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Os esportes na indústria : motivações à sua aderência

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

JOSÉ RODRIGO VASCONCELLOS DOMINGUES

OS ESPORTES NA INDÚSTRIA: MOTIVAÇÕES À SUA ADERÊNCIA

CAMPINAS 2018

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JOSÉ RODRIGO VASCONCELLOS DOMINGUES

OS ESPORTES NA INDÚSTRIA: MOTIVAÇÕES À SUA ADERÊNCIA

ORIENTADOR: GUSTAVO LUIS GUTIERREZ

CAMPINAS 2018

Dissertação apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestre em Educação Física, na área de Atividade Física Adaptada

Este trabalho corresponde à versão final da dissertação defendida pelo aluno José Rodrigo Vasconcellos Domingues e orientada pelo Prof. Dr. Gustavo Luis Gutierrez

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Domingues, José Rodrigo Vasconcellos,

D713e DomOs esportes na indústria : motivações à sua aderência / José Rodrigo Vasconcellos Domingues. – Campinas, SP : [s.n.], 2018.

DomOrientador: Gustavo Luis Gutierrez.

DomDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física.

Dom1. Atividade laboral. 2. Gestão esportiva. 3. Saúde do trabalhador. I. Gutierrez, Gustavo Luis. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Sports in industry : motivations for your adherence Palavras-chave em inglês:

Labor activity

Sports management Worker's health

Área de concentração: Atividade Física Adaptada Titulação: Mestre em Educação Física

Banca examinadora:

Gustavo Luis Gutierrez [Orientador] João Paulo Borin

Leandro Martinez Vargas

Data de defesa: 11-12-2018

Programa de Pós-Graduação: Educação Física

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)

- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-0787-4793 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/8418182294807723

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Prof. Dr. Gustavo Luis Gutierrez (Faculdade de Educação Física / UNICAMP)

(Presidente)

Prof. Dr. João Paulo Borin

(Faculdade de Educação Física / UNICAMP)

(Membro titular)

Prof. Dr. Leandro Martinez Vargas

(Universidade Estadual de Ponta Grossa / Depto. de Educação Física) (Membro titular)

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A Ata da Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da

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Dedico esta conquista a cada familiar que comigo trilhou estes árduos caminhos até aqui, cabendo à minha amada esposa Daniella Mendes Bugni e aos meus pais Joaquim A. Domingues e Regina H. V. Domingues especial distinção. Aos meus amados filhos, faço aqui nestas singelas palavras, o registro da esperança em lhes ser, de alguma forma, uma salutar referência.

Igualmente dedico aos meus guias espirituais cujos luminosos auxílios jamais olvidei...

“Em todos os momentos que te pareçam contrários, guarde paciência e serenidade. Porquanto chegará o dia em que reconhecerás que todos os obstáculos que te impediram o acesso ao que mais desejastes e não tivestes, foram bênçãos de Deus para que usufruas do que tens hoje”. Francisco Cândido Xavier

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O Alto nos dá valiosas ferramentas e oportunidades à ascensão moral e intelectual. Algumas, porém, são deveras complexas para serem utilizadas sem auxílio, sem orientação. Eis aqui um destes exemplos, onde minha competência estava aquém aos meus sonhos. Era mister, no entanto, que alguém acreditasse em mim e se imbuísse da árdua tarefa de me orientar. E o meu orientador, o Prof. Dr. Gustavo Luis Gutierrez assim o fez. Ensinou-me com paciência e sapiência as formas de se usar as tais ferramentas que estavam ali, em minhas mãos. Assim, a presente pesquisa se finda com especial agradecimento a este grande professor.

À banca examinadora que se faz pelo Prof. Dr. João Paulo Borin e pelo Prof. Dr. Leandro Martinez Vargas, cujas contribuições foram de extrema valia a este trabalho, inclusive indo eles além à rotina de avaliar, recebendo-me para tantos outros ensinamentos.

Ao amigo Prof. Dr. Ricardo A. C. Sampaio que tanto me ensinou ao longo destes anos das mais variadas formas, à mestranda Luz Albany que comigo coletou os dados nas empresas, ao amigo e doutorando Shirko Ahmadi, cujos trabalhos em parceria muito agregaram a mim, aos professores das disciplinas de pós-graduação, fundamentais ao meu aprimoramento e ao meu orientador na Especialização, ainda em 2005, o Prof. Dr. Miguel Arruda, onde através da sua costumeira boa-vontade, recebeu-me novamente em 2015 para apontar os novos caminhos, desta vez ao mestrado. Aos responsáveis pela autorização nas empresas onde se aplicou esta pesquisa, destacando aqui o colaborador e amigo Wilson R. Silva.

À Secretaria de pós-graduação com os sempre solícitos e gentis Simone M. G. Ide e Geraldo M. Nunes, bem como a todos que contribuíram das mais variadas formas na elaboração da presente dissertação.

Em outras palavras, o meu muito obrigado à vida por tão significativa conquista. Que assim seja!

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Objetivou-se compreender as motivações dos funcionários em praticar atividades físicas regulares nos clubes internos das empresas. Trata-se de uma pesquisa de caráter transversal realizada em duas empresas / indústrias de médio / grande porte da região metropolitana de Campinas-SP. Participaram da pesquisa 130 colaboradores com idades entre 26 e 35 anos, dos quais 76,15% eram homens. Os investigados foram distribuídos em dois grupos de acordo com o índice de frequência de participação no clube interno da sua empresa. Para cada grupo foi elaborado um questionário com perguntas específicas. Os resultados mostraram que 90,76% de todos os investigados afirmam considerar importante, individualmente e coletivamente, a presença do clube no interior da estrutura da empresa. As atividades mais praticadas foram o Futebol (53,90%) e a Ginástica Laboral (21,1%). Entre os que frequentam o clube para realizar AF (atividades físicas) regulares, 76,3% relataram que tal prática resulta em maior disposição física para trabalho. Ainda, 37,20% apontam que a prática de AF no clube reduz a sensação de estresse e 84,90% indicam a promoção da saúde como principal objetivo pela prática de AF. No entanto, entre os motivos que diminuem a frequência de participação nas AF do clube, destaca-se a vontade de ir embora da empresa logo após o término do expediente (44,4%), sobretudo por causa do transporte público que possui horários pouco flexíveis. Pra 18,88%, porém, a inexistência de outras modalidades esportivas é uma das causas da não aderência aos programas de AF no clube. Todavia, e apesar da importância dada pelos funcionários aos clubes internos de esportes, os desafios em torno da baixa adesão requerem duas ações principais: intervenções gerenciais quanto à flexibilização dos horários do transporte coletivo e ações inovadoras quanto à promoção de outras modalidades.

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The objective was to understand the motivations of practicing regular physical activities in the company's internal clubs. It is a cross-sectional research carried out in two medium / large companies / industries in the metropolitan region of Campinas-SP. A total of 130 employees aged between 26 and 35 participated in the study, of which 76,15% were men. The investigators were divided into two groups according to their participation rate in their company's internal club. For each group a questionnaire with specific questions was elaborated. The results showed that 90,76% of all the participants affirm that the presence of the club inside the company structure is considered individually and collectively important. The most practiced activities were soccer (53,90%) and gymnastics labor (21,1%). Among those attending the club to perform regular PA (physical activities), 76,3% reported that such a practice results in greater physical disposition to work. Besides that, 37,20% indicated that the practice of PA in the club reduces the sensation of stress, and 84,90% indicate the promotion of health as the main goal for the practice of PA. However, among the reasons that decrease the frequency of participation in the sports clubs, it is worth noting the desire to leave the company soon after the end of the day (44,4%), mainly because of public transportation that has little time flexibility. For 18,88%, however, the lack of other sports is one of the causes of non-adherence to the PA programs in the club. However, despite the importance given by employees to internal sports clubs, the challenges concerning low membership require two main actions: managerial interventions regarding flexibilization of collective transportation schedules and innovative actions regarding the promotion of other modalities.

