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Avaliação de Limites de Continuidade de Conjuntos

de Unidades Consumidoras com Especificidades

Cintia Luciana Rêgo Reis

Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia - COELBA, Av. Edgard Santos, 300 – Narandiba, Salvador - BA, 41.181-900

Kleber Freire da Silva, Daniel Barbosa

Universidade Salvador – UNIFACS, Universidade Federal da Bahia – UFBA

Resumo  Este artigo tem o objetivo de mostrar a metodologia de avaliação da proposta para estabelecimento dos limites de continuidade coletivo (DEC e FEC) dos conjuntos de unidades consumidoras da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia para o 3º ciclo de revisão tarifária, compreendido entre 2014-2018. Serão mostradas as análises realizadas para justificar à ANEEL, a necessidade de revisão dos limites de alguns conjuntos que seriam muito reduzidos por não capturar no modelo matemático utilizado as especificidades aos quais estão inseridos. Palavras-chaves  Qualidade de Energia, Conjunto de Unidades Consumidoras, Indicadores de Continuidade.

I.INTRODUÇÃO

Em outubro de 2012 foi iniciado na COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) o processo de estabelecimento de limites de continuidade coletivo, Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), para os seus conjuntos de unidades consumidoras. Este trabalho descreve a proposta dos limites anuais desses indicadores a serem observados no período 2014 a 2018, sendo estes limites obtidos em observância à metodologia constante no Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST) [1]. A discussão sobre este tema acompanha o rito processual do Terceiro Ciclo de Revisão Tarifária Periódica da Distribuidora, com as seguintes premissas:

a) Respeitar os limites globais da distribuidora que se encontram na Tabela I, e que foram obtidos considerando um total de 4.958.254 de unidades consumidoras; b) Não ultrapassar os limites dos conjuntos já estabelecidos

em resolução, ou seja, não propor ampliação de limite superando os já existentes até 2013;

c) Avaliar os conjuntos que possuem limites de continuidade elevados em relação aos demais conjuntos de sua área de concessão, de forma a uniformizar esses limites.

Cíntia Luciana Rêgo Reis, clrego@coelba.com.br, Kleber Freire da Silva, kfreire@unifacs.br, Tel. +55-71-3330-4662; Daniel Barbosa, daniel.barbosa@pro.unifacs.br, Tel. +55-71-3330-4662.

Como premissa do Órgão Regulador, a instrução contida no item “c”, supracitado, tem como objetivo buscar a uniformização da qualidade (continuidade) para as unidades consumidoras do Brasil, isto é, reduzir as discrepâncias entre os limites dos conjuntos de uma mesma distribuidora. A tabela I apresenta os limites globais de DEC e FEC propostos pela ANEEL.

TABELA I. LIMITES GLOBAIS DE DEC E FEC PROPOSTOS PELA ANEEL.

DEC Global (horas) FEC Global (interrupções) 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018

17,44 16,57 15,83 14,95 14,35 10,75 10,16 9,50 8,84 8,38 Fonte: Ofício n° 0353/2012-SRD/ANEEL [4].

A determinação da ANEEL também previa a possibilidade de alteração (criação ou modificação) dos conjuntos aprovados, caso tivesse ocorrido alguma alteração na topologia da distribuidora. Então a COELBA resumiu sua contraproposta em solicitar o aumento do limite proposto para 09 conjuntos e criação de 07 novos conjuntos, acrescidos aos 194 existentes, ficando a Distribuidora com 201 conjuntos, a partir de 2014.

O processo de Revisão Tarifária Periódica tem como principal objetivo analisar, após um período previamente definido no contrato de concessão, o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Os limites de continuidades dos conjuntos de unidades consumidoras são revisados neste período, sendo que no caso da COELBA, acontece a cada 05 anos.

A metodologia para revisão destes limites é estabelecida pela ANEEL, através do item 2.7 do Módulo 8 do PRODIST [1], e são caracterizados por 13 atributos físico-elétricos, a saber:

a) Área em quilômetros quadrados;

b) Extensão da rede de média tensão (MT), segregada em urbana e rural, em quilômetros;

c) Energia consumida nos últimos 12 meses, segregada pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes, em megawatt-hora.

d) Número de unidades consumidoras atendidas, segregadas pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes;

e) Potência instalada, em kilovolt-ampère;

f) Padrão construtivo da rede (aérea ou subterrânea); g) Localização (sistema isolado ou interligado).

