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DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM VIA PERIURBANA NO MUNICÍPIO DE SARANDI, ESTADO DO PARANÁ, BRASIL

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Murilo Keith Umada

Universidade Estadual de Maringá

murilo.keith@gmail.com

DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

EM VIA PERIURBANA NO MUNICÍPIO DE SARANDI, ESTADO DO PARANÁ,

BRASIL

Paula Polastri Universidade Estadual de Maringá

paula_pol@hotmail.com

Otavio Henrique da Silva

Universidade Estadual de Maringá

SILVA.OH@outlook.com

Cristhiane Michiko Passos Okawa Universidade Estadual de Maringá

cmpokawa@uem.br

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CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018)

Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM VIA PERIURBANA NO MUNICÍPIO DE SARANDI, ESTADO DO

PARANÁ, BRASIL

M. K. Umada, P. Polastri. O. H. Silva e C. M. P. Okawa

RESUMO

A disposição irregular de resíduos sólidos urbanos contribui para a depreciação do ambiente, além de representar um risco à saúde humana. Torna-se importante a avaliação da interface urbano-rural, dada a proximidade das habitações da população e menor oferecimento de serviços públicos básicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar e avaliar a disposição irregular de resíduos sólidos urbanos em uma via periurbana no município de Sarandi, estado do Paraná, Brasil. A metodologia empregada consistiu em uma pesquisa exploratória-descritiva na via selecionada para o estudo, segmentada em 3 trechos. Foram identificados em toda a extensão da via periurbana 20 pontos isolados e um trecho contínuo com disposição irregular de resíduos sólidos. Os resíduos sólidos observados foram classificados como: resíduos de origem domiciliar, resíduos de construção civil e resíduos perigosos. Os resultados obtidos demonstraram oportunidades para complementação da gestão de resíduos sólidos urbanos dispostos irregularmente.

1 INTRODUÇÃO

Face ao crescimento das populações urbanas aliado ao aumento da concentração populacional e aos atuais padrões de produção e consumo, a cidade tornou-se em centros geradores de grandes quantidades de resíduos sólidos urbanos (RSU).

Assim, a sociedade moderna defronta com um grande desafio de equacionar a geração, a gestão e a destinação final ambientalmente correta dos resíduos sólidos, sobretudo aqueles produzidos em áreas urbanizadas. A problemática é relevante especialmente em áreas de franja rural-urbana, as quais, embora próximas a áreas urbanizadas densamente povoadas, apresentam baixa densidade populacional e menor disponibilidade de serviços públicos e infraestrutura.

Além de percariedade dos serviços públicos e de infraestrutura, acrescenta-se à realidade brasileira uma possível menor conscientização dos habitantes de áreas periurbanas, devido a condições mais vulneráveis socioeconomicamente. Tais características contribuem para que a franja rural-urbana seja um local foco da disposição irregular de RSU, os quais,

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usualmente, são gerenciados de forma aquém de como os normativos técnicos e legais solicitam, haja vista, principalmente, a heterogeneidade dos compostos.

Os efeitos negativos dos resíduos sólidos manejados e dispostos inadequadamente degradam o ambiente e impactam na saúde coletiva, e são reconhecidos por diversos pesquisadores (Catapreta & Heller, 1999; Ferreira & Antonio, 2001; Jacobi & Besen, 2011; Gouveia, 2012; Polastri et al., 2016).

Fica evidente que o manejo adequado de resíduos é uma importante estratégia de conservção e de preservação do ambiente, assim como de promoção e proteção da saúde, de inserção social e de geração de renda. Diante ao exposto, o objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico da disposição irregular de uma via na franja rural-urbana do município de Sarandi, estado do Paraná, Brasil.

2 CENÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE SARANDI

De acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico de Sarandi (SARANDI, 2009) e informações obtidas Sistema Nacional de Saneamento – SNIS (2018), a coleta de resíduos sólidos ocorre em 100% da área urbana. A coleta seletiva dos resíduos é realizada atualmente pela cooperativa de catadores de materiais recicláveis Cooper Ecológica, a qual

possui catadores associados que recolhem de 1.500 a 2.000 kg mês-1 de materiais

recicláveis. A coleta seletiva abrange a área central e os bairros adjacentes, totalizando, aproximadamente, 14% da área urbana do município (SARANDI, 2009).