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CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas GL – Ginástica Laboral

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

PGL – Programa de Ginástica Laboral

PPST – Programa de Promoção da Saúde do Trabalhador QV – Qualidade de Vida

QVT – Qualidade de Vida do Trabalhador SESI – Serviço Social da Indústria

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1. INTRODUÇÃO ... 12

1.1. REVISÃO HISTÓRICA DOS ESPORTES ... 12

1.2. HISTÓRIA DOS ESPORTES NA INDÚSTRIA BRASILEIRA ... 14

1.2.1. DEFININDO O ESPORTE ... 17

1.2.2. ATUALIDADES DO ESPORTE NA INDÚSTRIA ... 20

1.2.3. OS JOGOS DO SESI ... 22

1.3. ABORDAGENS ATUAIS ... 24

1.3.1. A GESTÃO DO ESPORTE E SUAS DEFINIÇÕES ... 24

1.3.2. QV E QVT ... 25

1.3.3. ADERÊNCIA AO ESPORTE ... 27

1.3.4. ADERÊNCIA AOS ESPORTES CORPORATIVOS ... 27

2. JUSTIFICATIVA E DEMILITAÇÃO DO PROBLEMA ... 28

3. OBJETIVOS ... 31 3.1. OBJETIVO GERAL ... 31 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 31 4. MÉTODOS ... 32 4.1. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ... 33 5. RESULTADOS ... 34 5.1. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS ... 34

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5.4. EQUIVALÊNCIAS QUANTO À VISÃO SOBRE O CLUBE ... 39

5.5. EQUIVALÊNCIAS QUANTO A NÃO OU À BAIXA ADERÊNCIA AO CLUBE44 5.6. GRÁFICOS ... 45 5.6.1. RESULTADOS EMPRESA A ... 45 5.6.2. RESULTADOS EMPRESA B ... 61 6. DISCUSSÃO ... 77 6.1. LIMITANTES DO ESTUDO ... 83 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 84 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 87 9. APÊNDICES ... 92 Questionário 1... 92 Questionário 2... 92 Questionário 3... 93 Questionário 4... 95

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1. INTRODUÇÃO

Os clubes internos têm, segundo seus gestores, como missão a promoção do bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores em um ambiente seguro e familiar. Ao menos é esse o discurso de seus gestores e frequentadores. As estruturas prediais são de excelente nível, bem como os materiais para as práticas esportivas. Porém, a baixa aderência às atividades ali desenvolvidas surge antagônica, bem como desconexas às possibilidades de promoção da saúde ocupacional. Os porquês deste antagonismo gera um espectro enorme de possibilidades e nuances, adentrando, por exemplo, nas áreas de gestão de negócios e de pessoas, o que daria cabo a tantos outros estudos para melhores entendimentos. Uma das considerações se dá em torno da exemplificação de seus líderes, os quais muito raramente marcam presença. Todavia, delinear e entender melhor seu público são vitais à gestão dos esportes que ali transcorrem.

1.1. REVISÃO HISTÓRICA DOS ESPORTES

A sobrevivência e evolução do homem neste planeta devem-se, em sua essência, ao esforço físico. Aquele esforço dos tempos pré-históricos, de se proteger de predadores, de buscar sua alimentação através da caça, de fugir das intempéries do clima, de construir abrigos e de deixar descendentes geneticamente aptos. Situações as quais impuseram ao homem que se fizesse forte, veloz, ágil e astuto e, por óbvio, muito ativo fisicamente.

Tornando-se, no decorrer dos milênios, cada vez menos nômade, a humanidade começa a se ver organizada, inicialmente, no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia, em 3.500 a.C., região essa compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, formando-se assim, os primeiros agrupamentos humanos ou cidades (CHILDE, 1966).

Mesmo assim, segundo Neto (2000), em quase todas as antigas civilizações aparecem de uma forma ou de outra, atividades físicas, rituais e jogos, nos quais estão presentes as referidas capacidades físicas. Foi, porém, na civilização grega que estas atividades foram reconhecidamente importantes como elemento educativo

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e formador. E é precisamente nesta época que surge a primeira manifestação que se pode denominar de esportiva: os inúmeros Jogos Gregos.

Tem-se, então, em Tubino (2010) que as antigas civilizações já tinham atividades físicas pré-esportivas em suas culturas, a maioria com características utilitárias. As principais civilizações foram:

o Chinesa e japonesa – artes marciais;

o Egípcia – arco e flecha, corrida, saltos, arremessos, equitação, esgrima, luta, boxe, natação, remo, corridas de carros e jogos de pelota;

o Etrusca – duelos armados;

o Hitita – equitação, natação, remo, esgrima, tiro e luta;

Marrou (1975), por sua vez, explica que, definindo-se a cultura nobre, sobretudo pela prática do esporte, cabe à educação física, nesta educação arcaica, o lugar de honra: trata-se de preparar a criança para disputar, segundo as regras, as provas de atletismo: corrida, arremesso do disco e do dardo, salto em extensão, luta e boxe. Arte complexa e delicada, que pressupõe as lições de um mestre competente: o pedótriba, o treinador das crianças, que ministra seu ensino num campo de esporte, a palestra, o que é para as crianças o mesmo que o ginásio para os adultos.

Podemos igualmente averiguar em Neto (2000) que, nos séculos vindouros, as atividades físicas desenvolvidas nas sociedades apresentavam características quase que exclusivamente guerreiras, iniciando uma decadência em relação ao valor educativo destas atividades, as quais durariam muito tempo - durante a Idade Média, com o predomínio da Igreja Católica - o corpo considerado pecaminoso e a maior importância dada à salvação do espírito- os exercícios e jogos apresentavam guerras simuladas e uma plena e aceita violência, ainda que é neste momento histórico que nascem alguns dos antecedentes dos esportes modernos e se inicia um processo civilizador em relação à violência presente nestas atividades.

Com o início do período renascentista (séculos XIV a XVI), vê-se o ressurgimento dos antigos ideais gregos de se ter as atividades físicas como ferramenta à educação da sociedade.

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Na esteira dos contatos internacionais, materiais e simbólicos, que marcam aquele momento e as décadas seguintes, tendo a Inglaterra como primeira protagonista, a prática se expande pelo mundo, sempre mantendo muito de seu caráter original, mas também dialogando com as peculiaridades locais. Essa é uma das chaves de sua popularidade, juntamente com o fato de se estruturar ajustando-se bem ao conjunto de comportamentos considerados adequados para a consolidação do novo modelo de sociedade em formação, do capitalismo, do ideário e imaginário da modernidade (MELO e FORTES, 2010).

O passo seguinte para a expansão mundial deste mesmo esporte foi dado por Pierre de Fredi, conhecido como Barão Pierre de Coubertin (1863-1937), ao lançar a ideia da restauração dos antigos Jogos Olímpicos gregos. A primeira Olimpíada da era moderna ocorreu em Atenas no ano de 1896, reunindo 13 nações e 484 participantes. Foi somente em Paris, em 1924, que os Jogos Olímpicos se firmam no cenário internacional, passando então a se caracterizar como um dos maiores fenômenos sociais do mundo atual (NETO, 2000).

1.2. HISTÓRIA DOS ESPORTES NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

O final do século XIX e começo do século XX são marcados por expressiva industrialização no Brasil, mesmo que tardia em relação às potências mundiais daqueles dias.

Entre as primeiras categorias de proletários brasileiros formadas no século XIX estavam ferroviários, operários da construção civil, estivadores, portuários, têxteis e gráficos. Muitos artesãos também executavam tarefas fabris e se uniram aos proletários, como os tipógrafos, sapateiros, alfaiates etc. A jornada de trabalho era de 13 a 15 horas por dia e não havia direito a férias e ao descanso semanal remunerado. O patronato mantinha um enorme controle sobre a vida dos trabalhadores. Nas décadas de 1840 e 1850, o pagamento de salários aos operários ainda significava novidade excepcional (SESI, 2008).

