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Oceanário de Florianópolis

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Academic year: 2021

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GIOVANNA KLINKOWSTROM UGARTE STAMBUK

ORIENTADOR PROF. DR. LUCIANO DUTRA

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GIOVANNA KLINKOWSTROM UGARTE STAMBUK

OCEANÁRIO DE FLORIANÓPOLIS

FLORIANÓPOLIS 2019

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GIOVANNA KLINKOWSTROM UGARTE STAMBUK

OCEANÁRIO DE FLORIANÓPOLIS

FLORIANÓPOLIS 2019

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo.

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AGRADECIMENTOS

Meros parágrafos de um trabalho acadêmico não podem conter todos os agradecimentos que são devidos.

Primeiramente, aos meus colegas de curso, pelas inúmeras risadas e momentos incríveis ao longo de cinco longos porém curtos anos. Em especial a Larissa, Marina, Ana, Jhonatan, Gennifer e minhas amigas na UDESC Dora e Luiza.

Aos meus pais que, independentemente de meus projetos e horários, sempre me apoiaram de todas as formas possíveis. E a todos os familiares que sentam na mesa de Natal perguntando como estão os projetinhos.

Expressar em apenas um parágrafo a gratidão ao meu melhor amigo que esteve comigo todos os dias, seria impossível. Gi, você sabe exatamente o que eu diria se pudesse, então fica aqui a referencia de Choque de Cultura.

Ainda, uma faculdade de arquitetura não é suficiente para formar um arquiteto. Às minhas chefes e amigas Maria Andrea, Tatiana e Andréa pelas oportunidades incríveis de conhecer mais o “mundo real” dessa profissão que amo.

Agradeço aos meus professores pelos anos de ensinamento que carregarei para toda a vida. Ao meu orientador pela paciência de ouvir minhas dúvidas e ideias malucas e pelas suas próprias ideias incríveis.

Por último, mas não menos importantes, aos meus amigos que me convidavam para sair mesmo sabendo que a resposta sempre seria a mesma. Os projetos não acabaram, mas espero poder compensar todas as saídas devidas para comemorar.

Muito obrigada a todos que fizeram esses anos incríveis.

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“Individualy, we are one drop. Together, we are the ocean.”

Ryunosuke Satoro

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RESUMO

O Oceanário de Florianópolis é um centro de valorização da cultura marítima e educação ambiental. Do local de implantação ao circuito do usuário pelos tanques, o Oceanário foi conceituado para destacar a importância dos mares e a necessidade de sua preservação para as atuais e futuras gerações. Ao ponderar sobre o fato de Florianópolis ser uma ilha que perdeu sua conexão com o mar, é de se espantar que um oceanário não seja um tema mais recorrente. Um empreendimento como esse não só supriria a carência de equipamentos culturais na capital, como traria empregos e consciência ambiental na população. Pela falta de material teórico específico sobre o tema, foram estudados referenciais projetuais de diversos aquários e oceanários como o Oceanário de Lisboa, o Monterey Bay Aquarium e o Antalya Aquarium. Também foram estudados projetos de outros usos, com o intuito de aprimorar a volumetria e as soluções projetuais adotadas no partido arquitetônico. Antes da proposta projetual, foi realizada uma análise da área de implantação a fim de entender as condicionantes legais, ambientais, econômicas e sociais que regem o terreno. Para isso foram elaborados mapas de morfologia urbana, sistema viário, uso do solo, gabaritos, legislação equipamentos de lazer e condicionantes ambientais. Por fim, a forma do partido arquitetônico consiste da síntese de todos os itens estudados anteriormente, iniciando com a evolução da volumetria, passando pelos croquis das soluções adotadas e finalizando com a proposta final. Dentro deste último item são apresentados croquis, programa de necessidades, implantação, diagrama explodido, plantas, cortes e perspectivas.

Palavras-chave: Oceanário. Vida marinha. Meio ambiente. Educação ambiental. Arquitetura e Urbanismo.

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The Florianópolis Oceanarium is a center of valorization of maritime culture and environmental education. From the place of implementation, to the circuit made through the tanks the Oceanarium was conceived to highlight the importance of the seas and the need for its preservation for future generations. When considering the fact that Florianópolis is an island that lost its conection with the sea, it is surprising that an oceanarium is not a more recurring theme. A development of this kind would not only make up for the lack of cultural equipments in the capital, but would also generate jobs and help create environmental awareness in the population. Due to the lack of specific didactic material on the subject, oceanariuns and aquariums were studied in a architectural level such as the Lisbon Oceanarium, the Monterey Bay Aquarium and the Antalya Aquarium. Other projects that were not aquariums were also studied with the purpose of improving the volumetry and the solutions adopted in the architectural study. Before the elaboration of the project the area of implementation was analysed in regards to application of legal actions, environmental, economic and social requirements that govern the terrain. To synthesize these analysis maps were elaborated containing urban morphology, road system, land use, floor count, recreation equipments and environmental conditioners. Finally, the architectural project consists of the synthesis of all the items studied previously. Starting with the evolution of the volumetry, going through the sketches of the solutions adopted and ending with the final proposal. In the last item are presented sketches, program, ground floor program, exploded diagram, plans, cuts and perspectives.

Key-words: Oceanarium. Aquarium. Sea life. Environment. Environment education. Architecture and Urbanism.

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LISTA DE FIGURAS

Fig 1.1: Fonte: Adam Juman. 01 Fig 1.2: Mapa de localização no bairro. 02 Fig 1.3: Mapas de localização. 02 Fig 1.4: Fonte: Vlad Tchompalov 03 Fig 1.5: Fonte: Adam Azim. 04 Fig 1.6: Diagrama da metodologia. 06 Fig 1.7: Fonte David Clode. 07 Fig 2.1: Fonte: David Clode. 09 Fig 2.2: Praça do comércio as bordas do Rio Tejo,

Lisboa. 10

Fig 2.3: Rio Cheonggyecheon, Seul. 10 Fig 2.4: Localização e acúmulo das ilhas de lixo nos

oceanos. 11

Fig 2.5: Uma das ilhas de lixo localizadas no Caribe.11 Fig 2.6: Famosas frases dos arquitetos Mies e Venturi.12 Fig 2.7: Crown Hall, Mies. 12 Fig 2.8: Casa Vanna Venturi. 12 Fig 2.9: Quarteto da boa arquitetura. 13 Fig 2.10: Museu do Amanhã de Santiago Calatrava. 13 Fig 2.11: Heydar Aliyev Center de Zaha Hadid. 13 Fig 2.12: Parte do Regent’s Zoo circa 1908. 14 Fig 2.13: Gravura de 1888 Estação Zoológica de Nápolis. 14

Fig 2.14: Aquário Municipal de Santos circa 1945.15 Fig 2.15: Monterey Bay Aquarium. 15 Fig 2.16: Proporção de sais no oceano atual. 16 Fig 2.17: Proporção entre peixes e volume de água.17 Fig 2.18: Grandes grupos de peixes. 17 Fig 2.19: Mangue em Florianópolis. 19 Fig 2.20: Lagoa da Conceição. 19

Fig 2.21: Ilha do Campeche. 20 Fig 2.22: Tartaruga na Ilha do Arvoredo. 20 Fig 3.1: Fonte: Alex Suprun. 23 Fig 3.2: Imagem da fachada principal. 24 Fig 3.3: Montagem da volumetria do projeto no

terreno. 24

Fig 3.4: Esquema do entorno do projeto. 24 Fig 3.5: Implantação. Escala desconhecida. 25 Fig 3.6: Foto do projeto. 25 Fig 3.7: Foto noturna do projeto. 25 Fig 3.8: Planta baixa do térreo. Escala desconhecida.26 Fig 3.9: Planta baixa do primeiro pavimento. Escala

desconhecida. 26

Fig 3.10: Corte BB’. Escala desconhecida. 27 Fig 3.11: Interior do túnel. 27 Fig 3.12: Esquema de visualização. 27 Fig 3.13: Foto do edifício. 28 Fig 3.14: Planta baixo do quinto pavimento da área de

exposição. 29

Fig 3.15: Planta baixo do quarto pavimento da área de

exposição. 29

Fig 3.16: Esquema dos pavimentos. 30 Fig 3.17: Foto de um dos laboratórios que monitoram

as águas. 30

Fig 3.18: Foto da área de manutenção acima do tanque central. 30 Fig 3.19: Foto da parte superior do tanque principal.

