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Capítulos resenhados: Universidade, Ciência e Formação Acadêmica (cap. 1) e O Trabalho Acadêmico: Orientações Gerais de Estudo na Universidade (cap 2)

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Academic year: 2021

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Escola de Comunicação e Artes – Universidade de São Paulo

Disciplina: Novas Lógicas e Literacias Emergentes no Contexto da Educação em Rede:

Práticas, Leituras e Reflexões

Docente: Brasilina Passarelli

Aluna: Ieda Maria de Resende

Título da Resenha: Diretrizes para a Elaboração de Trabalhos Científicos

Subtítulo: Guia de modalidades acadêmicas essenciais

Referências Bibliográficas

Título: Metodologia do Trabalho Científico

Autor: Antônio Joaquim Severino

Editora: Cortez

Data da publicação: 2007

Local: São Paulo – SP

Capítulos resenhados: Universidade, Ciência e Formação Acadêmica (cap. 1) e O Trabalho Acadêmico: Orientações Gerais de Estudo na Universidade (cap 2)

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Metodologia do Trabalho Científico teve vinte e três edições, a última provavelmente é de 2007, este dado ilustra bem a importância da obra, isto se dá devido a sua principal virtude de ser didática, sem perder a profundidade necessária para explanar sobre os conteúdos normativos da produção científica, discutido simultaneamente questões relativas à filosofia do conhecimento.

A obra trata de expor e discutir os elementos conceituais que definem e explicam a natureza do conhecimento científico, bem como o entendimento e aplicação das atividades lógicas e técnicas, relacionadas com a prática científica. Em linhas gerais pretende esclarecer as questões à construção do texto acadêmico, com destaque aos seguintes objetivos:

- considerações sobre o caráter formativo da universidade, entendendo esta formação como concomitantemente científica, profissional e política;

- diretivas práticas para o uso adequado das ferramentas para a produção acadêmica (leituras, atividades didáticas, seminários etc);

- a constituição teórico-conceitual do conhecimento científico, das suas fundamentações epistemológicas às especificidades do método científico;

- etapas de criação e elaboração do trabalho (desenvolvimento da pesquisa, relatórios, modalidades de redação, entre outros);

- a vida acadêmico-cientifica no que tange à experiência de ensino e pesquisa, suas características e objetivos para alcançar à qualificação e o aperfeiçoamento da produção, ressaltando “a íntima relação entre ensino e pesquisa”.

Antônio Joaquim Severino vem dedicando grande parte de sua vida ao ensino e a pesquisa universitária, é professor na Faculdade de Educação da USP, na área da Filosofia e Educação, desde 1972, tendo ocupado cargos em outras instituições como PUCSP, UNICAMP, Conselho Estadual de Educação do Estado de SP, entre outros.

Para os fins deste trabalho, optei resenhar os capítulos I e II, ao que se segue.

Universidade, Ciência e Formação Acadêmica

O autor parte da convicção que entre os principais objetivos da universidade estão a formação de profissionais de diversas áreas, por meio de processos de ensino-aprendizagem; a formação de cientistas que contribuirão com a difusão de conhecimentos e métodos novos; e a formação cidadã, que prepare bem o individuo para uma vida coletiva e social.

Para dar conta desse compromisso, a Universidade desenvolve atividades específicas, quais sejam, o ensino, a pesquisa e a extensão. Atividades estas que devem ser efetivamente

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articuladas entre si, cada uma assumindo uma perspectiva de prioridade nas diversas circunstâncias histórico-sociais em que os desafios humanos são postos. No entanto, no âmbito universitário, dada a natureza específica de seu processo, a educação superior precisa ter na pesquisa o ponto básico de apoio e de sustentação de suas outras duas tarefas, o ensino e a extensão. (p. 23)

Na conjugação desses aspectos é importante ressaltar o entendimento da articulação entre os três objetivos da educação universitária, não se trata de subjugar a relevância do ensino-aprendizagem e da extensão, mas compreender que todos devem se desenvolver em numa relação recíproca, cada dimensão contribuindo com o que tem de específico, criando uma produção de conhecimento fecundo, que sustente estruturalmente as dinâmicas da universidade, bem como aprofunde seus laços com a sociedade.

Há um elemento fundamental para entendermos a importância crucial da pesquisa na relação triádica que o autor nos apresenta, é o fato de que ela é a condição decisiva para que a produção de conhecimento se efetive de forma inovadora, o que implica em procedimentos de caráter científico e de práticas de construção de conhecimento, para além do repasse simples de informações pré-existentes. Nesse sentido, a pesquisa é concebida pelo autor como mediadora no processo que interliga o ensino-aprendizagem e a extensão.

Assim, a missão maior da universidade se consolida quando as três esferas de sua atuação estão imbricadas, porque é nessa interação que poderá reproduzir um modelo de sociedade apoiado nas práticas do fazer, do poder e do saber. Nas palavras do autor:

Ensino, pesquisa e extensão constituem faces de igual importância de um mesmo projeto de formação ética, epistêmica e política. (p. 35)

O Trabalho Acadêmico: Orientações Gerais de Estudo na Universidade

Na experiência universitária, o autor destaca alguns pontos fundamentais aos quais o aluno deve se ater e colocar em prática: criar um sistema próprio de estudos, individualizado e sistemático, que vá além da aprendizagem em sala de aula; a formação de uma biblioteca pessoal conforme se delineiam seus interesses específicos; a necessidade de compreender categorias básicas de sua área, para que possa avançar para conteúdos mais profundos, lançando mão de instrumentos teóricos especializados.