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II.CARACTERIZAÇÃO DOS CONJUNTOS DE UNIDADES CONSUMIDORAS

Os conjuntos de unidades consumidoras não tinham regras específicas de agrupamento até o ano de 2010. Conforme Resolução ANEEL 024/2000 [2], cabia à própria distribuidora definir como seriam os agrupamentos e informar à ANEEL, e para isso comumente utilizavam a área geográfica dos municípios. A partir de 2011, com a revisão 2 do Módulo 8 do PRODIST [1], aprovado pela Resolução Normativa nº 424/2010 [3], a definição de conjunto de unidades consumidoras passou a ser dada por Subestação de Distribuição (SED), sendo sua abrangência as redes de Média Tensão à jusante da SED e de propriedade da distribuidora. O agrupamento deve formar um polígono contínuo, com mais de 1.000 unidades consumidoras cada.

Para cada conjunto formado, os limites de DEC e FEC são estabelecidos e servem de base para a definição dos limites individuais: Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DIC), Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (FIC), Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade ou por Ponto de Conexão (DMIC), e o indicador mais recente, publicado em 2012, que é a Duração da Interrupção Individual Ocorrida em Dia Crítico por Unidade Consumidora ou Ponto de Conexão (DICRI). A ANEEL estabelece limites para estes indicadores de continuidade individuais DIC, FIC, DMIC e DICRI e quando há violação desses limites, a distribuidora deve compensar financeiramente a unidade consumidora. A compensação é automática, e deve ser creditada na fatura do consumidor em até dois meses após o mês de apuração do indicador (mês em que houve a interrupção).

Por este impacto financeiro nas distribuidoras de energia elétrica, além de manter uma satisfação aos seus clientes, torna-se de grande relevância o estabelecimento de limites de DEC e FEC adequados às distribuidoras, as quais têm como ação prioritária o acompanhamento, controle e manutenção da qualidade do fornecimento de energia. O PRODIST [1] contempla cinco tabelas de limites de continuidade que variam de acordo com a tensão de atendimento dos clientes e com o perfil urbano ou não urbano. Neste mesmo processo de revisão dos limites do terceiro ciclo tarifário, houve solicitação de alteração de 15 conjuntos já existentes, e foram acrescidos 07 novos conjuntos formados através de 01 ou mais destes conjuntos. Desta forma, a COELBA, em 2014 passou de 194 conjuntos para 201 conjuntos.

III.METODOLOGIA

Numa análise preliminar dos limites propostos pela ANEEL [4]-[6], inicialmente foram avaliados os impactos dos limites estabelecidos para o indicador DEC ao longo do tempo, mostrando na Fig.1 os limites globais anuais da COELBA, que mantêm ao longo dos 03 ciclos da revisão tarifária uma declividade acentuada e praticamente uniforme. Tendo o fato de que estes limites têm característica inelástica, que sempre reduz nos próximos ciclos tarifários, a tendência é que fiquem mais difíceis de serem cumpridos. Por isto, o anseio de qualquer distribuidora de energia elétrica é de que com o passar do tempo, a declividade referente aos limites se tornasse menos acentuada.

Ainda na Fig.1 ficou evidenciado que no primeiro ciclo a redução percentual foi de 19,2%, que no segundo ciclo sofreu uma elevação para 29,0%, o que tem acarretado dificuldades para o cumprimento dos limites, uma vez que, além da arrojada redução, a COELBA nesse período expandiu de forma significativa sua rede elétrica, principalmente para atender às metas do programa de Universalização de Energia Elétrica, como citado no Relatório de Sustentabilidade 2013 da COELBA [7]: “Ao longo de uma década, os investimentos superaram os R$ 3,6 bilhões, sendo parte financiada pela Eletrobrás e pelo governo do Estado da Bahia. Em 2013, o total destinado pela companhia ao programa Luz para Todos foi de R$ 379,9 milhões”.

No terceiro ciclo, a redução proposta permanece agressiva, 20,0%, sendo ainda mais difícil o cumprimento dos limites estabelecidos por conta da inexistência de folgas em função da grande redução dos ciclos anteriores.

Fig.1. Limite do DEC para a COELBA. Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA (adaptado).

.

