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Mobilização e Trabalho Coletivo com resíduos sólidos: uma experiência no Condomínio Terra Nova

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA PROGRAM A DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ÊNFASE EM ESPAÇOS EDUCADORES SUSTENTÁVEIS

MOBILIZAÇÃO E TRABALHO COLETIVO - RESÍDUOS SÓLIDOS NO CONDOMÍNIO TERRA NOVA, FOZ DO IGUAÇU/PR.

MOBILIZATION AND COLLECTIVE WORK - SOLID WASTE IN CONDOMINIUM TERRA NOVA, FOZ DO IGUAÇU/PR.

JAIR GREGORIO DA SILVA

Foz do Iguaçu 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA PROGRAM A DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ÊNFASE EM ESPAÇOS EDUCADORES SUSTENTÁVEIS

MOBILIZAÇÃO E TRABALHO COLETIVO - RESÍDUOS SÓLIDOS NO CONDOMÍNIO TERRA NOVA, FOZ DO IGUAÇU/PR.

MOBILIZATION AND COLLECTIVE WORK - SOLID WASTE IN CONDOMINIUM TERRA NOVA, FOZ DO IGUAÇU/PR.

JAIR GREGORIO DA SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Educação Ambiental, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal da Integração Latino-americana.

Orientadora: Prof. Dra Luciana Mello Ribeiro

Coordenadora: Prof. Dra Luciana Mello Ribeiro

Foz do Iguaçu 2017

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Dedico este trabalho aos meus pais, Adelino Gregorio da Silva e Eva Gomes da Silva (In memoria), para minha esposa Djeuci da Silva por ter compartilhado comigo os apreendizados neste curso, aos meus filhos Bruno Rafael Gregorio da Silva, Franciela Maciel e minha neta Kailane Maciel de Souza, sem dúvidas as minhas escolhas são parte de uma convivência regada de boas referências e dedicação para comigo e minha familia.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus e minha professra orientadora Drª Luciana Mello Ribeiro não só pela constante orientação neste trabalho, mas sobretudo pela sua amizade. Sendo que a mesma foi nossa coordenadora do curso, obrigado por dedicar seu tempo e compartilhar seus conhecimentos, enquanto professora, coordenadora do Curso de Educação Ambiental com Ênfase em Espaços Educadores Sustentaveis da Unila. Aos professores do curso que se dedicaram da melhor forma possível para nos transmitir o conhecimento, ainda que houvessem alguns contratempos, sempre estiveram a disposição para não deixar nenhuma dúvida no apreendizado.

Aos professores da Unila e convidados que fizeram parte da banca muito obrigado pelas orientações e apontamentos que foram essênciais para alguns pontos nesta temática.

Aos colegas de curso os quais convivi por tanto tempo, dentro e fora do curso em especial ao Rafael, Valquiria, Ana Paula e Djeuci, onde tivemos a oportunidade de desenvolver um trabalho de campo juntos e compartilhar troca de conhecimento os meus mais sinceros obrigado.

Por fim, quero agradecer aos condôminos do Condominio Terra Nova, onde desenvolvemos o projeto de Mobilização e Trabalho Coletivo de Resíduos Sólidos, dizer que foram momentos impares, a troca de experiências, conhecimentos, estudos, partilha, amizades e por fim respeito com o meio ambiente que vou levar para o resto de minha vida.

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Reciclagem

Quem já viu um catador passando nas lixeiras nunca diz um bom dia pra ele, mas não sabem o que ta frenquentando no dia-a-dia, mas eles sabem o quanto lixo é prejudicial para a sociedade! Pense nisso colabore com o pessoal da reciclagem, e o planeta agradece.

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RESUMO

Este artigo apresenta um projeto de Educação Ambiental (PAP), com o proposito de estimular mudanças organizacionais, ambientais e sociais no condomínio Terra Nova de Foz do Iguaçu. Sendo assim na primeira e segunda etapas foram dedicadas ao trabalho coletivo, onde o grupo de pesquisadores realizaram visitas e entrevistas com 57 moradores, visando identificar sua percepção no interior do condomínio de modo geral. A partir deste levantamento apontou se a necessidade de melhorar a gestão dos resíduos. Na terceira e quarta etapas os condôminos foram convidados para possíveis ações ambientais que viessem a contribuir com o meio onde vivem, com o objetivo de melhorar o sistema de separação correta dos resíduos, fazendo pequenas modificações estruturais no espaço do acondicionamento final, onde eram depositados os resíduos gerados no condomínio, com isso, após esta ação iniciou a coleta seletiva de lixo, o desenvolvimento desta atividade busca a refletir toda a caminhada percorrida durante o curso, pois foram compartilhadas as experiências vivenciadas durante a trajetória individual de cada um, assim sendo a elaboração do memorial foi possível, apartir das praticas educativas, as relações socioambientais, a gestão participativa, onde o envolvimento do coletivo de moradores, funcionários do condomínio e o Sindico foram fundamentais neste processo de educação ambiental, que busca formar indivíduos preocupados com os problemas ambientais na conservação e preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade, considerando a temática de forma holística, ou seja, abordado os seus aspectos econômicos, sócias e politicos.

Palavras-chave: Mobilização e Trabalho Coletivo – Resíduos Sólidos no Condominio Terra Nova, Foz do Iguaçu/PR.

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ABSTRACT

This article presents an Environmental Education project (PAP), with the purpose of stimulating organizational, environmental and social changes in the Terra Nova condominium in Foz do Iguaçu. Thus, in the first and second stages were dedicated to the collective work, where the group of researchers made visits and interviews with 57 residents, aiming to identify their perception inside the condominium in general. From this survey pointed out the need to improve waste management. In the third and fourth stages, the condominium owners were invited to possible environmental actions that would contribute to the environment in which they live, in order to improve the system of correct separation of residues, making small structural modifications in the space of final packaging, where the In this way, after this action began the selective collection of garbage, the development of this activity seeks to reflect all the walk traveled during the course, since the experiences experienced during the individual trajectory of each one were shared. elaboration of the memorial was possible, from the educational practices, the socio-environmental relations, the participatory management, where the involvement of the collective of residents, condominium officials and the Sindico were fundamental in this process of environmental education, which seeks to train individuals concerned with environmental problems in conservation and prese natural resources and sustainability, considering the theme in a holistic way, that is, addressing its economic, social and political aspects.

Key words: Mobilization and Collective Work - Solid Waste in Terra Nova Condominium, Foz do Iguaçu / PR.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...9

1.1...10

1.2...11

2. DESENVOLVIMENTO DE PROJETO COLETIVO...12

2.1...13 3. OBJETIVO... ...14 4. METODOLOGIA... ...15 4.1...16 4.2...17 4.3...18 4.4...19 5. RESULTADOS...20 5.1...21 5.2...22 5.3...23 5.4...24 5.5...25 5.6...26 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...27 7. REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...28 7.1...29 7.2... 30 8. APÊNDICE...31 8.1...32

9.MEMORIAL "A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO CAMINHO PARA SUSTENTAILIDADE" 9. INTRODUÇÃO...33

9.1 APRESENTAÇÃO... ...34

9.2 FORMAÇÃO INICIAL...35

9.3 RELATO DA VIDA PESSOAL... 36

9.4 VIDA PROFISSIONAL...37 9.5...38 9.6 FORMAÇÃO ACADÊMICA...39 9.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...40 9.8...41 9.9 REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...42

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9 1. INTRODUÇÃO

A relação entre resíduos e problemas ambientais é maior no campo dos resíduos sólidos urbanos que possuem um grau de dispersão consideravelmente menor que o de líquidos e gases, exigindo soluções mais complexas, que envolvem desde uma triagem mais eficiente, até uma logística de recolhimento e destinação peculiar. Neste cenário, a gestão de resíduos sólidos surge como problema contemporâneo (RADA et. al., 2013).