De acordo com informações levantadas na Secretaria de Meio Ambiente de Sarandi - SEMA, o município possui apenas um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de resíduos, situada na própria sede da supracitada secretaria, o qual recolhe materias recicláveis, mobiliário, eletroeletrônicos e pneus. Os resíduos perigosos como lâmpadas fluorescentes; pilhas e baterias; óleo lubrificante usado e contaminado, e suas embalagens; agrotóxicos e embalagens, não são recolhidos, os quais possuem sistema de logística reversa instituídos por acordos setoriais, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.

Os resíduos da construção civl (RCC) não são coletados pela administração pública, sendo de responsabilidade do gerador o manejo adequado. Conforme informação extraída do Plano Municipal de Saneamento Básico de Sarandi (SARANDI, 2009), não há no município local para destinação final ou reciclagem dos RCC.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Localização e caracterização geral da área de estudo

O presente trabalho foi realizado em uma via localizada na franja rural-urbana denominada estrada Jaguaruna, localizada no município de Sarandi, mesorregião Norte Central Paranaense, sul do Brasil. O Muncípio de Sarandi faz divisa com o município de Maringá ao oeste e ao norte, e ao sul e ao leste com o município de Marialva (Figura 1).

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Fig. 1 Localização da via periubana em relação à zona urbana e ao município de Sarandi, estado do Paraná, Brasil

O estudo foi conduzido na via com extensão total de 6,82 km, e segmentada em 3 trechos, com base na infraestrutura disponível e uso do solo praticado, da seguinte forma:

- Trecho A: iniciando-se ao sul, o qual dá acesso a sítios, chácaras e fazendas e alguns bairros limítrofes do município de Sarandi com extensão de 4,58 km até a bifurcação com a estrada Aquidaban;

- Trecho B: com início na bifurcação da estrada Jaguaruna e estrada Aquidaban seguindo até a intersecção com a Rua Pioneiro Francisco Brogio, com extensão de 1,62 km;

- Trecho C: iniciando-se a partir da intersecção da estrada Jaguaruna com a Rua Pioneiro Francisco Brogio até Avenida Cuibá, com extensão de 0,619 km.

A Figura 2 apresenta a segmentação dos trechos A, B e C da via periurbana estudada no município de Sarandi.

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Fig. 2 Segmentação dos trechos da via periurbana estudada

A via periurbana possuía, até a data de levantamento in loco, trechos com pavimentação (trecho A) e sem pavimentação e ausência de sistema de drenagem pluvial (trecho B e C).

3.2 Metodologia utilizada

Com base no objetivo proposto, o presente trabalho foi realizado por meio de pesquisa exploratória-descritiva. Foi realizada uma visita à estrada Jaguaruna no dia 21 de janeiro de 2018. Durante o levantamento in loco realizou-se registros fotográficos e a coleta de dados foi efetuada com auxílio de um check-list, no qual foram registradas as seguintes informações: coordenadas geográficas dos locais, descrição dos pontos e trecho de disposição, identificação da tipologia de resíduos sólidos observados.

Para elaboração dos mapas com segmentação dos trechos da via, identificação dos locais de disposição irregular de resíduos sólidos e manipulação dos dados de base foi utilizado o software QGis versão 2.18.14, com projeção UTM e sistema de coordenadas SIRGAS 2000, Zona 22S.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme o levantamento in loco realizado na via periurbana em Sarandi, foi possível observar a presença de resíduos sólidos dispostos de maneira irregular. Quanto à origem dos resíduos dispostos na via analisada, pressupõe-se que tenham sidos gerados em decorrência de atividades residênciais e/ou comerciais.

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Foi possível identificar o total de 20 pontos isolados (trechos A e B) e um trecho contínuo (trecho C) com disposição inadequada de resíduos sólidos.

Verificou-se a diferença em termos quantitativos de pontos de disposição irregular de resíduos sólidos entre o trecho A e os trechos B e C. Na Figura 3 é apresentada a localização geográfica dos pontos observados com disposição irregular de resíduos sólidos no segmento A.