31 Fig 3.20: Foto do tanque principal mostrando a rampa e

estrutura. 31

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Fig 3.22: Implantação do Centro Cultural na orla. Escala

desconhecida. 32

Fig 3.23: Render. 33

Fig 3.24: Perspectiva esquemática. Escala

desconhecida. 33

Fig 3.25: Foto interna da conexão do usuário com a

orla. 34

Fig 3.26: Foto externa da cobertura. 34 Fig 3.27: Imagem da fachada principal. 35 Fig 3.28: Esquema de implantação mostrando o

pântano urbano. 35

Fig 3.29: Foto da cobertura metálica que conecta os

pavilhões. 36

Fig 3.30: Foto dos pavilhões vistos de cima. 36 Fig 3.31: Foto da cobertura metálica se encontrando

com o chão. 37

Fig 3.32: Foto mostrando os pilares que sustentam a

cobertura metálica. 37

Fig 3.33: Foto da cobertura metálica que conecta os

pavilhões. 37

Fig 3.34: Foto aérea do projeto. 38 Fig 3.35: Foto da área externa do projeto com a piscina

externa. 38

Fig 3.36: Foto da montagem da laje do aquário. 39 Fig 3.37: Planta baixa do térreo. 39 Fig 3.38: Planta baixa do segundo andar. 39 Fig 3.39: Corte indicado na figura 3.40. 40 Fig 3.40: Planta baixa do primeiro pavimento. 40 Fig 3.41: Área técnica no subsolo. 40 Fig 3.42: Réplicas expostas na circulação. 40 Fig 4.1: Fonte: VALENTE, 2019. 43 Fig 4.2: Imagem satélite da área. 44 Fig 4.3: Mapas de localização. 44

Fig 4.4: Imagem aérea. 44

Fig 4.5: Imagem aérea. 44

Fig 4.6: Foto da rua Wilson Luz. 44 Fig 4.7: Foto do acesso ao terreno. 44 Fig 4.8: Foto do estacionamento e dos prédios residenciais a oeste do terreno. 44 Fig 4.9: Imagem de satélite de 1938. 45 Fig 4.10: Imagem de satélite de 1957. 45 Fig 4.11: Imagem de satélite de 1977. 45 Fig 4.12: Imagem de satélite de 1994. 45 Fig 4.13: Imagem de satélite de 2012. 45 Fig 4.14: Mapa de morfologia e sistema viário. 46 Fig 4.15: Mapa de acessos ao terreno. 47 Fig 4.16: Perfil proposto da Rua Jaú Guedes da Fonseca e da Rua João Roberto Sanford. 48 Fig 4.17: Perfil proposto da Rua Wilson Luz. 48 Fig 4.18: Perfil proposto da Av. Eng. Max de Souza. 48 Fig 4.21: Perfil atual da Av. Eng. Max de Souza. 48 Fig 4.19: Perfil atual da Rua Jaú Guedes da Fonseca e da Rua João Roberto Sanford. 48 Fig 4.20: Perfil atual da Rua Wilson Luz. 48 Fig 4.22: Mapa do uso do solo. 49 Fig 4.23: Mapa de gabaritos. 50 Fig 4.24: Corte esquemático pelo terreno e entorno.

50 Fig 4.25: Mapa de condicionantes legais. 51 Fig 4.26: Mapa de limites de terreno de marinha. 52 Fig 4.27: Mapa de centros culturais em Florianópolis e

São José. 53

Fig 4.28: Mapa de projetos e ONGs ambientais em

Florianópolis. 53

Fig 4.30: Imagem de satélite da área. 54 Fig 4.29: Banhado adjacente ao terreno. 54

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Fig 4.31: Mapa da área com carta solar de

temperaturas. 55

Fig 4.32: Imagem da rosa dos ventos para ventos

predominantes. 55

Fig 4.33: Imagem da rosa dos ventos para frequência

dos ventos. 55

Fig 4.34: Mapa síntese das analises. 56 Fig 5.1: Perspectiva da fachada Norte. 59 Fig 5.2: Croqui inicial da proposta de implantação.60 Fig 5.3: Estudos de posicionamento no terreno. 60 Fig 5.5: Mapa com o duto de captação de água. Fonte: Google Maps, adaptado pela autora, 2019. 61 Fig 5.4: Estudo de machas dos usos do projeto. 61 Fig 5.6: Mapa com o duto de captação de água. 61

Fig 5.7: Fluxograma. 63

Fig 5.8: Concepção inicial no formato de arraia. 64 Fig 5.9: Vista da fachada Norte da volumetria de arraia. 64 Fig 5.10: Croquis iniciais de uma cobertura orgânica.

64 Fig 5.11: Esquema do pensamento projetual da implantação do edifício principal no terreno. 65 Fig 5.12: Esquema do terreno para mostrar a localização dos croquis. Escala desconhecida. 66 Fig 5.14: Croqui do Teatro. 66 Fig 5.15: Corte esquemático Norte - Sul. 66 Fig 5.16: Corte esquemático Leste - Oeste. 66 Fig 5.13: Estágios de abertura das paredes do Teatro.

66 Fig 5.17: Corte esquemático do tanque e área de

visitação. 67

Fig 5.18: Estudo de modelo tridimensional da

cobertura. 67

Fig 5.19: Implantação. 68

Fig 5.20: Diagrama explodido da área construída. 69 Fig 5.21: Perspectiva mostrando a cobertura. 70 Fig 5.22: Planta baixa do nível +4,00 (Visitação do

Oceanário). 71

Fig 5.23: Planta baixa do nível 0,00 (parque, circulação e

áreas técnicas). 72

Fig 5.24: Planta baixa do nível -4,00 (estacionamento e

áreas técnicas). 73

Fig 5.25: Corte AA’. 74

Fig 5.26: Corte BB’. 75

Fig 5.27: Corte CC’. 75

Fig 5.28: Desenho cobertura do tanque principal. 75 Fig 5.29: Perspectiva Sudoeste. 76 Fig 5.30: Perspectiva Nordeste. 76 Fig 5.31: Perspectiva da proposta. 77 Fig 5.32: Perspectiva da entrada principal pelo Parque

da Ponta da Ilhota. 79

Fig 5.33: Perspectiva da fachada Norte com a cobertura

ao fundo. 81

Fig 5.34: Perspectiva da rampa com patamares que dá

acesso ao edifício. 83

Fig 5.35: Perspectiva da área do tanque principal com as réplicas de animais marinhos. 85 Fig 5.36: Perspectiva do tanque principal, mostrando a passarela de visualização. 87 Fig 6.1: Fonte: Arseny Togulev. 88 Fig 6.2: Fonte: Karen Zhang. 91

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I

APRESENTAÇÃO DA PESQUISA 01 1.1 LOCALIZAÇÃO 02 1.2 INTRODUÇÃO 03 1.3 JUSTIFICATIVA 04 1.4 OBJETIVO GERAL 05 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 05 1.6 METODOLOGIA 06

CAPÍTULO II

REQUISITOS 09 2.1 CIDADES E MARES 10

2.2 MIES, VENTURI E A ARQUITETURA DO ESPETÁCULO 12

2.3 BREVE HISTÓRIA DE AQUARIOS E SEU PAPEL EDUCACIONAL 14

2.4 O AMBIENTE MARINHO 16

2.5 MANUTENÇÃO 18

2.6 VIDA MARINHA EM SANTA CATARINA E TANQUES

DO OCEANÁRIO 19 SÍNTESE 21

CAPÍTULO III

REFERENCIAIS PROJETUAIS 23 3.1 ANTALYA AQUARIUM 24 3.2 OCEANÁRIO DE LISBOA 28

3.3 NEW ENGLAND AQUARIUM 31

3.4 CENTRO CULTURAL DE CABO FRIO 32

3.5 LOUVRE ABU DHABI 34

3.6 MASTERPLAN AQUÁRIO NACIONAL DE BALTIMORE 35

3.7 NOVA FEIRA DE MILÃO 36

3.8 MONTEREY BAY AQUARIUM 38 SÍNTESE 41

CAPÍTULO IV

DIAGNÓSTICO DA ÁREA 43

4.1 LOCALIZAÇÃO 44

4.2 HISTÓRICO DA ÁREA 45

4.3 MORFOLOGIA, SISTEMA VIÁRIO E ACESSOS 46

4.4 USO DO SOLO 49

4.5 GABARITO 50

4.6 LEGISLAÇÃO 51

4.7 EQUIPAMENTOS DE LAZER 53 4.8 CONDICIONANTES AMBIENTAIS E VISUAIS 54 SÍNTESE 57

CAPÍTULO V

PARTIDO GERAL 59 5.1 LEITURA DO TERRENO 60 5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES 62 5.3 FLUXOGRAMA 63 5.4 DESENVOLVIMENTO DA VOLUMETRIA 64 5.5 ESQUEMAS INICIAIS 66 5.6 IMPLANTAÇÃO 68 5.7 PLANTAS 70 5.8 CORTES 74 5.9 PERSPECTIVAS 77

CAPÍTULO VI

CONSIDERAÇÕES FINAIS 89 6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 91

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01 Este capítulo trata das etapas de desenvolvimento da pesquisa. São eles: introdução, justificativa, objetivos gerais, objetivos específicos e metodologia. Esses pontos explicam a organização do trabalho e servem para compreender resumidamente o contexto da temática.

APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

CAPÍTULO I

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02

1.1 LOCALIZAÇÃO

A escolha do terreno em um trabalho de conclusão de curso, ao contrario de outros projetos na faculdade, é de livre escolha do graduando. Deve-se levar em consideração a temática do projeto e o impacto que sua inserção pode causar na área.

Um equipamento de alta atração gera um grande movimento de pessoas, seja por pedestres ou automóveis. Por isso, uma das diretrizes de implantação do Oceanário de Florianópolis foi localiza-lo na parte continental da capital, onde não seria necessário a entrada na ilha, evitando as dificuldades de deslocamento nas pontes.

O local escolhido foi a Ponta José Francisco no bairro de Coqueiros.

BR 282 PARQUE DE COQUEIROS BAIRRO COQUEIROS BAÍA SUL IFSC AV. ENG. M AX DE SOUZA

N

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03

1.2 INTRODUÇÃO

Oceanário de Florianópolis abordará, em sua maioria, ambientes marítimos encontrados em Santa Catarina, principalmente na capital.

Este trabalho mostra o processo mental e projetual para a concepção de um Oceanário. Uma série de fatores técnicos devem ser considerados além da ambientação das exposições.

Por fim, como o Oceanário será um local para encontro de pessoas, é importante o desenvolvimento de um espaço atrativo para todas as idades. O conceito de museu ao ar livre também deve ser explorado para envolver ao máximo o público na questão da preservação ambiental.

O Oceanário de Florianópolis tem como principal objetivo ser um local de educação ambiental e valorização das praias, mares e cultura local.

Um oceanário trata-se de um aquário que apresenta habitats e espécies que entram em contato com os oceanos de forma direta ou indireta, com águas salgadas e salobras. Além da conexão com o mar, um Oceanário é caracterizado pela maior dimensão dos tanques.

A escolha entre aquário e oceanário para Florianópolis culminou na decisão sobre quais ecossistemas seriam mais interessantes expor. Cada tanque deve cativar o público a conhecer mais sobre o mar que rodeia a ilha. As águas doces da capital, mesmo que muito agradáveis, não possuem tantos atrativos estéticos quanto ambientes de alto mar ou de encosta marítima em função das suas águas turvas. Nesta questão, o

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O Oceanário de Florianópolis estimulará maior conexão dos habitantes com a rica natureza existente abaixo da superfície d’água. A ilha de Santa Catarina, há muitos anos e de diversas formas, vem perdendo sua conexão com o mar e os ecossistemas nele existentes. Os aterros realizados nos anos 70 cobriram anos de história da relação do homem da ilha com o mar. A área central da cidade perdeu a característica de porto que era a realidade quando embarcações com pessoas e mercadorias atracavam no mercado público, na alfândega e em portos do centro (ZAPATEL, 2014),

O Oceanário de Florianópolis trará a cultura do mar para a população. Como consequência dos aterros e outras medidas, o crescimento econômico e populacional teve influências positivas e negativas no modo de vida da população da ilha. Enquanto a modernização de elementos contribuiu para a evolução de muitas técnicas de sustentos, algumas mais manuais e tradicionais dos habitantes (como a pescaria artesanal), o transporte aquático e o sustento proveniente do mar não se mostram alternativas atraentes para a população mais jovem. Em virtude disso, a cultura marítima vem se perdendo de forma gradativa em Florianópolis (PINHO, 2016). Algumas comunidades mais isoladas localizadas no bairros próximos à Lagoa da Conceição e à Lagoa do Peri ainda cultivam esse modo de vida que hoje muitos consideram antiquado (DE AGUIAR; DE AGUIAR; LOPES, 2001).

O Oceanário de Florianópolis será uma atração cultural educativa para a cidade e o estado. Além dos fatores culturais, Florianópolis possui pouquíssimos centros e projetos culturais de qualidade abertos à população. A cada ano que passa, a capital cresce como polo turístico mas se vê cada vez mais carente de equipamentos de lazer e cultura (ROCHA, 2001).

1.3 JUSTIFICATIVA

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05

1.4 OBJETIVO GERAL

Desenvolver o projeto arquitetônico de um Oceanário na Ponta da Ilhota, no bairro de Coqueiros em Florianópolis, considerando as diversas condicionantes locais e de projeto, buscando conexão com a orla e com as dinâmicas do entorno.

Compreender a relação da população com a orla identificando dados históricos e atuais sobre a cidade e bairro de implantação do projeto;

Compreender as diretrizes para implantação a partir da análise do entorno macro e imediato da área;

Analisar a viabilidade técnica e legal (plano diretor, código de obras, norma de bombeiros, normas internacionais, documentação da capitania dos portos, etc) para aplicar no desenvolvimento do projeto;

Pesquisar e analisar os requisitos técnicos específicos para implementação do projeto;

Pesquisar e compreender o funcionamento de empreendimentos similares nas questões estruturais, técnicas, lúdicas, etc, a fim de elaborar um programa de necessidades adequado para a proposta;

Desenvolver o projeto de um Oceanário a nível de Partido Geral e posteriormente Anteprojeto, compreendendo croquis esquemáticos, estudos de volumetria, implantação, planta baixa, cortes, fachadas, detalhes e demais elementos necessários para o bom entendimento do mesmo.

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06

O trabalho será desenvolvido nas seguintes etapas, conforme mostra a figura 1.6

1.6 METODOLOGIA

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para o desenvolvimento satisfatório do projeto, deve-se utilizar da fundamentação teórica baseada em referências bibliográfica sobre a biota de aquários, projetos de aquários de grande porte, museus educativos e obras próximas a orlas que se utilizam da conexão com o mar. Além disso, deve-se consultar normas técnicas brasileiras e estrangeiras que discorram sobre aspectos construtivos de aquários.

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07 ANÁLISE DE REFERENCIAIS

Pela falta de material escrito sobre aquários e oceanários e para melhor entender o funcionamento e as necessidades projetuais, serão estudados exemplos bem estabelecidos. Estes ajudarão na compreensão da tipologia, sistemas construtivos, experiência dos usuários, fluxograma, escolha de habitats, variedade de espécies, áreas técnicas, implantação, soluções para o entorno da edificação (sistema viário, passeios públicos, estacionamentos, etc), entre outras especificações. Esse estudo deve responder as perguntas: como o público interage com o ambiente? Como é trabalhada a diferenciação entre área de exposição e área técnica? Quantos e quais os ambientes da área técnica? Como foi tratada a acessibilidade? Para realizar essa pesquisa utilizar esquemas, mapas, plantas baixas, cortes e material textual.

ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO

Após coleta de dados teóricos e da área de implantação, elaborar o Partido Geral do projeto com material gráfico como mapas, croquis, textos, implantação, cortes, fachadas, volumetria e demais elementos necessários para entendimento da proposta.

ANÁLISE DA ÁREA

Realizar pesquisa histórica sobre o bairro de implementação e em especial do terreno. Fazer visitas técnicas à área, coletando acervo fotográfico e croquis, levantar dados sobre o local de implementação do projeto como histórico da área, legislação, clima local, sistema viário, gabarito, fatores bioclimáticos e uso da população na forma de mapas, fotos e croquis.

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09 Tratar de uma temática que compreende a relação entre cidade e mar envolve entender a relação cultural que a população possui com as águas. Além dessa relação, deve-se buscar entender os ecossistemas que habitam esse e outros mares e também a melhor maneira de cuidar da manutenção exigida em aquários.

REQUISITOS

CAPÍTULO II

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2.1 CIDADES E MARES

Cidades com pontos de conexão com mares ou rios sempre foram pontos estratégicos, seja para a formação de negócios, impérios ou famílias. Inicialmente, além de recurso básico de sobrevivência, corpos d’água eram utilizados como meios de transporte seguro e formavam uma relação cultural com as comunidades que os rodeavam (LOURENÇO, 2012).

Municipal de Florianópolis, 2019). Grande exemplo disso é a construção da ponte Hercílio Luz, edificada somente 253 anos depois do início da povoação da cidade (Departamento Estadual de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina, 2019).

Com o passar dos anos, o avanço das tecnologias, a dependência do carro, a expansão da cidade para

“As frentes portuárias provaram ser, ao longo dos séculos, de grande importância para as cidades, não só em termos de ligação e comércio com outras cidades, ou de descoberta e conquista de novos territórios, mas também como elemento identitário e cultural. O crescimento conjunto das cidades e dos respetivos espaços portuários passou por fases de proximidade e de afastamento, sendo o séc. XIX o momento mais marcante para a quebra de relações entre a cidade e a sua frente de água, deixando profundas cicatrizes no tecido urbano.” (LOURENÇO, 2012)

Para Florianópolis, a história não seria diferente. Fundada com a intenção de ser um dos últimos pontos de defesa e recursos para navios portugueses em direção a territórios espanhóis, a cidade sempre teve uma relação muito próxima com o mar (Prefeitura

territórios dentro da ilha e a abertura de novos horizontes profissionais para jovens, a cultura envolvendo o uso do mar como transporte, alimento e renda se perdeu consideravelmente (PINHO, 2016).

