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Uma proposta no desenvolvimento de vestuários para o homem contemporâneo

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Academic year: 2021

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THIAGO CASTRO MELO BRITO

UMA PROPOSTA NO DESENVOLVIMENTO DE

VESTUÁRIOS PARA O HOMEM CONTEMPORÂNEO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2017

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UMA PROPOSTA NO DESENVOLVIMENTO DE

VESTUÁRIOS PARA O HOMEM CONTEMPORÂNEO

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Apucarana, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo.

Orientador: Prof. Celso Tetsuro Suono

APUCARANA 2017

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CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 246

Uma proposta no desenvolvimento de vestuários para o homem contemporâneo

por

THIAGO CASTRO MELO BRITO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos vinte e dois dias do mês de junho do ano de dois mil e dezessete, às vinte horas e trinta minutos, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

_____________________________________________________________ PROFESSOR CELSO SUONO – ORIENTADOR

______________________________________________________________ PROFESSORA ANA CLAUDIA ABREU – EXAMINADORA

______________________________________________________________ PROFESSORA LIVIA MARSARI PEREIRA – EXAMINADORA

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Dedico esse trabalho aos meus pais, Mauro e Mercês, por todo apoio e por nunca deixarem que eu desista dos meus sonhos.

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Agradeço à Deus pela oportunidade de trabalho e por me dar forças para seguir em frente, e à toda minha família pelo apoio constante, em especial à minha mãe por ser um exemplo de persistência, determinação, coragem e o principal, por nunca deixar que eu desistisse no meio do caminho e que nunca me faltasse amor. Ao meu pai por ser um guerreiro e ter feito o que pôde para me ajudar nessa jornada. Aos meus avós pelo carinho e amor e por terem contribuído na formação de quem sou hoje como ser humano e aos meus irmãos pelo companheirismo e paciência.

Agradeço ao meu orientador o prof. Celso por ter sido um orientador ímpar, melhor impossível, um profissional dedicado e que ama a função que exerce. Profissional esse que me orgulho de ter tido a oportunidade de poder trabalhar junto nessa fase do meu projeto e também em outros projetos durante minha jornada acadêmica. E obrigado novamente por não ter deixado com que eu não desistisse quando achei que não tinha condições de continuar com o projeto.

Agradeço a todos os professores que contribuíram para minha formação durante minha caminhada na UTFPR.

Agradeço também às assistentes sociais do câmpus Apucarana Michele e Riciele pela oportunidade única de executar o projeto de protagonismo estudantil em que tive a honra de poder descobrir outros conhecimentos e poder entender melhor o outro lado da situação e, principalmente, por me ajudar a me tornar um cidadão mais político e justo.

Agradeço também aos meus amigos de vida pela paciência e por me amparar nos momentos difíceis. Me desculpem pela ausência, ela foi por uma boa causa. Gostaria de citar um a um, mas por medo de esquecer alguém, todos sabem que estou falando de vocês.

Agradeço aos amigos que a universidade me deu (...e olha que não foram poucos!), em especial à Mirian e à Cristiany que se fizeram presentes em todos os momentos. Irei levá-los junto comigo para o resto da minha vida.

Agradeço a todos os amigos do “Mont Blanc” que aqui fiz por dividirem os momentos mais felizes dessa jornada. Agradeço à Nathalia, Maiara, Werlen,

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Agradeço ao Anderson Bernardo pelo apoio incondicional nos momentos que precisei desabafar e, principalmente, contribuindo para a execução do ensaio fotográfico do projeto. Sem você esse projeto não teria sido o mesmo.

Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização, pois acredito que o universo da moda não se faz por uma única pessoa e, sim, pela contribuição de vários profissionais.

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homem contemporâneo. 2017. 168 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso II) – Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana, 2017.

O presente projeto tem como finalidade apresentar uma proposta diferenciada para o vestuário do homem contemporâneo. Por meio de revisão de literatura, apresenta uma retrospectiva sobre a evolução da moda masculina ao longo dos tempos, aborda o atual papel do homem diante da sociedade e pontua os desejos do público masculino que surgem em relação à moda. Ao observar esse atual comportamento no que diz respeito às novas necessidades na era globalizada, o estudo traz reflexões quanto à concepção desse novo homem que se constrói, com a proposição de uma coleção de vestuários com estética diferenciada para atender os anseios de consumo desse novo perfil de público.

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contemporary man. 2017. 168 p. Monography (Completion Work Course II) – Superior Course in Technology in Fashion Design, Federal Technological University of Parana. Apucarana, 2017.

The present project aims to present a differentiated proposal for contemporary men's clothing. Through a literature review, he presents a retrospective on the evolution of men's fashion through the ages, discusses the current role of man in the face of society and punctuates the desires of the male public that emerge in relation to fashion. In observing this current behavior with regard to the new needs in the globalized era, the study brings reflections on the conception of this new man that is built, with the proposition of a collection of garments with aesthetic differentiated to meet the yearnings of consumption of this new profile of public.

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Figura 1 - Modelos de gibão ... 22

Figura 2 - Codpiece, braguette ou porta-pênis ... 22

Figura 3 - Rufo usado na indumentária masculina ... 23

Figura 4 - Rei Luís XIV da França ... 23

Figura 5 - Culotte ou rhingrave ... 24

Figura 6 - Gilet (centro) e as transformações dos trajes no final do século XVII ... 24

Figura 7 - A simplificação dos trajes masculinos no século XVIII ... 25

Figura 8 - George Bryan Brummel, o primeiro dândi da Inglaterra ... 26

Figura 9 - Moda masculina das décadas de 1920 (esquerda) e de 1940 (direita)... 26

Figura 10 - Os atores Marlon Brando (esquerda) e James Dean (direita) ... 27

Figura 11 - Elvis Presley com seus looks extravagantes ... 27

Figura 12 - Camisa floral usada por Jeff Beck, da Banda The Yerbirds ... 28

Figura 13 - Jimi Hendrix no festival Woodstock... 28

Figura 14 - Grupo musical Village People ... 29

Figura 15 - John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite” ... 29

Figura 16 - Saia para homens lançado por Jean Paul Gaultier na década de 80 ... 30

Figura 17 - O estilo grunge de Kurt Cobain, vocalista da banda Nirvana ... 31

Figura 18 - Wu-Tang Clan e a influência da moda hip-hop nos anos 90 ... 31

Figura 19 - Tops croppeds para homens ... 32

Figura 20 - Camisetas longline para homens ... 32

Figura 21 - Campanha “Find Your Magic” da Axe ... 35

Figura 22 - Campanha “Dia dos Misturados” da C&A ... 36

Figura 23 - Coleção inverno/2016 de Rick Owens ... 37

Figura 24 - Lumbersexual... 37

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Figura 28 - Imagem do público alvo ... 67

Figura 29 - Exposição "Mad About The Boy" ... 70

Figura 30 - Handmade (texturas e bordados)... 71

Figura 31 - Família de nômades no deserto do Saara ... 73

Figura 32 - Himbas, um dos últimos povos nômades da África... 73

Figura 33 - Imagem microscópica dos dentículos orais de tubarão ... 74

Figura 34 - Tromba de mariposa (foto com a técnica de microscopia confocal) ... 74

Figura 35 - Seção microscópica de uma folha ... 74

Figura 36 - Células microscópicas da espécie Bazzania Fflaccida ... 75

Figura 37 - Shapes ... 76

Figura 38 - Painel semântico ... 78

Figura 39 - Cartela de cores ... 79

Figura 40 - Cartela de materiais ... 80

Figura 41 - Cartela de texturas ... 81

Figura 42 - Cartela de materiais para bordados ... 82

Figura 43 - Geração de alternativas (look 01) ... 83

Figura 44 - Geração de alternativas (look 02) ... 84

Figura 45 - Geração de alternativas (look 03) ... 85

Figura 46 - Geração de alternativas (look 04) ... 86

Figura 47 - Geração de alternativas (look 05) ... 87

Figura 48 - Geração de alternativas (look 06) ... 88

Figura 49 - Geração de alternativas (look 07) ... 89

Figura 50 - Geração de alternativas (look 08) ... 90

Figura 51 - Geração de alternativas (look 09) ... 91

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Figura 55 - Geração de alternativas (look 13) ... 95

