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ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA AVALIADORES FEDERAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR ANDRÉ NEKATSCHALOW DA QUINTA TURMA DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

PROCESSO Nº 0025500-67.2009.4.03.6100

ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA AVALIADORES FEDERAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO, entidade associativa já qualificada nos autos do processo em epígrafe,

que move em face da UNIÃO FEDERAL, vem à presença de Vossa Excelência, requerer a apresentação e juntada aos presentes autos dos MEMORIAIS anexos.

Nestes termos, Pedem deferimento.

São Paulo, 11 de fevereiro de 2016.

Eliana Rennó Villela OAB/SP n° 148.387

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APELADA: ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA AVALIADORES FEDERAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO- ASSOJAF/SP

APELANTE: UNIÃO FEDERAL

PROCESSO n° 0025500-67.2009.4.03.6100

ORIGEM: 13º VARA DA SEÇÃO JUDUCIÁRIA DE SÃO PAULO

MEMORIAIS

Síntese do processo

Trata-se de ação ajuizada pela ora Apelada, em 30/11/2009, requerendo a implementação do reajuste correspondente à diferença entre o índice de 13,23% e aquele efetivamente percebido por seus representados em decorrência da VPI.

Adveio sentença em 14/07/2010, a qual julgou procedente o pedido para reconhecer aos associados o direito à implementação nas remunerações, proventos e pensões do índice correspondente ao maior reajuste concedido aos servidores públicos civis da Administração Federal direta, autárquica e fundacional com a edição da Lei nº 10.698/2003, devendo ainda ser considerado conjuntamente, para tal cálculo, o índice de revisão previsto na Lei nº 10.697/2003, descontados os valores já recebidos em decorrência da aplicação de ambas as leis e, em consequência, condenar a União Federal ao pagamento de todas as diferenças daí apuradas, inclusive aquelas reflexas incidentes sobre demais rubricas percebidas pelos servidores, como 13º salário e terço constitucional de férias, dentre outros, diferenças essas devidas desde 30 de novembro de 2004, descontados os valores já recebidos em razão da aplicação das Leis nº. 10.697 e 10.698, de 2003, além das verbas de sucumbência.

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Insatisfeita com a r. sentença, a Ré interpôs o presente recurso, alegando, em síntese: a ocorrência da prescrição; impossibilidade jurídica do pedido; e, no mérito, que o valor concedido a título de VPI não tem natureza de revisão geral de remuneração, razão pela qual requereu a reforma da r. sentença.

Seguida de contrarrazões da Apelada, com requerimento para que seja negado provimento à Apelação da União Federal e à remessa oficial, para confirmar a declaração do direito dos representados ao reajuste de remuneração no índice correspondente à diferença de 13,23% e o índice efetivamente recebido, com a concessão do VPI a partir de 30/11/2004, nos termos da r. sentença.

Ainda, inconformada com o indeferimento dos benefícios da justiça gratuita, a Apelada interpôs o recurso de Agravo Retido, acostado às fls. 169/179, tendo requerido apreciação por este Egrégio Tribunal.

Dos fatos

A fim de elucidar esta E. Turma, faz-se necessário o relato dos fatos que originaram a presente demanda.

Os representados são Oficiais de Justiça integrantes dos quadros de Pessoal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Justiça Federal de 1ª Instância/SP, Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, 2ª Circunscrição judiciária militar da UNIÃO, tendo suas relações funcionais regidas pela Lei 8.112, de 11.12.1990, que instituiu o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais.

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Em 03.03.2003, foi publicada a Lei 10.697, de 02.03.2003, que concedeu a todos os servidores dos Três Poderes da União, autarquias e fundações públicas federais, revisão geral de 1% (um por cento), com efeitos financeiros retroativos a 01.01.2003, sobre remunerações e subsídios até então vigentes (art. 1º).

Na mesma data, foi publicada a Lei 10.698, também de 02.03.2003 e igualmente de iniciativa do Presidente da República, concedendo um acréscimo de R$ 59,87 (cinqüenta e nove reais e oitenta e sete centavos) a título de “Vantagem Pecuniária Individual” (VPI) aos servidores públicos federais dos Poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário da União, das autarquias e fundações públicas federais, ocupantes de cargos efetivos ou empregos públicos (art. 1º), inclusive

aposentadorias e às pensões (art. 3º).

Em síntese, pelas mencionadas leis, os servidores dos Poderes da União, autarquias e fundações públicas federais foram contemplados, com o índice de 1% a título de revisão geral, nos termos do art. 37, X, da Constituição Federal, mais o valor de R$ 59,87 em sua remuneração.

