• Nenhum resultado encontrado

Controlabilidade de Sistemas Parabólicos Não Lineares

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Controlabilidade de Sistemas Parabólicos Não Lineares"

Copied!
130
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL

FLUMINENSE

Instituto de Matem´

atica e Estat´ıstica

Controlabilidade de Sistemas Parab´

olicos

ao Lineares

Dany Nina Huaman

Tese de Doutorado apresentada ao

Instituto de Matem´atica da Universi-dade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Doutor em Matem´atica.

Orientador: Juan Bautista L´ımaco Ferrel Co-orientador: Enrique Fern´andez Cara

(2)
(3)
(4)

Dedicat´

oria

Aos meus pais Doris e Maximo, ao meu irm˜ao Erick N e ao meu tio Cesar, que em paz descanse.

(5)

Agradecimentos

Agrade¸co primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me dado for¸cas para concluir mais esta etapa de meus estudos.

Um agradecimento especial ao meu orientador, o professor Juan L´ımaco Ferrel, pela sua eficiente orienta¸c˜ao, paciˆencia, boa vontade, sabedoria, pelo exemplo de dedica¸c˜ao a profiss˜ao e por ter aceitado me orientar.

Ao professor e conselheiro Enrique Fern´andez-Cara, eu devo um agradecimento es-pecial por sua aten¸c˜ao e hospitalidade durante toda a minha estada em Sevilha. Muito obrigado por tudo!

`

A coordena¸c˜ao de P´os-Gradua¸c˜ao pelo apoio nos momentos dif´ıceis.

A minha fam´ılia pelo apoio incondicional e por terem sido a for¸ca que faz ir em frente.

A minha amiga Jany Meirelles quem me ajudou a n˜ao desistir.

A meus amigos: Reillon Santos, Genyle Nascimentos, Israel Diaz, Miguel Nu˜nez, Ronald Ramos.

Aos professores da Uff: Luiz Viana, Aldo Bazan, Haroldo Clark, Freddy Hernandez, Max Souza, Simone Dantas, etc

Aos amigos da Universidade Nacional del Callao: Kupac, Yerson, Chacal, Ronald, John Suarez, Edson Suarez, Paul Luque, Lennin, Andres Lipa, Franco Diaz, Roger, Jorge Quispe, Carolina Effio, Orlando Sarmientos, etc.

Aos professores da Universidade Nacional del Callao: Orlando Moreno, Absalon Castillo, Maritza Quispe, Lenin Cabracancha, Wilfredo Mendoza, Ezequiel Fajardo, etc.

`

A CAPES (Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de pessoal de Ensino Superior) pelo apoio financeiro .

(6)

Resumo

Nesta tese, os principais objetivos s˜ao estabelecer:

i) A controlabilidade local exata por trajet´orias para EDPs parab´olicas com n˜ao lineari-dade n˜ao local, em um dom´ınio limitado Ω × (0, T ) ⊂ RN × R e com o controle

distribu´ıdo. Tamb´em vamos a provar a controlabilidade local exata por trajet´orias para EDPs parab´olicas com n˜ao linearidade n˜ao local e com o controle na fronteira em dimens˜ao 1 respeito `a vari´avel espacial.

ii) A controlabilidade local nula do sistema N −dimensional de Ladyzhenskaya-Smagorinsky com N − 1 controles escalares em um dom´ınio arbitr´ario do controle.

iii) A controlabilidade local nula do “verdadeiro” sistema N −dimensional de Boussinesq. iv) Um resultado de controlabilidade global nula aproximada do “verdadeiro” sistema

de Boussinesq em dimens˜ao 3.

v) O controle Hier´arquico seguindo a estrat´egia de Stackelberg-Nash para uma EDP parab´olica n˜ao linear, em um dom´ınio limitado Ω × (0, T ) ⊂ RN× R (para qualquer inteiro N ≥ 1) e com os controles l´ıder e seguidores distribu´ıdos.

Palavras-chave: Controlabilidade, sistemas parab´olicos, sistema de Ladyzhenskaya-Smagorinsky, sistema de Boussinesq, estrat´egia de Stackelberg-Nash.

(7)

Abstract

In this thesis the main goals are to establish:

i) The exact local controllability to the trajectories for parabolic PDEs with nonlocal nonlinearities, in a limited domain Ω×(0, T ) ⊂ RN×R and with distributed control. We will also prove the exact local controllabilities to the trajectories for parabolic PDEs with nonlocal nonlinearities and with boundary control in dimension 1 with respect the spatial variable.

ii) The null local controllability of the Ladyzhenskaya-Smagorinsky N − dimensional system with N − 1 scalar controls in an arbitrary control domain.

iii) The null local controllability of the “true” N − dimensional Boussinesq system. iv) A result on the global approximate null controllability of the “true” Boussinesq

system in dimension 3.

v) Hierarchical control following the Stackelberg-Nash strategy for a nonlinear parabolic PDE, in a limited domain Ω × (0, T ) ⊂ RN × R ( for any integer N ≥ 1) and with

distributed leader and followers controls.

Key words: Controllability, parabolic system, Ladyzhenskaya-Smagorinsky system, Boussinesq system, Stackelberg-Nash estrategy.

(8)

Sum´

ario

Resumo iii

Abstract iv

1 Preliminares 12

1.1 T´opicos de An´alise Funcional . . . 12

1.1.1 Convergˆencia Fraca e Fraca Estrela . . . 12

1.1.2 Espa¸cos Separ´aveis e Reflexivo . . . 13

1.2 Teoria das Distribui¸c˜oes Escalares . . . 14

1.3 Os Espa¸cos Lp(Ω) . . . . 15

1.4 Espa¸cos de Sobolev . . . 17

1.4.1 Os Espa¸cos Wm,p(Ω) . . . 17

1.4.2 Os Espa¸cos W0m,p(Ω) e W−m,q(Ω) . . . 19

1.5 Espa¸cos Lp(0, T ; X) . . . 20

1.6 Distribui¸c˜oes Vetoriais . . . 23

1.7 Equa¸c˜ao de Evolu¸c˜ao de Stokes . . . 23

1.8 Resultados Importantes . . . 24

1.9 Alguns resultados de existˆencia e unicidade para Edps com termo n˜ao local 27 2 Controlabilidade Exata por Trajet´orias para EDPs Parab´olicas com N˜ao Linearidade N˜ao Local 30 2.1 Formula¸c˜ao do Problema . . . 30

2.2 Alguns Resultados T´ecnicos . . . 33

2.2.1 Lemas Preliminares . . . 33

2.2.2 Desigualdade de Observabilidade . . . 35

2.2.3 Controlabilidade Nula Aproximada de (2.7) com Controles Uni-formemente Limitados em H1(0, T ; L2(ω)) . . . 39

(9)

2.3 Prova do Teorema 2.1 . . . 41

2.3.1 Controlabilidade Local Nula Aproximada de (2.6) com Controles Uniformemente Limitados em L2(ω × (0, T )) . . . 41

2.3.2 Passagem ao Limite . . . 42

2.4 Alguns Coment´arios Adicionais . . . 43

2.4.1 Controlabilidade na Fronteira em dimens˜ao 1 . . . 43

3 Controlabilidade do Sistema N -Dimensional de Ladyzhenskaya-Smagorinsky com N -1 Controles Escalares em um Dom´ınio Arbitr´ario do Controle 52 3.1 Formula¸c˜ao do Problema . . . 52

3.2 Alguns Resultados T´ecnicos . . . 54

3.2.1 Desigualdade de Carleman para (3.3) . . . 54

3.2.2 Controlabilidade Nula de (3.2) . . . 55

3.2.3 Estimativas do Estado: . . . 57

3.3 Prova do Teorema 3.1 . . . 59

4 Controlabilidade Local Nula do “Verdadeiro” Sistema de Boussinesq 66 4.1 Formula¸c˜ao do Problema . . . 66

4.2 Alguns Resultados T´ecnicos . . . 68

4.2.1 Desigualdade de Carleman . . . 68

4.2.2 Controlabilidade Nula de (4.2) . . . 69

4.3 Prova do Teorema 4.1 . . . 71

5 Um Resultado de Controlabilidade Global Nula Aproximada do “Ver-dadeiro” Sistema de Boussinesq em Dimens˜ao 3 76 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 76

5.2 Constru¸c˜ao de Algumas Fun¸c˜oes Intermediarias . . . 78

5.2.1 Uma Solu¸c˜ao Simples para o Sistema de Boussinesq . . . 78

5.2.2 Equa¸c˜ao de Transporte . . . 81

5.2.3 Constru¸c˜ao de W com ∇ · W = −∇ · y . . . 82

5.3 Prova do Teorema 5.1 . . . 84

5.4 Prova da Proposi¸c˜ao 5.2 . . . 89

6 Controlabilidade via a Estrat´egia de Stackelberg-Nash para uma EDP

(10)

6.1 Introdu¸c˜ao . . . 93

6.1.1 Prova do Teorema 6.2 . . . 95

6.1.2 A convergˆencia de ALG 1 . . . 96

6.2 Formula¸c˜ao do Problema . . . 98

6.2.1 Resultados Principais . . . 100

6.2.2 Caracteriza¸c˜ao do quase-equil´ıbrio de Nash . . . 101

6.3 Alguns Resultados T´ecnicos . . . 102

6.3.1 Desigualdade de Observabilidade . . . 102

6.3.2 Controlabilidade Nula de (6.30) . . . 103

6.4 Prova dos Resultados Principais . . . 106

6.4.1 Prova da Proposi¸c˜ao 6.1 . . . 106

6.4.2 Prova do Teorema 6.4 . . . 109

Quest˜oes em Aberto 112

(11)

Introdu¸

ao

A disciplina de controle existe h´a muito tempo, por exemplo: nos projetos dos aque-dutos romanos, que tinham um sistema de v´alvulas para manter o n´ıvel da ´agua cons-tante, haviam elementos da teoria do controle. No final do s´eculo XVII, nos trabalhos de Christiaan Huygens e Robert Hooke sobre a oscila¸c˜ao do pˆendulo, cujo objetivo final foi uma medida precisa do tempo, aparecem novamente elementos do que hoje conhecemos como Teoria de Controle. O objetivo ent˜ao era fornecer instrumentos que servissem `a navega¸c˜ao e, em particular, controlassem o posicionamento dos navios. Estos trabalhos foram ent˜ao adaptadas `a regula¸c˜ao da velocidade dos moinhos de vento, utilizando um sistema mecˆanico de bolas que rodavam em torno de um eixo cuja velocidade de rota¸c˜ao era proporcional `a das lˆaminas do moinho. Quando a velocidade de rota¸c˜ao aumentava excessivamente, as bolas afastavam-se do eixo, travando as asas do moinho atrav´es de mecanismos engenhosos e mantendo, assim, uma velocidade aproximadamente constante. James Watt adaptou este princ´ıpio `a m´aquina a vapor, dando assim um enorme impulso `

a revolu¸c˜ao industrial. Atrav´es da revolu¸c˜ao industrial, as ideias do que hoje ´e chamado de Teoria de Controle estavam tomando forma e se tornando cada vez mais presentes. Na d´ecada dos 30, come¸cou a ter um grande avan¸co em tudo o relacionado com o controle autom´atico e suas aplica¸c˜oes foram numerosas: amplificadores em sistemas de telefonia, estabiliza¸c˜ao de aeronaves, etc. Durante a Segunda Guerra Mundial e nos anos que se seguiram, engenheiros e cientistas tiveram de aprimorar seus conhecimentos nos mecan-ismos de controle para monitorar aeronaves e projeteis antia´ereas. A partir de 1960, tudo o descrito come¸cou a ser conhecido como Teoria de Controle “cl´assica”. At´e ent˜ao os modelos utilizados foram insuficientes para modelar a complexidade do mundo real, porque com frequˆencia, apresentam um comportamento n˜ao-linear e n˜ao-determin´ıstico. Richard Bellman com seus trabalhos sobre “programa¸c˜ao dinˆamica”, R. Kalman com trabalhos “filtrada e an´alise alg´ebrica de problemas de controle” e Lev Pontryagin com trabalhos sobre “princ´ıpios de m´aximos para problemas de controle ´otimo n˜ao linear”

(12)

contribu´ıram e estabeleceram os pilares fundamentais para a pesquisa na Teoria do Con-trole nas ´ultimas d´ecadas. Outro personagem que influenciou bastante nas EDPs e na teoria de controle foi Jacques-Louis Lions.