Figura 56 - Geração de alternativas (look 14) ... 96

Figura 57 - Geração de alternativas (look 15) ... 97

Figura 58 - Geração de alternativas (look 16) ... 98

Figura 59 - Geração de alternativas (look 17) ... 99

Figura 60 - Geração de alternativas (look 18) ... 100

Figura 61 - Geração de alternativas (look 19) ... 101

Figura 62 - Geração de alternativas (look 20) ... 102

Figura 63 - Geração de alternativas (look 21) ... 103

Figura 64 - Sequência da coleção ... 104

Figura 65 - Ficha técnica: colete (look 01) - página 01 ... 105

Figura 66 - Ficha técnica: colete (look 01) - página 02 ... 106

Figura 67 - Ficha técnica: colete (look 01) - página 03 ... 107

Figura 68 - Ficha técnica: regata (look 01) - página 01 ... 108

Figura 69 - Ficha técnica: regata (look 01) - página 02 ... 109

Figura 70 - Ficha técnica: regata (look 01) - página 03 ... 110

Figura 71 - Ficha técnica: short (look 01) - página 01 ... 111

Figura 72 - Ficha técnica: short (look 01) - página 02 ... 112

Figura 73 - Ficha técnica: short (look 01) - página 03 ... 113

Figura 74 - Ficha técnica: top cropped (look 03) - página 01 ... 114

Figura 75 - Ficha técnica: top cropped (look 03) - página 02 ... 115

Figura 76 - Ficha técnica: top cropped (look 03) - página 03 ... 116

Figura 77 - Ficha técnica: short de tela (look 03) – página 01 ... 117

Figura 78 - Ficha técnica: short de tela (look 03) - página 02 ... 118

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Figura 82 - Ficha técnica: hotpants (look 03) - página 03 ... 122

Figura 83 - Ficha técnica: camisa de tela (look 04) - página 01 ... 123

Figura 84 - Ficha técnica: camisa de tela (look 04) - página 02 ... 124

Figura 85 - Ficha técnica: camisa de tela (look 04) - página 03 ... 125

Figura 86 - Ficha técnica: carrot pants (look 04) - página 01 ... 126

Figura 87 - Ficha técnica: carrot pants (look 04) - página 02 ... 127

Figura 88 - Ficha técnica: carrot pants (look 04) - página 03 ... 128

Figura 89 - Ficha técnica: camisa regata drapeada (look 07) - página 01 ... 129

Figura 90 - Ficha técnica: camisa regata drapeada (look 07) - página 02 ... 130

Figura 91 - Ficha técnica: camisa regata drapeada (look 07) - página 03 ... 131

Figura 92 - Ficha técnica: saia lápis (look 07) - página 01 ... 132

Figura 93 - Ficha técnica: saia lápis (look 07) - página 02 ... 133

Figura 94 - Ficha técnica: saia lápis (look 07) - página 03 ... 134

Figura 95 - Ficha técnica: camiseta assimétrica (look 21) - página 01 ... 135

Figura 96 - Ficha técnica: camiseta assimétrica (look 21) - página 02 ... 136

Figura 97 - Ficha técnica: camiseta assimétrica (look 21) - página 03 ... 137

Figura 98 - Ficha técnica: calça skinny (look 21) - página 01 ... 138

Figura 99 - Ficha técnica: calça skinny (look 21) - página 02 ... 139

Figura 100 - Ficha técnica: calça skinny (look 21) - página 03 ... 140

Figura 101 - Prancha look 01 ... 141

Figura 102 - Prancha look 03 ... 141

Figura 103 - Prancha look 04 ... 142

Figura 104 - Prancha look 07 ... 142

Figura 105 - Prancha look 21 ... 143

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Figura 109 - Look confeccionado (look 07) ... 145

Figura 110 - Look confeccionado (look 21) ... 146

Figura 111 - Catálogo capa ... 147

Figura 112 - Catálogo página 01 ... 147

Figura 113 - Catálogo página 02 ... 148

Figura 114 - Catálogo página 03 ... 148

Figura 115 - Catálogo página 04 ... 149

Figura 116 - Catálogo página 05 ... 149

Figura 117 - Catálogo página 06 ... 150

Figura 118 - Catálogo página 07 ... 150

Figura 119 - Catálogo página 08 ... 151

Figura 120 - Catálogo página 09 ... 151

Figura 121 - Catálogo página 10 ... 152

Figura 122 - Catálogo página 11 ... 152

Figura 123 - Catálogo página 12 ... 153

Figura 124 - Catálogo página 13 ... 153

Figura 125 - Catálogo página 14 ... 154

Figura 126 - Catálogo contracapa ... 154

Figura 127 - Make-up e hair (primeiro momento) ... 155

Figura 128 - Make-up e hair (segundo momento) ... 156

Figura 129 - Letra e tradução da música “Cry For The Moon” ... 157

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Gráfico 1 - Resultados da primeira pergunta ... 41

Gráfico 2 - Resultados da segunda pergunta ... 42

Gráfico 3 - Resultados da terceira pergunta ... 42

Gráfico 4 - Resultados da quarta pergunta ... 43

Gráfico 5 - Resultados da quinta pergunta ... 43

Gráfico 6 - Resultados da sexta pergunta ... 45

Gráfico 7 - Resultados da sétima pergunta ... 46

Gráfico 8 - Resultados da oitava pergunta ... 46

Gráfico 9 - Resultados da nona pergunta ... 47

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1 INTRODUÇÃO ... 18 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 19 1.2 OBJETIVOS ... 19 1.2.1 Objetivo Geral ... 19 1.2.2 Objetivos Específicos ... 19 1.3 JUSTIFICATIVA ... 20 1.4 HIPÓTESE ... 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 21

2.1 EVOLUÇÃO DA MODA MASCULINA ... 21

2.2 COMPORTAMENTO DE CONSUMO MASCULINO ... 32

2.3 DESIGN DE SUPERFÍCIE ... 38

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 40

3.2 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ... 40

3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ... 40

3.4 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA ... 41

3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO ... 41

3.6 PESQUISA EXPERIMENTAL ... 49 4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 63 4.1 EMPRESA ... 63 4.1.1 Nome da Empresa ... 63 4.1.2 Porte ... 63 4.1.3 Marca ... 63 4.1.4 Conceito da Marca ... 64 4.1.5 Segmento ... 65

4.1.6 Sistema, Distribuição e Pontos de Venda ... 65

4.1.7 Concorrentes (Diretos e Indiretos) ... 65

4.1.8 Preços Praticados ... 66 4.2 PÚBLICO ALVO ... 67 4.2.1 Perfil do Consumidor ... 68 4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS ... 69 4.3.1 Macrotendências (Socioculturais) ... 69 4.3.2 Microtendências (Estéticas) ... 71 5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 72 5.1 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO ... 72 5.1.1 Conceito da Coleção ... 72 5.1.2 Nome da Coleção ... 72 5.1.3 Referências da Coleção ... 72 5.1.4 Cores ... 75 5.1.5 Materiais ... 75

5.1.6 Materiais para Bordados ... 76

5.1.7 Formas e Estruturas (Shapes) ... 76

5.1.8 Mix da Coleção ... 77

5.2 PAINEL SEMÂNTICO ... 78

5.3 CARTELA DE CORES ... 79

5.4 CARTELA DE MATERIAIS ... 80

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5.9 PRANCHAS DOS LOOKS ... 141

5.10 LOOKS CONFECCIONADOS (LOOKBOOK) ... 144

6 CATÁLOGO ... 147

7 PLANEJAMENTO DO DESFILE ... 155

7.1 PLANEJAMENTO DO MAKE-UP E HAIR ... 155

7.2 TRILHA SONORA DO DESFILE ... 157

7.3 SEQUÊNCIA DA ENTRADA DOS MODELOS PARA O DESFILE ... 158

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 159

REFERÊNCIAS ... 160

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1 INTRODUÇÃO

A moda masculina acompanha a evolução da indumentária desde os primórdios. Homens das cavernas estabeleciam ligações de prioridade na estética, e por vezes, a história designa o homem como personagem principal de apropriação da vestimenta.