Por sua vez, a estrada de ferro teve um importante papel na disseminação dos novos pensamentos, porque teve como fundamento o encontro de pessoas de

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diferentes regiões. Este sincretismo cultural possibilitou além de novos pensamentos políticos, econômicos e sociais, a prática do esporte (ALMEIDA, GUTIERREZ E FERREIRA, 2010).

Concomitante a este crescimento industrial e populacional, teve-se a disseminação do futebol, a despeito de ser uma modalidade elitista nos últimos anos do século XIX. A classe operária, no entanto, tomou-o como o predileto com muita brevidade, tendo sua prática nas próprias fábricas e terrenos adjacentes aos bairros fabris.

Agrega-se ainda aqui, através de Almeida, Gutierrez e Ferreira (2010) que no começo o futebol era praticado apenas por componentes da elite paulistana e existia preconceito com negros, explicado talvez pela origem europeia do esporte e pelo processo transitório que o país passava, após a abolição recente da escravatura. Em paralelo ao campeonato organizado pela Liga Paulistana de Football, os operários das fábricas se organizavam e disputavam campeonatos de várzea.

Em Antunes (2006), vê-se que os clubes da elite foram incorporando às suas equipes os jogadores revelados pelos times de várzea. Também os clubes formados por iniciativa dos operários nas fábricas, contando com a aprovação e o apoio material dos industriais, tornaram-se comuns. Ao longo da primeira metade do século XX, formou-se uma tradição de futebol amador praticado em clubes de fábrica, sendo difícil apontar a indústria que não tivesse ao menos um pequeno núcleo constituído. A direção da fábrica costumava ceder um terreno de propriedade da empresa para a instalação do campo de futebol e a construção da sede social ou, então, ajudar no pagamento de aluguéis. Oferecia uma quantia mensal em dinheiro para as despesas com energia elétrica, limpeza dos uniformes, transporte de jogadores e outras, mas cobrava relatórios e balancetes para saber como os recursos eram aplicados. Esboçava-se, assim, uma primeira forma de controle sobre o clube.

Nessa perspectiva, a criação de clubes de futebol a partir das empresas se torna comum com o passar dos anos, e muitos clubes surgiram por interesse associativo

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de funcionários de empresas que administravam algumas ferrovias (ALMEIDA, GUTIERREZ e FERREIRA, 2010).

A institucionalização crescente de grupos sociais pode ser sentida inclusive nas agremiações industriais patronais. Com efeito, diversas entidades podem ser citadas como precursoras da criação do Serviço Social da Indústria (SESI). Em 1916, por exemplo, Roberto Simonsen fundou o Centro de Construtores e Industriais de Santos, com a proposta de oferecer assistência aos trabalhadores e intermediar conciliações entre empregadores e empregados (SESI, 2008).

Em se tratando de nossa história brasileira quanto às conquistas e melhorias no ambiente corporativo, mister é considerarmos o surgimento da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), em 1943, tempos em que a segunda guerra mundial seguia a passos largos.

Já no pós-guerra, em 1946, surge o SESI (Serviço Social da Indústria), cujo cerne era o de promover um fundo social que pudesse ser aplicado em obras e serviços e que beneficiassem os empregados de todas as categorias, em assistência social em geral, repartindo com os institutos existentes as atribuições assistenciais e de melhoramento físico e cultural da população (SESI, 1976).

Iamamoto e Carvalho (1983) reforçam que a fundação do SESI pode ser entendida como uma medida revolucionária para o enfrentamento da questão social. O primeiro programa da entidade abrangia alimentação, habitação, higiene, saúde e educação moral e cívica. Em meio ao cenário do país no período pós-guerra, a atuação do SESI priorizou dois setores considerados “cruciais e estratégicos”: alimentação e abastecimento; e educação social.

O Decreto-Lei n°. 9.403 estabeleceu, ainda, que toda empresa das categorias da indústria, dos transportes, das comunicações e da pesca localizada em solo brasileiro deveria redirecionar uma porcentagem calculada sobre o total da folha salarial para a manutenção do Serviço Social da Indústria, subordinado à CNI (Portal da Câmara dos Deputados).

As primeiras ações do SESI do período de 1946 a 1963 marcam as diretivas escolhidas em cada uma das áreas de atuação da entidade, em um período de

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desenvolvimento industrial e de crescimento urbano no país, que vivia um breve período de democracia. A promoção da saúde toma corpo em ambulatórios, consultórios odontológicos, serviços de saúde nas empresas e na construção do primeiro hospital do SESI. A carência dos industriários resultou na priorização da medicina curativa em detrimento da abordagem preventiva (SESI, 2008).

Na área esportiva, foram realizados os Jogos Desportivos Operários e inaugurados os primeiros clubes, com o objetivo de promover a integração associativa de seu público de atendimento. Programas de alfabetização, aprendizado doméstico e incremento da renda familiar foram organizados para a concretização de suas metas educativas. Nos dez primeiros anos de existência do SESI, foram concedidos certificados de formação a 47.817 trabalhadores (SESI, 2008).

1.2.1. DEFININDO O ESPORTE

O esporte como um dos mais importantes fenômenos socioculturais desta transição de séculos, tem merecido da intelectualidade e da mídia internacional uma atenção especial, que tem permitido aprofundamentos políticos, sociais, culturais, educacionais, científicos e antropológicos. Esses estudos vão, pouco a pouco, inserindo, de forma consolidada, fatos esportivos na contemporaneidade, fazendo com que o esporte cada vez mais se torne uma das prioridades das diversas sociedades do mundo atual (TUBINO, 2010).

A questão preliminar ou introdutória seria então, o que é o esporte? Etimologicamente, a palavra desporto tem origem francesa, deport, significando prazer, descanso, espairecimento, recreio, sendo que na incorporação do termo os ingleses atribuíram-lhe modificações, acrescentando o sentido de um uso atlético submetido às regras, dando-lhe a definição de sport. Posteriormente, o vocábulo inglês foi aportuguesado como “esporte”, entretanto, os quinhentistas de Portugal faziam uso e empregavam o termo desporto em seus escritos. (MARCHI JR., 2005).

Cabendo, portanto, melhores entendimentos, seguimos buscando elucidações sobre o que, de fato, é o esporte. Para tanto, em Marchi Jr (2015), pudemos

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adentrar na conceituação desta manifestação humana considerando que nesse amplo espectro de análises e leituras possíveis, o que nos tem chamado a atenção é certa resistência, ou melhor dizendo, uma certa limitação ou dificuldade em se definir ou entender o que vem a ser o esporte na contemporaneidade. É temerária tal afirmação principalmente se levarmos a cabo que essa observação empírica parte do universo de profissionais que trabalham diária e diretamente com o esporte tanto na sua forma prática quanto na sua teorização. Falamos, especificamente, dos profissionais de Educação Física.

Em Barbanti (2006), vemos que para se definir precisamente uma palavra muito comum como esporte, muito de suas conotações precisam ser eliminadas e seus significados devem ser limitados de maneira que restringirão seu uso. O mesmo segue advertindo que muitas definições de esporte incluem a noção de que ele seja uma atividade física. Em outras palavras, ele envolve o uso de atividades motoras, proeza física ou esforço físico.

Sendo assim, e a fim de maiores entendimentos, devemos considerar igualmente que foi através da Comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro de 1985, presidida por Manoel Tubino e instalada pelo Decreto nº 91.452, que sugeriu, sob a forma de indicações, que o conceito de Esporte no Brasil fosse ampliado, deixando a perspectiva única do desempenho e, também, compreendendo as perspectivas da educação e da participação (lazer). Foi assim que foram introduzidas, na realidade esportiva nacional, as manifestações Esporte-educação, Esporte-participação (lazer) e Esporte-performance (desempenho). O texto constitucional de 1988 consolidou esse entendimento ao priorizar recursos públicos para o esporte educacional e, no caput do art. 217, estabelecer como dever do Estado fomentar práticas esportivas formais e não formais, como direito de cada um. Recorda-se que a Carta da UNESCO de 1978 consolidava, logo no seu primeiro artigo, o direito de todas as pessoas às práticas esportivas (TUBINO, 2010).

