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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NA

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NEOQUÍMICA

Rosalina Maria de Lima Leite do Nascimento

GOIÂNIA-GO

2008

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NA

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NEOQUÍMICA

Rosalina Maria de Lima Leite do Nascimento

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Farmacêutica, oferecido pelas Universidade Católica de Goiás, Universidade Estadual de Goiás e o Centro Universitário de Anápolis, para obtenção do título de mestre.

Orientador:

Prof. Dr. Antônio Pasqualetto

GOIÂNIA

2008

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N244e Nascimento, Rosalina Maria de Lima Leite do.

A educação ambiental como instrumento de gestão na indústria farmacêutica Neoquímica / Rosalina Maria de Lima Leite do Nascimento. – 2008.

83 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Goiás, Universidade Estadual de Goiás, Centro Universitário de Anápolis, 2008.

“Orientador: Prof. Dr. Antônio Pasqualetto”.

1. Educação ambiental. 2. Gestão ambiental. 3. Meio ambiente – proteção. 4 Indústria Farmacêutica Neoquímica – Plano de Educação Ambiental – Anápolis (GO). I. Título. CDU:502.34:338.45:615(817.3Anápolis)(043)

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A natureza pode satisfazer todas as necessidades básicas do homem, porém não

todas as suas ambições.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Almir, meu primeiro incentivador a quem muito devo e amo.

Aos meus filhos: Déborah e Samuel por toda a compreensão e tudo que vivenciamos juntos.

À minha mãe Maria Batista por tudo o que me ensinou a ser como pessoa.

Às maiores professoras que conheço, maiores não só no sentido do conhecimento, mais em caráter, dignidade e orgulho em ser professoras; minhas amigas Cinthya Maria de Pina Luchetti e Maria Evangelina Pacheco Silva, pelo incentivo, amizade e apoio.

Ao meu amigo Wellington Barros e Barbosa pelo companheirismo, amizade e incentivo.

E a todas as pessoas que respeitam e protegem o meio ambiente.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Professor Doutor Antônio Pasqualetto pela presteza em me atender.

Ao coordenador do programa Professor Doutor Hamilton Napolitano pela sua valiosa contribuição.

À direção da Indústria Neoquímica, na pessoa da Srª Zélia Aparecida Borges de Oliveira, Gerente de Garantia de Qualidade, que gentilmente viabilizou a realização desse trabalho na empresa.

À Srtª: Isabela Caldeira Landim e todos os demais funcionários da Neoquímica que colaboraram direta ou indiretamente com a realização deste projeto.

A todos os meus colegas de mestrado que se tornaram meus amigos, por todo o companheirismo e dedicação a mim dispensados.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... ix

LISTA DE FIGURAS... xi

LISTA DE QUADROS... xii

RESUMO...xiii

ABSTRACT... xiv

INTRODUÇÃO ...15

1 TÓPICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...19

1.1 Teoria de Ausubel...19

1.2 Educação Ambiental – Conceito e Trajetória Mundial ...22

1.3 A Educação Ambiental no Brasil ...30

1.4 Objetivos da Educação Ambiental ...32

1.5 Lei Federal de Educação Ambiental Brasileira ...41

2 CONTEXTO EMPRESARIAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL...43

2.1 A Gestão Ambiental: Uma Nova Tendência da Gestão Moderna...44

2.2 Benefícios da Gestão Ambiental ...47

2.3 Normas de Gestão Ambiental - A Série ISO 14000...49

2.4 A Articulação da Educação Ambiental nas Empresas...52

3 MODELO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A NEOQUÍMICA. ...55

3.1 A Responsabilidade Sócio-Ambiental da NEOQUÍMICA ...56

3.2 Diagnóstico da Percepção Ambiental na NEOQUIMICA ...58

3.3 Plano de Educação Ambiental para a NEOQUIMICA - PEAN...64

3.4 Resultados Preliminares ...72

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...74

ANEXOS ...81

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas BPG Boas Práticas de Gerenciamento

CD Centro de Distribuição

CEF Centro de Equivalência Farmacêutica CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMAZ Conselho Nacional da Amazônia CT Comitê Técnico

DAIA Distrito Agro Industrial de Anápolis EA Educação Ambiental

EIA Estudo de Impacto Ambiental

ECO-92 Segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizado no Rio de Janeiro, Brasil, 1992. ETE Estação de Tratamento de Efluentes

GA Gestão Ambiental GE Gestão Estratégica

GPA Grupo de Proteção Ambiental

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBDF Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal ISO International Organization for Standardization LA Legislação Ambiental

MEC Ministério da Educação MMA Ministério do Meio Ambiente NEOQUÍMICA Indústria Farmacêutica Nequímica

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ONU United Nations

PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais PE Planejamento Estratégico

PEAN Plano de Educação Ambiental da NEOQUIMICA PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente SAGE Strategic Action Group on the Environment

SEMA Secretaria do Meio Ambiente SGA Sistema de Gestão Ambiental

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SUDEPE Superintendência da Pesca

SUDHEVEA Superintendência da Borracha

UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Representação esquemática do modelo de Ausubel indicando

diferenciação progressiva e reconciliação integrativa ...20 FIGURA 2: Modelo de desenvolvimento imposto pelos países ricos, Fundo

Monetário Internacional e Banco Mundial ...28 FIGURA 3: Modelo para determinar os objetivos para um plano de Educação Ambiental eficiente ...34 FIGURA 4: Hierarquia das Leis Ambientais Brasileiras...38 FIGURA 5: Vista parcial do laboratório de testes da Estação de Tratamento de Efluentes da NEOQUÍMICA em Anápolis-GO...57 FIGURA 6: Tempo de trabalho dos funcionários entrevistados na NEOQUÍMICA.

...60 FIGURA 7: O que os funcionários da NEOQUIMICA sabem sobre os conceitos básicos de meio ambiente; poluição, preservação ambiental e outros. ...61 FIGURA 8: Hábito de apagar as luzes ao deixar o ambiente...62 FIGURA 9: Você gostaria de saber mais sobre meio ambiente? ...63 FIGURA 10: Atividades da semana do meio ambiente na NEOQUIMICA que os funcionários mais gostaram...63 FIGURA 11: Arquitetura Conceitual do Plano de Educação Ambiental da

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Benefícios na Implantação do Sistema de Gestão Ambiental ...48 QUADRO 2: Questionário aplicado aos colaboradores da NEOQUÍMICA, em

fevereiro de 2007, para diagnosticar a percepção ambiental dos mesmos...59 QUADRO 3: Tarefas específicas para cada grupo de funcionários da

NEOQUÍMICA no Módulo II do plano de educação ambiental...68 QUADRO 4: Matriz de treinamento sugerida para implantação do Sistema de Gestão Ambiental da NEOQUIMICA, Anápolis-GO, 2008. ...70 QUADRO 5: Ações a serem desenvolvidas no módulo IV do plano de educação ambiental da NEOQUÍMICA, Anápolis-GO ...71 QUADRO 6: Palestras e eventos realizados na primeira semana da implantação do Módulo I do PEAN – maio e junho de 2007 na NEOQUÍMICA, Anápolis-GO ...73

