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Petrogênese do stock granítico Monte Alegre, noroeste do domínio Macururé, faixa sergipana

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA. PETROGÊNESE DO STOCK GRANÍTICO MONTE ALEGRE, NOROESTE DO DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA SERGIPANA. ANA CAROLINE SOARES OLIVEIRA. Orientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes da Silva Rosa Coorientador: Prof. Dr. Herbet Conceição. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias. São Cristóvão - SE 2014.  .

(2) Ana Caroline Soares Oliveira. PETROGÊNESE DO STOCK GRANÍTICO MONTE ALEGRE, NOROESTE DO DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA SERGIPANA. Dissertação apresentada à Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Geociências. Orientadora: Prof. Dra. Maria de Lourdes da Silva Rosa Coorientador: Prof. Dr. Herbet Conceição  . São Cristóvão - SE 2014.  .

(3)

(4)                                     FICHA  CATALOGRÁFICA  ELABORADA  PELA  BIBLIOTECA  CENTRAL                                                        UNIVERSIDADE  FEDERAL  DE  SERGIPE                               Oliveira, Ana Caroline Soares Petrogênese do stock granítico Monte Alegre, noroeste do domínio Macururé, faixa sergipana / Ana Caroline Soares Oliveira ; orientadora Maria de Lourdes da Silva Rosa. – São Cristóvão, 2014. 107 f. : il.. O48p. Dissertação (mestrado em Geociências e Análise de Bacias) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014. O 1. Geociências. 2. Stock granítico Monte Alegre. 3. Petrografia. 4. Geoquímica. 5. Sergipe (SE). I. Rosa, Maria de Lourdes da Silva, orient. II. Título. CDU: 550.4(813.7).                                                                                .  .

(5) “Porque   na   abundância   de   sabedoria   há   abundância   de   trabalho;   de   modo   que   aquele   que  aumenta  em  ciência,  aumenta  em  aflição.”   Eclesiastes  1  -­‐  18  . i  .

(6) À   minha   família,   por   todo   o   cuidado   e   incentivo,   especialmente   a   minha   querida   avó   Marcelina  Rodrigues.    . ii  .

(7) AGRADECIMENTOS. Agradeço à Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (FAPITEC) pela concessão da bolsa de mestrado, indispensável à realização desta. dissertação.. Igualmente. agradeço. à. Fundação. de. Coordenação. de. Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio obtido para apresentação dos resultados parciais deste trabalho em reuniões científicas e missões de campo. Ao Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias da Universidade Federal de Sergipe pela infraestrutura necessária para o desenvolvimento deste trabalho. Aos órgãos de fomento pelo apoio logistico e analítico ao desenvolvimento desta dissertação: PRONEX/FAPITEC/CNPq/2009, Edital Universal CNPq (2010 e 2011). Aos meus orientadores professores Maria de Lourdes da Silva Rosa e Herbet Conceição por toda dedicação, incentivo e por compartilharem o conhecimento em todas as fases do trabalho, indispensável para o estabelecimento das ideias aqui apresentadas. Aos demais professores do antigo Núcleo de Geologia, atual Departamento de Geologia da UFS pela disponibilidade, discussões e sugestões. Sou muito grata às professoras doutoras Aracy Sousa Senra e Ana Cláudia da Silva Andrade. A Superintendência de Salvador do Serviço Geológico do Brasil, pela confecção das lâminas delgadas assim como o acesso aos laboratórios de preparação para fins geocronológicos. Gostaria de agradecer particularmente as pesquisadoras doutoras Cristina Gusmão Burgos e Rita Cunha Leal Menezes pelo apoio e incentivo. Expresso meus agradecimentos a Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG) que permitiu a utilização do acervo de fotografias aéreas. Aos amigos e companheiros de jornada: Joane Almeida da Conceição, Vinícius Anselmo Carvalho Lisboa e Cleverton Correia Silva por toda a ajuda, força e por tornarem a caminhada mais leve. MUITO OBRIGADA!!!. iii  .

(8) RESUMO O Stock Granítico Monte Alegre constitui uma intrusão (5 km2) do Domínio Macururé da Faixa Sergipana. Essa faixa é um sistema de dobramentos Neproterozoico, e nesse contexto, o Stock Granítico Monte Alegre integra um conjunto bastante expressivo de granitos tidos como pós-tectônicas ao clímax do Ciclo Brasiliano. As rochas deste stock foram agrupadas em três fácies petrográficas: Fácies Porfirítica, Fácies Equigranular Leucocrática, a mais abundante, e Fácies Enclaves. Os estudos petrográficos permitiram identificar nesse stock a existência de biotita quartzo monzonitos, muscovita granitos, granitos com muscovita e biotita e de forma subordinada, quartzo monzodioritos. A mineralogia essencial nessas rochas é andesina/oligoclásio, feldspato alcalino, quartzo, muscovita, biotita e os acessórios apatita, epídoto magmático, titanita, zircão, carbonato e opacos. Os enclaves são de monzonito e monzodiorito, tendo como minerias máficos predominantes biotita e diopsídio. A geoquímica indicou que as rochas do stock são alcalinas potássicas, sendo os enclaves metaluminosos e os granitos e quartzo-monzonitos peraluminosos. Em diagramas do tipo Harker observam-se correlações positivas com o aumento da sílica para K2O, Al2O3 e Na2O, expressando o fracionamento de plagioclásio, minerais máficos e acessórios. Os valores totais de ETR tendem a decrescer com o fracionamento e isso também é observado nas anomalias negativas de Eu. Nos diagramas de ambiência tectônica os granitos ocupam o campo das rochas sin-colisionais enquanto os quartzo monzonitos e enclaves ocupam o campo dos granitos de arcos vulcânicos. O modelo petrogenético proposto para a formação das rochas porfiríticas é a mistura em diferentes graus entre magma máfico e félsico, materializado pela presença de diques sinplutônicos. Os muscovita granito são interpretados como resultantes da fusão parcial de metassedimentos quando da colocação das rochas porfiríticas. Palavras-Chave: Stock Granítico Monte Alegre, Petrografia, Geoquímica. iv  .

(9) ABSTRACT The Monte Alegre Stock is a granitic intrusion (5 km2) in the Macururé Domain of the Sergipe Belt. This belt is a Neproterozoico fold system, in this context, the Monte Alegre Granite Stock integrates an expressive set of granites assumed to be post tectonic the climax of the Brasiliano Cycle. The rocks of this stock were grouped into three petrographic facies: Porphyritic Facies, Leucocratic Equigranular Facies and Enclaves Facies, with an Equigranular Leucocratic Facies that dominates. Petrographic studies have indicated in stock existence quartz biotite monzonite, granite muscovite, granite with muscovite and biotite and subordinate manner, monzodiorites quartz. The mineralogy is essential andesine / oligoclase, alkali feldspar, quartz, muscovite , biotite and accessory apatite, magmatic epidote, titanite, zircon, carbonate and opaque . The enclaves are monzonite and monzodiorite, with the predominant mafic mineral bearing biotite and diopside.The geochemichal data indicates that the rocks the are potassic alkaline, and the enclaves are metaluminous, the granites and quartz - monzonite are peraluminous. In Harker diagrams we observed positive correlations between increasing silica and K2O, Al2O3 and Na2O, which expresses the fractionation of plagioclase, mafic minerals and accessories. The total REE values tend to decrease with fractionation and this is also observed in the negative anomalies of Eu. In the tectonic settings diagrams the granites occupy the field of syn- collisional rocks while the quartz-monzonite and enclaves occupy the field of volcanic-arc granite. The petrogenetic model proposed for the formation of porphyritic rocks is the mixture, in varying degrees, between mafic and felsic magma materialized by the presence of syn-plutonic dikes . The muscovite granite are interpreted as resulting from partial melting of metasedimentary rocks when the enplacement of the porphyritic rocks. Key-Words: Stock Granítico Monte Alegre, Petrography, Geochemistry. v  .

