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Urbanismo em Braga Dos Romanos ao Renascimento

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Academic year: 2021

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Urbanismo I, Teoria e História 1

Índice

Objectivos ... 2

Introdução ... 3

As origens urbanas de Braga ... 4

Evolução da paisagem urbana de Braga ... 6

Planificação - Renascimento ... 8 O Paço Arquiepiscopal ... 10 Conclusão: ... 11 Netgrafia... 12 Bibliografia ... 12 IMAGENS DE BRAGA ... 13

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Urbanismo I, Teoria e História 2

Objectivos

- Com este trabalho pretendo aumentar os meus conhecimentos sobre a cidade de Braga e a sua história.

- Dar um incremento à minha avaliação e satisfazer o desafio lançado pelo docente da cadeira de Urbanismo I Teoria e História,

Professor Arquitecto Fernando Gonçalves, do curso de Arquitectura da

Universidade Católica Portuguesa.

- Conhecer e analisar os factores históricos económicos e sociais que levaram ao desenvolvimento da cidade de Braga.

- Contribuir para o conhecimento académico acerca da referida cidade.

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Urbanismo I, Teoria e História 3

Introdução

O povoado de “Braga”, tem uma vasta história que remonta á Idade do Ferro onde prevalece a “cultura castreja” característica do povo “brácaro”.

Todas as cidades são compostas por um determinado número de elementos comuns passíveis de serem situados e analisados.

Entre eles destacam-se as ruas, pelas quais é possível circular ou os caminhos que permitem aceder à cidade, os pontos nevrálgicos, enquanto espaços de convergência, como as praças, os largos ou as portas, os quarteirões e as parcelas, enquanto unidades de carácter histórico, tipológico e topográfico e os edifícios que representam ritmos construtivos distintos. Este conjunto de elementos distintos formam a malha urbana e a relação que mantêm entre si é responsável pela criação de diferentes tecidos e composições urbanas.

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As origens urbanas de Braga

remontam aos finais século I a.C.,

quando, terminada a conquista do território do Noroeste peninsular. No âmbito da reorganização política e administrativa da Hispânia, decide-se a criação de três sedes conventuais, Bracara Augusta será um desses centros.

Apesar da escassez de dados disponíveis da primitiva urbs romana, a Arqueologia permite testemunhar que, desde a sua fundação, a cidade de Braga teve um plano ortogonal coeso, sendo dotada de infra-estruturas de circulação, abastecimento e distribuição de água e redes de saneamento.

As cidades romanas com plano ortogonal possuíam, normalmente, uma malha urbana estruturada em torno de dois eixos viários principais – o kardo e o decumanus maximus – que se cruzavam perpendicularmente.

Os agrimensores romanos (gromatici) atribuíam ao decumanus maximus uma largura de 40 pés, cerca de 12 metros e ao kardo maximus 20 pés, ou seja, cerca de 6 metros.

Contudo, encontramos cidades em que estas dimensões podem ser menores ou maiores, como é o caso da grande rua de Coríntio, em Roma, que possui cerca de 80 pés romanos, ou seja, cerca de 24 metros, considerando os passeios e o pórtico. A largura média das ruas (sem os passeios) variava, entre os 4 e os 7 metros. As ruas mais largas possuíam cerca de 16 metros (8 de calçada e 8de passeio.

Deste modo, na cidade romana, as ruas constituíam um elemento unificador das componentes do urbanismo e definiam hierarquias evidentes no espaço urbano.

Testemunhos arqueológicos documentam as sucessivas remodelações que ocorreram no plano urbano da cidade, ainda durante a ocupação romana. Sabemos assim que, entre os finais do século III e inícios do IV, a cidade foi cercada por uma poderosa muralha, facto que poderá associar-se à sua promoção a capital da nova província da Galécia, criada por Diocleciano.

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A fortificação da urbs terá provocado inevitáveis transformações, não só em termos urbanísticos, mas, também, em termos conceptuais, condicionando, desde logo, a sua configuração.

Imagem retirada da internet

De facto, a introdução deste novo elemento estrutural na cidade, reduziu a área urbana anterior, irá ter repercussões importantes ao nível da sua organização interna, designadamente, no sistema viário e nas construções que lhe estão associadas, gerando, deste modo, o que podemos considerar ser a primeira grande alteração na estrutura da cidade.