Historicamente podemos ver que esse processo de perda da identidade marítima não é exclusivo da época em que vivemos e muito menos de Florianópolis. Vários rios urbanos da Europa e Ásia passaram por processos de despoluição e revitalização, sendo hoje utilizados pela população como lazer, transporte e turismo. O Rio Sena (Paris), Rio Tejo (Lisboa), Rio Tâmisa (Londres) e o Rio Cheonggyecheon (Seul) (figura 2.3) são alguns exemplos bem sucedidos de como trazer vida de volta a rios anteriormente poluídos pela negligência do homem (ECODESENVOLVIMENTO, 2013).

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11 Para os mares a questão é um pouco mais complicada

pois trata de um problema que necessita de uma cooperação global.

As ilhas de plástico são fenômenos atuais nos oceanos, sendo acumaladas vagarosamente desde o início da produção de polímeros (figura 2.4). Contudo foi nos últimos 35 anos que o acúmulo de plásticos no oceano têm atingido níveis alarmantes (CAMARGO, 2015).

Tais aglomerados de descarte foram expostos pelo oceanógrofo Charles Moore em 1997, enquanto atravessava o mar do Havaí em direção a costa da

Fig 2.4: Localização e acúmulo das ilhas de lixo nos oceanos. Fonte: ARAIA,2008. Fig 2.5: Uma das ilhas de lixo localizadas no Caribe. Fonte: DA SILVEIRA, 2018. California. Moore ficou impressionado ao se deparar

com quilômetros de lixo flutuando na superfície do mar (ARAIA, 2008) (figura 2.5). Atualmente, a maior mancha de lixo plástico tem cerca de 1.680.000 quilômetros quadrados, o equivalente a duas vezes o estado da França (DA SILVEIRA, 2018).

A maior parte destes resíduos plásticos vêm do continente, sendo que somente cerca de 20% seja descartado de embarcações e plataformas petrolíferas (ARAIA, 2008).

Uma pesquisa realizada em 2015 revelou que a China, a Indonésia e as Filipinas são os países que mais poluem os oceanos, descartando até 3,5 milhões de toneladas de plásticos por ano. Elas também aparecem nos primeiros lugares de outro levantamento, realizado pela ONG americana Ocean Conservancy. Juntos com

risco para a saúde humana. Centenas de milhões de minúsculas bolinhas de plástico, são perdidos ou desperdiçados anualmente e acabam por chegar ao mar. Esses poluentes atuam como esponjas, atraindo substâncias químicas produzidas pelo homem, como hidrocarbonetos ou o pesticida DDT. O passo seguinte é entrarem na cadeia alimentar humana causando danos ao corpo humano (ibid.).

Um estudo recente realizado pelo governo inglês concluiu que até 2025 os oceanos do planeta estarão três vezes mais poluídos com plástico. Outro estudo, tornado público em 2016 no Fórum Econômico Mundial de Davos, afirmou que até 2050 os mares da Terra terão mais pedaços desse produto do que peixes (DA SILVEIRA, 2018).

a Tailândia e o Vietnã, são responsáveis por 60% dos resíduos desse material encontrados nos mares do mundo (DA SILVEIRA, 2018).

Para-se ter uma ideia do custo de vidas desta mancha de lixo plástico, estima-se que cerca de 1 milhão de pássaros e 100 mil animais marinhos morram todos os anos por intervenção direta da mancha de plástico (ARAIA, 2008).

Marcus Eriksen ressalta que, além dos danos causados à animais e ao meio ambiente, a água atingida por essa massa de lixo marinho também representa um

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2.2 MIES, VENTURI E A ARQUITETURA DO ESPETÁCULO

“Para Venturi os símbolos fazem parte do dia-a-dia da cidade, e isso deve ser considerado e trabalhado nos projetos, o que no modernismo não é levado em consideração; [...]. Ao rejeitar a simplicidade do modernismo e responder à máxima de Mies van der Rohe: “Menos é mais”, Robert Venturi é conhecido por dizer: “Menos é um furo”; o que deixa explicita a sua idéia de que as soluções simples, não resolvem as necessidades da sociedade complexa.” (MENEGASSO, 2009)

Enquanto alguns profissionais criticam a chamada “arquitetura do espetáculo”, não ha como negar sua influência e importância na concepção de grandes empreendimentos como museus e centros culturais. Além do impacto visual, podemos destacar o impacto sócio-econômico que uma arquitetura de destaque traz para a cidade onde é implantada.

Dois grandes arquitetos com pensamentos opostos sobre o assunto são Mies van der Rohe e Robert Venturi. Enquanto Mies pregava “less is more”, o famoso menos é mais, anos depois Venturi criou a famosa “less is bore” que em tradução livre seria “menos é chato” (figura 2.6) (SIMS, 2018).

Mies é notoriamente conhecido por suas formas puras e racionalização da estrutura. O arquiteto acreditava que ao simplificar a estética do projeto, teria mais tempo para desenvolver soluções melhores nas questões da funcionalidade, estrutura, longevidade e uso da obra (BENEVOLO, 2014). Já Venturi, não deixando de lado as boas soluções que Mies buscava, acreditava que a minimilização extrema não trazia benefícios para a complexidade da vida contemporânea. O ponto central de seu argumento é que a arquitetura deve transmitir significado (RUBINO, 2003). Por anos Mies foi o exemplo a ser seguido, com a disseminação do “estilo internacional” que se vê no skyline de grandes metrópoles. As figuras 2.7 e 2.8 são exemplos do contraponto estético dos dois arquitetos, de um lado Mies cria uma arquitetura limpa, com grandes aberturas e caráter minimalista, do outro Venturi cria formas que caracterizam a arquitetura quase de forma caricata.

O arquiteto Charles Moore também criticava a arquitetura moderna de Mies e acreditava que o projeto deveria se tornar um marco para a memória coletiva da sociedade. O modo como Moore realizava esse marco na história era olhando para o passado e

Fig 2.6: Famosas frases dos arquitetos Mies e Venturi. Fonte: PAVLOV, 2008. Fig 2.7: Crown Hall, Mies. Fonte:

(31)

13 (MAHFUZ, 2004).

Mahfuz (2004) cita que a lição mais relevante da arquitetura moderna não é a busca pelo novo, mas sim pelo autêntico.

Em toda criação, existe um limite. Enquanto a arquitetura contemporânea é criticada por suas formas diferenciadas, se o edifício atende com qualidade seu propósito e cria um marco positivo na vida da cidade, não há razão para pressupor que seja um estilo falho. Todas as formas de arquitetura procuram ser justificadas da melhor maneira possível por seus pregadores, sendo encontradas contradições em todos os estilos. Trata-se de analisar as condicionantes ambientais, legais, financeiras e plasticas em busca do melhor resultado. “A relação com o lugar

é fundamental para a arquitetura; nenhum projeto de qualidade pode ser indiferente ao seu entorno. Projetar é estabelecer relações entre partes de um todo; isso vale tanto para as relações internas a um projeto quanto para as que cada edifício estabelece com seu entorno, do qual é uma parte.” (MAHFUZ, 2004)

Fig 2.10: Museu do Amanhã de Santiago Calatrava. Fonte: Archdaily, 2016. tirando inspiração do local de implantação do projeto, que pra ele era muito importânte na concepção (LANGE, 2014). Embora seus projetos tenham um visual bastante diferente da arquitetura contemporânea de hoje, o ponto em comum entre eles é o desejo de ser lembrado pela sociedade e deixar a sua marca na cidade.

A arquitetura é feita de fases e estilos, e na última década se vê um aumento na popularidade das formas espetaculares e de aparência pictórica como as obras dos arquitetos Santiago Calatrava (figura 2.10), Frank Gehry, Zaha Hadid (figura 2.11) e Bjarke Ingels.

Vitruvius já dizia 2000 anos atrás que a arquitetura deve ser composta de três componentes principais: Firmitas (solidez), Utilitas (adequação funcional) e Venustas (beleza). A partir do século XIX é somado um quarto fator à considerada boa arquitetura: o local (figura 2.9)

Fig 2.11: Heydar Aliyev Center de Zaha Hadid. Fonte: Archdaily, 2013.

Fig 2.9: Quarteto da boa arquitetura. Fonte: MAHFUZ, 2004, adaptado pela autora. LUGAR PROGRAMA CONSTRUÇÃO ESTRUTURAS FORMAIS (utilitas) (firmitas) (venustas) condições internas ao problema projetual

condições internas ao problema projetual

FORMA PERTINENTE

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14

2.3 BREVE HISTÓRIA DE AQUARIOS E SEU PAPEL EDUCACIONAL

Aquários e Oceanários, assim como outras instituições museológicas, iniciaram suas tragetórias essêncialmente na pesquisa e hoje, pela demanda, se veem adquirindo um foco educacional, difundindo conhecimento (SALGADO; MARANDINO, 2014).

