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Efeito dos tratamentos de superfície e envelhecimento térmico no comportamento óptico de uma resina nanocerâmica (RNC) após cimentação

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Academic year: 2021

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JOSEANE SILVA

EFEITO DOS TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE E ENVELHECIMENTO TÉRMICO NO COMPORTAMENTO ÓPTICO DE UMA RESINA NANOCERÂMICA (RNC)

APÓS CIMENTAÇÃO

Florianópolis 2019

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Mestrado em Odontologia, Área de concentração: Implantodontia, do Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, como um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre.

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Joseane Silva

Efeito dos tratamentos de superfície e envelhecimento térmico

No comportamento óptico de uma resina nanocerâmica (RNC) após cimentação

O presente trabalho em nível de mestrado foi avaliado e aprovado por banca examinadora composta pelos seguintes membros:

Profa. Dra. Claudia Ângela Maziero Volpato Universidade Federal de Santa Catarina

Profa. Dra. Sheila Cristina Stolf Universidade Federal de Santa Catarina

Profa. Dra. Caroline Freitas Rafael UniSociesc

Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado adequado para obtenção do título de mestre em Odontologia.

____________________________ Profa. Dra. Elena Riet Correa Rivero

Coordenadora do Programa

____________________________ Prof. Dra. Claudia Ângela Maziero Volpato

Orientadora

Florianópolis, 26 de agosto de 2019. Claudia Angela Maziero

Volpato:56131933987

Assinado de forma digital por Claudia Angela Maziero Volpato:56131933987

DN: cn=Claudia Angela Maziero Volpato:56131933987, ou=UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, o=ICPEdu Dados: 2019.08.26 22:40:48 -03'00'

Assinado de forma digital por Elena Riet Correa Rivero:69108390053

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“’...Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência. Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes, são as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial...” (Chico Xavier, Francisco do Espírito Santo Neto)

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AGRADECIMENTOS

Sem dúvida, o momento de agradecer é um daqueles em que fico mais angustiada, pois fico receosa em esquecer de alguém. Porém, devo iniciar..., e começarei pelos meus Pais,

Cléria e José. Espero conseguir deixar suficientemente claro o quanto vocês são os meus

maiores incentivadores, pois estão sempre comigo em qualquer projeto e, muitas vezes, até com mais empolgação e garra do que eu mesma.

Esse projeto, desde a iniciação científica, devo a minha orientadora Professora

Cláudia Ângela Maziero Volpato. Não posso deixar de agradecer a vida por me

presentear com essa profissional e ao mesmo tempo me apresentar uma pessoa que me moldou em todos os aspectos da minha vida.

Também quero agradecer ao CEPID, esse lugar não representa apenas um espaço físico, e sim uma construção dos colegas, professores, servidores (principalmente a

Silvane e Mel) e tudo o que acontece lá dentro. Obrigada pela oportunidade de tanto

aprendizado. É claro, que em especial, sou muito agradecida aos professores César

Augusto Magalhães Benfatti e Ricardo Magini.

Ao meu lado sempre, minha dupla de vida, Raissa, acho que sempre vou te levar comigo no coração, pois ainda me construo como profissional ao teu lado. Você é muito importante, e talvez nem imagine o quanto me incentiva quando entra comigo em projetos, os quais as vezes nem eu acredito!

Às Caróis; vocês não existem na minha vida de forma separada! Espero ter conseguido deixar claro o quanto vocês duas são importantes. Carol Morsch; sou profissionalmente e pessoalmente grata por você ter me conduzido e me ensinado um pouquinho do que você sabe. Carol Rafael; que pessoa incrível que você é. Sempre te falei “o quanto será o suficiente ser um pouquinho de você quando eu crescer.” Muito obrigada por me deixarem aprender com vocês duas.

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Não posso deixar de agradecer também a minha família, Andressa, Simone, sobrinhos, tios, Maíra... vocês representam um porto seguro que sempre vou procurar quando as coisas estiverem pesadas por aqui. Chegar em casa e ver vocês é reconfortante. Obrigada por me esperarem em casa e virem me visitar com tanto carinho.

Gui, não esqueci de você, as coisas se tornaram mais leves com você aqui em

casa. Obrigada por me deixar aprender com você e me deixar te ensinar também. Você é um amigo que vou levar para a vida toda.

Por fim, deixo também meu agradecimento especial a UFSC, ao PPGO, a empresa parceira nesse estudo FGM e a CAPES.

Sem dúvida existem tantos outros nomes que participaram da minha vida nesses últimos dois anos. Agradeço a todos eles. Também compreendo que tudo isso é uma jornada necessária, e sou muito grata por estar nela. Aprendi que ao final sou a soma das pessoas e das vivências ao meu redor.

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Matriz de silicone para confecção das amostras de resina composta...68

Figura 2 – Aplicação de adesivo na face interna da amostra...69

Figura 3 - Aplicação do cimento resinoso sobre a face interna da amostra...69

Figura 4 - Limpeza dos excessos de cimento...70

Figura 5 - Fotoativação final do conjunto...70

(10)

APÊNDICE

RESULTADOS ...78

1 Cálculo das diferenças de cor ...81

2 Análise Estatística ...90

2.1 Amostras sem cimentação ...90

2.1.1 Amostras sem cimentação – LT ...90

2.1.2 Amostras sem cimentação – HT ...93

2.2 Conjuntos (amostras sobrepostas e cimentadas) ...95

2.2.1 Resina LT...95

(11)

APÊNDICE

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os grupos com amostras sozinhas

(resina LT) sobre fundo branco absoluto - medidas iniciais e após a termociclagem...78

Tabela 2. Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os grupos com os conjuntos

(resina LT) sobre fundo branco absoluto - medidas das amostras sobrepostas, amostras cimentadas e termociclagem...79

Tabela 3 Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os grupos com amostras sozinhas

(resina HT) sobre fundo branco absoluto - medidas iniciais e após a termociclagem...80

Tabela 4. Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os grupos com os conjuntos

(resina HT) sobre fundo branco absoluto - medidas das amostras sobrepostas, amostras cimentadas e termociclagem...81

Tabela 5. Diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) obtidas para os tratamentos de superfícies e tempos de envelhecimento (Resina LT – amostras sozinhas)...82

Tabela 6 Diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) obtidas para os tratamentos de superfícies e tempos de envelhecimento (Resina HT- amostras sozinhas)...84

Tabela 7 Diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) obtidas para as diferentes condições (sobreposta e cimentada) e envelhecimento (Resina LT – conjuntos)...86

(12)

Tabela 8 Diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) obtidas para as diferentes condições (sobreposta e cimentada) e envelhecimento (Resina HT – conjuntos)...88

Tabela 9. ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos tratamentos e tempos testados (resina LT – amostras sozinhas) ...90

Tabela 10 Teste de comparações múltiplas para as diferenças de cor (ΔE00) encontradas em relação aos grupos (p=0,010) e tempos (p˂0,001) ...91

Tabela 11. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de cor (ΔE00) encontradas em relação às interações entre grupos e tempos (p=0,012) ...91

Tabela 12. ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

matiz (ΔH’) em relação aos grupos e tempos testados (resina LT – amostras sozinhas)..91

Tabela 13. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,021) ...92

Tabela 14. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,003) e tempos (p˂0,001) ...92

Tabela 15. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,005) e tempos (p˂0,001) ...92

Tabela 16. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação às interações entre grupos e tempos (p=0,047) ...93

Tabela 17. ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos grupos e tempos testados (resina HT – amostras sozinhas) ...93

Tabela 18. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de cor (ΔE00) encontradas em relação aos tempos (˂0,001) ...93

Tabela 19. ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

(13)

Tabela 20. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação aos tempos (p=0,001) ...94

Tabela 21. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação aos tempos (p˂0,001) ...94

Tabela 22. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,014) e tempos (p˂0,001) ...95

Tabela 23. ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos grupos e

condições testadas (resina LT - conjuntos) ...95

Tabela 24. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de cor (ΔE00) encontradas

em relação às interações entre grupos e condições (p=0,040) ...96

Tabela 25 ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

matiz (ΔH’) em relação aos grupos e condições testadas (resina LT – conjuntos) ...97