Um problema de controle para sistemas governados por uma equa¸c˜ao parab´olica ou hiperb´olica pode ser formulado como segue: Dados um intervalo de tempo [0; T ], um estado inicial e um estado final, buscamos um controle que atue na trajet´oria do sistema (o lado direito da equa¸c˜ao diferencial ou a condi¸c˜ao de fronteira) , de modo que, a solu¸c˜ao do sistema associado a tal controle seja igual ao estado inicial no tempo t = 0 e ao estado final no tempo t = T.

Para definir os tipos de controlabilidade vamos considerar um problema linear

abstrato: (1)

(

yt+ Ay = Bu em (0, T ),

y(·, 0) = y0 em Ω,

onde A e B s˜ao operadores lineares, u : [0; T ] → U ´e o controle e y : [0; T ] → H ´e o estado. Por H e U denotamos dois espa¸cos de fun¸c˜oes adequados. Ent˜ao fixado T > 0, podemos definir v´arios tipos de problemas de controlabilidade no tempo T.

Controlabilidade exata: Dados y0 e y1 estados poss´ıveis do sistema, obter um

cont-role u tal que a correspondente solu¸c˜ao y de (1) satisfaz y(T ) = y1.

Controlabilidade aproximada: Dados y0 e y1 estados poss´ıveis do sistema e um n´u

mero  > 0, obter um controle u tal que a correspondente solu¸c˜ao y de (1) satisfaz ||y(T ) − y1||H < .

Controlabilidade nula: Dado y0, provar que existe um controle u tal que a

correspon-dente solu¸c˜ao y de (1) satisfaz y(T ) = 0.

Controlabilidade exata por trajet´orias: Dado y0 e uma trajet´oria arbitr´aria y do

sistema (1) (solu¸c˜ao associada a um controle u), obter um controle u tal que a correspondente solu¸c˜ao y de (1) satisfaz y(T ) = y(T ).

Sejamos mais espec´ıficos sobre os problemas de controle que ser˜ao abordados nesta tese. Seguiremos a ordem seguinte:

Cap´ıtulo 1

(13)

Neste cap´ıtulo enunciaremos algumas defini¸c˜oes e resultados b´asicos para a melhor com-preens˜ao da tese.

Cap´ıtulo 2

Controlabilidade Exata por Trajet´orias para EDPs Parab´olicas com N˜ao

Linearidade N˜ao Local

Neste cap´ıtulo analisaremos o problema de controlabilidade exata por trajet´orias com um controle distribu´ıdo no sistema parab´olico com n˜ao linearidade n˜ao local.

Dado Ω ⊂ RN(N ≥ 1 ´e um inteiro) um conjunto limitado n˜ao vazio, conexo e aberto,

com fronteira regular ∂Ω. Fixamos T > 0 e definamos Q := Ω × (0, T ) e Σ := ∂Ω × (0, T ). Dado ω ⊂ Ω ´e um conjunto n˜ao vazio e aberto. Estudaremos a controlabilidade exata por trajet´orias para o sistema n˜ao linear

(2)          yt− a( Z Ω y dx0)∆y = v1ω em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = y0(x) em Ω,

onde v ´e o controle e y ´e estado associado. Considere-se a trajet´oria ¯y = ¯y(x, t), a qual ´ e solu¸c˜ao de          yt− a( Z Ω y dx0)∆y = 0 em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = y0(x) em Ω,

O termo n˜ao local em (2) tem uma importante motiva¸c˜ao f´ısica. Com respeito a isto mostraremos alguns exemplos onde este termo aparece naturalmente no mundo real:

• No caso da migra¸c˜ao de popula¸c˜oes, por exemplo, as bact´erias em um contˆeiner, podem ter um coeficiente de difus˜ao no tempo t apenas dependendo da popula¸c˜ao total.

• No contexto de sistemas de rea¸c˜ao-difus˜ao, tamb´em ´e frequente encontrar termos desse tipo; o caso particular ´e dado por

a(h`, y(· , t)i)

onde a = a(s) ´e como acima e ` ´e uma forma linear cont´ınua em L2(Ω), foi in-vestigada por exemplo por Chang e Chipot em [47]. Ver este artigo para mais detalhes.

(14)

Recentemente, importantes progressos foram feitos na an´alise de controlabilidade de equa¸c˜oes e sistemas parab´olicos lineares e semi-lineares. Referimos-nos aos trabalhos [1, 4, 12, 25, 65] e as referˆencias neles contidas. Em particular, a controlabilidade nula de EDPs lineares parab´olicas (e hiperb´olicas) contendo termos n˜ao-locais no espa¸co tem sido o objetivo de [12]. Neste trabalho, a principal novidade do presente cap´ıtulo ´e que conseguimos um resultado de controlabilidade exata por trajet´orias regulares para sistemas do tipo (2), o qual at´e o momento n˜ao foi conseguida.

Cap´ıtulo 3

Controlabilidade do Sistema N − dimensional de

Ladyzhenskaya-Smagorinsky com N − 1 Controles Escalares em um Dom´ınio

Arbitr´ario do Controle

No estudo dos fluidos, n´os podemos classific´a-los como laminar e turbulento. Ver as seguintes gr´aficas:

Fluxo Laminar

Fluxo Turbulento

Uma das equa¸c˜oes que modelam o comportamento dos fluidos turbulentos ´e o sistema de Ladyzhenskaya-Smagorinsky e para enunciar-lo vamos definir os seguintes conjuntos e nota¸c˜oes:

Dado Ω ´e um subconjunto aberto, conexo e n˜ao vazio de RN (N = 2 ou N = 3) de classe C∞. Dado T > 0 e ω ⊂ Ω ´e um subconjunto (pequeno) aberto que ´e o dom´ınio do controle. Denotaremos por Q = Ω × (0, T ) e Σ = ∂Ω × (0, T ). No que segue, denotamos por (· , ·) e || · ||, respectivamente o produto escalar e a norma em L2(Ω). A continua¸c˜ao

apresentaremos o sistema de Ladyzhenskaya-Smagorinsky:

(3)            yt− ∇ · (ν0+ ν1k∇yk 2)Dy + (y · ∇)y + ∇p = v1 ω em Q, ∇ · y = 0 em Q, y = 0 sobre Σ, y(0) = y0 em Ω.

(15)

Aqui, y = y(x, t) e p = p(x, t) representam a campo de velocidade “m´edia” e a press˜ao de um fluido turbulento onde as part´ıculas se encontram em Ω durante o intervalo de tempo (0, T ); y0 ´e a velocidade m´edia no tempo t = 0; 1ω ´e a fun¸c˜ao caracter´ıstica de ω;

ν0 e ν1 s˜ao constantes positivas e Dy ´e o gradiente sim´etrico positivo: Dy = ∇y + ∇Ty.

Por outro lado, ω × (0, T ) ´e o dom´ınio do controle e v deve ser visto como o controle (uma forca m´edia) atuando no sistema.

O sistema (3) ´e uma generaliza¸c˜ao do sistema de Navier-Stokes. A controlabilidade do sistema de Navier-Stokes foi objeto de estudo nos ´ultimos anos (ver [13] e [35]), tamb´em a controlabilidade do sistema N − dimensional de Navier-Stokes com N − 1 controles escalares foi estudada em [14] e [45]. O primeiro trabalho que trato a controlabilidade de (3) encontra-se no artigo [15], onde os autores somente conseguiram a controlabilidade local nula com N controles escalares, assim como tamb´em resultados num´ericos. N´os ap-resentaremos neste cap´ıtulo um novo resultado que mostra que o sistema N −dimensional (3) pode ser controlado com N − 1 controles escalares em um dom´ınio arbitr´ario do con-trole.

Cap´ıtulo 4

Controlabilidade Local Nula do “Verdadeiro” Sistema de Boussinesq Vamos a estudar o comportamento de um fluido por meios das diversas leis e princ´ıpios f´ısicos (mais precisamente ver [55])

• Aplicando a segunda lei de Newton a dinˆamica de um fluido, temos

(4) ρ(yt+ (y · ∇)y) = −∇p + µ∆y + ~F + θ~k, ∇ · y = 0

onde

ρ = masa da part´ıcula do fluido

yt+ (y · ∇)y = acelera¸c˜ao ao longo da trajet´oria

~

F = for¸ca externa θ~k = esfor¸cos calor´ıficos y = velocidade

p = press˜ao

• Da conserva¸c˜ao da quantidade de movimento

(16)

onde

e = 1 2ρ|y|

2

+ Cρθ (´e a energ´ıa) g = entrada (sa´ıda do calor)

P (p, y) + ˜F.y + θ˜k.y = potencia das for¸cas que atuam −∇ · ~q = transferˆencia do calor

• Pela lei de Fourier

~q = −k(θ)∇θ De tudo isto temos o seguinte:

et+ y · ∇e = Cρ(θt+ y · ∇θ) + ρ(yt+ (y · ∇)y)y

∇ · (k(θ)∇θ) + g + P (ρ, y) + ~F.y + θk.y = Cρ(θt+ y · ∇θ) + (−∇p + µ∆y + ~F + θ~k).y

∇ · (k(θ)∇θ) + g + P (p, y) = Cρ(θt+ y · ∇θ) + µ∆y.y + g

Onde P (ρ, y) = µDy : ∇y + [(−∇p + µ∆y).y] e

Dy : ∇y = 1 2 N X i,j=1 (∂yj ∂xi + ∂yi ∂xj )∂yj ∂xi

Pelo que finalmente temos o seguinte

(5) g + µDy : ∇y = Cρ(θt+ y · ∇θ) − ∇ · (k(θ)∇θ)

De (4) e(5) temos o seguinte sistema de Boussinesq o qual ´e o mais realista, pelo que o chamaremos de “Verdadeiro” sistema de Boussinesq

(6)

(

yt− ∆y + (y · ∇)y + ∇p = θ~k + ~F, ∇ · y = 0 em Q,

θt− ∆θ + y · ∇θ = Dy : ∇y + g em Q,

A controlabilidade do sistema de Boussinesq sem o termo Dy : ∇y tem-sido objeto de estudo nos ´ultimos anos, por exemplo [14, 46, 60].

