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Curvas de permanência para o cenário 2025 SPD

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Monitoramento ambiental da bacia do Mineirinho

A bacia hidrográfica de interesse, córrego do Mineirinho, atualmente apresenta 18,6 % de sua área total ocupada por residências (áreas urbanas).

Com as obras de implantação e instalação do Campus 2 da USP de São Carlos, serão crescentes os passivos ambientais em toda extensão da bacia, tanto por desmatamento, quanto por impermeabilização do solo. Ambas as atividades desenvolvidas promovem significativo aumento no escoamento superficial das águas precipitadas e conseqüentemente maior aporte de sedimentos aos canais de drenagem. Isso significa avanço das frentes de erosão nos corpos hídricos e aceleração do assoreamento, potencializando as inundações.

O monitoramento ambiental da bacia do Mineirinho é necessário para se conhecer as características atuais da área e avaliar as conseqüências de futuras ações antrópicas (BENINI et al., 2003; BENINI et al., 2004), além de ser fator importante para adequada gestão ambiental (TUNDISI, 2003) e para a diminuição de incertezas de variáveis hidrológicas (TUCCI, 1998).

Esse monitoramento é extremamente importante para essa bacia, pois há necessidade de se conhecer a qualidade das águas, já que moradores de entorno fazem uso dos recursos hídricos com fins de recreação. Além disso, há grande preocupação com a vazão do córrego à jusante do Campus 2, quando ele deságua no rio Monjolinho, local onde ocorrem freqüentes inundações que causam danos materiais e riscos à população (BENINI et al., 2005).

O monitoramento teve início em outubro de 2004 com a implantação da estação climatológica.

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5.1.1 Dados hidrológicos

Todos os dados hidrológicos e climatológicos, observados até o presente momento, pela estação climatológica instalada em área do Campus 2 estão apresentados no Apêndice 1 (CD-ROM). As calhas Parshall e os medidores de nível serão instalados nos próximos meses e irão acrescentar dados ao monitoramento desta bacia.

Alguns dados e a vazão medida nos exutórios de cada uma das 7 sub- bacias estão descritas no item 5.2 e foram usadas nas simulações hidrológicas.

5.1.2 Parâmetros limnológicos

A obtenção de informações integradas depende basicamente do estudo das interações que ocorrem entre os fatores bióticos e abióticos que regem o funcionamento de um ecossistema. Porém, não se pode esquecer que estas interações estão vinculadas a uma escala temporal, refletindo um comportamento dinâmico e imprevisível, intrínseco a cada ambiente.

Foram amostrados 4 pontos na superfície do córrego do Mineirinho (descritos na metodologia). As primeiras amostragem em campo foram realizadas de janeiro a abril de 2005 (estação chuvosa) e devem continuar durante todo o monitoramento.

Tendo em vista que a avaliação da qualidade de água deve ser sempre referida ao seu uso específico, comparou-se os valores obtidos em campo com a resolução CONAMA 357/05, que revogou a CONAMA 20/86. Esta resolução estabelece limites para alguns parâmetros de qualidade de água e para seu enquadramento em quatro classes segundo os usos preponderantes a que se destinam.

De acordo com o artigo 2º do Decreto Estadual nº 10.755 - de 22 de novembro de 1977, o córrego do Mineirinho está incluso na classe 2. Esta classe representa uns dos usos mais nobres da água, porque inclui aqueles

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corpos d’água cuja qualidade permite que sejam destinados ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário conforme Resolução CONAMA nº 274 - de 29 de novembro de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campo de esporte e lazer, com os quais a população possa vir a ter contato direto; ao cultivo de organismos aquáticos e a atividade de pesca e a dessedentação de animais (BARDY, 2004).

Os resultados das análises de água estão apresentados nas Tabelas 11, 12 e 13, respectivamente para os meses de janeiro, fevereiro e abril de 2005.

Neste início de monitoramento foram analisados apenas alguns parâmetros limnologicos, mas no decorrer das análises outras variáveis deverão ser avaliadas como: temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez, alcalinidade entre outras que também são excelentes indicadores de danos ambientais.

Tabela 11: Análise da qualidade das águas da bacia hidrográfica do córrego do Mineirinho.

(12/Jan/ 2005).

PARÂMETRO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 UNIDADE

pH 6.19 6.95 6.62 7.26

D.Q.O. 40.10 41.30 48.80 38.00 mg/L

CONDUTIVIDADE 60.70 53.70 17.70 47.00 0,1s/Km FOSFORO TOTAL* 0.0345 0.9260 0.0404 0.0510 mg/L

NTK 6.06 5.10 5.74 3.03 mg/L

Salmonella sp. 66000 4000 2000 97000 cel/100mL

E. coli 11000 47700 10800 26000 cel/100mL

* Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico)

Tabela 12: Segunda análise da qualidade das águas da bacia do córrego do Mineirinho (24/fev/2005).

PARÂMETRO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 UNIDADE

pH 6.10 6.90 6.92 7.30

D.Q.O. 38.20 42.10 45.00 39.30 mg/L

CONDUTIVIDADE 61.60 53.50 18.70 45.00 0,1s/Km FOSFORO TOTAL* 0.0254 0.9521 0.0712 0.0638 mg/L

NTK 6.03 5.50 6.00 3.00 mg/L

Salmonella sp. 17000 15000 8000 4000 cel/100mL

E. coli 11000 10000 #### 5000 cel/100mL

* Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico). #### Não existem dados.

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Tabela 13: Terceira análise da qualidade das águas da bacia do córrego do Mineirinho (21/abril/2005).

PARÂMETRO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 UNIDADE

pH 6.50 7.00 7.30 7.50

D.Q.O. 41.50 40.50 45.20 41.00 mg/L

CONDUTIVIDADE 60.00 49.80 19.20 45.10 0,1s/Km

FOSFORO TOTAL* 0.04 0.90 0.05 0.06 mg/L P

NTK 6.60 5.00 5.80 3.50 mg/L

Salmonella sp. 20000 19000 10000 9000 cel/100mL

E. coli 15000 21000 33000 18000 cel/100mL

* Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico)

5 5,5 6 6,5 7 7,5 8

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Datas das coletas

pH

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 20: Dados do pH na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

O pH (Figura 20) limitou-se entre 6,0 e 7,5. Sendo que no ponto 4, exutório final da bacia total (limite do Campus 2), atingiu seus maiores valores para todas as coletas.