Parte da solução para a complexa problemática da gestão de resíduos pode estar na correta gestão e gerenciamento dos resíduos pelos próprios moradores, um tema não muito novo, mas que ganhou forças depois do Decreto 7.404/2010 que estabelece normas para a execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos ou PNRS (Lei 12.305/10).

Este trabalho se baseia na PNRS para analisar a realidade da gestão de resíduos sólidos do condomínio Terra Nova, em Foz do Iguaçu/PR, bem como estimular a responsabilidade dos condôminos na destinação destes resíduos, tendo como autores da pesquisa um grupo de estudantes do curso de pós graduação em Educação Ambiental (EA) da Unila.

A consciência ambiental da população brasileira vem evoluindo nos últimos anos, impulsionada pelo acesso global a informações e permitindo maior visibilidade de práticas ambientalmente corretas. Segundo dados da União Europeia, diversos países europeus mapearam alguns fatores importantes para o sucesso da gestão de resíduos sólidos, aspectos como educação e consciência ambiental, separação de resíduos em domicílios e nos condomínios, de maneira a facilitar a reciclagem e o reaproveitamento (COMISSÃO EUROPEIA, 2000).

As características de cada tipo de resíduo exigem um modelo de gestão adequado, que não tenha como objetivo apenas a coleta, mas o tratamento ideal para cada um, com a finalidade de evitar problemas de saúde pública e contaminação ambiental, impactos sociais e econômicos. A questão do gerenciamento de resíduos tem se tornado assunto comum, porém de grande importância por tratar de ações impactam o meio ambiente e pela necessidade de prolongar a vida útil dos aterros sanitários.

Os vários tipos de condomínios presentes nas cidades vêm se adaptando às novas necessidades dos indivíduos urbanos. A busca por tranquilidade e segurança acabou gerando aumento destes empreendimentos e vem provocando, segundo Teresa Caldeira (2003), uma segregação socioespacial1.

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10 Os enclaves fortificados, como denominados por essa autora, fazem os segmentos sociais ficarem muito próximos, mas separados por muros e tecnologias de segurança, além de símbolos sociais, que restringem a sua interação. São espaços privatizados, monitorados, para residência, estudo, consumo, lazer e trabalho. Incluem moradias, shoppings centers, conjuntos de escritórios, etc. Eles mudam o caráter do espaço público, restringindo o acesso e a livre circulação de todos os cidadãos. Nesse sentido, o setor de serviços modificou a organização espacial das cidades, gerando um novo padrão de desigualdade e heterogeneidade social, ao mesmo tempo misturando e segregando moradores ricos e pobres.

Por volta dos anos 70, através das modificações na legislação sobre os terrenos, foram surgindo os primeiros condomínios fechados, localizados fora da faixa central da cidade, deslocando-se para áreas mais distantes (CALDEIRA, 2003.).

A avaliação da autora mostra que a expansão periférica foi contraditória, as classes trabalhadoras melhorando as condições de vida, ao mesmo tempo em que sua capacidade de tornarem-se proprietárias de suas próprias casas diminuiu.

Morar em condomínios confere status aos seus moradores e sua presença evidencia a diferenciação social, valorizando áreas periféricas das cidades. Os condomínios são vistos como mundos à parte da vida pública, espaço estigmatizado. Apela-se à ecologia, lazer, segurança, ordem e saúde, para a imagem de uma vida melhor nestes enclaves, sendo considerados quase clubes particulares (CALDEIRA, 2003).

Trazer modelos do Primeiro Mundo é uma prática comum nos países do Terceiro Mundo, e em relação à moradia e à segregação espacial também se vê essa relação, diz a autora. O ideal dos condomínios fechados seria a homogeneidade e a ordem dentro dos muros. Entretanto, esse ideal apresenta problemas na sua realização.

Como lembra Caldeira (2003), o próprio enclausuramento é ofertado como algo positivo, para as diversas classes, em virtude do discurso da violência, apesar da perda da liberdade. São poucas as casas que não tem muros, arames, seja nas zonas de trabalhadores, classes médias ou altas. E não é só uma questão de segurança, mas de status também. Quanto mais protegida a casa, maiores os muros, maior o status que possui. O planejamento da vida pública fez com que as diferenças aparecessem e

segregação espacial que surge nos anos 80 são os “enclaves fortificados” - espaços privatizados, fechados e monitorados para residência, consumo lazer e trabalho. Entende-se por enclaves fortificados não apenas os grandes condomínios fechados das classes mais altas, mas ainda conjuntos de escritórios, prédios de apartamentos, shopping centers, escolas, hospitais, centros de lazer e parques temáticos.

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11 terminassem em exclusão, segregação.

Na Modernidade histórica, segundo Leff (2001, p.133), na tentativa de construção de uma consciência coletiva, é imposto o esvaziamento de sentido do ser humano enquanto sujeito, saindo de um modelo particular para um modelo universal, em uma uniformização dos comportamentos sociais. A problemática ambiental questiona estes custos socioambientais derivados dessa racionalidade produtiva, e para o enfrentamento de tal problemática, o autor desenvolve a categoria de racionalidade ambiental, que abrange princípios éticos, bases materiais, instrumentos técnicos e jurídicos para a gestão democrática e sustentável do desenvolvimento.

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12 2. DESENVOLVIMENTO

O projeto de Educação Ambiental foi desenvolvido nos moldes da Pesquisa-Ação Participante (PAP), com o propósito de estimular mudanças organizacionais, ambientais e sociais dos moradores do Condomínio Terra Nova de Foz do Iguaçu. Visando mobilizar a comunidade local para qualificar suas condições de vida, o grupo realizou visitas e entrevistas com 57 moradores, buscando identificar sua percepção sobre a vida no interior do Condomínio de modo geral. Este levantamento apontou a necessidade de melhorar a gestão dos resíduos sólidos gerados pela comunidade. Os condôminos foram convidados para possíveis ações que viessem a contribuir com o local, onde vivem, visando um sistema de separação correta dos resíduos, fazendo pequenas modificações estruturais no espaço do acondicionamento final e com isso iniciar a coleta seletiva de lixo. O desenvolvimento dessa atividade proporcionou mudanças estruturais e visuais no local de acondicionamento final dos resíduos no condomínio e de autoestima por parte dos funcionários que ali trabalham. Estas ações foram realizadas por meio do Coletivo de moradores, funcionários e demais participantes do projeto, que trabalharam na perspectiva da sensibilização ambiental.