Dado Ω ⊂ RN (N = 2 ou N = 3) ´e um conjunto aberto, n˜ao vazio, conexo e limitado,

com fronteira regular ∂Ω × (0, T ). Dado ω ⊂ Ω ´e um conjunto n˜ao vazio e aberto. Estudaremos a controlabilidade nula do “Verdadeiro” sistema de Boussinesq

(7)             

yt− ∆y + (y · ∇)y + ∇p = θeN + v1ω, ∇ · y = 0 em Q,

θt− ∆θ + y · ∇θ = Dy : ∇y + v01ω em Q,

y(x, t) = 0, ∂θ

∂η(x, t) = 0 sobre Σ,

(17)

Aqui, y = y(x, t), θ = θ(x, t) e p = p(x, t) representam, respectivamente, a velocidade m´edia do campo, temperatura e press˜ao do fluido de part´ıculas em Ω durante o intervalo (0, T ); y0 ´e a velocidade m´edia inicial no tempo t = 0; 1ω´e a fun¸c˜ao caracter´ıstica em ω;

eN = (0, ..., 1) e Dy ´e o gradiente sim´etrico de y definido por: Dy = 12(∇y + ∇Ty) e

Dy : ∇y = N X j=1 N X i=1 1 2( ∂yj ∂xi + ∂yi ∂xj )∂yi ∂xj .

Por outro lado, ω ×(0, T ) ´e o dom´ınio do controle e v e v0 deve ser visto como os controles

(for¸cas m´edias) atuando no sistema.

Nos artigos [14, 46, 60], os autores conseguem resultados sobre a controlabilidade do sistema (7) sem o termo n˜ao linear Dy : ∇y. A principal contribui¸c˜ao do trabalho desenvolvido neste cap´ıtulo ´e que tratamos com um sistema do tipo Boussinesq com um termo Dy : ∇y na equa¸c˜ao da temperatura, conseguindo assim o seguinte resultado:

Teorema: Dado T > 0 e ω ⊂ Ω, existe δ > 0 tal que, para todo (y0, θ0) ∈ V ×

W1,3/2(Ω) satisfazendo

||(y0, θ0)||V ×W1,3/2(Ω) < δ,

pode-se achar um controle v ∈ L2(ω × (0, T ))N e v

0 ∈ L2(ω × (0, T )), tal que a solu¸c˜ao

(y, θ) de (7) satisfaz

y(x, T ) = 0 e θ(x, T ) = 0 em Ω, isto ´e o sistema n˜ao linear (7) ´e localmente nulo control´avel.

Para provar este Teorema, seguiremos uma t´ecnica usual (ver [14]), aplicando o Teo-rema da Fun¸c˜ao Inversa.

Cap´ıtulo 5

Um Resultado de Controlabilidade Global Nula Aproximada do

“Verdadeiro” Sistema de Boussinesq em Dimens˜ao 3

Dado Ω um conjunto aberto definido por:

Ω := {x ∈ R3 : xi ∈ (0, 1), 1 ≤ i ≤ 3},

cuja fronteira ´e denotada por ∂Ω e assumindo que T > 0. Denotemos por Q := Ω × (0, T ), Σ := ∂Ω × (0, T ).

Vamos a introduzir os espa¸cos

(18)

(onde η = η(x) ´e o vetor normal unit´ario em x ∈ ∂Ω) e V0(Ω) := {w ∈ H01(Ω)

3

: ∇ · w = 0 em Ω}.

Dados (u0, θ0) ∈ V0(Ω) × H01(Ω), vamos denotar por Γ0 e Γ1 os conjuntos

Γ0 := {(0, x2, x3) : x2, x3 ∈ (0, 1)}, Γ1 = ∂Ω\Γ0

Vamos a considerar o sistema tridimensional de Boussinesq

(8)                   

ut− ∆u + (u · ∇)u + ∇p = θe3, em Q,

∇ · u = 0 em Q,

θt− ∆θ + u · ∇θ = Du : ∇u em Q,

u = 0, θ = 0 sobre Γ0× (0, T ),

u(x, 0) = u0(x), θ(x, 0) = θ0(x) em Ω.

Aqui Du representa o gradiente sim´etrico de u: Du = 12(∇u + ∇Tu) e

Du : ∇u = 3 X j=1 3 X i=1 1 2( ∂uj ∂xi + ∂ui ∂xj )∂ui ∂xj .

Alguns resultados de controlabilidade de (8) sem o termo Du : ∇u foram estudados em [2] (Controlabilidade Global) quando o controle atua em toda a fronteira. Por outro lado a controlabilidade local de (8) sem o termo Du : ∇u teve um grande estudo, como por exemplo nos artigos [13] e [60]. Tamb´em podemos mencionar que os resultados de controlabilidade nestos ´ultimos artigos foram melhorados para o caso em que o controle possui N − 1 controles escalares para um sistema N dimensional (N = 2 ou N = 3), como se pode ver em [46].

Em [16], os autores conseguiram alguns resultados sobre a controlabilidade “parcial” nula aproximada para o sistema (8) sem o termo Du : ∇u. Eles provam que, para qualquer u0 e θ0, existem sequencias {fn} e {gn} tais que fn → 0 e gn → 0 em um

apropriado sentido e, para cada n, as equa¸c˜oes associadas s˜ao nulo-control´avel, com controles na fronteira suportado por Γ1 × (0, T ). Os argumentos s˜ao inspirados pela

prova do resultado principal em [59]. Neste cap´ıtulo, nosso principal objetivo ´e provar um resultado similar para o “verdadeiro” sistema de Boussinesq (8).

Cap´ıtulo 6

Controlabilidade via a Estrat´egia de Stackelberg-Nash para uma EDP

(19)

Nas ´ultimas d´ecadas existem muitos trabalhos abordando os problemas de controla-bilidade de equa¸c˜oes parab´olicas lineares e semilineares ver por exemplo [1, 4, 7, 54].

Uma parte importante em Teoria de Controle ´e a otimiza¸c˜ao. Neste caso, al´em de resolver o problema de controlabilidade, buscamos o controle ´otimo no sentido de minimizar custos (ou maximizar benef´ıcios). Os problemas de controle ´otimo onde pelo menos dois controles atuam foi introduzido pela primeira vez por J. Louis Lions em [31] o qual foi publicado no ano 1994, ali Lions trabalhou com dois controles: um l´ıder e um seguidor via a estrat´egia de Stackelberg (motivado pelo Economista H. Von Stackelberg) conseguindo o controle aproximado do seguinte sistema hiperb´olico:

                     ∂2y ∂t2 − ∆y = 0 em Ω × (0, T ) y =        v1 sobre Σ1 v2 sobre Σ2 0 sobre Σ \ Σ1∪ Σ2 y(x, 0) = y0(x), ∂y ∂t(x, 0) = y1(x) em Ω

onde v1 ´e o l´ıder, v2 ´e o seguidor e queremos minimizar os seguintes funcionais:

˜ J1(v1) = 1 2 Z Σ |v1|2dΣ ˜ J2(v2) = 1 2 Z Ω×(0,T ) |y(v1, v2) − y2|2dx dt + β 2 Z Ω |v2|2dΣ

com β > 0 uma constante e y2 ´e uma trajet´oria de observa¸c˜ao.

Posteriormente no ano 2004 J. Louis Lions e J. I. Diaz publicaram “On the approx-imate controllability of Stckelberg-Nash strategies”, neste artigo resolveram o problema de controlabilidade aproximada para um sistema parab´olico considerando um l´ıder e n-seguidores (ver [28]), para ser mais preciso vejamos o problema abordado

           ∂y ∂t + Ay = v1O+ n X i=1 wi1Oi em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = 0 em Ω,

onde A ´e um operador el´ıtico de segundo ordem em Ω e nesse artigo considere-se os funcionais seguintes: ˆ Ji(v, w1, ..., wn) = 1 2 Z Z Oi×(0,T ) |wi|2dx dt + αi 2 Z Ω ρ2i|y(T ) − yT|2dx.

(20)

Nesse artigo pela primeira vez usaram a estrat´egia de Stackelberg associada a ideia de equil´ıbrio de Nash.

Logo foram publicados muitos artigos relacionados com a estrat´egia de Stackelberg-Nash, veja por exemplo [18, 20, 27, 29, 63]. Neste per´ıodo teve um forte estudo as EDPs do tipo linear at´e o 2015.

No ano 2015 F. D. Araruna, E. F. Cara e M. C. Santos publicaram “ Stackelberg Nash exact controllability for linear and semilinear parabolic equations”, nesse trabalho pela primeira vez se conseguiu a controlabilidade via a estrat´egia de Stackelberg-Nash para sistemas n˜ao lineares. Para ser mais exatos o seguinte sistema

      

yt− ∆y + a(x, t)y = F (y) + f 1O + v11O1 + v

21

O2 em Ω

y(x, t) = 0 sobre Σ

y(x, 0) = y0(x) em Ω

Neste cap´ıtulo, propomos estudar um problema de controle multi-objetivo para uma EDP parab´olica n˜ao linear seguindo uma estrat´egia hier´arquica. Dividimos o controle em duas (ou mais) partes, digamos f, v1, v2, · · · onde f ´e o controle principal, usualmente

chamado “l´ıder” e os controles vi s˜ao controles secund´arios, chamados “seguidores”. Va-mos ver que o l´ıder ´e o principal respons´avel pela “controlabilidade”. As propriedades dos seguidores dos controles secund´arios ser˜ao descritos posteriormente.

Dado Ω ⊂ RN (N ≥ 1 ´e um inteiro) um subconjunto, n˜ao vazio, aberto e limitado, com fronteira regular ∂Ω. Fixamos T > 0 denotamos por Q := Ω × (0, T ) e Σ := ∂Ω × (0, T ). Estudaremos o seguinte sistema.

(9)        yt− ∇ · (a(y)∇y) = f 1O + v1β11O1 + v 2β 21O2 em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = y0(x) em Ω,

onde y = y(x, t) ´e o estado e y0 ´e o dado inicial no tempo t = 0. Em (9) o conjunto

O ⊂ Ω ´e o dom´ınio do controle principal e O1 e O2 ⊂ Ω s˜ao os dom´ınios dos controles

se-cund´arios (todos eles s˜ao supostos pequenos); 1O, 1O1 e 1O2 s˜ao as fun¸c˜oes caracter´ısticas

de O, O1 e O2 , respectivamente. Os controles s˜ao f , v1 e v2, onde f ´e o l´ıder, v1 e v2

s˜ao os seguidores.