As medidas de pH são de extrema utilidade, pois fornecem inúmeras informações a respeito da qualidade da água. Às águas superficiais possuem um pH entre 4 e 9. Às vezes são ligeiramente alcalinas devido à presença de carbonatos e bicarbonatos. Naturalmente, nesses casos, o pH reflete o tipo de solo por onde a água percorre. Em lagoas com grande população de algas, nos dias ensolarados, o pH pode subir muito, chegando a 9 ou até mais. Isso porque as algas, ao realizarem fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é

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a principal fonte natural de acidez da água. Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença de despejos industriais (CETESB, 2005).

O pH de um corpo d'água também pode variar, dependendo da área que este corpo recebe as águas da chuva, os esgotos e a água do lençol freático.

35 37 39 41 43 45 47 49 51

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Data das coletas

D.Q.O. (mg/L)

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 21: Dados da demanda química de oxigênio - DQO na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

A expressão Demanda Química de Oxigênio (DQO), utilizada para exprimir o valor da poluição produzida por matéria orgânica oxidável, corresponde à quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico. Um valor de DQO alto indica uma grande concentração de matéria orgânica e baixo teor de oxigênio. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve principalmente a despejos de efluentes de origem industrial e doméstico.

O valor de DQO admissível para lançamento de esgoto sanitário é de até 300 mg/L (APHA,1992) e o CONAMA não indica os limites deste parâmetro para os corpos d’água classe 2. No córrego do Mineirinho observamos que os valores de DQO encontrados são altos (38 – 49 mg/L), o que indicam contaminação, possívelmente por despejos domésticos e/ou industrial (Figura 21).

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0 10 20 30 40 50 60 70

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05 Data das coletas

Condutividade etrica (0.1s/Km)

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 22: Dados da Condutividade elétrica na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

Os maiores valores de condutividade elétrica foram registrados nos exutórios das sub-bacias 1a e 3b, pontos 1 e 2 respectivamente (Tabela 11, 12, 13).

A condutividade elétrica é a capacidade que a água possui de conduzir corrente elétrica. Este parâmetro está relacionado com a presença de íons dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente. Quanto maior for a quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade elétrica da água. Em águas continentais, os íons diretamente responsáveis pelos valores da condutividade são, entre outros, o cálcio, o magnésio, o potássio, o sódio, carbonatos, carbonetos, sulfatos e cloretos. O parâmetro condutividade elétrica não determina, especificamente, quais os íons que estão presentes em determinada amostra de água, mas pode contribuir para possíveis reconhecimentos de impactos ambientais que ocorram na bacia de drenagem.

Esta é uma das variáveis mais importantes nos estudos da qualidade da água, uma vez que pode fornecer informações sobre o metabolismo do ecossistema aquático, bem como sobre os lançamentos de resíduos industriais, mineração, esgotos, etc (ESTEVES, 1988).

Por outro lado, na presença de mata ciliar, os valores de condutividade podem ser reduzidos em decorrência da absorção dos íons dissolvidos pela própria vegetação (MORAES, 2001).

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Segundo Barcy (2004), a condutividade elétrica na bacia do Médio Tietê tem-se mostrado aumentada tanto nas estações chuvosas, quanto na seca, devido aos resíduos industriais e domésticos provindos da região Metropolitana de São Paulo. Futuramente será possível comparar os dados da Figura 22 referente à condutividade elétrica nos primeiros meses de 2005 na bacia do Mineirinho com os dados do monitoramento ambiental e chegar a conclusões sobre a saúde desta bacia.

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Data das coletas

Fósforo total (mg/L)

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 23: Dados de fósforo total - PT na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

Os compostos de fósforo são um dos mais importantes fatores limitantes à vida dos organismos aquáticos e a sua economia é de importância fundamental no controle ecológico das algas (CETESB, 2005). Despejos orgânicos, especialmente esgotos domésticos, bem como alguns tipos de despejos industriais, podem enriquecer as águas com esse elemento.

Na bacia do Mineirinho apenas na sub-bacia 3b (ponto 2, Figura 23) podemos observar uma alta concentração de PT (0,9 -1,0 mg/L P), segundo Leite (1998) altas concentrações de PT na água estão relacionadas com erosão de partículas de terrenos com grande inclinação, e solos facilmente erodíveis. Além disso, os valores encontrados no ponto 2 estão muito acima

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dos permitidos pela resolução CONAMA 357/05 para classe 2 de corpos d’água (0,050 mg/L P).

0 1 2 3 4 5 6 7

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Data das coletas

NTK (mg/l) ponto 1

ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 24: Dados de Nitrogênio na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

O nitrogênio é constituinte essencial da proteína em todos os organismos vivos e está presente em muitos depósitos minerais na forma de Nitrato. O Nitrogênio na matéria orgânica sofre trocas do complexo protéico de aminoácidos para amônia, nitrito e nitrato. A concentração total de nitrogênio é altamente importante considerando-se os aspectos típicos do corpo d'água (CETESB, 2005). Em geral, a presença destes denuncia a existência de poluição recente, uma vez que essas substâncias são oxidadas rapidamente na água, graças principalmente à presença de bactérias nitrificantes. Por essa razão, constituem um importante índice da presença de despejos orgânicos recentes. Além disso, vale a pena ressaltar que os fertilizantes aplicados na agricultura são geralmente ricos em nitrogênio (BARCY, 2004).

Na Figura 24 observamos que a concentração de nitrogênio total está entre 3,0 – 7,0 mg/L, o que segundo BARCY (2004) equivale a valores encontrados em 1990 e 2002 no período de seca no rio Tietê (bacia do Médio Tiête), isso mostra que atualmente a bacia do Mineirinho apresenta níveis elevados de indicadores de poluição.

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0 20000 40000 60000 80000 100000 120000

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Data das coletas

E. coli(cel/100mL)

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 25: Dados de Escherichia coli na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

Normalmente um rio é habitado por muitos seres vivos entre os quais podemos incluir os microrganismos (bactérias) que se alimentam de matéria orgânica (responsáveis pela limpeza do rio). Além dos microrganismos próprios dos rios, o mesmo recebe outras bactérias procedentes de cargas de esgotos que podem prejudicar seriamente a saúde da população que faz uso desta água para seu consumo diário. Essas bactérias são chamadas de coliformes.

Os coliformes não são portadores de doenças já que eles fazem parte da flora intestinal normal contribuindo na nossa digestão e nutrição. Porém tornam-se patogênicos quando atingem tecidos fora do trato intestinal (CETESB, 2005).

