizações sem fins lucrativos percebeu a

importância de uma gestão eficaz, pois passaram a ter o conhecimento de que elas não

sobrevivem apenas da boa vontade de poucos, mas sim, de formas de gestão voltadas

para resultados, com definições de visão, missão, valores, desenvolvimento de

lideranças, foco nas pessoas, no negócio e na busca pela sustentabilidade (DRUCKER,

1994).

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Logo, para o alcance de uma gestão eficaz em busca da sustentabilidade, essas organizações necessitam de gestores, esses necessitam de uma equipe que possua competências para a gestão do negócio organizacional. Porém, grande parte dessas organizações não possui capital disponível para a remuneração desses profissionais, direcionando assim o recurso disponível para outros fins. Assim, o gestor das organizações do terceiro setor, deverá direcionar seus esforços para integrar o ambiente externo ao interno, focando na atuação sinérgica entre entidades privadas e com fins lucrativos, organismos públicos e o terceiro setor, a fim de, viabilizar o novo projeto de desenvolvimento, formulação e implementação de políticas públicas, em busca do desenvolvimento da sociedade.

Diante desse novo cenário apresentado pelo Terceiro Setor, esta pesquisa tem como tema: “As parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, propostas na prestação de serviços sociais da Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-PA”. Esta pesquisa nasce do grande clamor de muitas instituições que no Terceiro Setor na cadência de filantropia buscam realizar atividades para superação da exclusão social como também prevenir crianças, jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

A necessidade dos trabalhos sociais precisa ser incrementado pela Administração Pública com recursos que visam fomentar as atividades destas organizações filantrópicas pela melhoria social.

1.2 - Problema de pesquisa

Manter-se como organização diante das novas exigências e responsabilidades da atual conjuntura social está se tornando cada vez mais difícil; e dentro desse contexto, na busca por um posicionamento e estabilidade, as organizações de sucesso investem em profissionais qualificados e em gestores capacitados, objetivando novas competências organizacionais. Esse comportamento se torna cada vez mais freqüente entre as organizações sem fins lucrativos, visto que aumentaram a demanda e as exigências por trabalhos mais eficazes e ações coordenadas, a fim de garantir a continuidade e a efetividade de suas atividades.

As organizações do Terceiro Setor em sua maioria surgem de um sonho, de um

projeto pessoal ou de alguns idealizadores. Para exemplificação, observe a seguinte

suposição: existe em um determinado bairro o caso em que a ação surge por que alguns

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adolescentes estão fazendo uso de droga na esquina, neste caso especifico, cheirando cola. Um morador deste bairro observa essa situação e resolve realizar alguma ação para reverter este problema, abre então a porta de sua garagem, quartinho de entulho desativado ou mesmo sua copa e inicia um trabalho para mudar a vida destes adolescentes. Com o tempo o padeiro fica sabendo do projeto que está sendo executado e começa a doar pães, o pedreiro faz aquela pequena reforma no quartinho, o pintor faz aquela pintura no domingo de manhã e assim, mais e mais pessoas contribuem para o Projeto que auxilia usuários de drogas. Com o tempo e com um número maior de contribuintes, o quartinho se torna o aluguel da casa da esquina. Mais à frente a estrutura se torna muito grande e o descontrole maior ainda diante de tantas exigências legais e de tantos novos parceiros, falta aí à gestão. Claro que o ideal daquele sujeito que sonhou um dia mudar a realidade daqueles adolescentes usuários de drogas ainda pode existir; no entanto para que tal propósito permaneça, desenvolva, cresça eis que surge o momento do gestor que, após uma avaliação contextual encontra o melhor caminho para que a organização se torne sustentável, para que haja desenvolvimento real das equipes internas e para que elas trabalhem para os resultados. Contudo, neste momento pode ocorrer o choque com a direção: "Como alguém que veio de fora, acadêmico por natureza pode querer mudar as nossas rotinas?".

Essa situação parece absurda, pela responsabilidade e pelo importante papel do gestor na organização. No entanto, com base na supracitada suposição observa-se que as organizações do terceiro setor necessitam ter acesso a ferramentas que as preparem para receber uma estrutura gerencial adequada e capacitada para que os seus objetivos sejam alcançado, como também, condições financeiras que viabilizem seu trabalho. Os idealizadores, sócios e diretores não foram treinados e nem mesmo imaginavam que em um dado momento, para a sobrevivência e sucesso da sua organização, necessitariam de um bom gerenciamento; afinal, a princípio a intenção era somente evitar que aqueles adolescentes usassem drogas como exemplificamos acima, mas que diante da crescente realidade social em sua demanda o fator financeiro e de uma boa gerencia veio se agravando.

