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Clipping SCA. Data de Criação: 11/10/2019. Criado por: Biblioteca. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido

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Data de Criação: 11/10/2019

Criado por: Biblioteca

Clipping SCA

Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização da Siqueira Castro - Advogados

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Sumário das

Matérias:

Decisão do TST suspende até 60% das ações trabalhistas

Valor ––11 de outubro...01

Asiáticas são destaque em leilão da ANP

Valor ––11 de outubro...04

Rombo gigante leva Estados a criar reforma própria na Previdência

Valor ––11 de outubro...11

Decisão do STF sobre divisão de royalties independe de votação no Congresso

Valor ––11 de outubro...14

Julgamento sobre Airbnb é adiado

Valor ––11 de outubro...16

Movimento falimentar

Valor ––11 de outubro...17

Governo cria grupo para discutir reforma

Valor ––11 de outubro...21

Esquecimento, internet e territorialidade

Valor ––11 de outubro...23

Governo arrecada R$ 8,9 bilhões em primeiro de três leilões de petróleo

Folha ––11 de outubro...26

Reforma tributária da Câmara dá mais liberdade a estados, diz IFI

Folha ––11 de outubro...29

A PEC do investimento impositivo

Folha ––11 de outubro...31

Quase metade das grandes e médias empresas não sobrevive à recuperação judicial

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Justiça considera ilegal taxa extra cobrada pelos Correios para entrega em áreas de risco do Rio

Globo ––11 de outubro...36

Cabe agravo contra decisão que aumenta multa em tutela provisória

Conjur ––11 de outubro...38

Supermercado não deve indenizar por seguranças abordarem cliente que teve atitude suspeita

Migalhas ––11 de outubro...41

Bolsista do Prouni continuará recebendo benefício mesmo após aumento na renda

Migalhas ––11 de outubro...42

Compliance como principal ferramenta da governança corporativa no meio digital

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página, sexta-feira

11 de outubro de 2019.

Decisão do TST suspende até

60% das ações trabalhistas

Ficaram suspensos os processos que envolvam a discussão sobre a validade de norma coletiva que limita ou restringe direito trabalhista não assegurado constitucionalmente

Por Adriana Aguiar — De São Paulo

11/10/2019 05h00 Atualizado2019-10-11T08:00:14.769Z

Uma decisão tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) suspende, na prática, a tramitação de 40% a 60% dos processos trabalhistas no país até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre o assunto. Pela decisão, ficaram suspensos os processos que envolvam a discussão sobre a validade de norma coletiva que limita ou restringe direito trabalhista não assegurado constitucionalmente.

O ministro Vieira de Mello Filho, que participou do julgamento e foi voto vencido, disse que a decisão põe a Justiça do Trabalho em “uma situação dramática”. A questão só será resolvida quando o Supremo decidir se a Constituição permite ou não que prevaleçam os acordos negociados sobre a legislação. E ainda não há data para esse julgamento.

01

A maioria dos ministros do TST entendeu que uma decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes, em julho, foi abrangente ao determinar a suspensão nacional “de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão”. Mendes

tomou essa decisão, que tem

repercussão geral, ao analisar um recurso da Mineração Serra Grande, de Goiás, sobre a validade de cláusula de acordo coletivo que afastava o pagamento de horas de trajeto (se o empregador deve ou não pagar como tempo de trabalho as horas gastas pelo funcionário no trajeto até a empresa). A corrente vencida no TST defendia a tese de que apenas os processos que tratam de cláusulas restritivas o sobre pagamento de horas de trajeto estariam suspensos.

Só o Supremo, portanto, poderá dirimir a dúvida sobre a amplitude da decisão de Mendes, ou seja, se ela vigora apenas para o caso de “horas de trajeto” ou para todas as questões.

Segundo advogados trabalhistas,

prevaleceu a interpretação literal do que foi determinado pelo ministro Gilmar Mendes. “O Supremo pode demorar meses, um ano para julgar, mas depois teremos mais segurança”, disse Mauricio Pessoa.

TST decide suspender

processos sobre validade de

norma coletiva

Medida adia análise de 40% a 60% das ações no país até julgamento da questão pelo STF

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Ministro Vieira de Mello Filho: suspensão dos processos gera uma situação dramática para a Justiça do Trabalho — Foto: Divulgação/TST O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu ontem suspender todos os processos do país que tratem da validade de norma coletiva que limite ou restrinja direito trabalhista não

assegurado constitucionalmente. A

medida pode inviabilizar a análise de boa parte das ações trabalhistas até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue se pode ou não prevalecer o

negociado sobre o legislado -

possibilidade reforçada pela reforma. Voto vencido no julgamento realizado pela Subseção I da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), o ministro Vieira de Mello Filho chamou a atenção para o problema que estaria se criando com a decisão: a suspensão momentânea de 40% a 60% de todos os processos do país. O que gera, acrescentou, “uma situação dramática” para a Justiça do Trabalho. Ainda não há data para o STF analisar a questão. A maioria dos julgadores entendeu que a decisão do ministro Gilmar Mendes, relator da questão no Supremo, tomada em julho, foi abrangente, ao determinar

02 a suspensão nacional “de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional”. O tema, no caso, segundo os julgadores, seria validade de cláusula de acordo coletivo. E não horas de deslocamento (in itinere), que é o assunto específico tratado na ação que tramita no STF. Gilmar Mendes tomou essa decisão ao

analisar recurso interposto pela

Mineração Serra Grande, de Goiás (ARE 1121633). A repercussão geral dada pelo Supremo representa uma mudança de posicionamento. Os ministros negaram anteriormente o julgamento de outros dois casos que tratavam de redução ou limitação de direitos em convenções ou acordos coletivos.

O caso que chegou ao TST envolve a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e um trabalhador que questionava cláusula coletiva sobre o divisor 220 para cálculo de horas extras em jornada de oito horas diárias. O julgamento foi iniciado em março (RR- 819-71.2017.5.10.0022). Porém, ontem, o ministro Cláudio Brandão, que havia pedido vista, suscitou uma questão de ordem para discutir a extensão da decisão do ministro Gilmar Mendes. Cláudio Brandão defendeu que o

entendimento do Supremo ao

suspender casos em repercussão geral tem sido restritivo a casos semelhantes e que, por isso, só estariam suspensos os processos que tratam de cláusula de norma coletiva sobre horas de trajeto. Após o voto, o relator, Alberto Bresciani, resolveu dar a palavra para o vice-presidente do TST, ministro Renato de Lacerda Paiva, que fez um estudo sobre o tema. Paiva abriu a

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divergência ao entender que o ministro

Gilmar Mendes expressamente

consignou que a suspensão vale para toda e qualquer questão envolvendo a validade de cláusula de norma coletiva. Ele citou ainda dispositivos do Código de Processo Civil – artigo 1.030, inciso III, e artigo 1.035, parágrafo 5º –, que tratam da repercussão geral, para fundamentar a maior abrangência. Bresciani então adotou o voto do vice-presidente e foi seguido pela maioria. Vencidos os ministros Cláudio Brandão, Walmir Oliveira da Costa, José Roberto Freire Pimenta, Lelio Bentes Corrêa e Luiz Philippe Vieira de Mello Filho. De acordo com advogados trabalhistas, prevaleceu a interpretação literal do que foi determinado pelo ministro Gilmar Mendes. Daniel Chiode, do Chiode Minicucci Advogados, afirma que, apesar da situação ser dramática, como alertou Viera de Mello, também seria dramático manter os processos sem saber o que o Supremo vai definir. Para o advogado Maurício Pessoa, do Pessoa Advogados, “é aquele dilema que a Justiça sempre enfrenta: se é melhor fazer rápido e correr o risco de ter que refazer ou ter um pouco mais de paciência e fazer bem de uma maneira só”. Ele acrescenta que prevaleceu a corrente mais prudente. “O Supremo pode demorar meses, um ano para julgar, mas depois teremos mais segurança.”

