1. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL: art. 8º, inciso IV, parte final, CF c/c
arts. 578 e seguintes da CLT;
2. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA: art.8º, inciso IV, CF;
3. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL: art. 513, l, e, da CLT; e
FUNÇÕES DO SINDICATO
1) Representativa: representação perante as autoridades
administrativas e judiciais dos interesses coletivos da categoria
ou individuais de seus integrantes. (art. 8º, III, da CF);
2)
Assistencial:
prestação
de
serviços
aos
seus
representados. A CLT prevê diversas atividades assistenciais,
como educação (art. 514, parágrafo único), saúde (art. 592),
lazer (art.592), fundação de cooperativas (art. 514, parágrafo
único), etc;
FUNÇÕES DO SINDICATO
3) Colaboração (com o Estado): o sindicato deve cooperar na
solução de problemas que se relacionem com a categoria, e no
desenvolvimento da solidariedade social;
4) Arrecadadora: fixação de contribuições pelos sindicatos e
delas resultam a receita sindical; e
5) Negocial: poder conferido aos sindicatos para ajustar
instrumentos coletivos de trabalho nos quais serão fixadas
regras a serem aplicáveis às relações de trabalho referentes a
categorias por eles
representadas. A Constituição Federal
reconhece validade as convenções coletivas de trabalho (art.
7º, XXVI).
Contribuição Sindical
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
IV – A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema
confederativo
da
representação
sindical
respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
Contribuição sindical (parte final do inciso IV): “ independentemente
daquela prevista em lei” (art. 578 e seguintes da CLT). Devida por toda
categoria.
Contribuição confederativa
Fundamento legal: Art. 8º, inciso IV, CF
Objetivo: custear o sistema confederativo de representação
sindical composto por confederação, federações e sindicatos. O
produto da arrecadação deverá ser rateado entre essas entidades.
Devida somente pelos associados (Súmula 666 convertida na
Súmula Vinculante 40, STF).
“A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo”.
Natureza: consensual/espontânea, fixada pela assembleia geral do
sindicato.
Mensalidade
Fundamento legal:
Art. 548 - Constituem o patrimônio das associações sindicais:
(...)
b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos
estatutos ou pelas assembleias gerais;
Assistencial
Fundamento legal:
Art. 513 - São prerrogativas dos Sindicatos:
(…)
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões
liberais representadas.
Objetivo: custeio da atividade de negociação coletiva pelo
sindicato.
Devida por toda categoria. Os efeitos da negociação coletiva
abrangem toda categoria.
Assistencial
Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha
de pagamento dos seus empregados, desde que por eles
devidamente autorizados, as contribuições devidas ao Sindicato,
quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical, cujo
desconto independe dessas formalidades.
Parágrafo único - O recolhimento à entidade sindical beneficiária do
importe descontado deverá ser feito até o décimo dia subseqüente
ao do desconto, sob pena de juros de mora no valor de 10% (dez
por cento) sobre o montante retido, sem prejuízo da multa prevista no
art. 553 e das cominações penais relativas à apropriação indébita.
Tendo em conta que negociação coletiva beneficia a
todos os membros integrantes da categoria
representada, poderia a contribuição a assistencial
ser cobrada também de membros não associados ao
sindicato?
TST
Precedente Normativo nº 119
“CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS – INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS – (mantido) DEJT divulgado em 25.08.2014
A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados.
Precedente Normativo nº 74
DESCONTO ASSISTENCIAL (cancelado pela SDC em sessão de 02.06.1998 – homologação Res. 81/1998, DJ 20.08.1998)
TST
Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC
AS CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITU-CIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. (MANTIDA) DEJT DIVULGADO EM 25.08.2014.
As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados.”
Precedentes Normativos e Orientações Jurisprudenciais não são de aplicação obrigatória, mas indicativa.
Cabe ao sindicato devolver os valores descontados a título de
contribuição assistencial aos trabalhadores não associados e
aqueles que não tenham autorizado prévia e expressamente o
desconto.
Fundamento:
artigo 8º, V, CF assegura que ninguém será obrigado a filiar-se
ou a manter-se filiado a sindicato.
Art. 5º, XX, CF: direito fundamental-constitucional do
trabalhador à livre associação sindica".
Proposta de alteração
O texto encaminhado à Comissão de Jurisprudência, subscrito por 14 dos 27 ministros do TST, propunha que a redação do PN 119 fosse alterada para prever a extensão da contribuição sindical a não associados mediante acordo coletivo, tendo o trabalhador 20 dias para manifestar formalmente sua recusa. Quanto à OJ 17, a proposta era o cancelamento.
O parecer da comissão foi no sentido de cancelar os dois verbetes, "a fim de permitir à corte reanalisar amplamente as questões referentes à contribuição assistencial, devendo o direito de oposição e a forma de cobrança serem consolidados em momento futuro, após a catalogação dos necessários precedentes, nos termos das normas regimentais".
No entanto, os verbetes foram mantidos. Isso porque o Regimento Interno do TST exige, para a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula ou precedente normativo, a ratificação por maioria absoluta – ou seja, 14 votos, e na votação ocorrida, somente 12 ministros votaram pela proposta de mudança.