Sendo assim, não basta a simples reestruturação da estação de resíduos existente ou sinalizações informativas sobre gerenciamento de resíduos sólidos. Para conseguir melhorar as condições de vida dos moradores no que se refere ao lixo, faz-se necessário minimizar as dificuldades na separação dentro das residências e aumentar o conhecimento sobre o tema resíduos sólidos. Nesse sentido, viu-se a necessidade de uma intervenção na estrutura existente no local e o desenvolvimento de um processo de Educação Ambiental com a participação dos moradores.

O Condomínio Residencial Terra Nova de Foz do Iguaçu (Figura 1) é um condomínio novo, com apenas quatro anos. Começou a receber seus primeiros moradores em junho de 2012. O condomínio possui 143.000 m2, onde moram 676 famílias. Está localizado a menos de 10 km da divisa com o Paraguai, a cerca de 20 km da divisa com Argentina e aproximadamente 3km de distância do aterro sanitário de Foz do Iguaçu. Situa-se no bairro Porto Belo, município de Foz do Iguaçu/Paraná, cidade com cerca de 260 mil habitantes com uma área de 617,702 km2 (IBGE, 2010). Foz do Iguaçu faz divisa com Argentina,

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13 Figura 1 – Vista aérea do condomínio Terra Nova.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2016).

A construção e entrega deste condomínio foi realizada em etapas, sendo ao todo seis. Nas primeiras fases do empreendimento, para a obtenção de um financiamento ou a aquisição do imóvel, o interessado deveria comprovar uma situação financeira muito boa. Porém, já na entrega dos primeiros imóveis, os moradores receberam suas casas com diversos vícios construtivos. Como exemplo, telhas deslocadas por qualquer vento, goteiras que se seguiam a estes episódios, os constantes vazamentos de água, os imóveis entregues sem relógios individuais de água, a falta de cabeamento telefônico (Figuras 2 e 3).

Não restou aos moradores outro caminho senão ajuizar ação civil junto ao Ministério Público, apontando todos esses defeitos, entre outros. Dessa forma, a construtora ficou com diversas unidades em estoque, as quais acabou vendendo nas etapas seguintes quase pela metade do preço das etapas iniciais, promovendo desta forma, involuntariamente, o convívio de pessoas com níveis sociais e culturais bastante distintos entre si, diferentemente do espírito dos condomínios de modo geral. Vale ressaltar, que os defeitos continuavam, embora em menores proporções.

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14 3. OBJETIVOS

O objetivo geral do projeto educativo foi gerar um processo de mobilização comunitária no condomínio Terra Nova, utilizando os resíduos sólidos como tema gerador, no sentido freireano. Secundariamente, os objetivos foram:

1) Criar uma rede de agentes multiplicadores dentro do condomínio, a fim de estimular a perpetuação de ações do mesmo estilo futuramente.

2) Intermediar processos de sensibilização dos condôminos a partir da orientação da educação ambiental.

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15 4. METODOLOGIA

Este trabalho educativo configurou-se também uma pesquisa participante. A prática da pesquisa participante é capaz de aglutinar em torno de si tanto a reflexão epistemológica quanto a apreensão crítica das dimensões éticas e políticas das pesquisas de campo, configurando metodologias que promovem uma relação com o outro, próxima à ideia de comunidades interpretativas.

O termo participante sugere a inserção de um pesquisador em um espaço de investigação formado pela vida social e cultural de um outro, próximo ou distante, que, é convocado a participar da investigação na qualidade de informante, colaborador ou interlocutor (Schmidt, 2016), conforme desenvolvido neste trabalho.

Ainda segundo a autora citada, o termo pesquisa participante pode abrigar o plural e porque pode abrigar a diversidade e a pluralidade de modos de viver e pensar a alteridade, a auto-reflexão gera conhecimento sobre a diversidade humana.

As ideias de ação ou intervenção não são equivalentes, mas sugerem, além da presença do pesquisador como parte do campo investigado, a presença de um outro que, na medida em que participa da pesquisa como sujeito ativo, se educa e se organiza, apropriando-se, para a ação, de um saber construído coletivamente.

Para iniciar a proposta educativa na comunidade de condôminos do Terra Nova foi necessário compreender o contexto local. Para isso, os seguintes procedimentos foram seguidos:

1) Análise da situação de funcionamento do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do condomínio, com vista a entender em qual fase de implantação estava.

2) Estudo da evolução da quantidade de resíduos sólidos adequadamente separados antes, durante e após a intervenção estrutural realizada no condomínio, como forma de perceber se as ações surtiram efeito. Ao concluir a análise e a evolução desses resíduos, iniciamos os encontros para a mobilização dos moradores.

Mobilização

Para dar início à mobilização, a qual se desenvolveu entre os meses de março e agosto de 2016, foi realizado o levantamento da percepção dos moradores a respeito da vida no condomínio, buscando entender se alterar a forma de gestão dos resíduos seria uma necessidade sentida ou não pelos condôminos. Na EA parte-se do princípio de que as

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16 mudanças ocorrem a partir de necessidades sentidas pelas pessoas envolvidas na situação-problema. Uma necessidade real pode não ser uma necessidade sentida, percebida, e neste caso é preciso investir na sensibilização da comunidade.

Identificada a necessidade sentida, por meio de discussões com grupos de moradores, funcionários e com o síndico, buscou-se adequar o local de acondicionamento final dos resíduos sólidos no condomínio, de modo participativo, estimulando a motivação de moradores e funcionários.

Nesse aspecto, para melhor elucidar, citamos Bordenave (1983, p.16), para quem:

“Participação não é somente um instrumento para a solução de problemas, mas, sobretudo, uma necessidade fundamental do ser humano, como são a comida, o sono e a saúde. Ela tem duas bases complementares: uma base afetiva (participamos porque sentimos prazer em fazer coisas com outros) e uma base instrumental (participamos porque fazer coisas com outros é mais eficaz e eficiente que fazê-las sozinhos).”

A proposta foi encontrar com o coletivo de moradores e funcionários uma possível solução ao problema da gestão local do resíduo sólido, na qual os pesquisadores e participantes da situação estivessem envolvidos de modo cooperativo e participativo.

Em síntese, foram empregados levantamento bibliográfico, pesquisa documental, observação direta e visita aos moradores a fim de compreender a situação inicial e efetuar uma proposta de mobilização.

Etapas do projeto

A mobilização socioambiental no condomínio foi desenvolvida em 4 etapas, sendo que em cada uma destas a questão dos resíduos sólidos foi mencionada buscando alcançar mudanças em relação ao acondicionamento final.

Todas as ações desenvolvidas buscaram identificar as necessidades da comunidade envolvida e organizar as próximas atividades a partir dessa identificação.

A tabela 1 lista as principais atividades desenvolvidas durante o projeto, pontuando as ações desenvolvidas, quem as realizou, o período no qual foram praticadas e os custos envolvidos.