Assim sendo, na busca pela gestão sustentável das organizações do terceiro setor

é necessário conhecer as dimensões que garantam tal estado e os possíveis conflitos

enfrentados pelos gestores, sócios e idealizadores. Portanto, a situação problema do

presente estudo será descrita da seguinte maneira: Quais os desafios encontrados para a

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pactuação de parcerias entre a Pastoral da Criança e do Menor e o Estado no município de Tailândia – PA?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os desafios existentes para pactuação de parcerias entre a Administração Pública do município de Tailândia-PA e a organização do Terceiro Setor Pastoral da Criança e do Menor.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Busca-se os seguintes objetivos específicos com esta pesquisa:

 Verificar a relação existente entre a Administração Pública e as Organizações do Terceiro Setor.

 Apresentar os principais temas relativos ao Terceiro Setor, com posições favoráveis e contrárias ao seu ideário.

 Elencar os desafios existentes para que sejam firmadas parcerias entre o Estado e a Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-PA.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Atualmente, as Organizações do Terceiro Setor ganharam destaques no cenário econômico por serem classificadas como sem fins lucrativos, mantidas pela participação voluntária, voltadas para o atendimento das necessidades sociais e complemento à ação do Estado. Com isso, surgiram vários estudos voltados para o tema, com finalidade de se compreender melhor o assunto, principalmente no que diz respeito às parcerias firmadas entre o Estado e o Terceiro Setor.

Thibes e Moretto (2011), por exemplo, em estudo realizado sobre a mobilização

de recursos nas organizações da sociedade civil, que teve como objetivo central analisar

a interface dessa organização com os outros atores sociais de seu entorno no que diz

respeito à mobilização de recursos e de suas parcerias, destacam que a sobrevivência de

tais organizações depende fundamentalmente das interações que estabelecem, tanto em

termos de parcerias, como na mobilização de seus recursos. A pesquisa foi realizada

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através de método qualitativo e permitiu concluir que trabalhar com recursos públicos acaba por limitar os projetos e demanda muito mais energia na prestação de contas, logo é preciso que se inicie uma reflexão dentro da organização sobre a possibilidade de se buscar outras formas de mobilização de recursos sempre pautadas em reflexões institucionais para que não haja a aceitação de recursos de iniciativas que não corroboram com a missão da organização.

Quandt e Fernandes (2004), fez uma análise sobre o aprendizado organizacional numa organização do terceiro setor, onde enfatiza que a Pastoral da Criança é apontada como uma das mais importantes organizações comunitárias em todo o mundo a trabalhar nas áreas da saúde, nutrição e educação infantil, desenvolvendo uma metodologia própria de gestão, que tem como foco principal a criança, em seu contexto familiar e comunitário. Onde através de um estudo de caso, com foco nos fatores facilitadores como a estratégia, a cultura, a gestão e a tecnologia, foi concluído que os processos de disseminação e retenção do conhecimento contribuem para a aprendizagem organizacional na Pastoral da Criança.

Abdala, Assis, Gonçalves e Abdala (2015), em estudo realizado sobre parcerias entre o Estado e Organizações do Terceiro Setor, analisou os principais desafios acerca das parcerias na atividade de gestão hospitalar. Nesse estudo os autores fazem uma descrição sobre os principais desafios encontrados, entre eles, a falta de autonomia, falta de confiança, excessivos processos de controle por parte do poder público, atrasos ou descontinuidade no repasse dos recursos. E através do procedimento metodológico qualitativo descritivo foi possível concluir que existem inúmeros ganhos na articulação de parcerias entre o Estado e as organizações do Terceiro Setor, tendo ficado claro que, apesar dos desafios, os ganhos para diferentes atores tem se mostrado representativos, principalmente para a sociedade, onde os ganhos podem estar associados à qualidade dos serviços e agilidade e por outro lado, para o Estado, há ganhos como redução de custos e resolutividade nos casos locais.

Portanto, com a Revisão de Literatura, é possível concluir que há uma grande

relevância para a sociedade, os estudos voltados para as parcerias entre o Estado e as

Organizações do Terceiro Setor, pois há um campo muito amplo a ser explorado.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Organizações do Terceiro Setor

As Organizações do Terceiro Setor são as instituições de personalidade jurídica de direito privado que não possuem fins lucrativos e depende da boa ação de voluntários para desenvolver suas ações e foram criadas para um fim específico de interesse público, voltados para a educação, saúde, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal.