Pessoa lembra que o Judiciário vinha aceitando a prevalência do negociado sobre o legislado, mesmo antes da reforma trabalhista (Lei nº 13.467, de 2017), que deixou ainda mais clara e ampla essa possibilidade. Como os

ministros ainda ressaltaram no

julgamento de ontem no TST, o

03 Supremo já decidiu neste sentido em abril de 2015, em repercussão geral. Com a decisão do TST, explica Daniel Chiode, deve ser editada uma instrução normativa para orientar os ministros e juízes. Poderá ser definido com a norma, segundo ele, se todo o processo fica suspenso ou se poderão ser julgados outros pedidos. Fica a dúvida, porém, acrescenta, se o trabalhador pode desistir deste ponto em seu processo para que possa ser julgado.

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2019/10/11 /tst-decide-suspender-processos-sobre-validade-de-norma-coletiva.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Pagina, sexta-feira

11 de outubro de 2019.

Asiáticas são destaque em

leilão da ANP

Petronas, da Malásia, e QPI, do Catar, foram as companhias que mais investiram na 16ª Rodada de concessões de blocos de exploração de óleo e gás

Por André Ramalho e Rodrigo Polito — Do Rio

Petronas, da Malásia, e QPI, do Catar, foram as companhias que mais investiram, ontem, na 16ª Rodada de concessões de blocos de exploração de óleo e gás: R$ 3,72 bilhões, equivalentes a 43% da arrecadação total do leilão (R$ 8,915 bilhões). A Petronas foi o principal destaque. A empresa pagou R$ 1,945 bilhão por três blocos na Bacia de Campos, sendo dois deles como operadora. As aquisições marcam sua estreia na atividade de exploração de petróleo e gás natural no Brasil.

04

Asiáticas dominam leilão da

ANP

Petronas, da Malásia, e QPI, do Catar respondem por 43% da arrecadação da rodada

Por André Ramalho e Rodrigo Polito — Do Rio

Depois de dois anos de leilões protagonizados ora pela Petrobras, ora pela ExxonMobil, a 16ª Rodada de concessões de blocos de exploração de óleo e gás foi dominada, ontem, pelas asiáticas Petronas, da Malásia, e QPI, do Catar. Essas foram as empresas que mais investiram na aquisição de ativos na licitação: R$ 3,72 bilhões, no total. O valor equivale a 43% da arrecadação da rodada, de R$ 8,915 bilhões - valor nominal recorde para um leilão sob regime de concessão.

A Petronas foi o principal destaque do leilão. A empresa malaia foi a companhia que mais tirou o dinheiro do bolso. Pagou R$ 1,945 bilhão por três blocos na Bacia de Campos, sendo dois deles como operadora, e marcou sua estreia na atividade de exploração de óleo e gás, no Brasil.

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A investida na 16ª Rodada é mais uma etapa do movimento recente de entrada da Petronas no Brasil. A empresa flerta há anos com o país e decidiu fazer, neste ano, as suas primeiras aquisições locais, dando uma guinada rumo à Bacia de Campos.

Em abril, a companhia fechou um acordo com a Petrobras para comprar, por US$ 1,29 bilhão, 50% dos campos de Tartaruga Verde e Módulo III de

Espadarte. Os ativos produzem

atualmente cerca de 120 mil barris/dia. O negócio ainda não foi concluído. A Petronas é uma das maiores petroleiras do mundo, com uma produção de 2,3 milhões de barris diários de óleo equivalente em 2018 - um pouco abaixo dos volumes produzidos pela Petrobras (de 2,6 milhões de boe/dia). A empresa vinha mapeando oportunidades de negócios nos leilões da ANP desde 2017. Em 2013, a companhia chegou a fechar um acordo com a OGX para comprar 40% do campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, mas desistiu da operação depois que a antiga petroleira do empresário Eike Batista entrou em recuperação judicial.

Até então ausente da exploração e produção do Brasil, a petroleira malaia passa a deter, a partir de agora, um ativo de produção e um portfólio de blocos exploratórios no país. Para o chefe de pesquisa na área de exploração e produção da Wood Mackenzie na América Latina, Marcelo de Assis, a investida da Petronas, no Brasil, faz sentido, dentro de sua estratégia global de diversificação de portfólio. Ele destaca, ainda, que a 16ª Rodada marca a estreia da empresa como operadora de ativos de exploração no Brasil.

05 “As reservas da Malásia estão em declínio nos últimos anos e a Petronas está buscando repor suas reservas”, comentou Assis.

A empresa adquiriu, no leilão, 100% dos blocos C-M-661 (pelo qual pagou R$ 1,115 bilhão) e C-M-715. A companhia também entrou como sócia minoritária da Total, com 20% de participação, na concessão C-M-541, a área mais valiosa da rodada, que teve um bônus de R$ 4,029 bilhões, o valor mais alto pago até hoje por um bloco em leilão sob o regime de concessão. O sócio da área de energias e recursos naturais da KPMG, Anderson Dutra, disse que a Petronas surpreendeu, ao entrar sozinha em dois ativos. Ele acredita que a companhia, em breve, buscará sócios no mercado, com quem dividir seus investimentos futuros. “Acredito que em breve ela fará uma venda de parte de seus ativos. É possível que seja alguém que não esteja no Brasil, que ela esteja preparando o tapete para alguém”, afirmou Dutra, citando o histórico de parcerias com outras empresas asiáticas, como a Saudi Aramco.

A catari QPI foi outro destaque do leilão. A companhia adquiriu três concessões na Bacia de Campos (C-M-541, C-M-659 e C-M-713) por R$ 1,92 bilhão, todas como sócia não operadora, em parceria com Shell e Total. Com a rodada de ontem, a QPI eleva para nove o número de blocos exploratórios detidos no país. A petroleira também extrai cerca de 9 mil barris diários de óleo, relativos à fatia minoritária de 23% que possui no projeto Parque das Conchas, operado pela Shell na Bacia de Campos.

(9)

A presença no país, segundo Assis, faz parte do plano de internacionalização da petroleira. “A QPI produz muito gás. É o seu ‘core business’. Mas ela está procurando diversificar o seu portfólio,

buscando mais óleo e uma

internacionalização”, disse.

Sobre as ausências, nota para as estatais chinesas, figuras cativas nos leilões passados. A CNOOC chegou a se inscrever, mas não participou da

rodada. Para Assis, da Wood

Mackenzie, a ausência delas pode ser um sinal de que os chineses se preparam para o megaleilão dos excedentes da cessão onerosa, que envolve um bônus de assinatura de R$ 106,5 bilhões. “A chance é grande [de presença deles na rodada de 6 de novembro]”, disse.

Petrobras é seletiva e abre

espaço para estrangeiras

Nove petroleiras globais saem como vitoriosas da 16ª Rodada Por André Ramalho e Rodrigo Polito — Do Rio

06 Depois de adquirir 20 blocos de exploração nos últimos dois anos, a Petrobras entrou de forma mais seletiva na 16ª Rodada de concessões, ontem. Às vésperas do megaleilão dos excedentes da cessão onerosa, em novembro, a estatal fez proposta por apenas duas áreas e levou uma delas. Com isso, abriu espaço para que nove petroleiras estrangeiras marcassem presença nas bacias de Campos e Santos. As multinacionais vencedoras do leilão assumiram um compromisso de investimento mínimo de R$ 1,58 bilhão na exploração das áreas leiloadas.