Com isso a presença de coliformes na água de um rio significa que este recebeu esgoto. Os coliformes dividem-se em totais e fecais. Dentre os coliformes fecais incluem pelo menos três gêneros: Escherichia, Enterobacter e Klebsiella. A Enterobacter e a Klebsiella são menos representativa como indicação fecal em relação à Escherichia, porém mais significativas dentro dos coliformes totais devido à alta incidência de Escherichia coli dentro dos coliformes fecais. Também é considerado como coliforme fecal somente a Escherichia coli, sendo que a enumeração de coliformes fecais coincide com a da E. coli (PELCZAR et al., 1997).

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A E. coli é o microrganismo de escolha como indicador de contaminação fecal porque é de fácil isolamento nos meios de cultura convencionais sendo resistente por mais tempo.

Na Figura 25, podemos observar uma alta incidência de E. coli em todos os pontos de coleta, chegando a 100.000 cél/100mL, o CONAMA 357/05 determina, para classe 2 de corpos d’água, níveis máximos de 1.000 coliformes fecais (E. coli) por 100 mL. Portanto, os dados mostram que há contaminação por efluentes, possivelmente domésticos e acordo com esta resolução, o córrego teria que ser classificado como classe 4.

0 20000 40000 60000 80000 100000 120000

19/12/04 08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05

Data das coletas

Salmonellasp. (cel/100mL)

ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4

Figura 26: Dados de Salmonella sp. na bacia do Mineirinho (Janeiro a Abril/2005)

Com o despejo de resíduos industriais e domésticos nas fontes hídricas pode ocorrer a contaminação por agentes etiológicos de caráter infeccioso ou parasitário, sendo responsáveis pela alta incidência de doenças que afetam a população, principalmente crianças com enterites e diarréias.

As doenças causadas por contaminantes biológicos presentes na água (bactérias, vírus ou protozoários) constituem problema de saúde pública muito comum em nosso país. Essas doenças são transmitidas por excremento humano e animal despejados nas fontes de água, tornando-a imprópria para o consumo humano. A transmissão dessas doenças ocorre de forma direta ou indireta como a ingestão da água, no preparo de alimentos, na higiene pessoal, na agricultura e no lazer. Os principais microorganismos presentes na água

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contaminada e responsáveis pelas numerosas doenças são Salmonella sp, Shigella sp, Escherichia coli, Vibrio cholerae (MORAES, 2001).

As Salmonella sp. são as bactérias mais utilizadas nas determinações, como indicadoras da presença de poluição fecal na fonte (PADUA, 2003). São consideradas bactérias patogênicas predominantes nas águas de esgoto, atingindo em torno de 8.000 cél/mL (FARIAS, 2000).

A Figura 26 mostra que em todas as coletas do Mineirinho, na maioria dos pontos, as concentrações de Salmonella sp por 100mL são maiores que as esperadas. Provavelmente a contaminação aconteceu em janeiro, onde os níveis de células são maiores e após cerca de 90 dias (abril) a quantidade de bactérias foi reduzida. Esta bactéria é transmitida quase exclusivamente pelo consumo de águas e alimentos contaminados e podem sobreviver por 87 dias em águas de abastecimento público (FARIAS, 2000).

No ponto 4, próximo ao exutório do Campus 2, no córrego do Mineirinho, onde já ocorreu a confluência com o córrego Santa Fé, a qualidade hídrica também é ruim. Por diluição das águas do Santa Fé, ou por outras fontes pontuais clandestinas de poluição, a depuração do córrego não é significativa do ponto 1 ao ponto 4, mantendo o corpo hídrico insatisfatório para atividades de recreação.

Mello et al. (2005) relatam que o córrego do Mineirinho é utilizado pela população local para fins de lazer. Porém, durante o início do monitoramento foram observados lançamentos de efluente doméstico ao longo do córrego (Figura 27).

Figura 27: Lançamento de efluente doméstico próximo ao córrego do Mineirinho.

Córrego do Mineirinho

Esgoto doméstico

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A vegetação ripária é um dos fatores mais importantes na melhoria do ambiente fluvial. Para a prevenção de desastres naturais, é necessário manter esta vegetação em boas condições (KOBIYAMA e SILVA, 2003). Além disso, elas funcionam como filtros para o retardamento, absorção e purificação do escoamento contendo contaminantes no fluxo do escoamento superficial (XIANG, 1993).

O efeito direto da mata ciliar na manutenção da qualidade da água que emana da microbacia tem sido demonstrado com mais facilidade em diversos experimentos. Esta função da zona ripária é, sem dúvida, de aplicação prática imediata para o manejo de microbacias (KUNKLE, 1974).

A somatória das analises dos parâmetros limnologicos estudados mostram que a recuperação da zona ripária e a instalação de uma estação de tratamento de esgoto no córrego do Mineirinho seria fundamental para a saúde da bácia, para a população local e para a construção do Campus 2 da USP.

5.2 Sub-bacias

A sub-bacia 1a (Figura 28), possui área de 11,25 ha, (0,1125 km2), talvegue de 458,5 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 847 m. Portanto, possui desnível de 18 m e o tempo de concentração (tc) foi calculado em 7,68 min.

Figura 28: Sub-bacias 1a e 1b

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A sub-bacia 1b (Figura 28), possui área de 21,17 ha, (0,2117 km2), talvegue de 726 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 834 m. Portanto, possui desnível de 31 m e tc foi calculado em 14,12 min. A sub-bacia 2 (Figura 29), possui área de 42,39 ha, (0,4239 km2), talvegue de 1.142 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 818 m. Portanto, possui desnível de 47 m e o tc foi calculado em 26,31 min.

Figura 29: Sub-bacia 2 e 3a

A sub-bacia 3a (Figura 29), possui área de 29,62 ha, (0,2962 km2), talvegue de 935 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 848 m. Portanto, possui desnível de 17 m e o tc foi calculado em 18,14 min. A sub-bacia 3b (Figura 30), possui área de 11,73 ha, (0,1173 km2), talvegue de 685 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 844 m. Portanto, possui desnível de 21 m e o tc foi calculado em 20,12 min.

Figura 30: Sub-bacia 3b e 4

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A sub-bacia 4 (Figura 30), possui área de 54,23 ha, (0,5423 km2), talvegue de 995 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 827 m. Portanto, possui desnível de 38 m e o tc foi calculado em 16,02 min. A sub-bacia 5 (Figura 31), possui área de 34,24 ha, (0,3424 km2), talvegue de 986 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 824 m. Portanto, possui desnível de 41 m e o tc foi calculado em 13,94 min.