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17 Tabela 1 – Organização da pesquisa

Procedimento Função Participantes Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Orçamento

Pesquisa bibliográfica Embasamento teórico Grupo de educadores X X X X X - Entrevistas Verificar a percepção dos moradores Grupo X X R$ 30,00 Reuniões com moradores Definição das estratégias Grupo e Coletivo do Condomínio X X X - Confecção das placas Intervenção visual Grupo e Coletivo X R$ 90,00 Confecção das baias Intervenção estrutural Grupo e Coletivo X X R$ 150,00 Confecção e distribuição dos panfletos Sensibilização dos moradores Grupo e Coletivo X R$ 50,00 Avaliação final dos resultados Identificar pontos de melhorias geradas Grupo X - TOTAL R$ 320,00

1ª etapa – Avaliação

Realizamos uma avaliação do sistema de gestão dos resíduos sólidos no condomínio, por meio de observação técnica, conversas com os funcionários, entrevistas (ANEXO A. As entrevistas foram realizadas em aproximadamente 10% das casas do condomínio.Para isto, foram escolhidas de 3 a 6 residências por rua, aleatoriamente, buscando a distribuição mais homogênea. No total foram visitadas 57 casas.

2ª etapa – Reunião para formação de grupo

Inicialmente foi marcado um encontro para que os integrantes do grupo de pesquisadores-educadores e moradores se conhecessem. Neste primeiro momento foram realizadas dinâmicas de integração e apresentação dos resultados obtidos com as entrevistas. Neste primeiro encontro (Figura 4) foram desenvolvidas atividades focando na criação de um grupo de mobilização dentro do condomínio para trabalhar temas que fossem de interesse comum. As demais reuniões e encontros foram destinadas a debater as medidas a serem tomadas nas próximas etapas.

(18)

18

(a) (b)

Figura 4 - Conversa entre moradores (a) e atividades de integração realizada (b).

3ª etapa – Intervenção estrutural e visual

Foram realizadas intervenções estruturais (Figura 5, 6 e 7) no espaço dos resíduos sólidos, efetuando as adequações necessárias ao sistema de coleta, armazenamento e disposição final dos resíduos. Neste momento também foi realizada campanha de sensibilização junto aos moradores, por meio de placas e panfletos informativos (ANEXO B).

(a) (b)

Figura 5 – Execução das intervenções visuais (a) e estruturais (b) realizadas com os condôminos e funcionários.

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19

(a) (b)

Figura 6 – Execução estrutural realizada com os condôminos e funcionários.

(a) (b)

Figura 7 – Intervenções visuais realizadas no local.

4ª etapa – Avaliação e resultados

Foi avaliada a percepção dos condôminos e funcionários frente às modificações estruturais e intervenções realizadas no espaço até o momento. Também foi avaliado o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, de forma a verificar os ganhos gerados durante o processo. Esta etapa se deu por conversas com moradores e funcionários do condomínio, buscando perceber alguma mudança sentida por parte deles.

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20 5. RESULTADOS

A análise do perfil dos condôminos demonstra haver clara desigualdade econômica, social e cultural entre os moradores: os indivíduos das primeiras etapas das vendas das casas do condomínio, em sua maioria, são proprietários e residem no condomínio, cobram direitos e são mais exigentes com a administração do condomínio. Já os indivíduos das últimas etapas são em sua maioria inquilinos, reclamam muito das regras do condomínio, da falta de tratamento igualitário por parte da administração. Nota-se também entre os pesquisados que a falta de diálogo e inter-relação entre os moradores é uma queixa frequente, tanto dos moradores das etapas iniciais, quanto das etapas finais.

Do ponto de vista da gestão ambiental, funcionários responsáveis pelo tratamento dos resíduos e administrador do condomínio observam que os principais problemas enfrentados por eles seriam ausência de seleção dos resíduos na fonte geradora; baixo interesse na separação de resíduos nas residências; falta de coleta dos reciclados e a ausência de local para armazenar os resíduos já separados.

Por meio da mobilização comunitária, foram propostas algumas possíveis soluções, tendo se sobressaído: do ponto de vista da estrutura, a efetivação e organização das baias de separação, sinalização adequada, local para triagem e armazenamento de resíduos, implantação da coleta seletiva e, do ponto de vista educativo, o contato com os moradores, sensibilizando-os e orientando-os sobre o modo de separação do resíduo na fonte geradora.

Com isso, esperou-se contribuir para melhorar as condições de trabalho dos funcionários do condomínio, bem como manter o aspecto estético do ambiente, estimulando a geração de um movimento conjunto que busque real transformação do condomínio, combatendo as causas estruturais através de um movimento coletivo na comunidade local.

Na 1ª etapa, observamos que o Programa de Gestão de resíduos (PGRS) se encontrava inadequado (Figura 8), tanto com relação à separação dos resíduos quanto ao armazenamento final, apresentando falhas graves.

(21)

21

(a) (b)

Figura 8 – Local de armazenamento de resíduos inadequado.

Além disso:

a) o espaço destinado ao armazenamento dos resíduos não era suficiente para o volume de lixo produzido no condomínio, ou pelo menos, era o que parecia no momento, além de boa parte dos resíduos virem contaminados e/ou misturados.

b) os poucos moradores que realizavam a separação de resíduos em suas residências, não encontravam locais próprios para sua disposição, e, ficando sem opção, colocavam junto aos resíduos que se encontravam ali misturados. c) conversamos com os funcionários sobre as mudanças estruturais e a sensibilização com os moradores.

Após os primeiros encontros, e dando início a um processo de mudanças, os próprios funcionários do condomínio fizeram demarcações no piso indicando local de disposição de resíduos recicláveis e orgânicos.No entanto, como o volume de resíduos gerados era grande e ocorria de forma desordenada, logo após a disposição dos primeiros resíduos não era mais possível visualizar tais informações, pois ficavam cobertas pelos resíduos depositados sem o devido cuidado.

Pela falta de separação dos resíduos, os catadores de materiais recicláveis não realizavam coleta naquele local, de modo que o montante de resíduos ali acumulados eram encaminhados ao aterro municipal. Não havia local para materiais perigosos e coleta de óleo. Os moradores destinavam estes materiais juntamente com os demais para a concessionária pública de coleta de lixo.

Os dados das entrevistas foram compilados, interpretados e apresentados aos moradores durante as reuniões da etapa de mobilização.

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22 Para questões 1 e 2 (Figura 9), nas quais se perguntou “O que você mais gosta no condomínio Terra Nova?” e “O que você menos gosta?” as respostas indicaram que as características positivas mais relevantes foram a tranquilidade, segurança e existência de áreas de lazer, tal como identificado nos condomínios em geral segundo a pesquisa de Caldeira.

Quando indagados sobre suas insatisfações a respeito do condomínio, o item mais pontuado foi o desrespeito às regras, conforme mostra a Figura 9, seguido dos itens: relação entre os moradores, estruturas de acesso e comunicação, animais soltos e peçonhentos, gestão dos resíduos e falta de comércio próximo. Uma possível hipótese para estas insatisfações também encontramos na leitura de Caldeira. Os condomínios tendem a ter uma homogeneidade. Verificamos não ser o caso deste condomínio, tendo em vista a forma de ocupação descrita anteriormente. Assim, o desrespeito às regras pode ser fruto dos diferentes níveis socioculturais ali presentes.

(a) (b)

Figura 9 – Gráficos com as respostas obtidas nas questões 1 (a) e 2 (b).