A 16ª Rodada arrecadou, ao todo, R$ 8,915 bilhões - valor nominal recorde para um leilão sob o regime de concessão. Um terço das 36 áreas ofertadas foi, de fato, arrematado. O ágio médio chegou a 322%.

Em seu primeiro leilão sob o comando de Roberto Castello Branco, a Petrobras se comprometeu com o pagamento de um bônus de R$ 1,43 bilhão, ao levar, em parceria com a BP (70%/30%), o bloco C-M-477, na Bacia de Campos. O chefe de pesquisa na área de exploração e produção da Wood Mackenzie na América Latina, Marcelo de Assis, destaca que a participação mais seletiva da estatal brasileira foi um sinal de disciplina, às vésperas dos leilões de novembro. A petroleira já manifestou interesse em adquirir as áreas de Búzios e Itapu (no leilão dos excedentes) e Aram, Norte de Brava e Sudoeste de Sagitário (na 6ª Rodada do pré-sal). Juntos, esses ativos somam um compromisso de pagamento de, ao menos, R$ 22,8 bilhões em bônus de assinatura, se a companhia for vitoriosa.

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Não dá para dizer, contudo, que a empresa foi tímida. A estatal chegou a apresentar uma oferta de R$ 4,09 bilhões, em sociedade com a Equinor, pela concessão C-M-541 (o ativo mais valioso do leilão), mas perdeu a disputa. Foi por muito pouco. Apesar de ter proposto um bônus maior, a brasileira foi vencida pelo consórcio liderado pela Total, que apresentou um programa mínimo de exploração maior. No leilão, 80% da pontuação da oferta leva em consideração os bônus e 20% o programa exploratório mínimo.

A 16ª Rodada marcou a volta da Total aos leilões, depois de participações modestas nas rodadas dos últimos dois anos, que lhe renderam apenas um ativo. A francesa se concentrou, no passado recente, no programa de desinvestimentos da Petrobras, por meio do qual comprou, por US$ 1,9 bilhão, 45% do campo de Lapa, e 22,5% da concessão de Iara, no pré-sal de Santos, mas parece estar de volta ao páreo nas rodadas da ANP. A empresa liderou o consórcio que conquistou o ativo mais promissor da licitação, pagando bônus recorde para um leilão de concessão: R$ 4,029 bilhões. Para o vice-presidente para Américas da Total, Jean Michel Lavergne, que participou de um evento em São Paulo ontem, a presença da empresa no leilão de ontem “é uma demonstração de que o Brasil melhorou muito a atratividade para investimentos”.

As britânicas Shell e BP também marcaram presença, com investimentos de R$ 505 milhões e R$ 920 milhões, respectivamente. O presidente da Shell no Brasil, André Araujo, considerou “positiva” a participação da companhia e afirmou que a empresa vai se reunir “o mais rapidamente possível” com os

07 parceiros nos blocos arrematados (QPI e Chevron) para discutir as próximas ações nas duas concessões adquiridas na Bacia de Campos (659 e C-M-713).

A 16ª Rodada mostrou também a disposição da Chevron e Repsol. A americana arrematou o maior número de blocos (cinco) e volta a operar um ativo na Bacia de Campos, depois de sua saída do campo de Frade, vendido para a PetroRio.

Já a ExxonMobil foi mais tímida dessa vez. Protagonista dos leilões de 2017 e 2018, a companhia adquiriu apenas um único bloco, ontem, por R$ 25 milhões. “A Exxon deu um sinal de que pode estar se preparando para a cesão onerosa”, disse o sócio da área de energias e recursos naturais da KPMG, Anderson Dutra. (Colaboraram Taís

Hirata e Hugo Passarelli, de São Paulo)

Leilão termina sem áreas

negociadas no Nordeste

Áreas ofertadas nas bacias de Camamu-Almada e Jacuípe estavam sub judice, por determinação da Justiça atendendo ação do MPF-BA

Por Rodrigo Polito e André Ramalho — Do Rio

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Oddone, diretor-geral da ANP: áreas não arrematadas no leilão serão incluídas no sistema de oferta permanente da agência — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Em meio à crise ambiental provocada pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste e sob protestos contra a inclusão de áreas com eventual risco de impacto no parque de Abrolhos, os blocos ofertados no Nordeste não atraíram o interesse dos participantes da 16ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ontem. Ao todo, foram oferecidos dez blocos nas bacias sedimentares de Camamu-Almada e Jacuípe, na Bahia, e na bacia de Pernambuco-Paraíba.

O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, disse não ver relação entre o vazamento de petróleo e a estratégia das companhias no certame. “Não acredito que [o vazamento] tenha tido qualquer influência. É um evento absolutamente isolado, sem qualquer relação com as atividades de petróleo conduzidas no Brasil e na decisão das empresas de fazer ofertas no leilão”.

08 O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, concordou com Oddone e

acrescentou que a origem do

vazamento, ainda desconhecida, tem sido investigada desde o início de setembro. “Acredito que em uma questão de tempo chegaremos a origem desse vazamento de óleo”, disse o ministro, explicando que o produto tem características semelhantes ao petróleo extraído da Venezuela.

Com relação aos blocos das bacias de Camamu-Almada e Jacuípe, as áreas ofertadas estavam sub judice, por determinação da Justiça, devido a uma ação movida pelo Ministério Público Federal na Bahia contra a licitação desses ativos. A alegação do órgão é de que os blocos estão localizados próximos do parque de Abrolhos, alvo de preservação ambiental.

Para Anderson Dutra, sócio da área de Energia e Recursos Naturais da KPMG, a ausência de ofertas no Nordeste não é apenas reflexo da judicialização do leilão. Segundo ele, a falta de grandes descobertas na região e o mecanismo de oferta permanente da ANP também contribuíram para a falta de interesse nessas áreas na rodada de ontem. A visão de Dutra é corroborada por Marcelo de Assis, chefe de pesquisa na área de Exploração e Produção da Wood Mackenzie na América Latina. “Os blocos explorados na região nunca

tiveram resultados promissores.

Associado à judicialização da oferta, isso ajudou a tirar qualquer interesse”. O ministro Albuquerque, no entanto, disse que o leilão foi feito de acordo com o ordenamento jurídico, com a participação de todas as instituições, inclusive do Ibama. “Acredito que estamos cumprindo todas as normas”.

(12)

Com relação às questões ambientais, o secretário executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de

Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (IBP), Antonio

Guimarães, destacou ser importante que as empresas tenham alguma previsibilidade sobre o licenciamento dos blocos. “Talvez seja preciso olhar o formato de como esses blocos são oferecidos, com algum tipo de pré-análise ambiental, para que dê conforto para o investidor”.

Também chamou a atenção no leilão o fato de apenas duas das onze áreas ofertadas na bacia de Santos terem atraído o interesse das companhias. O diretor-geral da ANP, entretanto, minimizou o baixo percentual de lances na região.

“Estamos ficando mal acostumados. Acabamos de sair do leilão mais exitoso da história das concessões e o comentário é de que as ofertas ficaram aquém do esperado? Não posso concordar com isso. O leilão é um conjunto. Não podemos esperar que, em todos os blocos, em todas as bacias, os resultados sejam recordes. O que já

conseguimos no Brasil é

extraordinário”, disse ele.

De acordo com Oddone, todas as áreas não arrematadas no leilão serão

incluídas no sistema de oferta

permanente da ANP.