Figura 31: Sub-bacia 5 e 6

A sub-bacia 6 (Figura 31), possui área de 60,28 ha, (0,6028 km2), talvegue de 1.156 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 819 m. Portanto, possui desnível de 46 m e o tc foi calculado em 15,34 min. A sub-bacia 7a (Figura 32), possui área de 30,10 ha, (0,3010 km2), talvegue de 655 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 834 m. Portanto, possui desnível de 31 m e o tc foi calculado em 9,94 min.

Figura 32: Sub-bacia 7a e 7b

(15)

A sub-bacia 7b (Figura 32), possui área de 41,89 ha, (0,4189 km2), talvegue de 1.294 m, cota máxima de 865 m e cota mínima de 819 m. Portanto, possui desnível de 46 m e o tc foi calculado em 24,90 min.

As vazões medidas em 18 de abril de 2005 em cada sub-bacia estão descriminadas na Tabela 14.

Tabela 14: Características das sub-bacia inserida na bacia do córrego do Mineirinho.

Sub- bacia

Área Total

(km2) Desnível (m) Tc (min) Vazão (m3/s)

Vazão específica (m3/s/km2)

1a 0,1125 18 7,68 0* 0

1b 0,2117 31 14,12 0,01 0,07

2 0,4239 47 26,31 0,03 0,08

3a 0,2962 17 18,14 0* 0

3b 0,1173 21 20,12 0,09 0,81

4 0,5423 38 16,02 0,10 0,18

5 0,3424 41 13,94 0,10 0,29

6 0,6028 46 15,34 0,12 0,19

7a 0,3010 31 9,94 0* 0

7b 0,4189 46 24,90 0,01 0,02

Total 3,37 46

*As sub-bacias “a” foram delimitas à montante da cabeceira de cada curso d’água, dessa forma não apresentam vazão.

A seguir estão descriminadas as sub-bacias 1 (1a e 1b – Figura 33), sub- bacia 3 (3a e 3b – Figura 33), sub-bacia 7 (7a e 7b – Figura 34) e bacia do Mineirinho (exutório final – Figura 34). Os exutórios destas bacias (1, 3, 7 e bacia do Mineirinho) coincidem com os pontos de coleta de água para análise limnológica (Figura 14) e são os pontos onde foram realizadas simulações para obtenção das vazões das curvas de permanência.

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Figura 33: Sub-bacias 1 e 3.

Figura 34: Sub-bacias 7 e bacia total do córrego do Mineirinho

5.3 Cenários Ambientais

5.3.1 Cenário pré-urbanização (1972)

O cenário pré-urbanização (1972) apresenta ausência de áreas urbanizadas (Figura 35), com exceção de poucas ruas e vias de terra (15,31 ha) que tinham sido recentemente implantadas, principalmente nas sub-bacias

(17)

1a, 1b e 6. Porém, a bacia do Mineirinho já apresentava características de ações antrópicas, que ocorreu devido à expansão agrícola que fragmentou e suprimiu as áreas de remanescentes florestais em todo Estado de São Paulo.

Figura 35: Cenário pré-urbanização (1972)

Originalmente a vegetação de cerrado, em todos os seus aspectos fisionômicos, campo limpo, campo sujo, cerrado stricto sensu ou cerradão

(18)

abrangia 14 % da cobertura vegetal paulista. Dados atuais revelam que restam apenas 6,25 % destas formações no estado de São Paulo (BRITO, 1997).

Rodrigues e Gandolfi (2000) relatam que nesse processo de degradação não foram poupadas as áreas de preservação permanente (APPs), sendo que a agricultura sempre foi o principal fator causador de degradação dos ecossistemas ciliares.

Essa realidade já era possível de ser observada no cenário 1972 (Figura 35), na qual se pode observar que a ocupação do solo predominante era a agropecuária (248,60 ha – 73,8 % da bacia do Mineirinho) e os fragmentos florestais já encontravam-se escassos e altamente degradados, com área total de 36,11 ha (10,7 % da área total da bacia do Mineirinho). As maiores áreas de fragmento florestal encontravam-se nas sub-bacias 7b e 7a respectivamente.

A área correspondente a campo úmido (brejo) era de 24,5 ha (7,3 % da área da bacia), provavelmente ocupada anteriormente, por vegetação de mata paludosa, conforme observado atualmente em alguns fragmentos florestais.

A Tabela 15 apresenta as ocupações do solo em cada sub-bacia do córrego do Mineirinho no cenário pré-urbanização (1972).

5.3.2 Cenário atual (2000)

A partir dos anos 80, as cidades com mais de 100.000 habitantes foram as que mais cresceram no Brasil, sendo que hoje, 1/3 da população do Estado de São Paulo mora em cidades com população entre 100.000 e 500.000 habitantes.

Nesse contexto São Carlos se destaca, apresentando em 1980, uma taxa de crescimento anual de 2,57%, superior à média do Estado de São Paulo (PMSC, 2004).

(19)

Tabela 15: Uso e ocupação do solo e parâmetros hidrológicos em cada sub-bacia para o cenário pré-urbanização (1972).

Sub- bacia

Área Total (ha)

Pastagens/

gramíneas (ha) / (%)

Remanescente Florestal (ha) / (%)

Campo úmido (ha) /

(%)

Ruas e vias (ha) / (%)

*Estrada de ferro (ha) / (%)

Pinus (ha) / (%)

Culturas agrícolas (ha) / (%)

Urbanização (ha)

Aimp (%)

1a 11,25 9,57 (85,1) - - 1,68 (14,9) - - - - 14,9

1b 21,17 15,78 (74,4) 3,01 (14,2) 0,69 (3,7) 1,69 (8,0) - - - - 8,0

2 42,39 35,02 (82,6) 1,1 (2,6) 4,77 (11,25) 1,50 (3,5) - - - - 3,5

3a 29,62 27,45 (92,7) 0,56 (1,9) - 1,61 (5,4) - - - - 5,4

3b 11,73 10,39 (88,6) 0,45 (3,8) 0,74 (6,3) 0,15 (1,3) - - - - 1,3

4 54,23 45,35 (83,6) 1,21 (2,2) 7,21 (13,3) 0,46 (0,8) - - - - 0,8

5 34,24 23,10 (67,5) 3,13 (9,1) 7,7 (22,5) 0,30 (0,9) - - - - 0,9

6 60,28 35,03 (58,1) 6,67 (11,1) 3,40 (5,6) 6,65 (11,0) - - 8,53 (14,2) - 11,0

7a 30,10 19,93 (66,2) 8,41 (27,9) - 0,38 (1,3) 1,38 (4,6) - - - 5,9

7b 41,89 26,98 (64,40) 11,57 (28,6) - 0,89 (2,1) 0,50 (1,3) 1,51 (3,6) - - 3,4

Bacia

Total 336,80 248,60 (73,8) 36,11 (10,7) 24,51 (7,3) 15,31 (4,5) 1,88 (0,6) 1,51 (0,4) 8,53 (2,5) - 5,5 * Área de influência da estrada de ferro (impermeável ou compactada)

