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Tatiana Harue Dinnouti

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Academic year: 2021

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Tatiana Harue Dinnouti MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃODE UM PA TRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, V olume 3, pp. 143-146

Tatiana Harue Dinnouti

Sub-coordenação da restauração artística da restauração do forro da nave principal e adjacentes da Matriz Nossa Senhora da Conceição de Sabará.

Responsável técnica pela obra: Carla de Castro e Silvia e Tatiana Harue Dinnouti, escritório Atelier de Restauro Ltda. 2007. Levantamento de obras do séc. XX e projetos arquitetônicos, para regularização legislativa na Prefeitura de Belo Horizonte. Na empresa Absoluta Engenharia Ltda. 2007. Sub- coordenação da restauração artística das pinturas parietais dos 10 mandamentos da Igreja N. Sra.

do Carmo. Responsável técnica pela obra: Carla

de Castro e Silvia, escritório Atelier de Restauro

Ltda. 2005. Sub-coordenação da restauração das

Pinturas Parietais e artes aplicadas da Casa Villa

Rizza. Responsável técnica: Carla de Castro e Silvia,

escritório Atelier de Restauro Ltda. 2005. Projeto

executivo de revitalização urbana das vilas: Sport

CLub, Cabana do Pai Tomás, Ambrosina, Santa

Sofia e Chafariz. junto ao órgão Urbel e o escritório

Promave Engenharia Ltda. 2005. Conservação

do acervo de arte sacra do Museu do Ouro com 70

peças. Restaurador responsável: Carla de Castro e

Silva, escritório Atelier de Restauro Ltda. 2004.

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Tatiana Harue Dinnouti MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃODE UM PA TRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, V olume 3, pp. 143-146

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Tatiana Harue Dinnouti MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃODE UM PA TRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, V olume 3, pp. 143-146

MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL

Tatiana Harue Dinnouti

Resumo

O início do século XX no Brasil caracterizou-se por uma busca de identidade conformada pelo Estado e por alguns modernistas. Essa visão toma corpo e vai influenciar mudanças estruturais na formação do Patrimônio Nacional através da criação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A intenção era resgatar e proteger edifícios e artefatos símbolos de épocas “representativas” do Brasil, que serviriam para a construção da identidade nacional. Mas como era feita esta seleção? Quem efetivamente a fazia? O objetivo do presente trabalho é, então, perceber as presenças do Estado e do modernismo num estudo de caso - Museu do Ouro de Sabará / MG-Brasil – a fim de compreender a seleção e a formação de seu Patrimônio Nacional. Para tanto, o poster inicia com a política, focalizando a educação e a cultura no governo de Getúlio Vargas e do ministro Gustavo Capanema.

Segue, com a contextualização das manifestações artísticas e culturais do movimento modernista brasileiro. Depois, analisa o trabalho desenvolvido pelo SPHAN. Neste sentido, o último item descreve o estudo de caso: sua história, sua formação, sua museografia e sua museológia. E por fim, analisa o movimento modernista brasileiro e o Estado na formação do Museu do Ouro. É provável que, através deste estudo, possamos elucidar a conformação das coleções do Patrimônio Nacional Brasileiro.

A contribuição desta pesquisa é, então, a possibilidade de um estudo no presente atualizar a visão que temos do passado, para refletimos o futuro do Patrimônio Nacional.

Palavras-chave: Estado, Modernistas, Identidade e Patrimônio

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Tatiana Harue Dinnouti MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃODE UM PA TRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, V olume 3, pp. 143-146

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Abstract

Brazil from the twentieth century was characterized by a search for its identity, constituted by the state and some modernists. This vision takes shape and starts to influence structural changes in the formation of the Brazilian National Heritage through the creation of SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Office of National Historical and Artistic Heritage). The intention was to rescue and protect buildings and artifacts “characteristics” of Brazil, which would serve to building of the Brazilian identity. But how was the selection made? Who actually did it?

The objective of this research is to note the influence of the State and the modernisms groups, studying a specific case - the Gold Museum of Sabará / MG-Brasil – that will enable us to understand how the selection was made and how the Brazilian Heritage was born. Thus, the paper begins with the politic, focusing on education and culture in the Getúlio Vargas government and the Minister Gustavo Capanema. Then put in context the artistic and cultural manifestation from the modernisms groups that seek for Brazilian. After, analyse the works from SPHAN. Accordingly, in the next describes the history of the museum, its formation, its museums and museology. And finally, does the link between those groups that seek for the Brazilian modernism with the formation of Brazilian Heritage, using the case study. It is likely that through this study, in the final considerations, the conformation of the collections of the Brazilian Heritage. The contribution of this research is to allow from today’s point of view to update the vision of the past and to think in the future of National heritage.

Keywords: State, Modernists, Identity and Heritage

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Tatiana Harue Dinnouti MUSEU DO OURO: A FORMAÇÃODE UM PA TRIMÔNIO COMO MEDIADOR DA IDENTIDADE NACIONAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, V olume 3, pp. 143-146

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F A C U L D A D E D E L E T R A S U N I V E R S I D A D E D O P O R T O

SEMINÁRIO�DE�INVESTIGAÇÃO�EM�MUSEOLOGIA�DOS�PAÍSES�DE�LÌNGUA�PO RTUGUESA�E�ESPANHOLA Autora: Tatiana��Harue Dinnouti Orientador a: Maria Angélica�Melendi�de�Biasizzo Universidade Federal de�Minas�Gerais-�Brasil

:

Museu�do�Ouro:�a�formação�de�um�patrimônio�como�mediador�da�ide ntidade�nacional. Mo vimento modernista SPHAN