Isso posto, mister é considerarmos igualmente a Lei Zico (Lei Nº 8.672, de 6 de Julho de 1993) a qual esclarece em seu parágrafo primeiro do Capítulo I que a prática desportiva formal é regulada por normas e regras nacionais e pelas regras

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internacionais aceitas em cada modalidade. Em seu parágrafo segundo, temos que a prática desportiva não formal é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes. (PLANALTO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA).

A mesma Lei Zico ainda noticia através do Capítulo III (Da Conceituação e Das Finalidades Do Desporto), o que segue:

Art. 3º O desporto como atividade predominantemente física e intelectual pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional, através dos sistemas de ensino e formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral e a formação para a cidadania e o lazer;

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e da educação e na preservação do meio ambiente;

III - desporto de rendimento, praticado segundo normas e regras nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com outras nações.

Parágrafo único.

O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado:

I - de modo profissional, caracterizado por remuneração pactuada por contrato de trabalho ou demais formas contratuais pertinentes;

II - de modo não profissional, compreendendo o desporto:

a) semiprofissional, expresso pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho;

b) amador, identificado pela inexistência de qualquer forma de remuneração ou de incentivos materiais (PLANALTO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA).

Tubino (2010) ainda reitera afirmando que depois da Lei Zico, a Lei Pelé (nº 9.615/1998) praticamente manteve o texto anterior quanto aos conceitos e princípios.

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Esses preceitos legais levaram o governo federal e os estaduais a incluírem o Esporte nas suas atividades programáticas. Inicialmente, no Ministério da Educação, depois no Ministério do Esporte e Turismo e, agora, no Ministério do Esporte, foram instituídas Diretorias e Departamentos com responsabilidades sobre o Esporte-educação e o Esporte-participação (lazer), além do Esporte de rendimento (TUBINO, 2010). O mesmo segue elucidando que um ponto de saída para a relevância das manifestações esportivas na atual Politica Nacional do Esporte é observar que, no seu texto, o conceito de Esporte está perfeitamente atualizado e envolve as três manifestações (Esporte-educação, Esporte-lazer/participação e Esporte performance / desempenho), prescrevendo ações para os seus desenvolvimentos.

No tocante aos esportes na indústria, o esporte-lazer / participação prevalece. Os clubes de empresa têm, essencialmente, como objetivo, a integração entre seus funcionários. Para tanto, toma-se como referência a seguinte missão por eles preconizada: “Contribuir para o bem estar e a qualidade de vida de seus associados, através de práticas esportivas, sociais e culturais, num ambiente de segurança, respeito e disciplina, alinhado aos valores da empresa”.

1.2.2. ATUALIDADES DO ESPORTE NA INDÚSTRIA

É do interesse da empresa, na busca por maior produtividade, que os funcionários sintam-se bem no ambiente de trabalho, e que esse bem-estar advenha não somente de saúde clínica, mas também de interações sociais positivas entre colegas. A manutenção do bem-estar e QV dos empregados, além de estar relacionada às formas de comunicação, é necessária para uma maior identificação do funcionário com seus colegas e local de trabalho. Muitas empresas consideram essa ideia e investem em programas de QV para seus funcionários. A prática direcionada de atividade física pode colaborar com a melhoria das interações sociais entre colegas. Essa inserção consiste em solidificar as relações pessoais e influenciar as formas de comunicação, melhorando a capacidade de produção dos empregados (MARQUES, GUTIERREZ e ALMEIDA, 2006).

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Tal assertiva alinha-se com Ogata e Simurro (2009), o qual informa que a preocupação com a promoção da saúde e bem-estar no local de trabalho intensificou-se a partir dos anos 80 com iniciativas voltadas à melhoria das condições de trabalho e ampliação de benefícios para assistência à saúde, ergonomia e prevenção de acidentes de trabalho.

Em Vargas (2013), constata-se ainda que, nesse contexto, a prevalência de comportamentos de risco no local de trabalho, como o sedentarismo, vem aumentando gradativamente a cada ano, principalmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, e que aliados a fatores comportamentais como o consumo de bebidas alcóolicas, tabaco e dieta inadequada, formam os principais fatores associados ao risco de doenças cardiovasculares (principal causa morte nos países industrializados). Este cenário perfez com que a preocupação com a prática de atividade física tenha se tornado alvo constante de pesquisas epidemiológicas na última década, uma vez que os efeitos positivos da atividade física na prevenção de doenças cardiovasculares e na promoção da saúde estão bem relatados na literatura.

Tem-se ainda que em virtude dos vários benefícios que a prática de atividades físicas e o desenvolvimento da aptidão física oferecem à saúde dos indivíduos, programas de AF são implantados em empresas em todo o mundo. E são diversos os fatores que parecem despertar a motivação para a prática entre as pessoas. Entre os principais estão: conhecimentos sobre aptidão física, atividade física e saúde; experiências anteriores saudáveis com atividades físicas; atitudes a respeito do exercício; percepções de autoeficácia na realização de atividades (DEVIDE, 1998).

Assim sendo, em atuais datas, os esportes na indústria vêm se mostrando como valiosas ferramentas a tal promoção da saúde de seus colaboradores. Os investimentos existem e nós pudemos vivenciar isso na prática.

Estas ações são frequentemente impulsionadas por empresas prestadoras de serviços, as ditas assessorias esportivas. Igualmente se tem tais serviços disponibilizados pelo SESI, além de diversas outras empresas.

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Faz-se necessário, equitativamente, informar que os programas esportivos corporativos são, sistematicamente, geridos por funcionários voluntários que, por razão de afinidade e gosto pelos esportes, em especial o futebol, assumem o cargo de liderança à frente de seus respectivos clubes, mesmo que não tendo formação específica. Às empresas contratadas, cabe a mera execução dos serviços, restando limitada ou nenhuma margem à inovação.

1.2.3. OS JOGOS DO SESI

Em se tratando de esportes na indústria, os Jogos do SESI são a maior referência nacional. Em 2017, os jogos completaram 70 anos, tendo sido sua primeira edição realizada entre os dias 1 e 4 de maio de 1947, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP). Na ocasião, fora promovido pela Subdivisão de Assistência aos Esportes e Educação Física, da Divisão de Educação Social do SESI.

Em 2010, o evento passou a ser intitulado “Jogos do SESI”, mas antes também já recebera os nomes “Jogos Operários do SESI” e “Jogos Industriários do SESI” (JOIS). Trata-se de uma das maiores comemorações esportivas da América Latina, pelo número de trabalhadores envolvidos. Somando as últimas dez edições, alcançou mais de 775 mil inscrições (Portal SESI SP).

A primeira edição, no entanto, contou com a participação de 2,5 mil atletas industriários, tendo sido disputado com apenas três modalidades: futebol, basquete e vôlei. Cada empresa concorria com seu próprio nome. A última edição (2017), porém, contou com as 29 modalidades a seguir, devidamente subdivididas em masculinas, femininas ou mistas, além das categorias máster e principal:

 Atletismo  Basquetebol  Basquetebol 3x3  Biathlon

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 Cabo de guerra  Corrida de aventura  Corrida de rua  Damas  Dominó  Futebol de Campo  Futebol Society  Futevôlei  Futebol de salão  Kart  Maratona Aquática  Mountain bike  Natação  Pebolim  Pesca  Sinuca  Supino  Tênis de Mesa  Tênis de campo  Truco  Vídeo game  Vôlei trio  Voleibol  Xadrez

Houve ainda nesta edição a inclusão de modalidades de cunho cultural, tais como os concursos de Música – Interpretação, o de Contos e de Poesia, o de Fotografia e o de Dança de Salão (Portal SESI/SP).

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1.3. ABORDAGENS ATUAIS

1.3.1. A GESTÃO DO ESPORTE E SUAS DEFINIÇÕES

Em 1981, teve-se no Brasil, o início de uma área de concentração denominada administração esportiva no curso de mestrado em educação física da Universidade Gama Filho. Esta área operou até 1995 com diplomação “stricto sensu” de 12 mestres. Atualmente não existem programas acadêmicos (em nível de mestrado ou doutorado) específicos em gestão do esporte. Mas em algumas universidades públicas e particulares existem linhas de pesquisa em cursos de mestrado em Educação Física (ROCHA, 2011).