Tabela 26. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação às condições testadas (p=0,004) ...97

Tabela 27. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,001) ...97

Tabela 28. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação às interações entre grupos e condições testadas (p=0,002) ...97

Tabela 29. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação às interações entre grupos e condições testadas (p=0,009) ...98

Tabela 30 ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos grupos e tempos (resina LT – amostras cimentadas) ...99

Tabela 31 ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

(14)

Tabela 32. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,001) e tempos (p˂0,001) ...99

Tabela 33. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação às interações entre grupos e tempos (p=0,020) ...99

Tabela 34. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação aos grupos (˂0,001) e tempos (p˂0,046) ...100

Tabela 35. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação às interações entre grupos e tempos (p˂0,001) ...100

Tabela 36. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação aos tempos (p˂0,001) ...100

Tabela 37. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação às interações entre grupos e tempos (p=0,049) ...100

Tabela 38. ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos grupos e condições testadas (resina HT – conjuntos) ...101

Tabela 39. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de cor (ΔE00) encontradas em relação às condições testadas (p=0,001) ...101

Tabela 40. ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

matiz (ΔH’) em relação aos grupos e condições testadas (resina HT – conjuntos) ...102

Tabela 41. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de croma (ΔC’)

encontradas em relação às condições testadas (˂0,001) ...102

Tabela 42. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

encontradas em relação condições testadas (˂0,001) ...102

Tabela 43. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

(15)

Tabela 44. ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) em relação aos grupos e

tempos (resina HT – conjuntos) ...103

Tabela 45. ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e

matiz (ΔH’) em relação aos grupos e condições testadas (resina HT – conjuntos) ...104

Tabela 46. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de luminosidade (ΔL’)

encontradas em relação aos grupos (p=0,006) e tempos (p˂0,001) ...104

Tabela 47. Teste de comparações múltiplas para as diferenças de matiz (ΔH’)

(16)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ... 21

2 OBJETIVOS ... 30

2.1 Objetivo geral ... 30

2.2 Objetivos específicos ... 30

3 ARTIGO EM PORTUGUÊS ... 31

4 METODOLOGIA APLICADA ... 64

4.1 Lista de materiais e equipamentos ... 64

4.2 Confecção das amostras: ... 66

4.3 Tratamento de superfície: ... 66

4.4 Cimentação adesiva: ... 68

4.5 Protocolo de Termociclagem: ... 70

4.6 Cálculo das diferenças de cor e análise dos resultados ... 71

5 REFERÊNCIAS ... 73

6 APÊNDICE ... 78

RESULTADOS ... 78

1 Cálculo das diferenças de cor ... 81

2 Análise Estatística ... 90

2.1 Amostras sem cimentação ... 90

2.1.1 Amostras sem cimentação - LT ... 90

2.1.2 Amostras sem cimentação - HT ... 93

2.2 Conjuntos (amostras sobrepostas e cimentadas) ... 95

2.2.1 Resina LT ... 95

(17)

RESUMO

Resinas nanocerâmicas (RNCs) apresentam um alto conteúdo cerâmico (80%) em sua composição o que favorece a fixação de peças protéticas feitas com esse material à estrutura dental por meio de cimentos adesivos. Porém, possíveis alterações na cor do cimento e mudanças no comportamento óptico de peças de RNC têm sido relatadas na literatura, principalmente quando essas são confeccionadas com espessuras finas e ultrafinas. O objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento óptico de amostras de uma resina nanocerâmica, submetidas a diferentes tratamentos de superfície e envelhecimento térmico, após a cimentação adesiva. Amostras de uma RNC (n=120) (A1, Hight

Translucency – HT e Low Translucency – LT, Brava Block, FGM, Brasil) foram

confeccionadas com 0,5mm de espessura e divididas em 6 grupos. Os grupos ST-HT e ST-LT (n=20 de cada ) não receberam nenhum tratamento de superfície prévio à cimentação adesiva; os grupos JAT-HT e JAT-LT (n=20 de cada) receberam jateamento da superfície com óxido de alumínio, enquanto que nos grupos JATSIL-HT e JATSIL-LT (n=20 de cada) as amostras foram jateadas e silanizadas antes da cimentação. As amostras foram redistribuídas (n=10) e sobrepostas sobre blocos de resina convencional (Cor A1, Dentina, Opallis, FGM, Joinville, SC, Brasil) com propilenoglicol. Após as leituras, as amostras foram cimentadas com cimento resinoso (Allcem Veneer, A1, Joinville, SC, Brasil). Todas as condições (amostras sozinhas, sobrepostas e cimentadas) foram mensuradas em um espectrofotômetro (Minolta CM 3600d, Konica Minolta, Tokyo, Japão). As amostras sozinhas e conjuntos cimentados foram submetidos à termociclagem (10.000 ciclos) e novamente mensurados para o cálculo das diferenças de cor (CIEDE2000). Os resultados obtidos mostraram que quando as amostras foram mensuradas sozinhas, tanto para resina LT (ST/termo/ΔE00:1,13, JAT/termo/ΔE00:0,98 e JATSIL/termo/ΔE00:1,48) quanto para resina HT (ST/termo/ΔE00:1,01, JAT/termo/ΔE00:0,98 e

(18)

JATSIL/termo/ΔE00:0,94), diferenças de cor estatisticamente significantes foram observadas (p˂0,001). Para os conjuntos sobrepostos, tanto a resina LT (p=0,040) quanto a resina HT apresentaram alterações de cor significantes (p=0,001); porém os conjuntos cimentados (HT e LT) não apresentaram diferenças de cor significativas (p=0,19 e p=0,43) após a termociclagem. Além disso, as amostras LT cimentadas apresentaram diferenças significativas de luminosidade (p˂0,001), croma (p˂0,001) e matiz (p=0,049) após a termociclagem.

A cimentação adesiva foi capaz de interferir nos parâmetros colorimétricos da RNC, assim como o envelhecimento térmico, tanto para as amostras sozinhas, como para as cimentadas

Palavras-chave: Resina Nanocerâmica; Tratamento de Superfície; Cor; Resinas

(19)

ABSTRACT

Nanocerâmicas resins (NCRs) have a high ceramic content (80%) in the composition which promotes fixation of prosthetic parts made from this material to tooth structure by adhesive cement. However, potential changes on cement color and changes in colorimetric behavior RNC parts have been reported in the literature, especially when these are made with fine thicknesses less than 0.5 mm. The objective of this study was to evaluate the optical behavior of fine samples of nanoceramic resin, after different surface treatment anf aging, after bonding. Samples of an NCR (n=120) (Color A1, Hight Translucency - HT and Low Translucency - LH, Brava Block, FGM, Brazil) were made with 0.5mm of thickness. The ST-HT and ST-LT groups (n = 20 of each) received no surface treatment prior to adhesive cementation; the JAT-HT and JAT-LT groups (n = 20 of each) were air abrasion with aluminum oxide, while in the JATSIL-HT and JATSIL-LT groups (n = 20 each) the samples were air abrasion and salinized before bond. Samples were distributed (n=10) and subjected to simulated adhesive cementation with propylene glycol under conventional resin block (color A1, dentin, Opallis, FGM, Joinville, Brazil). After they were cemented with resin cement (Allcem Veneer A1, Joinville, Brazil). All conditions (single, overlapping and cemented samples) were measured on a spectrophotometer (Minolta CM 3600d, Konica Minolta, Tokyo, Japan). After the single samples and cemented samples were subjected to thermocycling (10,000 cycles) and measured to calculate the color differences (CIEDE2000). The results showed for single samples for LT resin (ST / term / ΔE00: 1.13, JAT / term / ΔE00: 0.98 and JATSIL / term / ΔE00: 1.48) HT (ST / term / ΔE00: 1.01, JAT / term / ΔE00: 0.98 and JATSIL / term / ΔE00: 0.94) statistically color differences (p˂0.001) were observed. For overlapping samples, the resin LT (p = 0.040) and HT resin showed significant color changes (p = 0.001), but the cemented samples (HT, LT) showed no

(20)

statistically significant color differences (p = 0, 19 p = 0.43) after thermocycling. In addition, LT cemented samples showed a significant difference in brightness after thermocycling (p˂0.001), chroma (p˂0.001) and hue (p = 0.049). The adhesive cementation was able to

make changes in the RNC color, as well as the thermal aging, for both the single samples and the overlapping samples.