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RESUMO

O Meio Ambiente é tema de interesse em todos os segmentos, especialmente no econômico. Nas empresas, as estratégias de gestão já começam a ser direcionadas a levar em conta as questões ambientais como forma de maximização dos lucros desde a redução de matéria-prima, diminuição de retrabalhos até o posicionamento de sua imagem. Esta dissertação estuda a influência da gestão ambiental no sucesso empresarial e de forma mais específica a contribuição da Educação Ambiental como ferramenta de gestão. Para tanto, foram analisados autores que estudaram estas correlações na literatura, utilizando-se ainda de estudos, relatórios e legislação sobre o tema. Foi realizado também uma pesquisa-ação na Indústria Farmacêutica Neoquímica por um período de quatro meses, de junho a setembro de 2007, para implantar as primeiras ações de um plano de educação ambiental elaborado para esta empresa. Alguns resultados desse plano já estão descritos no trabalho e as conclusões já alcançadas mostram que a Educação Ambiental pode contribuir significativamente como ferramenta de gestão, não só como treinamento de colaboradores para o cumprimento de normas e metas, mas sobretudo para o desenvolvimento de uma cultura ética e de compromisso com o meio ambiente.

Palavras chave: Educação Ambiental, Gestão ambiental, Meio Ambiente, Plano de Educação Ambiental

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ABSTRACT

The Environment is a topic of interest in all sectors, especially in the economic segment. Companies are already directing their management strategies in order to consider environmental aspects as a way to maximize profits, from the reduction of raw materials, minimization of reprocessing, up to positioning of their public image. This dissertation studies the influence of environmental management on entrepreneurial success and more specifically, the contribution of Environmental Education as a management tool. With this objective, besides the use of studies, reports and legislation on the theme, an analysis was made of several authors who studied these correlations in literature. Also, during a period of four months, from July to September 2007, an active research was done at Indústria Farmacêutica Neoquímica, in order to implement the initial actions of an Environmental Education plan elaborated by this company. Some results of this plan are already described in this work and the conclusions drawn show that Environmental Education can contribute in a significant manner as a management tool, not only as employee training to comply with norms and objectives, but above all for the development of a culture of ethics and commitment in relation to the Environment.

Keywords: Environmental Education, Environmental Management, Environmental Education Plan

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INTRODUÇÃO

O desafio das organizações em maximizar lucros e minimizar custos não é recente, mas retoma reflexões constantes sobre a adoção de práticas de gestão que possam garantir o alcance desses e de outros objetivos garantindo também a preservação ambiental.

O conceito de Meio Ambiente deixou para trás a singularidade biológica para alcançar aspectos legais, morais, socioeconômicos, e políticos. Com isso a preservação ambiental tem sido vista no mundo todo como um diferencial competitivo para as organizações.

Diante desse novo cenário as empresas se viram forçadas a reconhecer a existência de diversos públicos de interesse, desenvolvendo política específica de comunicação e redefinindo metas. Consequentemente, as responsabilidades extrapolaram as ações fiscais e tributárias. Os impactos das atividades passaram a ser de interesse mundial e as atitudes diante desses impactos refletem diretamente na imagem da empresa junto ao mercado consumidor.

Para garantir sucesso e permanência no mercado as empresas começam então a investir em estratégias voltadas para a disseminação de valores éticos e para a busca contínua de melhorias internas, apostando assim em formas modernas de administração capaz de traduzir obstáculos em oportunidades.

É nesse contexto que a Gestão Estratégica (GE) se alia de maneira mais recente à Gestão Ambiental (GA) para romper com paradigmas ultrapassados que viam conflitos entre a lucratividade e a questão ambiental, e apostar em metas arrojadas direcionadas a preservação ambiental e a auto-sustentabilidade. Nesse sentido observa-se:

A preocupação ambiental não pode ser colocada como entrave ao desenvolvimento e sim como um de seus elementos. Um desenvolvimento sustentável deve propiciar a conservação dos recursos naturais, como solo, ar, água e recursos genéticos, e ser ainda tecnicamente apropriado, economicamente viável e socialmente justo, de forma que se possam satisfazer as necessidades crescentes e permitir o desenvolvimento necessário de um país.

O crescimento econômico e a proteção ambiental são complementares. Sem a proteção ambiental, o crescimento econômico seria prejudicado, e sem crescimento econômico haveria um fracasso na proteção ambiental. (TORRES, 2004, p.13).

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É nessa perspectiva integrada da GE com a GA que surge a Educação Ambiental (EA), importante ferramenta capaz de contribuir sensivelmente com as práticas modernas e avançadas de gestão.

Embora diversas empresas tenham clareza sobre a EA, muitas vezes não conseguem efetivar com sucesso a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ao ponto de conseguirem realizar boas práticas continuadamente ou mesmo serem certificadas. Talvez isso se deve ao fato das empresas subestimarem a EA como ferramenta no processo de gestão. Fato esse lamentável, uma vez que o desenvolvimento de uma cultura ambiental passa necessariamente pela internalização dos conceitos de preservação dos recursos naturais, respeito à fauna e a flora, sustentabilidade e tantos outros indispensáveis a formação ética e moral de qualquer indivíduo que podem e são trabalhados de maneira significativa dentro de uma proposta de EA.

A Indústria Farmacêutica Neoquímica (NEOQUÍMICA) reconheceu a importância da EA ao analisar a viabilidade de implantação do seu SGA. A empresa já trabalhava com boas práticas de GA, contudo as mesmas não eram sistematizadas em uma política ambiental. No ano de 2007, a empresa decidiu-se iniciar o processo de implantação do seu SGA e durante estudos iniciais na fase de planejamento, a direção da organização sentiu necessidade de desenvolvimento de uma cultura de preservação ambiental, pois era desejado pela equipe gestora que os colaboradores pudessem perceber a dimensão social do SGA e não apenas vê-lo como cumprimento de metas e normas.

Dessa forma, o problema deste estudo se configurou pela falta de conhecimento dos colaboradores da NEOQUÍMICA sobre a importância do uso consciente dos recursos naturais e matérias-primas como medida de preservação ambiental e eficiência empresarial, com responsabilidade sócio-ambiental.

A partir da definição dessa problemática, algumas hipóteses foram levantadas:

Os colaboradores da NEOQUÍMICA tiveram formação ideal em relação ao meio ambiente? Eles conhecem os principais conceitos ambientais?

Os recursos naturais estão sendo usados de maneira ideal na NEOQUÍMICA?

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Os colaboradores da NEOQUÍMICA sabem da importância da preservação ambiental? E da responsabilidade individual que deve ter para com o meio ambiente? Eles possuem essa clareza?

Uma proposta de EA seria viável para a implantação de um SGA?

A partir desses questionamentos foi traçado o objetivo maior deste trabalho, que é investigar a percepção ambiental dos funcionários da NEOQUÍMICA para traçar um plano de EA, capaz de criar uma cultura de uso consciente dos recursos naturais e preservação do meio ambiente garantindo assim o sucesso na implantação do SGA da referida empresa.