Fig. 3 Localização dos pontos de disposição irregular de resíduos sólidos observados na no trecho A

Conforme apresentado na Figura 4, no trecho A foram observados 2 pontos com disposição irregular de resíduos sólidos.

(a) (b)

Fig. 4 Aspecto de disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos no trecho A da estrada Jaguaruna, Sarandi/PR: (a) bacia sanitária e (b) resíduos de construção civil

misturados a resíduos domésticos

Da avaliação da via periurbana, o trecho B apresentou maior número de pontos de disposição irregular de resíduos sólidos em comparação ao trecho A. No total foram observados 18 pontos isolados de disposição irregular em toda a extensão do trecho B. Na

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Figura 5 é apresentado graficamente a extensão do trecho B analisado e a localização dos pontos com disposição irregular de resíduos sólidos.

Fig. 5 Representação gráfica da delimitação do trecho B da estrada Jaguaruna, Sarandi/PR e localização dos pontos observados com disposição irregular de resíduos

sólidos

É possível observar pela Figura 5, o maior número de pontos com disposição irregular de resíduos sólidos nas adjacências dos bairros residênciais no trecho B, sendo um total de 11. Nas Figura 6 e Figura 7 são expostos registros fotográficos das disposições inadequadas de resíduos sólidos no trecho B, os quais são compostos por de resíduos de origem doméstica, compostos por resíduos de papel/papelão, plásticos em geral, resíduos têxteis (vestuários e calçados), rejeitos, mobiliário (móveis e colchão), resíduos eletroeletrônicos, dentre outros, bem como a presença de resíduos da construção civil (RCC).

(a) (b) (c)

Fig. 6 Trecho B da estrada Jaguaruna, Sarandi/PR: (a) Aspecto da disposição irregular resíduos têxteis e de vestuário misturados a resíduos recicláveis; (b) disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos; (c) resíduos de construção civil

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(a) (b) (c)

Fig. 7 Resíduos sólidos registrados no segmento B: (a) e (b) resíduos mobiliários e eletroeletrônicos misturados; (c) resíduo mobiliário (sofá)

Pela tipologia verificada dos resíduos no trecho B, a maior parte apresentou-se como não perigosos. No entanto, se faz importante ressaltar que, além dos resíduos sólidos urbanos, observam-se resíduos como eletroeletrônicos, que devido a alguns de seus constituintes, podem, de acordo com a classificação proposta pela Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10.004:2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ser classificados como resíduos perigosos (classe I), o qual apresentam propriedades como inflamabilidade, corrossividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade.

Isto é, são resíduos que apresentam periculosidade, sobretudo quando não manejados e dispostos de forma adequada, podendo apresentar risco à saúde pública devido a contaminação difusa do solo e da água, além de favorecerem o abrigo de vetores e animais perigosos.

Por sua vez, no trecho C foi verificado a disposição irregular de resíduos sólidos por toda a sua extensão (0,619 km). Vale ressaltar, conforme apresentado na Figura 8 que este segmento da via situa-se em um vazio urbano entre dois bairros residenciais, com facilidade de trânsito e acesso pela população.

Fig. 8 Representação gráfica do trecho C da via periurbana, situado em um vazio urbano entre bairros residenciais

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A ligação dos bairros residênciais pelo trecho C pode corroborar a continuidade da disposição irregular e inadequada por toda a extensão deste trecho, assim, sugere-se que os resíduos observados neste segmento da via foram, possivelmente, depositados pela população residente do entorno ou que trafegam usualmente por este local. A Figura 9 apresenta o aspecto do início do trecho C, onde nota-se a disposição irregular de resíduos sólidos nas laterais da via não pavimentada e adjacente ao plantio agrícola.

Fig. 9 Aspecto da disposição de resíduos sólidos do trecho C da estrada Jaguaruna, Sarandi/PR

Dos resíduos sólidos, observou-se no trecho C que, em sua maior parte, correspondiam a resíduos da construção civil (RCC). Na Figura 10 são apresentados aspectos da disposição irregular do resíduos sólidos neste trecho.