(10) ÍNDICE. AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... iii RESUMO ........................................................................................................................ iiiv ABSTRACT ........................................................................................................................v ÍNDICE ............................................................................................................................. vi LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................x LISTA DE TABELAS .................................................................................................... xiii LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................ xiv.  . CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS I. 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................2 I.2. OBJETIVOS .................................................................................................................3 I.2.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 3 I.2.2. Objetivos Específicos .......................................................................................... 3 I.3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO ......................................................................................3 I.3.1. Aspectos Fisiográficos ......................................................................................... 5 I.4. MATERIAIS E MÉTODOS .........................................................................................5 I.4.1. Trabalhos de Campo ............................................................................................ 5 I.4.2. Trabalhos de Laboratório..................................................................................... 6 I.4.2.1. Estudo Petrográfico ..................................................................................... 6 I.4.2.2. Geoquímica ................................................................................................. 7. vi  .

(11) CAPÍTULO II - GEOLOGIA REGIONAL II.1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................9 II.2. PROVÍNCIA BORBOREMA .....................................................................................9 II.2.1. Granitos na Província Borborema ................................................................... 11 II.2.2. Faixa Sergipana ................................................................................................ 13 II.2.2.1. Embasamento na Faixa Sergipana .................................................................... 13 II.2.2.2. Granitos na Faixa Sergipana ............................................................................. 15 II.2.2.3. Domínios da Faixa Sergipana ........................................................................... 16. CAPÍTULO III - GEOLOGIA LOCAL III.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................21 III.2. GEOLOGIA DO STOCK GRANÍTICO MONTE ALEGRE ..................................21 III.2.1. Fácies Porfirítica ............................................................................................. 24 III.2.2. Fácies Equigranular Leucocrática ................................................................... 26 III.2.3. Fácies Enclaves ............................................................................................... 26 III.2.4. Rochas Encaixantes ........................................................................................ 31. CAPÍTULO IV - PETROGRAFIA IV.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................36 IV.1.1. COMPOSIÇÃO MODAL E NOMENCLATURA ........................................ 36 IV.2. FÁCIES PORFIRÍTICA ..........................................................................................41 IV.2.1. Minerais Essenciais ........................................................................................ 41 IV.2.2. Minerais Acessórios........................................................................................ 44    . vii  .

(12) IV.3. FÁCIES EQUIGRANULAR LEUCOCRÁTICA ...................................................45 IV.3.1. Minerais Essenciais ........................................................................................ 45 IV.3.2. Minerais Acessórios........................................................................................ 48 IV.4. FÁCIES ENCLAVES ..............................................................................................50 IV.4.1. Minerais Essenciais ........................................................................................ 51 IV.4.2. Minerais Acessórios........................................................................................ 55 IV.5. EMBASAMENTO ..................................................................................................56 IV.5.1. Ardósia ............................................................................................................ 56 IV.5.2. Rocha Cálcio-silicática ................................................................................... 58 IV.6. CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS ...............................................................61 IV.6.2. Fácies Porfirítica ............................................................................................. 65 IV.6.3. Fácies Equigranular Leucocrática................................................................... 65 IV. 6.4. Fácies Enclaves .............................................................................................. 68. CAPÍTULO V- GEOQUÍMICA V.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................70 V.2. ELEMENTOS MAIORES ........................................................................................70 V.2.1. Composição Normativa CIPW......................................................................... 73 V.3. TIPOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO ..........................................................................74 V.3.1. Diagrama de Nomenclatura Total de Álcalis versus SiO2 ............................... 74 V.3.2. Diagrama de SiO2 versus Índice de Alcalinidade de Wrigth ........................... 74 V.3.3. Diagrama de Saturação em Alumínio ............................................................ 757 V.3.4. Diagrama K2O versus Na2O ............................................................................. 77 V.3.5. Diagrama K2O versus SiO2 .............................................................................. 77 V.3.6. Diagrama MgO versus K2O ............................................................................. 81 V.3.7. Diagrama Ternário Qz – Ab – Or .................................................................... 81  . viii  .

(13) V.4. EVOLUÇÃO GEOQUÍMICA ..................................................................................84 V.4.1. Diagramas do Tipo Harker ............................................................................... 84 V. 5. ELEMENTOS TRAÇOS..........................................................................................86 V.5.1. Diagramas de Elementos Traços versus MgO ................................................. 87 V.5.2. Diagrama TiO2 versus Nb ................................................................................ 89 V.5.3. Diagramas de Elementos Terras Raras ............................................................ 89 V.5.4. Diagrama Multielementar ................................................................................ 91 V.5.5. Diagrama de Ambiencia Geotectônica ............................................................ 95 V.6. CONSIDERAÇÕES GEOQUÍMICAS .....................................................................97 V.6.1. Biotita quartzo monzonito ................................................................................ 97 V.6.2. Granitos ............................................................................................................ 98 V.6.3. Enclaves ........................................................................................................... 98. CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES VI.1. CONCLUSÕES......................................................................................................101. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 103  . ix  .

(14) LISTA DE FIGURAS  . Figura 1. Mapa esquemático de localização da área de estudo.. .........................................4   Figura 2. Contorno geográfico do Brasil com a apresentação das províncias estruturais definidas por Almeida et al. (1977)........................................................................10   Figura 3. Mapa esquemático da Província Borborema de Schobbenhaus (1984). ............12   Figura 4. Mapa esquemático mostrando a proposta da divisão tectono-estratigráfica do estado de Sergipe de Santos et al. (1998). ..............................................................14   Figura 5. Mapa esquemático do SGMA com representação das fácies petrográficas e pontos visitados nos trabalhos de campo. ..............................................................22   Figura 6. Aspectos gerais de afloramentos da Fácies Porfirítica ......................................23   Figura 7 . Afloramento representativo da Fácies Equigranular Leucocrática ...................23   Figura 8. Textura representativa de rocha da Fácies Porfirítica.. ......................................25   Figura 9. Contato difuso entre porções de rocha que variam nos tamanhos, abundância de fenocristais e na concentração de minerais máficos na matriz.. .............................25   Figura 10. Aspecto textural característico do muscovita-granito.. ....................................27   Figura 11. Enclave supermicáceo hospedado em muscovita granito.. ..............................27   Figura 12. Relações dos enclaves máficos que compõem os diques sin-plutônicos.. .......29   Figura 13. Região do dique sin-plutonico na qual tem-se enclaves com coloração mais preta (mais ricos em anfibólio). ..............................................................................29   Figura 14. Enclave máfico microgranular do interior dos diques sin-plutônicos. Destaque para o enclave coloração verde escura. ..................................................................30   Figura 15. Enclaves máficos microgranulares do interior dos diques sinplutônicos. Notar a presença de enclaves múltiplos no centro da foto. ..............................................30   Figura 16. Esquema ilustrativo da interação entre magma máfico e félsico durante a cristalização do magma félsico segundo Barbarin & Didier (1992). .....................32   Figura 17. Visão geral de afloramento de ardósia às margens do Rio do Cachorro nas proximidades do stock.. ..........................................................................................32   Figura 18. Imagem de ardósia com coloração cinza, com intenso brilho prateado. .........33   Figura 19. Afloramento de ardósia com nível de cálcio-silicática). ..................................33  . x  .