O procedimento metodológico adotado para o estudo constou de pesquisa exploratória e revisão bibliográfica, com o objetivo de verificar a importância da EA dentro das organizações e identificar referenciais teóricos que pudessem dar sustentação à metodologia de educação a ser proposta para a NEOQUÍMICA.

Foi realizado também pesquisa-ação dentro da NEOQUÍMICA para verificar o grau de entendimento dos funcionários desta empresa, quanto aos aspectos ambientais, ao mesmo tempo em que se buscou desenvolver cultura de preservação ambiental, através da implantação de ações gradativas do Plano de Educação Ambiental da NEOQUÍMICA (PEAN).

Para a realização da pesquisa-ação várias etapas foram necessárias, destaca-se:

• Realização de entrevista e conversas informais com chefes de seções e funcionários dos vários setores da empresa para averiguar o grau de conhecimento dos mesmos sobre meio ambiente e problemas ambientais;

• Realização de palestras, apresentação de teatros e filmes para sensibilização dos funcionários quanto a importância da preservação ambiental;

• Aplicação da primeira e segunda etapa do PEAN – identificadas como Módulo I e Módulo II para que pudessem ser propostas as ações e a partir das mesmas, realizar as interferências necessárias e desejadas para o desenvolvimento da cultura de preservação ambiental.

Neste sentido a estrutura da dissertação encontra-se sistematizada em três capítulos, além da introdução, considerações finais, referências e anexos.

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No capítulo I constam aspectos importantes da Teoria de David Paul Ausubel e sobre a EA, importância, trajetória, legislação e aplicação da mesma.

No Capítulo II é mostrada a GA como tendência da gestão moderna e a educação ambiental no contexto empresarial

O Capítulo III apresenta o PEAN. Esse plano configura-se em um modelo de EA desenvolvido para a empresa com base na teoria ausubeliana, que tem como princípio a aprendizagem significativa.

.

(19)

1 TÓPICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

1.1 Teoria de Ausubel

A teoria construtivista da aprendizagem de David Paul Ausubel (1978) tem como idéia central o próprio conceito de aprendizagem significativa que, segundo Moreira (2003), corresponde àquela em que o significado do conhecimento é resultado da interação com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do aprendiz. Nessa interação, os conhecimentos vão se fortalecendo e tornando-se mais elaborados, não só os novos, mas também os já existentes. Dessa forma, a interação entre conceitos novos e prévios deve relacionar-se não de maneira arbitrária e substantiva com aquilo que o aprendiz já sabe, mas numa pré-disposição contínua para o aprender.

Segundo ainda a teoria de Ausubel, a estrutura cognitiva serve-se de organizadores prévios que se tornam âncoras para a nova aprendizagem e levam ao desenvolvimento de conceitos subsunçores1 que facilitam a aprendizagem

subseqüente.

Fundamentado nessa teoria, o “ensinante” pode direcionar o seu trabalho, considerando o conhecimento prévio do aluno, utilizando princípios facilitadores como organizadores prévios, diferenciação progressiva e reconciliação integrativa, Moreira (2003). A diferenciação progressiva pode apoiar-se em mapas conceituais, nos quais cada assunto deve ser programado de forma que as idéias mais gerais e inclusivas da disciplina sejam apresentadas antes e progressivamente diferenciadas, com introdução de detalhes específicos. Na reconciliação integrativa, a programação do material instrucional deve ser feita de modo a explorar relações entre idéias, apontar similaridades e diferenças significativas, além de reconciliar inconsistências reais ou aparentes. Vejam exemplo na Figura 1:

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Fonte: adaptado de Moreira & Masini, 1982

FIGURA 1: Representação esquemática do modelo de Ausubel indicando diferenciação progressiva e reconciliação integrativa

Neste modelo apresentado na Figura 1, onde há um conceito mais geral (ou mais inclusivo), dois conceitos intermediários e quatro específicos, (ou menos inclusivos), as linhas contínuas sugerem a direção recomendada para a diferenciação progressiva de conceitos, enquanto as linhas pontilhadas mostram a sugestão da reconciliação integrativa.

Essa diferenciação progressiva de conteúdos ou conceitos pode beneficiar o uso de organizadores hierarquicamente, em ordem decrescente de inclusividade. Essa organização, segundo Moreira & Masini (1982), quando utilizada em situações práticas de aprendizagem, pode fornecer um ancoradouro antes de o aprendiz se confrontar com novos conceitos, de modo a possibilitar a diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa. De acordo com Novak (1984), nessa perspectiva, os mapas conceituais podem ser usados para dispor de forma organizada conceitos de uma disciplina ou corpo de conhecimento nas quais a diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa podem atingir de forma mais eficiente as estruturas cognitivas adequadas na medida em que as novas informações são apresentadas.

A dimensão de cada mapa conceitual vai sendo aperfeiçoada gradativamente, aumentando assim a complexidade de entendimento dos conceitos à medida que as estruturas cognitivas vão se delineando para níveis superiores de assimilação.

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A hierarquia vertical mostrada nos mapas conceituais sugerida por Ausubel indica, portanto, a relação de subordinação entre os conceitos. Vale ressaltar que conceitos com aproximadamente o mesmo nível de generalidade e inclusividade aparecem na mesma posição vertical, o que dá ao mapa sua dimensão horizontal. É fato ainda que não existe apenas um mapa que represente uma certa estrutura conceitual, mas sim um conjunto de mapas para um mesmo conjunto de conceitos.

Outro destaque da teoria de Ausubel é considerar que a instrução individualizada deveria ser superior à instrução em grupo em termos de aquisição e retenção do conhecimento. Isso porque a instrução individualizada é, em princípio, dirigida ao individuo, às suas habilidades e aptidões e à sua estrutura cognitiva. Ausubel argumenta que a aprendizagem de novos conceitos é facilitada por “n” estruturas cognitivas pré-existentes e essas podem não estar no mesmo nível de retenção de conteúdos entre os indivíduos do grupo.

A EA apoiada na teoria de Ausubel deve se inserir em um contexto social, histórico e cultural em que os processos mentais superiores (pensamentos, linguagem) do indivíduo tenham origem em processos sociais construídos na escola, trabalho, ou em outros grupos em que este se relaciona. É importante que o material a ser trabalhado seja potencialmente significativo, capaz de provocar a interação com diferentes subsunçores na estrutura cognitiva do aprendiz, ao ponto de prepará-lo para outras situações de aprendizagens desejadas.

Na perspectiva vygotskyana, a interação social é o veículo fundamental para a transmissão dinâmica (de inter para intrapessoal) dos conhecimentos sociais, culturais e historicamente construídos. As pessoas não vivem isoladas, por isso as relações de trabalho, familiares e outras devem ser consideradas no desenvolvimento cognitivo de qualquer indivíduo. É por isso que Diaz (2002) afirma que a EA deve estar em sintonia com a realidade social, política, ecológica e econômica do meio em que se vive, provocando assim essa interação entre todos e o meio ambiente.

