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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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Registro: 2011.0000186080

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 0099328-20.2011.8.26.0000, da Comarca de São José dos Campos, em que são agravantes OCTAVIO ANTONIO RIBEIRO LOPES e NEUSA MARIA PIRES LOPES sendo agravados ÉLCIO DJALMA RIBEIRO LOPES e DORVINA MONTEIRO DE BARROS LOPES.

ACORDAM, em 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de

Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FÁBIO QUADROS (Presidente sem voto), ENIO ZULIANI E TEIXEIRA LEITE.

São Paulo, 15 de setembro de 2011

NATAN ZELINSCHI DE ARRUDA RELATOR Assinatura Eletrônica o ri g in a l, a ce sse o si te h tt p s: // e sa j. tj sp .j u s. b r/ e sa j, i n fo rme o p ro ce sso 0 0 9 9 3 2 8 -2 0 .2 0 1 1 .8 .2 6 .0 0 0 0 e có d ig o R I0 0 0 0 0 0 C 4 G T 4 . to f o i lib e ra d o n o s a u to s e m 1 6 /0 9 /2 0 1 1 à s 0 0 :0 0 , é có p ia d o o ri g in a l a ssi n a d o d ig it a lme n te p o r N A T A N Z EL IN SC H I D E A R R U D A .

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.Agravo de Instrumento n.º 0.099.328-20.2011.8.26.0000 Agravantes: OCTÁVIO ANTÔNIO RIBEIRO LOPES E OUTRA

Agravados: ÉLCIO DJALMA RIBEIRO LOPES E OUTRA

Comarca: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Voto n.º 16.969

Agravo de instrumento. Extinção de

condomínio. Insurgência contra a decisão que deferiu a adjudicação do imóvel a um dos condôminos. Interesse recíproco na adjudicação do bem. Inexistência de acordo entre as partes implica na alienação judicial forçada do imóvel em hasta pública, resguardado o direito de preferência contido no artigo 1.322 do Código Civil. Alienação que deverá observar os ditames dos artigos 1.113 e seguintes do Código de Processo Civil. Decisão reformada para tal fim. Agravo provido.

1. Trata-se de agravo de instrumento interposto

tempestivamente pelos réus da ação de extinção de condomínio, insurgindo-se contra a r. decisão de fls. 184, que deferiu a adjudicação do imóvel objeto da demanda aos autores.

Alegam os agravantes que a decisão é extra

petita, afronta dispositivos legais, dos quais requereu o

prequestionamento, assim como ofende a coisa julgada, uma vez que houve sentença extinguindo o condomínio e ordenando a realização de leilão do imóvel. A seguir disseram que têm preferência na compra do bem, porquanto foram os únicos a realizar benfeitorias no local. Por último requereram o provimento,

antecedido do efeito suspensivo, a fim de que seja determinada a rigin

a l, a ce sse o si te h tt p s: // e sa j. tj sp .j u s. b r/ e sa j, i n fo rme o p ro ce sso 0 0 9 9 3 2 8 -2 0 .2 0 1 1 .8 .2 6 .0 0 0 0 e có d ig o R I0 0 0 0 0 0 C 4 G T 4 . f o i lib e ra d o n o s a u to s e m 1 6 /0 9 /2 0 1 1 à s 0 0 :0 0 , é có p ia d o o ri g in a l a ssi n a d o d ig it a lme n te p o r N A T A N Z EL IN SC H I D E A R R U D A .

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realização de leilão do imóvel, possibilitando aos agravantes o exercício do direito de preferência.

Processado o agravo com a concessão de efeito suspensivo, conforme decisão de lavra do e. Desembargador Francisco Loureiro, fls. 200.

Apresentada contraminuta, rebatendo integralmente a pretensão dos agravantes, fls. 208/215.

É o relatório.

2. A r. decisão agravada merece reforma.

Pelo que se depreende do instrumento, as partes possuem, na proporção de 50% para cada, o imóvel objeto do litígio em condomínio, cuja extinção já fora reconhecida por sentença e confirmada em grau de recurso, conforme reprográficas de fls. 91/92 e 104/106.

Em razão da malograda tentativa de solução amigável, foi deferida pelo juízo a quo a adjudicação do imóvel em favor dos agravados, sob o argumento de terem solicitado a medida antes dos agravantes, além de terem efetuado depósito judicial da quantia que entendiam devida.

Segundo dispõe o artigo 1.322 do Código Civil, a dissolução do condomínio se faz com a repartição da coisa entre os condôminos, se divisível; se indivisível e não quiserem ou não puderem adjudicá-la a um só, com indenização aos demais, a dissolução se faz com a venda do bem, repartindo-se o produto entre os co-proprietários.