(15) Figura 20. Diagrama Q-A-P aplicado às rochas do Stock Granítico Monte Alegre. .........38   Figura 21. Diagrama Q-(A+P)-M aplicado ás rochas do SGMA. s. .................................40   Figura 22. Fotomicrografias de rochas da Fácies Porfirítica do SGMA. ..........................42   Figura 23. Fotomicrografia de textura hipidiomórfica em Muscovita granito.). ..............46   Figura 24. Cristal de plagioclásio com desenvolvimento de kink (A). Cristais de muscovita associados a cristal de plagioclásio (B).. Cristais de epídoto magmático. (C). Cristais de epídoto com aspecto “mirmequitóide” (D).. .................................49   Figura 25. Fotomicrografia de textura hipidiomórfica de enclave cumulático de Hornblenda biotita diopsídio monzodiorito ...........................................................52   Figura 26. Fotomicrografia de textura hipidiomórfica de enclave de Biotita hornblenda monzodiorito.. ........................................................................................................53   Figura 27. Fotomicrografias de enclaves máficos microgranulares. Aglomerado de minerais máficos em enclave de biotita-hornblenda-diopsídio monzodiorito (A). Cristal de aegirina-augita em enclave de Aegirina-augita-biotita monzodiorito (B). Cristal de allanita metamitizada em enclave de Diopsídio biotita monzonito (C). Enxame de cristais de apatita em enclave de Aegirina-augita-biotita monzodiorito (D).. ........................................................................................................................57   Figura 28. Aspesto textural da rocha cálcio-silicática (A). Cristais de anfibólio em rocha cálcio-silicática (B). Intercrescimento mirmequítico em plagioclásio em contato com feldspato alcalino (C). Cristais de titanita euédrica e subédrica em rocha cálcio-silicática (D). ...............................................................................................60   Figura 29. Esquemas representativos de intercrescimentos pertíticos e mirmequíticos Após Vlach (2002). ................................................................................................62   Figura 30. Quadro com representação da sequência de cristalização estabelecida para os minerais que compõem as diferentes fácies do SGMA ..........................................66   Figura 31. Diagrama discriminante Total de álcalis versus óxido de sílica, segundo Middlemost (1985). ................................................................................................75   Figura 32. Diagrama SiO2 versus Índice de Alcalinidade de Wrigth (1969) aplicado aos granitos e quartzo monzonitos do SGMA.. ............................................................76   Figura 33. Diagrama de Maniar & Piccoli (1989) que utiliza-se dos índices de Shand para caracterizar a saturação em alumina das rochas graníticas, aplicado às rochas do SGMA.. ..................................................................................................................78  . xi  .

(16) Figura 34. Diagrama K2O versus Na2O para a classificação das rochas alcalinas potássicas e sódicas, segundo Le Maître et al. (1989), aplicado às rochas do SGMA.. ..................................................................................................................79   Figura 35. Diagrama Na2O versus SiO2 de Peccerillo & Taylor (1976) aplicado as rochas do SGMA.. .............................................................................................................80   Figura 36. Diagrama que relaciona K2O versus MgO para definir os limites das rochas ultrapotássicas de Conceição et al. (1997).. ...........................................................82   Figura 37. Diagrama Albita – Quartzo- Ortoclásio com PH2O = 500, 3000 e 5000 bar, segundo Tuttle & Bowen (1958). ...........................................................................83   Figura 38. Diagramas de variação tipo Harker .................................................................85   Figura 39. Diagramas de variação tipo Harker nos quais se observam o comportamento de elementos traços em relação ao MgO ................................................................88   Figura 40. Diagrama binário que relaciona Nb versus TiO2 aplicado às rochas do SGMA.. ..................................................................................................................90   Figura 41. Diagrama de elementos terras-raras, aplicado aos enclaves do SGMA...........92   Figura 42. Diagramas de ETR com valores normalizados segundo Nakamura (1974), aplicado aos quartzo monzonitos do SGMA. .........................................................92   Figura 43. Diagrama de ETR com valores normalizados pelo Condrito segundo Nakamura (1974), aplicado aos granitos do SGMA.. ............................................93   Figura 44. Diagrama multielementar com valores normalizados ao N-MORB segundo Sun & McDonough (1989) aplicado aos enclaves do SGMA................................93   Figura 45. Diagrama multielementar com valores normalizados ao N-MORB segundo Sun & McDonough (1989) aplicado aos quartzo monzonitos do SGMA.. ............94   Figura 46. Diagrama multielementar com valores normalizados ao N-MORB segundo Sun & McDonough (1989) aplicado aos granitos do SGMA.. ..............................94   Figura 47. Diagrama Rb versus Y + Nb discriminante de ambiente tectônico de Pearce et al. (1984), com delimitação do campo dos granitos pós-colisionais delimitado por Pearce (1996), aplicado as rochas do SGMA. ........................................................96      . xii  .

(17) LISTA DE TABELAS  . Tabela 1. Composição modal das rochas das diferentes fácies do SGMA ..................... 37 Tabela 2. Nomenclatura das rochas identificadas nas três fácies petrográficas do SGMA. Musc. = muscovita, bt. = biotita, horn. = hornblenda, Aeg.Aug. = aegirina-augita e diop. = diopsídio. ....................................................................................................39   Tabela 3. Resultados analíticos dos óxidos maiores e do cálculo normativo, obtidos para as rochas representativas do SGMA.. .....................................................................71   Tabela 4. Resultados analíticos de elementos traços obtidos para as rochas do SGMA.. .72      . xiii  .

(18) LISTA DE SIGLAS. CGDKit – Geochemical Data Toolkit CIPW – Cross, Iddings, Pirsson & Washington CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais DHZ – Deer, Howie & Zussman ETR – Elementos Terras Raras ETRL – Elementos Terras Raras Leves ETRM – Elementos Terras Raras Médios ETRP – Elementos Terras Raras Pesados FS – Faixa Sergipana FDS – Faixa de Dobramentos Sergipana GPS – Global Positioning System ICP – MS – Inductively Coupled Plasma-Mass Spectrometry ICP – OES – Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry IUGS – International Union of Geological Sciences KD – Coeficiente de Distribuição MPEAL – Maciço Pernambuco-Alagoas N – MORB – Normal Mid-Ocean Ridge Basalts PB – Província Borborema QAP – Quartzo, Álcalis e Plagioclásio Q(A+P)M – Quartzo, Álcalis+Plagioclásio, Minerais máficos SGMA – Stock Granítico Monte Alegre TPX – Temperatura, Pressão e composição (X).    . xiv  .

(19) Capítulo I Considerações Iniciais  .

