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ReflexãoFinal

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Academic year: 2021

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FORMANDA JUDITE ALEXANDRINA GASPARINHO MARQUES PINTO JUNHO DE 2010

1/5 REFLEXÃO FINAL

Nesta reflexão final, começarei por apresentar a minha visão global do novo programa de Português, para depois fazer um balanço do trabalho desenvolvido quer na Formação quer na escola, reflectindo sobre os aspectos positivos do Novo Programa de Português, bem como sobre as dificuldades que se prevêem na sua implementação.

O novo programa de Português para o Ensino Básico surge como consequência do natural desgaste do programa ainda em vigor, no entanto, muitos dos documentos que dão sustentabilidade ao novo programa são conhecidos dos docentes, como acontece com o Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais, o Plano Nacional do Ensino do Português, o Plano Nacional de Leitura, as recomendações saídas da Conferência Internacional sobre o Ensino do Português e o Dicionário Terminológico.

Sem estabelecer rupturas, o novo programa segue, no entanto, alguns princípios orientadores novos como a lógica de ciclo (articulação entre ciclos, tendo em conta nas planificações os resultados esperados do ciclo anterior e partindo daí para o ciclo seguinte), a organização por competências (interligadas), o princípio da progressão e anualização (necessidade de organizar, ano a ano, uma planificação devidamente articulada das diferentes competências, no interior de cada ciclo), que responsabilizam muito mais a escola e os professores quanto à sua gestão e organização, bem como quanto à adopção de metodologias activas de trabalho e quanto à escolha de auxiliares ao ensino e aprendizagem dos alunos - como é o caso do manual escolar. De facto, se atentarmos na lógica de ciclo verificamos que vai caber

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2/5 à escola e ao grupo disciplinar de Português planificar de modo a distribuir competências e conteúdos pelos anos do ciclo de acordo com o princípio da progressão, isto é, a partir da análise dos resultados esperados no final de cada ciclo.

Relativamente à compreensão do oral e expressão oral, o programa insiste na importância de saber escutar para obter informação, designadamente através de exercícios de escuta activa e tendo em conta o princípio da progressão. Apela, igualmente ao recurso a generalizações, sistematizações e formalizações a nível da didáctica do oral. No domínio da Escrita, insiste-se no processo da escrita, contemplando as fases de planificação, textualização e revisão, de forma a garantir a coesão e coerência do texto. O tempo a dedicar à escrita deve ser mais generoso devido à sua complexidade e à necessidade de treinar técnicas. É preciso criar espaços na aula para oficinas de escrita. No que se refere à Leitura, o Programa apresenta vários tipos de leitura: leitura para aprendizagem dos signos, leitura global, leitura selectiva, leitura para apreciação estética, leitura crítica. Esta última é muito frequente na sala de aula, contudo o Programa dá mais relevo à leitura global de textos literários. Neste domínio, a articulação com o Plano Nacional de Leitura será muito importante. Finalmente, o Conhecimento Explícito da Língua surge como competência instrumental, subsidiária das restantes (actividades de leitura, oralidade e escrita com recurso ao CEL) e como competência autónoma (organização de actividades linguístico-gramaticais).

A formação sobre o novo Programa de Português do Ensino Básico proporcionou a leitura atenta do Programa, a leitura de alguns documentos orientadores, uma orientação para um trabalho sobre competências e um trabalho em torno dos Guiões de Implementação do Programa. Foram igualmente apresentados exemplos de boas práticas. Esta formação permitiu um desenvolvimento de consciência sobre as dificuldades na concepção de actividades e a necessidade de

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3/5 experimentação de actividades. Incentivou-se o trabalho colaborativo através do recurso à plataforma para divulgação, partilha, troca de informação/dúvidas, assim como através dos trabalhos de grupo para produção conjunta de materiais e troca de experiências. Como aspectos positivos, destacam-se ainda os seguintes: a formação em simultâneo; a disponibilização de documentos complementares que permitem enquadrar os pontos inovadores do programa e a sua concretização; a uniformização da terminologia; a articulação, a transversalidade, o princípio da progressão da aprendizagem; o desenvolvimento equilibrado das quatro competências do modo oral e escrito; a valorização da utilização das TIC; a valorização da reflexão sobre a língua para melhorar as competências comunicativas em prol da correcção linguística. A planificação por sequências didácticas permitiu verificar a importância da selecção dos descritores de desempenho (de facto, a incidência deverá ser feita mais nos descritores de desempenho do que nos conteúdos), da selecção da competência foco e das outras competências que deverão estar associadas bem como dos critérios a ter em conta, tais como progressão, adequação, pertinência, eficácia, rigor, funcionalidade…

Contudo, esta formação, pela forma como estava estruturada pela DGIDC, não favoreceu o trabalho inter-ciclos, nem o contacto com o Dicionário Terminológico. Não possibilitou um trabalho sistematizado sobre a oralidade, uma vez que não foi facultado o respectivo Guião de Implementação. Não houve tempo suficiente para a criação de materiais. Em termos globais, registam-se as seguintes dificuldades: a extensão do programa; a gestão do programa; a anualização por competências; a ausência de modelos (resultantes de experiências-piloto) de anualizações bem como de sequências planificadas, adaptadas a um determinado contexto escolar e educativo e tendo como instrumento de trabalho um manual (ferramenta essencial para o

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4/5 aluno); a ausência de relatórios de experiências de operacionalização do Programa; as constantes remissões para o Dicionário Terminológico que apenas se encontra disponível para consulta online. Considera-se ainda que a implementação do novo Programa de Português deveria ser gradual e por ciclo de ensino.

Nas sessões na Escola Básica Marques Leitão, foram apresentados e analisados os documentos de referência na elaboração do novo Programa, os princípios subjacentes, os fundamentos e conceitos – chave e algumas opções programáticas dos autores. Adoptou-se o trabalho de grupo como estratégia para propiciar situações de discussão, reflexão e manipulação do programa. As principais dificuldades sentidas nas sessões realizadas na escola foram as discrepâncias entre a formação (da responsabilidade da DGIDC) da colega do 2º ciclo e da colega do 3º ciclo e o acesso dos professores às fotocópias na escola de documentos de trabalho sobre o novo Programa. Prevêem-se dificuldades na articulação entre ciclos e entre escolas (no caso das transferências para outro estabelecimento de ensino). Os professores reconheceram o mérito do novo Programa de Português do Ensino Básico, mas perspectivaram muitas dificuldades na sua operacionalização. Encontram-se bastante preocupados com a falta de formação ao nível das novidades relativas à competência do CEL, nomeadamente ao nível dos planos morfológico, das classes de palavras e sintáctico. Consideraram que os referenciais mínimos indicados para o corpus textual de cada nível de escolaridade é excessivo e que os resultados esperados no final do 3º ciclo projectam um conjunto de expectativas pedagógicas bastante ambiciosas para a actual carga curricular.

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5/5 Enfim, pelo exposto, podemos facilmente concluir que resta ainda muito trabalho a desenvolver: falta ainda estabelecer a relação entre o Programa e as metas de aprendizagem, elaborar a planificação, criar instrumentos de avaliação, reflectir sobre o papel do manual escolar, reflectir sobre o Dicionário Terminológico, reflectir sobre o acordo ortográfico…

Referências

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