Sendo assim, Hoye et al (2018) consubstanciam elucidando que a globalização tem sido uma das principais forças a impulsionar a mudança na forma como o esporte é produzido e consumido. A integração aprimorada das economias do mundo possibilitou a comunicação entre produtores e consumidores em maior velocidade e variedade, e o esporte tem sido um setor que vem colhendo estes benefícios.

Outra elucidação diz que a administração esportiva (denominação histórica da área de conhecimento no Brasil) ou gestão do esporte (nome mais apropriado da disciplina) concerne à organização e direção racional e sistemática de atividades esportivas e físicas em geral e/ou de entidades e grupos que fazem acontecer estas atividades, quer orientadas para competições de alto nível, quer pela participação popular ocasional ou regular, e práticas de lazer e de saúde. (NOLASCO, 2006).

Já no tocante à indústria, os programas de esportes e qualidade de vida são uma incontestável realidade, tendo como exemplo, desde 1954, os Jogos Industriários do SESI (Portal CBTM, 2016). E, quando em sintonia com as melhores práticas de gestão de pessoas, estas mesmas empresas reconhecem que existe um paralelo entre sua força de trabalho e sua performance organizacional; que valorizar a saúde e a qualidade de vida de seus colaboradores são estratégias fundamentais na contenção de custos e no aumento da produtividade (DOS SANTOS, 2008).

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Quando se trata de gestão esportiva, muito se tem a respeito de clubes (profissionais ou não), de eventos (de grande, médio ou pequeno porte) e até mesmo sobre academias, especialmente as redes. No entanto, os esportes nas indústrias ainda carecem de estudos quanto à sua gestão e o consequente impacto na produtividade e saúde de seus colaboradores.

1.3.2. QV E QVT

Os termos Qualidade de Vida (QV) e Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) têm como essência os mesmos parâmetros. De pronto, consideremos, em linhas gerais, a definição que do Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde, o qual informa se tratar da percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (FLECK et al, 2000).

Deve-se igualmente relevar que os conceitos QV e QVT são amplos e multidisciplinares (ou interdisciplinares, em alguns casos), portanto, polissêmicos. Temas como saúde, satisfação, motivação, condições de trabalho, estresse, estilos de liderança, ecologia, condições econômicas, dentre outros, permeiam esses conceitos.

Igualmente podemos entender a QV como sendo um termo a contemplar a integração de duas concepções importantes. Uma delas refere-se à subjetividade ou os aspectos percebidos pela pessoa sobre suas condições físicas, emocionais e sociais. A outra está relacionada com a objetividade das condições materiais, ou sobre a vida de relações estabelecidas pela pessoa com o meio ambiente a própria sociedade. Do ponto de vista conceitual, este dois aspectos ou formas de entendimento podem envolver as muitas nuances que se apresentam no dia-a-dia das pessoas em todas as situações a que se expõem para viver (VILARTA, 2008).

Segundo Pilatti (2008), QVT é um conceito polissêmico que, em sentido estrito, está arraigado a um conceito mais amplo: o conceito de qualidade de vida. Considerando que o indivíduo parcela significativa de sua vida às atividades laborais, que se têm conotação de “sofrimento”, pode-se inferir que a QVT é

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preponderante na percepção da QV que os mesmos possuem. Não existem limites claros, muito menos a possibilidade de dissociação.

A QVT, segundo Pilatti e Bejarano (2005), pode ser visto como um indicador da qualidade da experiência humana no ambiente de trabalho. Trata-se de um conceito estreitamente relacionado à satisfação dos funcionários quanto à sua capacidade produtiva em um ambiente de trabalho seguro, de respeito mútuo, com oportunidades de treinamento e aprendizagem e com o equipamento e facilidades adequadas para o desempenho de suas funções. Alguns conceitos fundamentais à qualidade de vida no trabalho são: participação do empregado nas decisões que afetam o desempenho de suas funções; reestruturação de tarefas, estruturas e sistemas para que estas ofereçam maior liberdade e satisfação no trabalho; sistemas de compensações que valorizem o trabalho de modo justo e de acordo ao desempenho; adequação do ambiente de trabalho às necessidades individuais do trabalhador; satisfação com o trabalho.

Nahas (2010) caracteriza o trabalho como uma fonte de satisfação e de prazer que apresenta a capacidade de estruturar o processo de identidade dos sujeitos. O ambiente e as condições de trabalho têm grande influência na saúde geral e na QVT, de maneira que expressões, como satisfação no trabalho, salário, relações sociais, disposição e sucesso na carreira, entre outras, estão cada vez mais ligadas ao conceito de QV, pois é nesse ambiente que se desenrola grande parte da vida do ser humano. Assim, dependendo de condições como intensa jornada de trabalho e tarefas repetitivas, várias consequências podem afetar a QVT.

Estas conceituações, de QV e QVT, enfim, alinham-se aos valores e prioridades do homem. Os clubes de empresa, por consequência, ante suas possibilidades sociais, médicas, econômicas e culturais, surgem como parte desta engrenagem a impulsionar a sociedade, dando a estas novas e maiores possibilidades.

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1.3.3. ADERÊNCIA AO ESPORTE

Na pura acepção da palavra, podemos ver em Houaiss (2009) que aderência pode ser entendida como 1) qualidade ou atributo ao que é aderente; 2) união de uma coisa com outra(s), junção e 3) apego ou adesão a uma ideia, filosofia, ideologia, etc...

No que concerne aos esportes, temos que a aderência está relacionada à participação mantida constante em programas de exercícios, individuais ou coletivos, previamente estruturados ou não (BARBANTI, 1994).

Saba (2001) reforça esclarecendo que a aderência pode ser entendida como ápice de uma constante evolução, rumo à prática do exercício físico.

Embora as ligações entre o exercício físico regular e saúde estejam bem documentados, muitas pessoas são ou sedentárias ou muito raramente ativas para acumular benefícios à saúde. Assim, um grande problema prático na promoção da saúde diz respeito a forma de facilitar a adesão ao exercício físico regular. Um número de investigadores tem mostrado que, mesmo entre indivíduos que iniciam programas de atividade física, a adesão é normalmente bastante baixa (RYAN et al, 1997).

1.3.4. ADERÊNCIA AOS ESPORTES CORPORATIVOS

A aderência ao esporte, por si só, é motivo de muitas inquirições e desafios. Todavia, quando se considera o esporte dentro de uma indústria, novas questões vêm à tona. Por exemplo, podemos logo desconsiderar como impeditivos os custos relativos a uma mensalidade inerentes às academias e clubes abertos, bem como à locomoção. Soma-se aqui a comodidade e segurança de um local anexo ao ambiente de trabalho e teremos que a aderência aos esportes internos anseia por tantos outros estudos.

Salve e Theodoro (2004) agregam a isso esclarecendo que os programas de saúde devem ser amplos, perfazendo desde o conhecimento do perfil do trabalhador até as análises dos materiais e equipamentos distribuídos no ambiente de trabalho. Convém salientar que o conhecimento de aspectos específicos ligados à QVT, como

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insegurança no trabalho, falta de valorização profissional e relacionamentos interpessoais, muitas vezes são determinantes para o aumento ou a manutenção da aderência no PPST/PGL (Programa de Promoção da Saúde do Trabalhador / Programa de Ginástica Laboral).

No entanto, para que o trabalhador consiga constantemente desfrutar dos benefícios desses programas, é imprescindível que seja estimulada sua aderência, que pode ser compreendida como uma assídua participação nas atividades (BARBANTI, 1994).

Dos Santos (2008) sugere ainda que se possibilite aos colaboradores da empresa que participem de competições esportivas de qualquer modalidade, pois além dos benefícios intrínsecos à própria prática, essas competições melhoram as relações interpessoais, estimulam o sentimento de equipe e o de “vestir a camisa da empresa” literalmente.