A idéia de interação entre indivíduos, servindo-se do foco central da teoria de Ausubel, a aprendizagem significativa, poderá definir estruturas de consciência e provocar mudanças de hábitos e atitudes capazes de determinar valores e novas habilidades em cada indivíduo e no grupo como um todo, inclusive sustentando-os na luta pela busca da qualidade de vida. Portanto, uma proposta de educação

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ambiental baseada nas idéias de Ausubel torna-se significativa para o aprendiz, uma vez que ela deixa de ser arbitrária e mecânica para assumir características relevantes, requerendo deste uma postura investigativa de descobertas que servirá para motivá-lo a novas descobertas e aprendizagens, fato esse pouco provável de se realizar na aprendizagem mecânica.

Na aprendizagem mecânica novos conceitos e idéias são armazenados de maneira arbitrária, não interagem com aquela já existente na estrutura cognitiva e pouco ou nada contribuem para a sua diferenciação. (NAPOLITANO & LARIUCCI, 2001, p. 120),

A aprendizagem mecânica pode ser entendida então como aprendizagem “vaga”, sem significado, porque não estabelece interação a contento com conexões anteriores já processadas pelo aprendiz, portanto não é capaz de provocar a retenção do novo e ou o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas.

Outro fator de que a EA deve se servir da teoria ausubeliana é a linguagem. Ausubel et al (1980, apud Neto, p.126, 2006) destaca que esta desempenha no pensamento um papel operativo, mais do que comunicativo:

A linguagem é um facilitador importante da aprendizagem significativa. O aperfeiçoamento da manipulação de conceitos e proposições por meio das propriedades representacionais das palavras, e através do refinamento das compreensões subverbais emergentes na aprendizagem significativa clarifica tais significados e os torna mais precisos e transferíveis. (AUSUBEL et AL, 1980, apud , PONTES NETO, 2006, p.126)

Nesse entendimento a EA pode se servir da linguagem para fixar conceitos, selecionar conteúdos, promover a troca entre os pares e avaliar a aprendizagem. Todos esses tópicos fortalecem o relacionamento interpessoal e provocam a motivação do grupo.

Todas essas questões relevantes da teoria de Ausubel servirão de embasamento para o PEAN que será proposto mais adiante.

1.2 Educação Ambiental – Conceito e Trajetória Mundial

Em um conceito inicial pode-se definir a EA, como uma ação educativa, transformadora de caráter social e de responsabilidade de todos no sentido de conhecer e preservar o meio ambiente para promover o desenvolvimento

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sustentável. Ela deve ser capaz de desenvolver no indivíduo o sentimento de respeito a si próprio, aos seus semelhantes e a natureza como um todo.

O art. 225, § 1°, VI, da Constituição Federal Brasileira, descreve:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. (BRASIL, 1988).

Desse modo, a EA deveria estar inter-relacionada em todas as disciplinas dos currículos escolares. No entanto isso ainda não vem acontecendo a contento no Brasil. Os problemas ambientais ainda são pouco trabalhados nas escolas, Nessa perspectiva nota-se a carência de articulação das políticas públicas para garantir o cumprimento da legislação.

Para trabalhar com EA, muitos conceitos podem ser priorizados; saneamento básico, degradação da fauna e da flora, poluição em geral, efeito estufa, biodiversidade, reciclagem, resíduos domésticos e industriais, enfim, uma infinidade deles, porém o mais importante é trabalhar a conscientização crítica do indivíduo sobre a necessidade de preservação do meio ambiente como forma de garantir a qualidade de vida hoje e para as gerações futuras, dessa forma ela deve ser estrutura de maneira significativa, conforme estabelece a teoria ausubeliana.

Ao contrário do que muitos pensam, a EA não deve ser trabalhada apenas na escola formal, é necessário envolvimento e mobilização de toda a sociedade. Vejam o que diz o princípio nº 19 da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano de 1972.

“É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiada, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial que os meios de comunicação de massas evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos”.

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Sendo dever de todos, o componente filosófico da EA é tão importante quanto o comportamental. É imprescindível que ela seja entendida como Educação Política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir a justiça social.

A EA ao contrário do que muitos pensam não se trata de um modismo atual. As primeiras necessidades e preocupações com as questões ambientais foram percebidas desde o final da década de 60. A partir de então, algumas ações importantes já vem sendo desenvolvidas em âmbito mundial, no sentido de refletir sobre os problemas ambientais e discutir formas conjuntas para resolvê-los. Dessas ações podem ser destacadas:

Clube de Roma – 1968

Essa reunião aconteceu em Roma em 1968, contou com a participação de cientistas de 148 países e teve como objetivo discutir a crise atual e futura da humanidade. Durante esse encontro foram tratados diversos assuntos, entre eles, o crescimento da população mundial até meados do Século XXI, as reservas de recursos naturais não renováveis, o aumento do consumo, entre outros.

Nessa primeira ação conjunta ficou evidenciada a necessidade urgente de adoção de medidas com vistas a preservar o meio ambiente.

Os resultados dessa reunião foram sintetizados em um livro intitulado “Limites do Crescimento”. Esse documento segundo Dias (2004), denunciava o crescimento material da sociedade, a qualquer preço, e a meta de se tornar mais rica e poderosa, sem levar em conta os problemas e o custo final desse progresso. O livro se tornou referencia internacional para políticas públicas e projetos durante vários anos e foi também alvo de diversas críticas por parte de alguns intelectuais, especialmente latino-americanos, que liam nas entrelinhas a indicação de que para se conservar o padrão de consumo dos países industrializados era necessário controlar o crescimento populacional dos países pobres.

O grande ganho percebido com a realização do “Clube de Roma” foi o debate e a colocação do problema ambiental para todos os povos e nações. Foi a partir desse momento, através dessa exposição que muitos países vieram despertar para os riscos ambientais e necessidade de preservação.

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A Conferência de Estocolmo em 1972 foi um passo importante para as questões ambientais, considerada um marco histórico-político internacional, decisivo para a o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Até então os problemas ambientais considerados eram apenas a poluição do ar, da água e de solo derivada da industrialização.

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi a responsável pela realização dessa primeira conferência mundial de Meio Ambiente Humano em Estocolmo, na Suécia, cujo tema principal foi a poluição ocasionada principalmente pelas indústrias.

Apesar de ter gerado bastante controvérsia, segundo Dias (2004), pois diversos países em desenvolvimento, inclusive os representantes do Brasil acusaram os países industrializados de quererem limitar os seus programas de desenvolvimento usando para isso as políticas ambientais de controle da poluição, como recurso para inibir a competitividade no mercado internacional, a conferência acabou por chamar a atenção do mundo todo sobre a necessidade de preservação ambiental.

Os resultados dessa conferência foram publicados na Declaração de Estocolmo, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Esse documento relata o primeiro consenso global a respeito da responsabilidade do homem em cuidar do planeta. Em conseqüência desse consenso, foi instituída a EA, reconhecendo, portanto a necessidade de educar o cidadão para a solução dos problemas ambientais. A partir de então a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), organismo da ONU - se tornou responsável pela divulgação dessa nova perspectiva educacional, realizando seminários regionais em todos os países e procurando estabelecer os fundamentos filosóficos e pedagógicos para essa ação educativa.