Estado Museu�do Our o

Identidade�Nacional

E st e tex to é p ar te d a d is ser ta çã o a p res en ta d a ao M es tr ad o em A m b ien te C o n st ru íd o P at ri m ô n io S u st en tá v el d a E sc o la d e A rq u it et u ra e U rb an is m o d a U n iv er si d ad e Fed er al d e M in as G er ai s. T ra b al h o d es e n vo lv id o p el a al u n a T a ti an a H a ru e D in n o u ti co m o ri ent a çã o d e D ra . M ar ia A n g él ic a M el en d i d e B ia si zz o . O tr ab al h o tr at a d a fo rm aç ão d o M u seu d o O u ro d e S ab ar á, em M in as G e ra is /B ra si l, n a d éc ad a d e 1 9 4 0 . A p ro p o st a é an al is ar a co n fo rm aç ão d o M u seu d o O u ro d e S ab ar á, im p o rt an te n a h is to ri o g ra fi a b ra si lei ra , a fi m , d e in ves ti g ar su a in ter sec çã o co m o p en sa m en to m o d er n is ta e o E st ad o n o tr ab al h o d o S er vi ço d o P at ri m ô ni o H is tó ri co e A rt ís ti co N a ci o n al (S P H A N ). O o b je ti vo é p er ceb er co m m ai o r cl ar ez a o s as p ec to s q u e o ri en ta ra m a sel e çã o d o “p a tr im ô n io ” e su a ex p o si çã o ao p úb lic o , sen d o vi st o n a fo rm aç ão d e su a m u seo g ra fi a e su a m u seo lo g ia . A ss im , a p ar ti r d es te e st u d o d e ca so , es p er a- se co m p ree n d er m el h o r a o ri en ta çã o seg u n d o , a q u al , o S P H A N d av a co rp o a fo rm aç ão d o p at ri m ô n io n ac io n al n o s d em ai s m u seu s. A lg u m as fo rm as sã o p ec u lia res a ca d a m u se u , n o en ta n to , en tr ev em o s al g u m as fo rm as m ai s g er ai s, as q u ai s, ao q u e n o s p a rec e, p o d er ão ser id en ti fi ca d as a p ar ti r d a d es cr iç ão e d a an ál is e d a fo rm aç ão d o M u seu d o O u ro . E m sum a o tr ab al h o p ro p õ e a seg u in te o ri e n ta çã o :

O p er ío d o ent re g uer ra s, fo i m ar ca d o p el a p o ss ib ili d ad e d e u m a no va p o lít ic a m un d ia l. N o lu g ar d o co ng res so d e B er lim sur g ia a Li g a d a s N a çõ es , q ue co n fer ia leg it im id ad e int er n ac io na l ao s E st ad o s N a ci o na is . N o B ra si l, in ic ia va o p ro ces so q u e d e u o ri g em ao E st ad o N o vo . A a tua çã o d e ss e reg im e sa ti sf az ia o s in ter e ss es d as el it es , co nc e d ia b en ef íc io s ao s tr ab al h ad o res u rb ano s e in tr o d uz ia m ud anç as p ro fun d as na vi d a so ci al e ec o nô m ic a d o p aí s. U m a d as p ri nc ip ai s d ir et ri zes d a p o lít ic a d e V ar g a s, d ur a nt e o E st ad o N o vo , fo i a fo rm aç ão d e um a id en ti d ad e n ac io n a l at ra vé s d a ed uc a çã o . S eu p ap el ser ia fu nd am en ta l n a p ro p ag aç ão d o s id ea is d e G et úl io p ar a a tr an sf o rm a çã o d a n aç ão . A p ro p o st a er a a co n st ru çã o d e um “no vo h o m em ” p a ra u m no vo E st ad o . O q ue rel ac io na es tr ei ta m en te, co m a fo rm aç ão d e um a id en ti d ad e b ra si lei ra p ro p íc ia ao fo rt al ec im en to d o p aí s no p la no m und ia l. N es ta ép o ca , d e cer to m o d o , a fo rm aç ão d e um p at ri m ô ni o n ac io n al e a cr ia çã o d e m u seus reg io n ai s fa zi am p ar te d o m es m o us o ins tr um e nt al d a ed uc aç ão . E ra m fer ra m ent as co m q ue se n ar ra r as h is tó ri as d o s her ó is , d a ig rej a ca tó lic a e d a fo rm a çã o d o s b ra si lei ro s. P o is , at ra vés d a hi st ó ri a o fi ci al , n a rr ad a n as e sc o la s e no s m u seus , o E st ad o p ret end ia ex er cer um p ap el d ir et o r e u ni fi ca d o r d a na çã o . O m ini st ro G us ta vo C ap an em a er a o b ra ço ar ti cul ad o r d e V ar g as , ta n to na ed uc aç ão co m o na e st ra tég ia d e fo rm aç ão d e um a n o v a id en ti d ad e. A p ó s a in st it ui çã o d o E st ad o N o vo e d a no va co ns ti tui çã o , a a çã o d o M ini st ér io d a E d uc aç ão e S aú d e fo i m ar ca d a p o r um ca rá ter fo rt em ent e cen tr al iz ad o r e au to ri tá ri o . N es te sen ti d o , o m us eu cr ia d o p el o S P H A N , p o r sua vez , anc o ra va m -s e n a id éi a d e tr ad iç ão e m em ó ri a q u e o E st ad o N o vo co ns id er av a ne ces sá ri a à d iv u lg aç ão d e su as d ir et ri zes p ar a a n aç ão . E les ser vi a m , p o r as si m d iz e r, d e p o nt e e nt re o lo ca l e a h is tó ri a o fi ci al iz an te d o E st ad o . C ri ar um a im ag em d e ha rm o ni a e nt re o p o vo e o g o ver no , si g ni fi ca ri a ta lv ez el id ir as co n tr ad iç õ e s q u e, d e fa to , ex is ti a m no ca m p o e na s ci d ad es b ra si lei ra s. E st a m es m a EST ADO A lg uns ar ti st as b ra si lei ro s fo rm ar a m um g ru p o m o d er ni st a es p ec íf ic o , cuj a p ri m ei ra m ani fes ta çã o cr io u um a g ra nd e rup tur a no p ano ra m a cul tur al b ra si lei ro , em 1 9 2 2 . T ev e lug ar , em S ão P aul o , a S em ana d e A rt e M o d er n a. A m a ni fes ta çã o p ro p u nha um am b ient e co nt ra o ac ad em ic is m o , cuj o es co p o p ri nc ip al er a a p ro vo ca çã o e a co nt es ta çã o . E m d iv er sa s o b ra s ex p o st as p o d er ia se v er a p reo cup aç ão co m a co n sc iênc ia na ci o n al . O co rr er am ad em ai s o ut ro s m an if e st o s - a E sc o la d a A nt a, o V er d e- am ar el o , o P au- b ra si l e o ant ro p o fá g ic o . A p ri nc íp io , es té ti co s, m as q ue fo ra m to m and o co rp o e lo g o p o ss uí am co nt eúd o s p o lít ic o s e id eo ló g ic o s d o sent im e nt o n ac io n al is ta . A tr av és d as ca ra ct er ís ti ca s d es ses m an if es to s, é p o ss ív el id en ti fi ca r d u as p o st ur as na ci o n al is ta s d is ti nt as : d e um la d o , um n ac io na lis m o uf ani st a, ut ó p ic o , ex ac er b ad o e, d e o ut ro , o na ci o na lis m o co ns ci ent e, cr ít ic o d a re al id ad e b ra si lei ra . M ui to s p ro p u nha m a va lo ri za çã o d o tr ad ic io na l e d o reg io na l na co ns tr uç ão d e um a im ag em d a na çã o , ca so d o m ani fes to ant ro p o fá g ic o , num a tent at iv a d e ex tr ai r a es sênc ia b ra si lei ra d o p as sa d o ao d ina m iz á- la p ar a o p res ent e e o fut u ro . V al ia o q ue er a “g enu íno ”, aq ui lo q ue es ta va lig ad o à ter ra e q u e co ns ti tuí a o ver d ad ei ro sub st ra to d a b ra si lid ad e. O sent im ent o d e na ci o n al id ad e, aq ui co m o no ut ra s n aç õ es , é cr ia d o , im ag ina d o e co ns tr uí d o at ra vés d a rep re sent aç ão d e d et er m in ad o s id ea is . P ar a B ene d ic t A nd er so n