A partir da definição do Órgão Regulador, de que os valores globais do DEC e do FEC não deveriam ser alterados pelo fato de possíveis mudanças nos limites dos conjuntos, foram elaboradas propostas de alterações pela COELBA. Esta premissa limitou muito a análise, visto que para propor-se um aumento do limite de um determinado conjunto, deveria-se fazer uma análise para redução de outro conjunto de forma que não se aumentasse o indicador global, visto que a redução mesmo sendo possível não seria interessante para a empresa.

Com esta prerrogativa, o universo de solicitação de reavaliação dos limites dos conjuntos foi restringido. Além do filtro pela heterogeneidade, foram levados em consideração os conjuntos que estivessem em localidades com alguma adversidade que não se estivesse contemplando nos atributos que determinam estes limites. Os conjuntos que entraram na contraproposta da COELBA à ANEEL para elevação dos limites foram os seguintes: Cerrado, Rio Branco, Rio das Éguas, Roda Velha, Tourão, Copec, Feira de Santana II 34,5kV, Mataripe e Sauípe.

Na contraproposta enviada à ANEEL foram levantados e informados os seguintes itens:

a) Limites Propostos pela ANEEL: gráfico do DEC e FEC do Conjunto com os limites vigentes até 2013 e propostos pela ANEEL até 2018

b) Características Comuns aos Conjuntos do Extremo Oeste: detalhamento de características da região geográfica comum ao extremo oeste, os quais fazem

Limite DEC

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parte os conjuntos Cerrado, Rio Branco, Rio das Éguas e Roda Velha.

c) Características do Conjunto: detalhando a subestação que supre o conjunto, distância de alimentadores, especificidades de acesso, atendimento às ocorrências emergenciais etc.

d) Análise dos Critérios da Heterogeneidade e da Distância entre o Valor Real e o Valor Regulatório do Conjunto.

e) Contraproposta quanto aos limites de DEC e FEC para os 09 conjuntos em questão, e proposta para os 07 novos conjuntos.

Abordando-se os limites propostos pela ANEEL, foi elaborado para cada conjunto um gráfico conforme modelo da Fig.2, onde demonstra-se a apuração e os limites dos conjuntos para os anos de 2011 e 2012 (acumulado até set/12), bem como, os limites propostos pela ANEEL para o período de 2014 a 2018 de acordo com metodologia estatística.

Fig.2. DEC e FEC do “Conjunto Cerrado” com limites vigentes até 2013 e propostos pela ANEEL até 2018.

Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA

Conforme a Tabela II, foram demonstrados alguns atributos dos conjuntos selecionados, verificando sua extensão de redes de média tensão e se predominância urbana ou rural. A maioria destes conjuntos é predominantemente rural, com exceção do conjunto Copec que está equilibrado com 53,2% de rede urbana e 46,8% de rede rural. Dentre estes, o conjunto Feira de Santana II 34,5kV tem o maior número de Unidades Consumidoras (UCs) com 59.735.

TABELA II. PRINCIPAIS ATRIBUTOS DOS CONJUNTOS

SELECIONADOS PELA COELBA PARA ELEVAÇÃO DOS LIMITES

CONJUNTO

REDE MT

ÁREA (km2) POT.INST.

(kVA) TOTAL UCs CONS ANO GWh URBANA RURAL km % km % CERRADO 23,40 1,80 1.281,36 98,20 9.956,13 78.077,5 4.144 126.3 RIO BRANCO 0,69 0,10 1.102,17 99,90 17.966,43 32.182,5 1.417 70.4 RIO DAS EGUAS 0,00 0,00 829,49 100,0 20.445,46 26.431 1.177 43.6 RODA VELHA 0,22 0,00 725,79 100,0 5.676,35 28.555 2.157 68.9 TOURÃO 5,49 1,10 486,16 98,90 1.553,74 31.547,5 4.234 110.3 COPEC 94,17 53,20 82,98 46,80 108,10 126.940 20.329 489.0 FEIRA DE SANTANA II 34,5kV 101,8 2,20 4.478,01 97,80 6.393,77 96.142 59.735 84.5 MATARIPE 56,07 31,40 122,41 68,60 194,40 45.022,5 32.304 82.0 SAUÍPE 5,97 1,90 312,07 98,1 554,69 53.382,5 8.256 42.1

Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA (adaptado)

Para os conjuntos Cerrado, Rio Branco, Rio das Éguas e Roda Velha, localizados no extremo Oeste do Estado da Bahia, foram destacadas as seguintes características comuns aos conjuntos desta região:

a) Todas as subestações dessa região, cerrado do Estado, atendem cargas predominantemente agrícolas com sistema de irrigação em larga escala. Assim, as subestações suprem as demandas das extensas fazendas de agronegócios com plantações de algodão, soja etc.