Os seminários realizados pela UNESCO resultaram numa ampla publicação bibliográfica - textos, artigos e livros sobre educação ambiental que contribuem de forma significativa para o entendimento da necessidade de mudança de postura em relação às questões ambientais.

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Após a conferência de 1972 outras ações foram implementadas em prol da preservação ambiental e em 1975 realizou-se então um seminário internacional, na cidade de Belgrado, Iugoslávia com o objetivo de elaborar um programa internacional de EA. Esse seminário foi marcado pela presença de especialistas em educação de diversas áreas; biologia, geografia e outras.

Nesse evento diversos temas como o desarmamento, acordos de paz, democracia, fome, analfabetismo, desigualdade social e liberdade foram discutidos amplamente, pois os especialistas consideravam inútil falar em EA enquanto diversos países continuavam a produzir armas nucleares e privando seus cidadãos de participarem efetivamente das decisões políticas.

Esse seminário foi considerado por muitos lideres políticos como um dos mais importantes eventos realizados pela UNESCO e dele resultou então o documento conhecido como “A Carta de Belgrado”, esse documento orientava que os recursos de todo o mundo deveriam ser utilizados de maneira a beneficiar a toda a humanidade, aumentando assim a qualidade de vida de forma igualitária.

Também em 1975 foi realizado em Tbilisi, na Geórgia (ex União Soviética) a conferência de Tbilisi que veio consolidar a primeira etapa do Programa Internacional de Educação Ambiental, iniciado em Belgrado no mesmo ano, que recomendava que a EA deveria ser considerada em toda sua complexida de aspectos que compõem a questão ambiental. Nesse entendimento Dias (2004, p.83), descreve:

...a Educação Ambiental deveria ser o resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas, que facilitassem a visão integrada do ambiente; que os indivíduos e a coletividade pudessem compreender a natureza complexa do ambiente e adquirir os conhecimentos, os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para participar eficazmente da prevenção e solução dos problemas ambientai; que se mostrassem, com toda clareza, as interdependências econômicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países poderiam produzir conseqüências de alcance internacional; que suscitasse uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade, estruturando suas atividades em torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade e enfocando-as através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora; que fosse concebida como um processo contínuo, dirigido a todos os grupos de idade e categorias profissionais. (DIAS, 2004, p.83).

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A partir dessa conferência estavam lançadas, definitivamente, no mundo todo, as linhas de orientações gerais para o desenvolvimento da Educação Ambiental.

Relatório de Brandt

Em 1977 foi criada a Comissão Independente para Assuntos de Desenvolvimento a pedido do presidente do Banco Mundial. Essa comissão foi liderada pelo alemão Willy Brandt. A partir dessa ação, representantes das Nações Unidas, promoviam reuniões em várias cidades do mundo para discutir os problemas ambientais e as soluções encontradas após a conferência de Estocolmo. Os resultados dessas ações foram publicados no livro “Nosso Futuro Comum”, também conhecido por relatório Brundtland, que enfatizou a importância da educação ambiental para a solução de diversos problemas sociais e apresentou ao mundo o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”, conceito este que tem como primícia o equilíbrio do crescimento econômico com a preservação ambiental. Isto pode envolver a implantação da prevenção à poluição, a redução do uso de substâncias tóxicas e do desperdício e a desaceleração do esgotamento de recursos não renováveis (TIBOR,1996).

O Relatório de Brudtland apresentou estratégias do desenvolvimento sustentável industrial, argumentando que o desenvolvimento da indústria é um processo que envolve governo, sociedade e indústria. Para tanto determinou a observância de alguns ações importantes a serem consideradas, dentre elas destacam-se :

a) Estabelecimento de metas, incentivos e padronização de normas ambientais – nessas ações devem ser consideradas as normas ambientais a serem seguidas, o controle da poluição em todos os níveis, a saúde do trabalhador, a eficiência dos produtos a serem produzidos e o controle de consumo de recursos naturais e disposição de substâncias tóxicas.

b) Melhoria dos processos e ganhos de incentivos – as empresas poderiam ser incentivadas a investir em medidas preventivas e restauradoras a partir de vários subsídios desde que implementassem medidas para melhoria dos processos de produção e reaproveitamento de matérias-primas.

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c) Avaliação ambiental – Essa ação determinou a exigência de avaliação rigorosa dos impactos econômicos para a instalação das indústrias.

Outras ações relevantes foram determinadas a partir do Relatório de Brudtland e o mesmo forneceu ainda subsídios temáticos para a realização da ECO-92.

ECO 92 – 1992

A ECO 92 foi, mais uma das importantes Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento foi realizada no Rio de Janeiro em 1992 e contou com a participação de especialistas e autoridades de vários países. As discussões dessa conferência se concentraram basicamente nos problemas ambientais globais e nas questões do desenvolvimento ambiental, tais como a crescente urbanização do mundo, o problema da energia, o aquecimento global, a pobreza e o fomento ao desenvolvimento do Terceiro Mundo, entre outros.

Para Dias (2004) os modelos até então impostos pelos sete países mais ricos e por órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial podem ser observados conforme o modelo exposto na Figura 2:

Fonte: Reorganizado a partir de Dias (2004, p.95)

FIGURA 2: Modelo de desenvolvimento imposto pelos países ricos, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial

Modelo de “desenvolvimento” EXCLUSÃO SOCIAL CONSUMO DEGRADAÇÃO AMBIENTAL Perda da Qualidade de Vida Perda da Qualidade de Experiência Humana Produz Produz

Miséria e Fome Opulência e

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De acordo com Dias (2004) a análise critica desse modelo serve para esclarecer o rumo que a questão ambiental estava seguindo, o desenvolvimento a qualquer preço gera a exclusão social, a degradação ambiental, e a conseqüente perda da qualidade de vida e da experiência como pessoa humana.

Essa conferência foi importante então para discutir esses modelos de desenvolvimento, resultando assim na consolidação de duas importantes convenções, as quais foram assinadas pela maioria dos governos dos países ali representados – a convenção do Clima e a Convenção da Biodiversidade. A primeira trata-se da redução do nível de emissão de dióxido de carbono ao patamar registrado em 1990. A segunda estabelece a proteção do potencial genético de mais de cinco milhões de espécimes de plantas e animais em seu habitat natural.

A partir das discussões e estudos realizados na Rio 92, dois documentos foram elaborados, o Tratado da Educação Ambiental para Sociedade Sustentável e a Carta Brasileira de Educação Ambiental. Esses documentos tiveram como principal propósito garantir que tanto os órgãos públicos, bem como a empresa privada e organizações não governamentais ficassem responsáveis por propor programas de educação ambiental e desenvolvimento sustentável para todas as comunidades.

Outra ação importante dessa conferência foi o estabelecimento da Agenda 21. De acordo com a proposta dessa agenda, foram traçadas metas a serem desenvolvidas pelos países, cidades e municípios no sentido de disciplinar os esforços em áreas pontuais, evitando a dispersão, o desperdício e as ações de degradação ambiental.