(20)

De fato, essa situação pode ser observada no cenário atual (ano 2000), pois o mesmo apresentou drástica mudança do uso e ocupação do solo, quando comparado ao cenário 1972. As áreas de pastagens e gramíneas diminuíram de 248,60 ha (73,8 %) para 86,05 ha (25,5 %), por outro lado, surgiram áreas impermeabilizadas devido ao crescimento urbano, correspondendo a 62,57 ha (18,6 % da área total da bacia – Figura 36).

Estimou-se que cerca de 33,4 % da área total da bacia era impermeabilizada em 2000, enquanto apenas 5,5 % correspondia a área impermeáveis em 1972.

As bacias mais urbanizadas foram as sub-bacias situadas na porção leste da bacia do Mineirinho, onde atualmente existe bairro denominado Santa Angelina. As sub-bacias mais urbanizadas foram 1a, 3b, 6, 1b e 2, que tiveram 49,6 %, 41,5 % 33,4 %, 32,4 % e 32,4 % de suas áreas impermeabilizadas, respectivamente (Tabela 16).

Por outro lado, as sub-bacias 7a, 7b, 4 e 5 tiveram um acréscimo das áreas com cultivo agrícola (Tabela 16 e Figura 36) correspondendo respectivamente a 84,6 %, 82,7 %, 46,5 % e 46,4 % de suas áreas totais.

Nesse cenário foi possível observar a presença de processos erosivos conforme relatado por Benini e Tonissi (2003), além da presença de despejo clandestino de esgoto e resíduos sólidos, contribuindo para os processos de assoreamento e poluição dos corpos d’água da bacia hidrográfica da região (Figura 37).

Os fragmentos florestais diminuíram significativamente de 36,11 ha (10,7

% da área total da bacia) no cenário 1972 para 13,43 ha (4,0 % da área total da bacia) no cenário 2000.

A Figura 38 apresenta as principais ocupações do solo nos cenários 1972 e 2000.

As áreas de brejo (campo úmido) que correspondiam a 24,5 (7,3 %) no cenário 1972 não foram alteradas significativamente, sendo que no cenário atual (2000), correspondiam a 22,9 ha (6,8 % da área total da bacia), essa pequena diferença de 1,6 ha deve-se as intervenções nessas áreas úmidas, principalmente implantação de travessias.

Possivelmente, essas áreas eram inicialmente compostas por florestas paludosas ou florestas de brejo (BENINI e TONISSI, 2003) e podem ser

(21)

caracterizadas por um conjunto muito particular de espécies, distinguindo-se, deste modo, das outras formações florestais (LEITÃO FILHO, 1982). São florestas diferentes das florestas ciliares, com um número relativamente menor de espécies, geralmente não decíduas (Figura 39).

Figura 36: Cenário atual (2000)

(22)

Figura 37: Depósito de efluentes domésticos, entulhos e assoreamento do córrego.

Principais ocupações do solo na Bacia do córrego do Mineirinho

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

CENARIO 1972 CENARIO 2000

Cenário

Porcentagem (%)

pastagens/ gramíneas remanescente florestal área impermeável

Figura 38: Evolução das principais ocupações do solo na bacia do córrego do Mineirinho nos cenários pré-urbanização (1972) e atual (2000)

As florestas Paludosas possuem distribuição restrita, predominando sobre os solos hidromórficos, permanentemente encharcados pela presença de afloramento do lençol freático. Na superfície a água é drenada lentamente em largas extensões, banhando os colos das plantas e provocando a formação de murunduns onde se concentram árvores e palmeiras (NAVE, 1997).

(23)

Figura 39: Floresta paludosa (brejo) às margens do córrego do Mineirinho.

Na microbacia do córrego do Mineirinho, a floresta paludosa possue um dossel variando de 8 a 14 m de altura onde se encontram espécies como Talauma ovata, Euterpe edulis, Protium cf. heptaphyllum, Tapirira guianensis, Styrax pohlii, Cecropia pachystachya. O sub-dossel apresenta-se com uma altura de 6 a 8 m, apresentando espécies como, Geonoma brevisphata, Hedychium coronarium, Dendropanax cuneatum, Guarea macrophylla, Clusia criuva e Piper arboreum. Foram observadas ainda nesse estrato várias espécies de trepadeiras, poucas epífitas e samambaia-açú (Cyathea sp).

De forma geral, as florestas paludosas apresentam diversidade menor quando comparadas com outras formações no mesmo estágio de preservação, mas representam um tipo de vegetação de grande relevância, dada a sua adaptação a ambientes com encharcamento do solo e sua função de proteção a estes ambientes (NAVE, 1997).

As florestas Paludosas nesta microbacia possuem um sistema de drenagem do solo bem característico que quando alterado podem condenar a vegetação natural e sofrer mudanças drásticas na sua fisionomia como, por exemplo, passar de uma fisionomia florestal para uma fisionomia de campo úmido. Isso já pode ser observado em grandes trechos, onde a vegetação original foi substituída por Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) e demais plantas higrófitas.

(24)

Além dos poucos fragmentos de floresta paludosa, Benini e Tonissi (2003) descreveram as demais ocupações do solo e situações ambientais no interior do Campus 2, tais como área ocupada por pinus, florestas ribeirinhas, voçorocas, brejo, etc (Figura 40).

Pinus

Voçoroca (0,10 ha) Fragmento florestal (10,32 ha) APP com espécie exótica - Pinus (0,31 ha) Mudas nativas plantadas (0,43 ha) Brejo sem cobertura florestal (19,01) Área ribeirinha sem cobertura florestal (3,22 ha) Braquiária sem cobertura florestal (4,33 ha)

Figura 40: Apresentação das diferentes situações ambientais encontradas no Campus 2.