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Tais questões prescindem um dos propósitos essenciais da universidade, o de proporcionar o ambiente, as condições e os instrumentos para a leitura e a escrita de textos teóricos. Para tanto o estudante deve conhecer as diretrizes metodológicas para alcanças esses objetivos. A seguir abordo de forma sintética, a tipologia de análises que podem ser feitas, segundo o autor, para se organizar as ações de estudo.

A análise textual procede se fazendo o levantamento de partes contidas no texto, consideradas chaves para as etapas posteriores de aproveitamento intelectual, como: referencias sobre o autor; o vocabulário e os termos linguísticos recorrentes, porque estes correspondem a conceitos significativos; localizar fatos históricos e o contexto da obra. Estas unidades podem prover um esquema didático para futuros estudos.

A análise temática diz respeito à localização da problemática do tema em questão, faz-se necessário o levantamento de uma série de perguntas capazes de obter do texto a captação da proposição fundamental, a sua tese. Este empreendimento levará o estudante a entender o raciocínio lógico do autor, bem como o seu juízo sobre a problemática apresentada.

Na análise interpretativa o mais importante a se destacar é formulação de um juízo crítico, de uma tomada de posição, de uma avaliação cujos critérios devem ser delimitados pela própria natureza do texto lido. Podemos dizer que é nessa etapa que o aluno se defronta com suas capacidades e limitações de natureza filosófica, pois a leitura analítica feita metodologicamente exige seu amadurecimento intelectual.

A parte final desse trajeto está na síntese pessoal, onde o estudante munido das informações e processos desenvolvidos nas etapas anteriores de leitura, somada á abordagem sobre a problematização geral do texto, será capaz de elaborar um entendimento próprio sobre a tese apresentada pelo autor lido.

Há um ponto importante aqui a ser ressaltado na reflexão apontada por Antônio Joaquim Severino, que diz respeito à compreensão da documentação como método do estudo pessoal. Frente a cada vez maior complexificação da evolução global da cultura e da ciência, e a emergência do domínio de uma gama variada de conteúdos, tanto no âmbito quantitativo como qualitativo, é importante que o estudante se conscientize de que a aprendizagem é uma tarefa eminentemente pessoal. E, será desta forma que ele superará os obstáculos de lidar com volumes cada vez maiores de documentos.

Nesse sentido, apreender as técnicas da documentação no decorrer do estudo será parte valiosa, para que possa ser capaz de uma reflexão mais apurada no interior de determinada área de conhecimento.

A reflexão, no entanto, exige o domínio de uma serie de informações. O ato de filosofar, por exemplo, reclama um pensar por conta própria que é atingido mediante o pensamento de

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outras pessoas. A formação filosófica pressupõe, dialética e não mecanicamente, a informação filosófica. Do mesmo modo que alguém se torna grande poeta ou escritor e, como tal, altera com seu gênio sua língua e sua cultura. Antes, porém, de aí chegar será influenciado por essa cultura e se comunicará através da língua que aprendeu submissamente. Afinal, o homem é um ser culturalmente situado. (p. 67)

No tocante as técnicas para o trabalho com a documentação, pode-se dividi-las em três modalidades: a documentação temática, localização dos temas elementares e seus subtemas, o que vale tanto para as leituras dos textos e livros, com também para as anotações em sala de aula, que podem ser transpostas seguindo-se a mesma técnica; a documentação bibliográfica, é uma forma de criar uma lista de livros, textos etc, a serem lidos em momento oportuno; a documentação geral, trata de guardar documentos perecíveis. Nas duas primeiras formas a sistematização se faz por meio de fichas, ao passo que a última por meio de pastas, hoje podemos objetar, através do processo de escaneamento digital.

No que compreende a elaboração da dissertação da tese, quanto a suas estruturas lógicas, o autor discorre sobre a importância de entender as diferenças em cada uma das partes, que estão compostas na seguinte sequencia: definição do tema, problematização, elaboração de hipóteses, argumentação e demonstração.

A problematização levanta uma série de dúvidas e obstáculo sobre a questão central e temas subjacentes a esta.

No âmbito da argumentação se organiza um processo contínuo de retomada e repetição de etapas de levantamento de fatos, de caracterização de ideias, mediante processo de análise e síntese, de apresentação de argumentos lógicos, de construção de conclusões.

Ponderando de forma sucinta sobre as matérias elencadas pelo autor nesse capítulo, pode-se entender que a escritura do trabalho científico compreende fases distintas, que se desenvolvem de forma sucessivas, porém em forma de desdobramentos, e por isso estão substancialmente interligadas. A originalidade e a validade dos conceitos apresentados pelo estudante dependem da sua atenção em cada fase da realização do trabalho, em sua capacidade de formular juízos próprios.

Conclusão

Considerando-se que o foco principal da obra é expor o corpo normativo da prática da pesquisa acadêmica, e por isso, oferecer um conjunto de regras e procedimentos referenciais para sua elaboração, nos capítulo escolhidos para esta resenha encontramos, uma série de reflexões que

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entremeiam o assunto principal, e que refletem sobre os objetivos, os sentidos e as razões maiores da valorização da pesquisa como componente fundamental da vida universitária.

Nesses capítulos é possível perceber de forma clara as intenções do autor, em oferecer referências sobre o planejamento, as técnicas fundamentais, os conceitos necessários a serem exercitados e executados para a elaboração de trabalhos científicos. O conjunto de diretrizes apresentado é um guia eficiente, que certamente ajudará a todos, independente de sua área de conhecimento, a realizar desde tarefas rotineiras da vida intelectual, até os trabalhos acadêmicos de grande porte, como as teses de mestrado e doutorado.

Referências

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