b) Os períodos úmidos e secos bem definidos. No período entre os meses de março a setembro, o clima é seco com aumento significativo das cargas na irrigação e nos processos industriais, como ocorre nas fazendas de algodão. Ao passo que no período entre outubro a fevereiro, o clima é úmido e há incidência de chuvas, algumas vezes fortes, apresentando, também, altíssima incidência de descargas atmosféricas.

c) Nas subestações há dificuldade para se efetivar o controle da energia reativa, razão pela qual todas já são projetadas com capacitores para o período seco e reatores para o período úmido, porquanto as cargas para irrigação e horosazonais inexistem.

d) As estradas são péssimas em todo o extremo Oeste do Estado da Bahia, ademais, as distâncias dos alimentadores são enormes, sendo todos os alimentadores em 34,5 kV.

e) A região tem um enorme potencial de crescimento para os próximos anos, devido a grandes investimentos privados em andamento ou projetados. A Ferrovia Oeste-Leste, para fins de escoamento da produção, é um dos projetos em andamento.

f) A região é caracterizada pela forte incidência de descargas atmosféricas que afeta fortemente o desempenho dos indicadores de continuidade, conforme informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- INPE.

Para demonstrar as peculiaridades dos conjuntos a que se almejava o acréscimo dos limites propostos pela ANEEL, foram elencados pelos responsáveis dos centros de operação do sistema elétrico da COELBA os seguintes aspectos, os quais foram incorporados à carta resposta à ANEEL [8], conforme exemplificado nos conjuntos abaixo:

A. Características do Conjunto Cerrado

O conjunto Cerrado é suprido pela SE Centro Industrial do Cerrado 138kV/34,5kV, através da Linha de transmissão Rio Branco (RBC) / Centro Industrial do Cerrado (CIC). Nesta subestação se encontram as cogerações das usinas de Boa Sorte (40MW com ponto de conexão em 138kV e a usina de Buritirana de 1,5MW conectada em 34,5kV através do alimentador 09X3.)

O conjunto, predominantemente, atende as cargas de 03 (três) municípios do Estado da Bahia: Luis Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. A SE CIC possui 04 (quatro) alimentadores: 09X1, 09X2, 09X3 e 09X4. O alimentador 09X1 atende basicamente consumidores comerciais e industriais do Centro Industrial do Cerrado. O Conjunto CERRADO 0 20 40 60 80 100 120 140 DEC 119,46 40,07 FEC 44,66 19,11 DEC Limite 25 24 23 21 18 16 14 12 FEC Limite 16 14 14 13 12 11 10 9 2011 2012* 2013 2014 2015 2016 2017 2018

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alimentador 09X2 atende parte das cargas urbanas da cidade de Luiz Eduardo Magalhães, e consumidores rurais e industriais, basicamente para beneficiamento do algodão. Os alimentadores 09X3 e 09X4 atendem consumidores rurais, cargas de irrigação (horosazonais) e industriais.

Como característica comum a todas SE’s do extremo Oeste, predomina a dificuldade de acesso devido às péssimas ou inexistência de estradas vicinais, e no difícil acesso às unidades consumidoras em ocorrências noturnas, pois os clientes, temendo assaltos que são comuns na região, impedem o acesso dos técnicos durante a noite. Além disso, a sede municipal mais próxima está a 25km da Subestação de Mundo Verde, a principal do conjunto.

O conjunto Cerrado possui aproximadamente 4.144 unidades consumidoras, e nenhuma sede municipal é atendida por ele. A maioria dos clientes é de irrigantes e o período de maior demanda é de abril a setembro, período seco. A região do conjunto apresenta um índice ceráunico de 40, o que corresponde a 40 descargas atmosféricas dentro de um quilômetro quadrado por ano. A extensão de sua rede em média tensão é de aproximadamente 1.305 km.

B. Características do Conjunto Copec (Companhia Petroquímica de Camaçari)

O conjunto é suprido por uma subestação de 69/34,5kV, SE Copec, com 07 alimentadores e uma subestação de 34,5/13,8kV, SE Mata de São João, com 02 alimentadores. Os alimentadores da SE Copec e da SE Mata de São João atendem as sedes municipais de Dias D’Ávila e Mata de São João, bem como, os povoados e vasta zona rural desses municípios. O conjunto Copec abrange uma área geográfica de cerca de 500 km2.