(20) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. I. 1. INTRODUÇÃO O estudo das rochas graníticas desempenha um papel de suma importância para a compreensão da evolução geotectônica de um cinturão orogênico. Isso pois, o estabelecimento de hipóteses acerca do magmatismo, da colocação dos corpos ígneos e dos ambientes de formação dos magmas dependem das investigações petrográficas e geoquímicas associadas aos dados de campo. Nesse contexto, as pesquisas envolvendo os granitos da Faixa Sergipana (FS) tem despertado cada vez mais interesse dentre os pesquisadores, podendo-se destacar os trabalhos de Fugimori (1989), Giuliani & Santos (1989), Chaves (1991), Santos et al. (1998), Oliveira (2011), Conceição et al. (2012), Lisboa et al. (2012), Oliveira et al. (2012) e Silva et al. (2013). Nessa faixa de dobramentos o magmatismo apresenta uma gama variada de granitos os quais funcionam como importantes marcadores dessa orogênese Brasiliana. A FS é um dos cinturões de dobramentos da Província Borborema (PB), considerado um orógeno neoproterozoico importante por apresentar elementos geológicos/geotectônicos que permitem que seja comparada a cinturões orogenéticos modernos (Carvalho 2005). As feições destacadas da PB e da FS é a intensa presença em vários de seus domínios geológicos, de corpos graníticos que em sua maioria são tardios e pós-tectônicos em relação aos principais eventos deformacionais. Embora existam diversas citações anteriores a respeito dos granitos da FS (por exemplo, os trabalhos de Humphrey & Allard (1969), Brito Neves & Cordani (1973), Santos et al. (1988 e 1998), ainda existe a necessidade de dados de petrografia e geoquímica, visto que estes trabalhos tem cunho regional e portaram poucos dados dessa natureza. Esta dissertação tem por meta contribuir com dados de mapeamento, petrografia e geoquímica do Stock Granítico Monte Alegre (SGMA). O SGMA é um corpo granítico classificado por Santos et al. (1998) como tardio a pós-tectônico à Orogênese Brasiliana. Ele ocorre no Domínio Macururé, integrando um conjunto de abundantes corpos nomeados como granitos do “Tipo Glória”. Este corpo possui dimensões reduzidas, mas, no entanto, abriga evidências de uma gênese interessante e complexa, marcada por processos de mistura entre magmas e fusão parcial de metassedimentos do Domínio Macururé.. 2.  .

(21) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. I.2. OBJETIVOS I.2.1. Objetivo Geral Esta dissertação tem por meta obter, apresentar e discutir dados de campo, petrografia e geoquímica das rochas do SGMA, com o intuito de descrever uma evolução petrológica e, assim, inferir a natureza do magmatismo que originou esse corpo. I.2.2. Objetivos Específicos Constituíram os objetivos específicos do presente trabalho: - A identificação e coleta de dados dos afloramentos do SGMA. - Elaboração de mapa geológico baseado em fotointerpretação e missões de campo. - Obtenção da composição modal das rochas do SGMA e consequente nomenclatura segundo as normas da IUGS. - O estabelecimento de uma sequência cronológica de cristalização dos constituintes minerais. - Obtenção de análises geoquímicas de rocha total representativas para o SGMA e com elas identificar a(s) afinidade(s) geoquímica(s) presente(s) nessa(s) rocha(s). I.3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área estudada está inserida no setor noroeste do Estado de Sergipe, sul da sede municipal de Monte Alegre de Sergipe (Fig. 1) e com as seguintes coordenadas: 10º 01’ 39’’ e 37º 33’ 36’’. Ele está limitado a norte pelo município de Porto da Folha, a leste e sul pelo município de Nossa Senhora da Glória e a oeste, pelo Estado da Bahia. A área deste município é de 418,5 km2 e está inserida nas cartas topográficas de 1:100 000 Piranhas (SC.24-X-C-VI), Pão de Açúcar (SC-24-X-D-IV), Gracho Cardoso (SC-24-ZB-I) e Carira (SC-24-Z-A-III), escala 1:100.000. O SGMA está mais precisamente delimitado pelos paralelos 15º 17’ S e 16º 98’ S e meridianos 37º 28’ W e 38º 37’ W. Ele tem cerca de 5 km2, e está inserido totalmente na Folha Carira (SC-24-Z-A-III). O acesso a área de estudo a partir da capital Aracaju é feito através das rodovias pavimentadas BR 235, BR 101 e SE 206 num percurso total de 156 km. Para chegar até os afloramentos é necessário percorrer vias secundárias e estradas carroçáveis.. 3.  .

(22) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S..    . Figura 1. Mapa esquemático de localização da área de estudo. (A) Contorno geográfico do Brasil com destaque para o Estado de Sergipe em cor laranja. (B) Contorno do Estado de Sergipe tendo em destaque a área estudada.. 4.  .

(23) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. I.3.1. Aspectos Fisiográficos O município de Monte Alegre de Sergipe está inserido no polígono das secas. Ele tem clima do tipo megatérmico semi-árido com temperatura média no ano de 24,8 ºC, precipitação média anual de 1.208 mm e o período chuvoso é de março a agosto (Bonfim et al. 2002). O relevo da região é formado por uma superfície pediplanada e também dissecado com formas em colina e o aprofundamento de drenagem varia de muito fraca a fraca. Os solos são litólicos eutróficos, regosol distrófico, planosol e podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico. A vegetação de capoeira, caatinga e campos limpos e sujos e vestígios de mata. I.4. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido em duas etapas, a saber: trabalhos de campo e de laboratório. I.4.1. Trabalhos de Campo Esta etapa de trabalho foi precedida por levantamentos bibliográficos geológicos, regional e local (artigos, teses e dissertações de mestrado). O levantamento do limite cartográfico do corpo estudado e do padrão estrutural dos principais lineamentos da região foram obtidos a partir de fotointerpretação de fotografias aéreas da Força Aérea Brasileira, obtidas em 1985, na escala de 1:25 000. As fotografias aéreas correspondem aquelas das faixas 330 (fotografias 330013, 330014, 330015, 330016, 330017 e 330018), 340 (fotografias 340017, 340018, 340019, 340020 e 340021) e 351 (fotografias 351013, 351014, 351015, 351016, 351017 e 351018). Essas imagens que foram cedidas pela Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG) e permitiram a elaboração do mapa geológico preliminar. O mapeamento geológico de detalhe foi realizado, tendo-se o mapa fotogeológico preliminar elaborado, juntamente com as cartas geológicas e topográficas da região, que possibilitaram a definição dos acessos aos afloramentos. Foram visitados 43 afloramentos, sendo que 20 deles correspondem a granitos e os outros 23 a rochas do embasamento metassedimentar.. 5.  .