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, as na çõ es se d is ti ng uem p el a fo rm a co m o sã o im ag ina d a s e p el o s rec u rs o s aí em p reg ad o s. N o ca so b ra si lei ro , ver if ic am o s es ta fo rm ul aç ão ta n to na s m ani fe st a çõ es ar tí st ic a s q ua n to n o E st ad o N o vo , am b o s al m ej av am u m a id ent id ad e na ci o na l si ng ul ar . P ar a es se m es m o a u to r, tr ê s ins ti tui çõ es fo ra m o s ins tr u m en to s p ar a a co nf o rm aç ão d a s na çõ es : o m us eu, o cens o e o m ap a. N o ca so d o m us eu send o al ia d o à ed uc aç ão e a ex p o si çã o d e b ens d it o s na ci o na is , to rna -s e um ins tr um en to d e rep res ent aç ão d a id ent id ad e na ci o n al . Inf o rm and o cul tur as u ni fi ca d as at ra vé s d e hi st ó ri as o fi ci ai s.

MODERNIST A S O s m o d er n is ta s b u sc av am a ra iz n ac io n al , m a s o n d e a en co n tr ar ia m ? E m al g u m as ci ta çõ e s d e M a ri o d e A n d ra d e, em seu s liv ro s, ve ri fi ca m o s q u e o s m o d er ni st as p er ceb em a ri q u ez a ar tí st ic a d o q u e se fi zer a n o séc u lo X V II I, an tes vi st a co m o ab er ra çã o o u ex cen tr ic id ad e ao lo ng o d o séc u lo X IX . V al o ri za ra m a ar te co lo n ia l e ac red it ar am q u e vo lt av am à s ra íz es d a na ci o n al id ad e. P ar a A n na ter es a Fa b ri s o u tr a rel aç ão ex is ten te e n tr e o s d o is p er ío d o s fi ca cl ar o n o en sa io es cr it o p o r M ár io d e A n d ra d e so b re A lei ja d in ho , em 1 9 2 8 . P a ra el a, o e sc ri to r p au lis ta p er ceb ia n as o b ra s d o ar ti st a u m a fei ú ra e u m p ri m it iv is m o q u e se ap ro xi m av am d o ex p res si o n is m o d a v ang u ar d a E u ro p éi a. A rel aç ão d o m o d er n is m o co m o b ar ro co , n o en ta n to , va i al ém d as o b ra s d e A lei ja d in h o . A ar te b ar ro ca , fo i co n si d er ad a p o r al g u n s es tu d io so s co m o es ti lo ar tí st ic o d a C o n tr a- R ef o rm a, q u e tr an sf o rm av a a im ag e m n u m ins tr u m en to e ss en ci al d e p e rs u as ão p o lít ic o e rel ig io so , em p res ta n d o à ar te u m a fu nç ão d e leg it im aç ão d a ig rej a e d o E st ad o . S en d o ta m b ém em o ci o n al , d e cer to m o d o , o b ar ro co e xp lo ra to d as as p o ss ib ili d ad es d e ex p res sã o , su b ver te n d o as n o çõ e s cl á ss ic a s d e es p aç o e d e tem p o . D e an te m ão , p o d em o s as si m ila r o m o d er n is m o co m u m a p ro p o st a d e ren o va çã o e d e u m a n o va co n sc iên ci a h u m an a q u e, em cer to se n ti d o e a seu m o d o , en co n tr o u ec o n o h o m em b ar ro co . N ão ao ac as o , M ár io d e A n d ra d e rec o n h ec eu o va lo r cr ia ti vo e o ri g ina l d o b ar ro co . A q u i, M ár io en co n tr ar ia u m ca m in h o p ar a p en sa r o n a ci o n al em to d a su a ca p ac id ad e p ro d u ti va , vi a u m a al ter n at iv a p a ra rep res e n ta r a id en ti d ad e b ra si lei ra d ia n te d o m u n d o . T al ve z, a ar te p ro d uz id a p el o s m u la to s ser ia o ro st o b u sc ad o p el o s m o d er n is ta s e es sa ar te n a su a ca p ac id ad e hí b ri d a p o d er ia se r u n iv er sa l.

OS�MODERNIST A S�E�O�PERÍODO�COL ONIAL E m 1 9 3 6 , M ár io d e A nd ra d e fo i en ca rr eg ad o p el o M ini st ro d a C ul tu ra , G us ta vo C ap anem a, d e fa zer um an tep ro je to p ar a a o rg a ni za çã o d o S er vi ço d e P ro teç ão d o P at ri m ô ni o A rt ís ti co N a ci o na l – o S P A N . M ár io , ren o m ad o int e lec tua l b ra si lei ro , co nhec ed o r d a d iv er si d ad e cul tur al b ra si lei ra , e la b o ro u um ant ep ro jet o q ue ser vi u d e b as e p ar a a fo rm ul aç ão d o d ec ret o -l ei d e 1 9 3 7 . C o nt u d o , G us ta vo C ap anem a ex ig iu q ue fo ss e m o d if ic ad o o tí tul o d o an tep ro jet o d e M ár io , q u e p as sa v a a se ch am ar S er vi ço d o P at ri m ô ni o H is tó ri co e A rt ís ti co N a ci o n al . O d ir et o r no m ea d o , R o d ri g o d e M el o Fr an co d e A nd ra d e, d ir ig iu o S P H A N d e 1 9 3 6 à 1 9 6 7 . P ar a el e o S P H A N d ev er ia ser um cen tr o d e co nhec im en to e d e p es q ui sa d o p as sa d o b ra si lei ro , ta n to p ar a o B ra si l q u a nt o p ar a a s d em ai s n aç õ es . A n o v a leg is la çã o , no in ter io r d o p la no d e V ar g as , d eu sup o rt e à ap ro p ri aç ão q u e, p ar a o hi st o ri ad o r G o nç al v es , fo i si n ô ni m o d e um a p res er va çã o e d e u m a d ef ini çã o d e id e n ti d ad e, co m o se a na çã o se to rna ss e o q ue el a é a p ar ti r d a ap ro p ri aç ão e p o ss e d o seu p a tr im ô ni o . P o d er -s e- ia d iz er q u e a n ar ra ti va n ac io na l m o n ta d a p el o S P H A N a ca b o u p o r ex cl ui r b ens e fa to s q ue, q uei ra -s e o u n ão , sã o rel ev a nt es p ar a a fo rm aç ão d e u m a id ent id ad e na ci o n al . O ra , o séc ul o X V II I q ua se q u e se to rn o u a úni ca ex p res sã o d e b ra si lid ad e leg ít im a. V al e lem b ra r, ai nd a, al g u ns fa to res q ue lim it ar am a a tua çã o d o S P H A N : a es ca ss ez d e rec ur so s, a g ra nd e d im ens ão d o p aí s e a d iv er si d ad e cu lt u ra l aq ui p res e nt e, al ém d a ca p ac it aç ão d o s p ro fi ss io n ai s.

SPHAN O p ap el d o m u se u , n es te co n te x to , p as sa v a p el a ed u ca çã o e p el a d if u sã o d o co n h ec im en to d o p as sa d o , al ém d a sa lv ag u ar d a d e ta is b en s. N el e, a co n te ce ri a o p ro ce ss o an tr o p o fá g ic o d o p as sa d o em p ro l d o fu tu ro . N o d iz er d e M ár io d e A n d ra d e:

“[...]o verdadeiromuseunãoensinaarepetiropassado,porématirardeletudooquantoelenós dádinamicamenteparaavançaremculturadentrodenós,eemtransformaçãodentrodo progressosocial”.