Adaptado de BENINI e TONISSI (2003)

5.3.3 Cenário sem Plano Diretor (2025 - SPD)

O cenário hipotético futurístico, para o ano 2025, sem Plano Diretor (SPD), foi estabelecido prevendo-se uma ocupação desordenada, sem normas e diretrizes, conforme acréscimo observado, nos últimos anos, na bacia do córrego do Mineirinho, que cresceu cerca de 80 % em apenas 10 anos (Figura 41).

(25)

Tabela 16: Uso e ocupação do solo e parâmetros hidrológicos em cada sub-bacia para o cenário atual (2000).

Sub- bacia

Área Total (ha)

Pastagens/

gramíneas (ha) / (%)

Remanescente Florestal (ha) / (%)

Campo úmido (ha) /

(%)

Ruas e vias (ha) / (%)

*Estrada de ferro (ha) / (%)

Pinus (ha) / (%)

Culturas agrícolas (ha)

/ (%)

Urbanização (ha)

Aimp (%)

1a 11,25 3,18 (28,3) 0,04 (0,4) - 2,45 (21,8) - - - 5,58 (49,6) 71,38

1b 21,17 8,42 (39,8) 3,26 (15,4) 0,87 (4,1) 1,77 (8,4) - - - 6,85 (32,4) 40,72

2 42,39 17,88 (42,2) 0,96 (2,3) 3,54 (8,4) 6,25 (14,8) - - - 13,73 (32,4) 47,13

3a 29,62 17,29 (58,4) 0,25 (0,84) - 7,00 (23,4) - - - 5,08 (17,2) 40,78

3b 11,73 3,38 (28,8) 0,24 (2,0) 0,68 (5,8) 2,56 (21,8) - - - 4,87 (41,5) 63,34

4 54,23 11,23 (20,7) 0,33 (0,6) 8,27 (15,3) 3,86 (7,1) - - 25,23 (46,5) 5,31 (9,8) 16,91

5 34,24 8,29 (24,2) 1,53 (4,5) 6,83 (19,9) 0,69 (2,0) - - 15,87 (46,4) 1,03 (3,0) 5,02

6 60,28 14,53 (24,1) 1,94 (3,2) 2,73 (4,5) 7,75 (12,9) - - 13,21 (21,9) 20,12 (33,4) 46,23

7a 30,10 - 3,02 (10,0) - - 1,61 (5,3) - 25,47 (84,6) - 5,35

7b 41,89 1,85 (4,4) 1,86 (4,4) - - 1,06 (2,5) 2,49 (5,9) 34,63 (82,7) - 2,53

Bacia

Total 336,80 86,05 (25,5) 13,43 (4,0) 22,92 (6,8) 32,33 (9,6) 2,67 (0,8) 2,49 (0,7) 114,41 (34,0) 62,57 (18,6) 33,94

* Área de influência da estrada de ferro (área impermeável ou compactada)

(26)

Figura 41: Acréscimo e decréscimo populacional no município de São Carlos.

Fonte: adaptado de PMSC, 2003

O crescimento urbano de forma desordenada, sem diretrizes de ocupação, para o cenário SPD foi evidenciado e ocorreu diminuição das áreas permeáveis. No cenário 2025 SPD a porcentagem de área impermeável foi estimada em 76,64 % da área total da bacia (Tabela 17), contrastados com os 33,4 % em 2000, e apenas 5,5 % em 1972.

A área com presença de lotes urbanizados no cenário 2025 SPD corresponde 189,68 ha (56,3 % da bacia) enquanto o cenário atual apresenta 62,57 ha (18,6 % da bacia), ou seja, um crescimento de aproximadamente 303

%.

Neste cenário previu-se a erradicação de áreas com cultivo agrícola e área com presença de pinus (Figura 42).

Alguns remanescentes florestais não foram totalmente suprimidos deste cenário, pois se acredita que os mesmos tenham sobrevivido até o cenário atual devido ao fato de estarem em locais de difícil acesso de maquinários agrícolas e ocupação humana.

Além disso, nesse cenário previu-se a implantação de áreas impermeáveis devido à construção do Campus 2, para o qual estimou-se uma área construída com 18,51 ha (5,5 % da área da bacia), correspondentes a prédios, estacionamentos, vias e ciclovias e demais ocupações do Campus.

Bacia do Mineirinho

(27)

A Figura 42 apresenta o uso e ocupação do solo para o cenário 2025 SPD e a Tabela 17 detalha as áreas de ocupação e áreas impermeáveis para este cenário.

Figura 42: Cenário 2025 sem Plano Diretor

(28)

Tabela 17: Uso e ocupação do solo e parâmetros hidrológicos em cada sub-bacia para o cenário sem Plano Diretor (2025).

Sub- bacia

Área Total (ha)

Pastagens/

gramíneas (ha) / (%)

Remanescente Florestal (ha) / (%)

Campo úmido (ha) / (%)

Ruas e vias (ha) / (%)

Estrada de ferro (ha) / (%)

Urbanização (ha)

*Construções Campus 2

Aimp (%)

1a 11,25 0,75 (6,7) 0,03 (0,3) - 2,45 (21,8) - 8,02 (71,3) - 93,07

1b 21,17 1,85 (8,7) 3,02 (14,3) 0,87 (4,1) 1,77 (8,4) - 13,66 (64,5) - 72,89

2 42,39 3,30 (7,8) 0,64 (1,5) 3,57 (8,4) 6,45 (15,2) - 28,13 (66,4) 0,30 (0,7) 82,28

3a 29,62 1,46 (4,9) 0,25 (0,8) - 7,00 (23,6) - 20,91 (70,6) - 94,23

3b 11,73 0,43 (3,7) 0,24 (2,0) 0,68 (5,8) 2,56 (21,8) - 7,82 (66,7) - 88,49

4 54,23 4,75 (8,8) 0,30 (0,6) 8,15 (15,0) 5,88 (10,8) - 31,79 (58,6) 3,36 (6,2) 75,66

5 34,24 8,39 (24,5) 1,53 (4,5) 6,57 (19,2) 1,69 (4,9) - 11,72 (34,2) 4,34 (12,7) 51,84

6 60,28 8,26 (13,7) 0,03 (0,1) 2,73 (4,5) 8,45 (14,0) - 36,01 (59,7) 4,8 (8,0) 81,72

7a 30,10 2,68 (8,9) 3,02 (10,0) - 0,8 (2,7) 1,61 (5,3) 20,88 (69,4) 1,11 (3,7) 81,06

7b 41,89 21,19 (50,6) 1,80 (4,3) - 2,5 (6,0) 1,06 (2,5) 10,74 (25,7) 4,6 (11,0) 45,12

Bacia

Total 336,80 53,06 (15,8) 10,86 (3,2) 22,57 (6,7) 39,55 (11,7) 2,67 (0,8) 189,68 (56,3) 18,51 (5,5) 76,64 * Previsão de áreas impermeáveis com a implantação do Campus 2

(29)

5.3.4 Cenário com Plano Diretor (2025 - CPD)

O cenário 2025 CPD (Figura 43) foi estabelecido prevendo-se o crescimento da urbanização, porém levando-se em consideração a aplicação das diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Municipal de São Carlos (PDMSC) e de Plano Diretor de Ocupação (PDO) do Campus 2.