Durante anos o homem se ornamentava muito mais do que as mulheres. Fazia o uso de maquiagens, perucas, saias, sapatos de saltos altos, e mesmo causando um certo estranhamento, a ligação da vaidade dos homens era estabelecida por meio das questões comportamentais relacionadas à nobreza, ou seja, quanto mais ornamentados eram, mais valores agregados eles possuíam.

Com o passar do tempo o vestuário masculino adquiriu outros valores e significados, em que a posição social do homem se encontrava no estabelecimento de seu prestígio diante das pessoas. A indumentária passou a ser classificada em duas vertentes principais: uma para o ‘trabalho’ e outra para o ‘lazer’.

O desenvolvimento e o sucesso profissional do homem passaram a ser considerados como afirmação patriarcal da sua masculinidade e essas influências se mantiveram até os dias de hoje. Por outro lado, com o passar dos anos os conceitos tomaram novos rumos e o homem da era atual apresenta outros interesses em relação aos assuntos que envolvem o universo da moda e da beleza.

Dessa maneira, empresas de cosméticos cada vez mais apostam no lançamento de produtos com enfoque exclusivo para a ala masculina e o uso desses produtos revela importantes mudanças no comportamento de consumo do homem contemporâneo, que resgata lembranças e hábitos de vaidade comuns de homens que viveram em séculos passados.

Dado a esse novo comportamento e as novas necessidades de consumo do homem contemporâneo, o presente trabalho propõe a criação de uma marca para o desenvolvimento de vestuários no segmento masculino que possam atender aos anseios diferenciados de estética por meio de produtos de moda que contemplem a expressão de identidade desse novo indivíduo que se constrói no meio social.

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1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Como contemplar os anseios e atender as necessidades do homem contemporâneo a partir do seu novo comportamento de consumo dentro sociedade, com a oferta de produtos de moda que tenham uma estética diferenciada e ainda pouco vista no mercado brasileiro?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Criar uma marca de moda e desenvolver uma coleção de vestuários com estética diferenciada que atenda e satisfaça as novas necessidades de consumo do homem contemporâneo.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Fazer revisão de literatura sobre a evolução da moda masculina.

- Identificar as mudanças de comportamento e o estilo do homem moderno. - Apresentar o novo perfil de público masculino e seus anseios sobre a moda.

- Realizar pesquisa de campo para verificar as novas necessidades de consumo do homem contemporâneo.

- Propor um estilo autêntico nos vestuários e que destaque a identidade do homem na sua nova maneira de se vestir.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Toda sociedade percorre caminhos para a constante evolução. Observa-se que os homens da era moderna se encontram em situação de mudanças, em virtude do novo estilo de vida e do comportamento de consumo no mercado.

Ao contrário do que era visto em décadas passadas não muito distantes, observa-se que o homem tem buscado cada vez mais por um estilo próprio que o destaque como indivíduo diante da sociedade. E a seu favor usa a moda como instrumento para determinar e estabelecer sua personalidade.

Contudo, na maioria dos casos, verifica-se ainda que as empresas de moda continuam investindo em estruturas de roupas mais clássicas e tradicionais em suas modelagens, evitando assim ousar na transformação da estética do vestuário masculino, o que muitas vezes deixa de atender as reais necessidades de consumo do homem contemporâneo.

Dessa maneira, esse estudo se justifica considerando a escassez de marcas e a demanda potencial de mercado existente para atender ao novo perfil de público masculino da era globalizada.

1.4 HIPÓTESE

O uso de formas inusitadas para as estruturas de modelagens nas peças, a articulação manual das matérias-primas propondo efeitos de texturas nos tecidos e a utilização de técnicas artesanais de acabamentos como os bordados em pedrarias poderiam servir como suportes para a proposição de uma estética diferenciada ao vestuário masculino, de modo que atendesse aos anseios de consumo do homem contemporâneo, contemplando assim a expressão de sua identidade diante da sociedade ao qual se insere.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 EVOLUÇÃO DA MODA MASCULINA

A indumentária utilizada em uma certa época sempre revelou os hábitos e os costumes de uma sociedade. De acordo com Nery (2003, p. 72), se para as mulheres as vestimentas possuíam um papel para apenas exibir seus encantos, para os homens as roupas funcionavam como instrumentos para afirmarem sua masculinidade no meio social.

Nos séculos passados era costume o homem se ornamentar de troféus para mostrar sua superioridade como líder diante de outros homens e, também, como autoridade diante da mulher. Normalmente, esses troféus eram representados por perucas, joias, tecidos valiosos e outros tipos de adereços.

A partir do século XIV as roupas sofreram grandes mudanças, pois o valor estético passou a ser considerado como mais importante do que a finalidade utilitária das vestimentas. As roupas femininas e masculinas passaram a ser diferenciadas entre si, com mudanças percebidas na conformação de suas estruturas. O vestuário masculino passou a ficar mais elegante em comparação às roupas das mulheres. Foi nesse período que o corpo masculino ficou evidenciado e passou a ser mais valorizado pela nova maneira de se vestir (POLLINI, 2007).

Aí está o conceito de moda numa concepção mais próxima da nossa realidade. Surgiu como diferenciador social, diferenciador de sexos (tendo em vista que as roupas masculinas se encurtaram e as femininas ficaram longas) pelo aspecto de valorização da individualidade e como caráter de sazonalidade [...]. Ocorre a partir deste momento uma aceleração muito grande nas mudanças estéticas das roupas, movidas pelo desejo de aparentar, de imaginar, de seduzir. (BRAGA, 2008, p. 40; POLLINI, 2007, p. 23)

No início do século XVI, a peça característica e de destaque do vestuário masculino era o gibão (Figura 1). Sobre essa vestimenta usava-se uma outra peça denominada como jacket ou senão uma túnica com uma grande abertura frontal. Já na parte inferior do corpo, as peças eram compostas por calções bufantes, que eram longos no início e que foram encurtados com o passar dos anos.

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Figura 1 - Modelos de gibão

Fonte: Efêmera Beleza (2017)

Na parte dos órgãos genitais era usado uma espécie de adorno para proteção, que era útil para unir uma perna da calça à outra (Figura 2). Essa peça – conhecida como codpiece (inglês), braguette (francês) e porta-pênis (português) – possuía um efeito visual bem erótico e se constituía em um acessório que evidenciava e exibia a masculinidade e a virilidade de seu portador (BRAGA, 2008).

Figura 2 - Codpiece, braguette ou porta-pênis

Fonte: Estilo Cult (2017)

Outro elemento do vestuário masculino característico da época era o rufo, um tipo de gola que tinha semelhança com uma enorme roda (Figura 3). Confeccionada com tecidos nobres, na cor branca e ornamentado com rendas engomadas do mesmo tom, o rufo tinha dimensões demasiadamente grandes e esse exagero era considerado pelas pessoas como sinônimo de prestigio social (BRAGA, 2008).