O�MUSEU�DO�OURO�DE�S ABARÁ O M u seu d o O ur o es tá lo ca liz ad o n a ci d ad e d e S ab ar á em M in as G er ai s, q u e p ar ti ci p o u d o ci cl o d o o u ro n o séc u lo X V II I. A fi m d e co nt ro la r m el ho r es sa ex p lo ra çã o , a tr av és d o D ec ret o R ég io d e 1 1 d e fev er ei ro d e 1 7 1 9 , o so b er a n o o rd en o u q u e fo ss e m es ta b el e ci d as a s ca sa s d e fu nd iç ão p ró xi m a s à s m in a s. E m 1 7 2 4 , fo i ab er ta a ca sa d e fu nd iç ão d e S ab ar á e ent re 1 7 2 5 e 3 0 , fo i p ag o à C o ro a 2 0 % d as b ar ra s d e o u ro fu n d id as . S ab ar á fo i um d o s n úc leo s d e m iner aç ão d a p ro ví n ci a q u e m ai s o u ro e n ca m in ho u à co ro a p o rt u g ues a. A ca sa d e S ab a rá , um a d a s p ri m ei ra s d e Int e nd ên ci a co n st ru íd as n o B ra si l C o lô n ia , al ém d e ser vi r co m o lo ca l d e fu n d iç ão d o o u ro , ser vi ra d e res id ên ci a e es cr it ó ri o d o rep res en ta n te d a m e tr ó p o le na reg iã o - o int end ent e. E ss a ca sa fo i ex ti nt a p el o Im p er ad o r D . P ed ro I em 1 8 3 3 , q u an d o a ex p lo ra çã o d e m ina s se to rno u ec o no m ic am en te inv iá vel p el o s m ét o d o s u ti liz ad o s n a ép o ca . A p ó s a ex ti n çã o , o ca sa rã o fi co u ab an d o n ad o at é fi n s d o sé cu lo X IX . E m 1 8 4 0 , fo i lev ad a a lei lã o e ar rem a ta d a p el o co m en d ad o r S ét im o d e P au la R o ch a. O s h er d ei ro s v en d er am a ca sa a C ia . B el g o M inei ra q u e a d o o u ao S P H A N . N o m es m o p er ío d o , o S P H A N cr ia va o s m u seus reg io n ai s, co m o já fi co u d it o , im p o rt an te in st rum en to p ar a a co n fo rm aç ão d a n a çã o . D es ta fo rm a, a ca sa d e In tend ê n ci a se tr an sf o rm o u no M u se u d o O u ro . A fu n çã o d o m u se u reg io n al d u ra nt e es se p er ío d o er a p ar a ser o in te rp ret e d a ver d ad e d e u m a reg iã o , p ri n ci p al m en te d aq u el es q u e p ar ti ci p ar am d e fo rm a m em o rá vel n a fo rm aç ão d a h is tó ri a d o B ra si l. A in tenç ão er a q u e a s co m u ni d ad es , ao ver em reu ni d o s ta n to s b e n s fa m ili ar es , co ns eg u is sem fa zer o el o co m a s p es so a s d aq u el a ter ra . A id en ti d ad e d a reg iã o e ra fo rt al ec id a, at ra vés d a p re ser v aç ão e d a ex p lo ra çã o cu lt ur al d o s b en s ad q u ir id o s. N a tr a n sf o rm aç ão d es ta ca sa em m u seu fo i rea liz ad a u m a res ta u ra çã o cr it er io sa . A res ta ur a çã o d a In ten d ê n ci a se fi ze ra , en tr e 1 9 3 9 e 4 5 , d e ac o rd o co m as in st ru çõ es d ei xa d as p el o E n g en h ei ro R en a to S o ei ro , téc n ic o d o S P H A N . D u ra n te o ano d e 4 5 , q u e an te ced e à in au g u ra çã o d o m u seu , o co rr er am al g u m as su b st it u iç õ es d e b ar ro tes , d e es tei o s d a s va ra n d as e d e p o rt as in fec ta d as p o r xi ló fa g o s (c u p in s e b ro ca s) . O co rr er am al g u m as d em o liç õ es e re co n st it u iç õ es d e p ar ed es , p o r ex em p lo , a ref o rm a d a es ca d a d e p ed ra q u e es ta va sem p ru m o . A lém d a co n so lid aç ão d o reb o co , d a ca ia çã o na s fa ch ad as e d a p in tu ra a ó leo n as p o rt as e ja n el a s.

