EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SANTA MARIA - RS
FALÊNCIA N. 5008661-73.2019.8.21.0027
MASSA FALIDA DE CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP, neste ato representada por sua Administradora Judicial FRANCINI FEVERSANI & CRISTIANE PAULI ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL S/S LTDA, já qualificada nos autos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., apresentar a sua RELAÇÃO DE CREDORES (OUT2) e oferecer impulsionamento ao feito, nos termos que seguem:
1 DAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS A FASE ADMINISTRATIVA DE VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS
Em linhas gerais, até atingir a homologação do Quadro Geral de Credores, o
processo falimentar possui duas fases de verificação dos créditos, tendo em um
primeiro momento um caráter administrativo e, em um segundo, judicializado. O
presente feito teve o edital de decretação de falência publicado em 22/01/2021,
dando início à primeira fase de verificação dos créditos, tida também como fase
administrativa, com o prazo de 15 dias para os credores habilitarem ou divergirem
seus créditos, diretamente à Administração Judicial (AJ), conforme previsão do Art.
7º, §1º da LRF.
No prazo legal, os credores poderiam apresentar os documentos relativos aos seus créditos tanto por e-mail, quanto pelo próprio website da AJ, o qual também é alimentado pelas principais movimentações processuais para acesso de todos os players da presente execução coletiva. Aponta-se desde já que apenas o BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL apresentou divergência junto ao sítio eletrônico da AJ.
Todavia, para além dos documentos remetidos à AJ, houveram habilitações e divergências apresentadas diretamente nos autos, as quais também foram objeto de análise, tendo-se três credores com habilitações e divergências apresentadas, quais sejam: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, FERNANDO FANTINEL DA SILVA e BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Após o término do prazo de 15 dias aos Credores, a AJ possui o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para confeccionar a sua Relação de Credores, na forma do Art. 7º, §2º da LRF, o qual finda no dia 25/03/2021. Assim, passa-se à análise das manifestações dos credores, em conjunto com a documentação contábil da falida (OUT3), nos termos que seguem e conforme extrato da relação anexo (OUT4).
2 DAS HABILITAÇÕES E DIVERGÊNCIAS CONSTANTES NOS AUTOS DO
PROCESSO FALIMENTAR
2.1 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (fls. 215-228 - evento 17)
A instituição financeira aduz ser credora da falida no valor de R$ 481.944,29, atualizado até 14/02/2020, referente à soma de débitos de 4 (quatro) contratos:
050107040000000000047671 (no valor de R$ 74.310,31), 050105580000000000005959 (no valor de R$ 268.748,08), 050105580000000000005797 (no valor de R$ 133.789,56) e 050101970000003000011515 (no valor de R$ 5.096,34).
Já a devedora, em sua relação de credores apresentada em 29/05/2019 (fl.
46), indicou 3 (três) créditos em favor da peticionante, relativos à empréstimos: R$
121.864,70, R$ 44.735,92 e R$ 61.544,84.
Conforme se depreende, o valor devido foi atualizado até o dia 14/02/2020, data posterior à decretação de falência da massa falida, que ocorreu em 02/08/2019.
Portanto, a atualização do débito foi realizada sem observância ao determinado pelo Art. 9º, II, da Lei 11.101/2005.
Outrossim, verifica-se que a instituição financeira juntou apenas cálculos
atualizados dos seus créditos, deixando de acostar os contratos que lhes
originaram. Assim, deixa-se de acolher a presente Divergência de Crédito nesta fase
administrativa de verificação de créditos, podendo a credora apresentar impugnação
de crédito, na forma do Art. 8º da LRF.
Quanto ao crédito originalmente relacionado pela devedora, não se observou relação com o Razão Contábil na posição na data da quebra, o qual apenas aponta o crédito de R$ 3.092,53. Todavia, observado o Balancete de agosto de 2019, constata-se a existência na conta “emprestimos” de 3 lançamentos em nome da CEF, em idênticos valores aos originalmente relacionados. Desta forma, mantêm-se os créditos nos valores da lista apresentada pela devedora.