Keywords: Nanoceramic resin; Surface treatment; Color; Composite resin.

(21)

21 1 INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

O desenvolvimento de um material restaurador estético ideal estaria relacionado à combinação das melhores propriedades dos materiais cerâmicos com às propriedades dos materiais compósitos (TOUATI e AIDAN, 1997; PARK et al. 2008). Para reduzir essa lacuna, cerômeros foram introduzidos no mercado na década de 90, sendo formulados a partir de resinas compostas convencionais com um baixo teor de carga, porém, com pouca ou nenhuma similaridade com as cerâmicas odontológicas (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016).

Com o surgimento de processos de polimerização industrial, novos polímeros reforçados com cerâmica (PRCs) começaram a ser desenvolvidos através da combinação entre as fases cerâmicas e poliméricas (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Os PRCs apresentam um alto teor cerâmico (80%) em sua composição e são categorizados de acordo com o método de incorporação de cerâmica na matriz polimérica, em polímeros infiltrados por cerâmica (PICs) e resinas nanocerâmicas (RNCs) (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016).

Os blocos de RNC oferecem uma interessante alternativa às cerâmicas para a confecção de peças protéticas por usinagem (AWADA, NATHANSON, 2015; ÖZCAN E VOLPATO, 2016). Esses materiais são considerados polímeros reforçados devido ao seu alto teor cerâmico (acima de 80%). Sua polimerização industrial minimiza a quantidade de monômeros residuais, e o emprego de alta pressão e calor durante a polimerização industrial tende a proporcionar maior conversão dos monômeros, resultando em melhorias nas propriedades mecânicas. Comercialmente, o Lava Ultimate (3M ESPE, MN, EUA) é o principal material CAD/CAM que representa o grupo das RNCs. Esse material possui nanopartículas de zircônia/sílica (80%) dispersadas em uma matriz reforçada (20%) de

(22)

22 monômeros (UDMA – uretano dimetacrilato e Bis-EMA – bifesfenol A polietetilenoglicol dieter dimetacrilato) em sua composição (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016).

A resistência à fadiga de restaurações poliméricas CAD/CAM é citada na literatura como similar à resistência de restaurações cerâmicas vítreas, permitindo assim, a fabricação de restaurações conservadoras finas (cerca de 0,6mm) e ultrafinas (cerca de 0,3mm) com RNCs (Guess et al., 2013), uma vez que o risco de fratura e/ou lascamento durante sua prova e checagem oclusal seria mínimo e não muito diferente de uma restauração em dissilicato de lítio (AWADA e NATHANSON, 2015; DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Quanto a resistência ao desgaste, restaurações confeccionadas em RNC mostraram uma taxa de desgaste aceitável, além de um menor desgaste do esmalte do dente antagonista quando comparadas com restaurações feitas em cerâmicas vítreas (CARVALHO et al., 2014; DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016; VENTURINI et al., 2019). Também é possível encontrar na literatura, taxas de sobrevivência de cerca de 93,3% para peças confeccionadas com blocos cerâmicos de dissilicato de lítio, enquanto que restaurações feitas com RNC apresentam um valor muito próximo à 80% de sobrevivência (CARVALHO et al., 2014).

Estudos compararam o desempenho clínico de restaurações diretas e indiretas em dentes posteriores, e entre eles, CETIN, UNLU e COBANOGLU (2013) observaram que o desempenho clínico das resinas indiretas é comparável às resinas diretas após 5 anos, e que as taxas de falhas encontradas para os dois materiais são de 2,5% e 1,6%, respectivamente. Em outro estudo clínico longitudinal, FASBINDER et al. (2005) avaliaram o desempenho de restaurações cerâmicas e resinosas CAD/CAM, no qual as restaurações indiretas em dentes posteriores foram avaliadas após três anos, e apenas uma restauração cerâmica entre as 34 instaladas, e duas restaurações de RNC entre as 37 realizadas, exigiram substituição.

(23)

23

As resinas nanocerâmicas (RNCs) vêm sendo indicadas para a confecção de coroas, inlays, onlays e facetas (TOUATI e AIDAN, 1997; CHABOUIS, FAUGERON e ATTAL, 2013). Sua aplicabilidade clínica como material para a confecção de peças protéticas definitivas destaca-se em função da procura do mercado por materiais cada vez mais estéticos e que apresentem, entre as suas propriedades, a viabilidade para aplicação em áreas anteriores (ALGHAZZAWI, 2016). As RNCs apresentam partículas de sílica/zircônia ou bário (cerca de 80% em peso) em sua composição, na forma dispersa ou aglomerada, embebidas em uma matriz de resina altamente reticulada (20%) (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Não é necessário fotoativar essas resinas devido à ausência do monômero Bis-GMA (bisfenol glicidil metacrilato), resultando em um material com maior grau de conversão e redução da quantidade de monômeros residuais (ÖZCAN e VOLPATO, 2016; KEUL et al., 2014; DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016).

A confecção de restaurações protéticas indiretas associadas a sistemas computadorizados também surge como uma alternativa às técnicas convencionais de manufatura (MIYAZAKI e HOTTA, 2011). A tecnologia CAD/CAM permite a confecção de peças protéticas a partir da leitura digital do preparo ou do modelo de gesso, ou ainda, pela digitalização do enceramento realizado sobre o modelo. Além disso, os sistemas CAD/CAM oferecem boas resoluções operacionais, com durabilidade e previsibilidade dos resultados estéticos (MIYAZAKI e HOTTA, 2011; LAUVAHUTONON et al., 2017). Desta forma, além das RNCs apresentarem indicação para restaurações indiretas, elas ainda trazem a vantagem de novas formas de apresentação, como blocos para usinagem em sistemas CAD/CAM (MIYAZAKI e HOTTA, 2011). Em função de sua produção padronizada e feita em alta temperatura e/ou alta polimerização por pressão, a reticulação dos polímeros é maximizada nas RNCs, o que resulta em um material mais estável clinicamente (GILBERT et al., 2016; MAINJOT et al., 2016).

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24

Entre as vantagens do emprego de RNCs destacam-se a abrasão similar ao esmalte dental, maior carga inorgânica, menor contração de polimerização, possibilidade de caracterização em regiões estéticas, e a apresentação de blocos para usinagem (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Assim as resinas nanocerâmica podem ser menos abrasivas e apresentam boa integridade marginal, possibilitando a fabricação de restaurações mais finas quando comparadas com as restaurações vítreas. Além, de se apresentarem como uma boa alternativa para reabilitações complexas, especialmente quando é necessário um procedimento sem ou com mínima preparação dos dentes (LIEBERMANN et al., 2017).

Porém, ao comparar as RNCs com as cerâmicas odontológicas tradicionais, essas resinas são consideradas menos resistentes à fratura, tendem a apresentar degradação polimérica, e são mais susceptíveis a alterações colorimétricas e variações químicas, térmicas e mecânicas presentes na cavidade oral (STAPPERT et al., 2008; MAGNE e BELSER, 2003).

Outro ponto a ser observado nas RNCs é que essas resinas tendem a apresentar baixa abrasividade e um baixo módulo de elasticidade, resultando em maior absorção de tensões funcionais (CARVALHO et al., 2014). Em contrapartida, as cerâmicas tendem a ser mais duras que os compósitos e mais resistentes à abrasão, podendo resultar em maior desgaste da superfície dos dentes antagonistas (CAMPOS et al., 2015).