2. JUSTIFICATIVA E DEMILITAÇÃO DO PROBLEMA

Data-se desde o começo do século XX que os esportes vêm sendo disponibilizados aos funcionários de empresas destacando, entretanto, no Brasil, o futebol. E, à medida que conhecimentos científicos avançaram, tornando-se viável a correlação entre sedentarismo e absenteísmo, a gestão da saúde corporativa tomou novas proporções, tendo nas atividades físicas um agente diretamente envolvido também na prevenção e tratamento de doenças ocupacionais, e não somente no lazer. O estudo de Morris et al. (1953), por exemplo, foi um precursor neste tocante, dando origem a tantos outros de mesmo cunho, cujo cerne foi o de comparar motoristas de ônibus sedentários com os cobradores ativos que trabalhavam em ônibus de dois andares na cidade de Londres, Inglaterra. Constatou-se que os trabalhadores fisicamente mais ativos apresentaram 30% a menos de manifestações de doença arterial coronariana e 50% a menos em relação ao infarto agudo do miocárdio.

O estudo de Lynch et al (1990), averiguou que a participação em um programa de exercício físico corporativo reduziu o absenteísmo anual entre os

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empregados de 0,42 a 01 dia, e a magnitude da redução foi em função da frequência de participação no programa, e também do número de ausências registradas antes do ingresso no programa.

Atualmente, temos as constatações do Ministério do Trabalho (2018) a respeito das causas de afastamentos ocupacionais no Brasil, destacando as dorsalgias, com 12.073 casos em 2017, patologia essa que só ficou atrás das fraturas ósseas decorrentes de acidentes (punho e mão com 22.668 ocorrências; pernas, incluindo tornozelo com 16.911; pé com 12.873; e antebraço com 12.327). Respalda-se aqui em Wang et al. (2012), cujos resultados indicaram que a estabilidade da musculatura do CORE (músculos do centro) decorrentes das atividades físicas podem aliviar as dores lombares, o que nos permite elucidar a estreita relação entre hábitos de vida e o absenteísmo ocupacional.

Todavia, há de se considerar a importante distância entre os departamentos de medicina do trabalho e os profissionais de educação física atuantes nas grandes corporações. Não há, por exemplo, programas e políticas internas que coloquem estes profissionais da saúde juntos, de forma a utilizarem as atividades físicas na prevenção dos efeitos deletérios das doenças ocupacionais, e suas consequências socioeconômicas. Tão pouco se têm intervenções nos tratamentos médicos, como por exemplo, através de atividades físicas que possam colaborar na diminuição de massa adiposa e/ou no aumento de massa muscular. Perde-se, por conseguinte, valiosa oportunidade de se poupar recursos humanos e financeiros.

Novas inquirições se avolumam quando se averigua a subutilização dos clubes internos. Através das relações nominais enviadas pelas empresas ao presente autor, pudemos constatar que o campeonato 2018, por exemplo, de futebol de salão na empresa de Hortolândia, teve 95 jogadores inscritos distribuídos em 08 equipes, ou seja, aproximadamente 10% da empresa esteve ali, jogando. Entretanto, como constatado nos resultados, o futebol foi o esporte mais praticado entre os funcionários, fazendo este percentual ser, basicamente, o auge da utilização daquelas instalações. O Torneio de Vôlei de Areia 2017, por sua vez, teve 08 trios, ou seja, 24 funcionários inscritos, o que representou meros 2%, aproximadamente.

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Já a empresa de Monte Mor se quer teve campeonato em 2017, vindo numa descendente também, onde nos últimos anos saiu de 12 equipes na modalidade futebol society, em 2009, para 06 em 2016, com um total de 84 jogadores nesta edição, e cujo percentual em relação ao total de empregados representou 8%.

Todo este cenário envolvendo questões sociais, econômicas e de saúde, em altos níveis de relevância à sociedade, surge como o problema central a se estudar. Em Salve e Teodoro (2004), informa-se que é essencial que os profissionais da saúde, como professores de educação física, fisioterapeutas e médicos ocupacionais, não tenham uma visão simplista do trabalhador atual como “homem máquina”, e sim busquem conhecimentos e estratégias para auxiliar e compatibilizar seu ambiente de trabalho às suas necessidades e limitações.

Urge considerar ainda a carência de referências acadêmicas nesta temática. Vimos igualmente que a gestão destes espaços raramente é profissional, sendo o mais comum que funcionários voluntários tomem a dianteira, mesmo não tendo tempo ou formação específica.

Portanto, questionou-se as razões que impedem os clubes corporativos de virem a ser mais frequentados, tendo maior aderência aos esportes ali promovidos. E ainda, diante da hipótese de como os profissionais da área poderiam promover e valorizar estes espaços socioesportivos.

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3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

O presente trabalho objetivou averiguar as motivações à aderência dos esportes nos clubes de empresa.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Especificamente, intentou-se:

 verificar as causas que levam seus funcionários a aderirem ou rejeitarem os programas de esportes;

 fornecer informações que agreguem valor à gestão dos clubes de empresa, colaborando no aumento da adesão aos esportes ali promovidos

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4. MÉTODOS

As empresas pelas quais se coletaram os dados foram:

o Empresa 1: multinacional de autopeças, de origem italiana, localizada no município de Hortolândia (SP) e com um total aproximado de 1.150 funcionários à época da coleta. Seu clube constitui-se por com 01 campo oficial de futebol, 01 quadra poliesportiva, 01 quadra de vôlei de areia, 01 salão de festas e 01 playground.

o Empresa 2: multinacional fabricante de embalagens, com sua origem na Suécia, localiza-se no munícipio de Monte Mor (SP) e com um total aproximado de 900 funcionários, quando da coleta de dados. Seu clube se constitui por: 01 campo oficial de futebol, 01 quadra de futebol society, 01 quadra poliesportiva, 01 quadra de tênis de campo, 01 salão de festas, 01 piscina recreativa e 01 playground.

Teve-se como referência para o levantamento de dados, um diagnóstico organizacional quanto aos programas de esportes desenvolvidos em seus clubes internos, levantando-se dados individualizados de seus funcionários através de questionários aplicados dentro das próprias empresas e da mesma forma em seus respectivos clubes.

Para as inquirições propostas, considerou-se todos os funcionários das empresas analisadas, incluindo os terceirizados, praticantes de alguma atividade física, desenvolvida internamente. Excluímos, entretanto, aqueles com menos de um ano de contratação.

As estratégias para tal abordagem variaram entre montagem de stands nas saídas dos refeitórios (especialmente nos horários de almoço e jantar) e durante os jogos de campeonatos aos finais-de-semana realizada em seus respectivos clubes.

Os inqueridos assinaram o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) devidamente autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), cujo número de registro na Plataforma Brasil (CAAE) é o 68161917.9.00005404 e datado em 21 de novembro de 2017.

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No tocante à elaboração das questões, as mesmas tiveram como referências as experiências do presente autor na prestação destes serviços. Os questionários então, e devidamente revisados por docentes da Unicamp, passaram por um teste-piloto para eventuais correções / melhorias.

Se no primeiro buscou-se entender as razões de não irem, no segundo teve-se a busca pelas razões básicas em estarem lá com frequência, ou ainda, o que os impedia de irem com regularidade.

Faz-se mister considerar o número fechado de questionários aplicados, uma vez que não se almejou pesquisar a quantidade de frequentadores versus não frequentadores, mas sim suas motivações.

4.1. ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Inicialmente, características sociodemográficas são apresentadas e comparadas para verificar diferenças entre os grupos (ou seja, não frequentadores de clubes de esporte (n=51); e frequentadores/frequentadores esporádicos de clubes de esporte (n=79)). Para isso, foi usado o teste do “qui quadrado” e teste “exato de Fisher”.

Descritivamente, os dados estão apresentados separados para cada grupo (de acordo com os questionários específicos aplicados) conforme frequência (%) e número de sujeitos (n); visando identificar o perfil dos funcionários que não utilizavam e que utilizavam os clubes esportivos oferecidos pelas empresas.