Dado O1,d, O2,d ⊂ Ω s˜ao conjuntos abertos, representando os dom´ınios de observa¸c˜ao

dos seguidores. Considere-se os seguintes funcionais para (9) Ji(f ; v1, v2) := 1 2 Z Z Oi,d×(0,T ) αi|y − yi,d|2dx dt + µi 2 Z Z Oi×(0,T ) |vi|2dx dt,

(21)

O processo de controle pode ser descrito como segue. Assumindo que o l´ıder f foi escolhido, procuramos um equil´ıbrio de Nash para os custos Ji (i ∈ {1, 2}). Portanto,

uma vez fixado f procuramos vi ∈ L2(O

i× (0, T )) tais que satisfazem

J1(f ; v1, v2) = min ˆ v1 J1(f ; ˆv 1, v2), J 2(f ; v1, v2) = min ˆ v2 J2(f ; v 1, ˆv2)

sujeito a restri¸c˜ao de controlabilidade

y(x, T ) = 0 em Ω.

F. D. Araruna, E. F-Cara, S. Guerrero e M. C. Santos em [18] conseguem alguns resultados sobre a estrat´egia de Stackelberg-Nash para controlar uma equa¸c˜ao semilinear parab´olica em dimens˜ao N ≤ 14. Al´em disso, em [65] os autores provam a controlabili-dade nula para um sistema N -dimensional do tipo (9) com somente um controle atuando, para todo N ≥ 1 (inteiro). No presente cap´ıtulo, a principal novidade ´e que conseguimos a controlabilidade nula com respeito ao controle l´ıder do sistema (9) para qualquer N ≥ 1 (inteiro) tal que os seguidores sejam um equil´ıbrio de Nash.

(22)

Cap´ıtulo 1

Preliminares

Neste cap´ıtulo apresentamos alguns resultados necess´arios para que o leitor possa ter uma melhor compreens˜ao dos conte´udos abordados nos cap´ıtulos seguintes.

1.1

opicos de An´

alise Funcional

1.1.1

Convergˆ

encia Fraca e Fraca Estrela

Defini¸c˜ao 1.1. (Convergˆencia Fraca) Sejam E um espa¸co de Banach e (uν)ν∈N uma

sequˆencia de E. Ent˜ao uν * u se, e somente se, hϕ, uνi → hϕ, ui, para todo ϕ ∈ E0.

Defini¸c˜ao 1.2. (Convergˆencia Fraca Estrela) Sejam E um espa¸co de Banach,

ϕ ∈ E0 e (ϕν)ν∈N uma sequˆencia de E0. Diz-se ϕν ∗

* ϕ fraca estrela se, e somente se, hϕν, ui → hϕ, ui, para todo u ∈ E.

Proposi¸c˜ao 1.1. Seja E um espa¸co de Banach e (xn)n∈N uma sequˆencia em E. Ent˜ao:

(i) Se xn * x em σ(E, E0) ent˜ao hf, xni → hf, xi, ∀f ∈ E0;

(ii) Se xn → x forte ent˜ao xn * x fracamente para σ(E, E0);

(iii) Se xn * x em σ(E, E0) e se fn→ f fortemente em E0 (isto ´e, kfn− f kE0 → 0)

ent˜ao hfn, xni → hf, xi.

(23)

1.1.2

Espa¸

cos Separ´

aveis e Reflexivo

Defini¸c˜ao 1.3. Diz-se que um espa¸co m´etrico E ´e separ´avel se existe um subconjunto D ⊂ E numer´avel e denso.

Defini¸c˜ao 1.4. Seja E um espa¸co de Banach e seja J a inje¸c˜ao canˆonica de E em E00. Diz-se que E ´e reflexivo se J (E) = E00.

Quando o espa¸co E ´e reflexivo identifica-se implicitamente E e E00 (com ajuda do isomorfismo J ).

Teorema 1.1. (Banach-Alaoglu-Bourbaki). Sejam E um espa¸co de Banach e E0 o

seu dual topol´ogico. Ent˜ao o conjunto

BE0 = {f ∈ E0; kf k ≤ 1} ´e compacto na topologia fraca estrela

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 42).

Teorema 1.2. Sejam E um espa¸co de Banach separ´avel e E0 o seu dual topol´ogico. Ent˜ao o conjunto

BE0 = {f ∈ E0; kf k ≤ 1} ´e metriz´avel na topologia fraca estrela.

Reciprocamente, se BE0 ´e metriz´avel na topologia fraca estrela, ent˜ao E ´e separ´avel.

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p.48).

O primeiro resultado (o corol´ario) ´e uma consequˆencia do Teorema 1.1 e Teorema 1.2. Corol´ario 1.1. Sejam E um espa¸co Banach separ´avel e (fn)n∈N uma sequˆencia limitada

em E0. Ent˜ao existe uma subsequˆencia (fnk)k∈N de (fn)n∈N tal que converge na topologia

fraca estrela.

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 50).

Teorema 1.3. Seja E um espa¸co de Banach reflexivo e suponhamos que a sequˆencia (fk)k∈N ⊂ E ´e limitada. Ent˜ao existe uma subsequˆencia (fkj)j∈N de (fk)k∈N e f ∈ E tal

que

fkj * f.

(24)

1.2

Teoria das Distribui¸

oes Escalares

Defini¸c˜ao 1.5. Sejam Ω ⊂ Rn um aberto limitado e ϕ : Ω ⊂ Rn → R uma fun¸c˜ao

cont´ınua. Denomina-se suporte de ϕ ao fecho em Ω do conjunto dos pontos x tais que ϕ (x) 6= 0. Simbolicamente,

supp (ϕ) ={x ∈ Ω; ϕ (x) 6= 0} Ω.

Defini¸c˜ao 1.6. Denota-se por C0∞(Ω) o espa¸co vetorial das fun¸c˜oes cont´ınuas e infini-tamente deriv´aveis em Ω com suporte compacto em Ω.

O espa¸co C0∞(Ω) ´e de grande importˆancia para o nosso estudo, visto que estamos interessados em estudar funcionais lineares cont´ınuos definidos em C0∞(Ω).

Dado Ω como acima, considere o espa¸co vetorial topol´ogico C0∞(Ω). Diz-se que uma sequˆencia (ϕν)ν∈N de fun¸c˜oes em C0∞(Ω) converge para ϕ em C

0 (Ω) quando forem

satisfeitas as seguintes condi¸c˜oes:

i) Existe um conjunto compacto K ⊂ Ω tal que

supp (ϕ) ⊂ K e supp (ϕν) ⊂ K, ∀ ν ∈ N

ii) Dαϕ

ν −→ Dαϕ uniformemente em K para todo multi-´ındice α.

O espa¸co vetorial C0∞(Ω) munido da no¸c˜ao de convergˆencia definida acima ser´a repre-sentada por D (Ω) e denominado de espa¸co das fun¸c˜oes testes.

Denomina-se distribui¸c˜ao escalar sobre Ω a toda forma linear T : D (Ω) −→ R cont´ınua com respeito a topologia de D (Ω). Isto significa que T satisfaz as seguintes condi¸c˜oes:

i) T (αϕ + βψ) = αT (ϕ) + βT (ψ), ∀ϕ, ψ ∈ D(Ω), ∀α, β ∈ R

ii) T ´e continua, isto ´e, se uma sequˆencia (ϕν)ν∈N converge, em D (Ω) para ϕ, ent˜ao,

T (ϕν) −→ T (ϕ) em R.

O valor da distribui¸c˜ao T na fun¸c˜ao teste ϕ ser´a representado por hT, ϕi. Equipa-se o espa¸co vetorial das distribui¸c˜oes escalares da seguinte no¸c˜ao de convergˆencia:

Considera-se o espa¸co de todas as distribui¸c˜oes sobre Ω. Neste espa¸co, diz-se que a sequˆencia (Tν)ν∈N converge para T , quando a sucess˜ao (hTν, ϕi)ν∈N converge para hT, ϕi

(25)

O conjunto das distribui¸c˜oes escalares sobre Ω ´e um espa¸co vetorial real, denotado por D0(Ω), denominado espa¸co das distribui¸c˜oes escalares sobre Ω. Com o intuito de estudar os espa¸cos de Sobolev, introduz-se o conceito de derivada distribucional para objetos de D0(Ω). A motiva¸c˜ao no conceito de derivada fraca e posteriormente o conceito de derivada distribucional dada por Sobolev, se deve a f´ormula de integra¸c˜ao por partes de C´alculo, sendo este conceito generalizado para distribui¸c˜oes qualesquer em D0(Ω).

Dada uma distribui¸c˜ao T em D0(Ω) e dado um multi-´ındice α ∈ Nn define-se a

derivada distribucional de ordem α de T como sendo DαT : D (Ω) → R a forma linear e

cont´ınua dada por

hDαT, ϕi = (−1)|α|

hT, Dαϕi , para todo ϕ ∈ D (Ω) .

Segue da defini¸c˜ao acima que cada distribui¸c˜ao T sobre Ω possui derivadas de todas as ordens. Note-se que a aplica¸c˜ao

(1.1) Dα : D0(Ω) → D0(Ω)

´

e linear e continua no sentido da convergˆencia definida em D0(Ω). Isto significa que

(1.2) lim v→∞Tv = T em D 0 (Ω) ent˜ao lim v→∞D α Tv = DαT em D0(Ω)

1.3

Os Espa¸

cos L

p

(Ω)

Nesta se¸c˜ao, ser˜ao dadas algumas defini¸c˜oes e propriedades elementares dos espa¸cos Lp(Ω).

Defini¸c˜ao 1.7. Sejam Ω ⊆ Rn um subconjunto aberto e p ∈ R com 1 ≤ p < ∞; ´e

definido

Lp(Ω) = {f : Ω → R; f mensur´avel e |f |p ∈ L1(Ω)}.

O espa¸co Lp(Ω) com 1 ≤ p < ∞ ´e um espa¸co de Banach equipado com a norma

kf kLp(Ω)=

hZ

|f (x)|pdxi1/p.

Defini¸c˜ao 1.8. Seja Ω ⊆ Rn um subconjunto aberto; ´e definido

L∞(Ω) = {f : Ω → R; f mensur´avel e ∃ Cconstante tal que |f (x)| ≤ C q.s em Ω}. O espa¸co L∞(Ω) ´e um espa¸co de Banach equipado com a norma

(26)

Teorema 1.4. (Desigualdade de H¨older). Sejam as fun¸c˜oes f ∈ Lp(Ω), g ∈ Lq(Ω) com 1 ≤ p ≤ ∞ e q o expoente conjugado de p; isto ´e 1p +1q = 1. Ent˜ao f.g ∈ L1(Ω) e

Z

|f g|dx ≤ kf kLp(Ω)kgkLq(Ω).

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 56).

Observa¸c˜ao 1.5. Temos que mencionar uma consequˆencia muito ´util da desigualdade de H¨older: sejam f1, f2, . . . , fk fun¸c˜oes tais que

fi ∈ Lpi(Ω) para 1 ≤ i ≤ k com 1 p = 1 p1 + 1 p2 + · · · + 1 pk ≤ 1. Ent˜ao o produto f = f1f2f3. . . fk pertence a Lp(Ω) e

kf kLp(Ω) ≤ kf1kLp1(Ω)kf2kLp2(Ω). . . kfkkLpk(Ω).

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 57).

Teorema 1.6. (Teorema da convergˆencia dominada, Lebesgue). Seja (fn)n∈Numa sequˆencia

de fun¸c˜oes em L1 que satisfazem:

(a) fn(x) −→ f (x) em q.t.p de Ω,

(b) existe uma fun¸c˜ao g ∈ L1 tal que, para todo n tem-se |fn(x)| ≤ g(x), em q.t.p de Ω.