Ocorre que o último acréscimo – embora denominado “Vantagem Pecuniária Individual” (VPI) – possui também natureza jurídica de revisão

geral de remuneração, sujeitando-se às balizas do art. 37, X da CF, como se

demonstrará.

De fato, a finalidade de recomposição das perdas inflacionárias pelo acréscimo representado pela Vantagem Pecuniária Individual é manifesta. Encontra-se, aliás, expressa nas razões do Executivo que acompanharam o projeto de lei convertido na Lei 10.698/2003 e em pareceres de Comissões da Câmara dos Deputados a seu respeito.

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Ademais, como dito, a iniciativa da Lei 10.698/93 foi do Chefe do Poder Executivo. Ora, somente visando à revisão geral de remuneração teria ele iniciativa de lei que interferisse na remuneração dos servidores dos demais Poderes. Assim, se a Lei 10.698/2003 teve seu processo legislativo deflagrado a partir de projeto de iniciativa do Executivo, é evidente que a verba nela prevista reveste-se da natureza de revisão geral.

A concessão da “vantagem pecuniária” revela, isto sim, a intenção de fraudar o instituto da revisão geral, estabelecendo tratamento diferenciado onde a Constituição determina, modo expresso, que se proceda de modo isonômico.

A VPI instituída pela Lei 10.698/2003 o foi em um mesmo valor nominal para todos os servidores, afrontando o art. 37, X, da CF. O percentual de acréscimo por ela representado para cada uma das carreiras funcionais varia na proporção das respectivas remunerações. Contraria assim a exigência do mencionado dispositivo constitucional de que se faça a revisão geral de remuneração sem distinção de índices para todos os servidores do respectivo ente da Federação.

Com efeito, analisando-se as tabelas remuneratórias dos servidores públicos federais, constata-se que o maior percentual que os R$ 59,87 representavam sobre a remuneração é de 14,23%, referente àquela então percebida pelos integrantes da Classe Auxiliar 1, Padrão I, da Carreira de Gestão, Planejamento e Infra-Estrutura em Ciência e Tecnologia, Nível Auxiliar, e da Classe Auxiliar Técnico 1, Padrão 1, da Carreira de Desenvolvimento Tecnológico, Nível Auxiliar (R$ 420,66),

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diminuindo gradativamente esse percentual à medida em que aumentavam as remunerações.1

Certa, outrossim, a auto-aplicabilidade do inciso X do artigo 37 da CF (STF, EDRMS 22.307, RE 433.818-AgR, RE 419.075-AgR), que assegura revisão geral para todos ao mesmo tempo e no mesmo índice.

Por isso, malgrado a parcial omissão do legislador, no momento em que deferido reajustamento maior a apenas uma parcela dos servidores (os das classes e padrões inicias das carreiras de Gestão, Planejamento e Infra-Estrutura em Ciência e Tecnologia, Nível Auxiliar, e de Desenvolvimento Tecnológico, Nível Auxiliar), incidiu de pronto a regra constitucional, ao efeito de alcançar aos demais servidores, ativos e inativos, e pensionistas, direito igual: reajustamento linear pelo índice total de 15,37% (1% em janeiro e 14,23% em maio de 2003).

I – DOS PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS QUE COLABORAM PARA A MANUTENÇÃO DA R. SENTENÇA

a) do acórdão paradigma STJ - Recurso Especial nº 1.536.597 - DF (2013/0283111-0)

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Resp. 1.536.597/DF, julgado em 23.6.2015, firmou entendimento de que a Vantagem Pecuniária Individual (VPI) possui natureza jurídica de Revisão Geral Anual, devendo ser estendido aos servidores o índice de aproximadamente 13,23%, decorrente do

1 Dados da Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais de maio de 2003, em:

http://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/tab_remuneracao/tab_rem_03/tab_11_mai2003.pdf > (acesso em 18.05.2007).