Mais ainda, questões em comum entre os questionários foram comparadas também utilizando o teste do qui quadrado e teste exato de Fisher, visando verificar características comuns e discrepantes entre os grupos.

Para as análises, foi utilizado o SPSS versão 21.0 e considerado P<0.005 como diferença estatística significativa.

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5. RESULTADOS

5.1. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS

Preliminarmente características sociodemográficas foram levantadas de maneira a delinear o público avaliado. Assim sendo, os parâmetros mais relevantes diante dos objetivos propostos foram o gênero (masculino ou feminino), a faixa etária e o local de trabalho, sendo neste último a distinção somente entre fábrica (horistas atuantes na linha de produção) e o escritório (mensalistas da área administrativa).

De pronto, contata-se que o público masculino aumenta, sobremaneira, entre os frequentadores do clube ao passo que entre aqueles que não frequentam, a diferença se mostro bem menor. Já tocante ao local de trabalho, vê-se que o público da fábrica aumenta sua diferença quando se considera os frequentadores.

Quanto à faixa etária, mostrou-se relevante constatar que o público jovem, entre 18 e 25 anos diminuiu pela metade quando se consideram os frequentadores. A situação, porém, se inverte nas duas faixas etárias seguintes, onde o público entre 26 e 35 e também entre 36 e 45 anos aumenta para os frequentadores, destacando o primeiro como o mais predominante entre aqueles que regularmente estão inseridos nas atividades clubísticas.

Ou seja, temos que o clube se dá, principalmente, por homens que trabalham na fábrica, entre 26 e 35 anos.

Tabela 1. Características gerais para os que não frequentavam e frequentavam/frequentavam esporadicamente clubes esportivos na empresa (n=130). Variáveis Frequência (n) P NÃO frequentava (n=51) Frequentava/Frequentava esporadicamente (n=79) Empresa Empresa 1 60.8% (31) 51.9% (41) 0.32 Empresa 2 39.2% (20) 48.1% (38) Sexo 0.001 Masculino 60.8% (31) 86.1% (68)

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Feminino 39.2% (20) 13.9% (11) Local de trabalho 0.23 Fábrica 70.6% (36) 79.7% (63) Escritório 29.4% (15) 20.3% (16) Idade 0.009 <18 anos 3.9% (2) -- 18 a 25 anos 27.5% (14) 8.9% (7) 26 a 35 anos 23.5% (12) 43% (34) 36 a 45 anos 25.5% (13) 32.9% (26) 46 a 55 anos 17.6% (9) 13.9% (11) 56 anos ou mais 2% (1) 1.3% (1)

5.2. MOTIVAÇÕES RELATIVAS A NÃO ADERÊNCIA AO CLUBE

A tabela 2 se deu em torno daqueles que não iam ao clube e, assim, buscou-se informações de como os mesmos entendiam a existência destes espaços e suas motivações e/ou impeditivos para suas ausências. Contatou-se, então, que, a despeito de suas distâncias, este público entende que o clube é muito importante ou importante para a empresa, cujo percentual destas avaliações somaram 84,4%.

Todavia, sabendo-se de suas ausências, averiguou-se os motivos de evitarem o clube, onde se revelou que o desejo de ir embora após o expediente foi a causa principal e com larga diferença para o segundo item mais apontado: a inexistência de esportes de suas preferências. Na sequência, apontou-se a estrutura ruim do clube e a falta de interesse pelo esporte em si como os motivadores.

Aferiu-se igualmente o fato de que a maioria não entende o clube e suas práticas como um risco à saúde dos colaboradores, especialmente em função de lesões típicas do esporte. Em tempo, os resultados mostraram que os funcionários consideraram os esportes na empresa como atitudes preventivas e que colaboram no dia a dia laboral.

Reforçou-se o entendimento dos motivos da não aderência ao clube, inquerindo também se eventuais dores físicas eram a razão, fato esse que não se confirmou, já que 82,4% não relatou tal problema. Relativamente às dores, mesmo

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que não os impedindo, viu-se que as de ordem articular são as mais recorrentes, seguidas pelas estomacais / intestinais e ainda, em igual valor, as de cabeça e de coluna.

Findou-se esta tabela através de questões financeiras, buscando-se possíveis polêmicas sobre os valores empreendidos nas ações e manutenções do clube. Entretanto, isso não se confirmou, pois 39% não gostaria de ter bônus no salário ao invés do espaço em questão, ao passo que somente 19% faria esta opção. Os outros não tiveram uma opinião formada sobre isso.

Tabela 2. Questionário específico para aqueles que não frequentavam clubes de esporte na empresa (n=51).

Variáveis Frequência (n)

Opinião sobre esporte na empresa

Muito importante 35.3% (18)

Importante 47.1% (24)

Indiferente 11.8% (6)

Perda de tempo e dinheiro 2% (1)

Outros 3.9% (2)

Motivo para não frequentar clubes de esporte na empresa

Inibição perante colegas 2% (1)

Nenhum esporte de interesse 15.7% (8)

Estrutura do clube ruim 11.8% (6)

Quero ir embora após o expediente 49% (25)

Não gosto de esportes 9.8% (5)

Outros 11.8% (6)

O esporte na empresa aumenta o risco de afastamento médico?

Sim, bastante 13.7% (7)

Não, isso não tem relação 37.3% (19)

Não, pelo contrário, ajuda o funcionário no dia a dia 49% (25)

Você sente dores que impedem a prática de esporte na empresa?

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Não 82.4% (42) No caso de sentir dores, elas são de qual tipo?

Dores na coluna vertebral 3.9% (2)

Dores de cabeça 3.9% (2)

Dores intestinais / estomacais 5.9% (3)

Dores articulares 11.8% (6)

Nenhumas das anteriores/Não sinto dores 74.5% (38)

Praticava esportes fora da empresa?

Sim 70.6% (36)

Não 29.4% (15)

Se pudesse, trocaria o investimento da empresa em esportes por bônus salarial?

Sim 19.6% (10)

Não 39.2% (20)

Sem opinião formada sobre isso 41.2% (21)

5.3. MOTIVAÇÕES RELATIVAS À ADERÊNCIA AO CLUBE

A terceira tabulação de dados se volta aos frequentadores regulares ou esporádicos do clube. Dessarte, viu-se que o futebol foi, disparado o mais frequentado dos esportes, onde a somatória dos outros quatro foi de 46,1% contra os 53,9% do mais popular.

Determinante foi também entender os objetivos de quem pratica as atividades do clube. De pronto, viu-se a saúde como a razão básica deste público, seguido por expressiva distância pelo relacionamento interpessoal.

Com mais detalhes, pôde-se constatar que diminuir o estresse e o incentivo dos colegas foram as motivações mais citadas, nesta ordem. As recomendações médicas foram apontadas por uma importante parcela (19,2%) dos funcionários.

Já relativamente às práticas em outros locais, a grande parte afirmou que, de fato, usa outras academias ou espaços esportivos, cuja diferença entre os que só usam os clubes da empresa foi de, aproximadamente, 5 pra 1.

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Relativamente aos investimentos financeiros, 19% fariam a opção de trocar os custos do clube em prol de bônus no salário, ao passo que 51,9% prefeririam manter a existência do clube, caso lhes fosse facultada esta opção.

Tem-se ainda que 96,2% dos frequentadores do clube veem-no como uma estrutura muito importante ou importante para a empresa e seus funcionários.

Então, sabendo-se de suas atuações esportivas, questionou-se sobre a disposição física deles após aderirem a tais práticas. E somente 1,3% não sentiu diferença, à proporção que 98,7% relatou melhorias neste aspecto, sendo importante frisar que mais de ¾ destes apontaram haver bastante mudança.

Tabela 3. Questionário específico para aqueles que frequentavam / frequentavam esporadicamente clubes esportivos na empresa (n=79).

Dentre as modalidades citadas, qual mais frequentava?

Ginástica laboral 21.1% (16)

Futebol 53.9% (41)

Grupo de corrida 3.9% (3)

Jogos do SESI 5.3% (4)

Academia de musculação (externa) 7.9% (6)

Outros 7.9% (6)

Qual seu objetivo com a prática esportiva na empresa?