09

Com bônus de R$ 8,9 bi,

governo pode liberar novos

recursos

Os recursos do leilão ainda não estão contabilizados no orçamento

Por Fabio Graner — De Brasília

O resultado da 16ª Rodada de concessões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) ontem, que levantou R$ 8,915 bilhões para a União, agradou o governo e deve favorecer uma nova liberação de recursos orçamentários no

próximo relatório bimestral de

avaliação de receitas e despesas, segundo fontes da equipe econômica. Os recursos do leilão ainda não estão contabilizados no orçamento. No relatório do quarto bimestre, o governo retirou a receita de R$ 2,35 bilhões que estava projetada para este leilão, alegando uma postura prudencial. O movimento, segundo o Valor apurou, ocorreu na verdade por orientação do Tribunal de Contas da União (TCU). Dessa forma, também foram retirados da conta, naquela ocasião, outros R$ 6 bilhões que estavam projetados como arrecadação relativo ao leilão da 6ª Rodada de Partilha de Produção, previsto para 7 de novembro. Assim, só com o resultado de ontem, o governo mais que recuperou o que esperava inicialmente com os dois leilões.

O próximo relatório bimestral de receitas e despesas tem que ser divulgado até o dia 22 de novembro. No

documento passado, o governo

anunciou a liberação de R$ 8,3 bilhões para os ministérios poderem executar

(13)

em suas despesas. Na ocasião, os

maiores beneficiários foram os

ministérios da Educação, Saúde e Economia.

Até o relatório do terceiro bimestre, o governo só vinha definindo cortes orçamentários, por conta de frustrações de receitas. Esse quadro deixou alguns órgãos perto da paralisia, mas a situação começou a se reverter no mês passado. Com receitas extras de dividendos de empresas estatais, por conta de determinação da equipe econômica, e melhora na arrecadação corrente, o governo autorizou o desbloqueio orçamentário.

Com o forte resultado do leilão de ontem, cujo pagamento está previsto para o dia 27 de dezembro, o governo já pode contabilizar esse dinheiro. Como a economia também dá sinais de melhora, o ambiente se tornou favorável para dar mais espaço fiscal aos ministérios. “Certamente vem liberação adicional do orçamento”, disse uma fonte.

O cenário pode ficar ainda melhor a depender dos resultados da 6ª Rodada e do leilão da cessão onerosa, também

previsto para novembro. A

preocupação, contudo, é se nesses casos haverá tempo hábil entre o leilão e os

trâmites burocráticos para os

pagamentos ocorram neste ano.

https://valor.globo.com/impresso/noticia/2019/10/11 /asiaticas-sao-destaque-em-leilao-da-anp.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, sexta-feira 11 de

outubro de 2019.

Rombo gigante leva Estados a

criar reforma própria na

Previdência

Goiás e Rio Grande do Sul desistem de esperar pela PEC paralela e antecipam mudanças Por Marta Watanabe — De São

Paulo

Cristiane Schmidt, secretária de Fazenda Goiás: “Não sabemos quando essa reforma vai sair” — Foto: Divulgação

Com déficits previdenciários e

orçamentários, Goiás e Rio Grande do Sul têm pressa em mudar as regras de aposentadoria de seus servidores. A ideia dos governadores dos dois Estados é mandar uma proposta de reforma previdenciária ainda este mês, para aprovação durante o primeiro ano de seus mandatos. Eles não querem esperar a aprovação da chamada PEC

11

paralela, que estende a reforma previdenciária a Estados e municípios.

Cristiane Schmidt, secretária de

Fazenda de Goiás, diz que o projeto de reforma previdenciária do Estado foi

elaborado com contribuição do

economista Paulo Tafner. O pacote deverá incluir uma proposta de emenda à Constituição estadual, uma lei complementar e duas leis ordinárias. Os detalhes, diz Cristiane, serão divulgados

quando os projetos forem

encaminhados à Assembleia Legislativa. Segundo a secretária, a ideia é fazer um mudanças no Estado alinhadas à reforma previdenciária discutida em âmbito nacional, pela PEC 6. Ao mesmo tempo, diz ela, o governo goiano quer garantir uma reforma previdenciária no Estado sem precisar depender da aprovação do Congresso. “Não sabemos quando essa reforma vai sair.”

Uma reforma previdenciária, diz Cristiane, é uma mudança estrutural importante para o reequilíbrio fiscal do

Estado. Atualmente o déficit

previdenciário em Goiás é de R$ 2,9 bilhões anuais. O impacto da reforma seria de R$ 4 bilhões em dez anos, diz ela, segundo cálculos preliminares do governo goiano.

Os Estados e municípios foram excluídos da PEC 6, a PEC “original” da reforma previdenciária, que pode ser votada ainda neste mês. Com isso, os governos regionais estão contemplados apenas na chamada PEC paralela, a PEC 133. Por essa proposta, as mudanças da reforma previdenciária aprovada em âmbito nacional se estenderiam aos Estados que

(15)

aprovarem a adesão nas suas Assembleias Legislativas.

O receio, porém, é de que essa PEC não prospere. “Eu torço pela PEC paralela e trabalho por ela, mas não acredito que ela se viabilizará politicamente”, diz Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. “Mas creio que após aprovada a PEC principal da reforma previdenciária, a agenda irá mudar.” Leite lembrou que houve resistências em relação à inclusão dos Estados na reforma previdenciária e ele avalia que esse quadro não mudou. “Não quero correr o risco de chegar no ano que vem, em ano eleitoral, para perceber que a PEC paralela não será aprovada e que perdemos uma oportunidade para fazer essa reforma.”

O governador diz que enviará à Assembleia Legislativa um pacote que

inclui proposta de emenda à

Constituição Estadual e também um conjunto de projetos de lei. A ideia é fazer uma reforma previdenciária e ao mesmo tempo alterar o estatuto dos servidores do Estado. O pacote de medidas será enviado, diz, assim que for promulgada a PEC principal da reforma previdenciária no Congresso Nacional.

Segundo Leite, se aprovado, o conjunto de medidas terá impacto fiscal de R$ 25 bilhões em dez anos. Do total, diz a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado, Leany Lemos, R$ 14 bilhões virão do aumento de

arrecadação de contribuições

previdenciárias e outros R$ 11 bilhões serão resultado da redução de despesas. O déficit previdenciário anual do Estado é de R$ 12 bilhões.

A secretária diz que o governo gaúcho quer esperar a promulgação da reforma

12 previdenciária da PEC original porque nessa emenda estão mudanças que darão base a algumas das alterações pretendidas pelo Estado, como a elevação das alíquotas de contribuição

previdenciária. A elevação da

arrecadação da contribuição, explica Leany, acontecerá como resultado não somente da alíquota efetiva como também do aumento de base, já que, pela proposta em estudo, os inativos passarão a contribuir também na parcela que ultrapassa um salário mínimo e fica abaixo do valor do teto do benefício da aposentadoria no regime geral.

Outra medida importante, diz Leany, é o fim das incorporações. Atualmente,

explica ela, essas incorporações

permitem que o servidor eleve o valor de sua aposentadoria após cumprir determinado período em um cargo com remuneração maior.

Leany diz que a expectativa do governo gaúcho é aprovar o pacote de mudanças até o fim do ano. Para isso, o governador e integrantes do Poder Executivo do Estado têm se reunido com representantes de sindicatos de servidores de várias categorias. Entre as mudanças que deverão ser propostas para as carreiras dos servidores, diz Leany, está o fim de todas as progressões automáticas, o que ajudará a conter a evolução da despesa com ativos. Hoje o crescimento vegetativo da despesa de folha do Estado é de R$ 1 bilhão anual, destaca a secretária. Ao comentar as conversas sobre reforma

previdenciária e mudanças nas

carreiras com os sindicatos de servidores, a secretária diz que ainda não há “convergência de opiniões”. “O que estamos falando é duro”, diz ela. Em algumas carreiras, explica a

(16)

secretária, o fim das vantagens equivale a 75% da remuneração básica em algumas carreiras.

Cristiane Schmidt, da Fazenda de Goiás, destaca que uma reforma previdenciária é essencial para o ajuste de contas do Estado.

