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Setor Florestal INFORMATIVO CEPEA - N o 228 Dezembro 2020

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Setor Florestal

N

o

228

Dezembro

2020

Preços de pranchas de essências nativas sobem

fortemente em dezembro no Pará, com aumento de

(2)

EXPEDIENTE

ELABORAÇÃO

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) – Economia Florestal

SUPERVISÃO

Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha

DOUTORANDA EM ECONOMIA APLICADA Mariza de Almeida

MESTRANDO EM ECONOMIA APLICADA

CEPEA.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. As informações deste Boletim são para uso acadêmico e não comercial e/ou financeiro.

Retransmissão por fax, e-mail ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal.

CEPEA – CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS

Este boletim traz informações sobre os preços médios vigentes para produtos florestais madeireiros em São Paulo e no Pará nos meses de novembro e dezembro de 2020.

Em São Paulo,

ocorreram

variações em ambos os sentidos

positivas e negativas -

nos preços

médios das madeiras. A

s principais variações positivas ocorreram no preço médio

do estéreo em pé de eucalipto

para lenha, no preço médio do metro

cúbico do sarrafo de pinus e no preço

médio do metro cúbico da prancha de

pinus (esta última apenas em Marília).

As

variações

negativas

foram

referentes ao preço médio do estéreo

da árvore de pinus, ao preço médio do

estéreo em pé de pinus para celulose,

ao preço médio do metro cúbico da

prancha de eucalipto e ao preço médio

da prancha de pinus (esses dois

últimos em Bauru).

Entre as pranchas de essências nativas negociadas em São Paulo, houve aumento de preços das pranchas de Peroba nas regiões de Bauru, Marília e Sorocaba.

No Pará, quando comparados os preços do mês de dezembro em relação aos preços de novembro de 2020, houve variação positiva no preço médio da prancha de maçaranduba, cumaru, angelim pedra, angelim vermelho e jatobá. Com relação as toras, ocorreu elevação nos preços do metro cúbico de angelim vermelho, maçaranduba e cumaru.

O preço médio lista em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca no mercado doméstico em janeiro de 2021 se manteve constante em relação ao valor vigente no mês de dezembro de 2020 (US$ 680). Para este mesmo período, o preço em reais do papel offset em bobina apresentou elevação de 5%, seu valor em janeiro de 2021 é de R$ 4.621,26 por tonelada.

O valor total em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou redução de 12,5% no mês de dezembro em comparação ao mês de novembro de 2020. Esse decrescimento foi resultado da queda em 22,9% nos valores exportados de celulose e papéis no mesmo período

.

(3)

Pertencente à família das leguminosas, o Cumaru-verdadeiro é uma árvore nativa da América Latina, localizada principalmente na região equatorial, sendo o Brasil um dos países incluídos nesta área. A florescência desta árvore ocorre, em especial, nos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. As árvores de Cumaru comumente atingem 30 metros de altura e são dotadas de caule ereto com cerca de 50 a 70 cm de diâmetro à altura do peito, sendo que sua casca é pouco espessa, de cor avermelhada e se desprende facilmente do tronco.

Seus principais usos comerciais estão associados à semente de seu fruto, conhecida como “fava-de-cumaru”, que por apresentar uma substância perfumada, a cumarina, é bastante apreciada pela indústria de cosméticos. O óleo extraído da amêndoa do fruto tem usos culinários bastante famosos pela associação com aromas de baunilha. Por isso, este fruto também é conhecido como baunilha brasileira, sendo o estado do Pará o maior produtor da amêndoa de cumaru.

A madeira da árvore do cumaru possui densidade alta e se apresenta dura ao corte, além de possuir uma superfície pouco lustrosa.

Com relação a sua durabilidade, o cerne apresenta alta resistência a ataques de fungos e, segundo pesquisas, tal durabilidade pode ser observada em mais de 12 anos de serviço em contato com o solo. Apesar de ser considerada difícil de ser trabalhada, a madeira da árvore do cumaru é muito utilizada na construção civil, em especial na construção de pontes, ou como vigas e caibros na confecção de telhados.