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Figura 3 - Rufo usado na indumentária masculina

Fonte: Moda Histórica (2013)

No século XVII os cabelos longos e naturais dos homens ficaram em evidência e os que não eram dotados de grande cabeleira faziam uso da peruca, que era um hábito comum entre os homens da época (BRAGA, 2008, p. 49).

O rei francês Luis XIV – também conhecido como Rei Sol (Figura 4) – e seu primeiro ministro Jean Baptiste Colbet, eram vistos como referências na moda masculina. Foi exatamente nesse período que os códigos de conduta social e a vida das aparências ganharam grande destaque na sociedade (POLLINI, 2007).

Figura 4 - Rei Luís XIV da França

Fonte: Obvious (2015)

Dentre todas as mudanças que ocorreram na moda masculina do século XVII, uma das mais marcantes foi a nova identidade do culotte, que adquiriu formas mais amplas, chegando na altura dos joelhos. Com ornamentos de bordados e rendas, a nova estrutura do culotte se assemelhava mais a um saiote do que a um calção (Figura 5). Conforme Braga (2008, p. 49), “uma significativa quantidade de

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rendas enfeitava externamente o culotte, que recebia o nome de rhingrave, trazendo nítidas referências dos trajes femininos.

Figura 5 - Culotte ou rhingrave

Fonte: Estilo Cult (2017)

No final do século XVII a moda masculina começou a perder seus excessos e os homens passaram a usar uma túnica longa que se encurtou com o tempo. Mais tarde a vestimenta se transformou no gilet, um tipo de colete com pontas triangulares, que era bem longo no início, chegando na altura dos joelhos. Com o passar dos anos a peça encurtou e se tornou bem mais justa para ser usada junto com o culotte (Figura 6). Havia também a presença do justoucorps, um tipo de casaca que era utilizada com as demais peças para compor o visual masculino da época. Nesse mesmo período também surgiu uma espécie de gravata, que era totalmente de renda ou de tecido enfeitado com renda.

Figura 6 - Gilet (centro) e as transformações dos trajes no final do século XVII

Fonte: História da Moda (2017)

O século XVIII foi marcado pela valorização da moda feminina. Surge, então, o paradigma de que moda era assunto voltado mais para mulheres do que para

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homens. De acordo com Pollini (2007) e Braga (2008), as roupas do homem foram simplificadas e o conjunto visual do traje masculino basicamente era composto por um culotte justo na altura dos joelhos, usado com camisa, colete, casaca e sapatos de saltos mais baixos (Figura 7).

Figura 7 - A simplificação dos trajes masculinos no século XVIII

Fonte: História da Moda (2017)

No final do século XVIII a Revolução Francesa mudou os rumos da história da moda. Vestir se de luxo e todas as pompas se tornou uma expressão de incorporação ao regime deposto, o que não era bem visto e nem desejado pelas pessoas. A Inglaterra, que antes da Revolução Francesa era conceituada devido ao seu posicionamento político liberal, tornou-se exemplo a ser seguido em toda a Europa e sua postura menos extravagante foi adotada sob todos os aspectos, inclusive na moda masculina (POLLINI, 2007).

Essa estagnação da moda masculina no final do século XVIII se manteve na Inglaterra até ser introduzido por George Bryan Brummel1 um novo conceito de se vestir, denominado como dandismo.

Segundo Braga (2008), o dandismo não era só uma maneira de se vestir, mas acima de tudo, representava um estilo de vida. O fascínio que foi criado pelo dandismo tornou-se então referência para toda a moda masculina no século XIX.

As roupas justas de Brummel representavam o estilo dândi em todas as partes do mundo (Figura 8). Suas vestimentas sempre impecáveis eram de um capricho extremo e não possuíam um só amassado. O casaco, o colete, o calção ou

1 George Bryan Brummel foi considerado como o primeiro dândi da Inglaterra. Com apurado senso estético, Brummel se tornou o mais temido árbitro da elegância de sua época. Uma palavra sua significava a glória ou a ruína social. Algumas histórias contam que o próprio príncipe regente inglês chorou ao ter seu casaco desaprovado por ele (POLLINI, 2007, p. 43).

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a calça comprida não tinham bordados e nem acessórios desnecessários. Nas camisas as golas eram altas e o pescoço era adornado com o plastron – uma espécie de lenço com nós bem modernos – que deixava a cabeça suspensa e atribuía um jeito arrogante típico de um dândi. Outro acessório que Brummel não dispensava era a cartola, símbolo de poder e status da classe de forte poder econômico e que ganhou popularidade no século XIX (BRAGA, 2008).

Figura 8 - George Bryan Brummel, o primeiro dândi da Inglaterra

Fonte: Byron (2017)

No início do século XX poucas alterações significativas aconteceram em relação à moda masculina. Até o início da década de 1950, a composição dos trajes se constituía pela combinação de calça comprida, paletó, colete e gravata (Figura 9). Apenas pequenas mudanças ocorreram nessas peças, como variação nas dimensões das larguras e comprimentos. O único aspecto marcante da época foi o uso do chapéu adotado como complemento na moda masculina.

Figura 9 - Moda masculina das décadas de 1920 (esquerda) e de 1940 (direita)

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O surgimento do conceito da vestimenta informal e espontânea resultou em uma identidade própria na moda com a instituição do estilo rebelde na década de 50. A combinação do jeans com barra virada e a camiseta de malha branca era o look preferido da juventude na época. Atores como Marlon Brando e James Dean tornaram-se referências para os jovens (Figura 10) (BRAGA, 2008; POLLINI, 2007).

Figura 10 - Os atores Marlon Brando (esquerda) e James Dean (direita)

Fontes: Folha de São Paulo (2014) / UOL (2017)

Elvis Presley também foi outra referência na moda da década de 50 e sua imagem era associada à personificação da liberação sexual. Sua personalidade rebelde era traduzida nos cabelos carregados de brilhantina e penteados com topetes e costeletas. O astro do rock’in’roll transformou-se em símbolo de beleza e elegância para milhares de fãs em todo o mundo e sua excentricidade era revelada no uso de roupas extravagantes, como o terno em lamê dourado e o famoso smoking branco ornamentado em pedrarias (Figura 11) (BLACKMAN, 2014).

Figura 11 - Elvis Presley com seus looks extravagantes

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Nos anos 60 o homem deixou de usar o terno e a gravata para adotar as modernidades presentes na jaqueta com zíper, nas golas altas, nos tecidos sintéticos, nas botas, nas calças mais estreitas e nas camisas coloridas ou estampadas (Figura 12). O homem passou a se ornamentar mais e a propagação da moda unissex, nessa década, cooperou de maneira otimista para isso. (BRAGA, 2008).

Figura 12 - Camisa floral usada por Jeff Beck, da Banda The Yerbirds

Fonte: Getty Images (2016)

A década de 70 foi marcada com as referências da moda hippie impulsionadas pelo festival Woodstock. O visual peculiar adotado pelos jovens dessa época era constituído por calças boca-de-sino, multiestampas, cabelos longos e batas indianas (Figura 13). O unissex deu à moda masculina uma tendência mais significativa às roupas menos formais. (BRAGA, 2008).

Figura 13 - Jimi Hendrix no festival Woodstock

Fontes: Handara (2016) / Pinterest (2016)

Ainda na década de 70, o grupo musical Village People trouxe algumas personificações presentes nas mais diversas fantasias das pessoas, trajando-se de

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personagens como índio, policial, cowboy, minerador, entre outros (Figura 14). O visual descontraído dos integrantes da banda influenciou a moda masculina da época, e também incorporou novos elementos na beleza masculina, em especial o bigode, que era usado pela maioria dos integrantes do grupo. (BRAGA, 2008)

Figura 14 - Grupo musical Village People

Fonte: La Dolce Vita (2016)

Na virada dos anos 80, o movimento glam deu um novo rumo à moda junto com a febre das discotecas. O brilho das roupas e a onda das cores vivas prevalecia nas roupas de dançar. De acordo com Braga (2008), o filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, estrelado por John Travolta, virou febre mundial e foi um dos grandes ícones desse período (Figura 15).