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percentual mais benéfico provenientes do aumento impróprio instituído pelas Leis 10.697/2003 e 10.698/2003. Nesse sentido coleciona-se o aresto paradigma:

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. REVISÃO GERAL ANUAL DA REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS (ART. 37, PARTE FINAL DO INCISO X, DA CF). A VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL (VPI) E O REAJUSTE LINEAR DE 1% DECORRERAM DA REVISÃO GERAL ANUAL, CINDIDA EM DUAS NORMAS (LEI 10.698/2003 E 10.697/2003). RECOMPOSIÇÃO CONCEDIDA INTEGRALMENTE APENAS PARA SERVIDORES COM MENOR REMUNERAÇÃO. DESVIRTUAMENTO DO INSTITUTO DA VANTAGEM PECUNIÁRIA DA LEI 10.698/2003 PARA DISFARÇAR A NATUREZA JURÍDICA DE REAJUSTE GERAL ANUAL, DIANTE DO ORÇAMENTO PÚBLICO REDUZIDO. CORREÇÕES DAS DISTORÇÕES EQUIVOCADAS DA LEI, APRIMORANDO O ALCANCE DA NORMA JURÍDICA, UTILIZANDO-SE DA EQUIDADE JUDICIAL, PARA SUA REAL FINALIDADE, A FIM DE ESTENDER A REVISÃO GERAL ANUAL COM ÍNDICE PROPORCIONAL E

ISONÔMICO AOS DEMAIS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS.

INAPLICABILIDADE DA SÚMULA VINCULANTE 37 DO STF. RECURSO ESPECIAL DO SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO DISTRITO FEDERAL AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO. 1. O Supremo Tribunal Federal entende que a controvérsia do reajuste de remuneração com base nas Leis 10.697/2003 e 10.698/2003 é de cunho subconstitucional. 2. A previsão constitucional no art. 37, parte final do inciso X, da CF, redação dada pela EC 19/98, de iniciativa do Presidente da República, assegura o direito subjetivo ao Servidor Público Federal à Revisão Anual Geral da remuneração ou subsídio, sempre na mesma data e sem distinção de índices. 3. A Vantagem Pecuniária Individual (VPI) instituída pela Lei 10.689/2003, e o reajustamento linear de

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1%, prevista na Lei 10.697/2003 decorreu da aplicação de Revisão Geral Anual, cindida em duas normas. O Poder Executivo, ao assumir a iniciativa de ambos os projetos de lei que deram origem as Leis 10.697/2003 e 10.698/2003, teve a pretensão de recompor integralmente a remuneração dos servidores que percebiam menor remuneração, em Documento: 49301553 - Despacho / Decisão - Superior Tribunal de Justiça face da inflação verificada no ano anterior às edições das normas, como verificado na Exposição de Motivos Interministerial 145/2003 (Mensagem 207/2003). 4. Com o acréscimo linear de 1%, previsto na Lei 10.697/2003, e a VPI de R$ 59,87, instituída pela Lei 10.698/2003, o aumento para categoria com menor remuneração foi de aproximadamente 15,3% (R$ 416,50 para R$ 480,53), percentual próximo ao da inflação no ano de 2002 de 14,74% com base no INPC aferida pelo IBGE. Assim, a recomposição concedida atingiu apenas aqueles Servidores Públicos que recebiam menor remuneração, porém para aqueles de maior remuneração não foram abrangidos pela real finalidade das normas editadas, qual seja, a Revisão Geral Anual. 5. Tal desvirtuamento se deu em razão da Lei 10.698/2003, que fixou a denominada Vantagem Pecuniária Individual como estratégia de Revisão Anual Geral pelo governo. Alterou-se um instituto jurídico que não é próprio da Revisão Geral Anual para alcançar o seu objetivo de recomposição salarial, porém o fez de forma desproporcional e não isonômica à grande maioria dos Servidores Públicos. Devido à falta do orçamento para conceder o reajustamento geral a todos os Servidores, realizou-se uma engenharia orçamentária com a dicotomização das duas normas, a fim de disfarçar a natureza jurídica de Revisão Geral Anual da Lei 10.698/2003. 6. Por certo que a opção de estratégia da concessão da Revisão Geral Anual se deu da seguinte forma: em primeiro plano foi concedido percentual idêntico (1%) para todos os