Os cimentos resinosos são os mais indicados para cimentação de peças de RNC à estrutura dental, sendo a degradação da interface adesiva mais próxima à degradação dos compósitos, proporcionando assim, um material capaz de apresentar melhor integridade marginal quando comparado às restaurações cerâmicas adesivas comumente utilizadas na odontologia (CHABOUIS, FAUGERON e ATTAL, 2013). Na etapa prévia à cimentação adesiva, outro ponto importante a ser considerado é o tratamento realizado

(25)

25

na superfície interna da peça, o qual é descrito na literatura como fundamental para incrementar a adesão e facilitar o escoamento e infiltração do cimento resinoso para o interior do material restaurador (CAMPOS et al., 2015).

Levando em consideração a importância da formação de uma camada hibrida consistente, e o correto protocolo de cimentação para obter durabilidade e estabilidade da interface adesiva, atualmente a literatura recomenda que as restaurações de RNC devem ser jateadas, limpas com água ou ácido fosfórico 35% por 60 segundos, e silanizadas previamente à cimentação adesiva (DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Após as peças protéticas serem provadas, ajustadas e polidas, elas também podem ser limpas em ultrassom por 5 minutos, jateadas com partículas de óxido de alumínio (Al2O3, 50-30µm, 2bars, 5-20 segundos), limpas com álcool e secas com jatos de ar para receber a aplicação do adesivo universal por 20 segundos - o qual não deve ser polimerizado, mas seco apenas com jatos de ar por 5 segundos, e por fim aplicado um cimento autopolimerizável de presa dual (ÖZCAN e VOLPATO, 2016).

Desta forma, o tratamento de superfície tem demonstrado ser fundamental para o aumento da resistência de união (CAMPOS et al., 2015; LOOMANS et al., 2017). O emprego do agente silano após o tratamento de superfície também pode auxiliar na redução da taxa de falhas adesivas; entretanto, ainda não está demonstrado na literatura um efeito claro sobre sua influência na cor final do material após a cimentação (LOOMANS et al., 2017; WU et al., 2019).

A interface adesiva é considerada a área mais frágil de uma restauração indireta. Quando essa restauração fica exposta à cavidade oral, possíveis desadaptações marginais possibilitam a entrada de água ou fluídos, o que permite que o agente de cimentação degrade, levando a uma subsequente perda de retenção ou descimentação

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da restauração. Segundo alguns estudos, a degradação da interface adesiva pode ocorrer rapidamente, cerca de 6 meses após a cimentação adesiva (BRESCHI et al., 2008).

É importante destacar que a estabilidade da interface adesiva depende diretamente de uma camada híbrida homogênea, a qual pode ser obtida por meio de um substrato poroso resultante da desmineralização ácida dentinária, e reforçada pela presença do agente adesivo (BRESCHI et al., 2008). A longevidade da camada híbrida parece envolver fatores físicos como, forças mastigatórias, alterações dimensionais que ocorrem na cavidade bucal devido a mudanças bruscas na temperatura, fatores químicos encontrados na saliva, alimentos, bebidas e produtos bacterianos (BRESCHI et al., 2008). Como a camada híbrida é formada por uma mistura de matriz orgânica da dentina, cristais de hidroxiapatita residuais, monômeros de resina e solventes, o seu envelhecimento pode afetar cada um dos seus componentes individuais, resultando em alterações de cor importantes do cimento adesivo ou perda da adesão alcançada. A principal causa para degradação da resina é o processo de hidrólise, enquanto a degradação da camada híbrida pode ocorrer tanto por perda de resina dos espaços interfibrilares, como pela desorganização das fibras de colágeno (SHAM et al., 2004; BRESCHI et al., 2008).

Portanto, como a resistência e durabilidade da ligação parecem depender diretamente da qualidade da camada híbrida e da sua correta impregnação no substrato dentinário, diferentes abordagens clínicas têm sido propostas para melhorar a infiltração, reduzir a taxa de sorção de água e reduzir a degradação do colágeno. Para isso, o uso de recursos adicionais como uma camada adicional de resina hidrofóbica, múltiplas aplicações do adesivo sobre fricção, correta fotoativação, jatos de ar para evaporação do solvente, aplicação de clorexidina como um primer adicional, utilização de corrente elétrica para aumentar a infiltração monomérica, seriam meios de melhorar a camada hibrida e manter sua estabilidade colorimétrica a longo prazo (BRESCHI et al., 2008).

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27

Materiais utilizados na odontologia para a confecção de restaurações indiretas não dependem apenas de boas propriedades biológicas e mecânicas, mas também da estética que esse material seja capaz de proporcionar (LAUVAHUTANON et al., 2017). As alterações de cor encontradas nos materiais restauradores podem ser resultantes de fatores extrínsecos, intrínsecos ou da combinação deles. Rugosidade da superfície, higiene oral deficiente e dieta do paciente são considerados fatores extrínsecos. Os fatores intrínsecos mais conhecidos e que podem determinar alterações de cor nos materiais são o processo de fabricação e a composição do material (RUTKÚNAS, SABALIAUSKAS e MIZUTANI, 2010; LAUVAHUTANON et al., 2017).

Apesar de estudos demonstrarem que as RNCs apresentam estabilidade de cor satisfatória (ACAR et al., 2016; LAUVAHUTONON et al., 2017; QUEK et al., 2018), uma vez que as peças de RNC serão cimentadas adesivamente ao preparo, tanto o cimento adesivo como as resinas podem envelhecer e sofrer degradação ao serem submetidos à função oral, contribuindo para a instabilidade óptica (BRESCHI et al., 2008). Isso se deve ao fato de que materiais resinosos são mais propensos à pigmentação do que os cerâmicos, e seu envelhecimento pode resultar em alterações de cor perceptíveis, principalmente quando sujeitos à ação de alimentos e bebidas corantes, como observado nos estudos de ACAR et al. (2016) e LAUVAHUTONON et al. (2017) após a imersão de amostras de RNC em café.

Compósitos são materiais propensos a alterações de cor, as quais se tornam mais evidentes quando o material é submetido a protocolos de envelhecimento laboratorial (ZANIN et al., 2008, LEE et al., 2011) e imersão em agentes corantes (ACAR et al., 2016; STAWARCZYK et al., 2012; LAUVAHUTANON et al., 2017). Na maioria das vezes, as alterações de cor encontradas são visualmente perceptíveis, comprometendo a aceitabilidade clínica dos trabalhos protéticos. Essa alteração geralmente está relacionada

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à oxidação das ligações duplas que não reagiram com os monômeros residuais ou à oxidação da matriz do polímero, resultando na difusão da água, e subsequente formação de produtos de degradação (SHAM et al., 2004).

Segundo ACAR et al. (2016), as RNCs tendem a apresentaram menor estabilidade de cor do que as cerâmicas a base de dissilicato de lítio. Essas mudanças de cor são significativas quando se trata da interface adesiva após a fotoativação dos cimentos resinosos. BAYINDIR et al. (2016) puderam constatar o efeito das mudanças de cor de cimentos resinosos polimerizáveis sobre diferentes tipos de restauração após fotoativação, usando diferentes unidades de polimerização. Os autores concluíram que diferentes protocolos de ativação apresentam um significativo efeito na cor final dos cimentos resinosos, e sugerem que mais estudos sejam realizados para avaliar o comportamento óptico da interface dos cimentos resinosos.

Por outro lado, STAWARCZYK et al. (2012), demonstraram que a estabilidade de cor de blocos de RNC mostrou-se muito semelhante à da cerâmica vítrea, e isto poderia estar relacionado à sua polimerização industrial em condições ideais, resultando em materiais menos solúveis e que absorvem menos água e pigmentos advindos da dieta. Porém, quando se trata dos corantes comumente presentes na dieta dos pacientes, as RNCs também apresentam mudanças de cor e susceptibilidade ao manchamento. Elas possuem potencial de pigmentação, especialmente quando imersas em vinho tinto e café, como já observado no estudo de ACAR et al. (2016). Esses autores demonstraram os efeitos do café na estabilidade de cor de vários materiais restauradores, entre eles as RNCs, que apresentaram alterações de cor clinicamente inaceitáveis; ou no estudo de LAUVAHUTANON et al. (2017) que também avaliaram as alterações de cor em RNCs, e constataram que essas alterações aumentaram significativamente após a imersão em café e com o aumento do tempo de imersão; ou ainda, no estudo de QUEK et al. (2018),

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29

que após investigarem as alterações de cor de diversos materiais imersos em soluções corantes, consideraram as RNCs como um material propenso a alterações de cor, principalmente quando imersas em vinho tinto.