No mesmo sentido preceitua o artigo 1.117, inciso II, do Código de Processo Civil, que estabelece que a coisa comum indivisível ou que, pela divisão, se tornar imprópria ao seu destino, verificada previamente a existência de desacordo quanto à adjudicação a um dos condôminos, será alienada em leilão.

o ri g in a l, a ce sse o si te h tt p s: // e sa j. tj sp .j u s. b r/ e sa j, i n fo rme o p ro ce sso 0 0 9 9 3 2 8 -2 0 .2 0 1 1 .8 .2 6 .0 0 0 0 e có d ig o R I0 0 0 0 0 0 C 4 G T 4 . to f o i lib e ra d o n o s a u to s e m 1 6 /0 9 /2 0 1 1 à s 0 0 :0 0 , é có p ia d o o ri g in a l a ssi n a d o d ig it a lme n te p o r N A T A N Z EL IN SC H I D E A R R U D A .

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Acerca da alienação judicial de bem indivisível como forma de extinção do condomínio, leciona Humberto Theodoro Junior:

“Em primeiro lugar, prevê a lei a adjudicação, como forma de solução amigável, que consiste em um só dos comunheiros haver para si a totalidade da propriedade, pagando o valor das cotas aos demais condôminos. Isto pode ser feito através de escritura pública de compra e venda, sem depender de autorização ou intervenção judicial, se todos forem maiores e capazes.

Havendo, contudo, litígio ou resistência entre os consortes, a medida aplicável será a alienação judicial forçada do imóvel em hasta pública, com preferência para os condôminos em relação aos estranhos.” (Curso de Direito

Processual Civil, vol. III, 17ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 406).

Verifica-se, pois, que é pressuposto para a adjudicação da coisa comum o prévio acordo entre os consortes, o que, no caso em apreço, em nenhum momento ocorreu.

Ao que consta, não obstante a longa tramitação do processo, que já perdura doze anos, os condôminos não chegaram a um consenso, haja vista que ambas as partes manifestaram interesse em adquirir a parte cabente a outra, fls. 111/114 e fls. 129/132, tendo os agravados depositado o valor que entendiam devido, com o qual não concordaram os agravantes, pugnando, assim, pela alienação judicial do bem.

Desta forma, inviável se mostra a manutenção da r. decisão agravada, haja vista o interesse recíproco na

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adjudicação do imóvel, logo, inexistindo solução pacífica, a venda judicial do bem é a medida que se impõe.

Oportuna a transcrição jurisprudencial:

“Condomínio. Extinção. Adjudicação a um dos condôminos. Na alienação de coisa comum indivisível, o desacordo entre os condôminos quanto a adjudicação a um só é pressuposto de fato que pode ser demonstrado na própria ação. Art. 1.117, II do CPC. Recurso não conhecido. (...)

O pressuposto para a alienação consiste na simples verificação de uma situação de fato, qual seja, o desacerto entre os comunheiros quanto ao destina do imóvel. Basta que não estejam em acordo com a adjudicação e isso pode ficar evidenciado tanto em forma de recusa extrajudicial, como pode decorrer do comportamento da parte no processo para ensejar a decisão sobre a venda.” (REsp

86500/RS, Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Quarta Turma, DJ 05/08/1996, p. 26365)

Esta C. Quarta Câmara, em caso análogo, assim se posicionou:

“Alienação judicial de coisa comum. Decisão que designa hastas públicas para a venda do imóvel. Ex-mulher que pretende a aquisição do imóvel. Ex-marido que manifestou o desejo de adjudicar para si o imóvel, objeto do AgIn

0.009.066-24.2011.8.26.0000. Em havendo

discordância dos condôminos acerca da

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adjudicação do imóvel, pois ambos pretendem adquirir o bem, devem ser realizadas hastas públicas, possibilitando aos litigantes a oferta de seus lances (art. 1322 do Código Civil). Não

provimento.” (Agravo de Instrumento n.º

0.018.952-47.2011.8.26.0000, Rel. Desembargador Enio Zuliani, j.: 26/05/2011)

Assim, em decorrência do desacordo instalado, a alienação da coisa comum deve sobressair, a fim de se repartir o produto, na proporção de cada quinhão, resguardado o direito de preferência contido no artigo 1.322 do Código Civil, observando-se, ainda, os ditames dos artigos 1.113 a 1.119 do Código de Processo Civil, que regem as alienações judiciais.

3. Com base em tais fundamentos, dá-se provimento ao agravo de instrumento.

NATAN ZELINSCHI DE ARRUDA RELATOR Q67 ri g in a l, a ce sse o si te h tt p s: // e sa j. tj sp .j u s. b r/ e sa j, i n fo rme o p ro ce sso 0 0 9 9 3 2 8 -2 0 .2 0 1 1 .8 .2 6 .0 0 0 0 e có d ig o R I0 0 0 0 0 0 C 4 G T 4 . f o i lib e ra d o n o s a u to s e m 1 6 /0 9 /2 0 1 1 à s 0 0 :0 0 , é có p ia d o o ri g in a l a ssi n a d o d ig it a lme n te p o r N A T A N Z EL IN SC H I D E A R R U D A .

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