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Servidores Públicos Federais, com a utilização de uma parte do numerário incluído no orçamento para essa finalidade e, depois, com o restante da dotação orçamentária para esse mesmo fim, contemplou-os, todavia, não mais com percentual idênticos, e sim com deferimento em valores absolutos idênticos decorrentes da VPI. 7. Dado essencial foi que o governo à época solicitou a alteração da LOA, por meio da Mensagem da Presidência da República 205/2003, a fim de retirar do orçamento parte do numerário destinado à Revisão Geral Anual, e concomitante abriu Crédito Especial para custear a VPI, com o numerário retirado da rubrica do aumento impróprio. 8. Embora o texto da Lei 10.698/2003 identifique a concessão de vantagem, em valor fixo (R$ 59,87), a todos os Servidores Públicos Federais, não há dúvida de que, se considerado o sentido técnico da expressão vantagem pecuniária e os patamares diferenciados das remunerações de todas as classes de Servidores beneficiados, a norma jurídica aqui tratada é a instituição de verdadeira Revisão Geral Anual, porém em percentuais/índices diversos em relação a cada um que percebe remuneração distinta, devendo ser corrigida para o percentual adequado, qual seja, aproximadamente 13,23% para as demais categorias de servidores, em respeito ao princípio da isonomia e proporcionalidade. 9. Convém lembrar que não é o caso da incidência do enunciado da SV 37 do STF (antiga Súmula 339), segundo a qual não cabe ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. 10. Vê-se, pois, que a Revisão Geral Anual concedida pela Lei 10.698/2003 se deu de forma dissimulada, com percentuais distintos para os Servidores Públicos Federais com desvirtuamento do instituto da Vantagem Pecuniária, logo inexiste a

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intenção de se conceder reajuste, por via transversa, a igualar a diversas categorias da Administração Pública Federal. 11. O que se está fazendo é corrigindo as distorções equivocadas da lei, apontada como violada, ampliando o alcance da norma jurídica, utilizando-se da equidade judicial, com o intuito de preservar a isonomia veiculada na Lei Maior, consubstanciada indiretamente na própria norma prescrita no art. 37, inciso X, da CF, pois a Revisão Anual Geral é direito subjetivo de todos os Servidores Públicos Federais dos Três Poderes sem distinção de índice e na mesma data. 12. Recurso Especial do SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO DISTRITO FEDERAL ao qual se dá provimento, para julgar procedente o pedido de incidência do reajuste de 13,23% incidente sobre a remuneração, determinado a revisão nos vencimentos dos Servidores substituídos, respeitado o prazo prescricional quinquenal, compensando-se o percentual já concedido pelas referidas normas, acrescido de juros e correção monetária - RECURSO ESPECIAL Nº 1.536.597 - DF (2013/0283111-0) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO DISTRITO FEDERAL - SINDSEP/DF ADVOGADOS : ULISSES BORGES DE RESENDE E OUTRO(S) BRUNO PAIVA GOUVEIA RECORRIDO : FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI.”

Impera destacar que as demais decisões foram uniformizadas neste mesmo sentido, conforme se verifica do AgRg no AREsp 493388 / DF (DJe 27/08/2015) e REsp 1536597 / DF (DJe 04/08/2015) ambos de relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, razão pela qual deve a r. decisão apelada ser mantida, não subsistindo fundamento para desconstituí-la.

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b) Arguição de inconstitucionalidade nº 0004423-13.2007.4.01.4100- TRF 1ª Região

É importante, também, destacar o entendimento pacificado do egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região, conforme se verifica da AI nº0004423-13.2007.4.01.4100:

“...Conclusão.

Face do exposto, declaro a parcial inconstitucionalidade material do trecho final do art. 1ºda Lei nº10.698/2003, no ponto em que fixou em valor único,

e não com percentual único, a Vantagem Pecuniária Individual que instituiu,

por ter sido tal metodologia confrontante com o que preceitua o art.37, X, da CF/88....”

O julgado é fundamental, pois a I. Desembargadora Federal Dra. Neuza Alves acolheu a arguição de inconstitucionalidade parcial do artigo 1º da Lei 10.698/2003, seguida da maioria absoluta da Corte Especial, reconhecendo o direito dos servidores ao reajuste dos 13,23%. É certo ainda, que os demais processos que lá tramitam terão o mesmo destino.

c) Apelação/reexame necessário nº 0031531-74.2007.4.03.6100 – TRF 3ª Região

Adotando na íntegra o já citado entendimento da Primeira Turma do E. STJ no RESP. 1536.597/DF, a 1ª Turma deste E. Tribunal manteve a sentença de origem proferida nos autos do processo nº0031531-74.2007.4.03.6100, que declarou o direito dos trabalhadores do judiciário federal no Estado de São Paulo, representados

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por seu Sindicato, ao reajuste da remuneração no índice correspondente à diferença entre o índice de 13,23% e o índice que efetivamente receberam com a concessão da VPI a partir de 01.05.03, independentemente da data de ingresso no serviço público, a incidir sobre todas as parcelas remuneratórias que lhes forem devidas.