Mesmo que sua característica comercial seja mais atrativa às indústrias de cosméticos e alimentares, o cumaru-verdadeiro também apresenta propriedades medicinais bastante marcantes. Segundo estudos da Universidade Federal do Pará, uma substância descoberta no cumaru é capaz de auxiliar no tratamento do mal de Alzheimer, devido às suas propriedades neurogênicas, além de também induzir as células-tronco a formarem novos neurônios.

Fonte: Texto retirado do site da Embrapa

Agrossilvipastorl Disponível em:

<https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-ecologica/especies/cumaru>.

ESPÉCIE

Cumaru (Dipteryx odorata)

3

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MERCADO INTERNO – ESTADO DE SP

As

coletas

de

preços

de

madeiras

in

natura

e

semiprocessadas de eucalipto e de

pinus, bem como as de preços de

pranchas de essências nativas para

o Estado de São Paulo abrangem as

regiões

de

Bauru,

Campinas,

Itapeva,

Marília

e

Sorocaba.

Entre os meses de novembro e

dezembro

de

2020

ocorreram

variações em ambos os sentidos

positivas e negativas - nos preços

médios das madeiras em São Paulo.

Essas variações, em sua maioria,

foram concentradas nas regiões de

Bauru, Itapeva e Sorocaba.

As

principais

altas

foram

referentes

ao

preço

médio

do

estéreo em pé de eucalipto para

lenha nas regiões de Itapeva (20%)

e de Sorocaba (7%), no preço médio

do metro cúbico do sarrafo de pinus

nas regiões de Bauru (11%) e

Sorocaba (8%), e no preço médio do

metro cúbico da prancha de pinus

na região de Marília (6%).

Por outro lado, as principais

variações negativas ocorreram no

preço médio do estéreo da árvore

em pé de pinus nas regiões de

Bauru (52%, pois é produto para

produzir celulose e lenha, mas não

para uso em serrarias) e de Itapeva

(2%), no estéreo em pé de pinus

para produzir celulose na região de

Bauru (39%). Entre as madeiras

semiprocessadas houve redução de

28% no preço médio do metro

cúbico da prancha de eucalipto e de

6% no preço médio da prancha de

pinus na região de Bauru. Essas

reduções são fruto da diminuição

dos preços máximos cobrados por

esses produtos na região de Bauru.

Na região de Bauru ocorria em

novembro passado um diferencial

de 90% entre o preço mínimo e o

preço máximo do metro cúbico da

prancha

de

eucalipto

e

este

diferencial

caiu

para

8,7%

em

dezembro, pois o preço máximo

cobrado por metro cúbico deste

produto caiu em 42,8%.

(5)

5

Fonte: CEPEA

Gráfico 1 - Preço médio do estéreo de pinus em pé para celulose na

região de Bauru/SP

Gráfico 2 – Preço médio do metro cúbico do sarrafo de pinus na

região de Bauru/SP

Fonte: CEPEA 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

out/20 nov/20 dez/20

Reai s /s t Mês 800,00 850,00 900,00 950,00 1000,00 1050,00 1100,00

out/20 nov/20 dez/20

Reai s po r m ³ Mês

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MERCADO INTERNO – ESTADO DE SP

Entre os meses de novembro e dezembro de 2020 os preços das pranchas de madeiras nativas comercializadas em algumas regiões de São Paulo apresentaram algumas variações.

As variações positivas foram no preço médio do metro cúbico das pranchas de peroba no período considerado: alta de 12% na região de Sorocaba, de 6% na região de Bauru e de 4% na região de Marília.

As demais pranchas de essências nativas não apresentaram variações nos

seus preços entre os meses de novembro e dezembro de 2020, diferente do que foi constatado para esses produtos no estado do Pará.

Constataram-se, também, algumas diferenças entre os preços mínimos e os máximos para a prancha de peroba nas regiões de Bauru e Marília. Por exemplo, o metro cúbico da prancha de peroba apresentou variação de 27% do seu valor máximo em relação ao valor mínimo na região de Bauru, mas essa diferença é de 6% em Marília.