Ent˜ao f ∈ L1(Ω) e kf

n− f kL1 → 0.

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 54).

Teorema 1.7. Sejam (fn)n∈N uma sequˆencia de Lp e f ∈ Lp, tal que kfn− f kLp → 0.

Ent˜ao, existe uma subsequˆencia (fnk)k∈N de (fn)n∈N e uma fun¸c˜ao h ∈ L

p tal que

(a) fnk(x) −→ f (x) em q.t.p de Ω

(b) |fnk(x)| ≤ h(x) para todo k e em q.t.p de Ω.

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([24], p. 58).

Defini¸c˜ao 1.9. Diz-se que uma fun¸c˜ao f : Ω → R ´e localmente integr´avel em Ω, quando f ´e integr´avel `a Lebesgue em todo compacto K ⊂ Ω. O espa¸co das fun¸c˜oes localmente integr´aveis ´e denotado por L1

loc(Ω). Em s´ımbolos tem-se

f ∈ L1loc(Ω) ⇔ Z

K

|f |dx < ∞, para todo compacto K ⊂ Ω.

As distribui¸c˜oes que aparecem com mais frequˆencia s˜ao aquelas definidas a partir de fun¸c˜oes localmente integr´aveis.

(27)

Exemplo 1.8. Seja u ∈ L1loc(Ω) e definamos Tu : D(Ω) → R por

hTu, ϕi =

Z

u(x)ϕ(x)dx Nestas condi¸c˜oes Tu ´e uma distribui¸c˜ao escalar sobre Ω.

Lema 1.1. (Du Bois Raymond). Seja u ∈ L1

loc(Ω). Ent˜ao Tu = 0 se, e somente se,

u = 0 quase sempre em Ω.

Demonstra¸c˜ao: Medeiros, L. A e Milla Miranda, M. ([41], p. 12).

Observa¸c˜ao 1.9. Outro resultado interessante ´e que a derivada de uma fun¸c˜ao L1 loc(Ω),

n˜ao ´e em geral uma fun¸c˜ao de L1 loc(Ω).

Tal fato motivar´a a defini¸c˜ao de uma classe significativa de espa¸cos de Banach de fun¸c˜oes conhecidas sob a denomina¸c˜ao de Espa¸cos de Sobolev.

1.4

Espa¸

cos de Sobolev

Como vimos na se¸c˜ao anterior, toda fun¸c˜ao u ∈ Lp(Ω) possui derivadas distribucionais

de todas as ordens. Entretanto, as derivadas de u nem sempre s˜ao tamb´em fun¸c˜oes em Lp(Ω).

1.4.1

Os Espa¸

cos W

m,p

(Ω)

Chamaremos multi-´ındice a toda n-upla α = (α1, α2, ..., αn) de n´umeros naturais.

Dado um multi-´ındice α, definimos a ordem |α| de α por |α| = α1 + α2 + ... + αn, e

representamos por Dα o operador deriva¸c˜ao

Dα = ∂

|α|

∂xα1

1 ...∂xαnn

.

Defini¸c˜ao 1.10. Sejam Ω um aberto do Rn, 1 ≤ p ≤ ∞ e m ∈ N. O Espa¸co de Sobolev que denotamos por Wm,p(Ω), ´e o espa¸co vetorial das (classes de) fun¸oes em Lp(Ω) cujas

derivadas distribucionais de ordem α pertencem a Lp(Ω), para todo multi-´ındice α com

|α| ≤ m. Simbolicamente escrevemos:

(28)

O espa¸co Wm,p(Ω) com 1 ≤ p < ∞ ´e um espa¸co de Banach equipado com a norma kukWm,p(Ω) =  X |α|≤m Z Ω |Dαu(x)|pdx 1/p ,

tamb´em Wm,∞(Ω) ´e um espa¸co de Banach com a norma

kukWm,∞(Ω)=

X

|α|≤m

sup essΩ|Dαu(x)|.

No caso p = 2, o espa¸co Wm,p(Ω) ser´a representado por Hm(Ω) que ´e um Espa¸co de Hilbert, cujo produto interno e a correspondente norma induzida em Hm(Ω) s˜ao dadas por hu, viHm(Ω) = X |α|≤m hDαu, DαviL2(Ω) e kukHm(Ω) =  X |α|≤m Z Ω |Dαu(x)|2dx 1/2 .

Agora vamos apresentar algumas desigualdades de Sobolev que nos ajudar˜ao a alcan¸car objetivo proposto.

Corol´ario 1.2. Supomos que Ω ´e um conjunto aberto de Rn e de classe C1 com Γ

limitado, seja 1 ≤ p ≤ ∞, ent˜ao tem-se

Se p < n W1,p(Ω) ,→ Lp∗(Ω), onde p1∗ = 1pn1,

Se p = n W1,p(Ω) ,→ Lq(Ω), para todo q ∈ [p, +∞), Se p > n W1,p(Ω) ,→ L∞(Ω),

e todas estas inje¸c˜oes s˜ao cont´ınuas. Al´em disso, se p > n tem-se para todo u ∈ W1,p(Ω)

|u(x) − u(y)| ≤ CkukW1,p|x − y|α q.s. x, y ∈ Ω,

onde α = 1 − (N/p) e C dependa apenas do Ω, p e n. Em particular W1,p(Ω) ,→ C(Ω).

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([23], p. 285).

Teorema 1.10 (Rellich–Kondrachov). Suponha Ω um subconjunto de Rn limitada e de

classe C1. Ent˜ao tem-se as seguintes inje¸oes compactas

Se p < n W1,p(Ω) ,→ Lq(Ω), para todo q ∈ [1, p∗) com p1∗ = 1p − 1n,

Se p = n W1,p(Ω) ,→ Lq(Ω), para todo q ∈ [p, +∞), Se p > n W1,p(Ω) ,→ C(Ω).

(29)

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([23], p. 285).

Observa¸c˜ao 1.11. Note que D(Ω) ´e denso em H1(Ω). Se u, v ∈ D(Ω), vale a identidade

Z Ω ∂ ∂xi (uv)dx = Z Γ uvνidΓ,

sendo νi = cos(xi, ν), ν normal unit´aria externa a Γ. Portanto,

Z Ω ∂u ∂xi vdx = − Z Ω u∂v ∂xi dx + Z Γ uvνidΓ,

para todo par de fun¸c˜oes u, v ∈ D(Ω). Por densidade, estende-se este resultado para fun¸c˜oes u, v ∈ H1(Ω).

Demonstra¸c˜ao: Medeiros, L. A e Milla Miranda, M. ([39], p. 126).

1.4.2

Os Espa¸

cos W

0m,p

(Ω) e W

−m,q

(Ω)

Observe que, embora o espa¸co vetorial das fun¸c˜oes testes D(Ω) seja denso em Lp(Ω), para 1 ≤ p < ∞, em geral ele n˜ao ´e denso em Wm,p(Ω). Isto acontece porque a norma

de Wm,p(Ω) ´e “bem maior” que a norma de Lp(Ω) ´e por isso que Wm,p(Ω) possui menos

sequˆencias convergentes. Isto motivou a defini¸c˜ao dos espa¸cos W0m,p(Ω). Defini¸c˜ao 1.11. Seja Ω um subconjunto aberto de Rn, ´e definido

W0m,p(Ω) = D(Ω)W

m,p(Ω)

.

No caso p = 2, o espa¸co W0m,p(Ω) ser´a representado por Hm 0 (Ω).

Teorema 1.12. (Desigualdade de Poincar´e). Suponhamos Ω ´e um subconjunto aberto e limitado de Rn e 1 ≤ p < ∞. Ent˜ao existe uma constante C (dependendo de Ω e p) tal que

kukLp(Ω)≤ Ck∇ukLp(Ω), para todo u ∈ W01,p(Ω).

Demonstra¸c˜ao: Ver Brezis ([23], p. 290).

Observa¸c˜ao 1.13. Em particular a express˜ao k∇ukLp(Ω)´e uma norma no espa¸co W01,p(Ω),

equivalente a norma kukW1,p(Ω); em H01(Ω) tem-se o produto interno

((u, v)) = n X i=1 Z Ω ∂u ∂xi ∂v ∂xi dx,

(30)

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([23], p. 290).

Os espa¸cos W0m,p(Ω) e, em particular, os espa¸cos Hm

0 (Ω), desempenham papel

funda-mental na Teoria dos Espa¸cos de Sobolev, e por conseguinte, na Teoria das EDP’s. Se 1 ≤ p < ∞ e o n´umero q ´e o expoente conjugado de p, isto ´e 1p + 1q = 1, ent˜ao repre-sentamos por W−m,q(Ω) o dual topol´ogico de W0m,p(Ω) e por H−m(Ω) o dual topol´ogico de H0m(Ω). Em outras palavras, se f pertence a H−m(Ω) ´e uma funcional linear limitada sobre Hm

0 (Ω).

Defini¸c˜ao 1.12. Se f ∈ H−1(Ω) a norma ´e definida como sendo kf kH−1(Ω) = sup{hf, ui; para todo u ∈ H01(Ω) com kukH1

0(Ω) ≤ 1}.

Observa¸c˜ao 1.14. Em particular, as conclus˜oes do Corol´ario 1.2 s˜ao v´alidas para o espa¸co W01,p(Ω) com um subconjunto arbitr´ario aberto Ω de Rn. Similarmente, a

con-clus˜ao do Teorema 1.10 ´e v´alido para W01,p(Ω) com um subconjunto arbitr´aria Ω aberto e limitado de Rn

Demonstra¸c˜ao: Brezis ([23], p. 290).

1.5

Espa¸

cos L

p

(0, T ; X)

Estende-se as no¸c˜oes de mensurabilidade e integrabilidade, para fun¸c˜oes f : [0, T ] −→ X,

onde T > 0 e X ´e um espa¸co de Banach real com a norma k.k

Defini¸c˜ao 1.13. (i) Uma fun¸c˜ao s : [0, T ] → X ´e chamada simples se tem forma s(t) =

m

X

i=1

χEi(t)ui, (0 ≤ t ≤ T ),

onde cada Ei ´e um subconjunto Lebesgue mensur´avel de [0, T ] e ui ∈ X, (i=1,2,...,m).

(ii) Uma fun¸c˜ao f : [0, T ] −→ X ´e fortemente mensur´avel se existem fun¸c˜oes simples sk : [0, T ] → X tais que

sk(t) −→ f (t); para q.s 0 ≤ t ≤ T.

(iii) Uma fun¸c˜ao f : [0, T ] −→ X ´e fracamente mensur´avel se, para cada u∗ ∈ X∗ a

(31)

Defini¸c˜ao 1.14. (i) Se s(t) =Pm

i=1χEi(t)ui ´e uma fun¸c˜ao simples, definimos

Z T 0 s(t)dt = m X i=1 |Ei|ui.

(ii) Dizemos f : [0, T ] −→ X ´e som´avel se existe uma sequˆencia de {sk}∞k=1 de fun¸c˜oes

simples, tal que

Z T

0

ksk(t) − f (t)kdt → 0; quando k → ∞.