2.2 FERNANDO FANTINEL DA SILVA
A fls. 229-231 consta Habilitação de Crédito em favor de FERNANDO FANTINEL DA SILVA, no valor de R$ 13.485,12, classificado como trabalhista. O referido credor não restou relacionado pela falida quando da apresentação da sua Relação de Credores.
Veja-se que apesar do credor juntar certidão para habilitação de crédito, esta
não é em seu nome, constando créditos em favor da UNIÃO à título de recolhimento
previdenciário e custas judiciais:
Assim, seria inviável o acolhimento da Habilitação de Crédito apresentada nos termos requeridos. De toda forma, esta Administração Judicial acessou a Reclamatória Trabalhista que originou o crédito do Reclamante, a fim de relacioná-lo e sanar o equívoco documental, extraindo-se a certidão de habilitação de crédito anexa (OUT5) na data e titularidade correta.
Deste modo, tem-se que o crédito devido em favor do Reclamante é no valor
de R$ 11.887,97, atualizado até 02/08/2019, com classificação trabalhista, o qual se
relaciona.
3 DA DIVERGÊNCIA RECEBIDA POR ESTA ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL
O BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL foi o único credor que enviou Divergência de Crédito diretamente à esta Administração Judicial, sendo o relatório confeccionado da seguinte forma:
BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - BANRISUL S/A
Rol de credores apresentado pela Devedora: BANRISUL - BNDES, R$
50.926,02, quirografário.
Resumo do pedido: A instituição financeira apontou que a falida não individualizou
de forma correta os valores devidos e apresentou os seguintes detalhamentos:
Assim, requereu a retificação do valor devido para o total de R$ 69.849,13, com classificação quirografária.
Considerações da devedora: pelo profissional contábil da empresa restou assim referido (OUT6):
Considerações da Administração Judicial: O crédito da instituição bancária envolve diversos negócios jurídicos. Para sua melhor compreensão, esta Administração Judicial apresenta as suas considerações de forma individualizada.
CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - PESSOA JURÍDICA CONTA EMPRESARIAL N. 201403503210082000169/00038 - O contrato em comento é referente ao crédito inicial no valor de R$ 1.000,00, sendo que atualizado até 02/08/2019 está no valor de R$ 1.108,09.
Como é cediço, há forte discussão sobre a liquidez ou não dos contratos de abertura de crédito em conta-corrente. A Súmula 233 do Superior Tribunal de Justiça - STJ - indica que “o contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo”.
O referido Tribunal Superior também possui precedente alcançando força
executiva aos contratos de crédito em conta corrente que possuem liquidez, ou seja,
que apontam o valor exato do crédito concedido, os juros e os encargos financeiros
1.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por sua vez, também entende que o contrato de crédito em conta corrente fixo/determinado constitui prova escrita apta para conferir liquidez ao crédito.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 233/STJ. PRECEDENTES DO STJ. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o contrato de abertura de crédito em conta corrente fixo/determinado é título hábil a embasar demanda executiva.
2Precedentes do STJ.
AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70066956376, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em 25/02/2016).
Ocorre que ao se analisar as fundamentações das decisões, observa-se que o ponto nevrálgico a ser analisado não é o nome do negócio jurídico, mas sim a forma da concessão do crédito. Da decisão cuja Ementa foi citada acima, extrai-se:
2
Sem grifos no original.
1
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO FIXO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE QUE SE TRATA DE CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. REEXAME DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULAS 5 E 7 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1.
Consoante jurisprudência do eg. Superior Tribunal de Justiça, o contrato de mútuo bancário ou de abertura de crédito fixo/determinado constitui título apto a embasar demanda executiva. 2. Tendo a eg. Corte de origem assentado que o título executivo que alicerça a ação de execução é um contrato de abertura de crédito fixo, é inviável, em sede de recurso especial, a pretensão de reconhecimento de que se trata de um contrato de abertura de crédito rotativo, porquanto tal providência demandaria a interpretação de cláusula contratual e a incursão nos elementos fático-probatórios dos autos, atraindo a incidência das Súmulas 5 e 7 do STJ. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 805.891/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
20/08/2013, DJe 13/09/2013)"
Entendo, no entanto, que o contrato em questão, intitulado “Contrato de Abertura de Crédito”, trata-se, em sua essência, de contrato de mútuo, subscrito pelo devedor, ora embargante, e por duas testemunhas (fls. 06-07v).