A m u seo lo g ia fo i n o rt ea d a p el a co n st it u iç ão d e u m a ca sa tí p ic a d o ci cl o d o o u ro . P ar a rea liz á- la , o d ir et o r d o m u seu A n tô n io Jo aq u im p ed e ao S PH A N to d a a d o cu m en ta çã o ex is ten te so b re a In ten d ênc ia d e S a b ar á, p ar a q u e rea liz as se u m tr ab al h o m ai s co n si st en te em rel aç ão a h is tó ri a d a ca sa . M as n ão ex is ti am d o cu m en to s q u e in d ic a ss em a lo ca liz aç ão d e seu s am b ien tes . N es te a sp ec to , o d ir et o r d o m u seu re co rr eu a S yl vi o d e V as co n cel o s, d es ig n ad o p el o S P H A N p o r seu s co n h ec im en to s ac e rc a d a m o ra d a b ar ro ca . A ss im d ir -s e- ia q u e o S P H A N q u er ia p eç as d a reg iã o d o ci cl o d o o u ro p ar a o m u seu . A p ar ti r d is to , a m e u ver , a m u seo lo g ia fo i co n st it u íd a n u m a tr aj e tó ri a lin e ar , q u e p ar ti a d a fu n d iç ão e ch eg av a a m o ra d a d o in tend en te, m as fi ca ra m es q uec id o s o s es cr av o s q u e al i tr ab al h ar am e d as p o ss ív ei s to rt u ra s p el o n ão p ag am en to d o s im p o st o s. Fo ra m ex p o st o s in st ru m en to s d e tr ab al h o u sa d o s na ex p lo ra çã o d o o u ro e al g u n s m in er ai s. O s es cr av o s ap ar ec em so m en te n o p ai n el d a ar is ta M ar th a C o n ra d , q u e m o st ra o u so d o s in st ru m en to s d e ex p lo ra çã o . A cu lt u ra d o séc u lo X V II I res tr in g iu -s e a ap res e n ta çã o d o q u e p o d er ia ser o m o b ili ár io d a fa m íli a d o In ten d en te, d e cer to m o d o , in ad eq u ad a p ar a tr ad u zi r o co n tex to d o ci cl o d o O u ro . N a p es q u is a rea liz ad a n o ar q u iv o C as a B o rb a G at o em S ab ar á, o s d o cu m ent o s ad m ini st ra ti vo s d o m u seu , ai n d a, n o s m o st ra m q ue a m u seo g ra fi a, d a d a a e sc a ss e z d o s rec u rs o s d is p o n ív ei s, o b ed ec eu a u m a sel eç ão n o rt ea d a em d o is cr it ér io s: lo ca liz aç ão e tem a. D e cer to m o d o , o va lo r h is tó ri co su p er o u o va lo r ar tí st ic o . M as o em p enh o d o d ir et o r d o m u seu e d o S P H A N fez co m q u e o M us e u d o O u ro se fo rm as se, in d ep end ent e d o s rec u rs o s. N o ent an to , a sel eç ão d ei xo u a d es ej a r ar tef at o s m ai s ad eq ua d o s. É va lid o lem b ra r q u e se u s a rt ef at o s ser vi ra m co m o d o cu m ent o n ão só d o ci cl o d o o ur o , m as ta m b ém d e sup o rt e si m b ó lic o à id ent id ad e q u e se p ro cu ra va fo rj a r p ar a a co ns tr u çã o d a n aç ão . N o s rel at ó ri o s a nu ai s, p es q u is ad o s n o ar q ui vo C as a B o rb a G a to , es cr it o p el o D ir et o r d o M u seu ao S P H A N so b re seu s p ri m ei ro s ano s d e fun ci o n am ent o , p er ceb em o s co m o fo i d if íc il d ar co n ti n u id ad e a um p ro jet o co m o o d es te m u seu . A fa lt a d e v e rb a fo i co n st an te em to d a a h is tó ri a d es te m u seu . C o m o fi co u d it o , o m u seu ti nh a p o r fi m reun ir o b jet o s d e va lo r h is tó ri co e ar tí st ic o rel a ti vo s à m iner aç ão . V is av a o re sg at e d o s a sp ec to s p ri n ci p ai s d e su a ev o luç ão e téc n ic a, as si m co m o m o st ra r a in fl u ên ci a d a m in er aç ão n o d es env o lv im ent o ec o n ô m ic o e na fo rm aç ão d e M ina s e d o B ra si l.