Apesar da melhora no quadro, diz ela, a proposta orçamentária do Estado para o ano que vem prevê um déficit orçamentário de R$ 3,5 bilhões. Ela conta que em agosto conseguiu saldar pagamentos a servidores que haviam ficado pendentes da gestão anterior. Ela destaca que, além de várias medidas de corte de despesas discricionárias, o que contribuiu para que Goiás conseguisse acertar as pendências de folha foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite ao governo estadual deixar de pagar o serviço da dívida com a União.

No Rio Grande do Sul, diz Leany, a situação é semelhante. O Estado também suspendeu o pagamento do serviço da dívida com base em um liminar do STF. Desde agosto de 2017, diz a secretária, deixou de ser pago um total de R$ 7 bilhões em amortizações e juros da dívida. Desde janeiro, outra liminar também permite que o governo estadual deixe de pagar parte dos precatórios.

13 Para o ano que vem, a proposta orçamentária do governo gaúcho prevê déficit orçamentário de R$ 5,2 bilhões, num resultado que deverá ser mais deteriorado que o deste ano. Pelas previsões atuais, o Estado do Rio Grande do Sul deve fechar o ano com déficit orçamentário de R$ 4,4 bilhões.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/10/11/ro mbo-gigante-leva-estados-a-criar-reforma-propria-na-previdencia.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, sexta-feira 11 de

outubro de 2019.

Decisão do STF sobre divisão

de royalties independe de

votação no Congresso

Supremo julga no dia 20 liminar que suspendeu as novas regras Por Luísa Martins — De Brasília

Marcado para o dia 20 de novembro, o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a liminar que suspendeu as novas regras de divisão dos royalties do petróleo independe dos debates sobre a cessão onerosa no Congresso Nacional.

Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que destina 33% dos R$ 106 bilhões estimados para o leilão da cessão onerosa do pré-sal para Estados e municípios. O texto segue para análise do Senado Federal, o que deve acontecer já na próxima semana.

O caso discutido no Legislativo é relativo a um leilão de seis campos da Bacia de Santos (Atapu, Búzios, Itapu e Sépia), um território de 1.385 metros quadrados. O certame está agendado para o dia 6 de novembro.

Já no Supremo, o objeto é mais amplo. Os ministros vão decidir se confirmam

14

ou revogam a liminar concedida em 2013 pela ministra Cármen Lúcia (relatora) para suspender um trecho da Lei dos Royalties que tratava sobre os critérios de distribuição.

De acordo com a norma sancionada no ano anterior pela então presidente Dilma Rousseff, a lei aumentaria os recursos destinados a Estados não produtores de petróleo, reduzindo os ganhos das regiões produtoras.

Ao analisar o caso, Cármen entendeu que esse fragmento da lei causava prejuízo ao direito adquirido dos Estados produtores. Com a decisão da ministra, voltou a valer o método anterior de divisão, que favorecia essas unidades de federação.

O governo do Rio de Janeiro, um dos maiores produtores de petróleo do Brasil, aguarda um retorno de Cármen Lúcia sobre um pedido de protelação do julgamento. Na quarta, o governador Wilson Witzel solicitou ao STF que não analise o caso pelo menos nos próximos seis meses, para que haja uma tentativa de conciliação entre os estados.

Segundo Witzel, se o Supremo eventualmente revogar a liminar e manter a constitucionalidade da lei, o

impacto financeiro nas contas

fluminenses seria superior a R$ 100 bilhões, “causando, portanto, a quebra do Estado”.

Nesta semana, ao decidirem manter a

obrigatoriedade de os Estados

produtores repassarem 25% dos

royalties recebidos a todos os

municípios de seu território, ministros da corte deram indícios de como devem votar quando o caso chegar ao plenário.

(18)

O ministro Edson Fachin, por exemplo, sustentou que os royalties são da União, cabendo ao governo federal a decisão sobre a melhor forma de distribuição. Já os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli (presidente do tribunal) e Luiz Fux sinalizaram que os produtores também podem ser os “donos” da quantia.

A Petrobras e a União fecharam acordo de cessão onerosa em 2010 para que a estatal pudesse explorar de 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos. No entanto, diante da descoberta de que a área continha mais que o triplo do volume estabelecido em contrato, o governo decidiu leiloar esse excedente - a estimativa é a de que o certame renda R$ 100 bilhões ao erário. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/10/11/de cisao-do-stf-sobre-divisao-de-royalties-independe-de-votacao-no-congresso.ghtml Retorne ao índice 15

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 11 de

outubro de 2019.

Julgamento sobre Airbnb é

adiado

Ação discute se condomínio pode proibir moradores de locar suas unidades por meio do aplicativo Por Luísa Martins — De Brasília

11/10/2019 05h00 Atualizado há 6 horas

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou ontem a conclusão do julgamento sobre a possibilidade ou não de um condomínio proibir moradores de locar suas unidades por meio do Airbnb, serviço on-line de aluguel de imóveis por temporada.

O caso específico analisado pela Quarta Turma - o primeiro do tipo a chegar a uma corte superior - é o de um edifício de Porto Alegre, cuja administração

processou duas pessoas por

disponibilizarem seus apartamentos no site. O argumento é o de que elas

desrespeitaram a convenção do

condomínio, segundo a qual a destinação residencial dos imóveis não poderia ser alterada para uma atividade comercial.

O relator do processo, ministro Luís Felipe Salomão, entendeu ser ilegal a

16

prática da administração do edifício de privar o condômino do regular exercício do seu direito de propriedade. Segundo ele, não é possível enquadrar a locação pelo Airbnb como uma atividade

comercial, igualando-a a um

estabelecimento de hospedagem.

Em seguida, o ministro Raul Araújo pediu vista. Ele não tem prazo para devolver o processo para julgamento.

Nas instâncias inferiores, o

entendimento foi diferente. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) compreendeu que os moradores violaram a lei, ante o estabelecimento de uma “relação jurídica atípica

assemelhada a contrato de

hospedagem”.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/10/11 /julgamento-sobre-airbnb-e-adiado.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 11 de

outubro de 2019.

Movimento falimentar

Falências Requeridas

Requerido: Bela Vila Farmácia de

Manipulação Ltda. - CNPJ:

09.434.013/0001-43 - Endereço: Rua Espartaco, 849, Bairro Vila Romana - Requerente: Klass Transporte de Cargas Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Copenhague Conveniências Ltda. - CNPJ: 02.048.856/0001-62 - Endereço: Av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1178, 2º Andar, Sala 08, Bairro Cidade Monções - Requerente: Karla Apovian - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Corsan Corviam

Construccion S/A do Brasil - CNPJ: 15.271.426/0001-57 - Endereço: Rua Oscar Freire, 379, Cjto. 172, Sala 04, Bairro Cerqueira César - Requerente:

Usicity Pavimentação Ltda. -

Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP

Requerido: Estre Ambiental S/A - CNPJ: 03.147.393/0001-59 - Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 4509, 8º

Andar, Bairro Vila Olímpia -

Requerente: Quirino Ferreira

17

Advogados Associados - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Haddock Café Paulista Ltda. Eireli - CNPJ: 14.739.423/0001-32 - Endereço: Rua Haddock Lobo, 586, Bairro Cerqueira César - Requerente: Continental Securitizadora S/A - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP

Requerido: Keola Comércio de

Produtos Farmacêuticos Ltda. ME -

CNPJ: 55.922.629/0001-80 -

Endereço: Av. Ministro Rocha Azevedo, 1337, Bairro Cerqueira César - Requerente: Klass Transporte de Cargas Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Logic Line Operações

Logísticas Ltda. Epp - CNPJ:

11.638.349/0001-70 - Endereço: Rua Brás Cubas, 03, 2º Andar, Centro Ou Praça da República, 36, 5º Andar, Sala 20, Centro - Requerente: Logic Line Operações Logísticas Ltda. Epp - Vara/Comarca: 4a Vara de Santos/SP - Observação: Pedido de auto falência.

