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Introdução. Realizado de 25 a 31 de julho de Porto Alegre - RS, ISBN

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Expansão Urbana e Indicadores de Qualidade de Vida e Ambiental em Catalão (GO)

Laurinda José Ribeiro Mestranda do Curso de Geografia -Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão.

Laurinda336@hotmail.com

Edir de Paiva Bueno Professor Doutor do departamento de Geografia - Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão

Introdução

Catalão (GO) é a cidade escolhida como objeto de pesquisa para realizarem-se as investigações sobre a expansão e suas implicações sócio-espaciais. A intenção é associar a qualidade do ambiente urbano à qualidade de vida.

A escolha desta cidade para a realização da pesquisa se deu fato de que a cidade de Catalão passou, nos últimos 30 anos, por grandes transformações geoeconômicas que culminaram no incremento da população, no crescimento da malha urbana, em intensas transformações na organização do espaço e, conseqüentemente, no surgimento de problemas sociais, econômicos e ambientais.

Até o início da década de 1970, a cidade de Catalão apresentava um crescimento populacional oscilante, reflexo do êxodo rural e da migração que se dirigia para os maiores centros urbanos de Goiás, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e são Paulo. Com deslocamento parcial do eixo econômico principal do país (Sul e Sudeste) para as regiões mais ao norte, a população da cidade aumenta cada vez mais. Em meados da década, a implantação do pólo mínero-químico, um dos mais importantes do país, acelerou as transformações espaciais, atraindo migrantes de várias regiões do país, e reordenou a dinâmica espacial no Sudeste Goiano, consolidando Catalão como pólo econômico.

O rápido crescimento da malha urbana a partir de meados da década de 1970, coincidiu com a necessidade e com a introdução de formas de trabalho que exigiam maior qualificação que modificaram a anterior configuração dos bairros, até então claramente heterogêneos no que diz respeito à população e as formas de residências e ambientes

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integrados à convivência de seus ocupantes. Certamente as mudanças climáticas e ambientais também foram grandes.

Entretanto, essas condições em cidades como Catalão ainda não são adequadamente pesquisadas, de maneira que não se pode determinar os verdadeiros impactos da ação humana no espaço urbano.

Propõe-se esta pesquisa analisar a expansão urbana e o meio ambiente, destacando-se: a poluição do ar, a poluição da água, a impermeabilidade do solo para as águas pluviais, a poluição sonora, as áreas verdes, tratamento do lixo e de rede esgoto que, apesar de dificilmente serem percebidos à primeira vista, têm implicações relevantes na qualidade de vida.

Apesar de ser alvo das mais diferentes pesquisas, o tema é complexo e, devido à importância, tornam-se necessárias pesquisas contínuas, mesmo porque as transformações são constantes. Como o problema envolve muitos diferentes conhecimentos, torna-se necessário buscar subsídios em outras ciências, principalmente sociais e naturais.

Durante o desenvolvimento da pesquisa visa suscitar reflexões na ciência geográfica e em outras ciências, que as auxiliem a avançar teórica, filosófica e metodologicamente na investigação deste tema. O principal desafio desta pesquisa é associar os indicadores ambientais com os indicadores de qualidade de vida, pois a bibliografia existente trata os separados uns dos outros. Também objetiva que a comunidade de Catalão e seus representantes, podres públicos e sociedade civil, tenham informações precisas, conforme necessitam para conhecer à realidade e encontrarem caminhos mais apropriados para a implantação de políticas públicas que melhorem a qualidade e uso dos espaços públicos existentes em Catalão.

Objetivos

Compreender os principais problemas ambientais surgidos com a expansão urbana em Catalão, averiguando as concepções dadas a eles por parcelas representativas de sua população e relacionando-os com os indicadores de qualidade de vida; destacar os impactos sócio-econômico e ambientais ocorridos em Catalão a partir da década 1970; analisar os principais indicadores: a poluição do ar, a poluição da água, a impermeabilidade do solo para as águas pluviais, a poluição sonora, as áreas verdes, tratamento do lixo e rede de esgoto; compreender o nível de envolvimento dos moradores diante dos principais problemas

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ambientais urbanos; apontar as principais causas e possíveis ações para melhorar os problemas.

Metodologia

Conforme alerta Ross (1996), a metodologia deve representar a espinha dorsal de qualquer pesquisa, pois o planejamento agiliza os trabalhos e ajuda a evitar falhas na execução de um projeto. Neste sentido, Cervo (1983,23) define o método nas ciências sociais como sendo “o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade”. Para Lakatos (1995,81) O método “... é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo-conhecimento verdadeiro – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Em função do enunciado, o método a ser estabelecido para esta pesquisa é a junção entre o materialismo histórico dialético, por que a sociedade e o espaço geográfico por ela produzido são dinâmicos, não existem como coisas isoladas, mas fazem parte de um todo unido e coerente. Os processos determinam configurações e condições sócio-ambientais objetivas e subjetivas através dos tempos, às quais se juntam outros fatores, formando um conjunto de variáveis.