Quando questionados os moradores “Se você pudesse realizar alguma mudança no condomínio, o que e como você faria?”, as respostas (Figura 10) surpreenderam, sendo o tópico mais citado a melhoria na gestão de resíduos (quando os dados foram agrupados). Este mesmo item, quando visualizado na questão 2, ocupou a 5a colocação.

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23 Figura 10 - Gráfico com as respostas obtidas na questão 3.

Isso demonstra que ao mesmo tempo em que o tema dos resíduos é tido como um problema pelos condôminos, não é visto como suficiente para gerar grande insatisfação. Talvez o desconhecimento sobre a correta separação dos resíduos sólidos ou baixa visibilidade do local de acondicionamento final dessem a impressão de que a gestão dos resíduos estaria adequada. A escolha da intervenção visual, com imagens provocativas e fortes, teve a intenção de gerar o questionamento dos condôminos sobre a sua relação com o lixo.

Para a questão “O que você acha da gestão (coleta, armazenamento, periodicidade, etc) do lixo?”, as frases mais ditas foram: a) precisa melhorar o armazenamento final e b) falta conscientização dos moradores.

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24 Figura 11 - Gráfico com as respostas obtidas na questão 4.

Vale ressaltar que neste momento a pergunta tinha mais objetividade e as respostas eram mais elaboradas e específicas. Assim, os moradores, ao se depararem com esta indagação, apresentavam diversas insatisfações específicas sobre a gestão dos resíduos, insatisfações estas, que nas questões 2 e 3 pouco foram citadas.

Por fim, no questionamento “Você teria interesse e disponibilidade para realizar ações que visem contribuir para a melhoria do condomínio?”, dos 57 moradores entrevistados 43 apontaram interesse em participar de ações ou mobilizações que pudessem solucionar problemas do condomínio. Os moradores que responderam ter interesse e disponibilidade em realizar ações para contribuir com a melhoria do condomínio foram inseridos em uma listagem para contato posterior. Este contato ocorreu através de e-mail, Whatsapp® e ligações telefônicas, sendo todos os que demonstraram interesse convidados a participar da próxima etapa do projeto.

Ressaltamos a propensão dos condôminos em ajudar e a vontade de trabalhar coletivamente. Segundo a reflexão de Bordenave (1996), por meio da participação é notório que as contribuições adquirem caráter positivo para todos, a participação facilita a opinião crítica, fortalece o poder de reivindicação e gera poder na sociedade.

Na 2ª etapa foi proposto aos 43 condôminos interessados que participassem de uma reunião. No primeiro encontro participaram apenas 8 condôminos, quando ocorreu a

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25 criação de um grupo inicial de mobilização ficando acordado entre os participantes que o primeiro tema abordado seria resíduos sólidos, tendo em vista as respostas que apareceram nas entrevistas. Os demais encontros foram para estudar propostas de intervenção que realizamos na 3a etapa, quando o grupo de mobilização colocou em prática

seu planejamento.

A mobilização contou com pouca participação dos moradores, embora bastante dos funcionários, os quais eram poucos, mas ativos e atuantes dentro do condomínio. Quem colaborou, o fez de forma intensa e espontânea, e eles protagonizaram as intervenções estruturais e visuais realizadas: instalação de baias para separação dos resíduos sólidos, pintura interna e externa, colocação de placas com imagens e frases de impacto e identificação dos locais de disposição destes resíduos. Estas baias foram construídas no próprio local com materiais doados.

Para as intervenções visuais, os moradores desenvolveram e criaram imagens, que foram impressas em lona e colocadas em placas, sendo posteriormente fixadas no caminho para o local de acondicionamento final.

(a) (b)

Figura 12 – Resultado das intervenções visuais (a) e estruturais (b) realizadas.

Na 4ª etapa foi avaliada a percepção dos moradores e funcionários quanto às intervenções realizadas. Nas conversas com moradores e funcionários foram relatados os seguintes benefícios gerados:

 Maior qualidade e segurança no trabalho;  Melhoria na separação dos resíduos;

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26  Implantação de um sistema de coleta de óleo;

 Facilidade de organização e limpeza do local de acondicionamento final;  Diminuição da mistura dos resíduos;

 Redução do odor gerado pelo acúmulo de resíduos misturados;  Melhoria do aspecto visual na frente do condomínio;

 Mudança de atitudes dos moradores frente aos resíduos;  Identificação dos locais para disposição dos resíduos;  Aumento da autoestima dos funcionários.

Logo após esta intervenção, o local foi monitorado por uma semana. Observamos haver visualmente melhorias na gestão dos resíduos sólidos do condomínio. Além dos itens pontuados pelos moradores e funcionários, percebeu-se a redução das disposições irregulares de resíduos, postura adotada pelos moradores ao observar as intervenções visuais. Muitos que inicialmente chegavam, e de longe atiravam as sacolas no local, observando as indicações feitas, chegavam, entravam, observavam e abriam suas sacolas, separavam o que haviam dentro delas e depositavam o resíduo nos locais indicados. Agora, trazem em sacolas separadas, colocando cada qual em seu espaço, conforme a separação das baias. Este comportamento revela predisposição para colaborar por parte dos moradores, tendo faltado apenas condições para que a coleta seletiva fosse anteriormente implantada. Nesse sentido, parece já haver sensibilidade social para a gestão dos resíduos, previamente construída, é questão de aproveitá-la. Faltam na sociedade, talvez, apenas lideranças dispostas a isso, indicando ser um problema hoje menos complexo de se resolver do que há alguns anos. Por outro lado, é importante considerar o papel da estrutura física adequada no ambiente como fator mobilizador de comportamentos a ser empregado com maior frequência.

Também foi possível verificar a redução significativa de vetores de doenças que por ali se instalavam. Ver o sorriso dos funcionários e a disposição com que agora exercem sua função é extremamente gratificante. Eles instalaram uma câmera filmadora construída com resíduos reaproveitados, apenas simbolicamente, com cartaz ao lado onde diz: “Sorria, você está sendo filmado”, somente para dar a impressão de monitoramento no local. Isso demonstra a apropriação do espaço e da ideia por parte destes funcionários.

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27 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos condomínios em desenvolvimento, como condomínio Terra Nova, não restam alternativas, senão o de mudanças comportamentais dos moradores em relação aos resíduos descartados, proporcionando redução na sua geração e gradativamente um maior controle sobre os efeitos ambientais, como também na saúde e qualidade de vida dos moradores.

A presença dos resíduos sólidos nos condomínios ainda é muito significativa, gerando problemas de ordem estética, de saúde pública, dando acesso a vetores e animais domésticos, obstruindo rios, canais e redes de drenagem urbana, provocando inundações e potencializando epidemias de dengue e de leptospirose entre outras. Constatou-se que o descarte de resíduos sólidos em locais inadequados no condomínio Terra Nova é um problema, mas que com a união dos moradores, sindico, funcionarios do condominio, poder público, educação ambiental, coleta seletiva poderá ser resolvido através de mudanças de hábitos como: colocar o lixo no espaço contruido e separados nas baias nos dias e horários determinados pelo condominio para ser recolhidos e destinados os reciclados para a cooperativa de recicladores e os rejeitos para o aterro sanitário. Assim será possível minimizar tais efeitos negativos e colaborar com melhoria na qualidade de vida da comunidade alcançando um ambiente sustentável para a atual e futuras gerações.