Requerido: Nova Dimensão

Empreendimentos e Participações Ltda.

- CNPJ: 53.053.450/0001-09 -

Endereço: Rua Iguatemi, 151, 10º Andar, Bairro Itaim Bibi - Requerente: Helicentro Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara Cível de São Paulo/SP

Requerido: Projeto Versatile Indústria e Comércio de Estruturas de Aço Eireli -

CNPJ: 32.179.080/0001-80 -

Endereço: Rua Pantojo, 1073, Bairro Vila Regente Feijó - Requerente: Lealfer

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Indústria e Comércio de Aço Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP

Requerido: Valdac Ltda. - CNPJ: 45.842.622/0001-03 - Endereço: Av. Onze de Junho, 1528, Bairro Vila Clementino - Requerente: Sul Brasil Fundo de Investimento em Direitos

Creditórios Np Multissetorial -

Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP

Requerido: Veleiros Comércio de Carnes e Representação Comercial Ltda. - CNPJ: 11.308.572/0001-59 - Endereço: Rua José Benedito Salinas, 47, Sala 02, Bairro Jardim Itapeva -

Requerente: Frigorífico Bonanza

Indústria e Comércio Ltda. -

Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP - Observação: Pedido

redistribuído.

Requerimentos de Desistência de Concordata Preventiva

Empresa: Supermercado Pague Menos Ltda. - CNPJ: 10.193.977/0031-41 - Endereço: Rodovia Br 101, S/nº, Km 08, Bairro Barro - Vara/Comarca: 18a Vara de Recife/PE - Observação: Requer seja julgada cumprida a moratória.

Recuperação Judicial Requerida

Empresa: Kairos Global Alimentos Ltda. Epp - CNPJ: 10.312.105/0001-30 - Endereço: Av. Mutinga, 3805, Bairro Jardim Santo Elias - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

18

Recuperação Judicial Deferida

Empresa: Batatão Comercial de Batatas Ltda. - CNPJ: 03.816.156/0001-33 - Endereço: Rodovia Br 153, S/nº, Km 5,5, Ceasa Gp 6, Box 17 a 21, Bairro Jardim Guanabara - Administrador Judicial: Márcio Nakano Sociedade Individual de Advocacia, Representada Pelo Dr. Márcio Jumpei Crusca Nakano

- Vara/Comarca: 17a Vara de

Goiânia/GO

Empresa: Cs9 Serviços de Consultoria e

Informática Ltda. - CNPJ:

43.211.630/0001-18 - Endereço: Rua Serra de Botucatu, 878, Sala 1209,

Bairro Vila Gomes Cardim -

Administrador Judicial: Aj Ruiz

Consultoria Empresarial Ltda.,

Representada Pela Dra. Joice Ruiz Bernier - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Empresa: Dibute Software Ltda. - CNPJ: 12.843.800/0001-53 - Endereço: Av. Roque Petroni Júnior, 850, Cjtos. 121 a 124, Torre Jaceru, Bairro Jardim Das Acácias - Administrador Judicial: Aj Ruiz Consultoria Empresarial Ltda., Representada Pela Dra. Joice Ruiz Bernier - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Empresa: Ergonômica Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. Me, Nome Fantasia Ergonômica Plásticos - CNPJ: 10.301.983/0001-50 - Endereço: Av. Júlio Jorge Vieira, 601, Casa 39, Bairro

Cidade Dos Funcionários -

Administrador Judicial: Dra. Valéria Previtera da Silva - Vara/Comarca: 2a Vara de Recuperação de Empresas e Falências de Fortaleza/CE

(22)

Empresa: Fênix Indústria e Comércio

de Móveis Ltda. - CNPJ:

04.129.107/0001-95 - Endereço: Av. Francisco Sá, 3190, Galpão O, Bairro Carlito Pamplona - Administrador Judicial: Dra. Valéria Previtera da Silva

- Vara/Comarca: 2a Vara de

Recuperação de Empresas e Falências de Fortaleza/CE

Empresa: Globeinbra Lcc - CNPJ: 10.794.936/0001-95 - Endereço: 2711, Centerville Road, S/nº, Suite 400,

Wilmington, Delaware, Eua -

Administrador Judicial: Aj Ruiz

Consultoria Empresarial Ltda.,

Representada Pela Dra. Joice Ruiz Bernier - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Empresa: Mundial Indústria e

Comércio de Móveis Ltda. Epp, Nome Fantasia Mundial Office - CNPJ: 07.796.191/0001-99 - Endereço: Rua Euzébio, S/nº, Km 07, Bairro Jiboia, Eusébio/ce - Administrador Judicial: Dra. Valéria Previtera da Silva - Vara/Comarca: 2a Vara de Recuperação

de Empresas e Falências de

Fortaleza/CE

Empresa: Rf Comercial de Verduras e

Legumes Ltda. - CNPJ:

25.029.471/0001-53 - Endereço:

Rodovia Br 153, S/nº, Km 5,5, Ceasa Gp 6, Box 20, Bairro Jardim Guanabara - Administrador Judicial: Márcio Nakano Sociedade Individual de Advocacia, Representada Pelo Dr. Márcio Jumpei Crusca Nakano - Vara/Comarca: 17a Vara de Goiânia/GO

Empresa: Stiva Indústria e Comércio de

Madeiras Ltda. ME - CNPJ:

01.298.185/0001-25 - Endereço:

Rodovia Go 110, S/nº, Km 50, Bairro Povoado Estiva, São Domingos/go –

19 Administrador Judicial: Márcio Nakano Sociedade Individual de Advocacia, Representada Pelo Dr. Márcio Jumpei Crusca Nakano - Vara/Comarca: 17a Vara de Goiânia/GO

Empresa: Stylus Comércio e Indústria

de Móveis Ltda. - CNPJ:

05.163.581/0001-04 - Endereço: Rua Sobral, 1267, Bairro Tabapuãzinho, Caucaia/ce - Administrador Judicial: Dra. Valéria Previtera da Silva - Vara/Comarca: 2a Vara de Recuperação

de Empresas e Falências de

Fortaleza/CE

Empresa: Swr Informática Ltda. - CNPJ: 01.596.922/0001-76 - Endereço: Alameda Jaú, 1160, Bairro Jardim Paulista - Administrador Judicial: Aj Ruiz Consultoria Empresarial Ltda., Representada Pela Dra. Joice Ruiz Bernier - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Homologação de Desistência de Recuperação Judicial

Empresa: Colégio Inovação Ltda. ME - CNPJ: 24.031.269/0001-01 - Endereço: Rua Toney Makey do Nascimento Silva, 25, Bairro Dezessete de Março - Vara/Comarca: 14a Vara de Aracaju/SE

Cumprimento de Recuperação Judicial

Empresa: Distribuidora Recife

Importação e Exportação Ltda., Nome Fantasia Armazéns Nordeste - CNPJ: 08.021.677/0001-18 - Endereço: Rua Pastos Bons, 650, Bairro Prazeres - Vara/Comarca: 2a Vara de Jaboatão Dos Guararapes/PE - Observação: Face ao cumprimento do plano aprovado pela assembleia geral de credores.

(23)

Empresa: Tes Transportes Especiais

Scarpellini Eireli - CNPJ:

07.605.782/0001-31 - Endereço: Rua Afonso Taranto, 210, Andar Superior, Sala 03, Bairro Nova Ribeirania - Vara/Comarca: 1a Vara de Ribeirão Preto/SP - Observação: Face ao cumprimento do plano aprovado pela assembleia geral de credores.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/10/11 /77d8db5e-movimento-falimentar.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos,

sexta-feira 11 de outubro de 2019.