Desta forma, a introdução das RNCs pode preencher o gap existente entre as resinas convencionais e as cerâmicas odontológicas, uma vez que as RNCs apresentam estética aceitável, resistência e capacidade de produzir restaurações adesivas minimamente invasivas, além de serem facilmente manuseadas, ajustadas e reparadas (CARVALHO et al., 2014; DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016). Porém, se consideramos uma possível alteração de cor do cimento adesivo, e mudanças no comportamento óptico de peças de RNC, principalmente quando essas são confeccionads em espessuras finas (cerca de 0,6mm) e ultrafinas (cerca de 0,3mm) (GUESS et al., 2013), o resultado estético a médio e longo prazo poderá ser comprometido devido a degradação desses materiais. (LAUVAHUTONON et al., 2017; DUARTE, SARTORI e PHARK, 2016).

Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento óptico de amostras finas de uma RNC, antes e após a cimentação, associando diferentes tratamentos de superfície e envelhecimento térmico. As hipóteses nulas testadas foram de que a RNC apresentaria um comportamento óptico estável, sem alterações significativas de cor e de suas variáveis (luminosidade, croma e matiz) após o tratamento de superfície e o envelhecimento; e que os tratamentos de superfície realizados e a cimentação adesiva não seriam capazes de influenciar a cor dos conjuntos (RNC + cimento + base de resina composta) mesmo após o envelhecimento térmico.

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30 2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Esse estudo avaliou o comportamento óptico de amostras de uma resina nanocerâmica (RNC), confeccionadas a partir de blocos com alta e baixa translucidez, e submetidas a diferentes tratamentos de superfície previamente à cimentação, antes e após o envelhecimento térmico.

2.2 Objetivos específicos

Compreender o comportamento óptico da RNC avaliada;

Observar a influência dos tratamentos de superfície na estabilidade de cor do conjunto;

Observar a influência do envelhecimento térmico na cor da RNC, assim como, do conjunto após a cimentação;

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31 3 ARTIGO EM PORTUGUÊS

Artigo formatado para: Journal of Prosthetic Denstistry

Efeito dos tratamentos de superfície e envelhecimento térmico no comportamento óptico de uma resina nanocerâmica após cimentação adesiva

Joseane Silvaa Claudia Ângela Maziero Volpatob

aCentro de Ensino e Pesquisa em Implantes Dentários (CEPID), Programa de Pós-graduação em Odontologia (PPGO), Departamento de Odontologia (ODT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Brasil

bDepartamento de Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil

Autor correspondente

Joseane Silva

joseanesv@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ensino e Pesquisa em Implantes Dentários (CEPID) Campus Trindade, Florianópolis. 88040-900, Brasil

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32 RESUMO

Declaração do problema. Possíveis alterações na cor do cimento adesivo e em

restaurações de resina nanocerâmica (RNC) podem ocorrer com o passar do tempo.

Objetivos. Avaliar o comportamento óptico de amostras de RNC submetidas a diferentes

tratamentos de superfície, cimentação adesiva e envelhecimento térmico.

Materiais e métodos. Amostras (n=60) de RNC (A1, High Translucency-HT e Low Translucency-LT, BravaBlock, FGM) foram confeccionadas (0,5mm de espessura) a partir

de blocos CAD/CAM. Os grupos ST-HT/ST-LT não receberam tratamento de superfície; os grupos JAT-HT/JAT-LT foram jateados com óxido de alumínio, e os grupos JATSIL-HT/JATSIL-LT receberam jateamento e silanização. Todas amostras foram mensuradas em um espectrofotômetro (Minolta CM 3600d) e 10 amostras de cada grupo foram redistribuídas para sobreposição com propilenoglicol e cimentação adesiva (A1, AllcemVeneer, FGM) sobre blocos de resina composta (A1D, Opallis, FGM). As amostras e conjuntos cimentados foram termociclados (10.000 ciclos) e novamente mensurados (L*a*b*) para o cálculo das diferenças de cor (CIEDE2000).

Resultados. Diferenças de cor significantes foram observadas para as amostras de resina

LT (ST/termo/ΔE00:1,13; JAT/termo/ΔE00:0,98; JATSIL/termo/ΔE00:1,48) e HT (ST/termo/ΔE00:1,01; JAT/termo/ΔE00:0,98; JATSIL/termo/ΔE00:0,94) após termociclagem (p˂0,001). Os conjuntos sobrepostos da resina LT (p=0,040) e HT apresentaram alterações de cor significantes (p=0,001), enquanto os conjuntos cimentados (HT/LT) não apresentaram diferenças (p=0,19/p=0,43) após a termociclagem. Alterações de luminosidade, croma e matiz mostraram-se significantes após envelhecimento para os conjuntos LT (p˂0,001).

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33 Conclusão. A cimentação adesiva foi capaz de interferir nos parâmetros colorimétricos

da RNC, assim como o envelhecimento térmico, tanto para as amostras sozinhas, como para os conjuntos cimentados.

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

Restaurações de RNC podem sofrer alterações de cor devido a degradação do material e do cimento resinoso, assim se confeccionadas em espessuras finas e ultrafinas, o resultado estético a médio e longo prazo pode ser comprometido. Entretanto, restaurações em RNC apresentam-se como uma alternativa as cerâmicas vítreas para pacientes devido as suas propriedades mecânicas.

Palavras-chave: Resina Nanocerâmica; Tratamento de Superfície; Cor; Resinas

Composta.

INTRODUÇÃO

Resinas nanocerâmicas (RNC) vêm sendo introduzidas no mercado para a confecção de coroas, inlays, onlays e facetas.1 Esses materiais apresentam partículas de sílica/zircônia ou bário em sua composição (cerca de 80% em peso), na forma dispersa ou aglomerada, embebidas em uma matriz de resina altamente reticulada (cerca de 20%).2 Quando esse material é comparado com as resinas compostas tradicionais, ele apresenta um maior grau de conversão, redução da quantidade de monômeros residuais e ausência do monômero Bis-GMA (bisfenol glicidil metacrilato). Desta forma, não é necessário fotoativar as RNCs.2,3

Cimentos resinosos são os mais indicados para a fixação de restaurações de RNC à estrutura dental. A degradação da interface adesiva é semelhante à dos compósitos, proporcionando assim, um material que apresenta boa integridade marginal.1 O

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tratamento realizado na superfície interna da peça ajuda a incrementar a adesão e facilitar o escoamento do cimento resinoso para o interior do material restaurador.4 Desta forma, diversos tratamentos de superfície têm sido apresentados na literatura com o objetivo de formar uma camada híbrida estável e melhorar a durabilidade da interface adesiva. Entre eles destacam-se o uso de jateamento com óxido de alumínio e silanização previamente à cimentação adesiva,2 ou apenas o jateamento da superfície (Al

2O3, 50-30µm, 2bars) por 5 a 20 segundos.5

Porém, compósitos são materiais propensos a alterações de cor, as quais se tornam mais evidentes quando o material é submetido a protocolos de envelhecimento laboratorial6,7 e imersão em agentes corantes.8,9,10 Na maioria das vezes, as alterações de cor encontradas são visualmente perceptíveis, comprometendo a aceitabilidade clínica dos trabalhos protéticos. Essas alterações geralmente estão relacionadas à oxidação das ligações duplas que não reagiram com os monômeros residuais ou à oxidação da matriz do polímero, resultando na difusão da água para o interior do material, com subsequente formação de produtos de degradação.11