Não há se falar em iliquidez do débito, posto que o valor é certo e definido, sendo colocado à disposição do mutuário em duas parcelas com prazos de 90 e 120 dias.
Note-se que no contrato foi estipulado o valor exato do crédito concedido, os juros e encargos financeiros incidentes.
3O entendimento acima decorre do assim reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça:
AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO. EXECUTIVIDADE.
RECURSO DESPROVIDO. I - O contrato bancário, que apresenta valor certo e vencimento determinado reconhecido pelo devedor, constitui título executivo, não se confundindo com o contrato de abertura de crédito em conta-corrente, considerado ilíquido porque o seu valor depende da efetiva utilização do crédito posto à disposição do correntista, a ser apurado por lançamentos unilaterais do credor(enunciado nº 233 da súmula/STJ). II - O fato de o total do valor mutuado poder ser liberado em conta-corrente, por si só, não afasta a liquidez do título, dispensando-se a apresentação de extratos em face da ausência de impugnação a respeito. AgRg no REsp 332171 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2001/0084865-6 Relator(a) Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA (1088) Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA. Data do Julgamento 23/10/2001 Data da Publicação/Fonte DJ 04/02/2002 p. 398.
Como se observa, não é a denominação contratual que define se o crédito é líquido ou não, mas as características da relação negocial: se o valor é liberado de forma fixa/determinada e os encargos são claros, o crédito é líquido; se essa não é a realidade, o reconhecimento da iliquidez se impõe.
3
Sem grifos no original.
No caso em voga, o contrato foi devidamente apresentado, ao passo que seu demonstrativo/extrato consta na sequência. O limite de crédito previsto no contrato é de R$ 1.000,00, ao passo que a análise do extrato presta contas somente do período de 2019, muito embora o crédito tenha sido liberado inicialmente em 2014.
Mesmo no extrato parcial da conta, é possível observar inúmeros abatimentos parciais e novas liberações realizadas, do que se entende por inviável o reconhecimento da liquidez. Nesse aspecto, e tratando especificamente sobre contrato de "giro", observe-se a seguinte decisão:
REVISIONAL. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO BB GIRO RÁPIDO - CHEQUE ESPECIAL E CAPITAL DE GIRO. PRELIMINAR.
SUSPENSÃO DA RECONVENÇÃO. Perfeitamente possível a reconvenção, haja vista que a ação de cobrança não exige liquidez, certeza e exigibilidade do crédito, requisitos necessários para demandada executiva, o que não é o caso dos autos. Preliminar rejeitada. [...] APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE.(Apelação Cível, Nº 70018279315, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, Julgado em: 28-02-2007)
Como se vê, a demanda teve prosseguimento em razão de se tratar de ação de cobrança, cuja liquidez e certeza são dispensáveis. No caso em apreço, não se tem notícia de ajuizamento prévio de ação de cobrança ou de ação monitória, do que se postula a intimação da Impugnante para esclarecimento quanto ao eventual ajuizamento anterior.
Mais que isso, ao confrontar as cláusulas do contrato com o extrato
apresentado pela Instituição Bancária, os encargos previstos na cláusula 3.4 são
inferiores aos aplicados nos extratos, como se observa:
Assim, se o crédito decorrente de tal tipo negócio jurídico não pode ser objeto de ação executiva e necessita passar pela fase instrutória de uma ação de conhecimento, também não é possível a sua habilitação no processo falimentar.
Com isso, não se está a falar que o valor não é devido, mas sim que esse não é líquido e dependeria de apuração prévia de valores. Assim, deixa-se de relacionar o crédito.
INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONFISSÃO DE DÍVIDA COM GARANTIA DE
FIANÇA N. 2016035030195501000034 - O contrato em comento é referente a
confissão de dívida oriunda do contrato CARTÃO BNDES 4866330004694002, no
valor de R$ 22.680,00, atualizado e confessado em 23/08/2016, a serem pagos em
48 parcelas com juros capitalizados de 2,15% ao mês, correspondendo à taxa
efetiva de 29,09% ao ano. O extrato apresentado pela Instituição Bancária indica a posição no dia 02/08/2019, estando o crédito de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Art. 9º, II da LRF:
Observa-se que a aplicação dos juros e encargos encontra respaldo no título apresentado, como citado acima:
Desta forma, acolhe-se a divergência no que toca ao presente contrato, com a habilitação do crédito de R$ 9.575,02, com classificação quirografária.
CONFISSÃO DE DÍVIDA / OPERAÇÃO N. 41423798 - Embora a referência no corpo da divergência e a apresentação de extrato da operação, não foi juntado qualquer documento contratual que traga os elementos da contratação e o título executivo. Assim, deixa-se de relacionar o crédito, podendo o credor apresentar impugnação de crédito na forma do Art. 8º da Lei 11.101/05, juntando os documentos necessários para análise.
CONSOLIDAÇÃO DO CRÉDITO: O valor apurado na divergência de crédito foi
apenas relativo a uma das contratações, no monte de R$ 9.575,02, sendo as
demais não acolhidas por insuficiência documental e ausência de liquidez. Quanto ao crédito originalmente relacionado pela devedora, não se observou relação com o Razão Contábil na posição na data da quebra, o qual apontou somente o crédito de R$ 1.318,68. Todavia, observado o Balancete de agosto de 2019, constata-se a existência na conta "empréstimos" de 1 lançamento em nome do Banrisul:
"2.01.02.01.001 - EMPRESTIMO BNDS BANRISUL" , em idêntico valor ao originalmente relacionado. Desta forma, mantém-se o crédito no valor da lista apresentada pela devedora, na monta de R$ 50.926,02, com classificação quirografária.
4 DAS RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS
4.1 DAS RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS COM TRÂNSITO EM JULGADO
4.1.1 RECLAMATÓRIA N. 0020345-89.2017.5.04.0701 - RECLAMANTE:
VANESSA BANDEIRA
A credora VANESSA BANDEIRA ajuizou Reclamatória Trabalhista em face de CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP em 24/03/2017, requerendo diferenças de FGTS e multa de 40%, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de ⅓ constitucional, reajustes do valor/aula, dentre outros.
A falida, quando da apresentação de sua Relação de Credores, não
relacionou nenhum crédito para a trabalhadora.
A Reclamatória Trabalhista em questão teve sentença prolatada em 26/09/2018, que foi objeto de oposição de Embargos de Declaração em 05/10/2018, sendo estes conhecidos e indeferidos em 14/12/2018. Em 28/01/2019, a Ré interpôs Recurso Ordinário, que não foi recebido por ser deserto (18/02/2019), sendo interposto, assim, Agravo de Instrumento em Recurso Ordinário em face desta decisão em 11/03/2019. O acórdão prolatado em 10/12/2020 negou provimento ao Recurso, transitando em julgado em 27/01/2021.
Dessa forma, considerando que não há, ainda, cálculo de liquidação da sentença que julgou parcialmente procedente os requerimentos da Reclamante, esta Administração Judicial deixa, por ora, de relacionar valores à obreira. Veja-se que, tão logo se tenha o cálculo de liquidação, a Reclamante pode impugnar esta Relação de Credores ou, conforme o caso, apresentar Habilitação Retardatária juntamente com a respectiva certidão de créditos.
4.1.2 RECLAMATÓRIA TRABALHISTA N. 0020148-66.2019.5.04.0701 - RECLAMANTE FERNANDO FANTINEL DA SILVA
O credor FERNANDO FANTINEL DA SILVA ajuizou Reclamatória Trabalhista
em face de CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP em 26/02/2019,
requerendo reconhecimento do vínculo empregatício, aviso prévio, 13º salário
proporcional, férias proporcionais acrescidas de ⅓ constitucional, pagamento do
FGTS, multa do Art. 467 da CLT, condenação em danos morais, dentre outros.