Governo cria grupo para

discutir reforma

Integrantes, incluindo representantes de contribuintes, irão propor mudanças no sistema tributário

Por Laura Ignacio — De São Paulo

Vanessa Rahal Canado, especialista em tributação, deve participar das discussões — Foto: Silvia Zamboni/Valor

O Ministério da Economia criou um grupo de trabalho para propor mudanças no sistema tributário do país, com a participação de contribuintes.

21

Presidido pelo ministro Paulo Guedes, o grupo contará com outros cinco membros do governo e um assessor especial do ministro. Mas, segundo a Portaria nº 548, poderá ter também especialistas e representantes de entidades empresariais.

Segundo fontes, participará desse grupo a advogada especialista em tributação Vanessa Rahal Canado, uma das diretoras do think thank Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), que elaborou a proposta de reforma tributária em andamento na Câmara. A proposta prevê a substituição dos tributos PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Embora Vanessa seja uma das autoras do texto que institui o IBS, como a

Portaria nº 548 fala em

“aperfeiçoamento do sistema”, existe a expectativa de que o grupo elabore uma alternativa do governo às propostas de emenda à Constituição (PECs) em andamento na Câmara e no Senado. Os trabalhos do grupo serão “elaborar minutas dos textos legais, exposições de motivos e pareceres de mérito”.

Também indica a participação de Vanessa no grupo de trabalho, a Portaria nº 5.350, assinada por Cinara Lima, chefe de gabinete do ministro da Economia, nomeando a advogada tributarista para exercer “cargo em comissão de Diretora de Programa da Assessoria Especial para Assuntos Parlamentares, da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia”.

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Além do ministro e um assessor a ser designado, serão membros fixos do grupo: o procurador-geral da Fazenda Nacional; o secretário da Receita Federal; o secretário especial de Fazenda; o secretário especial de Previdência e Trabalho; e o secretário de Política Econômica.

Mas, ao contrário do que aconteceu na criação do já extinto Comitê de Súmulas da Administração Tributária Federal, a Portaria nº 548 prevê a participação da sociedade. Segundo a norma, para assessoramento técnico aos trabalhos, o ministro da Economia “poderá solicitar a participação de especialistas e representantes de outros órgãos e entidades”.

Em relação ao comitê de súmulas,

reclamou-se que somente havia

membros do governo na sua

composição. Agora espera-se uma nova minuta, que preverá a participação de contribuintes.

Para o tributarista Edison Fernandes, do FF Advogados, a simplificação do sistema tributário brasileiro é um assunto extremamente relevante para a classe empresarial e, por isso, os debates devem contar com profissionais da área, que são advogados e contadores, além de empresários. “É preocupante não se ver na portaria nomes desse tipo de profissional ou de representantes da área empresarial”, afirma.

Para Fernandes, se o grupo contar ao menos com a participação de Vanessa será um grande avanço. “Ela tem experiência na área acadêmica e no dia a dia. O ideal é o grupo de trabalho ser um órgão paritário, não só com representantes da Fazenda”, diz.

22 A advogada Tathiane Piscitelli, colega de Vanessa como professora na FGV Direito SP, afirma ser importante que o grupo de trabalho conte com alguém que já está debatendo reforma tributária a fundo. “Como a portaria fala em aperfeiçoamento do sistema tributário, me parece claro que o objetivo do grupo será discutir a reforma tributária”, afirma. “Mas não

necessariamente uma reforma

estrutural. Podem ser leis pontuais, sem ter que mexer com os Estados.”

Segundo Tathiane, a unificação do PIS e da Cofins, mudanças na tributação da renda ou a criação de métodos alternativos de cobrança são exemplos de medidas que podem ser adotadas por meio de leis ordinárias, “que não dependem do custo político que uma PEC impõe”.

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2019/10/11 /governo-cria-grupo-para-discutir-reforma.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos,

sexta-feira 11 de outubro de 2019.

Esquecimento, internet e

territorialidade

Há questão bastante importante na decisão da Corte Europeia de Justiça: a de que a internet tem território

Por Marco Antonio Sabino

11/10/2019 05h01 Atualizado há 6

horas

A Corte Europeia de Justiça (CEJ) resolveu o embate travado entre o Google e a agência de privacidade francesa, CNIL, a respeito do caráter global da decisão que determina a remoção de conteúdo verdadeiro, porém descontextualizado, caduco e ilegalmente processado, o que o artigo 17 da General Data Protection Regulation (GDPR) denomina “direito ao apagamento” ou “direito a ser esquecido”. Em voga, imediatamente, o debate sobre o alcance de uma decisão local sobre a internet que, por essência, é extraterritorial; mediatamente, a discussão sobre a supremacia europeia em temas de privacidade e internet em contraposição ao gigantismo das techs estadunidenses (a nova Guerra Fria?). Orbitando a polêmica, a ameaça invariável que esse tipo de expediente

23

pode acarretar para o direito à informação e a liberdade de expressão. A decisão, aliás, foi comemorada por ativistas desse tão fundamental direito. Falar do Costeja, hoje, vale apenas como dado histórico. É de 2014 o caso em que esse cidadão espanhol obteve, na CEJ, o direito de desindexação de seu nome nos mecanismos de busca dada uma antiga dívida que já havia sido por ele ulteriormente honrada. O mais importante, contudo, é o desenvolvimento que o chamado

“direito ao esquecimento” está

experimentando.

Há questão bastante importante na decisão da Corte Europeia de Justiça: a de que a internet tem território

O Google contabiliza quase 848.000 pedidos de remoção de um total de cerca de 3,3 milhões de URLs desde maio de 2014, época da decisão de Costeja. Desde então, o número só vem crescendo. Do total, 55% dos conteúdos foram removidos, 88,5% relativos a informações de pessoas não públicas, 18,5% ligados a notícias, 12,2% apenas relacionadas a informações pessoais. Não são números desprezíveis. Grosso modo, aplicando-se o percentual sobre o número absoluto, foram 1,8 milhão de URLs removidas, cujo pressuposto era

conter informação não acurada,

descontextualizada, caduca ou

ilegalmente processada - mas não falsa. O que é relevante quanto do “direito ao esquecimento” na recente decisão da CEJ é que a limitação do alcance da GDPR significa a restrição a um direito que é antagônico à liberdade de expressão e ao direito à informação. A

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informação pretensamente apagada não padece de falsidade, abusa da liberdade de expressão ou é incorreta: ela apenas se tornou potencialmente obsoleta, causando prejuízos ao titular dos dados presentes na informação. Na medida em que a decisão europeia (no caso, da CNIL francesa) só se aplica aos países da União, a informação ali deletada será visível para pessoas de outras partes do globo. Sem dúvida, uma vitória para a informação e a liberdade de expressão. Não se pode deixar de se ter a noção que remoções de conteúdo na internet não podem nunca ser regra. Antes, devem ser precedidas de apurada e cautelosa análise, porque remover conteúdo que não padece de qualquer vício caracteriza censura. Estamos vivendo uma época estranha em que

publicações são recolhidas,

personalidades são proibidas de falar em eventos, pessoas são vaiadas por exporem suas ideias. Nessa linha, a decisão da CEJ, restringindo a remoção apenas ao território europeu, aplica uma regra básica de direitos humanos: qualquer restrição às liberdades tem de ser estritamente interpretada. Ganha a liberdade de expressão, vence o direito à informação.