Como demonstrado na linha do tempo acima, a criação dos aquários de grande porte demonstrou que a função desses espaços tem três principais aspectos: a pesquisa no campo da zoologia, o papel de entretenimento e a finalidade educacional (ibid.).

Estas considerações podem ser vistas com clareza a partir da institucionalização dos aquários ocorrido no século XX. Um outro movimento que surge recentemente são as preocupações ambientais e, em particular, a ameaça que os ecossistemas aquáticos vêm sofrendo, o que impulsiona a finalidade educacional

Romanos mantinham peixes vivos em tanques artificiais de mármore Em Roma, Pompeia e Herculano, painéis de vidro foram colocados nas laterais

de alguns tanques Peixes-dourados eram animais de estimação populares na China Popularização de aquariofilia no Japão Popularização de aquariofilia na Europa Jardim Zoológico de Regent’s Park abriu suas portas com 14 tanques, sendo que oito marinhos,

representando na época um sucesso de visita

Na Itália, com a construção da Estação Zoológica de Nápoles, estações de pesquisa passaram a ser construídas diretamente na costa e possuíam os mais modernos

equipamentos de mergulho da época, como sinos de mergulho e

escafandros. Séc. I Mundo Brasil Séc. XVII 950 1500 1690 1853 1874 Séc. X

ambiental destas instituições (ibid.).

Assim, os aquários passam a ser verdadeiras unidades educativas, que disponibilizam o conhecimento científico para o visitante por meio de tanques com organismos vivos e, às vezes, modelos. As principais formas de comunicação com o interlocutor visitante do aquário são (ibid.):

- Textos, que configuram importantes formas de comunicação com o público, apresentando informações sobre identificação dos animais, destacando curiosidades e aspectos da preservação das espécies (ibid.).

- Painéis luminosos, já que, geralmente, o ambiente é escuro para melhorar a visualização dos espécimes – com esquemas que explicam aspectos dos ecossistemas

Fig 2.12: Parte do Regent’s Zoo circa 1908. Fonte: Images of London.

Fig 2.13: Gravura de 1888 Estação Zoológica de Nápolis. Fonte: iStock

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15 marinhos e dos organismos que os habitam (ibid.).

Desta forma, em conjunto com os tanques, estas formas de comunicação permitem a construção de narrativas com finalidades claras de ensino e divulgação de conhecimentos sobre o mar, ecossistemas marinhos e seus organismos (ibid.).

Os tanques, por sua vez, permitem a musealização de temas complexos, como os diversos comportamentos dos organismos (a capacidade de um organismo mudar de cor, abrigar-se em fendas nas rochas, enterrar-se usando nadadeiras, entre outros). A compreensão desses conceitos depende da observação de organismos interagindo entre si ou com o ambiente, o que torna os tanques locais adequados para observação desses fenômenos. Tal capacidade expositiva dos tanques

Aquários passam a ser espaços de educação e entretenimento Início da Aquariofilia quando japoneses introduziram seus aquários no Brasil

O Aquário Municipal de Santos foi um marco nacional, dada a ambição do projeto. Seus tanques incluíam

animais de grande porte, como tubarões-lixa, tartarugas e pinguins

O guia Centros e Museus de Ciências do Brasil 2009 cita quatro instituições que se declaram “aquários”, embora 12 das constantes no guia mencionam a presença de tanques de observação de animais marinhos em suas exposições.

Essa mudança, ao longo do século XX, traduziu-se em instituições dedicadas à exposição do mar, ocupando espaços cada vez maiores, como é o caso dos oceanários, denominação mais recente de aquários que apresentam tanques com tamanho suficiente para abrigar animais de grande porte (incluindo, em alguns casos, baleias) e, principalmente, representações detalhadas dos ecossistemas marinhos oceânicos que necessitam de grandes espaços para ter suas condições fielmente recriadas Aquário público de água salgada inaugurado no Rio de Janeiro com 11 tanques

No Rio de Janeiro, foi aberto um aquário associado ao laboratório de piscicultura na Quinta da Boa Vista, que se dedicava a apresentar

animais de água doce dos rios do então estado da Guanabara

Séc. XX 1900 1910 1922 1945 ATUALMENTE

permite que, mesmo em espaços relativamente pequenos, possa ser repassado um grande número de informações sendo eles os objetos de destaque nas exposições de aquários (ibid.).

Por fim, percebe-se que a musealização do mar permite uma ampla compreensão da vida marinha, ultrapassando as barreiras da mera visualização de animais, servido como verdadeiras fontes de aprendizado e educação, seja ela ambiental ou não. Além disso, os aquários acabam por se tornar verdadeiros centros de cultura científica, permitindo a realização de pesquisa científica e embasamentos para o processo de conservação de espécies e preservação dos mares, ao mesmo tempo que serve de atrativo turístico e objeto de desenvolvimento urbano (ibid.).

Fig 2.14: Aquário Municipal de Santos circa 1945. Fonte: Memória Santista, 2014.

Fig 2.15: Monterey Bay Aquarium. Fonte: SHAPIRO, 2016.

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16

2.4 O AMBIENTE MARINHO

Para o público que visita um aquário ou oceanário o atrativo de maior importância é o conteúdo dentro de cada tanque. Independente da quantidade de habitats e espaços, se espera que o interior do tanque fascine e encante a todos que o contemplem.

Segundo Peter Scott, no livro The Complete Aquarium da editora DK (SCOTT, 1991), o profissional responsável pela criação e manutenção de tanques é chamado de aquarista ou aquariofilista e tem o trabalho de recriar o mundo submerso de cada habitat, sejam espécies, tipos de solos, tipos de rochas, salinidade, níveis de PH, temperatura, luminosidade, entre outros.

Para escolha de cada ecossistema é necessário entender seus elementos primordiais: água e sal. A proporção de cada um desses elementos dita a classificação de água doce, salobra ou salgada. Essa proporção é contada em partes por mil (ppt) e em geral a água salgada possui 36 ppm de sais (ibid.).

ÁGUAS SALGADAS

A imensidão dos oceanos fazem desses ecossistemas ambientes bastante estáveis. Os minerais encontrados são provenientes das chuvas que dissolvem partículas das terras próximas que então escoam para o mar.

Nos primeiros mares, acredita-se que a salinidade era baixa, em torno de 9 ppm, já hoje temos uma média de 36 ppm. As proporções variam de um mar para outro, mas em grandes porções de água a salinidade permanece constante (ibid.).

MINERAIS EM ÁGUA SALGADA

Cloreto 19,8 ppm Sódio 11,1 ppm Sulfato 2,8 ppm Magnésio 1,3 ppm Cálcio 0,4 ppm Potássio 0,4 ppm

Os mares são compostos 96,4% de água pura e 3,6% de minerais conforme figura 2.16 abaixo (ibid.):

ÁGUAS SALOBRAS

Onde a água salgada encontra a água doce são formados ambientes onde a concentração de sal é mais amena, possibilitando a convivência de espécies adaptadas aos dois sistemas. Esse encontro de águas normalmente sofre a ação das marés, por esses e outros motivos a salinidade pode variar entre 1 e 36 ppm.

Esses locais são conhecidos como mangues e estuários, sendo encontrados em sua maioria na região costeira. São ambientes com uma vasta diversidade de animais e plantas, rico em sedimentos e detritos, o que forma um ecossistema ideal para animais conhecidos como “escavadores“ e “coletores”. As raízes das árvores acumulam sedimentos e fornecem abrigo e comida para peixes, crustáceos e moluscos. O grande fornecimento de comida e abrigo faz desses ambientes o local ideal para a reprodução de espécies (ibid.). Fig 2.16: Proporção de sais no oceano atual. Fonte: SCOTT, 1991, adaptado pela autora, 2019.

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17 Fig 2.18: Grandes grupos de peixes. Fonte: SCOTT, 1991.

PEIXES

Os primeiros indícios de peixes nos oceanos data do período Paleozóico, entre 360 e 410 milhões de anos atrás. Hoje ainda existem fósseis vivos que exemplificam as grandes mudanças e adaptações sofridas ao longo dos milênios. Para chegar ao design que se tem hoje haveria que voltar de 180 a 120 milhões de anos, quando a terra ainda possuía somente um grande continente: Pangeia. A fragmentação desse supercontinente forçou peixes a se dividirem e adaptarem a novos nichos ecológicos (ibid.).

Como trabalho acadêmico de arquitetura, não cabe analisar todas as especificidades dos peixes, pois existe uma variedade incontável de formatos e comportamentos. Pode-se pensar em enguias e sua linearidade ou no gigante peixe-lua e seu corpo alto e achatado. Cada formato de peixe ou seus habitos podem apresentar restrições na escolha dos formatos dos tanques, o que influencia na arquitetura. Tais preocupações são de especialidade de aquariofilistas e biólogos, sendo a atribuição do arquiteto entender estas restrições e designar espaços coerentes com as diretrizes dos profissionais capacitados.