(24) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. A localização dos afloramentos foi feita com base em coordenadas UTM determinadas por GPS (Global Positioning System) da marca GARMIN®,modelo GPSMAP 62 STC. O mapeamento geológico consistiu da aquisição de dados de descrição macroscópica de granítos e de suas encaixantes. Essas informações possibilitaram já em campo a delimitação e individualização de fácies petrográficas. Também foram obtidos dados dos principais elementos estruturais identificados, bem como a realização de amostragem para posteriores estudos em laboratório. I.4.2. Trabalhos de Laboratório I.4.2.1. Estudo Petrográfico Os estudos petrográficos foram realizados a partir de amostras macroscópicas e seções delgadas de rochas. Ao todo foram realizadas descrições petrográficas em 18 amostras representativas do SGMA. As observações microscópicas utilizaram-se de lentes de até 40 vezes de aumento em microscópio triocular de marca OPTON®, modelo TNP-09T. A contagem modal (cerca de 2000 pontos por lâmina) foi feita utilizando-se de contador de pontos semi-automático de maca SWIFT®, modelo F acoplado a microscópio petrográfico de marca LEITZ, modelo Laborlune 12 Pol 15. As composições modais obtidas foram lançadas nos diagramas QAP e Q(A+P)M, seguindo-se as recomendações da Internacional Union of Geology Sciences (Le Maître et al. 1989), o que tornou possível estabelecer uma nomenclatura para as rochas. A obtenção das fotomicrografias contou com auxílio de câmera fotográfica de marca OLYMPUS®, modelo SC 30, utilizando-se o software Cell^B Olympus (2008). Essa câmera estava acoplada em microscópio petrográfico OLYMPUS modelo Bx 41 disponível no Laboratório de Microscopia e Lupas do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Sergipe. Utilizou-se as abreviações dos minerais em acordo com Whitney & Evans (2010). A petrografia consistiu da identificação e caracterização das fases minerais existentes e dos diferentes aspectos texturais das rochas. A partir dessas descrições foi possível inferir a sequência de cristalização para os minerais identificados. Foi adotada a seguinte sistemática para a descrição das rochas, admitindo-se que a amostra em seção delgada é representativa para todas as escalas de observação: (i) definir se o mineral 6.  .

(25) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. possui cor, e, quando colorido listar o pleocroísmo; (ii) descrever o tamanho dos cristais: o maior, o menor e o tamanho predominante; (iii) descrever a morfologia dos contatos entre os cristais; (iv) observar se os cristais apresentam inclusões: onde se localizam no interior dos cristais e identificar o grau de perfeição das fases inclusas; (v) analisar se os indivíduos exibem feições de deformação, recristalização ou orientação preferencial; e (vi) identificar outras feições, como presença de fraturas ou processos de alteração. No presente trabalho, o termo “mirmequita” foi adotado para designar os intercrescimentos de quartzo em plagioclásio sódico, que apresentem ou não o feldspato potássico em seu entorno. Quando o hóspede for quartzo ou qualquer outro mineral, valendo o mesmo para os hospedeiros, a terminologia adotada será “mirmequitóide”. I.4.2.2. Geoquímica Para a realização das análises geoquímicas de rocha total foram selecionadas 16 amostras das diferentes fácies petrográficas do SGMA. As etapas de preparação do material consistiram da separação manual de amostras livres de alteração a fim de serem reduzidas a tamanho de aproximadamente 1 cm com auxílio de britador de mandíbulas marca. CONTENCO.. Em. seguida,. realizou-se. o. quarteamento,. lavagem. e. armazenamento das amostras a serem encaminhadas ao laboratório analítico Acme Labs Ltda. Para a dosagem dos elementos maiores o Acme Laboratoires LTDA utilizou-se o método. analítico. ICP–OES. (Inductively. Coupled. Plasma. Optical. Emission. Spectrometry) e para os elementos traços e terras raras a técnica ICP–MS (Inductively Coupled Plasma-Mass Spectrometry). Os dados analíticos foram colocados no programa Microsoft Excel®. A leitura da planilha do Excel e geração dos diagramas geoquímicos foi realizada no software CGDKit (Janoušek et al. 2006). Ao se lançar as amostras de rochas nos diagramas, procurou-se obedecer convenientemente às especificações dos mesmos, respeitando-se os seus limites e parâmetros. Esse fato faz com que, nem sempre todas as amostras encontram-se lançadas nos diagramas, em caso de não se adequarem aos seus padrões.. 7.  .

(26) .  . Capítulo II Geologia Regional  .

(27) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. II.1. INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta os principais aspectos da geologia regional da área em apreço. Esse levantamento utilizou-se de trabalhos de vários autores que dedicaram-se ao estudo da geologia de Sergipe. Estes trabalhos envolvem a Província Borborema, o Cráton do São Francisco, o Maciço Pernambuco-Alagoas e de forma especial, a Faixa Sergipana, onde situa-se o objeto de estudo deste trabalho, o Stock Granítico Monte Alegre. II.2. PROVÍNCIA BORBOREMA O clássico termo “Província Borborema” (PB) foi definido por Almeida et al. (1977) para nomear a Região de Dobramentos Nordeste descrita por Brito Neves (1975), geotectonicamente situada ao norte do Cráton do São Francisco e que foi afetada pelos eventos tectônicos que caracterizam o Ciclo Geotectônico Brasiliano (Fig. 2). Segundo Jardim de Sá et al. (1992), o principal papel deste ciclo orogênico nessa região foi o de gerar ou retrabalhar diferentes faixas de supracrustais, e, nesse contexto, os seus limites com o Cráton do São Francisco puderam serem visualizados como sistemas de empurrões com vergência dominante para o cráton. A PB compreende a parte central de uma larga faixa orogenética denominada de Pan Africana-Brasiliana que foi formada em consequência da convergência e colisão dos crátons São Luís África Ocidental e São Francisco Congo-Kasai, no Neoproterozoico tardio (Van Schmus et al. 1995). A evolução geodinâmica desta província sugere acreção e amalgamação de diferentes terrenos tectono-estratigráficos no final da Orogenia Brasiliano-Pan-Africana (~ 600 Ma), envolvendo blocos crustais, microcontinentes, arcos magmáticos mais velhos e sequências supracrustais (Almeida et al. 1977, Jardim de Sá 1994). A região de dobramentos brasilianos apresenta-se com uma organização complexa, em mosaico, abrangendo diversos sistemas de dobramentos lineares, separados entre si por altos do embasamento, relacionados ou não com falhas (Almeida et al. 1977). Segundo Silva Filho et al. (2002), embora a região tenha sido altamente deformada e metamorfoseada durante a Orogenia Brasiliana, muitas características da geologia pré-brasiliana ainda podem ser reconhecidas nas rochas, incluindo assinaturas isotópicas.. 9  .

(28) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. Figura 2. Contorno geográfico do Brasil com a apresentação das províncias estruturais definidas por Almeida et al. (1977).. 10  .

(29) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. A geologia regional da PB pode ser sintetizada como sendo constituída por: (a) Complexos do embasamento representados por gnaisses orto-derivados, (b) Sequências supra-crustais deformadas e metamorfoseadas (Cinturões de Dobramentos), (c) Zonas de cisalhamento brasilianas e (d) Plútons graníticos brasilianos. A Província Borborema é confinada pelas províncias do São Francisco ao sul, e o Cráton do São Luís, ao norte, e está recoberta pelas bacias costeiras do Ceará, Potiguar, Pernambuco-Paraíba e Sergipe-Alagoas. Os plútons graníticos constituem uma característica relevante da PB e tem atraído ao longo dos anos o interesse de investigações científicas de muitos pesquisadores devido as suas características, potencialidades econômicas e por serem marcadores geodinâmicos importantes para se compreender a evolução de faixas orogênicas. II.2.1. Granitos na Província Borborema De acordo com Brito Neves et al. (2003) a PB é caracterizada e reconhecida pela riqueza e diversidade de seu magmatismo granítico, o qual perfaz cerca de 30% de todo conjunto territorial em apreço (Fig. 3). Esses granitos encontram-se permeando as faixas de supracrustais, os fragmentos do embasamento paleoproterozóico retrabalhados, as zonas de cisalhamento que deram a forma estrutural final da província. Os granitos são também encontrados nas bordas retrabalhadas dos núcleos cratônicos sin-brasilianos, do São Francisco e de São Luís (Brito Neves et al. 2003). É comum encontrar importante material bibliográfico a respeito das rochas graníticas que ocorrem na PB. Este acervo está representado principalmente por artigos publicados em periódicos e trabalhos finais de pós-graduação que tratam de estudos de caráter regional, bem como trabalhos específicos que tratam de petrografia, geoquímica e geocronologia de granitos (lato senso). Segundo Brito Neves et al. (2003), os tipos de granitos atualmente reconhecíveis na PB são em número de nove. Nessa classificação levam-se em conta as afinidades petrogenéticas,. geoquímicas,. dados. de. estudos. isotópicos,. parâmetros. de. susceptibilidade magnética, além dos estudos dos terrenos pré-cambrianos. Desta forma são: (1) Cálcio-alcalino normal (Conceição), com típico epídoto magmático; (2) cálcioalcalino de alto potássio sem epídoto magmático (Tipo Itaporanga); (3) cálcio-alcalino. 11  .