Conferência da Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10) Essa conferência foi realizada em 2002 em Johannesburgo, África do Sul por iniciativa das Nações Unidas. O Objetivo principal era verificar quais os acordos firmados entre os países durante a Eco 92, no Rio de Janeiro, que estavam sendo cumpridos e também traçar novas metas sobre o desenvolvimento sustentável para o mundo todo.

Para garantir o cumprimento dos acordos firmados por ocasião da ECO 92, quando foi elaborado então a “Agenda 21 Global”, uma espécie de planejamento participativo comum, que visa disciplinar esforços em áreas-chaves evitando o desperdício, a dispersão e as ações contraproducentes.

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A Agenda 21 destacou dois aspectos importantíssimos a serem implementados pelas indústrias:

a) A promoção da produção mais limpa - A produção mais limpa, é a que consegue através de práticas adequadas e manejo de tecnologias apropriadas reduzirem resíduos durante o processo de fabricação, armazenamento e transporte dos produtos.

b) Promoção da Responsabilidade Empresarial – essa ação determinou que os governos devem estimular empresas gerenciadas de maneira sustentável, oferecendo-lhes não só incentivos econômicos, mas também possibilidades de modernização.

As metas da Agenda 21 são bastante arrojadas e nem todas foram implementadas, ainda, em todos os países, pelo menos não da forma desejada, mas são referências importantes tanto para o desenvolvimento sustentável como para a Educação Ambiental.

Outros seminários e conferências ainda são realizados no mundo todo e servem para mostrar ao mundo a importância de todos se envolverem em projetos e ações de melhoria da qualidade de vida, sem degradação ambiental, Servem também para o despertar da necessidade de todo cidadão, em qualquer parte do mundo, educar-se ambientalmente

1.3 A Educação Ambiental no Brasil

A EA no Brasil não mostra um panorama significativamente evoluído, segundo Dias (2004), embora os índices de mortalidade infantil e alfabetização tenham melhorado, a expectativa de vida da população ampliada e a mulher tenha conquistado seu espaço na sociedade ainda é insatisfatório a prática do desenvolvimento sustentável brasileiro. Políticas públicas tem sido implementadas e ações de esforços já são notados em quase todos os Estados brasileiros, no sentido de promover a pessoa humana e sua formação cidadã, na perspectiva de que se sinta e aja como responsável pelo meio onde vive, entretanto ainda é preciso vencer barreiras de ordem social, política e especialmente cultural.

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Em Medina & Santos (2003, apud OLIVEIRA & MACÊDO 2008) é destacado a complexidade que é educar-se ambientalmente. Nesse mesmo pensar, Gadotti (1988) já sinalizava que a EA também chamada de ecoeducação precisa ser entendida como uma ruptura do conservadorismo, método tão praticado no ensino tradicional brasileiro. Trata-se de uma mudança de postura em relação ao modo de viver, ela propõe uma relação saudável e equilibrada em contexto com os outros ambientes. A EA assim tratada poderá ser responsável para que o indivíduo venhadesenvolver habilidades para viver em harmonia, reconhecendo a importância do sentimento de pertença a uma comunidade, estado ou país. Nesse contexto necessita ainda ser vista como ciência, precisa fazer parte do discurso e construção teórica da academia, para quem sabe, a partir daí, ser entendida como necessária e urgente.

Diversos esforços foram feitos no mundo todo para o êxito na EA, no Brasil o Ministério da Educação (MEC) abraçou a causa e propôs ações significativas através da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Esse documento serviu de orientação e sustentáculo a professores que já trabalhavam projetos de forma isolada chamando a atenção para as causas ambientais.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) também se dispuseram a abraçar a causa e mesmo com verbas reduzidas vem realizando seminários, encontros técnicos, conferencias e outras ações que já mostram mudanças significativas na formação da população brasileira, que passa a cada dia a se posicionar de forma cada vez mais crítica e contundente frente a projetos que não levam em consideração a preservação ambiental.

Outras ações importantes têm contribuído para o sucesso da EA no Brasil, destacam-se o rigor exigido para o cumprimento da Legislação Ambiental e o estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente. Aqui vale ressaltar a atuação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e de cada órgão estadual e municipal que atuam em conjunto ao MMA na proteção e preservação do meio ambiente, exigindo com rigor o cumprimento das normas e divulgação das ações ligadas diretamente a preservação do solo, fauna e flora.

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A união de todos os órgãos governamentais que regem a legislação ambiental é importante para validar a prática de ações educativas voltadas à sensibilização da coletividade na defesa do meio ambiente. Por sua vez, essa prática tende a estimular a participação de empresas privadas na prática de ações e projetos voltados para a preservação ambiental e qualidade de vida das comunidades, uma vez que a formação crítica de cada cidadão exigirá uma atuação cada vez mais comprometida e ética de todos os segmentos sociais.

A trajetória da EA no Brasil têm mostrado possibilidades significativas no enfrentamento das questões ambientais. Algumas ações já foram realizadas com sucesso, mas talvez seja necessário maior envolvimento do Sistema Regular de Ensino no sentido de fazer adequação curricular, investimento na formação docente e incentivo a projetos de pesquisa, mas o Ministério da Educação (MEC) tem agido com perspicácia e medidas vêm sendo adotadas para minimizar esses problemas que ainda dificultam o fortalecimento da EA no Brasil.

Uma importante contribuição para a prática da EA acaba vindo das exigências internacionais através do cumprimento dos acordos estabelecidos durante a realização das conferências mundiais sobre o meio ambiente. Uma vez estabelecidos esses acordos cada país fica responsável em propor e cumprir ações de preservação ambiental, isso acaba por garantir o estabelecimento de políticas e garantias de recursos específicos na área.

Da união de todos os organismos seja nacional ou internacional o que realmente importa é o resultado final a ser conquistado, ou seja, a prática da EA voltada para a formação crítica de cada ser humano e mais que isso, o despertar para o senso de coletividade e fraternidade, é preciso que todos os povos do planeta tenham como meta garantir a qualidade de vida hoje e para as gerações futuras.

1.4 Objetivos da Educação Ambiental

A EA não pode ser vista de forma dicotômica separando o desenvolvimento sustentável da consciência ecológica. Nesse contexto o objetivo maior da EA, segundo Candiani (2005) é proporcionar aos indivíduos a compreensão da natureza complexa do meio ambiente, fornecendo a todos, subsídios para que percebam as interações entre os aspectos físicos, socioculturais,

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político e econômicos que compõem a relação homem/meio. Esse autor acredita também que a prática da EA seja capaz de transformar a concepção da natureza como um elemento exterior ao homem, tornando-o mais responsável e comprometido com os valores éticos e solidários entre os seres vivos.

