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Autos nº Vistos e examinados estes autos de Ação Anulatória de Assembleias

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Academic year: 2021

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - FORO

CENTRAL DE CURITIBA

19ª VARA CÍVEL DE CURITIBA - PROJUDI

Rua Mateus Leme, 1142 - 8º andar - Centro Cívico - Curitiba/PR - CEP: 80.530-010 Autos nº. 0022996-17.2013.8.16.0001

Processo: 0022996-17.2013.8.16.0001 Classe Processual: Procedimento Ordinário Assunto Principal: Anônima

Valor da Causa: R$5.000,00

Autor(s): Espolio de Aurelio Fontana de Pauli

Réu(s): ANTONIO DE PAULI S/A

Vistos e examinados estes autos de Ação Anulatória de Assembleias , promovida por

Gerais Extraordinárias ESPÓLIO AURÉLIO FONTANA

DE PAULI em face de ANTÔNIO FONTANA DE PAULI S/A.

I - RELATÓRIO

Alegou o autor que a sociedade ré é composta por 5 acionistas principais, detentoras, cada uma delas, de 19,32% das quotas sociais, constando como sócios o autor, RDK Administração e Participações, Fontes Participações e Administração Ltda, TPI Administração e Participações Ltda, e Espólio de Jacob Baptista de Pauli.

Em 01/08/2012. A ré realizou Assembleia Geral Extraordinária (AGE), na qual a ordem do dia era deliberar acerca da Eleição da Diretoria, aprovação do Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, eleição/ratificação dos membros da Diretoria da Cocelpa, alteração do endereço da sede social da Sociedade Cocelpa, entre outros.

Ocorre que tais deliberações estão eivadas de nulidades, devendo a AGE ser declarada nula de pleno direito. As nulidades apontadas pelo autor são: a) a convocação não respeitou o prazo de oito dias antes da realização da AGE; b) A sócia RDK Administração e Participação Ltda não estava regularmente representada na AGE; c) o auditor não estava presente na AGE; d) As deliberações praticamente se restringiram a outra sociedade, Cocelpa, mas em nenhum momento houve deliberação nesse sentido; e) os demonstrativos financeiros foram omitidos do autor e; f) foi aprovado o Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstração de resultado do exercício, Demonstração de resultado dos fluxos de caixa da empresa Cocelpa, sem a correta convocação e sem quórum para tanto.

Pediu a procedência da demanda para declaração de nulidade das Assembleias Gerais

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJL49 2XXYF 8GXQ7 4NURB Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJV5Z NNQ4A 6PMA9 KX3QU

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Extraordinárias realizadas pela Antônio de Pauli S/A em 01/08/2012, bem como as realizadas pela Cocelpa em 01/08/2012, 13/08/2012, 18/10/2012 e 10/12/2012, ante aos vícios constatados nas referidas assembleias.

Citada a ré apresentou defesa em forma de contestação, rebatendo os argumentos do autor, pelo que alegou que o prazo legal para convocação foi respeitado, o quórum de votação foi respeitado, a sócia RDK estava devidamente representada na AGE, não havia necessidade da presença do auditor na referida AGE, a ré é sócia da Cocelpa, pelo que deliberar sobre a mesma é necessário, bem como tal assunto constou no edital de convocação. Também alegou que o autor se negou a receber notificações extrajudiciais com os esclarecimentos necessários referentes às demonstrações financeiras.

O autor impugnou as alegações apresentadas pelo réu em sua contestação, ratificando as razões de sua petição inicial.

Instadas a se manifestarem pelas provas que pretendiam produzir, a autora postulou a oitiva de representes legais, testemunhas. A ré, por sua vez, pediu a juntada de documentos, e impugnou o rol de testemunhas apresentado pela autora.

O feito foi saneado ao item 43.1. A autora se manifestou quanto aos documentos apresentados pela ré. Foi determinado o julgamento da lide no estado em que se encontra.

Vieram-me os autos conclusos para sentença.

Relatados. Decido.

II - FUNDAMENTAÇÃO Prazo da convocação

O autor alegou que a convocação não respeitou a determinação legal de que a convocação seja feita com antecedência mínima de 8 dias da realização da Assembleia Geral Extraordinária.

A ré, em sua contestação, alegou que a convocação se deu dentro do prazo, e que caso não seja este entendimento, como o autor compareceu à AGE, significa que a convocação cumpriu sua finalidade, eis que nenhum prejuízo foi demonstrado.

Assiste razão à parte ré, pois como o primeiro edital de convocação se realizou em 24/07/2012, sendo o prazo de 8 dias (artigo 124 da Lei 6.404/76) de antecedência inicia seu transcorrer no dia posterior, ou seja, dia 25/07/2012. Desse modo, a AGE foi realizada de forma tempestiva, no dia 01/08/2012, caindo por terra o argumento de intempestividade.