(30) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. Figura 3. Mapa esquemático da Província Borborema de Schobbenhaus (1984), 1. Faixa Sergipana. 2. Granitos Brasilianos. 3. Trends estruturais de gnaisses brasilianos. 4. Cráton do São Francisco. 5. Sedimentos do Cretáceo. 6. Zonas de cisalhamento.. 12  .

(31) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. de alto potássio com epídoto (Tipo São Rafael); (4) cálcio-alcalinos peraluminosos (Tipo Ouro Branco); (5) trondhjemitos (Tipo Serrita); (6) peralcalinos (Catingueira) e Shoshonitos (limites geoquímicos não bem definidos entre os dois) e (7) sienitóides metaluminosos de alto potássio (Tipo Terra Nova). II.2.2. Faixa Sergipana A Faixa Sergipana (FS), na qual se situa o corpo granítico em apreço, está posicionada na porção sul da PB, constituindo um de seus mais importantes cinturões orogênicos. A FS teve seu desenvolvimento no decorrer do Ciclo Brasiliano como produto da colisão entre o Maciço Pernambuco-Alagoas e o Cráton do São Francisco. Silva et al. (1995) argumentam que a FS é um sistema consolidado no neoproterozoico, como os demais sistemas de dobramentos que constituem a PB. Essa faixa definida por Silva Filho et al. (1978) e teve a sua atual organização geotectônica estabelecida por Davison & Santos et al. (1989), quando eles reconheceram os domínios tectono-estratigráficos Vaza-Barris, Canindé, Marancó e Poço Redondo (Fig. 4). Posteriormente o Domínio Estância foi reconhecido como o último dos domínios, por D’El-Rey Silva (1995). Silva Filho et al. (2003) acrescentam mais três domínios àqueles propostos por Davison & Santos et al. (1989): Rio Coruripe, Viçosa e Pernambuco-Alagoas. Conforme Davison & Santos (1989), a FS constitui uma área chave para o estudo da Orogenia Brasiliana no Proterozoico tardio do Brasil, pois, apresenta bons afloramentos e uma sequência crustal relativamente completa, desde níveis mais rasos pelíticos até níveis gnáissico-migmatíticos, que são mais profundos, além de formações sedimentares correlacionáveis lateralmente. II.2.2.1. Embasamento na Faixa Sergipana - Maciço Pernambuco-Alagoas O Maciço Pernambuco-Alagoas está localizado no setor sudeste da Província Borborema, Nordeste do Brasil. Este maciço demarca os limites norte e nordeste da FS. Segundo Silva Filho et al. (2002), dois grandes complexos metamórficos constituem o maciço, e eles são respectivamente, os complexos Cabrobró e Belém do São Francisco, além dos cinco batólitos graníticos principais, a saber: Ipojuca-Atalaia, Jaboatão-Garanhuns, Buique-Paulo Afonso, Águas Belas-Canindé e MaribondoCorrentes. 13  .

(32) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. Figura 4. Mapa esquemático mostrando a proposta da divisão tectono-estratigráfica do estado de Sergipe de Santos et al. (1998).. 14  .

(33) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. - Cráton do São Francisco De acordo com Almeida (1977), o Cráton do São Francisco é um bloco crustal consolidado durante o Paleoproterozoico e que aparentemente não foi afetado pelas deformações tectônicas atribuídas ao Ciclo Brasiliano. Essa entidade geotectônica compreende quase totalmente o território do Estado da Bahia e adentra nos estados adjacentes de Minas Gerais, Goiás, Sergipe e Pernambuco. Conforme Davison & Santos (1989), a FS, em sua porção sul, está em contato com o cráton e suas coberturas autóctones de sedimentos do Neoproterozoico. O embasamento próximo a FS é constituído por anfibolitos e granulitos, gnaisses de leucogranito e pegmatito altamente deformados, além de pequenos corpos ultrabásicos. Santos et al. (1998) subdividiram o embasamento gnáissico do cráton em Sergipe, como Complexo Gnáissico-Migmatítico e Complexo Granulítico. O Complexo Gnáissico-Migmatítico está encoberto a norte com os sedimentos do Domínio Estância, e a leste com o Complexo Granulítico por meio de falhas e zonas de cisalhamento. Ele é essencialmente constituído por biotita-gnaisse-migmatitos. Além de aflorar na porção sul da FS, o Complexo Gnáissico-Migmatítico também ocorre na região dos domos de Itabaiana e Simão de Dias. O Complexo Granulítico segundo Santos et al. (1998) é formado por ortognáisses charnoenderbíticos, gnaisses kinzigíticos, rochas cálcio-silicáticas, metanoritos e biotitagnaisses migmatizados, além de níveis pouco espessos de quartzitos. Os ortognaisses charnoenderbíticos a charnoquíticos correspondem às litologias predominantes do Complexo Granulítico. II.2.2.2. Granitos na Faixa Sergipana A distribuição dos corpos graníticos na FS é ampla. Eles ocorrem nos domínios Macururé, Marancó, Poço Redondo e Canindé, e de acordo com Santos et al. (1998) estenden-se para norte em direção ao MPEAL. Este trabalho adota a designação de Santos et al. (1998) para os tipos graníticos da FS, que agruparam e os caracterizaram os granitos tomando-se como base principalmente sua época de colocação em relação aos principais eventos tectônicos que acometeram a FS.. 15  .

(34) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. Os granitos Tipo Garrote ocorrem no Domínio Canindé e foram posicionados como cedo a sin-tectônicos. Apresentam-se frequentemente com biotita, muscovita e granada. Exibem normalmente foliação milonítica, e, por vezes, textura porfiroclástica grossa, podendo ser gnaisses em algumas regiões. Os granitos do Tipo Serra Negra são cedo a sin-tectônicos e ocorrem restritos ao Domínio Marancó e possuem composição granodiorítica a monzonítica, com biotita, muscovita e granada. Os granitos do Tipo Curralinho ocorrem restritamente ao Domínio Canindé e são posicionados como sincrônicos a tardi-tectônicos. Eles possuem composição granítica a granodiorítica com hornblenda, biotita e quartzo azulado. Os granitos do Tipo Glória estão posicionados como tardios a pós-tectônicos. São amplamente distribuídos, ocorrendo nos domínios Macururé, Marancó e Poço Redondo. E, suas composições variam entre granodiorítica, monzonítica, quartzo-monzodiorítica e granítica, com biotita, hornblenda, muscovita e titanita. Os granitos do Tipo Xingó são colocados como tardios a pós-tectônicos. Eles distribuem-se nos domínios Marancó, Poço Redondo e Canindé. A composição é predominantemente granítica, com biotita, muscovita, granada e localmente turmalina. Os granitos do Tipo Serra do Catu são pós-tectônicos. Eles ocorrem nos domínios Marancó, Poço Redondo e Canindé, exibindo composição sienítica, monzonítica e granítica, tendo como minerais máficos característicos, hornblenda, clinopiroxênio e biotita. Os granitos Tipo Propriá são pós-tectônicos. Eles ocorrem na região de Propriá, Canhoba e Escurial. Correspondem a granitos com biotita e muscovita. Os domínios geológicos da FS são seis, e eles foram compartimentados a partir de suas feições distintas. Eles representam diferentes níveis crustais, colocados lado a lado devido aos soerguimentos provocados pelas movimentações tectônicas compressivas e transcorrentes brasilianas (Santos et al. 1998). II.2.2.3. Domínios da Faixa Sergipana - Domínio Estância O Domínio Estância de D’El Rey Silva (1995) limita-se com o Domínio VazaBarris através da falha do Rio Jacaré, de natureza contracional, e de alto ângulo (Santos et al. 1998). 16  .