O Código Civil instituído pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, destaca:

E ainda segundo o mesmo:

Nesse contexto, a Pastoral da Criança, uma entidade social criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB-, ligada à Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz que exercita práticas referentes à saúde, à alimentação, à educação, à cidadania e à espiritualidade da faixa infantil que compõe os grupos mais miseráveis, tão logo pode ser considerada uma organização do Terceiro

Art. 44. São pessoas de direito privado:

I – as associações;

II – as sociedades;

III – as fundações;

IV – as organizações religiosas;

V – os partidos políticos;

VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Lei n°

10.406/2002).

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:

I – assistência social;

II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III – educação;

IV – saúde;

V – segurança alimentar e nutricional;

VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;

VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;

VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;

IX – atividades religiosas; e

X – (VETADO). (Lei n° 10.406/2002).

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Setor e no que diz respeito à “parcerias” é regulamentada pela Lei n° 13.019 de 31 de julho de 2014, denominada de Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.

O “Marco Regulatório” criou dois novos modelos de parceria entre o Estado e as entidades do Terceiro Setor: o ‘Termo de Colaboração’ e o ‘Termo de Fomento’. Essas duas modalidades de parceira foram criadas para substituir os convênios, que passarão a ser usados apenas em parcerias celebradas entre duas ou mais entidades públicas.

As Organizações do Terceiro Setor possuem base legal para firmar parcerias com o Estado através do ‘Procedimento de Manifestação de Interesse Social’, onde as organizações da sociedade civil podem apresentar projetos de atividades a serem prestadas em parceria com o Poder Público.

Portanto, a Lei Federal n. 13.019/2014, institui normas gerais para parcerias voluntárias celebradas entre a Administração Pública (nos três níveis de governo:

União, Estados e Municípios) e a todas as organizações da sociedade civil, entidades sem fins lucrativos, caso tenham interesse.

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:

I - organização da sociedade civil:

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; (Lei n°

13.019/2014).

Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

(Lei n° 13.019/2014).

Art. 18. É instituído o Procedimento de Manifestação de Interesse Social como instrumento por meio do qual as organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parceria. (Lei n° 13.019/2014).

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3.2 A Pastoral da Criança

Idealizada no ano de 1982, por Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal Arcebispo de São Paulo, e Mr. James Grant, então Diretor Executivo do UNICEF, em Genebra, durante debate sobre os problemas da pobreza e a paz no Mundo, e criada no ano de 1983 pela médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns Neumann, a Pastoral da Criança, organismo de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), vem sendo apontada como uma das mais importantes organizações de todo o mundo a trabalhar em saúde, nutrição e educação da criança do ventre materno aos seis anos de vida, envolvendo necessariamente famílias e comunidades. Atualmente, a Pastoral da Criança está presente em todo o Brasil, criou metodologia própria e desenvolveu sua mística.

A Pastoral da Criança tem como base a comunidade e a família para desenvolver seu trabalho. Treina líderes comunitárias, que moram na própria comunidade, para a mobilização das famílias em atividades de combate à mortalidade infantil e de melhoria da qualidade de vida familiar.

Para melhor desenvolver seu trabalho, a Pastoral da Criança precisa de recursos humanos, materiais e financeiros. Com isso, verificou-se a possibilidade estudar sobre a possibilidade de parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, com vista a contribuir com o desenvolvimento do trabalho da mesma. E para tanto se buscou pesquisas literárias para servir de base a este trabalho.

Damião (2009), por exemplo, em seu estudo sobre as parcerias da Administração

Pública brasileira com o terceiro setor, cita como problema, que a transferência de

serviços, programas e projetos de Assistência Social da esfera pública para organizações

não-governamentais, apoiando-se nas hipóteses de que a parceria da Administração

Pública com o terceiro setor para o desenvolvimento da política pública de Assistência

Social tem se constituído em estratégia de avanço do neoliberalismo e de que essas

parcerias contribuem para a desqualificação da Assistência Social enquanto política

pública. Onde se vê que as parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor

ainda é um desafio a ser vencido.

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Santos (2006), em seu trabalho sobre as ações da Pastoral da Criança, faz uma reflexão a cerca do “conceito de desenvolvimento que tem sido relacionado, quase exclusivamente, ao fenômeno da dinamização do crescimento econômico. Todavia, parece que o crescimento econômico é necessário, porém não é suficiente para gerar desenvolvimento”.