Estamos cientes de ser este um processo lento, permanente e contínuo e que somente por meio de ações educativas coletivas continuadas formar-se-á um grupo social responsável pela qualidade do ambiente em que se vive, valorizando sua dimensão natural, social e cultural, diversidade, equilíbrio ambiental, democracia, igualdade social, justiça, autonomia e a emancipação desses sujeitos.

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28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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8. APÊNDICE Ficha para entrevista de diagnóstico utilizada durante a 1ª etapa do projeto.

ENTREVISTA DE DIAGNÓSTICO

Casa: ___________

O que você mais gosta no condomínio Terra Nova?

___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ O que você menos gosta?

___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Se você pudesse realizar alguma mudança no condomínio, o que e como você faria? ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ O que você acha da gestão (coleta, armazenamento, periodicidade, etc) lixo? ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Você teria interesse e disponibilidade para realizar ações que visem contribuir para a melhoria do condomínio?

___________________________________________________________________ __________________________________________________________________

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32 Panfleto informativo produzido pelo grupo de mobilização com auxílio da equipe do projeto.

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33 9. MEMORIAL

A Educaçao Ambiental como caminho para a Sustentabilidade.

“O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que

não tem, mas rejubila-se com as que tem”

Epicteto, filósofo grego

Introdução

O presente memorial, além da função de ser parte integrante do conteúdo exigido para a conclusão do Curso de Especialização em Educação Ambiental com Ênfase em Espaços Educadores Sustentaveis, terá também a função de informar a todos que lerem, sobre minha vida antes, durante e depois do curso, também relato sobre minha vida escolar e profissional enquanto estudante. Mostrará alguns de meus passos e dificuldades para chegar ao final do curso e assim proporcionar uma melhor compreensão da nova visão que se adquire na busca do conhecimento e informações de um profissional apto para ser atuante na mudança de uma sociedade sustentável.

Estabeleço relações entre as fases mais marcantes da minha vida, primeiros anos escolares, formação acadêmica e vida profissional, em cada fase busco relacionar a teoria e prática vivenciadas por mim.

Saliento que todas as etapas foram vivenciadas com muita dedicação e otimismo, sempre almejando um resultado satisfatório, confesso que as realizações pessoais alcançadas é motivo de muito orgulho, sendo que o nível de maturidade vivida em cada etapa, foram superadas por desafios e conhecimentos ao longo de cada fase de minha vida.

“A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável”

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34 Apresentação

Sou Jair Gregorio da Silva, nascido no dia 13/03/1966, na cidade de Medianeira PR, venho de uma família de origem humilde, filho de comerciantes, resido há 42 anos na Cidade de Foz do Iguaçu PR, no bairro Três Lagoas. Na minha infância tive pais participativos que contribuíram muito para minha formação, sempre regado de muito amor, vivi cercado de pessoas que hoje tenho como referências na minha vida, tive oportunidade de participar das brincadeiras tradicionais da época (futebol com bola de meia, caçador, peteca, bola de gude, passar anel, se esconder, amarelinha, carrinhos de rolimã, soltar pipa, etc...), filho de família religiosa participei desde criança nas celebrações missa, catequese, grupo de jovens, na escola fui líder de sala e integrante do grêmio estudantil, minha relação com o meio ambiente é devido a minha infância, pois na nossa região era cercado de águas, tínhamos rios e lagoas naturais em nossa comunidade, mas na década dos anos 80 com a formação do lago de Itaipu mudou o senário e a vida das pessoas, sendo que a 50% da comunidade que ocupavam estas áreas migraram para o centro ou outros municípios, com a formação do lago.

Com isso nossa cidade que tinha uma população em sua área de abrangência de 33.966 habitantes em 1970, passou a ter 136.321 habitantes em 1980, registrou-se um crescimento de 300%, segundo dados do IBGE.

Todo esse crescimento trouxe grandes transformações no quadro urbano do município, acarretando elevação na demanda por serviços públicos e privados, os bairros foram surgindo, e eu, sendo jovem adolescente muito participativo no grêmio estudantil e filho de um comerciante popular no bairro, comecei a participar do senário político da cidade a convite do PMDB e do vereador Dobrandino Gustavo da Silva, onde participei de várias reuniões, sempre questionando a degradação ambiental que estava acontecendo em nossa cidade, devido ao crescimento populacional desordenado, sendo que os rios da nossa comunidade estavam servindo de esgoto para as novas comunidades que surgem sem infraestruturas, mas, por ser adolescente era voto vencido, pois os governantes queriam fazer obras e eu sempre saia frustrado dos encontros, mas nunca desisti das causas ambientais.

Por viver tudo isso, em 1987 Deus colocou em meu caminho uma companheira que mudou a minha vida, pois casei com uma professora ambientalista e acredito que formamos um belo par, pois a minha cara metade sempre defendeu as causas ambientais, com o casamento me tornei mais forte para lutar e fui buscar formação na área ambiental, me tornei um Gestor Ambiental em 2009, no decorrer desses 29 anos de casados temos um

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35 filho que é a razão das nossas lutas, sendo que foram vários desafios juntos em defesa do meio ambiente.

Hoje o meu bálsamo é o recanto de minha família e o encontro com os amigos, onde me realizo plenamente, buscando os espaços construídos e habitados por nós, sejam urbanos ou rurais que constituem o meio em que vivemos, nossa casa, nossa região, nossa cidade, nosso planeta

Formaçào Educacional Inicial

O módulo V do nosso curso, me fez voltar ao passado e me recordar dos primeiros anos de estudo em Jardinópolis, município de Medianeira PR (hoje Serranópolis do Iguaçu) , foi uma aula muito produtiva, pois levou a classe a fazer um flashback na educação infantil de cada um, onde consegui recordar muitas coisas nos primeiros anos de estudo, como era as disciplinas, os professores, os uniformes, as estruturas escolares, as brincadeiras, os castigos militares, a merenda, sendo que ao compartilhar com os colegas rimos muito, mas que foi de suma importância para nos tornar os profissionais que somos hoje.

Quando cheguei em Foz do Iguaçu ingressei no ensino fundamental na Escola Municipal Três Lagoas que hoje é a Escola Municipal João da Costa Viana, neste período foi mais tranquilo era destaque na sala, sempre procurava tirar notas boas e era muito comunicativo, por isso me tornei líder da turma, já no ensino médio estudei no Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busato, sendo que sempre me destacava por ser muito expansivo, me tornei o orador da turma, líder de sala, levava e trazia os problemas e soluções da sala, neste tempo existia uma competição sadia entre os alunos para se destacar nas notas, com isso fui escolhido para ser membro do grêmio estudantil do colégio, no ano seguinte participamos de uma eleição, onde a nossa chapa foi eleita na UMEFI (União Municipal Estudantil de Foz do Iguaçu), o trabalho aumentou, pois foram dois anos dando suporte para os grêmios dos colégios da cidade até chegar minha formatura no ensino médio.