Além do misto de características urbanas e rurais, o conjunto Copec também é constituído por muitas indústrias dispersas por todo conjunto. As atividades industriais em sua maioria são ligadas à indústria do petróleo e seus derivados, originando muita poluição que interfere nas características dos isoladores da rede elétrica.

Cerca de 80% das unidades consumidoras do conjunto Copec são supridas por alimentadores em 34,5kV, incluindo as zonas urbanas. O padrão de construção de uma rede elétrica em 34,5kV é praticamente o mesmo da rede elétrica em 13,8kV, diferenciando-se basicamente pela classe de tensão dos isoladores. Em função das suas características construtivas e elétricas, os alimentadores em 34,5kV apresentam uma maior susceptibilidade a defeitos.

C. Características do Conjunto Feira de Santana II 34,5kV O conjunto é suprido pelo barramento de 34,5kV da Subestação Feira II (69/34,5/13,8kV). Do barramento de 34,5kV da SE Feira II derivam 04 alimentadores que atendem a 07 subestações 34,5/13,8kV, sendo estas: Anguera, Bravo, Serra Preta, Ipirá, Pintadas, Santo Estevão e Antônio Cardoso que suprem uma grande quantidade de cargas em 34,5kV. As cargas em 13,8kV são atendidas por 16 alimentadores.

O conjunto Feira II 34,5kV é constituído pelas sedes municipais de Anguera, Serra Preta, Ipirá, Pintadas, Antônio Cardoso e Santo Estevão, bem como uma gigantesca zona rural destes municípios e zonas rurais dos municípios Feira de

Santana, Riachão do Jacuípe, Rafael Jambeiro e Capela do Alto Alegre.

O conjunto Feira II 34,5kV possui uma quantidade muito grande de consumidores em zonas rurais distantes e com acessos difíceis. Grande parte dos alimentadores localiza-se em áreas com muita vegetação e distantes de estradas e vias, acarretando maior demora e dificuldades no atendimento às ocorrências. O conjunto Feira II abrange uma área geográfica de cerca de 15.000km2. Da subestação Feira II à subestação

Pintadas a distância é de aproximadamente de 140km. Em resumo, o conjunto pode ser caracterizado com um conjunto rural devido a sua grande extensão de redes rurais em relação às urbanas.

D. Características do Conjunto Mataripe

O conjunto é suprido por uma subestação 69/13,8kV, SE Mataripe, com 07 alimentadores. Os alimentadores da SE Mataripe atendem cargas urbanas, rurais e industriais. Alguns alimentadores da SE Mataripe atendem a um grande número de ilhas: Ilha de Maré, Bom Jesus, das Vacas, Bimbara, etc. O conjunto Mataripe abrange uma área geográfica de cerca de 300km2.

Os alimentadores que atendem as ilhas são aéreos e passam por áreas de difícil acesso no continente (mangues e areais). As travessias marítimas, entre continente e entre ilhas, também são aéreas. Em função da localização e das próprias características construtivas dos alimentadores que atendem as ilhas, as condições de manutenção são extremamente dificultadas. O deslocamento entre as ilhas é feito por barcos que funcionam em regime descontínuo e só até 17 horas. Em condições de emergência após as 17 horas, enfrenta-se dificuldades para conseguir barco para proceder as inspeções e manutenções necessárias.

E. Características do Conjunto Sauípe

O conjunto Sauípe atende cargas ao longo do litoral Norte da Região Metropolitana de Salvador, atendendo uma série de povoados, condomínios, hotéis e praias. Os alimentadores passam por áreas densamente arborizadas de matas e áreas de preservação permanente com acessos difíceis, com travessias de riachos, mangues e dunas. O conjunto Sauípe abrange uma área geográfica de cerca de 1.600km2.

Devido à proximidade do litoral, os alimentadores do conjunto Sauípe sofrem um processo de deterioração acelerado pela agressividade da poluição salínica, pois o litoral Norte apresenta um grau de salinidade muito elevado. O conjunto Sauípe possui uma quantidade muito grande de rede em 34,5kV, apresentando uma grande susceptibilidade a defeitos. Em resumo, o conjunto pode ser caracterizado com um conjunto rural devido a sua grande extensão de redes rurais em relação às urbanas.