Mas há algo bastante importante para além do “direito ao esquecimento” na decisão europeia: a de que a internet tem território. Curiosamente, um sistema em que a regra é a relativização do tempo e do espaço tem, agora, uma

marcação espacial potencialmente

contrária à sua essência. Barata e

ubíqua, a internet chegou

definitivamente para ficar. E agora estão se traçando suas fronteiras. Antes de julgar por anacrônico o direito exposto pela CEJ, melhor analisar se, de fato, não é perfeitamente factível a

24 territorialidade legal da internet. Antes da internet existe a soberania e a ordem jurídica, e se tudo hoje é mais ou menos relativizado e não existem dogmas ou verdades absolutas, fato é que a ninguém é dado desprezar a história e as instituições. Não é o caso de a tecnologia jogar tudo o que se tem até hoje por terra, mas, ao invés, de haver equilíbrio e harmonia entre ética, regulação e ela, tecnologia.

Do ponto de vista operacional é plenamente viável implementar a solução estabelecida pela CEJ. Mas como será, por exemplo, com a fervente proteção de dados? A GDPR, com diversas disposições extraterritoriais, estará limitada ao território da União

Europeia também para outras

aplicações da GDPR? Será que a decisão da CEJ não tira a força e propensão de a Europa se tornar o contraponto humano no impacto da tecnologia em nossa sociedade?

Os limites estão se colocando e são necessários. No caso da decisão, em boa hora a CEJ definiu que a informação

verdadeira, ainda que

descontextualizada, será desindexada apenas para determinado público, permanecendo hígida aos demais. O perigo do “direito ao esquecimento”, frise-se, é que ele trabalha sobre informações verdadeiras. No limite, considerando que as informações disponíveis é que formam o juízo, a razão e a história, o extremo do esquecimento é a alteração do que se sabe sobre o passado. É isso que temos que ter em mente quando discutimos o sedutor “direito ao esquecimento”.

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Marco Antonio Sabino é head de mídia e internet de Mannrich e Vasconcelos Advogados, professor da FIA, Ibmec, Dom Cabral e Fipecafi e foi academic visitor da Universidade de Oxford (Inglaterra), onde estudou o direito ao esquecimento na GDPR Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2019/10/11 /esquecimento-internet-e-territorialidade.ghtml

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Caderno: Mercado, sexta-feira 11 de

outubro de 2019.

Governo arrecada R$ 8,9

bilhões em primeiro de três

leilões de petróleo

Foram arrematados 12 de 36 blocos oferecidos; Petrobras levou apenas um

Nicola Pamplona RIO DE JANEIRO

No primeiro da série de três leilões de petróleo que o governo realizará até o

fim de 2019, a ANP (Agência Nacional

do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) arrecadou R$ 8,9 bilhões com a venda de 12 das 36 áreas oferecidas.

Foi o maior valor já arrecadado em

leilões de petróleo sob o regime de concessão no país.

“Superou nossas expectativas”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, ressaltou a diversidade de empresas vencedoras. “Foram dez operadores, o que dá a certeza de que

não vão faltar recursos tanto

financeiros quanto humanos”, disse. A Petrobras e a Exxon, uma das principais investidoras nos últimos leilões da ANP, tiveram presença tímida na disputa. A estatal fez oferta por apenas duas áreas, levando uma na Bacia de Campos. A Exxon fez uma oferta e arrematou uma área na mesma bacia.

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Por outro lado, houve grande

participação de empresas de médio porte: como a espanhola Repsol, a alemã Wintershall e a Petronas, da Malásia. A Repsol levou quatro blocos, sozinha ou em consórcio.

Com participação em três blocos, dois deles sozinha, a Petronas estreou como operadora de projetos de exploração de petróleo no país. A QPI também está presente em três concessões. A maior vencedora foi a Chevron, com cinco blocos.

"O resultado mostra que a gente vai ter diversidade", reforçou o secretário-executivo do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), Antonio Guimarães. Ele destacou que a Petrobras teve atuação seletiva, entrando forte nas disputas que lhe interessavam. Em uma delas, o consórcio liderado pela estatal foi derrotado.

Presente ao leilão, o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, deixou o local sem dar entrevistas. O leilão desta quinta ofereceu áreas fora do chamado polígono do pré-sal, região criada em 2010 para dar exclusividade à Petrobras na operação das maiores reservas brasileiras. Apesar disso, houve áreas com potencial de reservas no pré-sal em águas ultraprofundas das bacias de Campos e Santos.

Nesse tipo de leilão, vencem as disputas as empresas ou consórcios que apresentarem os maiores bônus. Os contratos são de concessão, sem participação do governo. Nos leilões do pré-sal, em que os consórcios tem participação da estatal PPSA, os bônus são fixos e a disputa se dá em torno do

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volume de petróleo destinado ao governo após o início da produção. A ANP ofereceu áreas em cinco bacias, mas houve ofertas para apenas duas. A Bacia de Campos teve as maiores disputas e foi responsável por 96% do total arrecadado nesta quinta. O maior bônus, de R$ 4 bilhões, foi pago por um bloco em Campos por consórcio formado pela francesa Total, a Petronas e a QPI.

Em Santos, apenas 2 dos 11 blocos oferecidos foram arrematados. Não houve ofertas para as bacias de

Pernambuco-Paraíba, Jacuípe e

Camamu-Almada –as duas últimas na Bahia.

Oddone disse que o interesse na Bacia

de Campos reflete o maior

conhecimento geológico da área. As bacias que não despertaram interesse

enfrentam também entraves

ambientais.

O investimento mínimo oferecido pelas empresas chega a R$ 1,5 bilhão. Esse valor será gasto em pesquisa sísmica — espécie de radiografia do subsolo— e perfuração de poços. Em caso de descobertas, o investimento é bem superior.

A ANP estima que as áreas leiloadas terão entre três e quatro descobertas, com a necessidade de contratação de número equivalente de plataformas. A produção pode atingir de 400 mil a 500 mil barris por dia, com potencial de arrecadação de R$ 100 bilhões em royalties durante a vida útil dos projetos.

"O resultado mostra que a política de petróleo e gás está no caminho certo e abre perspectivas para os próximos

27 leilões", disse o ministro de Minas e Energia.

Em novembro, a ANP realiza dois leilões do pré-sal. O primeiro deles, o megaleilão da cessão onerosa, pode arrecadar até R$ 106 bilhões, caso todas as áreas sejam vendidas. O segundo, tem potencial de arrecadação de R$ 7,8 bilhões.

No mercado, a avaliação é que Petrobras e Exxon pouparam forças para essas disputas. A anglo-holandesa Shell e a francesa Total, outras empresas agressivas no pré-sal, levaram respectivamente, duas e uma área nesta quinta.

"O leilão de hoje nos deu a oportunidade de demonstrar mais uma vez nosso compromisso com o Brasil", disse, em nota, o presidente da Shell no país, André Araújo. A companhia é a maior produtora privada de petróleo brasileiro.

A maior arrecadação em um leilão de petróleo no Brasil se deu pela área de Libra, no pré-sal, em 2013: R$ 15 bilhões, em valores da época. Em leilões de contratos de concessão, o recorde anterior foi atingido na décima quinta rodada de licitações, em 2018, com R$ 8 bilhões.

Ao fim da disputa desta quinta, o ministro de Minas e Energia disse que o governo estuda revisões na política

brasileira de oferta de áreas

petrolíferas. Uma das mudanças, diz, pode ser a inclusão de áreas dentro do

polígono do pré-sal na oferta

permanente da ANP –sistema que mantém uma vitrine de blocos durante todo o ano.

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Ele ressaltou, porém, que o governo ainda não tem posição sobre a proposta de acabar com o polígono do pré-sal, tema de projeto de lei elaborado pelo senador José Serra (PSDB-SP).

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/10/gov erno-arrecada-r-89-bilhoes-em-primeiro-de-tres-leiloes-de-petroleo.shtml

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