(iii) Se a fun¸c˜ao f ´e som´avel, definimos Z T 0 f (t)dt = lim k→∞ Z T 0 sk(t)dt.

Defini¸c˜ao 1.15. Denota-se por Lp(0, T ; X), com 1 ≤ p ≤ ∞ o espa¸co vetorial das

(classes de) fun¸c˜oes u : (0, T ) −→ X fortemente mensur´aveis com valores em X e tais que; se 1 ≤ p < ∞ a fun¸c˜ao t 7→ ku (t)kpX ´e integr´avel `a Lesbegue em (0, T ); e se p = ∞ a fun¸c˜ao t 7→ ku (t)kX ∈ L∞(0, T ).

O espa¸co Lp(0, T ; X) ´e um espa¸co completo com a norma definido por

kukLp(0,T ;X) = Z T 0 ku (t)kpXdt 1/p , se 1 ≤ p < ∞. Se p = ∞ norma acima ´e substitu´ıda por

kukL(0,T ;X) = sup ess

0<t<T

ku (t)kX.

Apenas no caso em que p = 2 e X ´e um espa¸co de Hilbert, o espa¸co L2(0, T ; X) ´e um

espa¸co de Hilbert, cujo produto interno ´e dado por hv, uiL2(0,T ;X) =

Z T

0

hv (t) , u (t)iXdt.

Quando X ´e reflexivo e separ´avel e 1 < p < ∞, ent˜ao Lp(0, T ; X) ´e um espa¸co reflexivo

e separ´avel, cujo dual topol´ogico se identifica ao espa¸co de Banach Lp0(0, T ; X0), onde p

e p0 s˜ao ´ındices conjugados, isto ´e, 1p+p10 = 1. A dualidade entre esses espa¸cos ´e dada na

forma integral por

hv, uiLp0(0,T ;X0)×Lp(0,T ;X) =

Z T 0

hv (t) , u (t)iX0×Xdt.

(32)

Defini¸c˜ao 1.16. Denota-se por C ([0, T ] ; X), com T > 0 o espa¸co de Banach das fun¸c˜oes cont´ınuas u : [0, T ] −→ X munido da norma da convergˆencia uniforme

kukC([0,T ];X)= max

0≤t≤Tku (t)kX < ∞.

Teorema 1.15 (Aubin-Lions). Sejam B0, B, B1 espa¸cos de Banach, B0 e B1 reflexivos,

a imers˜ao de B0 em B ´e compacta, B imerso continuamente em B1, 1 < p0, p1 < ∞ e

W o espa¸co W = {u ∈ Lp0(0, T ; B 0) ; u0 ∈ Lp1(0, T ; B1)} equipado da norma kukW = kukLp0(0,T ;B 0)+ ku 0k Lp1(0,T ;B1).

Ent˜ao W ´e um espa¸co de Banach, e a imers˜ao de W em Lp0(0, T ; B) ´e compacta.

Demonstra¸c˜ao: Lions ([32], p. 58).

Observa¸c˜ao 1.16. Uma consequˆencia do Teorema de Aubin-Lions: se (uν)ν∈N ´e uma

sequˆencia limitada em L2(0, T ; B

0) e (u0ν)ν∈N ´e uma sequˆencia limitada em L

2(0, T ; B 1)

ent˜ao (uν)ν∈N ´e limitada em W . Da´ı, segue-se que existe uma subsequˆencia (uνk)k∈N de

(uν)ν∈N tal que uνk −→ u forte em L

2(0, T ; B) .

Lema 1.2. Sejam Q um subconjunto aberto limitado de Rnx×Rt, gm e g fun¸c˜oes de Lq(Q)

com 1 < q < ∞, satisfazendo

|gm|Lq(Q) ≤ C e gm → g, em q.t.p de Q.

Ent˜ao

gm * g, em Lq(Q)

Demonstra¸c˜ao: Lions ([32], p. 12).

Lema 1.3. Sejam V, H, V0 trˆes espa¸cos de Hilbert, sendo V0 o dual de V . Se uma fun¸c˜ao u pertence ao espa¸co L2(0, T ; V ) e seu derivada u0 pertence ao espa¸co L2(0, T ; V0), ent˜ao u

´

e quase sempre igual a uma fun¸c˜ao cont´ınua de [0, T ] em H, e temos a seguinte igualdade no sentido de distribui¸c˜ao escalar em (0, T )

d dt | u |

2= 2hu0

, ui. A igualdade acima faz sentido desde que as fun¸c˜oes

t 7→| u(t) |2 e t 7→ hu0(t), u(t)i s˜ao ambas integr´aveis em [0, T ].

(33)

Demonstra¸c˜ao: Temam ([57], p. 261).

Lema 1.4. Sejam X um espa¸co de Banach, f ∈ Lp(0, T ; X) e f0 ∈ Lp(0, T ; X) com

1 ≤ p ≤ ∞, ent˜ao

f ∈ C([0, T ]; X).

(Possivelmente redefinidas sobre um conjunto de medida nula.) Demonstra¸c˜ao: Lions ([32], p. 7).

1.6

Distribui¸

oes Vetoriais

Seja um n´umero real T > 0 e X um espa¸co de Banach real com a norma k.k

Defini¸c˜ao 1.17. Uma distribui¸c˜ao vetorial sobre (0, T ) com valores em X, ´e uma fun¸c˜ao f : D (0, T ) → X linear e cont´ınua. O conjunto dessas transforma¸c˜oes lineares ´e chamado Espa¸co das Distribui¸c˜oes Vetoriais sobre (0, T ) com valores em X e ´e denotado por

D0(0, T ; X) = L(D (0, T ) ; X).

Defini¸c˜ao 1.18. Seja f ∈ D0(0, T ; X). A derivada de ordem n ´e definida como sendo a distribui¸c˜ao vetorial sobre (0, T ) com valores em X dada por

 dnf dtn, ϕ  = (−1)n  f,d nϕ dtn  , ∀ϕ ∈ D (0, T ) .

Observa¸c˜ao 1.17. Se a fun¸c˜ao f pertence ao espa¸co Lp(0, T ; X) com 1 ≤ p ≤ ∞, ent˜ao

define uma distribui¸c˜ao que denotamos pela mesma fun¸c˜ao f e ´e dada por f (ϕ) =

Z T

0

f (t)ϕ(t)dt, para todo ϕ ∈ D (0, T ) , com valores integrales em X.

Demonstra¸c˜ao: Lions ([32], p. 7).

1.7

Equa¸

ao de Evolu¸

ao de Stokes

Defini¸c˜ao 1.19. Seja Ω aberto e limitado em RN com fronteira de classe C1 e N = 2 ou N = 3 H = {w ∈ [L2(Ω)]N; ∇ · w = 0 em Ω, ϕ · η = 0 sobre ∂Ω} V = {w ∈ [H1 0(Ω)] N ; ∇ · w = 0 em Ω}

(34)

Consideremos o seguinte problema de evolu¸c˜ao de Stokes para (u, p) (1.3)              ∂u ∂t − ∆u = f − ∇p, em Ω × (0, T ) div(u) = 0, em Ω × (0, T ) u = 0, sobre ∂Ω × (0, T ) u(0) = u0, em Ω

Multiplicando a primeira equa¸c˜ao de (1.3) por w ∈ V tem-se:

(1.4)

 

 d

dt(u(t), w) + (u(t), w)H = hf (t), wi , em (0, T ) para todo ω ∈ V

u(0) = u0, em Ω

Teorema 1.18. Se u0 ∈ H e f ∈ L2(0, T, H−1(Ω)N). Ent˜ao existe uma ´unica solu¸c˜ao

u ∈ C(0, T, H) ∩ L2(0, T, V ) com ∂u

∂t ∈ L

2(0, T, V0

) de (1.4). Al´em disso existe p ∈ D0(0, T, L2(Ω)) (de fato, p ∈ H−1(0, T, L2(Ω))) tal que (u, p) satisfaz (1.3)

Demonstra¸c˜ao: Temam ([57], p. 254).

Teorema 1.19. Se u0 ∈ V e f ∈ L2(0, T, H), ent˜ao a solu¸c˜ao u de (1.3) satisfaz

u ∈ C(0, T, V ) ∩ L2(0, T, H2(Ω)N), ∂u

∂t ∈ L

2

(0, T, H) e p ∈ L2(0, T, H1(Ω)) Demonstra¸c˜ao: Temam ([57], p. 268).

1.8

Resultados Importantes

Nesta se¸c˜ao, apresentamos alguns resultados importantes que ser˜ao utilizados na obten¸c˜ao dos objetivos desejados.

Teorema 1.20. Seja Ω aberto de RN e w ⊂ Ω, ent˜ao existe η0 ∈ C2(Ω) tal que η0 = 0

sobre ∂Ω, η0(x) > 0 em Ω e |∇η0| > 0 em Ω \ w.

Demonstra¸c˜ao: Fursikov ([1], p. 4).

Defini¸c˜ao 1.20. Seja X subconjunto de um espa¸co de Banach E se dize que X ´e convexo se e somente se para todo t ∈ [0, 1] se tem que tx + (1 − t)y ∈ X para todo x, y ∈ X Defini¸c˜ao 1.21. Seja X un subconjunto convexo de um espa¸co de Banach E e uma fun¸c˜ao f : X −→ R, se diz que:

1. f ´e convexa se e somente se f (tx + (1 − t)y) ≤ tf (x) + (1 − t)f (y) para todo x, y ∈ X e t ∈ [0, 1].

(35)

2. f ´e estritamente convexa se e somente f (tx + (1 − t)y) < tf (x) + (1 − t)f (y) para todo x, y ∈ X e t ∈ (0, 1).

Teorema 1.21. Seja Uad um subconjunto convexo e fechado de um espa¸co de Hilbert

U e J : Uad −→ R uma fun¸c˜ao estritamente convexa, diferenci´avel e que cumpre que

lim

kvk−→+∞J (v) = +∞ para todo v ∈ Uad. Ent˜ao existe um ´unico u ∈ Uad satisfazendo:

J (u) = inf

v∈Uad

J (v) e caracterizado por

hJ0(u), v − ui ≥ 0 ∀ v ∈ Uad

Demonstra¸c˜ao: Lions ([33], p. 10).

Teorema 1.22. (Teorema de completa¸c˜ao) Para qualquer espa¸co com produto interno X existe um espa¸co de Hilbert H e um isomorfismo A : X −→ W ⊂ H denso. O espa¸co H ´e ´unico excepto por isomorfismos.

Demonstra¸c˜ao: Kreyszig ([17], p. 139).

Teorema 1.23. (Lax-Milgram) Seja H um espa¸co de Hilbert e B : H × H −→ R uma

forma bilinear, para o qual existem constantes α, β > 0 tais que: |B(u, v)| ≤ α kuk kvk e β kuk2 ≤ B(u, u) (u, v ∈ H)

Finalmente dado f : H −→ R um funcional linear limitado em H. Ent˜ao existe um ´

unico u ∈ H tal que

B(u, v) = hf, vi para todo v ∈ H Demonstra¸c˜ao: Evans ([42], p. 297).