Gostaria de ressaltar a importância dos meus professores, sendo que foram fundamentais em minha formação em especial a Professora Dulce Wernker Zinn (disciplina Biologia e Ciências), pois foram através de suas aulas que comecei observar o meio ambiente com outros olhos e seus conselhos me levaram a tomar a decisão de ser um gestor ambiental e contribuir com o pedaço onde vivemos, este sonho foi postergado, devido uma decisão muito importante que tomei na minha vida que foi de me casar, mas minha esposa sempre muito atuante na educação não queria que paralisasse meus

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36 estudos, mas não tive outra alternativa, tinha optado por construir um lar e cuidar de uma jovem e linda mulher.

Relatos da Vida Pessoal

Os anos se passaram em 1990, Deus nos presenteou com a dadiva de ser pai e minha esposa dava a luz ao lindo filho que se chama Bruno Rafael Gregorio da Silva, meu Deus, este momento foi o mais lindo do nosso relacionamento, pois vinha ao mundo um anjo para fortalecer ainda mais a nossa união.

Desde a época do meu matrimonio o país vinha passando por um momento difícil, a inflação chegou a 89%, sendo que em 1994 tivemos a maior crise financeira dos últimos anos, com isso meu sonho de voltar aos bancos de uma universidade foi sendo protelada, mas no final de 2005 consegui prestar vestibular e entrar no tão sonhado Curso de Tecnólogo em Gestão Ambiental, que mudaria a minha vida por completo, sendo que consegui conciliar trabalho e estudo aproveitando o momento, pois estava estabilizado no emprego e ainda tinha a possibilidade de concluir um curso superior, hoje tenho uma família maravilhosa, crescendo profissionalmente, estudando em um curso de pós graduação que me realizo, patrimônio confortável, agora almejo novos sonhos e projetos que estão em andamento e com a graça de Deus deverá ser concluídos.

O Curso de Especialização em Educação Ambiental para a Sociedade Sustentável veio para completar minha formação, hoje percebo que sou outra pessoa, pois quando iniciamos o curso a 18 meses atrás cheguei a me perguntar o que estou fazendo aqui?, pois meus colegas todos educadores, biólogos, advogados e eu o único homem em uma sala repleto de mulheres inteligentes e bonitas, foi quando eu mesmo dei a resposta que estava buscando, disse eu sou capaz e vou até o fim, foi quando houve a segunda chamada e entrou mais quatros colegas, sendo três homens e uma mulher ai fiquei animado, há cada módulo percebia que as aulas eram diferentes de tudo que tinha vivido anteriormente na minha vida escolar.

Durante o curso tivemos todos os suportes possíveis a professora Luciana nos enviava quase que diariamente materiais para leituras; livros, artigos, etc..., sendo que serviram de fonte de aprendizado e conhecimento para a nossa formação, isso me motivou muito, pois segundo (ALVARADO-PRADA, 1997), diz que a formação, como um caminho de diversas possibilidades, permite às pessoas que o transitam desenvolver-se, construir as relações que as levam a compreender continuamente seus próprios conhecimentos e os dos outros e associar tudo isso com suas trajetórias de experiências pessoais. Assim, a

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37 formação docente é uma contínua caminhada dos profissionais da educação, em cujo caminhar atuam todas as suas dimensões individuais e coletivas de caráter histórico, biopsicossocial, político, cultural, próprias de seres integrais e autores de sua própria formação.

Vida Profissional

Com a decisão de um casamento aos 20 anos de idade não tinha outra escolha a necessidade me obrigou a entrar no mercado de trabalho e com a situação financeira que o país atravessava procurei trabalhar no comercio e seguir a profissão de meus familiares, trabalhei como balconista em uma ferragem de 1987 a 1994, quando veio a crise financeira brasileira atingindo todos os setores de trabalhos e com a troca da moeda os salários ficaram muitos defasados, com isso a economia do país era muito estável, novamente conversando com minha esposa, resolvemos trabalhar no comercio próprio já que meu pai e meus irmãos estavam no ramo a muitos anos, abrimos uma loja de confecções, onde passamos a administrar, minha esposa acumulava funções, pois também dava aulas, isso durou 5 anos e nós tínhamos que viajar muito para o Norte do Paraná e São Paulo para abastecer nosso comercio, foi quando no final de 1999 apareceu uma oportunidade de trabalho na multinacional portuguesa chamada SONAI que era dona da rede BIG Hipermercados foi nesta época que vi a possibilidade de rever os meus sonhos e voltar a estudar, acumulei a função de chefe por sete anos em 2005 a rede SONAI foi vendida para a maior rede supermercadistas do mundo Wal-Mart, com a chegada da companhia no Brasil, fui promovido a gerente operacional, nesta época já estava na faculdade, no trabalho estava aplicando algumas práticas que eram desenvolvidas no meu curso em sala de aula.

Implantamos na unidade, juntamente com os associados (funcionários) o lixo zero, trabalhamos por dois anos sensibilizando os associados no desperdício zero que envolvia todos os setores da loja, tais como: (economia de energia, agua, desperdício de alimentos, compras responsáveis etc...) com isso fui premiado com o melhor projeto de mobilização da companhia e fui receber o prêmio em São Paulo, onde fui destaque no Brasil e nos EUA, fiquei muito feliz, pois a empresa mandou publicar uma página na revista World Watch nos Estados Unidos os melhores projetos realizados no Brasil e lá estava o nosso como o único projeto do Paraná e era da nossa loja de Foz do Iguaçu.

A atitude da companhia e de meus diretores me motivava cada vez mais para desenvolver projetos sócios ambientais com os associados da unidade, foi quando a companhia lançou o dia na comunidade organizada pelo Instituto Wal-Mart com 8

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38 plataformas de sustentabilidades, este dia era um marco nas 9 bandeiras da companhia e mais de 350 lojas do grupo se escreviam para realizar alguma ação voluntária na comunidade, onde tinha uma loja do Wal-Mart, estás ações era de suma importância para a entidade escolhida e a felicidade dos associados que participavam da ação era nítida e estampada em seus rostos, nossa unidade contribuiu com várias ações como: (Pintura da APAE, pintura em casas de apoio da cidade, lar dos velhinhos, doações de sangue, reforma na quadra de esporte no colégio Costa e Silva, limpeza e revitalização do Parque Monjolo), como eu fazia parte da comissão de sustentabilidade os demais integrantes gostavam quando a ação escolhida era voltada para o meio ambiente, pois adoravam desafios e o Monjolo foi uma das maiores ações já realizada em um dia na comunidade, pois recebemos novamente o título da melhor ação da companhia e fomos reconhecidos no município, pois o Parque estava abandonado pelo poder público e com atitude dos associados e moradores do entorno do Monjolo, realizamos a maior ação voluntaria que durou uma semana de trabalho, sendo reconhecida na câmara dos vereadores de Foz do Iguaçu como um dos melhores trabalho voluntário da cidade.

Nesta caminhada profissional aprendi muito com as pessoas e lideranças que estiveram comigo nestes 15 anos na companhia, tenho que agradecer a cada um dos colegas que fizeram parte da minha vida profissional no Wal-Mart, mas felizmente tomei a decisão no dia 16/04/2014 de deixar a empresa para seguir com novos projetos na área ambiental, comecei a pesquisar curso de especializações, foi quando minha esposa chegou com a proposta de fazermos uma pós na Unila não tive dúvidas, depois de ver a grade, fizemos nossas inscrições e foi a maior alegria quando recebemos a confirmação que tínhamos sido aprovados e poderíamos estudar juntos, agora chegou a hora de dizer até logo, pois melhoramos muito com estes 8 módulos de aprendizagem e 18 meses juntos com esta equipe maravilhosa de professores e colegas que já fazem parte de nossa família, mas a caminhada é longa e o objetivo de disseminar o conhecimento é nosso.