As ocupações do solo para o cenário 2025 CPD podem ser observadas na Tabela 18.

Figura 43: Cenário com Plano Diretor (2025)

O PDMSC 2004, atualmente está em fase de análise para aprovação na Câmara Municipal de Vereadores e estipula o coeficiente de permeabilidade de

(30)

15 % nos novos lotes a serem implantados na região onde se localiza a bacia do córrego do Mineirinho.

Já o PDO prevê a restauração florestal no interior do Campus 2, de acordo com a legislação ambiental vigente (Lei Federal 4.771/65 – Código Florestal) e formação de corredores interligando os remanescentes florestais, conforme proposto por Benini e Tunissi (2003).

Este cenário também prevê a criação de novas áreas impermeáveis no interior do Campus devido à implantação do mesmo, porém, de forma mais controlada quando comparada à implantação do campus no cenário 2025 SPD.

A urbanização do Campus 2, neste cenário, foi estimada em 10,40 ha (3,1 % da área total da bacia), enquanto no cenário SPD a área de construções no interior do Campus 2 foi de 18,51 ha (5,5 % da área da bacia).

No cenário 2025 CPD haverá um aumento nas áreas de remanescentes florestais (Figura 44). Estima-se que 46,71 ha (13,9 %) da área total da bacia será coberta por vegetação florestal, enquanto no cenário 2025 SPD apenas 10,86 ha (3,2 %) seria coberta por vegetação de porte arbóreo (Figura 44).

Evolução das Áreas com remanescentes florestais

0,0 5,0 10,0 15,0

1960 1980 2000 2020 2040

Ano

Porcentagem (%)

Remanescente florestal SPD Remanescente florestal CPD

Figura 44: Evolução das áreas com remanescentes florestais na bacia do córrego do Mineirinho, com plano diretor (CPD) e sem plano diretor (SPD)

A urbanização neste cenário corresponde à urbanização já implantada até o cenário atual (62,57 ha), somada a urbanização CPD (127,13 ha), totalizando 189,70 ha, ou seja, a área urbanizada é a mesma que seria no

(31)

cenário 2025 SPD, porém, no cenário CPD prevê 15 % de áreas impermeáveis para as novas ocupações.

O total de porcentagem de áreas impermeáveis será de 66,40 %, enquanto no cenário 2025 SPD é 76,64 % da área total da bacia, contrastados com os 33,4 % em 2000, e apenas 5,5 % em 1972 (Figuras 45 e 46).

Evolução das Áreas impermeabilizadas

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

1960 1980 2000 2020 2040

Ano

Porcentagem (%)

Área impermeável SPD

Área impermeável CPD

Figura 45: Evolução das áreas impermeabilizadas na bacia do córrego do Mineirinho, com plano diretor (CPD) e sem plano diretor (SPD)

As sub-bacias mais impermeabilizadas na transição do cenário 1972 para o cenário 2000 foram as sub-bacias 1 e 3, porém nos cenários futuros SPD e CPD todas as sub-bacias deverão ter aumento de áreas impermeáveis, inclusive a sub-bacia 7, que atualmente encontra-se com baixa taxa de impermeabilização (Figura 46), cujas únicas áreas impermeáveis correspondem apenas à área de influência da ferrovia.

A evolução das áreas impermeáveis na bacia total do Mineirinho, caso não ocorra implantação do PD, deverá ter um acréscimo, porém caso as diretrizes do mesmo sejam aplicadas deverá ocorrer um decréscimo de 76 % (SPD) para 66,6 % (CPD).

(32)

Evolução das áreas impermeáveis na bacia do Mineirinho

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

1972 2000 2025 SPD 2025 CPD

Cenário

Porcentagem (%)

Sub-bacia1 Sub-bacia3 Sub-bacia7

Figura 46: Evolução das áreas impermeáveis na bacia do córrego do Mineirinho, com plano diretor (CPD) e sem plano diretor (SPD)

(33)

Tabela 18: Uso e ocupação do solo e parâmetros hidrológicos em cada sub-bacia para o cenário com Plano Diretor (2025).

Sub- bacia

Área Total (ha)

Pastagens/

gramíneas (ha) / (%)

Remanescente Florestal (ha) / (%)

Campo úmido (ha) / (%)

Ruas e vias (ha) / (%)

Estrada de ferro (ha) /

(%)

*Urbanização (ha)

** Urbanização

PDMSC *** Campus 2 Aimp (%)

1a 11,25 0,33 (2,9) 0,46 (4,1) - 2,45 (21,8) - 5,58 (49,6) 2,43 (21,6) - 89,7

1b 21,17 1,5 (7,1) 3,90 (18,4) 0,49(2,3) 1,77 (8,4) - 6,85 (32,4) 6,81 (32,2) - 73,0

2 42,39 2,11 (5,0) 5,40 (12,7) - 6,45 (15,2) - 13,73 (32,4) 14,4 (34,0) 0,3 (0,7) 77,2

3a 29,62 1,08 (3,6) 0,63 (2,1) - 7,00 (23,6) - 5,08 (17,2) 15,83 (53,4) - 86,2

3b 11,73 0,4 (3,41) 0,95 (8,1) - 2,56 (21,8) - 4,87 (41,5) 2,98 (25,4) - 84,3

4 54,23 4,09 (7,6) 10,17 (18,8) - 5,88 (10,8) - 5,31 (9,8) 26,48 (48,8) 2,35 (4,3) 66,5

5 34,24 8,76 (25,6) 9,03 (26,4) - 1,69 (4,9) - 1,03 (3,0) 10,69 (31,2) 3,04 (8,9) 43,4

6 60,28 9,72 (16,1) 5,05 (8,4) - 8,45 (14,0) - 20,12 (33,4) 15,89 (26,4) 1,05 (1,7) 71,5

7a 30,10 1,28 (4,3) 4,52 (15,0) - 0,8 (2,7) 1,61 (5,3) - 20,88 (69,4) 1,01 (3,4) 70,3

7b 41,89 18,11 (43,2) 6,6 (15,8) - 2,7 (6,4) 1,06 (2,5) - 10,74 (25,6) 2,68 (6,4) 37,2

Bacia

Total 336,80 47,38 (14,1) 46,71 (13,9) 0,49(0,1) 39,75(11,8) 2,67 (0,8) 62,57 (18,6) 127,13 (37,7) 10,40 (3,1) 66,40

* Urbanização implantada com diretrizes do PDMSC, (15 % de cada lote deverá ser impermeável).