(35) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. Santos et al. (1998) definiram três formações para o que denominou de Grupo Estância: Acauã, Lagarto e Palmares. De acordo com D’El Rey Silva (1995), a Formação Acauã compreende calcário, dolomito, argilitos calcíticos com lentes de calcário, intercalações entre calcário e dolomito com estratificação cruzada, arenitos vermelhos e argilitos verdes. A Formação Lagarto foi descrita por Saes & Villas Boas (1989) como constituída por alternâncias entre arenitos finos e pelitos e recobrem os carbonatos da Formação Acauã com contato brusco e erosivo. A Formação Palmares é constituída por grauvacas, arenitos finos, feldspáticos, muito litificados, compactos, por vezes com lentes de conglomerados polimíticos desorganizados (Santos et al. 1998). Não há relatos na literatura acerca da presença de plutonismo no referido domínio. - Domínio Vaza-Barris Limita-se com o Domínio Estância através da Zona de Cisalhamento Rio Jacaré, cujo prolongamento sudeste, a Falha de Itaporanga, constitui o limite com a Bacia de Sergipe. A interpretação do Domínio Vaza-Barris invoca um fragmento de paleobacia desenvolvida sobre crosta continental com sedimentos tipicamente plataformais, deformação monofásica e redobramentos localizados, metamorfismo na Fácies XistoVerde, vulcanismo muito restrito e ausência de plutonismo (Santos et. al. 1988). Segundo Davison & Santos (1989), a estratigrafia deste domínio é claramente definida nos arredores da margem oriental do Domo de Itabaiana, onde tem-se três grupos: Miaba, Vaza-Barris e Simão Dias. Compreendem predominantemente metassiltitos, metarenitos e metacalcários. - Domínio Macururé O Domínio Macururé está limitado com o Domínio Vaza-Barris através das zonas de cisalhamento são Miguel do Aleixo e Nossa Senhora da Glória. Ele é constituído por metassedimentos. Segundo Santos et al. (1998) a deformação sofrida por esse domínio é polifásica, com orientação geral NW-SE em sua parte oeste, sendo menos observada na parte leste e o metamorfismo atingido é da Fácies Anfibolito. Eles argumentam ainda que, a presença de abundantes corpos de granitos tardios e pós-tectônicos, constitui a sua característica marcante. 17  .

(36) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. - Domínio Marancó Este domínio restringe-se a ocorrer a leste da Bacia do Tucano e é separado do Domínio Macururé através da Zona de Cisalhamento Belo Monte-Jeremoabo. Ele é composto principalmente por metariolitos e metadacitos, com intercalações de anfibolitos subordinados, metapelitos, metaconglomerados derivados de rochas vulcânicas, quartzitos e carbonatos (Davison & Santos 1989). Estes autores advogam ainda que existem dois corpos intrusivos de rochas ultramáficas serpentinizadas com ocorrência de cromita. Conforme Santos et al. (1988), o domínio compreende o Complexo Marancó, cujas unidades identificadas não implicam em relações estratigráficas, mas sim em tipos rochosos afins e com íntima relação espacial. - Domínio Poço Redondo O Domínio Poço Redondo limita-se com os domínios a sul e a norte através de zonas de cisalhamento contracionais oblíquas de alto ângulo (Santos et al. 1998). Davison & Santos (1989) reconheceram o Domínio Poço Redondo julgando-o como uma complexa sequência de ortognaisses e paragnaisses migmatizados que sofreu injeções graníticas e granodioríticas tidas como sin-colisionais e pós-colisionais, interpretando que tal domínio representa um nível crustal mais profundo em relação aos domínios anteriormente descritos. Os terrenos desse domínio são complexos e foram estudados por Davison & Santos (1989), Santos et al. (1998), Carvalho (2005). Davison & Santos (1989) o reconheceram como sendo uma complexa sequência de ortognaisses e paragnaisses migmatitizados que sofreu injeções graníticas atribuídas como sendo sincolisionais e pós-colisionais. Os contatos com os granitos pós-tectônicos do Tipo Glória são quase sempre muito irregulares e difusos que, por sua vez, são truncados por leucogranitos póstectônicos Tipo Xingó (Santos et al. 1998).. 18  .

(37) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre...  . Oliveira, A.C.S.. - Domínio Canindé Com base nos trabalhos de Santos et al. (1998), este domínio está limitado em sua porção sul, com o Domínio Poço Redondo, por expressiva zona de cisalhamento, a zona de cisalhamento Macururé (D’El Rey Silva 1999), cujas falhas que a deslocam apresentam direção NE – SW. Esse domínio foi descrito por Davison & Santos (1989), como compreendido por gabros do “Complexo Canindé”, xistos ultrabásicos, metavulcânicas félsicas, metamargas e xistos pelíticos acompanhados por intrusões granitos. Baseando-se nas afinidades genéticas e nas relações espaciais entre as rochas, Silva Filho et al. (1979) dividiram-nas em quatro unidades individualizadas como: Mulungu, Garrote, Novo Gosto e Gentileza.. 19  .

(38)  . Capítulo III Geologia Local    .

(39) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . III.1. INTRODUÇÃO Esse capítulo aborda o Stock Granítico Monte Alegre, bem como as encaixantes metassedimentares (xistos, ardósias e cálcio-silicáticas) pertencentes ao Domínio Macururé. Os trabalhos de campo permitiram nomear as rochas do SGMA nas seguintes fácies petrográficas: Porfirítica, Equigranular Leucocrática e os Enclaves. III.2. GEOLOGIA DO STOCK GRANÍTICO MONTE ALEGRE O SGMA tem forma aproximadamente elíptica, com eixo maior na direção E-W, ocupando uma área de cerca de 5 km2 (Fig. 5). Aflora sob a forma de pequenos lagedos e blocos arredondados (Fig. 6 e 7). Durante o período de seca é possível ver bem seus afloramentos que, se sobressaem em meio à vegetação no relevo caracterizado por colinas muito baixas. Esses lagedos em sua maioria abrigam rochas da Fácies Equigranular Leucocrática, já as rochas da Fácies Porfirítica ocorrem de forma subordinada na porção noroeste do corpo. O SGMA foi alvo de estudos em alguns trabalhos anteriores de caráter regional, dos quais destacam-se: •. Humphrey & Allard (1969), ao tratarem da geologia do Domo de Itabaiana localizado no Domínio Vaza-Barris.. •. O trabalho de Santos et al. (1998) em mapeamento geológico do estado de Sergipe.. •. Chaves (1991) que estudou alguns corpos graníticos do Domínio Macururé, e, dentre eles o SGMA, denominado pela referida autora como “Corpo de Monte Alegre”.. O trabalho de Humphrey & Allard (1969), descreve as rochas graníticas do Norte de Sergipe. Estes autores argumentam que os granitos aflorantes desde a Bacia de Sergipe até a Bacia do Tucano constituem o “Batólito de Glória”, com área atribuída de 160 km2. Segundo esses mesmos autores, o Batólito Glória é um grande complexo de intrusivas semelhantes em muitos aspectos ao Batólito de Sierra Nevada, o Batólito Sul da Califórnia, entre outros. Apesar de descreverem os corpos como um único batólito, eles afirmam que existem variações e que um mapeamento pormenorizado mostraria, sem dúvida, a presença de vários plútons individuais com características próprias. 21  .