“A responsabilidade social e a preservação ambiental significa um compromisso com a vida”

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39 Formação Acadêmica

Como citei em alguns parágrafos anteriores, queria continuar meus estudos em uma área, onde pudesse me especializar e contribuir com o meio ambiente, em 2006 ingressei na Universidade, escolhendo o Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental na Faculdade Anglo Americano de Foz do Iguaçu (FAA), que experiência maravilhosa, além de atender meus objetivos, construí um novo ciclo de amizades, estava me sentindo realizado, sem contar o quão gratificante é estudar, mas com um olhar diferenciado voltado para o trabalho em equipe no decorrer do curso descobri que o trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento, agiliza no cumprimento de metas e objetivos compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas.

O processo de construção compartilhada de significados produz não só o conhecimento necessário à execução das tarefas, mas também o alinhamento de visões que proporciona maior conexão entre as pessoas. E Equipe conexa, com maior interação emocional e cognitiva, estão mais propensas a funcionar de maneira sinérgica e a produzir um alto desempenho, posso afirmar que minha formação acadêmica não chegou ao um ponto final, esperei uma oportunidade para encontrar um curso de especialização que me oportunizasse interagir com o conceito de gestão, entendendo-a como processo democrático de decisão, participação e responsabilidade socioambiental.

Na pós graduação evoluí como educador ambiental, pois aprendi que a formação não se esgota na graduação, mas é um processo continuo, permitindo a sintonia com as exigências advindas do progresso cientifico e tecnológico das transformações e da vida cultural, compreendi que quando falamos em educação vem sempre à ideia de que o único lugar para se educar é a escola. Sabe-se que a educação se faz também em casa e no convívio social, ou seja, a educação pode acontecer em espaços formais ou informais, sendo assim nosso grupo do projeto resíduos sólidos no condomínio Terra Nova, constatou in loco que nos tempos atuais há urgência na conscientização da população quanto aos danos sofridos pela natureza, toda estrutura de uma sociedade depende da natureza e o homem moderno tem consciência disso, apesar das suas ações não condizerem com seus conhecimentos, mas para que essa conscientização ocorra é preciso uma melhor integração sociedade-natureza, assegurando a todos uma conscientização ambiental, sobre os males que causam os atos impensados dos desmatamentos, poluição de mananciais e tantos outros atos cometidos, as escolas estariam dando início a uma teia que faria a ligação educação-sociedade, através dos aprendizes e toda a comunidade

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40 escolar. A partir da ampliação das informações, também se ampliará a possibilidade de um futuro sem tantas ocorrências municionadas pelo desconhecimento das causas geradoras do caos natural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este memorial proporcionou uma viagem na minha trajetória de vida, foi significativo resgatar da memória os momentos que foram impar na minha história que pode ser contada e apreciada, na qual quero dar continuidade com a maior importância e qualidade possível, sendo que as escolhas e caminhos percorridos foram ousados e arriscados, mas das quais não me arrependo, pois me proporcionaram crescimento intelectual e profissional, as dificuldades enfrentadas permitiram-me ser forte para supera-las, foram diversas situações que a vida se encarregou de resolver, mas aprendi a valorizar e amar cada vez mais o próximo, o conhecimento sem amor é vazio, viver sem amor é não encontrar o verdadeiro sentido da vida.

Nestes 18 meses de pós graduação aprendi quando desenvolvíamos o projeto de mobilização e trabalho coletivo de resíduos sólidos no Condomínio Terra Nova que a educação ambiental precisa, urgentemente, de profissionais que tenha essa visão de uma educação ambiental com dimensão planetária para um mundo que se globaliza. Elegem-se alguns aspectos como Elegem-se fosElegem-sem janelas de amplos cenários: direitos humanos, cultura da paz, meio-ambiente equilibrado, desenvolvimento sustentável e compreensão internacional. Foi muito gratificante acompanhar o crescimento e dedicação de cada integrante do nosso grupo no decorrer do nosso trabalho no condomínio. Sendo que o estudo demonstrou que 65% da população do condomínio avaliado separa adequadamente seus resíduos. Este percentual poderá ser estendido com campanhas educativas e principalmente pelo fomento de nossa equipe que através de uma estimativa, verificou-se que é desperdiçada uma renda mensal significativa com a não separação dos resíduos recicláveis no condomínio.

A opção que encontramos foi a mudança nas estruturas, separação correta dos resíduos, destinação correta dos rejeitos e doação de resíduos reciclados para instituições credenciadas, neste caso a Cooperativa de Recicladores de Foz do Iguaçu. Além da renda obtida, ressalta-se o grande ganho ambiental, através da diminuição da destinação de resíduos para um aterro sanitário. Desenvolvemos um plano de ação de educação ambiental no condomínio, com ações simples e voltadas para a conscientização dos moradores. Sendo que a viabilidade desse plano de ação depende de ações conjuntas

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41 entre a administradora do condomínio, de uma liderança interna composta por pessoas comprometidas com a causa e principalmente dos condôminos residentes.

Com a mobilização e a conscientização ambiental, reforçada através de conhecimento e o comprometimento dos indivíduos, podem trazer grandes avanços para a redução, o reuso e a destinação correta dos resíduos. O conhecimento sobre o tema oferece condições para a reflexão e possíveis mudanças de atitudes. Deve-se esperar, no entanto, avanços gradativos para obter melhorias na gestão eficiente dos resíduos gerados no condomínio, devido aos inúmeros fatores que regem a conscientização ambiental.

Ao concluir o curso de Pós Graduação de Especialização em Educação Ambiental para Sociedade Sustentável na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), posso afirmar que aprendi que o educador ambiental deve ser constantemente um pesquisador buscando sempre soluções. Faz-se necessário que o educador se auto avalie para buscar embasamentos teóricos e práticos essenciais para à construção de uma sociedade mais sustentável. Tenho plena convicção que esta prática deve estar centrada em fazer vigorar a construção do saber, levando em consideração alguns aspectos como: o conhecimento prévio, as informações e opiniões através da oralidade e da escrita e um relacionamento afetivo e solidário, sempre se dispondo a ajudar, aliviando os passivos ambientais, buscando juntos a solução das dificuldades encontradas no decorrer de todo processo socioambiental. Reconheço que é imprescindível a construção de uma educação que venha desenvolver competências, proporcionando a formação de cidadãos críticos, reflexivos e conhecedores dos seus direitos para que possam ter a perseverança e coragem de lutar por seus objetivos. Tenho certeza que as lutas travadas, o cansaço, o desânimo e a ansiedade, sirvam de resultados, para um mundo mais justo e solidário.

“Agradeço a Deus por todas as dificuldades que tive na vida, foi a partir delas que venci cada adversário que me foi imposto e hoje

saboreio as adversidades” Professor Galvão

Referências

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