O rec o rt e tem p o ra l d a p es q ui sa fr is a a fo rm aç ão d e n aç õ e s só lid as e ca p az es d e se d es env o lv er ec o no m ic am en te, so ci al m ent e e cul tu ra lm en te , na ten ta ti va d e leg it im ar si m b o lic am en te o s E st ad o s N ac io n ai s. P ar a d ef in ir o ro st o d a na çã o b ra si lei ra , um d o s m ei o s us ad o s fo i a ap ro p ri a çã o d e b en s m ó vei s e im ó vei s co m vi st as a co n st it u ir a su a “i d ent id ad e” . D e cer to m o d o , o m us eu er a lug ar d e rep o u so d es ses b ens . A tr av és d a p res er va çã o ed u ca r- se- ia as fu tur as g er aç õ es , e o s m us eu s ser ia m o s m ei o s ef ic az es p a ra is to . N a p o lít ic a d e V ar g as e C ap anem a , o m us eu ser vi u co m o ins tr um e nt o ed uc ad o r d a “c ul tur a n a ci o na l” . E les er am a s “v it ri nes ” d as na çõ e s, q ue ser vi am ta n to à p o p u la çã o lo ca l q ua nt o ao s vi si ta n tes q ue vi es sem co nhec er aq uel a “c iv ili za çã o ”. E ra ta m b ém u m m o d o d e fa zer al ça r a cul tur a b ra si lei ra à ca te g o ri a d e cu lt ur a u ni ver sa l. A in tenç ã o er a p ro m o ver u m co nhec im en to o fi ci al , d ig n o d e ser e xp o st o às d em ai s na çõ e s. O m us eu , p o is , p o ss ib ili ta va a o rg ani za çã o d o p ar ti cu la r e o u ni ver sa liz av a ao m es m o tem p o : m ei o d e inc o rp o ra r a na çã o e es ta b el e cer seu lu g ar na o rd em d o m u nd o . É im p o rt ant e o b ser va r q ue p a ra o E st ad o o rg an iz ar o p ar ti cul a r, ser ia p rec is o um a in st it ui çã o p ar a ex ec ut ar ta is a ti vi d ad es . A p ar ti r d o m o m ent o em q ue um ó rg ão g o ver na m en ta l – co m o o S P H A N – d ef in ia o q ue er a o leg ít im o p at ri m ô n io na ci o na l, el e es ta v a d it and o um a “v er d ad e” , em no m e d o E st ad o , a to d a um a na çã o . O p ro b lem a, sej a d it o , é d if íc il, d ad a a d iv er si d ad e d o s b en s nu m a ex ten sã o te rr it o ri al tã o g ra n d e co m o a d o B ra si l. M as , à ép o ca , ac red it av a- se q ue o B ra si l só se to rna ri a um a n aç ão se ap ro p ri as se d o p at ri m ô ni o e leg it im as se seu p a ss ad o . A o ri ent aç ão d o S P H A N ap ro xi m av a- se d o tem a d a id en ti d ad e n ac io na l e à s id éi as m o d er ni st as . S eu id ea l er a a tr an sf o rm aç ão d a rea lid ad e b ra si lei ra a tr av és d e um p ro jet o d e fo rm aç ão d e um a na çã o g lo b al iz ant e e inc lus iv a. P ar a C an cl in i, o s m o d er ni st as co ns eg ui ra m is to at ra v és d o “t ra d ic io na lis m o sub st an ci al is ta ”, n um a fo rm a d e cr ia r um a am b iênc ia fa m ili ar q u e p o ss ib ili ta ind ag ar su a id eo lo g ia d e p ro g res so . N es te co n tex to , enf at iz a- se o C o m o fo i m o st ra d o n a p es q u is a, o m ani fes to a n tr o p o fá g ic o es ti m u lo u a es co lh a d o b ar ro co p ar a ser “o p a ss ad o ” d a n aç ão . C o nc ep çã o es ta d e sl u m b ra d a na s o b ra s d e A lei ja d inho , u m m es ti ço q ue co nf ig ur av a, d e cer to m o d o , o hi b ri d is m o en tr e o p aí s e a E ur o p a. U m a d as ju st if ic a ti va s d es ta es co lha p o d er ia es tá ta m b ém n a rel aç ão d a ar te b ar ro ca co m a ar te ex p res si o ni st a. U m a o ut ra jus ti fi ca ti v a, ser ia a m o n um ent al id ad e d o s b ens d o séc ul o X V II I, ig rej as p o m p os as q ue p o ss uí am um g ra n d e im p ac to vi sua l e p o r is to p o d er ia m rep res en ta r a si n g ul a ri d ad e n ac io n al d ia nt e d e o u tr as n aç õ e s. A es co lha d o b ar ro co , d e cer to m o d o , fo i d ad a ta m b ém p el a d ef ic iên ci a o p er ac io na l d o S P H A N p ar a a p re ser v aç ão d e b en s em lo ca is lo ng ínq uo s. A lém d a “et er n a” fa lt a d e rec u rs o s q u e o s ó rg ão s g o ver n a m en ta is p o ss u em p ar a fa zer p es q u is as , vi ag ens e ca p ac it aç ão d e seus fu nc io n ár io s. O q ue p ud em o s p er ceb er n o s rel at ó ri o s an u ai s d o M u seu d o O u ro . O M us eu d o O ur o , p o r sua vez , ti nh a m ui ta s d as a tr ib ui çõ es q ue o to rn o u P at ri m ô ni o N ac io n al . E nt re el as tem o s: a im p a ct an te ed if ic aç ão b ar ro