F. Análise do Critério dos Conjuntos Definidos por Benchmarking com Heterogeneidade Superior a 20% Essencialmente, os limites dos indicadores de continuidade de um conjunto são obtidos a partir do benchmarking de um grupo de conjuntos considerados semelhantes. Essa semelhança é determinada pelo nível de heterogeneidade entre os conjuntos. Com base nos atributos dos conjuntos

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(basicamente área do conjunto, extensão de rede, número de consumidores e consumo), são apurados, por meio de distância euclidiana (distância de similaridade), aqueles que seriam semelhantes entre si, sendo que o critério dessa semelhança é uma heterogeneidade máxima de 20%.

Com relação à proposta da ANEEL foi avaliado cada conjunto quanto à heterogeneidade, resultando que dos 194 conjuntos que a COELBA tinha até 2013, 42 tiveram o seu limite regulatório estabelecido por conjuntos cuja heterogeneidade foi superior a 20%.

Pelo critério de heterogeneidade máxima de 20% permitida pela ANEEL, foram levantados os conjuntos que tinham este valor ultrapassado. Dos 09 conjuntos da Tabela III, 07 tiveram sua heterogeneidade média e máxima muito acima dos 20%, onde o conjunto Mataripe não teve destacado este valor, pois não era justificativa para alteração dos limites propostos e o conjunto Feira de Santana II 34,5kV ficou um pouco acima dos 20%.

TABELA III. CONJUNTOS BENCHMARK DOS CONJUNTOS SELECIONADOS PELA COELBA.

CONJUNTO COELBA

CONJUNTO BENCHMARK

(CONCESSIONÁRIA) HETEROGENEIDADE

DEC FEC MÉDIA MÁXIMA

CERRADO

São Jose Rio Preto 1 (CPFL-Paulista)

São Jose Rio Preto 1

(CPFL-Paulista) 81,13% 85,55%

RIO

BRANCO (Eletropaulo) Tamboré Granja Julieta (Eletropaulo) 128,94% 136,61% RIO DAS

EGUAS UH Queimado (CEMIG-D ) (COELBA) Curaçá 62,65% 66,63% RODA VELHA Ribeirão Preto 12-Sul (CPFL-Paulista) Campinas 11-Barao Geraldo (CPFL-Paulista) 40,94% 43,56%

TOURAO (CPFL-Paulista) Jardinópolis 1 (COSERN) Pipa 58,22% 67,61% COPEC Distrito Industrial II

(COELCE ) Paratibe I (CELPE) 52,98% 60,43% FEIRA DE SANTANA II 34,5kV Almenara

(CEMIG-D ) (CEMIG-D ) Ponte Nova 22,54% 25,71% MATARIPE (ELEKTRO) Itanhaem II Camaragibe (CELPE) - -

SAUIPE Alvorada (LIGHT) (ELETROPAULO) Sabará 50,65% 60,71%

Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA (adaptado).

G. Critério da Distância Entre o Valor Real e o Valor Regulatório

Neste item foi mostrado que para o DEC, com base do apurado em 2011, existiam 136 conjuntos acima do limite regulatório estabelecido para 2014 e que para o indicador FEC existiam 80 conjuntos nessa condição. Quanto ao indicador DEC, foram verificados que 32 conjuntos teriam uma redução de 50% ou mais no primeiro ano, isto é, em 2014 em relação ao valor apurado em 2011. Foram destacados também os 20 conjuntos mais críticos com relação ao DEC, sendo que, para estes conjuntos, os limites do primeiro ano ficariam com valores de 55,70% a 89,22% inferiores ao realizado no ano de 2011. Foi feita a mesma análise para o FEC, sendo que, para os 20 conjuntos mais críticos, os limites do primeiro ano ficariam com valores de 40,96 % a 70,66 % inferiores ao realizado no ano de 2011.

H. Trajetória de Declividade

Para cada conjunto também foi destacado o indicativo da trajetória de declividade que se constituísse mais uma

justificativa para a argumentação à ANEEL sobre a adequação dos limites propostos. Esta declividade se caracteriza pela variação do DEC e FEC de 2014 em relação a 2018, conforme resume a Tabela IV, somente para os conjuntos que foram propostos mudanças (Considerada de forte declividade a variação maior que 25%).

TABELA IV. TRAJETÓRIA DE DECLIVIDADE 2014/2018 PROPOSTA PELA ANEEL.