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

Fig. 10 Resíduos sólidos do trecho C da estrada Jaguaruna, Sarandi/PR: (a) resíduos da construção civil (RCC) misturados a resíduos domésticos e de mobiliário; (b), (c) e

(d) RCC e resíduos de poda misturados a RSU; (e) acúmulo de água no solo e despejos pontuais de RCC; (f) vista do trecho C e intersecção com Avenida Cuiabá

com inicio da pavimentação asfáltica, com disposição irregular de resíduos mobiliários e eletrônicos

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Destaca-se que, apesar de identificada, no trecho C, a disposição irregular por toda a extensão avaliada, os descartes podem ser caracterizados por pequenos aglomerados heterogêneos, porém, devido à falta de espaçamentos entre as montas residuais, tem-se a visão de continuidade na disposição. De acordo com informações obtidas com a SEMA, com base nas autuações realizadas pela fiscalização em anos anteriores, em 90% dos casos de flagrante de despejo irregular de resíduos neste trecho eram de origem de pequenas obras de construção civil e/ou reformas, sendo que, em algumas situações, coletores autônomos que eram contratados pelos responsáveis destas obras para coletar e destinar os resíduos gerados, os descartavam irregularmente no local.

No entanto, apesar de caracterizados pequenos descartes irregulares por toda a extensão do trecho C, em 2017, foram realizadas duas limpezas no local pela Prefeitura Municipal de Sarandi - PMS, no qual, segundo informações obtidas na SEMA, foram retirados aproximadamente 195 toneladas de resíduos. Os resíduos coletados foram destinados ao aterro sanitário do município, considerando que os resíduos recolhidos estavam misturados. Foram caracterizados desta forma como rejeitos, pois não apresentavam outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada em aterro sanitário. Diante do cenário exposto, ações de gestão integrada dos resíduos sólidos, em especial, da via estudada devem ser norteadas para eliminar novos descartes irregulares.

A coleta seletiva é um instrumento estratégico para a gestão ambiental que visa a recuperação do material reciclável, além de promover a inclusão social e geração de renda de extratos sociais mais vulneráveis, apresentando-se como uma das alternativas para que as pessoas, no seu cotidiano, consientizem-se e possam contribuir com a preservação do ambiente e a redução dos impactos sanitários e ambientais.

Assim, dentre as estratégias, no que tange os resíduos sólidos domiciliares, especialmente de materiais recicláveis, destaca-se a ampliação da coleta seletiva para além dos bairros atualmente contemplados, sobretudo aos bairros do entorno próximo da via periurbana. No entanto, a coleta seletiva de Sarandi é realizada por cooperativa, a qual define áreas com maior viabilidade de retorno financeiro para cobertura de coleta e, desta forma, restringe a coleta seletiva em áreas centrais que possuem maior número de estabelecimentos comerciais, isto é, que geram maior quantidade de resíduos recicláveis por metro quadrado. Além disto, outro fator associado que desestimula a adesão de cooperados e contribui à restrição da área de abrangência da coleta seletiva é a forma de remuneração. A remuneração dos cooperados, no caso de Sarandi, ocorre ao final de cada mês, variando pela quantidade de resíduos coletados e comercializados e, ainda, pela divisão dos lucros igualitária entre os colaboradores, quais sejam suas produtividades. Isto é, a adesão do coletor de material reciclável com alta produtividade torna-se desinteressante, uma vez que a sua remuneração pelo serviço será a mesma de um catador com baixa produtividade. De forma a contornar a limitação das áreas contempladas pela coleta seletiva porta a porta, sugere-se como alternativa a implantação de novos locais com Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em espaços públicos, com facilidade de acesso, como praças, parques, teatros, centros comunitários, escolas municipais, e que possuam atendimento regular de limpeza pública e manutenção, ou, até mesmo, nos locais com reincidência de descarte irregular.

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Associado a isto, ressalta-se a importância da educação ambiental, de forma a internalizar o envolvimento e a responsabilidade dos cidadãos quanto a correta separação e destinação dos resíduos sólidos inseridos no dia a dia. Sugere-se a realização de campanhas de educação ambiental junto à população para que esta promova não somente o descarte correto dos resíduos gerados, mas, também, a separação dos RSU na origem e a destinação à coleta seletiva, ou o encaminhamento para PEV, principalmente para resíduos mobiliários e outros que não são coletados pela coleta regular de limpeza pública.