Ainda segundo a mesma:

Ainda segundo Santos (2006), de acordo com suas pesquisas, “o grande valor do conceito de capital social está na possibilidade de identificar certos aspectos funcionais da estrutura social que proporciona, aos atores sociais, recursos para a realização de seus interesses. E afirma, também, que o capital social possibilita, pelos esforços somados das comunidades, ganhos sociais importantes para as pessoas, podendo a sociedade munir-se de possibilidade que, em conjunto com diversos tipos de capital, e com o auxílio do Estado, podem transformar, de maneira positiva, a realidade social”. O que pode ser verificado dado o tamanho da importância do trabalho que a Pastoral Criança realiza em virtude dos resultados obtidos, apesar de todas dificuldades enfrentadas. E ainda destaca:

No entanto, sabe-se que todo trabalho, principalmente dessa natureza, para ser desenvolvido, precisa não só de recursos humanos e materiais, mas principalmente de recursos financeiros, para que alcance sua excelência. Com isso busca-se aqui desenvolver um trabalho de pesquisas sobre as parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, nesse caso, a Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-Pa, para que a mesma possa desenvolver seus trabalhos e alcançar seus

Pensar o desenvolvimento humano, social e sustentável equivale pensar um novo conceito de desenvolvimento que articula a dinamização do crescimento econômico com outros fatores, entre os quais: o crescimento do capital social, do capital humano, a conquista da boa governança e o uso sustentável do capital natural. (SANTOS, 2006).

Dessa forma, a Pastoral da Criança se coaduna com os fundamentos do capital social por ser um serviço de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acompanha gestantes e crianças em bolsões de pobreza e miséria, independente de cor, raça, crença religiosa ou política. É uma rede de solidariedade formada por mais de 242 mil pessoas trabalhando voluntariamente no combate à desnutrição e à mortalidade infantil e colaborando para a melhoria da qualidade de vida das crianças brasileiras. É considerada como uma das mais importantes organizações de todo o mundo a trabalhar em saúde, nutrição e educação da criança do ventre materno aos seis anos de vida, envolvendo famílias e comunidades. (SANTOS, 2006).

(13)

objetivos de forma satisfatória. E uma das formas de parcerias são os convênios firmados para repasse de recursos financeiros a fim de amenizar as dificuldades encontradas no âmbito dessa organização.

Outros autores também destacam:

Portanto, com base em todos os estudos citados, pode-se concluir que a Pastoral da Criança é uma organização não governamental do Terceiro Setor muito importante para o desenvolvimento local de uma determinada região, no entanto, é necessário que a mesma seja fomentada através de parcerias que possam subsidiá-las no desenvolvimento de suas ações. Logo, é relevante fazer um estudo sobre “as parcerias entre a Administração Pública e o Terceiro Setor, voltado para as ações da Pastoral da Criança e Juventude do município de Tailândia – PA” e através de uma pesquisa documental e de campo para verificar quais as possibilidades existentes de firmar parcerias, a fim de subsidiar tais ações.

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa será realizada em uma organização do Terceiro Setor, neste caso, a Pastoral da Criança e do Menor no município de Tailândia – PA, onde pretende-se fazer a coleta de dados através de uma pesquisa de campo com aplicação de questionários com os principais responsáveis pela organização e os demais envolvidos, como usuários/beneficiários e voluntários, assim como uma pesquisa documental na própria organização.

Após a coleta de dados, pretende-se fazer a análise dos dados através de tabelas e gráficos para demonstrar melhor os resultados alcançados na pesquisa e também expor imagens das ações desenvolvidas pela Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia para enriquecer o presente trabalho.

A definição de entidade sem fins lucrativos é bastante diversa entre os pesquisadores do tema, porém, pode-se afirmar que existe a convergência de que tais entidades visam o bem estar social e a transformação do ser humano.

Por meio das atividades que as diversas organizações do chamado terceiro setor desempenham, elas contribuem para a transformação da sociedade e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. As organizações do terceiro setor vêm demonstrar como isso é possível, visto que são entidades voltadas para o ser humano, que buscam oferecer melhores condições de vida e bem-estar à sociedade em geral ou a grupos específicos. Algumas dessas entidades dependem da caridade e do voluntariado de pessoas dispostas a ajudar e também lidam com os recursos financeiros escassos.

(OLIVEIRA; JARDIM; LAURE; SOARES JR, 2012).

