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RESPOSTA TÉCNICA. São apresentadas informações sobre o cultivo de mogno e a implantação de sistemas silvipastoris.

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Academic year: 2021

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RESPOSTA TÉCNICA

Título

Cultivo de mogno Resumo

São apresentadas informações sobre o cultivo de mogno e a implantação de sistemas silvipastoris.

Palavras-chave

Agrossilvicultura; árvore; cultivo; madeira; mogno; produção consorciada; plantio; silvicultura Assunto

Cultivo de mogno Demanda

Gostaria de saber um pouco mais sobre o plantio de mogno e informações de retorno do investimento. Posso plantar e criar gado ao mesmo tempo?

Solução apresentada 1 Introdução

O mogno, planta da espécie Swietenia mcrophylla, é uma madeira muito usada e apreciada na produção de móveis pela facilidade com que é trabalhada, pela sua estabilidade e duração, além do seu aspecto, castanho-avermelhado brilhante, depois de polida. Atualmente, todas as espécies do gênero Swietenia são consideradas como espécies protegidas, sendo encontrada principalmente em florestas equatoriais.

2 Sistemas silvipastoris

A integração do sistema de produção pecuário e florestal pode contribuir para o aumento dos benefícios econômicos dos produtores e para a sustentabilidade da produção pecuária. Os sistemas silvipastoris, como estes sistemas são conhecidos, tem como objetivo a

otimização da produção biológica por unidade de área e a manutenção desta capacidade produtiva. A presença das árvores dentro destes sistemas condiciona uma serie de

interações com o solo, a pastagem e os animais. No solo melhoram a estrutura e a ciclagem de nutrientes e interferem no balanço hídrico. Na pastagem a redução da radiação solar melhora qualidade da forragem, diminui o consumo de água e pode influir na produção de biomassa e na relação raiz/folhagem. Nos animais a sombra reduz a temperatura corporal, melhorando seu desempenho produtivo. Estas interações dependem das espécies

selecionadas, densidade de plantio e praticas de manejo.

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• melhorar a fertilidade do solo e qualidade da pastagem.

As árvores são capazes de aproveitar nutrientes nas camadas mais profundas do solo e colocá-los à disposição das forrageiras sob a forma de adubo natural, pela decomposição de folhas, galhos secos, flores e frutos que caem no solo, melhorando a fertilidade do solo e, conseqüentemente, a qualidade da pastagem.

• minimizar o estresse climático sobre os animais.

O clima afeta diretamente o animal através da temperatura ambiente, umidade relativa do ar, radiação solar, insolação, precipitação e ventos. Em pastagens sem sombreamento, esses fatores são responsáveis pelo aumento de estresse climático sobre os animais, concorrendo para a redução do consumo de forragem, resultando em menores taxas de crescimento e produção.

• aumentar a rentabilidade por área.

Proporciona rendimentos do componente animal (produção de carne e leite) e componente arbóreo (madeira, frutas, etc.).

• melhorar a conservação dos solos.

As copas das árvores concorrem para diminuir o impacto das chuvas, que provoca a erosão e a compactação do solo, reduzindo as perdas de matéria orgânica e nutrientes do solo, como também melhorando as propriedades físicas do solo.

• agregar valor à propriedade.

Os sistemas silvipastoris podem elevar substancialmente o valor da propriedade rural garantindo, a longo prazo, madeira de lei de excelente qualidade.

2.1 Formas de implantação de sistemas silvipastoris

Os modelos de sistemas dependerão dos objetivos do produtor. No caso de maior interesse na criação de gado, o número de árvores por hectare será menor; caso contrário, se a finalidade maior for a madeira, o número de árvores será maior.

A implantação pode ser feita por meio do plantio de sementes, mudas (caso do mogno) ou estacas, dependendo do modo de reprodução da espécie e do método de formação do sistema.

A EMBRAPA sugere seis métodos para formar um sistema silvipastoril: 2.1.1 Plantio em linha simples

As árvores são dispostas em espaçamentos regulares entre as linhas e entre plantas em cada linha de plantio. Atualmente estão sendo testados em áreas de produtores acreanos os espaçamentos 5 X 10 m, 10 X 10 m e 5 X 20 m.

No caso de relevo mais acentuado, as árvores devem ser plantadas em nível, “cortando” a declividade do terreno. Em áreas mais planas, deve-se fazer o plantio no sentido leste-oeste, de onde o sol nasce para onde o sol se põe, permitindo passagem ampla de luz, o que facilitará o desenvolvimento do capim nas entrelinhas.