ca d e d o is and ar es ; a té cni ca co ns tr u ti va co m m at er ia is lo ca is ; a ci d ad e d e S ab ar á, im p o rt ant e no co nt ro le d a p ro d uç ão d o o u ro no sé cul o X V II I; a lo ca liz a çã o em M ina s G er ai s, p ró xi m a à ca p it al e e st ad o d o d ir et o r d o S P H A N ; al ém d a ca p ac id ad e d as p es so a s d a reg iã o , co m o S yl vi o d e V as co n cel lo s. O ut ro p o nt o a ser co ns id er ad o é a lo ca liz aç ão g eo g rá fi ca d o m us eu , q ue m o st ra a in ten çã o d o E st ad o em u ni fi ca r a cul tu ra reg io n al p ar a a co nf o rm aç ão d a na çã o . A m eu ver , ap res en ta r a cul tur a at ra vés d o s o b jet o s er a o m ei o d e q u e o s m o d er ni st as se ser vi am p ar a ed u ca r e d if un d ir a co ns ci ênc ia na ci o n al , co ns tr u íd a a p ar ti r d o s ar tef at o s d o séc ul o X V II I. E ra im p o rt an te q u e o m us eu ti v es se o b jet o s q ue leg it im a ss em a tr ad iç ão e a id ent id ad e “g e nui na m e nt e” b ra si lei ra . N es te in tui to , ap ar en tem ent e, o q ue im p o rt av a e ra o co nj unt o d a o b ra e no q ue el e p o d er ia tr an sm it ir . A m us eo g ra fi a e a m us eo ló g ia d o M u seu d o O u ro seg uem es se ra ci o cí ni o , q ua nd o m o st ra um a linea ri d ad e n a ap re sen ta çã o d e se us a rt ef at o s. A sel eç ão nã o ap re sen to u a vi va ci d ad e d o séc ul o X V II I, e nem a si tu aç ão d o s es cr av o s o u d o s m o ra d o res d aq u el a A cr es ce q u e a ri q ue za d o ac er vo d es te m us eu é no tó ri a. T an to p el a q ua n ti d ad e d e p eç as q u an to p el o tr at am en to d es ta s e su a co n se rv aç ão . A p re o cup aç ão d e ex p o r as p e ça s m ai s b em cui d ad as , d e fa zer a m an ut enç ão d a ed if ic a çã o e m a nt ê- la se m p re o rg ani za d a é al g o q ue p er ceb em o s no s p ri m ei ro s rel a tó ri o s, e q ue ex is te a ind a h o je co m a eq ui p e téc n ic a. N a co nc ep çã o d o m us eu, p o d em o s p er ceb er um a d iv er g ê n ci a en tr e R o d ri g o e M ar io d e A nd ra d e. R o d ri g o , q uer ia o s m u seu s p ar a m o st ra r o B ra si l às o ut ra s ci vi liz aç õ es . M ár io , ent re ta n to , es ta va m ai s p reo cup ad o em m o st ra r o B ra si l p ar a o s b ra si lei ro s. N o M us eu d o O ur o , h á um p o u co d e M ar io , na al a d as p eç as p o p ul ar e s. A rt e a q u al el e d ef en d ia co m o in ic ia l à fo rm a çã o d a id e nt id ad e b ra si lei ra . D es ta fo rm a, v al e d es ta ca r q u e, o p o nt o d e co n ta to ent re el es é a fo rm aç ão d a id ent id ad e n ac io n al . N a ép o ca a co nc ep çã o d e st e m us eu er a co ns o a nt e á fo rm aç ão d a id ent id ad e n ac io n al p ro fer id a p el o E st ad o e p el o s m o d er n is ta s. A tua lm en te, a m eu ver , ex is te no M u seu d o O ur o , um a cer ta d is ri tm ia e nt re: a fo rm a n a q u al o tem a é ap res en ta d o , o s vi si ta nt es e o s o b jet o s. A co n cep çã o d es te m u seu n ão se en ca ix a n o co nt e xt o cul tu ra l p res ent e. E le neg a a he ter o g en ei d ad e d a cul tu ra e a red uz n u m si st em a m us eo g rá fi co ho m o g ên eo e line ar , es q uec e nd o d a d iv er si d ad e cul tur al d o ci cl o d o o ur o . A p ar ti r d is so , d ir ía m o s q u e as cu lt ur as d ev em ser inv es ti g ad a s d e um m o d o m ai s int er d is ci p lin ar , p a ra d ar m o s co n ta d e to d a sua co m p lex id ad e. P ar ec e– no s p o ss ív el , d es te m o d o, a co ns tr uç ã o d e la ço s m ai s fo rt es ent re o tem a, o vi si ta n te e o o b jet o - co ns o a nt e à at ua l co m p o si çã o d o P at ri m ô n io N ac io n al . P o r fi m , n es te tr ab al h o fo i p o ss ív el co m p reend er q ue o s b ens p at ri m o n ia is – em sua rel aç ão co m o tem p o - p o ss uem a ca p ac id ad e fun d am en ta l d e fa zer re fer ênc ia a v al o res q ue vã o al ém d o si g no , ao rem e te rem a o u tr o s si g ni fi ca d o s, al in h av a nd o o d iz ív el e o vi sí vel . D aí , a im p o rt ânc ia d e in v es ti g aç õ es q ue cl ar if iq u em a rel aç ão en tr e o s va lo re s, as id éi as e o s sent im en to s. O s q u ai s o p er am co m o m ed ia d o res en tr e o s g ru p o s hu m ano s e o s