Gráfico 3 – Preço médio do metro cúbico da prancha de

peroba na região de Sorocaba/SP

Fonte: CEPEA 3000,00 3100,00 3200,00 3300,00 3400,00 3500,00 3600,00 3700,00 3800,00 3900,00

out/20 nov/20 dez/20

Reai s po r m ³ Mês

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7

MERCADO INTERNO – ESTADO DO PARÁ

No Estado do Pará, quando comparado o mês de dezembro com o de novembro de 2020, houve predominância de variações positivas nos preços médios do metro cúbico das pranchas e das toras de essências nativas.

As variações nos preços do metro cúbico das pranchas neste período foram de: 41,7% para a prancha de maçaranduba, 41,5% para a prancha de cumaru, 40,5% para a prancha de angelim pedra, 39% para a prancha de angelim vermelho e 24,7% para a prancha de jatobá. O preço do metro cúbico da prancha de ipê apresentou variação negativa de 9% no período analisado. Essas pranchas têm sido vendidas no mercado externo, elevando as exportações brasileiras de madeiras e de seus produtos.

As elevações nos preços do metro cúbico das toras de essências nativas no Pará no mês de dezembro em relação ao mês novembro de 2020 foram de: 56% para a de angelim vermelho, 47,1% para a de maçaranduba e 31,6% para a de cumaru.

Fonte: CEPEA

Gráfico 4 - Preço médio do metro cúbico da prancha de angelim

pedra - Paragominas/PA

Fonte: CEPEA

Gráfico 5 - Preço médio do metro cúbico da tora de

maçaranduba - Paragominas/PA

0,00 500,00 1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 3000,00

out/20 nov/20 dez/20

Reai s po r m ³ Mês 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1400,00

out/20 nov/20 dez/20

Reai s po r m ³ Mês

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MERCADO DOMÉSTICO

PAPEL E CELULOSE

Tabela 1– Preços médios no atacado da tonelada de celulose e papel em São Paulo em

dezembro de 2020 e janeiro de 2021

Fonte: CEPEA. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis.

A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m²

No mês de janeiro de 2021, o preço médio lista em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca vendida no mercado doméstico brasileiro manteve-se constante em relação ao valor vigente no mês de dezembro de 2020. Na Tabela 1, pode-se visualizar que o preço médio lista da tonelada de celulose de fibra curta em janeiro de 2021 foi de US$ 680,00 (valor mantido pelo 13o mês consecutivo). Em reais, no entanto, houve queda de 5,2% no preço da tonelada de celulose em janeiro frente ao mês anterior, pois a média da taxa de câmbio praticada nas vendas deste produto nos primeiros cinco dias de dezembro de 2020 foi de R$ 5,42 e nos primeiros cinco dias de janeiro de 2021, esta taxa média foi de R$ 5,14.

O preço médio em reais da tonelada do papel offset em bobina apresentou aumentou de 5% no período analisado na Tabela 1, ou seja, o preço passou de em R$ 4.401,20 por tonelada no mês de dezembro de 2020 para R$ 4.621,26 por tonelada em janeiro de 2021.

Mês Celulose de fibra curta – seca (preço lista em US$ por tonelada)

Papel offset em bobinaA (preço

com desconto em R$ por tonelada) dez/20 Mínimo 680,00 4.401,20 Médio 680,00 4.401,20 Máximo 680,00 4.401,20 jan/21 Mínimo 680,00 4.621,26 Médio 680,00 4.621,26 Máximo 680,00 4.621,26

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MERCADO EXTERNO

PRODUTOS FLORESTAIS

Tabela 2 – Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de setembro,

outubro e novembro de 2020.

Fonte: Comex Stat/MDIC.

As exportações brasileiras de produtos florestais (madeiras, papéis e

celulose) totalizaram US$ 862 milhões no mês de dezembro de 2020. Quando

comparadas às exportações dos mesmos produtos em novembro de 2020

(que totalizaram US$ 985 milhões), percebe-se queda de 12,5%.