Apesar de diversos estudos apresentarem resultados que indicam estabilidade de cor satisfatória para restaurações de RNCs,9,10,12 o cimento adesivo também pode

envelhecer e sofrer degradação em meio oral, contribuindo para uma instabilidade óptica do conjunto.13,14 Estudos demonstram que as RNC tendem a apresentaram menor estabilidade de cor do que as cerâmicas a base de dissilicato de lítio.9 Essas mudanças de cor podem se tornar mais significativas quando se associa a degradação da interface adesiva após diferentes protocolos de envelhecimento. Essa degradação pode resultar em um efeito significativo na cor final da restauração, especialmente quando espessuras finas (cerca de 0,6mm) e ultrafinas (cerca de 0,3mm) estão presentes.15,16 Por outro lado, outros estudos sugerem que a estabilidade de cor de blocos de RNC é muito semelhante

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35

à da cerâmica vítrea,8 pois devido a sua polimerização industrial em condições ideais, esses materiais mostram-se menos solúveis, absorvendo menos água e pigmentos advindos da dieta.8

Se consideramos possíveis alterações de cor do cimento adesivo e mudanças no comportamento óptico de restaurações de RNCs, principalmente quando essas são confeccionadas em espessuras finas (cerca de 0,6mm) e ultrafinas (cerca de 0,3mm), o resultado estético a médio e longo prazo poderá ser comprometido devido a degradação desses materiais.2,10,16 Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento óptico de amostras de uma RNC, antes e após a cimentação, associando diferentes tratamentos de superfície e envelhecimento térmico. As hipóteses nulas testadas foram de que a RNC apresentará um comportamento óptico estável, sem alterações significativas de cor e de suas variáveis (luminosidade, croma e matiz) após o tratamento de superfície e o envelhecimento; e que os tratamentos de superfície realizados e a cimentação adesiva não seriam capazes de influenciar a cor dos conjuntos (RNC + cimento + base de resina composta), mesmo após o envelhecimento térmico.

MATERIAIS E MÉTODOS Confecção das amostras

Para o estudo foram utilizados 10 blocos (18mm X 14mm X 14mm) de uma resina nanocerâmica (RNC) indicada para restaurações indiretas (Brava Block, Cor A1, FGM,

Hight Translucency – HT e Low Translucency – LT). Com o auxílio de uma cortadora

metalográfica de precisão (Isomet 1000), cada bloco foi cortado em 12 amostras com 1mm de espessura, as quais foram polidas sequencialmente (600~1200) com lixas de óxido de alumínio (3M) até atingirem 0,5mm de espessura. Após eles foram limpos em ultrassom com água destilada por 180 segundos (Tabela 1).

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36 Tratamentos de superfície

As amostras (n=120) foram divididas em 6 grupos. Os grupos ST-HT e ST-LT (n=20 cada; 0,5mm de espessura) não receberam nenhum tratamento de superfície previamente à cimentação, sendo considerados grupos controle. Os grupos JAT-HT e JAT-LT receberam jateamento com partículas de óxido de alumínio (50μm) em toda a superfície a ser cimentada, com movimentos alternados, 3bar de pressão, por 10 segundos previamente à cimentação

.

3,5 Os grupos JATSIL-HT e JATSIL-LT receberam tratamento de superfície

com jateamento da forma já citada e aplicação de agente silano (Silano PROSIL, FGM) com microaplicador descartável (Cavibrush, FGM), friccionando a superfície por 1 minuto, conforme a recomendação do fabricante. Após receber os tratamentos de superfície, as amostras foram redivididas (n=10) para permitir uma sobreposição das amostras com propilenoglicol.

Para realizar a sobreposição e a cimentação adesiva das amostras, 60 blocos de resina convencional (Cor A1, Dentina, Opallis, FGM) foram confeccionados (3mm X 14mm X 14mm) utilizando uma matriz de silicone de condensação. A resina foi inserida na matriz em incrementos de 1mm e fotoativada (Radii-Cal LED, 1200mW/cm2, SDI) por 20 segundos, com fotoativação final de 40 segundos. Após, os blocos (3mm X 14mm X14mm) foram polidos sequencialmente com lixas de óxido de alumínio (600~1200, 3M) e limpos em ultrassom com água destilada por 180 segundos.

Todas as amostras (sozinhas ou sobrepostas) foram mensuradas em espectrofotômetro de esfera de integração (Minolta CM 3600d, Konica Minolta) para a obtenção das coordenadas L*a*b* (Sistema CIEL*a*b*).17 As amostras sozinhas foram posicionadas sobre um fundo branco absoluto e mensuradas no seu centro por 3 vezes, sendo que as coordenadas L*a*b* foram registradas em um software (OnColor QC, Konica Minolta). As outras amostras foram submetidas à simulação da cimentação adesiva,

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37

utilizando uma gota de propilenoglicol (Manipulado, ExtratoVital) entre a amostra sobreposta à base de resina composta. A leitura foi realizada da forma já descrita.

Cimentação adesiva

As amostras que foram sobrepostas com propilenoglicol foram novamente limpas em ultrassom (180 segundos) antes da cimentação adesiva. Um adesivo universal contendo MDP (metacriloiloxidecil-di-hidrogenofosfato) (Ambar Universal, FGM) foi aplicado na face interna de todas as amostras com um microaplicador descartável (Cavibrush Regular, FGM), com movimentos de fricção por 30 segundos. Após a aplicação do adesivo, esse foi volatilizado com jatos de ar por 10 segundos, e fotoativado por 20 segundos (Radii-Cal LED, 1200mW/cm2, SDI). Cimento resinoso (A1, Allcem Veneer, FGM) foi dispensado sobre o adesivo e as amostras foram unidas aos blocos de resina, sob uma carga fixa de 20N, por 5 minutos. Os excessos do cimento resinoso foram eliminados com um pincel e, em seguida, as amostras foram fotoativadas por 40 segundos (Radii-Cal LED, 1200mW/cm2, SDI).

Envelhecimento térmico

Após a primeira mensuração espectrofotométrica, as amostras sozinhas e os conjuntos cimentados foram submetidos à termociclagem por 10.000 ciclos (30s, 5°C a 55°C), equivalendo a 1 ano de uso clínico.18

Cálculo das diferenças de cor

Para avaliação dos parâmetros colorimétricos, as diferenças de cor entre as condições testadas foram calculadas pelo sistema CIEDE2000, empregando-se a seguinte fórmula:

E = ∆ + ∆ + ∆ + R ∆ ∆ /

Na qual, ΔL’, ΔC’ e ΔH’ são correspondentes as diferenças de luminosidade, croma e matiz. RT é a função de rotação; SL, SC e SH são as funções de ponderação; e os fatores

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38

paramétricos KL, KC e KH são os termos a serem ajustados, os quais nesse estudo foram definidos para 1.19,20As diferenças de cor (ΔE

00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) encontradas foram analisadas e avaliadas estatisticamente pelo teste ANOVA a dois critérios (tratamento de superfície e envelhecimento térmico) e o teste de comparações múltiplas de Tukey (α=0.05)

RESULTADOS

As diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) estão apresentadas na Tabela 1 (amostras sozinhas) e na Tabela 2 (conjuntos sobrepostos e cimentados). Os resultados de ANOVA a dois critérios para as diferenças de cor estão apresentados nas Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Nas Tabelas 9, 10, 11, 12, 13 e 14 estão apresentados os resultados da análise de ANOVA multivariada das diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’).

Para os resultados dos cálculos das diferenças de cor foi possível observar que houve diferenças de cor significantes para as amostras sozinhas (resina LT), tanto após os tratamentos de superfície (p=0,010) (STΔE00:0,65; JATΔE00:0,35; JATSIL ΔE00:0,43), quanto após a termociclagem (p˂0,001) (ST/termo/ΔE00:1,13; JAT/termo/ΔE00:0,98; JATSIL/termo/ΔE00:1,48). As diferenças de luminosidade (ΔL’) (p=0,021), croma (ΔC’) (p=0,003) e matiz (ΔH’) (p=0,005) também se mostraram estatisticamente significativas para os tratamentos de superfície testados.

Não houve diferenças de cor significativas (p=0,720) após os tratamentos de superfície para as amostras sozinhas da resina HT (ST ΔE00:0,49; JATΔE00:0,38; JATSILΔE00:0,36), porém, após a termociclagem (ST/termo/ΔE00:1,01; JAT/termo/ΔE00:0,98; JATSIL/termo/ΔE00:0,94) essas passaram a apresentar diferenças de cor estatisticamente significantes (p˂0,001). Quanto as diferenças de matiz (ΔH’), as

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resinas HT amostras sozinhas mostraram diferenças significativas após os tratamentos de superfície (p=0,014) (STΔH:-0,053; JATΔH:-0,192; JATSILΔH: -0,064).