Ainda, condenou a União Federal, ao pagamento das diferenças decorrentes desse direito, parcelas vencidas e vincendas, com correção monetária desde a lesão, juros de mora a partir da citação, no percentual de 0,5% ao mês até 30/06/2009, e com base na variação da poupança a partir desta data, bem como o reajuste das parcelas no percentual correspondente à diferença reivindicada, incluindo as diferenças em folha de pagamento, além dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% sobre o valor da condenação.

d) Precedentes administrativos de Tribunais que reconheceram o direito dos servidores ao recebimento dos 13,23%

O Superior Tribunal Militar ao decidir a questão administrativa n° 153-21.2015.7.00.0000/DF, com relatoria do Ministro Alvaro Luiz Pinto, decidiu conceder o aumento de 13,23% aos servidores da justiça militar, nos seguintes termos:

“O percentual de 13,23% (treze vírgula vinte e três por cento)

abrangerá os servidores ativos, inativos e pensionistas e incidirá sobre o vencimento Básico, Gratificação Judiciária, opção pelo Cargo em Comissão ou Função Comissionada, Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada, Gratificação de Atividade de Segurança, Gratificação de Atividade Externa, Adicional de Qualificação, Adicional de Tempo de Serviço, com a consequente extensão aos

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ocupantes de Cargos Comissionados sem vínculo com a Administração Pública e os optantes pelo Cargo Efetivo, incidindo sobre as demais verbas que estejam atreladas em seu cálculo ao valor da remuneração do servidor, entre elas, 13° salário, 1/3 constitucional de férias, hora-extra, entre outras. (...)” (g.n.)

Vê-se, portanto, que o Superior Tribunal Militar garantiu aos seus servidores a ampla incidência do aumento de 13,23%, sobre todas a verbas remuneratórias, primando pela efetivação da Justiça, decisão esta que merece ser seguida por todos os órgãos públicos do país.

No mesmo sentido, o Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do

Amazonas, nos autos do Processo Administrativo n° 2.072/2015, iniciado a pedido da

Associação Nacional do Analistas Judiciário - ANJUS e do Ministério Público da União, decidiu conceder aos seus servidores o reajuste de 13,23%, tendo restado esclarecido pela N. Presidente daquela Corte que não se tratava de aumento salarial, apenas do recalculo dos valores, que haviam sido feitos a menor por equívoco em detrimento dos servidores do Judiciário Federal, conforme já reconhecido pelo E. STJ e E. TST.

Ainda, na mesma toada, o Conselho Nacional do Ministério

Público (CNMP) deferiu o pedido de providências 419/2015-56, que buscava a extensão

administrativa da concessão do percentual de 13,23% obtida em juízo por servidores da Justiça do Trabalho, em favor dos servidores.

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Com isso, o percentual de 13,23% será incorporado aos vencimentos básicos dos servidores de todos os ramos do Ministério Público da União (MPU) e do Conselho Nacional do Ministério Público da União (CNMP).

Cumpre consignar que a maioria dos Conselheiros, ao declarar o voto favorável à demanda dos servidores, afirmou que o que se buscou com a decisão não foi a elevação dos vencimentos dos servidores, mas a correção de distorções recorrentes de normas inconsistentes.

Outrossim, em sessão realizada no dia 18/12/2015, o Conselho

Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) aprovou a

extensão dos 13,23% aos servidores.

O relator, desembargador Mário-Zan, leu seu relatório favorável à extensão dos 13,23% e foi acompanhado por 11 desembargadores, tendo os servidores vencido por maioria (11 x 2). A vitória dos servidores do TJ de Brasília, precedida por outras decisões favoráveis à categoria, reforça a tese do reconhecimento para todos os ramos do Judiciário.

III – DO PEDIDO

Ante todo exposto, reitera a Apelada o pedido para que esta C. Turma negue provimento à Apelação interposta pela União Federal e à remessa oficial, para confirmar o direito de seus representados ao reajuste e pagamento de

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remuneração no índice correspondente à diferença de 13,23% e o índice que efetivamente receberam com a concessão da VPI, a partir de novembro de 2004, independente da data de ingresso no serviço público, respeitado o prazo prescricional quinquenal, acrescido de juros moratórios desde a citação, com base na variação da poupança, e correção monetária desde a lesão, bem como manter os demais termos da r. sentença.

Nestes termos, Pedem deferimento.

São Paulo, 11 de fevereiro de 2016.

Eliana Rennó Villela OAB/SP n° 148.387

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