DECLIVIDADE ENCONTRADA NA PROPOSTA PELA ANEEL 2014/2018

CONJUNTO DEC FEC TRAJETÓRIA DE DECLIVIDADE

CERRADO 43% 31% Forte

RIO BRANCO 36% 38% Forte

RIO DAS

EGUAS 25% 31% Forte

RODA VELHA 55% 44% Forte

TOURAO 17% 22% Acentuada (Média)

COPEC 31% 33% Forte

FEIRA DE SANTANA II

34,5kV 29% 29% Forte

MATARIPE 21% 20% Acentuada (Média)

SAUIPE 45% 40% Forte

Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA (adaptado).

IV.ANÁLISE DOS RESULTADOS

Baseada nas análises dos dados alicerçados nos critérios do Grau Máximo de Heterogeneidade e da Distância entre o Valor Regulatório e o Valor Real, a COELBA propôs tecnicamente a elevação dos limites para o DEC do ciclo de 2014-2018 conforme constantes na Tabela V, e para os novos conjuntos, baseados nos conjuntos de origem, os valores que constam na Tabela VI.

TABELA V – PROPOSTA COELBA PARA LIMITES DEC 2014-2018.

PROPOSTA CONJUNTO DE UNIDADES CONSUMIDORAS DEC (HORAS) Nº DE UC's 2014 2015 2016 2017 2018 ANEEL CERRADO 21 18 16 14 12 3.718 COELBA CERRADO 21 21 21 21 21 4.144 ANEEL RIO BRANCO 22 19 17 15 14 1.422 COELBA RIO BRANCO 22 22 22 22 22 1.417 ANEEL RIO DAS EGUAS 28 26 24 22 21 1.134 COELBA RIO DAS EGUAS 28 28 28 28 28 1.177 ANEEL RODA VELHA 31 25 21 17 14 2.029 COELBA RODA VELHA 31 31 31 31 31 2.157 ANEEL TOURAO 12 11 11 10 10 4.308 COELBA TOURAO 12 12 11 11 11 4.234 ANEEL COPEC 16 15 13 12 11 20.615 COELBA COPEC 16 16 15 15 14 20.329 ANEEL FEIRA DE SANTANA II 34,5kV 24 22 20 19 17 63.157 COELBA FEIRA DE SANTANA II 34,5kV 24 23 22 21 20 59.735 ANEEL MATARIPE 14 13 12 12 11 33.172 COELBA MATARIPE 14 14 14 14 14 32.304 ANEEL SAUIPE 20 17 15 13 11 8.770 COELBA SAUIPE 21 19 18 16 15 8.256

Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA (adaptado).

TABELA VI – PROPOSTA COELBA PARA LIMITES NOVOS CONJUNTOS.

CONJUNTO NOVO 2014 2015 DEC Proposto 2016 2017 2018 2014 2015 FEC Proposto 2016 2017 201 8

CENTRO INDUSTRIAL DE FEIRA DE

SANTANA

10 10 9 9 9 7 7 7 7 7

CÍCERO DANTAS III 27 25 24 22 21 15 14 12 11 10 CIPÓ 22 21 21 20 20 13 12 11 11 10 DISTRITO INDUSTRIAL DE JUAZEIRO 12 11 11 10 10 10 9 9 8 8 PATAMARES 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 RETIRO 9 9 9 8 8 6 6 6 5 5 TERRA NOVA 27 25 23 21 20 13 12 11 10 9 Fonte: Carta SRE 173[8] COELBA.

(6)

V.CONCLUSÃO

A ANEEL, através de Nota Técnica em 2013 [4]-[6], apresentou os procedimentos e a metodologia utilizada para o estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade coletivos DEC e FEC dos conjuntos de unidades consumidoras da COELBA para o período de 2014 a 2018, pois seriam submetidos à audiência pública juntamente com a revisão tarifária da distribuidora. Neste documento também teve analisada a manifestação da distribuidora quanto à proposta de limites, de forma a considerar eventuais questões diversas da área de concessão da COELBA, não visualizadas pelo modelo matemático.

A ANEEL sinalizou positivamente para a solicitação da COELBA para a criação de sete novos conjuntos de unidades consumidoras, denominados Centro Industrial de Feira de Santana, Cicero Dantas III, Cipó, Distrito Industrial de Juazeiro, Patamares, Retiro e Terra Nova. A criação de tais conjuntos se justificou pela instalação de novas subestações na área de concessão da distribuidora e tiveram suas propostas de acordo com os critérios de formação de conjuntos definidos no PRODIST [1].