Tal redução ocorreu devido à queda de 22,9% no valor exportado de

celulose e papéis em dezembro frente a novembro. Foram exportados US$

536 milhões desses produtos no mês de dezembro de 2020 frente aos

US$ 695 milhões exportados em novembro do mesmo ano.

O valor exportado de madeiras e obras de madeira no mês de dezembro

de 2020 apresentou elevação de 12,4% em relação ao valor exportado no mês

anterior. As exportações de madeiras e de painéis de madeira foram de US$

326 milhões no mês de dezembro de 2020 e de US$ 290 milhões no mês

de novembro de 2020.

Item Produtos Mês

set/20 out/20 nov/20

Valor das exportações (em milhões de dólares)

Celulose e outras pastas 467,54 549,62 550,93

Papel 130,39 127,34 143,68

Madeiras e obras de madeira 284,94 293,01 290,31

Preço médio do produto embarcado

(US$/t)

Celulose e outras pastas 393,29 378,70 371,42

Papel 775,23 774,68 808,22

Madeiras e obras de madeira 412,61 369,55 389,81

Quantidade exportada (em mil

toneladas)

Celulose e outras pastas 1188,78 1451,32 1483,32

Papel 168,20 164,38 177,77

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NOTÍCIAS

DESEMPENHO DO SETOR FLORESTAL

Pesquisas sobre impacto ambiental avaliam comportamento das empresas no setor florestal

Devido ao aumento na preocupação com as mudanças climáticas e a responsabilidade sustentável e ambiental com o globo terrestre, atualmente muitas pesquisas são feitas para promover ações capazes de mitigar o aquecimento global. A Carbon Disclosure Project (CDP) é uma organização internacional sem fins lucrativos responsável pelo levantamento de pesquisas que caracterizam o impacto ambiental causado por empresas e cidades. Em suas pesquisas, diversos temas são abordados, tais como mudanças climáticas, escassez de água e temas florestais, sendo esses últimos conhecidos pelo parâmetro CDP Forests.

Os questionários elaborados pela CDP estabelecem notas para as atividades ambientais desenvolvidas pelas empresas, sendo que quanto mais alta a nota atribuída nos mais diversos parâmetros, menores são os riscos vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa em questão e, consequentemente, maior é a sua atuação sustentável. Em 2020, mais de 9.600 companhias foram procuradas ao redor do mundo a fim de responderem os questionários da CDP, sendo que o tema “Floresta” foi responsável por abordar assuntos relacionados à conservação florestal nas atividades desempenhadas pelas companhias. Este assunto, por exemplo, foi questionado para 687 empresas dos setores de soja, pecuária, palma e madeira que aceitaram participar da pesquisa.

A pesquisa indica que apenas oito empresas do mundo todo tiverem desempenho positivo avaliado no tema “Floresta”, e apenas uma brasileira estava neste grupo, a AMAGGI, companhia brasileira de soja. É a segunda vez consecutiva que a empresa ocupa a posição de ser a única companhia brasileira a obter boa nota no CDP. Segundo a diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance da AMAGGI, tal posição se deve principalmente à preocupação da empresa em conservar os recursos naturais onde a soja é produzida. Mas isto não é regra geral no Brasil, como mostra a próxima notícia.

Fonte: Retirado do site O Tribuna. Conservação Florestal: Pela 2ª vez, AMAGGI é a única empresa brasileira com nota A- no CDP Forests Soy. Disponível em: <https://www.atribunamt.com.br/2020/12/12/conservacao-florestal-pela-2a-vez-amaggi-e-a-unica-empresa-brasileira-com-nota-a-no-cdp-forests-soy/>. Acesso em: 05 de janeiro de 2021.

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11

NOTÍCIAS

POLÍTICA FLORESTAL

Fonte: Retirado do site BBC News. Política ambiental brasileira está travando acordo Mercosul-UE, diz embaixador europeu no Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55320832>. Acesso em: 04 de janeiro de 2021.