Na comparação entre os conjuntos sobrepostos com propilenoglicol e os conjuntos após a cimentação adesiva, as resinas LT apresentaram diferenças de cor significativas (p=0,040) entre os tratamentos da superfície realizados e as condições as quais foram submetidas (sobrepostas ou cimentadas) (ST/sobre/ΔE00:0,5; ST/cimentado/ΔE00:1,15; JAT/sobre/ΔE00:0,8; JAT/cimentado/ΔE00:0,7; JATSIL/sobre/ΔE00:0,9; JATSI/cimentado/ΔE00:1,0).

Além disso, as diferenças de luminosidade (ΔL’) mostraram-se significativas para os tratamentos de superfície (p=0,004) (ST/sobre/ΔL:0,0; ST/cimentado/ΔL:-0,86; JAT/sobre/ΔL:-0,30; JAT/cimentado/ΔL:-0,33; JATSIL/sobre/ΔL:-0.06 JATSIL/sobre/ΔL:0,6), assim como as diferenças de croma (ΔC’) para os tratamentos de superfície (p=0,001) e para a interação entre grupos e condições testadas (p=0,002) (ST/sobre/ΔC:0,0; ST/cimentado/ΔC:1,12; JAT/sobre/ΔC:0,54; JAT/cimentado/ΔC:0,41; JATSIL/sobre/ΔC:-0,13 JATSIL/sobre/ΔL:-1,09). Significância (p=0,009) também foi observada para as diferenças de matiz (ΔH’) quanto a interação entres os grupos e condições testadas (ST/sobre/ΔH:-0,001; ST/cimentado/ΔH:-0,09; JAT/sobre/ΔH:-0,19; JAT/cimentado/ΔH:-0,01; JATSIL/sobre/ΔH:0,15 JATSIL/sobre/ΔH:-0,30).

Ao comparar as diferenças cor (ΔE00) para os conjuntos cimentados após o envelhecimento térmico, não houve diferenças significativas para a resina LT (p=0,19) (ST/cimentado/ΔE00:1,1; ST/termo/ΔE00:0,9; JAT /cimentado/ΔE00:0,7; JAT/termo/ΔE00:0,9; JATSIL/cimentado/ΔE00:0,9; JATSIL/termo/ΔE00:1,0). Porém, as diferenças de luminosidade (ST/cimentado/ΔL:-0.86; ST/termo/ΔL:-0,38; JAT/cimentado/ΔL:-0,33; JAT/termo/ΔL:0,79; JATSIL/cimentado/ΔL:-0.69 JATSIL/termo/ΔL:0,53) e croma (ST/cimentado/ΔC:1,12; ST/termo/ΔC:-0,31; JAT/cimentado/ΔC:0,41;

(40)

JAT/termo/ΔC:-40

0,24; JATSIL/cimentado/ΔC:-1,09 JATSIL/termo/ΔL:-0,31) para os grupos (ΔL/p=0,001 e ΔC/p<0,001), tempos (ΔL/p<0,001 ΔC/p=0,046) e interação entre os grupos e tempos testados (ΔL/p=0,020 e ΔC/p<0,001) foram significantes, assim como para as diferenças de matiz (ΔH’) (ST/cimentada/ΔH:-0,001; ST/termo/ΔH:0,11; JAT/cimentado/ΔH:-0,076; JAT/termo/ΔH:-0,29; JATSIL/cimentado/ΔH:-0,52 JATSIL/termo/ΔH:-0,69), tempos (p<0,001).

Na comparação entre os conjuntos sobrepostos e os conjuntos cimentados para a resina HT, as diferenças de cor mostraram-se estatisticamente significantes (p=0,001) (ST/sobre/ΔE00:0,7, ST/cimentado/ΔE00:0,8, JAT/sobre/ΔE00:1,2, JAT/cimentado/ΔE00:1,1; JATSIL/sobre/ΔE00:1,2 e JATSIL/cimentado/ΔE00:1,4). Além disso, não houve diferenças estatisticamente significativas na luminosidade (ΔL’) (p=0,390) (ST/sobre/ΔL:0,0;

ST/cimentado/ΔL:0,52; JAT/sobre/ΔL:0,10; JAT/cimentado/ΔL:0,28;

JATSIL/sobre/ΔL:0.32; JATSIL/sobre/ΔL:0,84), porém, diferenças significativas foram observadas nas diferenças de croma (ΔC’) para as condições testadas (p<0,001) (ST/sobre/ΔC:0,0; ST/cimentado/ΔC:-0,711; JAT/sobre/ΔC:-1,81; JAT/cimentado/ΔC:-1,62; JATSIL/sobre/ΔC:-1,54 JATSIL/sobre/ΔC:-1,63), e nas diferenças de matiz (ΔH’) (p<0,001) e interação entre os grupos e condições testadas (p=0,029) (ST/sobre/ΔH:-0,001; ST/cimentado/ΔH:0,11; JAT/sobre/ΔH:-0,076; JAT/cimentado/ΔH:-0,29; JATSIL/sobre/ΔH:-0,52 JATSIL/sobre/ΔH:-0,69).

Os conjuntos cimentados das resinas HT não apresentaram diferenças de cor ΔE00 estatisticamente significativas (p=0,43) após o envelhecimento térmico (ST/cimentado/ΔE00:1,1; ST/termo/ΔE00:0,9; JAT /cimentado/ΔE00:0,7; JAT/termo/ΔE00:0,9; JATSIL/cimentado/ΔE00:0,9; JATSIL/termo/ΔE00:1,0). Porém foram observadas diferenças estatisticamente significativas de luminosidade (ST/cimentado/ΔL:0,52; ST/termo/ΔL:0,0; JAT/cimentado/ΔL:0,28; JAT/termo/ΔL:0,18; JATSIL/cimentado/ΔL:0.84

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JATSIL/termo/ΔL:0,85) e matiz (ST/cimentada/ΔH:0,11; ST/termo/ΔH:0,22; JAT/cimentado/ΔH:-0,29; JAT/termo/ΔH:-0,19; JATSIL/cimentado/ΔH:-0,69 JATSIL/termo/ΔH:0,67) quanto aos grupos (ΔL/p=0,006 e ΔH/p=0,009) e tempos testados (ΔL/p<0,001e ΔH/p<0,001). Além disso, as diferenças de croma (ΔC’) (ST/sobre/ΔC:-0,71; ST/cimentado/ΔC:-0,46; JAT/sobre/ΔC:-1,62; JAT/cimentado/ΔC:-1,72; JATSIL/sobre/ΔC:-1,63 JATSIL/sobre/ΔL:-1,60) não foram estatisticamente significativas (p=0,43) para os conjuntos cimentados das resinas HT após termociclagem.

DISCUSSÃO

Esperava-se que as resinas nanocerâmicas (RNCs) apresentassem comportamento óptico estável após a termociclagem, tanto em relação aos tratamentos de superfícies realizados, quanto para os conjuntos que foram cimentados. Porém, ao analisar os dados obtidos, a primeira hipótese foi rejeitada, uma vez que foi possível observar que as amostras LT sozinhas, para os grupos ST e JATSIL, apresentaram-se mais amareladas, e após a termociclagem, as amostras HT sozinhas do grupo ST e JATSIL mostraram-se mais claras, enquanto que as do grupo JAT mostraram-se mais amareladas. Além disso, alterações de cor após a termociclagem dos conjuntos de resina LT, nos grupos ST e JATSIL, e para os conjuntos da resina HT, nos grupos JAT e JATSIL, também foram observadas.