Figura 15 - John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite”

Fontes: Adoro Cinema (2016) / Rogério Machado (2016)

A partir dos anos 80 a moda começou a passar por uma diversidade de ideias e, em função disso, abriu um grande leque de possibilidades. O surgimento das “tribos de moda” – que trouxe vários grupos com características distintas e identidades bem definidas – foi uma das principais características desse período.

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Grupos como punks, góticos, zooters, teddy boys, mods, rockers, skinheads, glams, yuppies, entre outros, se destacaram e nunca mais sumiram do cenário social. Todas as tribos tiveram sua importância para o cenário da moda e até hoje elas contribuem para a construção da história.

A década de 80 ficou marcada também como os anos subversivos da moda e um de seus principais precursores foi Jean Paul Gaultier (Figura 16). Conhecido como “enfant terrible de la mode” (criança terrível da moda), ele foi um dos responsáveis pela recriação da moda masculina, mesclando estruturas e influências do vestuário feminino para o guarda-roupa masculino. (BAUDOT, 2008)

Figura 16 - Saia para homens lançado por Jean Paul Gaultier na década de 80

Fontes: Gettyimages (2016) / Época (2016)

Nos anos 90 a formação de “tribos de moda” continuou entre os jovens e surgiram novos grupos como clubbers, drag queens, cybers, grunges, entre outros. A expressão “mercado de estilos” instituiu uma identidade própria na moda dos anos 90 ao mesclar diversas informações e influências.

O estilo descontraído do movimento grunge – com peças sobrepostas, calças rasgadas, roupas oversize, coturnos ou tênis All Star e camisas com estampas em xadrez de flanela amarradas à cintura – foi um dos mais usados pelos jovens dessa década. Esse estilo nasceu em Seatle, nos Estados Unidos, pelas mãos de Kurt Cobain, vocalista da banda Nirvana (Figura 17).

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Figura 17 - O estilo grunge de Kurt Cobain, vocalista da banda Nirvana

Fonte: Cardco (2016)

O cenário do rap e do hip-hop também influenciou a moda dos 90. A ação das roupas dos rappers foi tão vasta que a moda de rua tradicional logo incorporou os jeans de cintura extremamente baixa e os sapatos desamarrados. A roupa esporte sobreposta uma sobre a outra se tornou cada vez mais folgada ao longo dos anos 90 e criou um contorno ameaçadoramente amplo (Figura 18) (STEVENSON, 2012).

Figura 18 - Wu-Tang Clan e a influência da moda hip-hop nos anos 90

Fonte: Escuta Essa! (2016)

Os anos 2000 chegaram com o boom de tendências em que tudo era permitido. As “tribos de moda” já não eram tão evidentes como nos anos 90 e a releitura de décadas passadas tornou-se algo cada vez mais comum entre as marcas numa proposta inovadora, aliando estilo e tecnologia. A moda tornou-se mais democrática e acessível, com a incorporação de peças que até então jamais eram vistas no guarda-roupa masculino (Figuras 19 e 20).

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Figura 19 - Tops croppeds para homens

Fontes: Mulpix (2016) / AR13 (2016)

Figura 20 - Camisetas longline para homens

Fontes: Manias de Garotos (2016) / Mais Acontece (2016) / Luiz Sansão (2016)

2.2 COMPORTAMENTO DE CONSUMO MASCULINO

Apesar do homem ter se desprendido dos diversos estilos de moda do passado, sua preocupação quanto à estética e aos cuidados com a beleza sempre se fez presente ao longo da história. Braga (2006) considera que esse fenômeno possa ser um reflexo da própria natureza, uma vez que os machos de diversas espécies são mais deslumbrantes que suas respectivas fêmeas. Por incrível que pareça, a evolução da história da moda masculina mostrou que elementos como saias, meias justas, maquiagens, brincos, perucas, laços, bordados, saltos e cores vibrantes efetivamente fizeram parte da indumentária do homem em décadas passadas.

Com o decorrer dos anos, o hábito da ornamentação foi extinto na moda masculina e novas normas e arquétipos surgiram para padronizar estruturas e

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estabelecer regras no “uso correto” das roupas pelos homens. Segundo Crane (2006 p. 50 e p. 51), muitas dessas normas e arquétipos foram rotulados como sendo “normais” e inquestionáveis para a sociedade.

Esse conceito para a masculinidade na moda foi difundido na mídia e trouxe a ideia estereotipada de que homens de sucesso vestidos dessa maneira representavam os verdadeiros ideais da conquista profissional, do poder físico, do controle da heterossexualidade e do papel patriarcal.

Assim, muitas empresas passaram a oferecer produtos que dentro da sua diversidade de modelos, atenderam por décadas o consumo dessa moda masculina. Por outro lado, essa diversidade na oferta desses produtos não contemplava necessariamente o homem/consumidor, mas sim, atendia uma necessidade do homem/comprador em poder se vestir. Segundo Queiroz (2009), essa diversidade estava elencada apenas no contexto dos produtos que o mercado oferecia, o que fazia com que inovações fossem aprovadas somente pelo homem/comprador, mas não pelo homem/consumidor.

É importante lembrar que não se deve ignorar a particularização presente nos diversos nichos de mercado, pois são exatamente eles que propiciam o surgimento e a expansão de uma lista ampla de produtos que poderiam ser oferecidos para homens que estão insatisfeitos e que querem fugir da uniformização até então instituída dentro da moda masculina.

Uma prova de que esses nichos de mercado estão presentes acontece nos novos meios de comunicação. Esses meios revelam que nos últimos anos há um aumento gradativo de homens que estão cada vez mais interessados em assuntos relacionados à beleza e à moda. Um exemplo disso são os blogs exclusivos de moda masculina, que são fragmentados em vários estilos para atenderem a todos os gostos aos diversos tipos de públicos.

Essa diversidade de canais de informação revela que o homem contemporâneo está cada vez mais exigente, e mostra que ele não se conforma mais com o “conceito antiquado” de moda masculina que institui que o padrão de cores de roupas para homens não deve ultrapassar ao uso dos tradicionais preto, cinza, marrom e marinho.

De acordo com o Caderno de Tendências Inova Moda Criação (2016, p. 57), cada vez mais se vê aflorar um desejo nos consumidores por serem identificados fora dos princípios tradicionais. A aceitação passa ser a palavra-chave nesse novo

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caminho e ganha contornos mais grandiosos que os tradicionais, ou seja, a aceitação mais como atitude e menos como passividade. Uma grande conquista é que a igualdade de gênero passa também a ser coisa de homem.

Conforme o site da Revista Época (2016), os homens alcançaram o mesmo índice que as mulheres em relação à frequência aos shopping-centers e pela primeira vez o público masculino representou metade dos frequentadores desses tipos de estabelecimentos, o que comprova um novo comportamento que surge entre os homens em relação aos seus hábitos de consumo por produtos de moda.

Um fato interessante quanto a esse fenômeno é que nos dias de hoje é possível observar que muito dos hábitos que os homens tinham no passado – como a ornamentação do rosto e dos cabelos – foram resgatados e incorporados nesse novo comportamento de consumo da atualidade.

Assim como as mulheres, os homens passaram a se preocupar mais com os cuidados na aparência do corpo e isso tornou-se hábito comum no dia a dia. Cada vez mais um número representativo de homens procuram por produtos que enalteçam a sua estética. Prova disso são as empresas do setor de cosméticos, que têm se especializado para desenvolver linhas exclusivas de produtos somente para a ala masculina.