Quanto aos resíduos da construção civil, uma alternativa para a correta gestão é a criação de uma rede de áreas para manejo de pequenos volumes e posterior destinação ambientalmente correta, com suporte da administração pública. No entanto, segundo a SEMA, questões legais de cobrança e remuneração impedem o município de realizar tal ação.

Outra sugestão para os RCC trata-se de uma oportunidade de mercado para a iniciativa privada, com a instalação de áreas de transbordo ou de centrais/usinas de tratamento para a valorização através da reciclagem e da reutilização dos resíduos ou o aluguel de tambores ou contentores metálicos para pequenos geradores em contraponto às caçambas estacionárias para grandes volumes. Contudo, esta alternativa deve ser pautada por estudos de viabilidade técnica, financeira e ambiental por parte dos interessados.

Em específico para a via estudada, especialmente ao trecho C, o qual apresentou maior extensão de disposição irregular e reincidência após limpeza da área pela PMS em 2017, ações de fiscalização pelo poder público devem ser realizadas com maior frequência de forma a coibir novos descartes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o estudo desenvolvido, verificou-se a disposição inadequada de resíduos sólidos na via localizada na interface rural-urbana do município de Sarandi, estado do Paraná, Brasil.

Pode-se observar que os locais e número de pontos de descartes possuem relação com a proximidade de bairros e habitações adjacentes, principalmente em áreas com facilidade de acesso e tráfego. No entanto, sugere-se a elaboração de estudos que possam afirmar esta correlação e, ainda, verificar a influência do nível socioeconômico em relação aos descartes irregulares aos bairros adjacentes ao trecho A e aos trechos B e C.

Os resíduos sólidos em análise qualitativa podem ser classificados, como: resíduos de origem domiciliar, mobiliários, eletroeletrônicos, resíduos de construção civil e, em uma menor parcela, resíduos perigosos. Quanto à periculosidade, para sua confirmação se faz necessária à condução de estudos qualitativos de composição e de classificação dos resíduos dispostos irregularmente na área estudada, conforme normatização técnica aplicável.

Verifica-se, diante dificuldades encontradas no município de Sarandi, que as ações de educação ambiental e a conscientização das responsabilidade dos cidadãos, quanto ao correto descarte dos resíduos, são de primordial importância, tendo em vista que, mesmo havendo coleta pública em 100% da zona urbana, cobertura de coleta seletiva porta a porta,

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mesmo que restrita a áreas centrais, e disponibilização de um Ponto de Entrega Voluntária, ainda assim, ocorrem disposição irregular de resíduos sólidos.

Ficou evidente a necessidade de ações de complementação na gestão e no gerenciamento dos resíduos sólidos pelo poder público municipal, como a instalação de novos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), maior frequência de fiscalização nos pontos de disposição irregular reincidentes, maior apoio institucional para com a cooperativa de materiais recicláveis e expansão da área de atendimento.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Sarandi pelas informações disponibilizadas.

6 REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2004) NBR 10.004: Resíduos sólidos – Classificação, Rio de Janeiro.

Brasil (2010) Lei n. 12.305, de 2 agosto de 2010, Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, e dá outras providências, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 de ago. 2010

Catapreta, C. and Heller, L. (1999) Associação entre coleta de resíduos sólidos domiciliares e saúde, Belo Horizonte (MG), Brasil, Pan American Journal of Publi Health, 5(4), 1–9.

Ferreira, J. A. and Antonio, L. (2001) Aspectos de saúde coletiva e ocupacional associados à gestão dos resíduos sólidos municipais, Caderno de Saúde Pública, 17(3), 689–696. Gouveia, N. (2012) Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social, Ciência & Saúde Coletiva, 17(6), 1503–1510. Jacobi, P. R. and Besen, G. R. (2011) Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade, Estudos Avançados, 25(71), 135–158.

Polastri, P., Angelis Neto, G de, Paredes, E. A. and Okawa, C. M. P. (2016) Identificação e avaliação de locais de disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos na cidade de

Maringá, Paraná, Proceedings of the 7th Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento

Urbano, Regional, Integrado e Sustentável, Maceió, October 5-7, 2016. Sarandi (2009) Plano Municipal de Saneamento Básico, Sarandi.

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de Saneamento Ambiental, available at:

Referências

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