2.1.2 Plantio em linha dupla

É um arranjo com duas linhas de árvores plantadas bem próximas, em vez de uma só linha. Sugere-se utilizar espaçamentos de 3 x 2 m, ou 3 x 3 m entre as linhas mais próximas. Entre as linhas duplas, o espaço pode ser de 10 a 50 metros, a critério do produtor. A linha dupla poderá proporcionar o crescimento mais rápido das plantas, dependendo da espécie, o que evitaria a quebra pelos animais.

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2.1.3 Plantio em bosquete

Trata-se de pequenos aglomerados de árvores distribuídos na pastagem. Dentro dos

bosquetes, as árvores podem ser plantadas no espaçamento de 3 X 2 m, 3 X 3 m ou, ainda, em espaçamentos maiores.

O uso de bosquetes possui duas desvantagens: a primeira é que, normalmente, há pouco crescimento do pasto dentro dos bosquetes, devido ao excesso de sombra. A segunda é que prejudica a reciclagem de nutrientes no sistema silvipastoril, já que os animais tendem a concentrar a deposição de fezes e urina dentro dos bosquetes. Com o tempo, há diminuição da fertilidade do solo nas áreas de pasto entre os bosquetes. Uma das vantagens é que as árvores podem fornecer produtos em maior quantidade, de acordo com o número de bosquetes.

2.1.4 Plantio disperso na pastagem

É uma forma de sistema silvipastoril em que as árvores podem ser plantadas em uma distribuição aleatória no pasto, sem espaçamento definido. As finalidades geralmente são os serviços de proteção do solo, sombreamento para o gado e melhoria da ciclagem de

nutrientes, proporcionados pelas árvores, mas também se podem obter produtos (madeira, óleos, resina, etc) originados desse consórcio.

2.1.5 Plantio na cerca

Uma das formas mais comuns de implantação de sistemas silvipastoris é o plantio de árvores ao longo das cercas de limite da propriedade ou de divisória das pastagens. Ao mesmo tempo está sendo implantada uma cerca viva.

2.1.6 Condução da regeneração natural

A condução da regeneração natural consiste em manter as espécies de árvores que surgem espontaneamente na pastagem. Trata-se, possivelmente, da forma de menor custo de implantação do sistema silvipastoril, pois não existem gastos com mudas ou abertura de covas e mão de obra para o plantio.

2.2 Ocasiões para implantação de sistemas silvipastoris

A implantação de sistemas silvipastoris pode ser feita a partir de várias situações: 2.2.1 Pastagens já formadas

As árvores podem ser plantadas diretamente nas pastagens já formadas (arborização de pastagens), utilizando qualquer um dos métodos de plantio citados. Nesse caso, a maior dificuldade é proteger as árvores dos danos que podem ser causados pelo gado.

Também se pode aproveitar o momento da reforma de pastagens degradadas para estabelecer os sistemas silvipastoris. É possível fazer o manejo e conduzir a regeneração natural das espécies arbóreas existentes na pastagem degradada.

2.2.2 Integração lavoura-pecuária

Outra oportunidade para implantar sistemas silvipastoris é quando se utiliza a integração lavoura-pecuária, ou seja, o uso alternado de lavoura e pecuária em uma mesma área. Nesse caso, as árvores são plantadas durante a fase de lavoura, beneficiando-se do preparo do solo, das adubações da lavoura e da ausência do gado na área. Quando a área for destinada à pecuária, as árvores já se encontrarão estabelecidas, não sendo mais

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2.2.3 No roçado

Em áreas ocupadas com roçado, o plantio das mudas de espécies arbóreas pode ser inicialmente consorciado com culturas anuais (arroz, milho), seguindo-se a semeadura das forrageiras. Também é possível conduzir a regeneração natural de árvores das brotações de tocos ou originárias de sementes.

2.3 Preparo do solo

O preparo do solo para o plantio das mudas das árvores é uma etapa fundamental para o sucesso na implantação do sistema. No caso de áreas de reforma, segue-se as

recomendações rotineiras de aração e gradagem.

O preparo da cova também é muito importante, uma vez que proporcionará o crescimento mais rápido das raízes e, conseqüentemente, da parte aérea das mudas. Quanto mais rápido o crescimento da muda, melhor para evitar os danos causados pelo gado. As covas deverão ter as dimensões de 40 X 40 X 40 cm (largura X comprimento X

profundidade). A abertura pode ser feita manualmente ou por meio de uma broca acoplada a um trator. Nesse caso, recomenda-se desfazer com o cavador ou facão a superfície vertical interna da cova (parede da cova), que pode ficar compactada e impedir a penetração das raízes, principalmente em solos preparados enquanto úmidos.