Saúde 84.8% (67)

Estética --

Ter bom relacionamento interpessoal 15.2% (12)

Aumentar produtividade --

Ter boa imagem perante superior(es) --

Qual sua motivação para praticar esportes na empresa?

Superior pediu ou frequenta --

Colegas frequentam e incentivam 33.3% (26)

Recomendação médica 19.2% (15)

Diminuição do estresse 37.2% (29)

Falta de outras opções 3.8% (3)

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Praticava esportes fora da empresa com mais frequência do que na empresa

Sim 77.2% (61)

Não 22.8% (18)

Se pudesse, trocaria o investimento da empresa em esportes por bônus salarial?

Sim 19% (15)

Não 51.9% (41)

Sem opinião formada sobre isso 29.1% (23)

Opinião sobre esporte na empresa

Muito importante 57% (45)

Importante 39.2% (31)

Indiferente 2.5% (2)

Perda de tempo e dinheiro --

Não sei 1.3% (1)

Sentia disposição após a prática esportiva na empresa

Sim, bastante 76.3% (58)

Sim, um pouco 22.4% (17)

Não sentia diferença 1.3% (1)

5.4. EQUIVALÊNCIAS QUANTO À VISÃO SOBRE O CLUBE

Em decorrência de algumas questões propostas terem sido iguais entre os públicos, fez-se uma paridade. De primeira, viu-se que a visão do clube entre os não frequentadores e os frequentadores regulares / esporádicos foi de que a importância dada ao clube é muito considerável. O que se pôde, porém, conferir, é que o “muito importante” prevaleceu entre aqueles que frequentam e o “importante” foi a maioria entre os funcionários que não vão ao clube.

Já sobre a prática de atividades esportivas fora da empresa, houve equivalência entre os públicos, reforçando que a maior parte dos colaboradores usa outros espaços esportivos.

Comparou-se ainda a questão hipotética de reverter os investimentos inerentes ao clube em bônus salariais. Houve, para tanto, uma importante equivalência entre aqueles que fariam tal opção, sendo 19% para cada um dos

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grupos. Já entre aqueles que não fariam esta opção, a diferença foi de 12,7% para os frequentadores, mostrando, de fato, mais interesse da parte deles quanto à continuidade das ações clubísticas na empresa. A diferença de 12,1% para os não frequentadores se aplicou à dificuldade de opinar sobre isso.

Tabela 4. Comparação entre os que não frequentavam e

frequentavam/frequentavam esporadicamente clubes de esporte na empresa (n=130). Variáveis Frequência (n) P Não frequentava (n=51) Frequentava/Frequentava esporadicamente (n=79)

Opinião sobre esporte na empresa 0.008

Muito importante 35.3% (18) 57% (45)

Importante 47.1% (24) 39.2% (31)

Indiferente 11.8% (6) 2.5% (2)

Perda de tempo e dinheiro 2% (1)

Não sei -- 1.3% (1)

Outros 3.9% (2) --

Praticava esportes fora da empresa 0.39

Sim 70.6% (36) 77.2% (61)

Não 29.4% (15) 22.8% (18)

Se pudesse, trocaria o investimento da empresa em esportes por bônus salarial?

0.30

Sim 19.6% (10) 19% (15)

Não 39.2% (20) 51.9% (41)

Sem opinião formada sobre isso

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5.5. EQUIVALÊNCIAS QUANTO A NÃO OU À BAIXA ADERÊNCIA AO CLUBE

Conclui-se os resultados através da proporção entre o público que não frequenta e aqueles que vão esporadicamente ao clube interno, excluindo-se, portanto, os assíduos.

Assim sendo, tem-se que em ambos, a motivação de ir embora após o expediente foi determinante para que não se tornassem funcionários regulares ante os esportes na empresa. O apontamento sobre “não haver o esporte de seu interesse” foi mais considerado entre aqueles que vão ocasionalmente, cuja diferença foi de 7,4%. Sobre o clube ter uma estrutura ruim, tal quesito foi novamente mais apontado entre os frequentadores ocasionais, cuja diferença aqui subiu para 13,8%.

Tabela 5. Comparação do motivo para não frequentar (n=51) e frequentar esporadicamente clubes de esporte na empresa (n=39).

Variáveis Frequência (n) P Não frequentava (n=51) Frequentava esporadicamente (n=39)

Motivo para não frequentar regularmente clubes de esporte na empresa

0.12

Inibição perante colegas 2% (1) 5.1% (2)

Nenhum esporte de interesse 15.7% (8) 23.1% (9)

Estrutura do clube ruim 11.8% (6) 25.6% (10)

Quero ir embora após o expediente 49% (25) 38.5% (15)

Não gosto de esportes 9.8% (5) --

(42)

5.6. GRÁFICOS

5.6.1. RESULTADOS EMPRESA A

Parte 1: Funcionários que Não Frequentam o Clube Interno

61% 39%

SEXO

MASC FEM 55% 42% 3%

LOCAL DE TRABALHO

FÁBRICA ESCRITÓRIO TREIN. 6% 36% 26% 16% 13% 3%

FAIXA ETÁRIA

MENOR 18 18 A 25 26 A 35 36 A 45 46 A 55 MAIS 56

(43)

Q1) Qual opção reflete melhor o que você pensa sobre o clube e os esportes dentro da empresa?

A) muito importantes B) importantes C) tanto faz D) perda de tempo e dinheiro E) na verdade, é só para a chefia iludir (enrolar) os funcionários F) não sabia da existência

Q2) Você considera que praticar esportes na empresa aumenta o risco de afastamento médico?

A) inibição perante os colegas B) não tem o esporte que gosto C) a estrutura é fraca D) após meu expediente, quero ir embora E) não gosto de esportes F) não sabia da existência G) mora em outra cidadã H) sem transporte para ir embora

Q3) Você considera que praticar esportes na empresa aumenta o risco de afastamento médico? 32% 52% 10% 0% 0% 6% A B C D E F 0% 14% 11% 57% 3% 7% 4% 4% A B C D E F G H

(44)

A) sim, bastante B) sim, mas a culpa é do jogador que não se cuida C) não, isso não tem nada a ver D) não, pelo contrário, ajuda o funcionário no dia-a-dia

Q4) Você sente dores que impedem você de praticar algum esporte aqui na empresa? A) sim B) não 10% 0% 39% 51% A B C D 19% 81% A B

(45)

Q5) No caso de sentir dores, elas são de qual tipo?

A) de coluna B) de cabeça C) intestinais / estomacais D) articular (joelho, quadril, ombro) E) nenhuma das anteriores

Q6) Pratica esportes fora da empresa? A) sim B) não C) às vezes

9% 10% 10% 19% 52% A B C D E 45% 29% 26% A B C

(46)

Q7) Se pudesse, trocaria os investimentos da empresa em torno dos esportes por bônus no salário?

A) sim B) não C) não tenho uma opinião a respeito

29% 42% 29% A B C

(47)

Parte 2: Funcionários que Frequentam Esporadicamente o Clube Interno 86% 14%

SEXO

MASC FEM 71% 29%

LOCAL DE TRABALHO

FÁBRICA ESCRITÓRIO 0% 7% 57% 22% 14% 0%

FAIXA ETÁRIA

MENOR 18 18 A 25 26 A 35 36 A 45 46 A 55 MAIS 56

(48)

Q1) Frequenta algumas destas modalidades (assinale quantas frequentar)? A) ginástica laboral B) futebol C) grupo de corrida D) Jogos do SESI E) academia de musculação F) tênis de campo G) nenhuma das anteriores

Q2) Dentre as modalidades citadas, qual você mais frequenta (somente uma)? A) ginástica laboral B) futebol C) grupo de corrida D) Jogos do SESI E) academia de musculação F) tênis de campo G) nenhuma das anteriores

46% 13% 0% 0% 7% 7% 27% A B C D E F G 50% 14% 0% 0% 7% 7% 22% A B C D E F G

Referências

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