Representação da sócia RDK Administração e Participações Ltda

O autor arguiu que a sócia RDK Administração e Participações Ltda não estava presente na AGE e tampouco regularmente representada, acarretando na falta de quórum para deliberação

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJL49 2XXYF 8GXQ7 4NURB Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJV5Z NNQ4A 6PMA9 KX3QU

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e votação de alguns assuntos colocados em pauta.

A ré, por sua vez, alegou que a representante legal da sócia em questão não compareceu por motivo de força maior, eis que se acidentou a caminho do local definido para a AGE, nomeando procurador por mensagem eletrônica.

A procuração foi devidamente apresentada no movimento 21.5, sendo o outorgado um advogado na data da AGE, portanto, sendo cumpridos os requisitos previstos no artigo 126, §º da Lei 6.404/76, para representação de um acionista, não havendo qualquer irregularidade neste fato.

Ausência do auditor

O autor alegou que a ausência do auditor só é permitida com a dispensa de todos os acionistas, o que não ocorreu na AGE em questão.

Em sua contestação, a ré argumentou que as demonstrações contábeis da Companhia Antonio de Pauli S/A não foram objeto de apreciação e votação, o que dispensa a presença do auditor. A Lei determina no artigo 134, que o auditor independente deve estar presente à AGE para atender pedidos de esclarecimentos de acionistas e em hipótese do seu não comparecimento, a AGE deve ser adiada.

Assim, quanto a tal ponto, assiste razão ao autor, visto que a Lei determina a presença obrigatória do auditor para atender esclarecimentos dos acionistas, não especificando que apenas nas AGE com temática ligada à demonstrações contábeis, mas sim em todas as Assembleias Gerais.

Ainda é de se ressaltar que a própria ré afirmou em sua contestação que a AGE foi convocada, também, para apreciar e deliberar sobre o relatório da administração e as demonstrações financeiras dos exercícios findos em 2011 e 2012, auditadas pela Martinelli Auditores, o que tornaria indispensável a presença de algum representante.

Como não se trata de mera irregularidade, eis que a Lei expressamente determina o adiamento da Assembleia em caso de ausência do auditor, deve ser declarada a nulidade da AGE em questão, bem como das demais que se seguiram em decorrência da mesma.

Houve deliberação e aprovação de assuntos atinentes à sociedade Cocelpa, sem a correta convocação

O autor alegou que as deliberações, em sua maioria, se restringiram à outra sociedade, a Cocelpa, tendo sido, inclusive, aprovado o relatório da administração, balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício, demonstração de fluxos de caixa e reeleição dos diretores, sem a correta convocação.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJL49 2XXYF 8GXQ7 4NURB Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJV5Z NNQ4A 6PMA9 KX3QU

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A ré se contrapõe ao autor aduzindo ser a acionista majoritária da Cocelpa, sendo que foi deliberado acerca de tal sociedade apenas para orientar seu voto em todos os itens da ordem do dia do edital de convocação da assembleia da Cocelpa. Ainda alegou que a autora não faz mais parte do quadro societário da Cocelpa, não havendo qualquer interesse em reclamar sobre tal aspecto.

Não assiste razão ao autor quanto a tal circunstância, eis que os temas em debate constam do edital de convocação e, sendo a ré acionista majoritária, é certo que deve chegar a Assembleia da sociedade Cocelpa com as diretrizes e análises já estabelecidas, não havendo qualquer irregularidade em tal convocação.

Omissão das demonstrações financeiras

O autor alegou, ainda, que as demonstrações financeiras não foram apresentadas e tampouco lidas durante a AGE, maculando de vício insanável a Assembleia.

A ré, por sua vez, alegou ter encaminhado notificação extrajudicial com os documentos solicitados pelo autor, porém a mesma não foi recebida pelo autor, propositalmente. Fora o fato de que a análise do balanço financeiro da ré não estava em pauta na AGE em questão.

Ocorre que realmente não foi objeto da convocação a demonstração financeira da ré, mas sim da outra sociedade, a Cocelpa, não havendo necessidade dos balanços financeiros serem apresentados na AGE.

III – DISPOSITIVO

Pelo exposto, com fulcro no artigo 269, I, do Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na inicial, com resolução de mérito, para declarar nulas as Assembleias Gerais Extraordinárias realizadas pela Antonio de Pauli S/A em 01/08/2012, bem como as realizadas pela Cocelpa em 01/08/2012, 13/08/2012, 18/10/2012 e 10/12/2012, pela fundamentação acima.

Tendo em vista a sucumbência da parte ré, com fulcro no artigo 20, §4º, do Código de Processo Civil, condeno-a a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios do patrono do réu, esses arbitrados em R$ 3.000,00 (três mil reais).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Curitiba, 23 de Julho de 2015.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJL49 2XXYF 8GXQ7 4NURB Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJV5Z NNQ4A 6PMA9 KX3QU

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Evandro Portugal Juiz de Direito

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