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A construção da muralha tardia permitiu a protecção da cidade, garantindo a sua persistência como importante núcleo urbano, perpetuando, também, a sua Centralidade.

Bracara Augusta manterá uma activa vida económica, administrativa,

religiosa e cultural até, pelo menos, aos séculos VII/VIII, na verdade, a muralha constituiu um importante factor de continuidade dos núcleos urbanos, outorgando-lhes um papel privilegiado nos momentos de instabilidade política.

Elevada a capital do reino suevo nos inícios do século V, acabaria por ser saqueada por Teodorico, em 455, e submetida ao domínio visigótico. Todavia, esta conjuntura de instabilidade política, que caracteriza o período de dominação sueva e visigótica, contribuiu, para a introdução de significativas alterações no espaço urbano, as quais se encontram muito vinculadas à nova doutrina religiosa vigente, o Cristianismo.

Evolução da paisagem urbana de Braga

Na realidade, a ocupação da cidade foi condicionada pelo fenómeno da polarização em torno dos novos locais de culto.

Os núcleos populacionais que se organizam junto das novas igrejas cristãs, construídas em áreas de antigas necrópoles, desenvolvem-se de forma espontânea, dando origem ao aparecimento de um povoado estreito e alongado. Este estrutura-se, ao longo dos antigos caminhos romanos, que ligam agora o núcleo central da cidade aos centros de culto periféricos.

Entre os séculos XI e XIII o núcleo urbano amuralhado irá permanecer bastante reduzido, encontrando-se a Sé Catedral, em posição periférica relativamente ao conjunto edificado. Porém, a pequena cidade medieval irá crescendo, de forma lenta e orgânica, dentro dos seus sucessivos perímetros defensivos, até ao século XIV, momento em que a Catedral passa a constituir, de facto, o elemento central do espaço urbano.

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Nestas imediações desenvolvem-se actividades comerciais, sociais e culturais, a área envolvente independentemente da forma torna-se numa praça com a função de assegura uma importante centralidade simbólica, enquanto local de sociabilização e de institucionalização da comunidade.

Sé de Braga, mandada construir pelo bispo D. Pedro – Imagem retirada da internet

O local eleito para a construção da Sé foi estrategicamente seleccionado, encontrando-se protegido pela muralha romana tardia e reaproveitando os materiais da antiga basílica paleocristã, bem como outros procedentes da cidade anterior, designadamente elementos de arquitectura romanos, alguns dos quais integram, ainda hoje, as paredes da Catedral.

O local escolhido possuía ainda uma forte carga simbólica e histórica, em torno do qual os cristãos haviam praticado o seu culto e dado continuidade aos actos de fé e laços religiosos, que terão permitido a coesão do pequeno núcleo populacional que aí se foi instalando, ao longo dos tempos mais conturbados da Alta Idade Média.

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Neste sentido, a Sé Catedral constituiu-se como o epicentro do núcleo urbano medievo, impulsionando e ajudando a consolidar a progressiva urbanização do burgo canónico.

Cidade medieval BRACARAE AUGUSTE descriptio, Braun & Hogenberg, c. 1594 - Imagem retirada da internet

A política desenvolvida pelos primeiros soberanos relativamente a Braga marcou os passos iniciais da urbanização do núcleo medieval. As suas disposições permitiram à Igreja local obter uma posição muito privilegiada na cidade, a qual ao longo dos tempos se traduziu num forte poder e influência, designadamente ao nível do urbanismo e arquitectura, como aliás ainda é actualmente perceptível no espaço urbano bracarense.

Planificação - Renascimento

Na realidade, as primeiras transformações planificadas só se farão sentir nos inícios do século XVI, quando o arcebispo bracarense, D. Diogo de Sousa, decide levar a cabo um programa de modernização, embelezamento e

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ampliação da pequena cidade medieval, influenciado pelas novas concepções de espaço urbano, surgidas com o Renascimento europeu.