CONCL USÃO

p re o cu p aç ão co m o s ru m o s e a id en ti d ad e d o p aí s es te v e p re se n te n a cr ia çã o e p ro te çã o d o q u e se ri am o s b en s n a ci o n ai s. In te n d ên ci a. A p re se n to u , si m , u m a im ag em d o sé cu lo X V II I co rt ad a e m o ld ad a, cu ja im p re ss ão g er al é d e u m a m o n ta g e m p o si ti va d o p a ss ad o b ra si le ir o . N ã o es q u eç am o s q u e es te s ar te fa to s se rv em co m o d o cu m en to s q u e e st ab el ec em lig aç ão e n tr e o s b ra si le ir o s e su as “o ri g en s” .

b ar ro co co m o p er ío d o m ai s p ro p íc io a se rv ir d e es p el h o ao p at ri m ô n io e à id en ti d ad e n ac io n al . o b je to s p o r es te s id en ti fi ca d o s, se le ci o n ad o s e ap re se n ta d o s – ca so d es ta p es q u is a – n o M u se u d o O u ro .

1ANDERSON,BenedictR.O'G.Comunidadesimaginadas:reflexõessobreaorigemeadifusãodonacionalismo.SãoPaulo:CompanhiadasLetras,2008. 3ANDRADE,Máriode.AspectosdasartesplásticasnoBrasil.SãoPaulo:SãoPaulo1965.96p.4REVISTABARROCOn.18.OterritóriodobarroconoséculoXXI.BeloHorizonte:RonaEditora,2000,500p.

2FABRIS,Annateresa.Apud.REVISTABARROCO,n.12.BarroconoBrasil/ArquiteturaeArtesPlásticas/Correlações,FonteseInfluências/Barrocononorte/nordeste/sudeste/BarrocoMineiro/BarroconosuleCentroOeste.BeloHorizonte:IEPHA-MG1981.227-242p.

4

3

2 5GONÇALVES,JoséR.dosSantos.Retóricadaperda:osdiscursosdopatrimônioculturalnoBrasil.RiodeJaneiro:UFRJ;Ed.IPHAN,1996.152p. 6ANDRADE,Mário.Apud.REVISTADOPATRIMÔNIOHISTÓRICOEARTÍSTICONACIONAL.MáriodeAndradenº30.RiodeJaneiro:IPHAN,2002.p.80

6

5 7COSTA,LygiaMartins.Demuseologia,arteepolíticadopatrimônio/Pesquisa:ClaraEmíliaMonteirodeBarros.RiodeJaneiro:IPHAN,2002.388p.

8

7

CANCLINI,NestorG.CulturasHíbridas.SãoPaulo:USP,2003.385p 8CANCLINI,NestorG.CulturasHíbridas.SãoPaulo:USP,2003.385p

Referências

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