**Urbanização implantada antes da aprovação do PDMSC

*** Previsão de áreas impermeáveis com a implantação do Campus 2

(34)

Na Figura 47 pode-se observar a evolução das taxas de ocupação do solo na bacia do córrego Mineirinho para os 4 cenários estudados. Ressalta-se que a urbanização não existia no cenário 1972 e no cenário 2025 SPD e CPD a taxa de urbanização será praticamente a mesma, porém, no cenário 2025 CPD as áreas impermeáveis, deverão ser menores do que as do cenário SPD, devido ao fato de 15 % da área destinadas à novos lotes serem impermeáveis, conforme diretrizes do PDMSC.

Taxas de ocupação do solo na Bacia do córrego do Mineirinho

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

1972 2000 2025 SPD 2025 CPD

Cenário

Porcentagem (%)

Remanescente Florestal Urbanização

Área Impermeável

Figura 47: Evolução das principais ocupações do solo na bacia do córrego do Mineirinho no cenário pré-urbanização (1972), cenário 2000, cenário 2005 SPD e cenário 2005 CPD

5.4 Simulações Hidrológicas

O IPH II é um modelo de transformação chuva-vazão com grande aceitação no meio técnico-científico nacional. O modelo simula parte do ciclo hidrológico e através da alimentação dos dados de chuva obtém-se a vazão na seção principal do rio (FAVORETO et al., 2003). Os mesmos autores ressaltam que o modelo foi desenvolvido com objetivo de permitir seu uso para projetos de engenharia em bacias rurais e urbanas com diferentes características.

Considerado simples, com poucos parâmetros, tem a finalidade de facilitar o seu uso em bacias hidrográficas de diferentes características, como é o caso da bacia do Mineirinho.

(35)

Os parâmetros hidrológicos Rmax e Aimp, utilizados para a simulação com o IPH II (Tabela 19), variaram em função da ocupação do solo, conforme alterações nos 4 cenários.

Os parâmetros Io, Ib, h, Ks e Kb são parâmetros fixos e não variam entre cenários, conforme observado por Santos e colaboradores (2001), que relatam que, por princípio, os parâmetros de infiltração do modelo não devem se alterar entre cenários, já que o solo não se altera com o passar do tempo.

Já os parâmetros XN, a, l e c, correspondentes à forma da bacia, e os 3 últimos às características da seção do curso d’água. Apesar de variarem entre as sub-bacias (Tabela 20), não são alterados entre os cenários.

Tabela 19: Parâmetros hidrológicos (Rmax e Aimp) em cada sub-bacia para o todos os cenários.

Sub-bacia Rmax 1972 Aimp(%) 1972 Rmax 2000 Aimp(%) 2000

Rmax 2025

SPD

Aimp(%) 2025 SPD

Rmax 2025 CPD

Aimp(%) 2025 CPD

1a 2,50 14,9 2,53 71,38 2,60 93,07 3,49 89,7

1b 2,89 8,0 3,15 40,72 3,82 72,89 3,92 73,0

2 2,57 3,5 2,61 47,13 2,71 82,28 3,9 77,2

3a 2,55 5,4 2,54 40,78 2,87 94,23 2,89 86,2

3b 2,60 1,3 2,64 63,34 2,94 88,49 3,82 84,3

4 2,56 0,8 2,8 16,91 2,56 75,66 3,9 66,5

5 2,73 0,9 2,86 5,02 2,73 51,84 3,66 43,4

6 2,89 11,0 2,85 46,23 2,51 81,72 3,24 71,5

7a 3,24 5,9 3,21 5,35 3,82 81,06 3,76 70,3

7b 3,31 3,4 3,16 2,53 2,70 45,12 3,13 37,2

Analisando o hidrograma e o hietograma para o cenário 1972 (Figura 49), para o evento observado de 17 a 18 de novembro de 2004 (evento 2 da Tabela 5 – 89,00 mm), observa-se que as vazões simuladas nas sub-bacias 1, 3 e 7 são relativamente próximas uma das outras, devido às características semelhantes das sub-bacias, ou seja, não havia urbanização e a taxa de impermeabilização do solo era baixa. As vazões máximas simuladas para essas sub-bacias foram respectivamente 0,23; 0,34 e 0,28 m3/s.

(36)

Tabela 20: Parâmetros hidrológicos constantes em cada sub-bacia utilizados para todos os cenários

C: comprimento do trecho d’água; l : largura do canal; a: altura do canal

Para o mesmo evento e mesmo cenário, a vazão máxima simulada no exutório final da bacia do córrego do Mineirinho, que corresponde à vazão máxima de toda a bacia, foi 2,57 m3/s (Figura 48). O tempo de pico do hidrograma foi de 685 minutos (137 intervalos de tempo).

0 2 4 6 8 10 12

0 50 100 150 200 250

(5 minutos)

Q (m3/s)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141 151 161 171 181 191 201 211 221 231 241 251 261 271 281

P (mm)

Precipitação (m m ) Bacia Mineirinho Sub-bacia 3 Sub-bacia1 Sub-bacia 7

Vazão simulada para o evento de 17 e 18/11/2004 (CENÁRIO 1972)

Figura 48: Simulação para o ano de 1972, evento 17 e 18 de nov/2004

Sub-bacia XN a l c

1a 1,5 - - -

1b 1,5 2,0 3,0 343

2 1,5 2,0 3,0 370

3a 1,5 - - -

3b 1,5 1,5 2,5 123

4 1,0 2,0 3,5 425

5 1,0 2,0 3,5 517

6 1,0 2,5 2,5 680

7a 1,5 - - -

7b 1,5 2,0 4,0 427

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