Para ter uma noção de dimensionamento dos tanques, pode-se usar como parâmetro a proporção: a cada 1cm de peixe, 3,6 litros de água para água salgada e 0,3 litros de água para águas salobras conforme demonstra a figura 2.17. 1cm de peixe 3,6 litros de água salgada 0,3 litros de água doce e salobra 1cm de peixe

Fig 2.17: Proporção entre peixes e volume de água. Fonte: SCOTT, 1991, adaptado pela autora, 2019.

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18

pequenos dejetos restantes no tanque que não podem ser retirados com outros métodos de filtração (ibid.).

Analisando na questão de adaptação das espécies, tudo que entra em um aquário estabilizado deve passar por um período de quarentena. Esse período depende da espécie mas consiste em, aos poucos, adaptar o novo elemento ao ecossistema. Para peixes, a água do novo ambiente deve ser misturada com o ambiente atual, deve-se tratar quaisquer doenças para que este não contamine os demais peixes, os níveis de salinidade e ph devem ser ajustados e somente depois deste período de adaptação ao ambiente o peixe deve ser colocado no novo aquario. Mesmo assim este deve estar em um saco plástico ou um tanque plástico que permita a interação entre os peixes já estabilizados a fim de não causar problemas territoriais ou sociais. Para fazer a transição das espécies é necessário uma sala com tanques menores para estoque e adaptação. Esta sala também deve conter material para manutenção dos tanques de quarentena e espaço para computadores com o objetivo de monitorar o progresso das transições (SCOTT, 1991).

Salas adjacentes a essas estruturas guardam os materiais necessários para a manutenção das atividades. São elas: sala de enfermagem, sala de químicos, sala de estoque de ração, sala de preparo de alimentos frescos, sala de equipamento de mergulho, sala de materiais de limpeza dos tanques, sala de peças de reposição dos equipamentos, sala de controle dos sistemas computadorizados para inspeção dos níveis químicos dos tanques, entre outras (ibid.).

Também são necessárias salas de funcionários e de apoio administrativo como salas de reunião, salas de diretorias, copa, vestiários, depósitos de material de limpeza, entre outros.

2.5 MANUTENÇÃO

Cuidados com aquários variam dependendo do ecossistema representado e do tamanho do tanque. Mas independentemente disso alguns fatores sempre deverão ser considerados como controle de PH, salinidade, luminosidade, limpeza, adaptação das espécies, controle de pestes, filtração e outros (SCOTT, 1991). Para um trabalho de arquitetura vários desses fatores influenciam no layout e na volumetria dos ambientes de área técnica.

O sistema que ocupa o maior espaço é o de filtração. Para grandes tanques existem algumas possibilidade de filtração como mecânica, química, biológica e desinfectação. Cada sistema remove uma quantidade ou um tipo de partícula (CARRACA, 2016).

A filtração mecânica remove partículas em suspensão como alimentos, dejetos e algas, retendo-as no equipamento por meio de filtros. Para tanques de dimensão média (cerca de 12m³) o filtro mais utilizado são de cartuchos pois facilitam a troca quando o sistema apresenta muita matéria acumulada sem a necessidade de parar a filtração para manutenção. Tanques maiores (cerca de 300m³) utilizam filtros de areia pois é possível ter várias granulometrias que melhoram a eficiência do sistema. Para lavagem deste é feita uma contra-lavagem, onde a água passa no sentido contrário e é necessário alterar a rota da água para o sistema de esgoto, para evitar que a água suja volte ao tanque (ibid.).

A filtração química trata-se de uma filtração a nível molecular pois tem como objetivo remover partículas que possuem carga elétrica que degradam a qualidade da água. Esse tipo de filtração tem maior importância nos tanques da área de quarentena, onde é necessário retirar os medicamentos da água a nível de partículas. A filtração biológica têm como objetivo remover

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19

2.6 VIDA MARINHA EM SANTA CATARINA E TANQUES DO OCEANÁRIO

Mangues pelo Brasil. Outras partes do país possuem espécies diferentes das que habitam a capital. Os outros tanques desta exposição mostram habitats de mangues das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Águas salobras de Florianópolis: Lagoa da Conceição. Pela proximidade com o mar e eventos geológicos da ilha, a Lagoa da Conceição (figura 2.20) é um ambiente de água salobra de grande importância da cidade. Com os últimos anos a lagoa vem sendo poluída, por isso mostrar seu interior é interessante para incentivar a conservação.

Águas salobras: peixes entre dois mundos. Além

Levando-se em consideração as informações descritas anteriormente e entendendo-se os livros de Peter Scott e Alberto Lindner, para o Oceanário de Florianópolis foram escolhido os seguintes habitats:

Mangues: berço dos mares. Florianópolis possui grandes áreas preservadas de mangue (figura 2.19). Esses ambientes são essenciais para o ecossistema marinho.

A chegada de Fritz Muller em Desterro (atual FLorianópolis) foi um marco no início da exploração científica em Santa Catarina e impulsionou o estado a ser mundialmente conhecido no século XIX. Essa fama abriu portas para diversas pesquisas da fauna e flora nativa, incluindo em grande número as espécies marinhas. Assim foi descoberto, entre outras indagações, que as águas do litoral catarinense representam o limite sul de muitas espécies marinhas tropicais de águas rasas (LINDNER, 2014).

“Esse conjunto de espécies com diferentes padrões de distribuição faz de Santa Catarina um laboratório natural para a pesquisa científica, bem como uma região privilegiada para a contemplação da vida marinha.” (LINDNER, 2014)

Fig 2.19: Mangue em Florianópolis. Fonte: MANEZIN DE FLORIPA, 2014.

Fig 2.20: Lagoa da Conceição. Fonte: CULTURE TRIP, 2017. do destaque para a Lagoa da Conceição, é interessante mostrar como outros habitats de água salobra se comportam.

Encostas e praias da ilha. Quando turistas visitam as praias de Florianópolis, raramente encontram animais em seu banho. Isso não é dizer que as praias e encostas não estejam cheias de vida e é isso que esse habitat demonstra.

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Ilha do Campeche: paraíso preservado. Um dos locais mais bonitos de Florianópolis é sem dúvida as águas cristalinas da Ilha do Campeche (figura 2.21). A poucos quilometros da costa, esse ecossistema surpreende pela variedade de peixes e invertebrados que nadam junto com os banhistas.

Ilha do Arvoredo: mergulho colorido. O maior tanque do Oceanário destaca os peixes que existem nos mares do estado, especialmente na Ilha do Arvoredo, muito utilizada para mergulho (figura 2.22).

Fig 2.21: Ilha do Campeche. Fonte: FÉRIAS FLORIPA, 2017.

Fig 2.22: Tartaruga na Ilha do Arvoredo. Fonte: DESVIANTES, 2014. Corais: pinturas submersas. Tanque linear representando os famosos corais do caribe com uma variedade grande de espécies.

Pequenos invertebrados: ostras. Tanque representando o típico modo de cultivo de ostras tão

tradicional em Florianópolis.

Pequenos invertebrados: camarões de água salgada. Tanque com camarões de água salgada.

Pequenos invertebrados: moluscos. Além da ostra, existem muitos outros moluscos nas encostas de Santa Catarina.

Pequenos invertebrados: águas-vivas. Tanque com uma espécie de água-viva popular nos mares catarinenses.

Área de exploração: conheça os mares. Trata-se de um tanque raso aberto, que dá a possibilidade de interagir com algumas espécies como estrelas-do-mar, moluscos, algas e corais. Essa área é utilizada por diversos aquarios e oceanários como meio de educação para jovens e crianças.

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21 - 2.1: A relação do homem com o mar têm se alterado com o passar dos anos, como é natural da evolução humana. Porém nos últimos anos essas mudanças tem causado impactos negativos no meio ambiente;

- 2.2: Menos é mais, mas também não é tudo. É inegável a influência que tanto o movimento moderno quanto o contemporâneo tem na visão de como deve ser a forma arquitetônica. Independente da solução adotada, uma boa arquitetura cumpre as funções propostas pelo programa dentro do terreno em que está inserida;

- 2.4: Diferentes formatos e comportamentos de peixes requerem diferentes formatos de tanques. A descrição detalhada de cada tanque não passa pela competência do arquiteto, sendo necessário somente a escolha do programa e a criação da linha de visitação;

- 2.5: O sistema de filtração pode ser de vários tipos, não sendo necessáriamente um único tipo universal para todos os tanques. Alguns tipos ocupam mais espaço que outros;

- 2.5: As áreas técnicas para o cuidado de peixes incluem sala de enfermaria, sala de quarentena, manutenção da água (controle dos sais, temperatura, PH, luminosidade, etc), estoque de medicação, estoque de alimentos, depósito para materiais de limpeza, entre outras;

- 2.5: Os espaços para funcionários são copa, vestiário, banheiros, sala de estar e sala de reuniões;

- 2.6: Os temas para os tanques do Oceanário serão: mangues, águas salobras, encostas e praias, ilha do campeche, mares catarinenses, área de toque, corais e pequenos invertebrados.