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4.1 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados, ou seja, o questionário de pesquisa levará em conta os seus objetivos específicos. Dessa forma cada pergunta a ser elaborada tem uma ligação direta com esses objetivos específicos tendo como base os trabalhos acadêmicos citados na revisão de literatura.

Para a coleta de dados serão realizados como técnicas a aplicação dos questionários em dois momentos. O primeiro envolverá a coordenação da Pastoral da Criança e do Menor e seus funcionários. E o segundo será aplicado aos usuários/beneficiários e voluntários. O objetivo da coleta de dados é atingir a grande maioria dos envolvidos na Organização de forma qualitativa, a fim de atender aos objetivos deste estudo. As entrevistas envolvendo todos os públicos da Organização deverão ser realizadas num período estimado de trinta dias.

Segue abaixo, a tabela com suas ideias dentro dos parâmetros que nortearão o

instrumento de coleta de dados deste trabalho:

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O que eu quero

perguntar? Trecho da revisão de literatura

Objetivo específico do seu trabalho a que se referirá à

pergunta

Texto definitivo da pergunta

Dados demográficos das pessoas que irei entrevistar

(usuários/beneficiários, funcionários e voluntários)

Verificar a relação existente entre a Administração Pública e as Organizações do

Terceiro Setor.

Qual o seu gênero?

Qual a sua faixa etária?

Qual o seu estado civil?

Se possue renda: quanto recebe em média?

Nível de satisfação com o trabalho realizado (para os voluntários)?

Área de atuação da Organização; Existência de

Voluntários;

Apresentar os principais temas relativos ao Terceiro

Setor, com posições favoráveis e contrárias ao seu

ideário.

Onde está presente o trabalho da Pastoral da Criança e do Menor?

Quais as principais ações desenvolvidas pela organização?

A Organização possui termos de parcerias?

Quais são as fontes que sustentam a atividade?

Quantas crianças e adolescentes atingem?

Quantas famílias envolvidas?

Quantos voluntários possuem?

Dificuldades enfrentadas pela organização do

Terceiro Setor

Elencar os desafios existentes para que sejam firmadas parcerias entre o Estado e a Pastoral da Criança e do Menor do município de Tailândia-PA.

Quais os principais desafios enfrentados pela organização para firmar parcerias com a Administração Pública?

Quantos parceiros financeiros a Organização possui?

Como se dá a parceria financeira com a Organização?

Quem são os parceiros institucionais da Organização?

Em que eles se apresentam e colaboram?

Onde são aplicados os recursos adquiridos?

Quais são as dificuldades mais presentes na Organização?

Quais são as maiores facilidades presentes na

Organização?

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MÂNICA, Fernando Borges. Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil Lei n. 13.019/2014. Realização Instituto Atuação, 2014.

PASTORAL DA CRIANÇA: ESTADO DA PESQUISA NO BRASIL. Disponível em:<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/CI-184- TC.pdf >. Acesso em: 05 jun. 2016, 09:10.

REBEDIA: Rede Brasileira de Informação e Documentação sobre Infância e Adolescência. Disponível em: <

http://www.rebidia.org.br/component/content/article/2- uncategorised/211-pastoral-da-crianca-cnbb

>. Acesso em: 05 jun. 2016, 09: 20.

Abdala, Assis, Gonçalves, Abdala, 2015. Parcerias entre Estado e Organizações do Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios em dois Hospitais de Belo Horizonte e Brasília. Disponível em:<

http://www.spell.org.br/

>. Acesso em: 13 jun. 2016, 15:02.

Fischer, Rosa Maria. 2005. Estado, Mercado e Terceiro Setor: uma análise conceitual das parcerias intersetoriais. Disponível em:<

http://www.spell.org.br/

>.

Acesso em: 10 jun. 2016, 14:46.

Quandt, Fernandes. 2004. A contribuição dos processos de disseminação e retenção do conhecimento para o aprendizado organizacional no terceiro setor: estudo de caso na pastoral da criança. Disponível em: <

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>. Acesso em: 13 jun. 2016, 12:00.

Thibes_Moretto, Mariana Medeiros e Luis Neto. 2011. MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL: UM ESTUDO DE CASO. Disponível em: <

http://www.spell.org.br/

>. Acesso em: 10 jun. 2016, 14:32.

CIVIL. Civil (2002), Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.

Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm

>. Acesso em: 08 jun. 2016, 13:32.

BRASIL. Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014. Marco Regulatório das Organizações da

Sociedade Civil . Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2014/lei/l13019.htm

>. Acesso em: 08 jun. 2016, 13:01.

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