A falida, quando da apresentação de sua Relação de Credores, não relacionou nenhum crédito para o trabalhador.
A Reclamatória Trabalhista em questão já possui cálculo de liquidação da sentença e certidão para habilitação dos créditos. Dessa forma e conforme já exposto no item 2.2, relaciona-se o valor de R$ 11.887,97, atualizado até 02/08/2019 e classificado como trabalhista em favor do obreiro.
4.2 DAS RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS EM CURSO
4.2.2 RECLAMATÓRIA TRABALHISTA N. 0020153-85.2019.5.04.0702 - RECLAMANTE FELIPE DE SÁ OSÓRIO
O credor FELIPE DE SÁ OSÓRIO ajuizou Reclamatória Trabalhista em face de CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP em 26/02/2019, requerendo reconhecimento do vínculo empregatício, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de ⅓ constitucional, pagamento do FGTS, multa do Art. 467 da CLT, condenação em danos morais, dentre outros.
A falida, quando da apresentação de sua Relação de Credores, não relacionou nenhum crédito para a trabalhadora.
A Reclamatória Trabalhista em questão está aguardando a marcação da
audiência de instrução. Assim, considerando que até o presente momento não há
sequer sentença, esta Administração Judicial deixa, por ora, de relacionar valores à
obreiro. Veja-se que, tão logo se tenha a sentença e o consequente cálculo de liquidação, o Reclamante pode impugnar esta Relação de Credores ou, conforme o caso, apresentar Habilitação Retardatária juntamente com a respectiva certidão de créditos.
4.2.3 RECLAMATÓRIA TRABALHISTA N. 0020364-90.2020.5.04.0701 - RECLAMANTE - BÁRBARA BINOTTO COSTA
A credora BÁRBARA BINOTTO COSTA ajuizou Reclamatória Trabalhista em face de CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP em 25/05/2020, requerendo diferenças de FGTS e multa de 40%, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais e vencidas acrescidas de ⅓ constitucional, multa dos Arts. 467 e 477 CLT, dentre outros.
A falida, quando da apresentação de sua Relação de Credores, relacionou o valor de R$ 4.366,50 em face da funcionária.
A Reclamatória Trabalhista em questão teve sentença prolatada em 12/01/2021. Contudo, ainda não há cálculo de liquidação. Dessa forma, esta Administração Judicial, por ora, mantém os valores já relacionados pela falida à obreira. Veja-se que, tão logo se tenha o cálculo de liquidação, a Reclamante pode impugnar esta Relação de Credores ou, conforme o caso, apresentar Habilitação Retardatária juntamente com a respectiva certidão de créditos.
4.2.4 RECLAMATÓRIA N. 0021163-70.2019.5.04.0701 - RECLAMANTE VAGNER
LAMPERT FERREIRA
A credora VAGNER LAMPERT FERREIRA ajuizou Reclamatória Trabalhista em face de CHALLENGER BRASIL CURSOS LTDA EPP em 15/10/2019, requerendo diferenças de FGTS e multa de 40%, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais e vencidas acrescidas de ⅓ constitucional, saldo de salário, multa do Art. 467 da CLT, condenação em danos morais, dentre outros.
A falida, quando da apresentação de sua Relação de Credores, relacionou o valor de R$ 20.100,55 em favor do funcionário.
A Reclamatória Trabalhista em questão está aguardando a marcação da audiência de instrução. Assim, considerando que até o presente momento não há sequer sentença, esta Administração Judicial, por ora, mantém os valores já relacionados pela falida ao obreiro. Veja-se que, tão logo se tenha a sentença e o consequente cálculo de liquidação, o Reclamante pode impugnar esta Relação de Credores ou, conforme o caso, apresentar Habilitação Retardatária juntamente com a respectiva certidão de créditos.
5 DOS ENTES FEDERADOS
Como se sabe, antes da reforma da LRF, os créditos tributários não se
submetiam à habilitação junto aos processos falimentares. Ocorre que, como
peticionado e sugerido na manifestação de evento 16, o Art. 7º-A, recentemente
incluído na LRF, organizou a habilitação dos créditos das Fazendas Públicas nos
procedimentos falimentares, mediante a instauração, de ofício pelo Juiz, de incidentes processuais para habilitação dos créditos das Fazendas Públicas.