Considerando-se as análises dos limites vigentes em 2013 e propostos para 2018 dos conjuntos da COELBA, ficou evidenciado e consolidado deste processo de avaliação, de que para o DEC, verifica-se que não haverá mais conjuntos com limites superiores a 28 em 2018. Já para o FEC, não haverá mais conjuntos com limites superiores a 14 nesse mesmo ano. Verifica-se que a proposta para o período de 2014 a 2018 irá reduzir a distância entre os limites dos conjuntos, levando a uma maior uniformização da continuidade prestada pela Concessionária aos seus consumidores.

Ressalta-se que é muito importante a avaliação criteriosa dos limites propostos pela ANEEL, pois nem sempre o modelo matemático consegue captar as peculiaridades das áreas a serem atendidas por estes indicadores de qualidade. Os critérios de contestação devem estar bem embasados e com comprovações físicas e estatísticas de que o modelo utilizado não representou adequadamente um dado conjunto.

A ANEEL analisou a manifestação da COELBA quanto à proposta de limites, de forma a considerar eventuais questões diversas da área de concessão da distribuidora, não visualizadas pelo modelo matemático. A avaliação deste documento pela COELBA foi positiva. Dos 09 conjuntos que a distribuidora solicitou alteração, houve aceite na íntegra de 04 conjuntos (Copec, Feira de Santana II 34,5kV, Sauípe e Tourão). Para os demais conjuntos (Cerrado, Rio Branco, Rio das Éguas, Roda Velha e Mataripe) foram aceitos limites menores.

Dos 07 novos conjuntos, a ANEEL aceitou na íntegra a proposta da COELBA para 06 (seis) deles - Centro Industrial de Feira de Santana, Cícero Dantas III, Cipó, Distrito Industrial de Juazeiro, Retiro e Terra Nova, ficando somente o Conjunto Patamares com o mesmo limite do Conjunto São Cristóvão, pois foi este que cedeu a maior quantidade de carga para este novo conjunto. Isto foi motivado pelos conjuntos da Região Metropolitana que têm limites mais baixos, e em especial este conjunto que praticamente derivou todo do conjunto existente São Cristóvão.

Em síntese, a análise apresentada pela COELBA trouxe um cenário limitado quanto às possibilidades de alterações dos limites de continuidade dos conjuntos de unidades

consumidoras, em face da restrição do órgão regulador em alterar o limite global da Concessionária. Apesar desta prerrogativa, o resultado deste processo de avaliação foi positivo.

VI.REFERÊNCIAS

[1] PRODIST. Procedimentos de distribuição de energia elétrica no sistema elétrico nacional, módulo 8 qualidade da energia. Revisão 4. 2011. Disponível em <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em 29 nov.2014 [2] ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA: Resolução

n.º 024, de 27 de janeiro de 2000. Estabelece as disposições relativas à continuidade da distribuição de energia elétrica às unidades consumidoras.. Disponível em <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em 30 nov.2014.

[3] ______: Resolução Normativa nº 424/2010, de 17 de dezembro de 2010. Aprova a Revisão 2 dos Módulos 1, 2, 3, 5, 6, e 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST, e dá outras providências. <Disponível em http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2010424.pdf>. Acesso em 13 dez.2014.

[4] ______: Ofício n° 0353/2012-SRD/ANEEL de Brasília, de 8 de outubro de 2012. Assunto: Estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade DEC e FEC.

[5] ______: Nota Técnica n.º 00003, de 14 de janeiro de 2013. Estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade DEC e FEC dos conjuntos da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA, para o período de 2014 a 2018.

[6] ______: Nota Técnica n° 0087/2013-SRD/ANEEL, de 03 de abril de 2013. Análise das contribuições da Audiência Pública nº 006/2013 relativas ao estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade DEC e FEC dos conjuntos da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA, para o período de 2014 a 2018. Disponível em http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2013/006/resultad o/nota_tecnica_0087_srd_dec-fec_coelba.pdf>. Acesso em 13 dez.2014. [7] COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia: Relatório de

Sustentabilidade 2013. Disponível em:

<http://www.coelba.com.br/Sustentabilidade/Documents/relatorios/RS-coelba-2013-30ABR.PDF>. Acesso em 15 nov. 2014.

[8] ______: Carta SRE-173, 21 de novembro de 2012, Estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade DEC e FEC dos conjuntos de unidades no período de 2014 - 2018.

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