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23 A temática de oceanários e aquários no Brasil não é muito divulgada e explorada no meio arquitetônico. Tendo em vista a complexidade do programa de oceanários e aquários, o estudo de empreendimentos bem sucedidos serve como base para o desenvolvimento do programa de necessidades, pré-dimensionamento das áreas, sistema estrutural, entre outros aspectos.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

CAPÍTULO III

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3.1 ANTALYA AQUARIUM

Localização: Antalya, Turquia. Arquitetos: Bahadir Kul Architects Área: 12.000m²

Inauguração: 2012

Fig 3.2: Imagem da fachada principal. Fonte: Archdaily, 2014.

Fig 3.3: Montagem da volumetria do projeto no terreno. Fonte: Archdaily,

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Este projeto é utilizado como referencial pela disponibilidade de suas plantas baixas, que mostram a proporção entre áreas técnicas e tanques. Também é interessante destacar o térreo coberto público que serve como área de transição e abrigo aos usuários.

Geograficamente este projeto está implantado em uma área aberta afastado da densidade da cidade, sem muitas condicionantes ambientais ou sociais (figura 3.3), se fazendo justificável seu tamanho considerável. Adjacente temos uma grande rodovia de tráfego rápido, o que facilita o acesso ao aquário, mas quebra a conexão do empreendimento com o mar que está próximo (figura 3.4).

Apesar da localização, todo o complexo, que é uma obra pública, é mais que um aquário isolado. O projeto mostra na implantação (figura 3.5), um amplo estacionamento, arena de paintball, anfiteatro, espelho d’água e várias áreas verdes livres para apropriação da população.

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Legenda (tradução livre): 1 - Terraço cobertura 2 - Abrigo 3 - Área de Paintball 4 - Plataforma 5 - Anfiteatro 6 - Estacionamento

Fig 3.5: Implantação. Escala desconhecida. Fonte: Archdaily, 2014.

Fig 3.6: Foto do projeto. Fonte: Archdaily, 2014.

Fig 3.7: Foto noturna do projeto. Fonte: Archdaily, 2014.

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Legenda (tradução livre): 01 - Quarto mecânico 02 - Quarto mecânico de ar-condicionado 03 - Conceito caverna 04 - Espaço de visualização 05 - Túnel 06 - Hall de saída 07 - Mecânico 08 - Café 09 - Espaço de vendas 10 - Bilheteria 11 - Chapelaria 12 - Office 13 - Banheiro

14 - Tanque de água salgada 15 - Sala de filtração 16 - Tanque de fogo 17 - Área técnica 18 - Tanque de água limpa 19 - Quarto mecânico 20 - Anfiteatro 21 - Plataforma 22 - Informação Legenda (tradução livre): 01 - Área de exibição 02 - Hall de entrada 03 - Hall de introdução 04 - Conceito de mundo marinho 05 - Quarto da neve 06 - Saída do quarto da neve 07 - Bilheteria 08 - Entrada do quarto de neve 09 - Café 10 - Quarto mecânico 11 - Rampa 12 - Conceito caverna 13 - Piscina de toque 14 - Projeção individual 15 - Conceito dos tubarões 16 - Visão dos tubarões 17 - Quarto mecânico 18 - Serviço 19 - Cachoeira mecânica 20 - Banheiro 21 - Centro de aquecimento 22 - Quarto mecânico 23 - Quarto do painel 24 - Quarto técnico 25 - Copa

Fig 3.8: Planta baixa do térreo. Escala desconhecida. Fonte: Archdaily, 2014.

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27 Tendo como base a planta baixa do térreo (figura 3.8), se

observa que o interior se relaciona com o exterior por uma área de transição sob pilotis que fornece sombra e, devido a sua permeabilidade, circulação de ar. Nessa área de pilotis existe um café, balcão de informações, anfiteatro e bilheteria. O que mais atrai a atenção na figura é o enorme tanque central que possui três pontos de observação e um túnel (figura 3.11). Um fator interessante é a continuidade da estrutura dentro do tanque, algo que não é comum e exige um tratamento especial nos pilares. Na figura 3.8 também se destaca a variedade de áreas técnicas e mecânicas que podem ser destinadas à tubulação, sistemas de filtração, acesso aos tanques para manutenção individual, sala de controle de água, entre outros.

Na planta baixa do segundo pavimento (figura 3.9) fica ainda mais evidente as áreas técnicas, localizadas atrás de cada tanque e sinalizadas pelos numeros 17 e do 21 até o 25. Para os tanques menores a manutenção é feita pelos fundos, como pode ser observado ao lado dos números 13 e 14. Já para o tanque principal a manutenção é feita por cima, onde corre uma grelha de plataformas que permitem aos cuidadores acesso a todos os pontos do tanque.

Já na imagem superior do corte BB’ (figura 3.10) é interessante destacar a relação do térreo com a escada circular que dá acesso ao aquário. Também se vê o uso de um forro técnico, assim as tubulações e fiações não ficam aparentes ao público já que em um projeto desse porte o volume de elementos técnicos é considerável. A figura 3.12 destaca os diferentes tipos de visualização possíveis, sendo por cima ou por baixo.

Fig 3.10: Legenda (tradução livre): 01 - Terraço

02 - Área de exibição 03 - Rampa 04 - Terraço

05 - Conceito de mundo marinho 06 - Conceito tubarões 07 - Quarto técnico 08 - Copa 09 - Área de vendas 10 - Espaço de visualização 11 - Tanque central 12 - Conceito caverna 13 - Túnel 14 - Quarto mecânico Fig 3.10: Corte BB’. Escala desconhecida. Fonte: Archdaily, 2014.

Fig 3.11: Interior do túnel. Fonte: Archdaily, 2014. Fig 3.12: Esquema de visualização. Fonte: Archdaily, 2014.

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3.2 OCEANÁRIO DE LISBOA

Localização: Lisboa, Portugal.

Arquitetos: Peter Chermayeff LLC(Massachusetts, EUA) em associação com o escritório Promontorio (Lisboa, Portugal)

Área: 20.000m² Inauguração: 1998

Antártico (C), Pacífico (D) e Índico (E) (figuras 3.14 e 3.15). Todos os setores possuem dois pontos de visão. Ao contrário do layout tradicional, primeiramente o público entra e circula pelo quinto pavimento (figura 3.14), onde estão as aberturas dos tanques, que simulam a superfície dos habitats retratados, tanto em vegetação quanto em aves e mamíferos nativos. Depois desce ao quarto pavimento (figura3.18) que dá uma visão submersa dos habitats anteriormente visualizados (LUCÍRIO, 1998). Esse jogo de olhares é muito interessante pois permite o usuário um entendimento claro sobre a relação do que acontece entre a superfície e abaixo da água.

O tanque central (figuras 3.14 e 3.15), com seus impressionantes 6 milhões de litros de água, possui passarelas metálicas na superfície para fácil acesso no caso de manutenção ou alimentação dos animais Oceanário de Lisboa é considerado hoje o melhor

oceanário do mundo segundo o site de viagens TripAdvisor (OBSERVADOR, 2018). Este projeto se destaca entre os referenciais por fornecer ao público a melhor visão de todos os ângulos dos tanques, ao mesmo tempo dando aos animais o melhor de seu ambiente natural. O projeto foi visitado pela autora em 2015.

As áreas de visitação do público são divididas em 5 grandes setores – o Tanque Central (A), Atlântico (B),

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29 29 Fig 3.14: Planta baixo do quinto

pavimento da área de exposição. Fonte: PEDRUEZA, 2015.

Fig 3.15: Planta baixo do quarto pavimento da área de exposição. Fonte: PEDRUEZA, 2015. Acesso à exposição Saída da exposição A A A B B B C C C E E E D D D F F F F F G Tanque central Oceano Atlântico Norte Oceano Temperado Pacífico Oceano Tropical Indico Circulação vertical para visitantes Circulação de funcionários Oceano Antártico G G G G

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30

(figura 3.18). A chegada dos funcionários e de novas espécies a essa área técnica se dá por elevadores localizados nas torres de circulação exclusiva para funcionarios. Já os visitantes contemplam esse enorme corpo d’água por uma parede de acrílico transparente de 7 metros de altura. As principais atrações do tanque central são tubarões, barracudas, arraias, garoupas e outras espécies grandes (ibid.).

O edifício se divide em 5 pavimentos, dois superiores para visitação e 3 inferiores para manutenção (figura 3.18), além de mezaninos técnicos entre os pavimentos. Conforme visto na figura 3.16, a proporção de área de exposição para área técnica equivale aproximadamente a 1,5 vezes área técnica para exposição. No total o Oceanário possui cerca de 30 tanques de exposição, que abrigam mais de 7000 metros cúbico de água (OCEANÁRIO DE LISBOA, 2006).