Teorema 1.24. (Do Ponto Fixo de Kakutani)

Dado (Z, ||·||) um espa¸co de Banach e Λ : Z 7→ 2Z uma fun¸c˜ao tal que satisfaz o seguinte:

• Λ(z) 6= ∅, para qualquer z ∈ Z • Λ(z) ´e convexo, para qualquer z ∈ Z • Λ ´e compacta com gr´afico fechado

(36)

Teorema 1.25. (Ponto Fixo de Schauder)

Seja (X, || · ||) um espa¸co de Banach e Λ : X 7→ X uma aplica¸c˜ao continua tal que Λ(x) ∈ K para todo x ∈ K, onde K ´e um subconjunto convexo e compacto de X. Ent˜ao existe x0 ∈ K tal que Λ(x0) = x0.

Demonstra¸c˜ao: Smart ([6], p. 15)

No que segue, enunciaremos os Lemas seguintes que ser˜ao ´uteis.

Lema 1.5. Assumindo que α > 0, os coeficientes bi,j, cj, d ∈ Cα,α/2(Q) e fronteira ∂Ω ´

e suficientemente regular (mais precisamente, de classe Cα+2) e para alguma constante µ > 0,

N

X

i,j=1

bi,j(x, t)ˆvivˆj ≥ µ|ˆv|2, ∀(x, t, ˆv) = (x, t, ˆv1, ..., ˆvN) ∈ Q × RN

Ent˜ao, para qualquer f ∈ Cα,α/2(Q), φ ∈ Cα+2(Ω) e Φ ∈ Cα+2,α/2+1(∂Ω × [0, T ]) satisfazendo as condi coes de compatibilidade de primeiro ordem dα/2 + 1e, o sistema parab´olico linear

           ut− N X i,j=1 bijuxixj + N X j=1 cjuxj+ du = g em Q, u = Φ sobre Σ, u(0) = φ em Ω

tem uma ´unica solu¸c˜ao u ∈ Cα+2,α/2+1(Q).

Demonstra¸c˜ao: Ver prova em [48].

Lema 1.6. Para todo r > 1, g ∈ Lr(Q), cj ∈ C(Q) (j = 1, 2, ..., N ), e bij ∈ C1,1(Q),

bij = bji (i,j=1,...,N) com d ∈ C(Q) e para alguma constante µ > 0, N

X

i,j=1

bi,j(x, t)φiφj ≥ µ|φ|2, ∀(x, t, φ) = (x, t, φ1, ..., φN) ∈ Q × RN

ent˜ao, a equa¸c˜ao parab´olica            ut− N X i,j=1 bijuxixj + N X j=1 cjuxj+ du = g em Q, u = 0 sobre Σ, u(0) = 0 em Ω,

(37)

admite, uma ´unica solu¸c˜ao forte em u ∈ Wr2,1(Q). Al´em disso, existe uma constante positiva C(Ω, T, µ, r) tal que

||u||W2,1 r (Q) ≤ Cexp " C(1 + N X i,j=1 |bi,j|8 C1,1(Q)+ N X j=1 |cj|8 L∞(Q)+ |d|4L(Q)) # ||g||Lr(Q), ver prova em [65] e [48].

Lema 1.7. As seguintes imers˜oes continuas, s˜ao satisfeitas: 1. se N + 2 > 2r, ent˜ao W2,1 r (Q) ,→ Lr ∗ (Q), onde r∗ = (N + 2)r/(N + 2 − 2r). 2. se N + 2 = 2r, ent˜ao W2,1 r (Q) ,→ Ls(Q) para qualquer s > 1. 3. se θ = 2 − (N + 2)/r n˜ao ´e um inteiro, ent˜ao Wr2,1(Q) ,→ Cθ,θ2(Q), Ver prova em [48], p. 80.

1.9

Alguns resultados de existˆ

encia e unicidade para

Edps com termo n˜

ao local

Seja a = a(r) uma fun¸c˜ao satisfazendo o seguinte:

(1.5) a ∈ C2(R), 0 < a0 ≤ a(r) ≤ a1 e |a0(r)| + |a00(r)| ≤ M, ∀r ∈ R.

a partir de ali denotemos por:

α(t, w) := a( Z L 0 (w + y)dx0) e β(t, w) :=                  − a( Z L 0 (w + y)dx0) − a( Z l 0 ydx0) Z L 0 wdx0 , se RL 0 wdx 0 6= 0 −a0( Z L 0 ydx0) , se RL 0 wdx 0 = 0.

Lema 1.8. Assumindo que y0 ∈ H01(I), v0, v1 ∈ H1(0, T ) e y ∈ L∞(0, T ; W2,∞(I)).

Ent˜ao a solu¸c˜ao y de (1.6)          yt− α(t, w)yxx+ β(t, w) Z L 0 y dx0  yxx = 0, em Q

y(0, t) = v0(t), y(L, t) = v1(t), sobre (0, T )

(38)

satisfaz que y ∈ L2(0, T, H01(I) ∩ H2(I)), e yt∈ L2(0, T, L2(I))

Demonstra¸c˜ao: Dado ˜y(x, t) = y(x, t)−(L − x)

L v0(t)− x Lv1(t), consideremos o seguinte problema (1.7)          ˜ yt− α(t, w)˜yxx+ β(t, w) Z L 0 ˜ y dx0  yxx = g, em Q ˜

y(0, t) = ˜y(L, t) = 0, sobre (0, T )

˜ y(x, 0) = ˜y0(x), em I where g(x, t) = Lβ(t, w)(v0(t) + v1(t)) 2 yxx(x, t) + (L − x) L v 0 0(t) + x Lv 0 1(t) e ˜y0(x) = y0(x) − v0(0) (L − x) L − x

Lv1(0), n´os sabemos que existe uma solu¸c˜ao ˜y para o sistema (1.7) tal que ˜y ∈ L2(0, T, H01(I) ∩ H2(I)), e ˜yt ∈ L2(0, T, L2(I)) portanto y(x, t) =

˜

y(x, t) +(L − x)

L v0(t) + x

Lv1(t) ´e a solu¸c˜ao de (1.6) isto ´ultimo completa a prova do Lema 1.8.

Lema 1.9. Assumindo que v0, v1 ∈ C1+1/4([0, T ]), y0 ∈ H3(I)∩H01(I) e y ∈ C2+1/2,1+1/4(Q),

ent˜ao a solu¸c˜ao y de (1.6) satisfaz

y ∈ C2+1/2,1+1/4(Q) Demonstra¸c˜ao: No sistema (1.6) temos

(1.8)          yt− α(t, w)yxx = −β(t, w) Z L 0 y dx0  yxx, em Q

y(0, t) = v0(t), y(L, t) = v1(t) sobre (0, T )

y(x, 0) = y0(x), em I

como y0 ∈ H01(I), ent˜ao tem-se que y ∈ L2(0, T, H01(I)) ∩ L2(0, T, H2(I)) e yt ∈

L2(0, T.L2(I)). Vamos garantir que se satisfazem as hip´oteses do Lema 1.5. Lembre-se

que α(t, w) = a Z L 0 (w + y) dx0  , s´o depende de ”t”, para qualquer t1, t2 ∈ (0, T ) tal que t1 6= t2 temos o seguinte,

|α(t1, w) − α(t2, w)| |t1− t2|1/4 ≤ M | Z L 0 (w + y)(t1) dx0− Z L 0 (w + y)(t2) dx0| |t1− t2|1/4 ≤ M Z L 0 |w(x0, t 1) − w(x0, t2)| |t1− t2|1/4 dx0+ Z L 0 |y(x0, t 1) − y(x0, t2)| |t1 − t2|1/4 dx0  ≤ C(||w||C1/2,1/4(Q)+ ||y||C1/2,1/4(Q)),

(39)

entao

α(t, w) ∈ C1/2,1/4(Q),

Denotemos por F (t) = −β(t, w)

Z L

0

y(t) dx0, vamos verificar que F yxx ∈ C1/2,1/4(Q).

Para qualquer (x1, t1), (x2, t2) ∈ Q tal que (x1, t1) 6= (x2, t2) tem-se,

|F yxx(x1, t1) − F yxx(x2, t2)| |x1− x2|1/2+ |t1− t2|1/4 ≤ |F (t1)||yxx(x1, t1) − yxx(x2, t2)| |x1− x2|1/2+ |t1− t2|1/4 +|F (t1) − F (t2)||yxx(x2, t2)| |x1− x2|1/2+ |t1− t2|1/4

≤ C||z||L∞(0,T ,L2(I))||yxx||C1/2,1/4(Q)+ ||F ||C1/2,1/4(Q)||yxx||C(Q)

 , ent˜ao

F yxx ∈ C1/2,1/4(Q)

Do fato de que v0, v1 ∈ C1+1/4([0, T ]) temos em (1.8) que as hip´oteses do Lema 1.5

s˜ao satisfeitas, o que implica que

y ∈ C2+1/2,1+1/4(Q)

Lema 1.10. Se y0 ∈ C2+

1

2(I) satisfaz as condi¸c˜oes de compatibilidade de primeiro ordem,

v0, v1 ∈ C1+1/4([0, T ]) , ent˜ao existe uma solu¸c˜ao y ∈ C2+

1 2,1+

1

4(Q) para o sistema (1.6),

sempre que y0, v0, v1 sejam suficientemente pequenos.

Demonstra¸c˜ao: Para ˆy ∈ C1,1(Q), definindo a fun¸c˜ao Λ0(ˆy) = y, onde y ´e solu¸c˜ao de

(1.9)          yt− a( Z Ω ˆ y dx0)∆y = 0 em Q, y = 0 sobre Σ, y(0) = y0 em Ω.

Se consegue provar que Λ0´e continua em C1,1(Q) e que para y0, v0, v1 suficientemente

pequenos, satisfaz as hip´oteses do Teorema do Ponto Fixo de Schauder, pelo que existe um ponto fixo y ∈ C2+12,1+

1

(40)

Cap´ıtulo 2

Controlabilidade Exata por

Trajet´

orias para EDPs Parab´

olicas

com N˜

ao Linearidade N˜

ao Local

2.1

Formula¸

ao do Problema

Dado Ω ⊂ RN(N ≥ 1 ´e um inteiro) ´e um conjunto limitado n˜ao vazio, conexo e aberto, com fronteira regular ∂Ω. Fixando T > 0 e sejam Q := Ω × (0, T ) e Σ := ∂Ω × (0, T ). No que segue, denotamos por (· , ·) e k · k, respectivamente, o produto escalar e a norma em L2(Ω). O simbolo C denota uma constante gen´erica positiva.

Dado ω ⊂ Ω ´e um conjunto n˜ao vazio e aberto. Estudamos a controlabilidade exata por trajet´orias para o sistema n˜ao linear

(2.1)          yt− a( Z Ω y dx0)∆y = v1ω em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = y0(x) em Ω,

onde v ´e o controle e y ´e estado associado. Aqui, assumiremos que a fun¸c˜ao a = a(r) satisfaz

(2.2) a ∈ C2(R), 0 < a0 ≤ a(r) ≤ a1 e |a0(r)| + |a00(r)| ≤ M ∀r ∈ R.