A invenção da imprensa Irá permitir a difusão das teorias e desenhos imaginados pelos arquitectos renascentistas, alcançando todos os centros europeus. Deixava então de ser necessário construir e realizar as obras para exemplificar as ideias arquitectónicas

A planificação urbanística encetada por D. Diogo de Sousa contemplou, a regularização de algumas ruas na zona intramuros, a abertura de novos campos e eixos viários na envolvente da cidade, com o claro objectivo de favorecer a sua expansão.

As intervenções na fachada nascente da Sé Catedral mandada realizar por D. Diogo de Sousa, com o propósito de substituir a antiga capela-mor por uma mais ampla e luminosa, de traça gótica e manuelina, tiveram igualmente fortes repercussões na morfologia urbana do espaço envolvente situado a nascente, condicionando a abertura de uma nova artéria, que passará a ligar directamente a cabeceira da Sé à Porta de S. João. Por sua vez, a abertura desta nova rua terá implicações no traçado e no edificado da Rua de Oussias.

Do século XVI data igualmente a Capela de Nossa Senhora da Piedade, fundada por D. Diogo de Sousa, em 1513, para seu próprio sepulcro, localizada na parte setentrional da Catedral.

Adjacente à referida capela, no lado norte, será também construída a Igreja da Misericórdia, que se anexará à parede limite da Catedral, passando a assinalar a chamada Rua Nova, também ela alargada e redefinida no tempo de D. Diogo de Sousa. Por outro lado, a abertura da Rua dos Açougues Velhos, conjuntamente com as casas que se situam na actual Rua D. Diogo de Sousa ajudaram a conformar os limites de um novo quarteirão.

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O Paço Arquiepiscopal

D. Diogo de Sousa, irá intervir igualmente no Paço, dotando-o de um conjunto de novas infra-estruturas, que conferem ao edifício afirmitas, utilitas e a venustas que regiam a sua actuação urbanística.

Entre as intervenções deste arcebispo destacam-se ainda; um jardim entre os Paços e a Sé, no qual, do lado da Sé mandou fazer uma “sotea” muito grande sobre colunas; cinco novas câmaras na sala velha grande, que correm pela câmara grande que está sobre o referido jardim.

Porém, será necessário aguardar pelos séculos XVII e XVIII para que Braga conheça o período de maior esplendor arquitectónico e urbanístico, desde a época romana, sob a influência da concepção barroca de organização do espaço urbano.

Diogo de Sousa foi o arcebispo que sucedeu a D. Jorge da Costa na hierarquia eclesiástica da Igreja de Braga, tendo governado a cidade entre 1505-1532.

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Conclusão:

Braga é uma cidade de “urbanismo sobreposto” desde a “cultura castreja”, do império romano, à época medieval e todos os outros povos conhecidos, deixaram marcas indeléveis no desenho da cidade, mas na realidade, as primeiras transformações planificadas têm o seu advento nos inícios do século XVI, quando o arcebispo bracarense, D. Diogo de Sousa, decide aplicar os conceitos e as ideias renascentistas.

O desenvolvimento de Braga desde cedo ficou vinculado à doutrina religiosa vigente, o Cristianismo, foi assim quando passou a ser sede conventual, no Renascimento e mais tarde com o Barroco.

O cristianismo e a igreja sempre estiveram na génese evolutiva de Braga, ainda hoje com facilidade se constata esta influência.

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Netgrafia

http://wps.ablongman.com/wps/media/objects/262/268312/art/figures/KIS Imagem retiradas do Google (imagens)

Bibliografia

Morfologia urbana e desenho da cidade José M. Ressano Garcia Lamas

Fundação Calouste Gulbenkian Para a Historia de Braga

Luís Costa

Edições APPACDM distritais de Braga Braga

Braga

Roteiro Histórico e Monumental Extra Muros

Edições APPACDM distritais de Braga Braga 1998

Colóquio Internacional

Universo Urbanístico Português 1415 – 1822

Comissão Nacional Para As Comemorações Dos Descobrimentos Portugueses

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Câmara M. de Braga - Imagem retirada da internet

Largo do Paço - Imagem retirada da internet

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Jardim de Santa Bárbara e Paço Episcopal - Imagem retirada da internet

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Trabalho realizado por:

José Manuel Lopes Pereira dos Santos

Referências

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