Ademais, a forma de intimação das Fazendas Públicas também sofreu alteração, devendo ser realizadas de forma eletrônica para os representantes indicados no §2º do Art. 99 da LRF.
Frisa-se, neste ponto, que foram localizados valores relativos a tributos lançados no razão contábil que apresentam divergência com aqueles relacionados pela empresa Devedora em sua Relação de Credores. De todo modo, e considerando a necessidade de instauração dos referidos incidentes processuais, deixa-se de relacionar tais créditos, aguardando-se a apuração devida mediante feito incidental.
Assim, remete-se as considerações desta AJ realizadas na manifestação de evento 16, com a abertura de 03 incidentes específicos para a apuração dos créditos tributários da UNIÃO, do ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL e do MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, com as devidas intimações eletrônicas dos entes federados.
6 DAS RECLASSIFICAÇÕES E RENOMEAÇÕES DE OFÍCIO
A fase administrativa de verificação e habilitação dos créditos exige que a
Administração Judicial atue como verdadeiro instrumento de fiscalização, não sendo
possível se assentir os créditos relacionados pelos simples motivo de haver concordância entre a devedora e um determinado credor. Quando se fiscaliza um crédito em específico, também se está a salvaguardar o par conditio creditorum, especialmente considerando que a análise possui reflexo imediato na ordem de classificação dos créditos.
Em consulta ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, constatou-se a necessidade de reclassificação de alguns créditos, especialmente considerando-se a necessidade de se respeitar a classificação privilegiada oferecida a micro e pequenas empresas. Assim, restou elaborada a tabela abaixo:
LANÇAMENTO NA NOMINATA
DE CREDORES
APRESENTADA PELA DEVEDORA
LANÇAMENTO NA RELAÇÃO
DE CREDORES DA
ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL
CLASSIFICAÇÃO A SER DADA
COPIGRAFI - SANTA MARIA IMPRESSOS GRÁFICOS
COPIGRAFI IMPRESSOS - EIRELI
ME/EPP
4EDITORA ÁTICA EDITORA ÁTICA S/A QUIROGRAFÁRIO
GLOBO INDÚSTRIA BRINDES LTDA
GLOBO INDUSTRIA E COMERCIO DE BRINDES LTDA
ME/EPP
HOSPITAL DO TRABALHADOR DE SANTA MARIA
PROHOSP ATENDIMENTO A SAUDE EIRELI
QUIROGRAFÁRIO
IMVEST IMÓVEIS INVEST-SM IMOVEIS LTDA QUIROGRAFÁRIO LOCAWEB SERVIÇOS DE
INTERNET
LOCAWEB SERVICOS DE INTERNET S/A
QUIROGRAFÁRIO
4
Tal crédito foi excluído, por ausência de lançamento no razão contábil na posição da quebra.
LZ CONTÁBIL LZ CONTABILIDADE E ASSESSORIA LTDA
TRABALHISTA
5PERINE E MARIANOF PERINI & MARIANOF LTDA ME/EPP PRIME SISTEMAS DE
IMPRESSÃO
PRIME SISTEMAS DE IMPRESSAO LTDA
ME/EPP
RGE RGE SUL DISTRIBUIDORA DE
ENERGIA S.A.
QUIROGRAFÁRIO
SINDIOMAS SINDICATO DAS ESCOLAS DE
IDIOMAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
QUIROGRAFÁRIO
TRANSPORTADORA MINUANO TRANSPORTADORA MINUANO LTDA
QUIROGRAFÁRIO
VIVO MÓVEL TELEFÔNICA BRASIL S.A. QUIROGRAFÁRIO
Desse modo, a nova classe de credores restou incluída, respeitando-se o disposto no Art. 83, IV, "d", da LRF.
7 DOS CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS
A Relação de Credores apresentada em anexo dá conta de detalhar o concurso de credores nos termos do que indica a LRF (Art.83). Além disso,
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