Acordo entre Mercosul e União Europeia está sendo

travado pela política ambiental brasileira

A atual política ambiental brasileira é um dos motivos pelo qual se

encontram paralisadas as negociações para implantar o acordo comercial

entre o Mercosul e a União Europeia (UE). O referido acordo se mostra como

sendo o maior tratado de livre comércio do mundo, pois ele envolverá 32

países, que contam com uma população de 780 milhões de pessoas e um

Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 20 trilhões.

O acordo tem por objetivo principal reduzir tarifas de importação,

resultando em produtos mais acessíveis às populações dos países signatários

do mesmo. Após duas décadas de discussões, o texto do acordo foi concluído

em 28 de junho de 2019, entretanto, existem algumas etapas que devem ser

cumpridas antes do acordado entrar em vigor.

A política ambiental brasileira entrou na pauta do acordo devido ao

Brasil bater o recorde de desmatamento na floresta tropical amazônica, no

período 2019-2020, e apresentar elevado número de focos de incêndios no

bioma pantanal. Países da UE querem que governo e as empresas brasileiras

se comprometam de que não existirá desmatamento nas cadeias produtivas.

As políticas atuais de controle do desmatamento adotadas no Brasil são

um dos grandes empecilhos para que o acordo Mercosul - União Europeia

possa entrar em vigor. Conforme Ignacio Ybáñez Rubio, responsável por

chefiar a delegação da União Europeia no Brasil, para que as negociações

sejam retomadas e o acordo de fato entre em vigor, é necessário que os

países assinem declarações se comprometendo a desenvolver políticas

públicas que visam reduzir o desmatamento.

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ANÁLISE CONJUNTURAL

SETOR FLORESTAL

Retrospectiva do Setor Florestal no ano de 2020

O ano de 2020 foi marcado por mudanças em praticamente todos os setores da economia. No setor florestal não foi diferente: ao longo da pandemia causada pelo novo Coronavírus, a demanda, a oferta e, consequentemente, os preços dos produtos florestais sofreram oscilações.

O ano de 2020 começou com a maioria dos produtos florestais mantendo seus preços estáveis no mês de janeiro, e com um aumento de quase 8% no valor das exportações brasileiras de produtos florestais, se comparado ao último mês de 2019. Nos meses seguintes do primeiro semestre, apesar da pandemia ter afetado várias transações comerciais, houve situações distintas de oferta e demanda para os produtos madeireiros negociados no mercado interno, que refletiram em comportamentos diferentes de seus preços: tanto oscilações positivas, como negativas, com destaque para o mês de junho, que apresentou expressivas elevações nos preços em reais das pranchas de essências nativas.

O valor em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou bruscas variações ao longo dos meses do 1o semestre (em relação a cada mês

anterior): redução de 15,03% em fevereiro; elevação de 25,70% no mês de março; redução de 9,6% no mês de abril; elevação de 13,7% em maio; e, por fim, queda de 8,2% no mês de junho.

No segundo semestre de 2020, com as demandas externa e interna se elevando, voltou-se a registrar crescimento na comercialização de vários produtos florestais. No mercado interno, isso pode ser parcialmente explicado pelas políticas macroeconômicas adotadas para enfrentar a pandemia - como aumentos de gastos públicos com o auxílio emergencial e a redução da taxa de juros. As principais elevações dos preços dos produtos madeireiros nesse período foram: papel off-set em bobina e madeiras serradas de pinus e eucalipto no mês de julho; estéreo da árvore em pé na fazenda e do metro cúbico da prancha de eucalipto em agosto; madeiras serradas de essências nativas e exóticas em setembro (utilizadas, em especial, na construção civil, que apresentava retomada do crescimento); preços das madeiras in natura e semiprocessadas de eucalipto e de pinus em outubro; e preços das pranchas e das toras de essências nativas no Pará em novembro e dezembro.

Quanto ao mercado externo, houve pequena queda do valor em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais nos meses de julho e agosto, seguida de rápida retomada nos meses seguintes do 2o semestre de 2020. Mesmo com a

pandemia, o setor florestal alcançou robusto crescimento no comércio internacional, principalmente nas vendas de celulose e de papel – itens utilizados para confecção de aventais, máscaras, lenços, e outros itens de higiene pessoal que estão sendo

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