Para Silva & Barros (2003) o desenvolvimento sustentável precisa ser avaliado quanto a viabilidade econômica, a justiça social e ao equilíbrio ecológico correto. Assim não se pode falar em EA, ou mesmo educação para a sustentabilidade sem considerar as chaves pedagógicas necessárias à formação integral do ser humano. Dentre elas destacam-se:

Garantia e Promoção da vida - para desenvolver o sentido da existência ao ponto de promover a vida é preciso reconhecer inicialmente a Terra como um organismo vivo onde habitam todos os seres, reconhecer que é dela que se retira todo o sustento necessário a perpetuação de todas as espécies. É possível acreditar que a partir dessa visão o meio ambiente passe a ser tratado com o respeito que lhe é devido.

Princípio de Equilíbrio – Só será possível pensar em ações de equilíbrio ecológico através da capacidade de preservação dos ecossistemas.

Princípio da Ética – A consciência ecológica só é possível de ser despertada através da preservação do conjunto de valores de uma comunidade.

Uso Consciente – o uso racional de todos os bens de consumo fundamenta-se na capacidade de utilização comedida, onde o senso de responsabilidade é entendido independente da condição financeira de um povo.

Consciência Universal – A consciência universal derruba o paradigma de que só os cientistas são capazes de perceber todo o Planeta. Ela propicia a visão de que o homem pode e deve viver em harmonia com o universo independe de sua localização geográfica ou classe social. A responsabilidade de preservação do meio ambiente passa então a ser de todos.

Todos esses princípios aliam-se as diretrizes para a prática da EA encontrada nos documentos da Conferência de Tbilisi, realizada em 1977, que

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servem para nortear ações para definições de objetivos, princípios e estratégias para a EA adotadas mundialmente.

Dias (2004), destaca que os objetivos de um programa de EA devem estar em sintonia com as diferentes realidades do meio onde este será implantado, e sugere inclusive um modelo para o traçado desse plano que pode ser analisado na Figura 3:

Fonte: Adaptação de Dias (2004, p.112)

FIGURA 3: Modelo para determinar os objetivos para um plano de Educação Ambiental eficiente

Esse modelo destaca a importância de propor objetivo direcionado para a EA, de acordo com a realidade do meio em que o indivíduo está inserido, para promover o desenvolvimento da compreensão e mudar hábitos, posturas e comportamentos a fim de garantir que o mesmo se envolva de fato nas ações, tendo a visão ampliada para a complexidade do meio ambiente e assim passe a buscar efetivamente a melhoria da qualidade de vida em sua comunidade.

A descrição correta do plano de EA, enfocando objetivos específicos e articulando teoria e prática é um passo importante para o sucesso da formação ecológica do indivíduo. OBJETIVOS DA EA REALIDADES SOCIAL ECONÔMICA POLÍTICA CULTURAL ECOLÓGICA C & T CONHECIMENTO COMPREENSÃO PERCEPÇÃO HÁBITOS POSTURAS COMPORTAMENTOS ENVOLVIMENTO

EM AÇÕES MANUTENÇÃO E MELHORA

DA QUALIDADE DE VIDA COMPLEXIDADE INTERAÇÃO EVOLUÇÃO ADAPTAÇÃO VISÃO HOLÍSTICA Devem estar em sintonia

dos vários fatores do Meio Ambiente para

promover

para mudar

Que sejam capazes de promover

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Aqui se revela também a necessidade de articulação entre a teoria e a prática no processo educacional: educação ambiental é educação e educação é ação, é caminhar do conhecimento para a prática. O processo educativo ambiental é, nessa concepção, uma forma de regular a intervenção do homem no ambiente, considerando a intencionalidade dessa intervenção. Podemos dizer então que, nessa perspectiva, a educação ambiental tem como pressuposto pedagógico a articulação entre o conhecimento sobre os processos ambientais, a intencionalidade dos sujeitos em sua relação com a natureza e a transformação social, ou seja, a substituição radical dos modelos de sociedade que vem destruindo o planeta. Tozoni-Reis (2004, p. 74-75, apud OLIVEIRA & MACEDO, 2008)

Diante da complexidade da EA é possível entender os inúmeros problemas que envolvem a mesma no sistema brasileiro de ensino.

Embora a Rio 92 tenha causado um grande impacto especialmente nos brasileiros sobre a necessidade de praticar a EA. A cultura brasileira parece ainda estar arraigada ao esquecimento, pois no momento em que um fato acontece, ele possui alta repercussão, mas não dura muito, e assuntos tão importantes como a EA acabam sendo esquecidos.

Os freqüentes crimes ambientais que ocorrem não são aceitos de modo algum e as empresas são multadas, interditadas e chegam até mesmo a terem sua imagem desgastada no mundo inteiro, mas aqui no Brasil acabam sendo esquecidos. Esse fenômeno - “esquecimento” - talvez esteja arraigado a diversos problemas que impedem a formação crítica do cidadão brasileiro em relação ao meio ambiente, dentre eles destacam-se:

 Falta de qualificação adequada de professores;

 Falta de material didático adequado para orientar o trabalho da EA nas escolas;

 Falta de políticas de articulação entre o MEC e governos municipais e estaduais;

 Falta de recursos instrucionais como livros, revistas e periódicos;

 Pouco investimento em pesquisas, estrutura física e humana nas universidades; nesse aspecto concordamos inclusive com, Dias que descreve:

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Essa situação é especialmente nutrida pelas universidades brasileiras: apáticas, vaidosas, obsoletas e dessintonizadas com a realidade, continuam imersas em sua prática acadêmica utópica. Os cursos de administração, jornalismo, direito, economia e engenharia, entre outros, em sua maioria ainda não incorporaram devidamente as dimensões ambientais em seus currículos. Continuam produzindo profissionais que refletem o seu despreparo e vão engrossar o rol dos devastadores. Dias (2004, p.19)

Embora todos esses problemas sejam afrontadores diretos da precária EA praticada no país não se pode esquecer de tantos outros crimes ambientais praticados cotidianamente no Brasil, como por exemplo:

A devastação de imensas áreas verdes feitos por empreendimentos imobiliários que acabam muitas vezes com a chance de desenvolver o turismo sustentável – uma forte tendência mundial. O aumento cada vez mais crescente do consumo de produtos industrializados. O crescimento populacional e da zona urbana sem planejamento adequado, entre outros.

Mesmo diante de todas essas dificuldades, Pasqualetto & Melo (2007) destacam que o Brasil não é o único país a apresentar deficiências nas práticas ambientais, e que esses problemas são resultados de um contínuo processo de degradação. Alguns já não são mais possíveis de serem recuperados, outros ainda podem ser evitados, mas para que isso aconteça é necessária a conscientização e ação de todos, e isso só será atingido a partir do desenvolvimento de uma cultura de preservação ambiental, que deve ser trabalhada em todas as instâncias educacionais.

A Educação Ambiental permitirá, pelos seus pressupostos básicos, uma nova interação criadora que redefina o tipo de pessoa que queremos formar e os cenários futuros que desejamos construir para a humanidade, em função do desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental. Torna-se necessária a formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo estilo de desenvolvimento dominante, a partir da construção de um novo estilo harmônico entre a sociedade e a natureza e que, ao mesmo tempo, sejam capazes de superar a racionalidade meramente instrumental e economicista, que deu origem às crises ambiental e social que hoje nos preocupam. Medina &Santos (2003,p.24) É notório a contribuição que a EA, pode dar para a formação crítica do cidadão e talvez seja essa a forma mais fácil de combater as constantes ações de agressões ao meio ambiente. Assim as comunidades exploradas e manipuladas

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poderão opinar, criticar, organizar e reivindicar seus direitos, especialmente os que se referem diretamente à qualidade de vida.