Observe que se y0 ∈ H2(Ω) ∩ H01(Ω), v ∈ L2(ω × (0, T )) e vt ∈ L2(ω × (0, T )),

ent˜ao (2.1) possui exatamente uma solu¸c˜ao satisfazendo

(41)

ver a prova em [44].

Considere-se a trajet´oria ¯y = ¯y(x, t), solu¸c˜ao de

(2.3)          yt− a( Z Ω y dx0)∆y = 0 em Q, y(x, t) = 0 sobre Σ, y(x, 0) = y0(x) em Ω, onde (2.4) y0 ∈ H2(Ω) ∩ H01(Ω).

Defini¸c˜ao 2.1. Dizemos que (2.1) ´e localmente exatamente control´avel por trajet´orias ¯

y no tempo T se existe  > 0 com a seguinte propriedade: se y0 ∈ H2(Ω) ∩ H01(Ω) e

||y0− y0||H2 ≤ ,

ent˜ao ´e poss´ıvel encontrar um controle v ∈ L2(ω × (0, T )) e um estado associado y tal

que

(2.5) y(x, T ) = y(x, T ) em Ω.

Neste cap´ıtulo, a principal novidade ´e que lidamos com a controlabilidade exata por trajet´orias regulares para sistemas do tipo (2.1)

Nosso principal resultado neste cap´ıtulo ´e o seguinte:

Teorema 2.1. Assumindo que s˜ao satisfeitas as hip´oteses (2.2), (2.3) e (2.4), o sistema n˜ao linear (2.1) ´e localmente exatamente control´avel para y no tempo T > 0.

Note que, se fazemos a seguinte mudan¸ca de vari´aveis y = z + y e y0 = z0 + y0,

obt´em-se (2.6)          zt− a( Z Ω (z + y) dx0)∆z − m(z)∆y = v1ω em Q, z(x, t) = 0 sobre Σ, z(x, 0) = z0(x) em Ω, onde m(z) := a( Z Ω (z + ¯y) dx0) − a( Z Ω ¯ y dx0)

Isto implica que, a controlabilidade local exata por trajet´orias do sistema (2.1) ´e equivalente a controlabilidade local nula da solu¸c˜ao de (2.6).

(42)

A fim de provar o Teorema 2.1, primeiro provaremos que (2.6) ´e localmente exata-mente control´avel em zero. Isto ´e, existe  > 0 tal que, se z0 ∈ H2(Ω) ∩ H01(Ω) e

||z0|| ≤ ,

ent˜ao para todo δ > 0 pequeno, existem controles vδ uniformemente limitados em L2(ω ×

(0, T )) e um estado associado zδ satisfazendo

||zδ(·, T )|| ≤ δ.

Para este prop´osito aplicaremos o Teorema do Ponto Fixo de Kakutani para uma formula¸c˜ao apropriada do problema de controlabilidade nula aproximada (2.6).

Mais precisamente, como primeiro passo, para cada w ∈ L2(Q) com w

t∈ L∞(0, T, L1(Ω)),

consideramos o seguinte sistema linear

(2.7)          zt− αw(t)∆z + βw(t) Z Ω z dx0  ∆y = v1ω em Q, z(x, t) = 0 sobre Σ, z(x, 0) = z0(x) em Ω, onde αw(t) := a( Z Ω (w + y) dx0) e βw(t) :=                − a( Z Ω (w + y) dx0) − a( Z Ω y dx0) Z Ω w dx0 se Z Ω w dx0 6= 0, −a0( Z Ω y dx0) caso contrario.

O estado adjunto de (2.7) ´e dado por

(2.8)          −ϕt− αw(t)∆ϕ + βw(t) Z Ω ∆y(x0, t)ϕ(x0, t) dx0 = 0 em Q, ϕ(x, t) = 0 sobre Σ, ϕ(x, T ) = ϕT(x) em Ω,

onde ϕT ∈ L2(Ω). Estabeleceremos uma estimativa de observabilidade para as

solu¸c˜oes de (2.8), donde deduziremos imediatamente a controlabilidade aproximada de (2.7). Para este fim, usaremos as ideias encontradas em [12] e empregaremos uma t´ecnica de compacidade ´unica. Ent˜ao, por um argumento do ponto fixo cl´assico asseguraremos a

(43)

mesma propriedade para (2.6). Depois, em uma etapa final, passaremos limites quando δ → 0 e a controlabilidade nula local desejada de (2.6) ser´a obtida.

2.2

Alguns Resultados T´

ecnicos

2.2.1

Lemas Preliminares

Precisaremos de alguns resultados (bem conhecidos) de Fursikov e Imanuvilov [1]; veja tamb´em [54]. Al´em disso, ser´a conveniente introduzir um novo conjunto aberto n˜ao vazio ω0, com ω0 b ω. Devido ao Teorema 1.20. Existe uma fun¸c˜ao σ0 ∈ C2(Ω)

satisfazendo:        σ0(x) > 0 ∀ x ∈ Ω, σ0(x) = 0 ∀ x ∈ ∂Ω, |∇σ0(x)| > 0, ∀ x ∈ Ω\ ω0.

Introduzindo as fun¸c˜oes: σ(x, t) = e 4λ||σ0||∞− eλ(2||σ0||∞+σ0(x)) l(t) , ξ(x, t) = eλ(2||σ0||∞+σ0(x)) l(t) , onde l(t) =    T2 4 0 ≤ t ≤ T /2, t(T − t) T /2 ≤ t ≤ T, ˜ l(t) =    T4 16 0 ≤ t ≤ T /2, t2(T − t)2 T /2 ≤ t ≤ T e λ > 0.

N´os denotaremos por λ1, λ2, ..., (respectivamente φ1, φ2, ...) os autovalores

(respecti-vamente com norma unit´aria no espa¸co L2, de autofun¸c˜oes) do Laplaciano de Dirichlet

em Ω. Lembre-se que 0 < λ1 < λ2 ≤ λ3 ≤ ... ≤ λm ∼ m2/N quando m → +∞ e

φ1 > 0 em Ω.

No que segue, precisaremos do espa¸co de Banach

Z := {w ∈ L2(Q) : wt∈ L∞(0, T ; L1(Ω))}.

Lema 2.1. Para a(·) satisfazendo (2.2) e w ∈ Z dados, definimos b(s) = a(R

Ωw dx).

(44)

f ∈ L2(Ω), tem-se X j≥1 e−2R0 √ λj|(f, φ j)|2 ≤ C0 Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|X j≥1 (f, φj)e−λj RT t b(s)dsφ j(x)|2dx dt

Demonstra¸c˜ao: Dado w ∈ Z e definindo α(s) := a(

Z

w(x0, s) dx0).

Assumindo que ϕ satisfaz        −ϕt− α(t)∆ϕ = 0 em Q, ϕ = 0 sobre Σ, ϕ(x, T ) = f em Ω.

Da desigualdade de Carleman para ϕ (ver [8]), tem-se (2.9) Z Z Q e−C0/(T −t)|ϕ|2dx dt ≤ ˜C 0 Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|ϕ|2dx dt,

onde C0 s´o depende de Ω, ω, T, a0, a1 e ||w||Z e ˜C0 somente depende de Ω, ω, a0, a1 e

||w||Z, (ver [1] e [4]). Como ϕ(x, t) =X j≥1 e−λj RT t α(s) ds(f, φ j)φj e kϕk2 =X j≥1 e−2λj RT t α(s) ds|(f, φj)|2. De (2.9), calculamos Z T 0 X j≥1 e−2λjRtTα(s) ds−C0/(T −t)|(f, φ j)|2dt ≤ ˜C0 Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|ϕ|2dx dt e, consequentemente, (2.10) X j≥1 Z T 0 e−2λja1(T −t)−C0/(T −t)dt |(f, φ j)|2 ≤ ˜C0 Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|ϕ|2dx dt.

O decaimento assint´otico das integrais no lado esquerdo ´e bem conhecido. Logo, temos

(45)

Z T 0 e−2λa1(T −t)−C0/(T −t) dt ∼  π2C0 4(λa1)3 1/4 e−4 √ C0a1λ, quando λa 1 → ∞. (Ver [9])

Portanto, existe ˜C1 outra vez dependendo de Ω, ω, T, a0, a1 e ||w||Z tal que

Z T 0 e−2λja1(T −t)−C0/(T −t)dt ≥ ˜C 1e−2R0 √ λj ∀ j ≥ 1.

Sustituindo em (2.10) conclui-se a prova.

2.2.2

Desigualdade de Observabilidade

Para uso posterior utilizaremos as seguintes nota¸c˜oes: I(ϕ) =

Z Z

Q

e−2sσ(sξ)−1(|ϕt|2+ |∆ϕ|2) + (sξ)|∇ϕ|2+ (sξ)3|ϕ|2 dx dt,

temos que I(ϕ) =

4

X

i=1

Ii(ϕ). Nos seguintes resultados apresentaremos algumas

esti-mativas de Observabilidade para solu¸c˜oes do estado adjunto (2.8) que tˆem um papel importante na prova do Teorema 2.1.

Proposi¸c˜ao 2.1. Assumindo que a(·) satisfaz (2.2). Existem s e C > 0 somente depen-dendo de Ω, ω, T, a0, a1 e ||w||Z, tais que para qualquer ϕT ∈ L2(Ω), a solu¸c˜ao de (2.8)

satisfaz (2.11) kϕ(· , 0)k2 ≤ C Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|ϕ|2dx dt e (2.12) I(ϕ) ≤ C Z Z ω×(0,T ) e−2sσξ3|ϕ|2dx dt.

Demonstra¸c˜ao: Primeiro provaremos (2.11). Para conseguir isto faremos uso de um argumento similar aplicado no Teorema 3 em [12].

Para qualquer ϕT ∈ L2(Ω) vamos denotar por ϕ a solu¸c˜ao de (2.8) e escrever

Referências

Documentos relacionados

O Instituto Pan-Americano de Geografia e História e sua Comissão de História abrem convocatória para o Prêmio Pensamento da América &#34;Leopoldo Zea&#34; Edição 2019 para a

Citocinas específicas como a IL-6 e o TNF-α, cujo au- mento da sua concentração se tem verificado no soro de doentes em episódios depressivos, funcionam como moléculas

A Yahoo!, fornecedora de serviços de Internet, apresentou EPS ajustado relativo ao 4º trimestre de $0,46, acima dos $0,38 estimados, com as vendas a recuarem 1,7% em termos homólogos,

Numa situação de emergência, em que o operador de mercado receba o PDVP após as 14:45 CET, o período de recepção das ofertas será prolongado para permitir que os agentes tenham

Até o presente momento não há na literatura a descrição de um software para acompanhamento de pacientes com glaucoma que seja capaz de unir dados clínicos como PIO,

Apesar da baixa ocorrência quantitativa de espécimes (principalmente de fêmeas do transmissor), a observação da presença destas três espécies na área urbana

Os projetos desenvolvidos pelo LEMAF são sistemas web e tem como base o desenvolvimento de software de gestão integrada voltados ao setor ambiental.. Desta

Isso tem como consequência uma ração mais barata (a parte mais cara da ração é a proteína de alta qualidade, essencial para a ração de camarões) e um melhor uso do alimento