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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.20 número2

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Academic year: 2018

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Carta ao Editor. Revista da Sociedade Brasileira de M edicina Tropical 20:133, Abr-Jun, 1987.

C A R T A A O E D I T O R

O Editorial publicado no vol. 19 (1), Jan.-M ar., 1986 dessa Revista, sob o título “ O problema do

Aedes aegypti no Brasil” foi encaminhado para publi­ cação em novembro de 1985 e, portanto, antes do aparecimento de dois fatos extremamente importantes sobre o assunto.

O primeiro refere-se ao registro da epidemia de dengue, em março de 1986, no Estado do Rio de Janeiro. O surgimento de epidemias de dengue onde existe a presença do Aedes aegypti é um fenômeno previsível, dependendo apenas da introdução dos portadores. Sua propagação e dimensionamento estão diretamente relacionados à densidade demográfica da área afetada. Os municípios da Baixada Fluminense, nos quais foram registrados casos de dengue, apresen­ tam densidades demográficas das mais elevadas no país. Eis ai um dos fatores que explica a elevada magnitude da epidemia, com um nümero de casos, até o momento, não publicado oficialmente, mas que, sem dúvida, ultrapassa os 500 mil.

O segundo fato, que é bastante preocupante, foi a detecção da presença do mosquito Aedes albopictus

no país, no mês de junho passado. Segundo informa­ ções da Superintendência de Campanhas de Saúde Publica (SU C A M ) do Ministério da Saüde, o A. albopictus já foi encontrado nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas G erais, Rio G rande do N orte e São Paulo.

O A. albopictus é um mosquito primitivamente silvestre que se adaptou ao ambiente urbano. Tem criadouros em reservatórios naturais (buracos de árvore) e artificiais (pneus usados, vasos de flores etc.). Pode ovipor sem repasto sangüíneo (autogenia). Originário da Á sia, tem uma distribuição geográfica mais ampla que o A. aegypti em termos de latitude, atingindo zonas tropical e temperada (chega até ao norte da China e a Sibéria) e não está restrito a ambientes domésticos e peridomésticos como aquele, sendo encontrado em ambiente rural. Por estas razões dispersa-se com facilidade passivamente. É conside­ rado transmissor de dengue, inclusive de sua forma hemorrágica. Foram demonstradas também as trans­ missões transovárica e transestadial de todos os quatro serotipos. É susceptível a infecção pelo vírus da encefalite da Califórnia e a transmite também transo- varianamente. Já foi encontrado infectado pelo vírus Chikungunya (alfavirus). Em laboratório, já se mostrou susceptível aos vírus das encefalites de S. Louis e japonesa, aos vírus do Nilo Oeste e de Kunjin - todos flavivirus. É também susceptível em laboratório ao vírus da febre amarela.

As dificuldades para erradicá-lo ou controlá-lo são muito grandes, principalmente pelos seus hábitos urbanos e rurais. O risco de servir como “ponte” entre as formas silvestre e urbana da febre amarela existe.

D esta forma, Sr. Editor, é possível que mesmo a erradicação do A. aegypti não seja suficiente para

prevenir epidemias de dengue no país, como foi dito naquele Editorial. Isto caso se estabeleça a permanên­ cia do A. albopictus no país.

Pedro Luiz Tauil

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