Na maioria das vezes as empresas de cosméticos brasileiras ainda investem nos modelos tradicionais de masculinidade em suas campanhas publicitárias. Por outro lado, outras empresas percorrem um caminho inverso, indo na contramão desse conceito. Um exemplo disso é a campanha da Axe lançada no Youtube, intitulada como “Find Your Magic” (Encontre Sua Magia).

Nessa campanha a empresa faz uma proposta de diversos tipos de masculinidade, em que ilustra desde um jovem másculo de barba com filhotes de gato até um jovem dançando de saltos altos com roupas que seriam tipicamente do gênero feminino (Figura 21). Essa campanha ilustra bem a presença na diversidade de estilos de homens que estão presentes hoje na sociedade e enfatiza a capacidade de eles poderem se expressar da maneira que quiserem, não os obrigando a se enquadrarem no antigo estereótipo do típico homem machista instituído há anos atrás.

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Figura 21 - Campanha “Find Your Magic” da Axe

Fonte: Hypeness (2016)

Da mesma forma que a indústria de cosméticos, as empresas de vestuários também investem no desenvolvimento e na produção de produtos que atendam às exigências desse novo homem, que não se contenta mais somente com as tradicionais peças enquadradas no conceito antigo de “roupas para homens”.

Uma das empresas que já se preocupa com essa demanda de mercado é a loja de departamentos C&A. Em uma de suas mais recentes campanhas para o Dia dos Namorados, conhecida como “Dia dos Misturados”, a empresa aborda a igualdade de gênero de maneira descontraída, em que o tema central é ousar, divertir-se e misturar.

A campanha traz casais de namorados de diversas idades em situações em que trocam de roupa entre si. O conceito da campanha revela que é permitido ao homem usar vestidos, estampas femininas, sapatos de saltos, entre outros acessórios, evidenciando assim um novo comportamento de consumo para a moda masculina (Figura 22).

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Figura 22 - Campanha “Dia dos Misturados” da C&A

Fonte: Youtube (2016)

Segundo Palomino (2003, p. 61), nos anos 70 o unissex se fez intensamente presente nos vestuários, influenciado principalmente pelo movimento hippie. Apesar da campanha da C&A contextualizar um pouco essa linha de raciocínio e ser considerada como revolucionária, a empresa acabou sendo alvo de várias críticas de grupos mais conservadores.

Por outro lado, vale ressaltar que não é de hoje que se fala sobre gênero fluido e nem em moda unissex, pois esses conceitos já existiam em décadas passadas, conforme visto em capítulo anterior da evolução da moda masculina.

Em nossa sociedade, quando um menino é muito vaidoso seus colegas o chamam de “mulherzinha”, ele vira motivo de chacota quando está muito arrumado. Ainda é comum ouvirmos comentários maldosos entre colegas de trabalho quando um deles está com uma roupa mais colorida ou usando qualquer peça que fuja do estilo uniformizado que a maioria veste. (QUEIROZ, 2009)

Ao abordar questões de gênero, Rick Owens também revolucionou ao descontruir os princípios de virilidade e do vestuário masculino nas passarelas da Semana de Moda de Paris. Com sua coleção inverno 2016, ele trouxe vestuários em forma de túnicas que evidenciavam de maneira sutil os pênis dos modelos que desfilavam (Figura 23). De acordo com Pontual (2015), foi uma maneira delicada de romper as barreiras finais dos contornos permitidos de se cobrir e exibir o corpo masculino.

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Figura 23 - Coleção inverno/2016 de Rick Owens

Fonte: FFW (2016)

Ainda em contrapartida ao conceito de masculinidade imposto no passado pela sociedade, surge também a imagem de um homem desapegado às questões do machismo e da virilidade, conhecido como lumbersexual. Esse termo foi originado da junção das palavras “lumberjack” (lenhador em inglês) e “sexual”. Esses homens usam peças com sobreposições e camisas amplas – de preferência com padronagens em xadrez, complementados com acessórios como coturnos (Figura 24).

Figura 24 - Lumbersexual

Fontes: Casa de Maria (2016) / Lumbersexual (2016)

Apesar do aspecto de homem rústico e de estilo um tanto desarrumado, o visual agressivo e largado não representa que ele não se preocupe com a sua beleza, pois o lumbersexual possui cuidados especiais com a sua aparência, em especial com a barba.

De acordo com Belley (2015), a estética do lumbersexual possui características bastante peculiares, em que cada aspecto para compor o seu visual

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é minuciosamente estudado. Em geral, para a maioria das pessoas é a aparência um pouco desleixada desse homem que o torna extremamente sexy.

2.3 DESIGN DE SUPERFÍCIE

O design de superfície é uma atividade nova no universo do design e se constitui a projetar e estudar as propriedades que revestem os objetos.

Uma atividade criativa e técnica que se ocupa na criação e no desenvolvimento de qualidades estéticas, funcionais e estruturais, projetadas especificamente para constituição e/ou tratamentos de superfícies, adequadas ao contexto sociocultural e às diferentes necessidades e processos produtivos. (RÜTHSCHILLING, 2008, p. 23) O design de superfície é uma atividade projetual que confere propriedades perceptivas significativas à superfície dos objetos, materiais ou virtuais, pela composição de sua aparência, especialmente por meios de texturas visuais, relevos e palpáveis, com o propósito de substanciar ou diminuir a relação sensório-cognitiva entre o objeto e o sujeito (Figura 25). Tais atributos precisam estar relacionados às estéticas, emblemáticas e práticas (funcionais e estruturais) dos elementos das quais fazem parte, podendo ser resultantes tanto da forma de objetos pré-existentes em sua camada aparente quanto do desenvolvimento de novos objetos a partir da estruturação de sua superfície (SCHWARTZ, 2008).

Figura 25 - Textura em relevo aplicada na decoração

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Hoje, a superfície não é simplesmente a parte externa do objeto, suas potencialidades vão além da ornamentação e induzem ao desenvolvimento de intervenções projetuais para que haja inovação e diversificação do produto por meio do revestimento. Neste sentido, a superfície torna-se o elemento diferenciador na confecção de um novo produto, seja para atender anseios mercadológicos, seja para pôr em prática qualidades projetuais por meio de experimentações. (RINALDI, 2013, p. 33)

O desenvolvimento que trata da criação de arquétipos gráficos em superfícies bidimensionais e leva em conta as tendências de moda e decoração, apresentam aos produtos texturas e estilos variados como estampas para tecidos, têxteis para moda ou decoração, papéis de parede e azulejos (FAGGIANI, 2006).

Rüthschilling (2006) destaca o design de superfície como fator potencial em projetos para uso em setores como papelaria e vidraçaria, assim como em peças gráficas, revestimentos cerâmicos, além de outros. Esse mesmo contexto também já é bastante aplicado nas áreas têxtil e de moda, em artigos de tecelagem e estamparia, com tecidos planejados e impressos com os mais diferentes tipos de padronagens (Figura 26).

Figura 26 - Design de superfície aplicado aos artigos têxteis

Fontes: Estampa Moda (2017) / AliExpress (2017)

Observa-se, então, que a superfície determinada ao vestuário pode propiciar uma diferenciação estética de natureza mais aprofundada no que diz respeito à apropriação da peça pelo usuário. Dessa maneira, o design de superfície destaca-se como um dos principais responsáveis para que sejam feitas modificações, intervenções e retoques necessários aos produtos, proporcionando um amplo leque de inovação a ser explorado pelos designers, em especial, por designers de moda nas suas criações.

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3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Köche (1997, p. 121), planejar significa “traçar o curso de ação que deve ser seguido no processo de investigação cientifica”, ou seja, “planejar subentende prever as possíveis alternativas existentes para se executar algo”. Dessa maneira, o presente estudo se enquadra como uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e experimental.

3.2 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

A delimitação desse estudo foi direcionada para homens na faixa etária entre 25 e 35 anos, pertencentes às classes A e B, sendo a maioria residentes nas grandes capitais ou em cidades da região metropolitana.