Na luta para conseguir minimizar os problemas e efetivar ações de EA tão necessárias, um passo favorável dado pelo Brasil foi a valorização das questões ambientais destacadas na Legislação Federal, sobretudo a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.

Segundo Torres (2004), em 1988 a Constituição Federal do Brasil foi considerada uma das mais modernas, em termos mundiais, no que tange à questão ambiental. Foi dedicado às questões ambientais um capítulo inteiro e que é referência para outros países. Um dos artigos mais importantes a ser destacado é o artigo 225 que dispõe:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988).

Para garantir o cumprimento desse artigo, na Constituição Federal há vários parágrafos onde evidencia-se o compromisso que todos devem ter e descreve também as responsabilidades do poder público para com o meio Ambiente. Já no parágrafo 1º inciso VI do artigo 225, está escrito que é dever do poder público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. Dessa forma fica evidenciado que a responsabilidade deve ser de todos; poder público e comunidade.

É preciso que todos estejam dispostos a lutar pelo bem comum, e para que isto aconteça, basta cumprir o que está escrito na legislação ambiental brasileira, que, aliás, é muito ampla e obedece a uma hierarquia necessária do ponto de vista jurídico. Essa hierarquia pode ser observada na Figura 4.

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Fonte: Adaptação de Torres (2004. p.70)

FIGURA 4: Hierarquia das Leis Ambientais Brasileiras

Como pode ser notado, a legislação ambiental é formada por leis, decretos, portarias, normas e resoluções em níveis federal, estadual e municipal e para assegurar o cumprimento de toda a legalidade ambiental outros órgãos foram criados, dentre eles o SISNAMA. O SISNAMA foi instituído pela Lei no 6.938 de 31 de agosto de 1981 e regulamentada pelo decreto nº 99.274 de 6 de junho de 1990, é constituído pelos órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo poder público responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

O SISNAMA é composto por órgão superior; conselho do governo, órgão consultivo e deliberativo; o CONAMA, órgão central; MMA, órgão executor; IBAMA, órgãos seccional - (entidades da Administração Pública Federal, direta ou indireta) e pelos órgãos locais (entidades municipais ou responsáveis pelo controle e a fiscalização das atividades ambientais).

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente - Este conselho foi instituído pela Lei nº 6938, de 1981 e dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto nº 99,274, de 1990 e alterada posteriormente pelo decreto nº 2.120, de 1997 e pelo decreto nº 3.942, de 2001, é um órgão consultivo e

Constituição Federal

Lei Complementar Lei Ordinária Decreto

Legislativo Medida Provisória Decreto-Lei Lei Delegada

Decreto

Resolução Portaria Deliberação

Instrução Normativa

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deliberativo do SISNAMA. O CONAMA é composto de Plenários e Câmaras Técnicas e é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente, e a Secretaria Executiva, que é exercida pelo Secretário do MMA.

MMA – Ministério do Meio Ambiente – Este ministério é o órgão central do SISNAMA, e tem como finalidade planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.

De acordo com o Decreto Federal nº 4.118 de 7 de fevereiro de 2002, em seu artigo 61, as áreas de competência do MMA são:

a) política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos;

b) política de preservação, conservação e utilização sustentável dos recursos naturais;

c) proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais;

d) políticas para a integração do meio ambiente e produção; e) políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal, e f) zoneamento ecológico-econômico.

Na estrutura do MMA encontram-se ainda outros elementos importantes, como secretarias específicas, órgãos colegiados como o CONAMA, e Conselho Nacional da Amazônia Legal (CONAMAZ), institutos como IBAMA, Companhia do Desenvolvimento de Barcarena (CODEBAR) e Agência Nacional das Águas (ANA), entre outros.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. O IBAMA foi criado através da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989 pela fusão de quatro entidades brasileiras que trabalhavam na área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente (SEMA); Superintendência da Borracha (SUDHEVEA); Superintendência da Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

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Esses são os principais órgãos que compõem a Legislação Ambiental no Brasil, aliados a eles cada Estado e Município possuem Secretarias especiais que são responsáveis diretas pelo cumprimento de toda Legislação Ambiental local.

O Histórico da Legislação Ambiental no Brasil, segundo Torres (2004) é muito extenso, mas alguns especialistas costumam referir-se a quatro grandes momentos na evolução da Legislação Ambiental Brasileira:

a) A Lei Federal nº 6938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulaão e aplicação, estabeleceu o SISNAMA e a obrigatoriedade do licenciamento ambiental, além de trazer a obrigação ao poluidor de reparar os dados causados, posteriormente modificada com a introdução do Cadastro Técnico Federal e da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental.

b) A Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985, que disciplina a Ação Civil Pública de Responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico como instrumento processual específico para a defesa do ambiente e da outros interesses difusos e coletivos, e possibilitou que a agressão ambiental finalmente viesse a se tornar um caso de justiça.

c) A Constituição Federal de 1988, que dedicou ao meio ambiente um capítulo próprio, onde se encontra o artigo 225, considerado pelos especialista em Direito Ambiental como um dos textos mais avançados do mundo.

d) A Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente – conhecida como a Lei dos Crimes Ambientais – que apresentou uma sistematização das sanções administrativas e tipificou de forma orgânica os crimes ecológicos. Este instrumento também incluiu a pessoa jurídica como sujeito ativo do crime ecológico. (TORRES 2004, p. 69)

Essas quatro Leis marcaram o avanço na Legislação Ambiental Brasileira e, é baseado nelas que o licenciamento ambiental para atividades potencialmente poluidoras e ou utilizadoras de recursos naturais são concedidas ou não. É a partir delas também que outros decretos e Leis vêm sendo elaborados de acordo com as necessidades para garantir que todo brasileiro tenha qualidade de vida e seja responsável pela proteção ambiental. É o caso, por exemplo, da Política Nacional de Educação Ambiental, Lei Federal nº 9795 de 1999.

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1.5 Lei Federal de Educação Ambiental Brasileira

A Lei Federal nº 9795 de 27 de abril de 1999, dispõe sobre o inciso VI do artigo 225 da Constituição Federal e incumbe o Poder Público de promover educação ambiental em todos os níveis. Essa lei segundo Oliveira (2003), provocou grandes discussões, e levou 6 (seis) anos para ser votada e aprovada. Ela estabelece em seus três artigos:

Art. 1º - Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constrõem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2º - A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

Art. 3º - Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: (Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999).

Nesses artigos fica evidenciado que a EA é direito e dever de todos e tanto o poder público quanto os setores privados devem se imbuir da responsabilidade de praticá-la.

Quanto aos seus princípios a Lei Federal de Educação Ambiental dispõe:

Art. 4º - São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;

IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

Referências

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