Na abertura das covas, deve-se separar a terra retirada da superfície (20 a 25 cm

superficiais) daquela localizada em maior profundidade. O adubo orgânico (10 a 20 litros de esterco de gado, bem curtido) deve ser misturado à terra retirada da camada superficial, com a qual se preenchem as covas, completando com a terra do fundo, de modo que apresente uma saliência de 10 a 15 cm acima do nível normal do terreno.

2.4 Manejo do sistema silvipastoril

O manejo do sistema na implantação consiste basicamente em facilitar o crescimento das mudas o mais rápido possível.

Quando o plantio das árvores é feito por ocasião da integração lavoura-pecuária, a ausência de pastejo durante a fase de lavoura evita a necessidade de proteção das mudas.

No caso de implantação de sistemas silvipastoris, a partir de pastagens já formadas, pode ser necessário o isolamento da área até que as árvores tenham altura e diâmetro suficientes para não serem danificadas pelo gado.

Os produtores que não dispõem de pasto suficiente para isolar a área, devem buscar medidas de proteção das mudas que permitam a convivência com o gado. Uma delas pode ser o emprego de gradis de madeira, bambu ou cercados com arame farpado.

2.5 Tratos culturais e silviculturais

Dependendo da forma de implantação e condução do sistema, é aconselhável realizar o coroamento ou adubação das mudas, bem como podas, visando a melhoria na qualidade dos fustes quando a finalidade for produzir madeira, ou realizar desbastes (retirada de árvores em excesso) para manejar o sombreamento da pastagem e o crescimento das árvores.

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Conclusões e recomendações

Recomenda-se a consulta à Resposta Técnica registrada no banco de dados do SBRT que trata do cultivo de mogno, disponível em:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Plantio de mogno. RETEC/BA, 2007. Disponível em: <http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt4482.html>. Acesso em: 22 mar. 2007, para obter mais informações sobre este assunto e também para verificar se as condições climáticas e de solo da região onde se pretende implantar o sistema silvipastoril são favoráveis ao plantio do mogno.

Ressalta-se que é possível e economicamente viável a integração entre pecuária e plantio de mogno, pela implantação de um sistema silvipastoril. O item 2 desta resposta técnica, baseado no Documento n. 84 da EMBRAPA, relacionado nas “Fontes consultadas” descreve as formas de implantação desse sistema.

De forma geral mogno se presta muito bem ao plantio integrado com o sistema de produção pecuário conforme citado no trabalho de Oliveira e cols (2003). Esse trabalho, amplamente ilustrado, traz representações das formas de plantio das árvores, em detalhes, e, portanto recomenda-se, especialmente por isso, sua consulta.

Para a aquisição de mudas e sementes, sugere-se solicitar ao órgão responsável pela fiscalização, a lista atualizada de produtores de sementes e mudas que possuam certificado e inscrição no RENASEM - Registro Nacional de Sementes e Mudas. Em Minas Gerais, esse órgão é:

SFA-MG - Superintendência Federal de Agricultura no Estado de Minas Gerais AV. Raja Gabaglia, 245 - Cidade Jardim

30380-090 Belo Horizonte/MG

Tel.: (31) 3250-0306 / 3250-0300 – Fax: 3250-0314 E-mail: <gab-mg@agricultura.gov.br>.

Fontes consultadas

COSTA, N. L.; TOWNSEND, C. C.; MAGALHAES, A. ; PAULINO, V. T.; ARAUJO, R. G. Utilização de sistemas silvipastoris na Amazônia ocidental brasileira. Revista Eletrônica de Veterinária, v. 7, n. 1, jan. 2006. Disponível em:

<http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n010106/010608.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2007. DUTRA, S.; VEIGA, J. B.; TEIXEIRA NETO, J. F. Sistemas silvipastoris do nordeste

paraense. Comunicado Técnico, n. 120. Belém, EMBRAPA, dez. 2004. Disponível em: <http://www.cpatu.embrapa.br/online/comunicado/com.tec.120.pdf> . Acesso em: 22 mar. 2007.

OLIVEIRA, T. K.; FURTADO, S. C.; ANDRADE, C. M. S.; FRANKE, I. L. Sugestões para implantação de sistemas silvipastoris. Documentos, n. 84. Boa Vista, EMBRAPA, set. 2003. Disponível em: <http://www.cpafac.embrapa.br/pdf/doc84.pdf> . Acesso em: 22 mar. 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Disponível em:

<http://www.sbrt.ibict.br/>. Acesso em: 22 mar. 2007. Elaborado por

Vânia Maria Corrêa de Campos Nome da Instituição respondente

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC Data de finalização

Referências

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