3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

O instrumento para coleta de dados foi um questionário de múltipla escolha (apêndice A), constituído por 10 (dez) perguntas elaboradas para coletar dados que pudessem contribuir no direcionamento mercadológico e no desenvolvimento da coleção. A aplicação do questionário foi sistematizada por meio de uma plataforma online (Google Docs), sendo divulgada por meio da rede social Facebook. O questionário ficou disponível para acesso entre os dias 5 e 11 de maio de 2017. Durante esse período, a investigação obteve a participação de 40 (quarenta) pessoas.

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3.4 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA

Esse estudo foi organizado conforme as seguintes etapas:

1ª fase – Pesquisa bibliográfica com revisão de literatura de informações textuais e visuais por meio de materiais impressos e digitais (livros, artigos, sites, monografias, dissertações, teses, etc).

2ª fase – Pesquisa de campo com a aplicação de questionário em plataforma online com homens que se enquadravam nas características do perfil do público alvo desse projeto.

3ª fase – Pesquisa experimental com a realização de testes em amostras de tecidos para o desenvolvimento das texturas a serem aplicadas nas peças da coleção.

4ª fase – Registros dos testes experimentais em monografia e criação dos protótipos com a materialização dos vestuários.

3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

A primeira pergunta foi direcionada com o propósito de averiguar para que tipo de ocasião o participante costuma investir mais na hora de comprar suas roupas. Conforme os dados apresentados no gráfico 1, a maioria prefere investir em roupas para momentos de lazer (60%). Já no segundo maior índice apontado (30%), há homens que investem em vestuários que possam ser usados tanto em ocasiões de lazer como também no dia a dia.

Gráfico 1 - Resultados da primeira pergunta

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A segunda pergunta foi desenvolvida para verificar quais os meios que os homens preferem para realizar suas compras. De acordo com os dados do gráfico 2, a maioria prefere fazer compras em estabelecimentos físicos (75%), o que sinaliza para a estratégia de vendas a distribuição dos produtos em lojas de marca própria ou multimarcas.

Gráfico 2 - Resultados da segunda pergunta

Fonte: Do autor (2017)

A terceira pergunta foi inserida no questionário para saber quanto os homens estariam dispostos a investir mensalmente na compra de vestuários. Conforme as informações do gráfico 3, a maioria dos participantes (75%) costuma investir entre R$ 300,00 e R$ 800,00 por mês no consumo de roupas. Outro índice representativo (18%) apontou que eles costumam gastar valores entre R$ 800,00 e R$ 1.200,00 por mês. Esses resultados contribuem para estabelecer parâmetros de valores que deverão ser praticados para a comercialização dos vestuários a serem desenvolvidos nesse estudo.

Gráfico 3 - Resultados da terceira pergunta

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A quarta pergunta foi realizada para saber se os participantes da pesquisa se consideravam como consumidores com estilo diferenciado quando comparados aos demais homens. Segundo os dados do gráfico 4, a grande maioria (93%), revelou se enquadrar como consumidores de estilo diferenciado. Esse índice demonstra que boa parte dos homens que participaram dessa investigação anseiam por vestuários diferentes daqueles que, costumeiramente, são encontrados no mercado.

Gráfico 4 - Resultados da quarta pergunta

Fonte: Do autor (2017)

A quinta pergunta foi aplicada para averiguar se os participantes consideravam as roupas existentes no mercado como suficientes para atender as suas expectativas e necessidades de estilo. Conforme os resultados apresentados no gráfico 5, 50% deles consideram que as roupas atendem suas necessidades. Por outro lado, a outra metade revelou ainda estar insatisfeita com o estilo das roupas que são encontradas para a venda dentro do segmento masculino no mercado brasileiro.

Gráfico 5 - Resultados da quinta pergunta

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A sexta pergunta foi elaborada com o auxílio de imagens que apresentavam determinadas características estéticas que dificilmente são vistas no vestuário masculino comumente comercializado pelas empresas. Foi solicitado aos participantes que assinalassem nessa questão as imagens que ilustrassem as características que eles gostariam de encontrar nas roupas para fazer combinações com outras peças do guarda-roupa, dando a possibilidade ao participante de assinalar mais de uma alternativa.

O levantamento dos índices percentuais foi de acordo com o total de respostas dadas pelos participantes, apresentando os seguintes dados: 12% para modelagens soltas e folgadas; 11% para estruturas únicas; 13% para cumprimentos hiper-curtos nos tops; 15% para transparências em peças tradicionais; 14% para superfícies com materiais reluzentes; 11% para estruturas anticonvencionais; 12% para bottons vanguarda; e 12% para comprimentos exagerados nos tops.

Conforme os resultados apresentados no gráfico 6, todas as características propostas na questão foram apontadas pelos participantes como possíveis de serem utilizadas em vestuários masculinos. Os índices percentuais também revelaram um equilíbrio nas respostas dadas, demonstrando a possibilidade de todas as características apresentadas poderem ser aplicadas no desenvolvimento de novas estruturas formais para o vestuário masculino.

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Gráfico 6 - Resultados da sexta pergunta

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A sétima pergunta teve por objetivo verificar se os participantes teriam interesse em adquirir vestuários com as características estéticas que foram apresentadas na questão anterior (pergunta 6). De acordo com os resultados do gráfico 7, a grande maioria (80%) revelou demonstrar interesse em consumir peças com esse estilo, comprovando dessa maneira que não haveria rejeição dos homens em utilizar vestuários dentro dessa estética. Esses resultados sinalizam boas perspectivas para a incorporação dessas características nas peças que serão desenvolvidas na coleção desse estudo.

Gráfico 7 - Resultados da sétima pergunta

Fonte: Do autor (2017)

A oitava pergunta foi elaborada para que saber se os participantes costumam por hábito seguir tendências de moda. Conforme os resultados do gráfico 8, uma parcela representativa (58%) admitiu se interessar por esse tipo de informação. Dessa maneira, é importante ressaltar a aplicação das informações de tendências dentro da coleção, considerando as influências que elas exercem sobre o público escolhido.

Gráfico 8 - Resultados da oitava pergunta

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A nona pergunta foi elaborada com o auxílio de imagens para averiguar se os participantes utilizariam roupas com acabamentos feitos por processos artesanais e que promovessem efeitos diferenciados nas superfícies das peças. Conforme os dados do gráfico 9, a grande maioria afirmou ter interesse em adquirir peças com essas características. Esses índices percentuais fortalecem a hipótese levantada nesse projeto, em que propõe a articulação de efeitos de texturas nos tecidos e na aplicação de bordados manuais como recursos para diferenciar a estética das roupas masculinas.

Gráfico 9 - Resultados da nona pergunta

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A décima questão foi elaborada para investigar a margem percentual que os participantes estariam dispostos a pagar a mais, caso uma marca oferecesse vestuários com as características estéticas e artesanais apresentadas na questão anterior (pergunta 9). Segundo os resultados do gráfico 10, a maioria dos participantes estabeleceu disposição para pagar entre 10% e 20% a mais pelo valor habitual que está acostumado a gastar em uma peça. Os demais patamares apresentaram índices semelhantes, sendo que um grupo afirmou pagar até 10% a mais pela roupa e outro entre 20% e 30% a mais pelo produto. E 22% dos participantes afirmaram que poderiam pagar acima de 30% a mais pela roupa.

Gráfico 10 - Resultados da décima pergunta

Fonte: Do autor (2017)

De modo geral, a pesquisa de campo feita por meio do questionário elaborado nesse estudo revelou grande interesse por parte dos homens em consumir vestuários com um estilo e uma estética diferenciada e que é pouco vista no mercado brasileiro. Isso demonstra uma demanda potencial a ser atendida pelas empresas, viabilizando assim o desenvolvimento de uma coleção e a implantação de uma marca que ofereça essa proposta diferenciada para o vestuário masculino.