“As quatro janelas do tanque central, feitas de acrílico, têm 30 centímetros de espessura e pesam 16 toneladas cada uma. Nos quatro cantos há aquários menores ou ambientes abertos.” (LUCÍRIO, 1998).

A introdução de novos peixes aos tanques não pode ser feita instantaneamente. Todas as espécies devem ficar duas semanas no primeiro subsolo, exclusivo para o cuidado das espécies, para que biologos se certifiquem de que o animal não tem doênças e que pode se alimentar em cativeiro (LUCÍRIO, 1998).

Toda a água do Oceanário é tratada. Os filtros, que ocupam o andar inteiro, purificam o líquido. A cada 1,5 hora, 6 milhões de litros passam por eles. Também é preparada a água para repor a que evapora (ibid.).

Fig 3.16: Esquema dos pavimentos. Fonte: LUCÍRIO, 1998.

Fig 3.17: Foto de um dos laboratórios que monitoram as águas. Fonte: OCEANÁRIO DE LISBOA, 2006.

Fig 3.18: Foto da área de manutenção acima do tanque central. Fonte: OCEANÁRIO DE LISBOA, 2006.

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31 Fig 3.19: Foto da parte superior do tanque principal. Fonte: DICKINSON, 2014.

Fig 3.20: Foto do tanque principal mostrando a rampa e estrutura. Fonte: DICKINSON, 2014.

3.3 NEW ENGLAND AQUARIUM

Localização: Boston, Massachussets, EUA. Arquitetos: Cambridge Seven Associates Área: 8.000m²

Inauguração: 1969

Esse aquário é mencionado como referencial pelo seu tanque central e a interação do público com o espaço e sua manutenção. Como podemos ver na figura 3.19 acima, o público tem acesso a parte superior do tanque, sendo possível observar os animais e aspectos da manutenção como alimentação.

A figura ao lado (figura 3.20) mostra a rampa que dá acesso ao topo do tanque e a estrutura em concreto que dá sustentação ao grande volume de água.

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32

3.4 CENTRO CULTURAL DE CABO FRIO

Localização: Cabo Frio, RJ, Brasil.

Arquitetos: ArqBr Arquitetura e Urbanismo Área: 7.500m²

Projeto: 2014

Este projeto do Centro Cultural, de Eventos e Exposições de Cabo Frio entra como referencial pela volumetria do edifício, o uso do teatro externo e sua relação com o terreno (figura 3.21).

O edifício respeita a escala do bairro residencial e cria uma praça essencialmente pública como continuação do espaço público urbano. A posição dos volumes, perpendiculares entre si, foram desenhados a partir dos eixos principais de circulação, destacando-se da praça pelos decks de madeira (ARQBR, 2014).

Fig 3.21: Perspectiva do projeto. Fonte: ArqBr, 2014.

Fig 3.22: Implantação do Centro Cultural na orla. Escala desconhecida. Fonte: ArqBr, 2014.

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33 O primeiro e mais importante destes decks, pautado

por uma das ruas residenciais do entorno, conecta a avenida na parte alta do terreno com o mar abaixo (figura 3.24). Este deck passa por um vão de 35 metros abaixo de um edifício metálico que abriga o espaço de feiras para 1.500 pessoas (ibid.).

Paralelo ao pavilhão de feiras foi implantada outra edificação para convenções que tem o auditório como principal elemento (figura 2.23). Muito interessante é a abertura do palco por meio de paredes retráteis, o que permite o uso do auditório para eventos externos ou abertos a comunidade (ibid.).

O deck principal termina no mar, possibilitando a futura implantação de uma base para transporte aquaviário. Já o deck que margeia a orla ultrapassa os limites do terreno, tendo previsão para conectar toda a orla ao redor, permitindo a livre circulação dos usuários (ibid).

Fig 3.23: Render. Fonte: ArqBr, 2014.

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3.5 LOUVRE ABU DHABI

Localização: Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. Arquitetos: Ateliers Jean Nouvel

Área: 97.000m² Inauguração: 2017

Esse projeto entra como referencial pela sua conexão com a orla que o rodeia (figura 3.25) e sua impressionante cobertura (figura 3.26). Apesar da temática não ser voltada para aquarios e a vida marinha, o projeto tem uma maneira única de trazer o usuário em contato com o mar. Sendo concebido desde 2006 e inaugurado 11 anos depois, o Museu do Louvre em Abu Dhabi segue a tendência da arquitetura da capital dos Emirados Árabes Unidos: monumental, atrativo e inspirador (ARCHDAILY, 2017).

Fig 3.25: Foto interna da conexão do usuário com a orla. Fonte: Archdaily, 2017.

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35

3.6 MASTERPLAN AQUÁRIO NACIONAL DE BALTIMORE

Localização: Baltimore, Maryland, EUA. Arquitetos: Studio Gang Architects Área: 33.500m²

Projeto: 2016

A intenção desta requalificação do entorno do aquário de Baltimore é identificar oportunidades para crescimento sustentável, proporcionar novas experiência aos visitantes e reforçar o comprometimento da organização em conservar e educar em todas as escalas. Nesse sentido esse projeto entra como referêncial pelo conceito de trazer a educação do museu para fora de suas paredes. Assim mesmo usuários que não adentrem são educados sobre a preservação do espaço (GINTOFF, 2016).

Fig 3.27: Imagem da fachada principal. Fonte: GINTOFF, 2016.

Fig 3.28: Esquema de implantação mostrando o pântano urbano. Fonte: GINTOFF, 2016.

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3.7 NOVA FEIRA DE MILÃO

Localização: Milão, Itália. Arquitetos: Studio Fuksas Área: aprox. 1.000.000m² Inauguração: 2011

O escritório Studio Fuksas é conhecido pelo uso de estruturas metálicas em formatos orgânicos e os utiliza como elementos de fachada ou até na concepção dos próprios edifícios. A Nova Feira de Milão é citada como referencial pelo uso de treliças planas em conjunto com vidro para formar uma cobertura orgânica (figura 3.29) que conecta todos os edifícios da feira (figura 3.30).

Fig 3.29: Foto da cobertura metálica que conecta os pavilhões. Fonte: DE HOLANDA, 2012.

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37 Fig 3.31: Foto da cobertura metálica se encontrando com o chão. Fonte: DE

HOLANDA, 2012.

Fig 3.32: Foto mostrando os pilares que sustentam a cobertura metálica. Fonte: DE HOLANDA, 2012.

Fig 3.33: Foto da cobertura metálica que conecta os pavilhões. Fonte: DE HOLANDA, 2012.

O novo pavilhão da feira abrange uma série de usos como auditórios, salas de exposição, salas de reuniões, salas de exposição, espaços para escritório, cafés e restaurantes, todos conectados pela extensa cobertura que envolve a circulação entre os edifícios (DE HOLANDA, Marina, 2012), conforme mostra a figura 3.33. Mesmo com a enorme dimensão do empreendimento, a disposição dos blocos e o corredor central são referências a intimidade das tradicionais construções italianas. Os arquitetos se inspiraram nos elementos da paisagem ao redor como os morros, as colinas, as ondas e as crateras para compor a forma da cobertura (FUKSAS, 2011).

A cobertura é independente, flutuando sobre partes do telhado dos edifícios próximos e por vezes descendo de forma dramática até o solo em forma de um vórtice parabólico (figura 3.31), que desafia o arquétipo tradicional de coberturas (DE HOLANDA, 2012). Medindo aproximadamente 1.500 metros em comprimento e 32 metros de largura (FUKSAS, 2011), “[...] as porções planas utilizam panos de vidro, enquanto que as seções curvas utilizam painéis triangulares para alcançar eficientemente a forma livre do desenho.” (DE HOLANDA, 2012).

Os pilares árvore (figura 3.32) são de estrutura metálica tubular com dois ramos internos que acomodam a drenagem do telhado e foram pré-fabricados fora do local (ibid.).

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Local: Monterey, Califórnia, EUA. Architect: EHDD, San Francisco Ano: 1984

Área: 19.107 m² (projeto original)

3.8 MONTEREY BAY AQUARIUM

Este aquário entra como referencial pela estrutura utilizada e a ambientação das exposições que foi visitada in loco pela autora nos anos de 2006 e 2016.

A intenção desta iniciativa é identificar oportunidades para crescimento sustentável, avanços para a experiência dos visitantes e reforçar o comprometimento da organização em conservar e educar em todas as escalas (Monterey Bay Aquarium Foundation, 2019).

Fig 3.34: Foto aérea do projeto. Fonte: SHAPIRO, 2016.

Fig 3.35: Foto da área externa do projeto com a piscina externa. Fonte: SHAPIRO, 2016.

Referências

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