A segunda hipótese foi de que a cimentação não seria capaz de influenciar a cor final das amostras. Porém, ela foi rejeitada, uma vez que ao comparar as coordenadas L* a* b* das amostras sobrepostas com os conjuntos cimentados adesivamente, foi possível observar que os conjuntos de resina LT, tanto do grupo ST quanto do grupo JAT, se tornaram mais amarelados, enquanto que para as resinas HT foi possível observar que os

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conjuntos após cimentação do grupo ST e JAT tenderam ao amarelo, enquanto as amostras do grupo JATSIL escureceram.

Além disso, essas alterações de cor corroboram com os resultados encontrados no estudo de Xing et al. (2010), onde diferenças de cor significativas foram encontradas quando peças ultrafinas de RNC foram cimentadas com diferentes cores de cimentos resinosos.14 Isso sugere que a cor do agente de cimentação possui a capacidade de interferir na cor final de laminados de RNC.

No presente trabalho também foi possível observar que houve influência na cor final dos conjuntos quando o agente de cimentação foi interposto entre as amostras de RNC e a base de resina composta, em comparação com os conjuntos sem a presença do agente de cimentação, com apenas a interposição de propilenoglicol. A justificativa pela escolha do propilenoglicol para a interposição das amostras com o fundo ocorreu devido ao seu baixo índice de refração (1,43) quando comparado a água (1,33). Desta forma, a cor final do conjunto sobreposto foi resultante da interação entre a amostra fina de RNC e a base de resina composta, sem a influência do cimento resinoso.

As diferenças de cor são consideradas como o espaço existente entre dois pontos coloridos, sendo que o olho humano é capaz de identificar diferenças de cor entre 0.3 e 0.5ΔE00.21 Recentemente foi proposto um limiar de percepção 50:50% (PT) e de aceitabilidade 50:50% (AT) para materiais cerâmicos com base no sistema colorimétrico CIEDE 2000, com os valores de 0.8 e 1.8 ΔE00 para perceptibilidade (PT) e aceitabilidade (AT), respectivamente.22 Desta forma, se fizermos uma correlação com os resultados das diferenças de cor encontradas nesse estudo, é possível observar as amostras LT (ST/ΔE00:0,65; JAT/ΔE00:0,35; JATSIL/ΔE00:0,43) e HT sozinhas (ST/ΔE00:0,49; JAT/ΔE00:0,38; JATSIL/ΔE00:0,36) apresentaram alterações de cor perceptíveis visualmente. Porém, após a termociclagem das amostras LT (ST/termo/ΔE00:1,13,

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JAT/termo/ΔE00:0,98 e JATSIL/termo/ΔE00:1,48) e amostras HT sozinhas (ST/termo/ΔE00:1,01, JAT/termo/ΔE00:0,98 e JATSIL/termo/ΔE00:0,94), as alterações de cor foram aceitáveis visualmente, sugerindo que as RNC apresentam boa estabilidade de cor quando envelhecidas.

Ao observarmos os conjuntos sobrepostos com propilenoglicol e os conjuntos cimentados adesivamente para as resinas LT (ST/sobre/ΔE00:0,58; ST/cimentado/ΔE00:1,15; JAT/sobre/ΔE00:0,84; JAT/cimentado/ΔE00:0,79; JATSIL/sobreposto/ΔE00:0,99; JATSIL/cimentado/ΔE00:1,09) e para as resinas HT (ST/sobre/ΔE00:0,7; ST/cimentado/ΔE00:0,8; JAT/sobre/ΔE00:1,2; JAT/cimentado/ΔE00:1,1; JATSIL/sobreposto/ΔE00:1,2; JATSIL/cimentado/ΔE00:1,4), alterações de cor perceptíveis são encontradas, porém ainda aceitáveis, o que teria relevância clínica se consideramos que, após a cimentação, restaurações de RNC podem apresentar variações na cor final. Além disso, esse fato alerta o clínico para a importância que o agente de cimentação possui na definição da cor final de uma restauração com pouca espessura.

Quanto ao envelhecimento térmico dos conjuntos, foi possível observar que tanto para as resinas LT (ST/cimentado/ΔE00:1; ST/termo/ΔE00:0,9; JAT/cimentado/ΔE00:0,7; JAT/termo/ΔE00:0,9; JATSIL/cimentado/ΔE00:0,9; JATSIL/termo/ΔE00:1,0) quanto para as resinas HT (ST/cimentadas/ΔE00:0,8; ST/termo/ΔE00:0,8; JAT/cimentadas/ΔE00:1,1; JAT/termo/ΔE00:1,1; JATSIL/cimentado/ΔE00:1,4; JATSIL/termo/ΔE00:1,4), as alterações de cor foram perceptíveis, porém dentro do limiar de aceitabilidade, sugerindo que as RNC possuem a capacidade de manterem-se estáveis colorimetricamente após envelhecimento em condições intraorais. Esse comportamento pode estar relacionado a uma menor solubilidade das RNCs, decorrente dos processos industriais realizados para a sua obtenção, resultando em um material que tende a uma menor absorção de água e pigmentos advindos da dieta.2,8

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As alterações de cor encontradas nos materiais restauradores podem ser resultantes de vários fatores, seja eles extrínsecos, intrínsecos ou da própria combinação entre eles.10,11 Desta forma, ao considerarmos que os resultados do presente estudo indicam que as amostras sozinhas de resina HT e LT apresentaram diferenças de cor significativas após o envelhecimento térmico, e as amostras de RNC após cimentação não apresentaram o mesmo comportamento, pode-se sugerir que a interface adesiva, a qual é considerada a área mais frágil de uma restauração indireta por ficar exposta à cavidade oral, pode apresentar degradação em função da hidrólise do agente de cimentação.13 Porém, no presente estudo, após o envelhecimento laboratorial das amostras, essas não mostraram alterações de cor significativas. Esse resultado pode estar relacionado ao tempo empregado no envelhecimento acelerado, assim como, na estabilidade da interface adesiva após os tratamentos de superfície empregados.

Vários estudos têm demonstrado que os compósitos são materiais propensos a alterações de cor, as quais tendem a se tornar mais evidentes quando submetidos a protocolos de envelhecimento acelerado.6,7,8,9,10 Essas alterações de cor geralmente estão relacionadas com a oxidação das ligações duplas que não reagiram com os monômeros residuais ou à oxidação da matriz do polímero, resultando na difusão da água, e subsequente formação de produtos de degradação do material.11 Portanto o envelhecimento dos compósitos é inevitável; porém quando alterações de cor são inaceitáveis, elas comprometem a aceitabilidade clínica dos trabalhos protéticos realizados com o material. Outro ponto a ser considerado no presente estudo é a presença de blocos com alta e baixa translucidez, a qual está diretamente ligada a quantidade de pigmentos adicionados à composição dos blocos. E assim, apesar dos blocos de resina HT terem apresentado os melhores resultados para os conjuntos

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cimentados após a termociclagem, sem diferenças significativas de croma (p=0,79), a avaliação das alterações de translucidez ainda não foi demonstrada.

Estudos sobre o potencial de pigmentação das RNCs9,12 e as alterações colorimétricas com o passar do tempo10 sugerem um comportamento óptico inaceitável desse material. Porém, esses estudos não associaram o comportamento óptico desse material aos tratamentos de superfície, ou aos agentes de cimentação adesiva. Esse estudo buscou avaliar essas variáveis. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para esclarecer o comportamento óptico das RNCs, no sentido de avaliar a longevidade do material, por meio de protocolos de envelhecimento acelerado, assim como o uso de corantes alimentares para simular as condições intraorais.

CONCLUSÕES

Com os resultados obtidos com o estudo foi possível concluir que:

1. As amostras de resinas nanocerâmicas sozinhas não apresentaram estabilidade de cor após o envelhecimento laboratorial. O grupo JAT foi o que apresentou o melhor desempenho após termociclagem.

2. Quando as amostras foram sobrepostas, sem o cimento resinoso, elas apresentaram maiores alterações de cor do que as amostras cimentadas, enfatizando a importância do agente de cimentação no comportamento óptico do conjunto.

3. Após a cimentação, as amostras apresentaram alterações de cor significativas, especialmente em relação a luminosidade e matiz. As resinas HT mostraram-se mais estáveis, sem alterações significativas no croma.

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46 REFERÊNCIAS

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Referências

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