A pesquisa “Expansão Urbana e Indicadores de Qualidade de Vida e Ambiental em Catalão (GO)” tem os seguintes passos metodológicos: se realizará em escritório e continuará ocorrendo concomitante com outras etapas. Compreendem o aprofundamento teórico, com novas consultas à bibliografia que trata o tema proposto, ou seja, sociedade, espaço urbano e meio ambiente, aquisição de materiais e a preparação do roteiro para o trabalho de campo; será realizado a análise do mapa político da cidade para quantificar a expansão urbana. Prevê também as seguintes ações: observação, aplicação de questionários, coleta de dados em campo, processamento, tabulação e análise de dados; após levantamento de dados da pesquisa de campo, será feito o cruzamento e a relação de dados obtidos com a finalidade de analisar os indicadores de qualidade de vida na cidade.

Resultados Preliminares

A urbanização das últimas décadas, em todas escalas (mundial, nacional e regional), enquanto processo, ou seja, como uma série de fenômenos sucessivos com nexo de causa e efeito, está associado à nova fase do capitalismo e provoca mudanças no espaço devido às novas formas de apropriação/ocupação dos territórios, primordialmente a partir da cidade.

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De acordo com Carlos (1992,16), “a cidade é a realização humana, uma criação que vai construindo ao longo do processo histórico e ganha a materialização concreta diferenciada, em função de determinações históricas específicas”. Surgem assim, no interior do tecido urbano, diversos problemas sócio-espaciais que têm contribuído para afetar ou comprometer o meio ambiente e a qualidade de vida de segmentos de moradores desses núcleos populacionais.

Portanto, no Brasil, tem se verificado mudanças significativas no processo de urbanização e crescente intervenção do Estado nas questões, que se caracteriza por um conjunto complexo de programas e de ações. Andrade (1994,18), analisando a evolução histórica do espaço do Brasil no século xx, mostra que encontra-se ordenado com base em modelo macrogeográfico. Entre os principais fatores que concorrem para isso ele cita a pressão por divisões internas no Brasil, a questão ambiental e a questão social, principalmente em função da dimensão do atual estágio de urbanização. Acrescenta-se a isso o fato “no Brasil, a maioria das cidades não tem conseguido formar uma cultura de massas”, segundo Cavalcante (1996, 25). Por isso, Andrade afirma que “... ao trabalhar com ciência geográfica, devemos estar sempre preocupados com uma série de atualidades, como espaço e tempo, visão global e local, aspectos teóricos e empíricos, tecnologia e observação direta, competência científica e compromisso social” (ANDRADE, 1994,18).

No entanto, a baixa qualidade de vida urbana é efeito de um modelo de cidade que cresceu economicamente mais depressa do que se desenvolveu socialmente, o que por sua vez, é efeito de modelo global de desenvolvimento capitalista, que não somente provoca a rápida urbanização, mas também a forte concentração urbana.

Neste contexto, a cidade de Catalão conheceu a partir de 1970 o aumento da população urbana em detrimento da população rural, na medida em que as cidades comerciais e industriais foram se intensificando na cidade.

Assim, para Pedrosa (2001), esse crescimento populacional, sobretudo urbano, alterou profundamente a forma e a função da cidade, fazendo surgir a efetiva periferização. Que segundo Costa (2000), os problemas ambientais existentes na cidade agrava a cada dia mais, ainda considerando que a cidade tem um crescimento populacional sempre acima da média nacional. Desse modo, faz-se necessária uma pesquisa que associe crescimento urbano, meio ambiente e qualidade de vida.

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A organização do espaço urbano tende a registrar o seu desenvolvimento histórico. Incluem-se aí as relações de diferentes elementos como conjunto, e ainda as contradições entre os grupos existentes. Apresentam-se relações sociais, como a exclusão ou a segregação sócio-espacial, como naturais, o mesmo podendo ocorrer com as relações socioambientais, com a visão de que a produção da degradação ambiental é algo inevitável.

Mas, muitos estudos sobre a qualidade do ambiente urbano sugerem que são criados verdadeiros espaços de confinamento. Sendo assim, em países periféricos, em particular, o ambiente urbano tende a reproduzir um padrão de dominação de determinados grupos sociais por grupos hegemônicos em defesa de seus interesses, particularmente evidente no caso da produção do espaço e do ambiente urbano segregado e altamente degradado, com efeitos muito graves sobre a qualidade de vida da população. Não há como negar a estreita relação entre as questões determinantes das condições ambientais da cidade, é aquela que apresenta os problemas de maior dificuldade de enfrentamento.

Percebe-se que, os problemas do meio ambiente urbano, e suas intrínsecas e interdependentes com a qualidade de vida, apresentam aspectos geográficos e históricos, conforme Carlos (1992), uma cidade se cria em função de determinações históricas, portanto, sofre os efeitos do processo de urbanização.

Bibliografia

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CIDADE, Lúcia Corry F; MORAES, Luciana Batista. Metropolização, imagem ambiental

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Referências

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