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3.6 PESQUISA EXPERIMENTAL

Para a execução das texturas do trabalho foram selecionados três gráficos que constam no livro The Art Of Manipulating Fabric, da autora Colette Wolff, publicado no ano de 1996. É importante ressaltar que a ideia inicial para esse experimento era apenas testar a aplicação dos gráficos extraídos da obra da autora, para verificar a viabilização da construção das texturas na matéria-prima têxtil e, posteriormente, observar os resultados dos efeitos estéticos nos tecidos criados após a utilização desses gráficos.

Uma observação importante a ser feita é que ao longo dos testes experimentais a textura denominada como The Lozenge Pattern apresentou possibilidades de ser utilizada tanto do lado direito quando do lado avesso. Dessa maneira, o procedimento passo a passo dessa textura – que no esquema são representadas pela textura 1 (lado avesso) e pela textura 4 (lado direito) – foi registrado, paralelamente, na mesma sequência.

A seguir, são apresentadas as descrições do passo a passo de como todas as texturas foram desenvolvidas.

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Textura 1:

The Lozenge Pattern (avesso)

Textura 4:

The Lozenge Pattern

Materiais:

- 1 amostra de tecido de 35x35cm. - 1 caneta em gel para marcar o tecido. - 1 agulha de mão.

- Linha.

- 132 vidrilhos médios.

Passo 1:

Gráfico extraído do livro The Art Of

Manipulating Fabric (Wolf, 1996).

Passo 2:

Amostra de tecido com as dimensões de 35x35cm.

Passo 3:

Marcar o tecido com pontos de 3 em 3 cm.

Passo 4:

Unir o ponto 1 com o ponto 2. Deixar o espaço do ponto 1 ao ponto 3 sem uni-los,

colocando dois vidrilhos neste intervalo. Em seguida, unir o ponto 3 com o ponto 4. Deixar o espaço do ponto 4 ao ponto 5 sem

uni-los, colocando dois vidrilhos neste intervalo. Em seguida, unir o ponto 5 com o

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Passo 5:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 4. Esse processo deve ser repetido ao longo da primeira fileira no

sentido horizontal com todos os pontos.

Passo 6:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 5. Esse resultado apresenta a textura finalizada na primeira fileira

(52)

Passo 7:

Para começar a execução da segunda fileira da textura no sentido horizontal, deve se iniciar todo o processo anterior a partir da 4ª linha do gráfico, porém no sentido inverso, ou

seja, as costuras serão executadas de forma espelhada em relação ao primeiro procedimento. A partir da 5ª linha do gráfico, volta-se a repetir o primeiro procedimento e,

em seguida, intercala-se novamente o sentido inverso na execução das costuras.

Passo 8:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, com duas fileiras de textura construídas no sentido horizontal. Esse mesmo processo deve ser repetido nas

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Passo 9:

A imagem seguinte apresenta o resultado do aspecto final do lado avesso e do lado direito da amostra com a textura finalizada. A amostra de tecido com as dimensões de 35x35cm

sofreu uma redução em sua área, ficando com as medidas de 19x33cm. Nesse caso, os dois lados da textura (avesso e direito) podem ser aproveitados, uma vez que o aspecto da textura do lado avesso apresentou um efeito estético bastante interessante, que foi

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Textura 2:

The Lattice Variation 2

Materiais:

- 1 amostra de tecido de 35x35cm. - 1 caneta em gel para marcar o tecido. - 1 agulha de mão.

- Linha.

Passo 1:

Gráfico extraído do livro The Art Of

Manipulating Fabric (Wolf, 1996).

Passo 2:

Amostra de tecido com as dimensões de 35x35cm.

Passo 3:

Marcar o tecido com pontos de 3 em 3 cm.

Passo 4:

Unir o ponto 1 com o ponto 2. Deixar o espaço do ponto 1 ao ponto 3 sem uni-los. Em seguida, unir o ponto 3 com o ponto 4.

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Passo 5:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 4. Esse processo deve ser repetido ao longo da primeira fileira no

sentido vertical com todos os pontos.

Passo 6:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 5. Esse resultado apresenta a textura finalizada na primeira fileira

(56)

Passo 7:

Para começar a execução da segunda fileira da textura no sentido vertical, deve se iniciar todo o processo anterior a partir da 4ª coluna do gráfico.

Passo 8:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, com duas fileiras de textura construídas no sentido vertical. Esse mesmo processo deve ser repetido nas

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Passo 9:

A imagem seguinte apresenta o resultado do aspecto final do lado avesso e do lado direito da amostra com a textura finalizada.

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Textura 3:

The Lattice Pattern

Nome popular: Captonê

Materiais:

- 1 amostra de tecido de 35x35cm. - 1 caneta em gel para marcar o tecido. - 1 agulha de mão.

- Linha.

Passo 1:

Gráfico extraído do livro The Art Of

Manipulating Fabric (Wolf, 1996).

Passo 2:

Amostra de tecido com as dimensões de 35x35cm.

Passo 3:

Marcar o tecido com pontos de 3 em 3 cm.

Passo 4:

Unir o ponto 1 com o ponto 2. Deixar o espaço do ponto 1 ao ponto 3 sem uni-los. Em seguida, unir o ponto 3 com o ponto 4.

(59)

Passo 5:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 4. Esse processo deve ser repetido ao longo da primeira fileira no

sentido vertical com todos os pontos.

Passo 6:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, após efetivado o procedimento do passo 5. Esse resultado apresenta a textura finalizada na primeira fileira

(60)

Passo 7:

Para começar a execução da segunda fileira da textura no sentido vertical, deve se iniciar todo o processo anterior a partir da 4ª coluna do gráfico.

Passo 8:

A imagem seguinte mostra o tecido do lado avesso e do lado direito, com duas fileiras de textura construídas no sentido vertical. Esse mesmo processo deve ser repetido nas

(61)

Passo 9:

A imagem seguinte apresenta o resultado do aspecto final do lado avesso e do lado direito da amostra com a textura finalizada. A amostra de tecido com as dimensões de 35x35cm

(62)

Após a realização do experimento com a utilização dos gráficos para a construção das texturas, verificou-se que todas as amostras de 35x35cm sofreram uma redução nas dimensões de suas áreas em ambos os sentidos (largura e altura). Essa redução oscilou de acordo com as particularidades de cada técnica para a construção das texturas, havendo situações em que o consumo da matéria-prima têxtil acabou sendo bem maior em uma dimensão em relação à outra. Nota-se que esse fenômeno aconteceu tendo em vista que o tecido passou por interferências de processos manuais de costura, que criaram um efeito tridimensional de enrugamento na superfície da matéria-prima têxtil.

(63)

4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO

4.1 EMPRESA

4.1.1 Nome da Empresa

O nome da empresa é Castro Melo Indústria e Comércio de Confecções Ltda., tendo como nome fantasia Uai... rapaiz!.

4.1.2 Porte

Baseado nos parâmetros do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2017), a marca Uai... rapaiz! se caracteriza como uma empresa de pequeno porte, por ter faturamento igual ou superior a R$ 360.000,00 e por contar com uma média de 23 empregados na confecção e 12 funcionários na loja física.

4.1.3 Marca

A marca Uai... rapaiz! busca trazer identidade e estilo para o novo homem contemporâneo, oferecendo uma moda atemporal, com o uso de texturas manipuladas e trabalhos manuais. É destinada para homens que apreciam diversidade na maneira de se vestir, experimentando um novo conceito de moda masculina. O objetivo de implantação da marca é oferecer aos clientes modelos de vestuários com os quais eles anseiam, mas que dificilmente costumam ser vistos e comercializados no mercado.

Referências

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