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História vol.25 número2

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Academic year: 2018

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HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 2, p. 1-248, 2006

Apresentação

Neste dossiê sobre Cultura e Política estão reunidos trabalhos que buscam refletir sobre o cruzamento entre história cultural e história política. Temas como identidade política, cultura política e a relação, sempre controversa, entre arte e política no Brasil, na América Latina e no mundo são abordados nos artigos que os leitores terão oportunidade de apreciar neste volume.

Abrimos este número com um artigo do professor de História da Universidad Nacional da Colômbia (Sede Medellín) Yobenj Aucardo Chicangana-Bayona. O autor parte de uma questão central: por que os indígenas são representados nas gravuras renascentistas como corpos escultóricos? Interpretando as gravuras de Theodor de Bry em relação à teoria da arte renascentista, o autor procura perceber o alcance etnográfico e o cânone artístico na construção da representação do corpo do índio como categoria universal.

O professor Carlos Eduardo Jordão Machado, percorrendo a experiência intelectual de dois críticos da modernidade Siegfried Kracauer e Walter Benjamim, mapeia as afinidades estético-teóricas de ambos tendo como tema central a vivência do exílio e a concepção de história expressas em suas obras sobre Paris e o Segundo Império Francês.

O artigo de Elizabete da Costa Leal investiga o estabelecimento do calendário republicano de feriados oficiais e a participação de membros da Igreja Positivista do Brasil na sua implementação, principalmente na festa do dia 3 de maio como homenagem ao descobrimento do Brasil.

Maria da Conceição Francisca Pires, pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa, faz uma incursão extremamente prazerosa e instigante pelo universo do cartunista Henfil, demonstrando como este estabeleceu uma crítica política, mas também de costumes, à ditadura militar brasileira. A autora demonstra como o humor pode ser uma excelente arma contra o autoritarismo e o conservadorismo.

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HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 2, p. 1-248, 2006 1978 e 1983, em pleno processo da redemocratização brasileira, procurando vislumbrar a relação entre a política editorial e a conjuntura histórica.

Os dois últimos artigos do Dossiê abordam a América Latina. O trabalho de Everaldo de Oliveira Andrade, professor da Universidade de Guarulhos, nos apresenta uma reflexão sobre a relação entre arte e política de um país pouco estudado entre nós, mas que tem estado em todos os meios de comunicação brasileiros nos últimos tempos, a Bolívia. O eixo de sua investigação é a trajetória do muralista e militante político Miguel Alandia Pantoja. Já Mônica Cristina Araújo apresenta uma pequena parte de sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam), da Universidade de São Paulo, em que analisa o Instituto de Cinematografia de Santa Fé na Argentina, mais conhecido como Escola de Documental de Santa Fé. Este instituto, fundado por Fernando Birri, foi um centro de desenvolvimento do cinema na Argentina, ademais de ser um espaço muito importante de troca de experiências e de sociabilidade de cineastas latino-americanos.

Os artigos que se encontram fora do dossiê abordam temas e personagens do Brasil colônia e império. O primeiro de Sezinando Luiz Menezes, do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá, trata de Alexandre de Gusmão e a tributação em Minas no período colonial. Os dois artigos seguintes se circunscrevem ao período imperial brasileiro, um de José Flávio e Lupércio Antônio Pereira sobre o pensamento econômico e jurídico de José da Silva Lisboa, enquanto Wlamir Silva, professor da Universidade Federal de São João Del Rey, analisa os liberais mineiros do período regencial.

O artigo que fecha este número da revista aborda a constituição da Comunidade Européia como um “super-Estado”. O autor, desde uma perspectiva crítica do surgimento desta união, entende que tal estrutura visa, de fato, o avanço da globalização e da ideologia neoliberal. Temática extremamente atual nos leva a uma aguda reflexão sobre o futuro do mundo e do Brasil, cada vez mais inserido no processo de globalização capitalista.

Referências

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