(40) Oliveira, A.C.S..  . 22. Figura 5. Mapa Geológico Simplificado do SGMA com representação das fácies petrográficas e pontos visitados nos trabalhos de campo. Os pontos pretos tiveram amostras coletadas e os pontos brancos foram apenas descritos..  . Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre....

(41) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . Figura 6. Aspectos gerais de afloramentos da Fácies Porfirítica. Figura 7. Afloramento representativo da Fácies Equigranular Leucocrática. 23  .

(42) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . Humphrey & Allard (1969) argumentam igualmente que os granitos deste batólito estavam em contato com os metassedimentos (do que naquela época era nomeado de Grupo Vaza-Barris), nos quais produziram uma grande variedade de cornubianitos, dependendo da composição original destes metassedimentos. Santos et al. (1998) classificaram os corpos graníticos da Faixa Sergipana segundo as suas composições e quanto época de suas colocações em relação aos principais eventos geotectônicos que acometeram esta faixa. Nesse contexto, o Stock Granítico de Monte Alegre, juntamente com outros corpos adjacentes foi descrito como sendo predominante constituído por granitos/quartzo-monzonitos, equigranulares tendo fácies subordinadas de leucogranitos à muscovita e fácies porfiríticas de quartzomonzonitos/granodioritos com biotita e hornblenda. Os autores posicionam esse corpo como tardio a pós-tectônico às deformações atribuídas ao Ciclo Brasiliano. Chaves (1991) reconhece o “Corpo Monte Alegre” como constituído por grupos de rochas distintas. Um grupo é formado por granitos à muscovita e o outro por granitos porfiríticos contendo biotita e hornblenda. A autora argumenta ainda que os enclaves são raríssimos neste corpo e que isto sugere uma natureza evolutiva muito diferenciada. III.2.1. Fácies Porfirítica As rochas da Fácies Porfirítica ocorrem de forma limitada à parte noroeste do SGMA. Elas mostram cor cinza com tonalidades variadas e são porfiríticas (Fig. 8). Os fenocristais de feldspato ocorrem com tamanhos variando de 0,5 cm até 2,0 cm. São envoltos por matriz de granulação média constituída por cristais de feldspatos, quartzo e minerais máficos. As rochas desta fácies mostram-se complexas nos afloramentos visitados. Isto devido à variação dos volumes de minerais máficos, fenocristais, tipos de enclaves e a presença de diques sin-plutônicos. Em alguns afloramentos percebe-se feições que lembram emulsões: porções mais máficas da matriz encontram-se envolvidas por porções mais félsicas. Os contatos entre essas rochas são difusos (Fig. 9). Comumente é possível evidenciar, mesmo em macroscopia, a presença de textura poiquilítica dos fenocristais de feldspatos, que muitas vezes exibem orientação devido ao fluxo magmático. 24  .

(43) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . Figura 8. Textura representativa de rocha da Fácies Porfirítica. Os fenocristais de cor branca euédricos e subédricos são de feldspato alcalino e plagioclásio imersos numa matriz equigranular média de coloração cinza contento biotita como mineral máfico dominante. As pontuações escuras correspondem a agregados de biotita.. Figura 9. Contato difuso entre porções de rocha que variam nos tamanhos, abundância de fenocristais e na concentração de minerais máficos na matriz. A esquerda da imagem (onde está o martelo) tem-se granito pobre em fenocristais e a direita tem-se o granito porfiritico.. 25  .

(44) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . Os contatos dessas rochas porfiríticas com a Fácies Equigranular Leucocrática não foram observados em campo, por encontrarem-se encobertos por solo. Eles foram inferidos essencialmente com base nos caminhamentos realizados. As fotografias aéreas foram igualmente importantes, por mostrarem variações na cor e na textura. Diques máficos sin-plutônicos são presentes em vários afloramentos e suas espessuras não são superiores a 5 m. Nesses locais percebe-se a presença de estruturas do tipo pilow, onde constata-se a presença de vários tipos de enclaves. Concentrações de cristais de feldspato medindo entre 1,0 cm e 2,0 cm são presentes em vários afloramentos visitados. Essas estruturas revelam a dinâmica do fluxo magmático gerando cumulatos feldspáticos. Notou-se igualmente nesses afloramentos a presença de diques tabulares de granito com granulação fina, de cor rósea, com direção predominante de N137º. Veios de quartzo são também observados. III.2.2. Fácies Equigranular Leucocrática As rochas desta fácies do SGMA (Fig. 5) afloram sob a forma de lagedos e blocos arredondados. Elas ocorrem nas porções sul e central do stock, sendo os melhores afloramentos localizados às margens da rodovia estadual SE–106, em uma pedreira artesanal a poucos km antes da sede do município de Monte Alegre de Sergipe. Identificou-se nos afloramentos visitados dois conjuntos de rochas leucocráticas. Um formado por granitos leucocráticos com muscovita e outro formado por granitos leucocráticos com muscovita e biotita. Os granitos desta fácies correspondem a rochas equigranulares, com anisotropismo bem marcado por foliação ígnea (N030º/53º SE) que rotaciona cristais de feldspato e orientou os cristais e agregados de muscovita (Fig. 10). Constata-se em vários afloramentos a presença de enclaves supermicáceos (Fig. 11), por vezes estirados segundo a foliação presente nas rochas. Também foram identificados cristais de fluorita associados a zonas de fratura em muscovita granito. III.2.3. Fácies Enclaves Nesse estudo o termo Fácies Enclaves é utilizado para descrever os enclaves, como definido por Didier (1973): rocha que ocorre hospedada no interior de rochas ígneas. Dois grupos de enclaves foram identificados, aqueles máficos e ultramáficos associados a diques sin-plutônicos e os enclaves supermicáceos. Os primeiros estão limitados a ocorrer nas rochas da Fácies Porfirítica, enquanto os supermicáceos estão associados aos granitos leucocráticos com muscovita ou muscovita e biotita.. 26  .

(45) Petrogênese do Stock Granítico Monte Alegre.... Oliveira, A.C.S..  . Figura 10. Aspecto textural característico do muscovita granito. Observe que: a rocha é clara, equigranular fina, na qual, os cristais de muscovita são os pontos mais escuros/brilhantes da imagem.. Figura 11. Enclave supermicáceo hospedado em muscovita granito.. 27  .

Referências

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