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UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) NA GESTÃO DE PROCESSO: A QUALIDADE E A SEGURANÇA DO PACIENTE

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Academic year: 2021

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UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) NA GESTÃO DE PROCESSO: A QUALIDADE E A SEGURANÇA DO PACIENTE

Simone Isidoro Prado1, Luciano Gamez2

1. Bacharelado em Enfermagem. Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal. Mestre em Enfermagem Pediátrica. Universidade de São Paulo- USP, São Paulo (SP), Brasil. 2. Professor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo -

UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. Resumo

Esta pesquisa avaliou o impacto da utilização do Prontuário Eletrônico (PEP), na gestão do processo, com foco na qualidade e segurança do paciente com foco na gestão do processo, através de uma revisão integrativa realizada na base de dados do Pubmed, BVS e Up To Date com artigos publicados entre 2000 a 2016. Foram selecionados 06 artigos, submetidos a avaliação temática e características bibliométricas. A construção de métricas de segurança do paciente, através da gestão dos processos, contribui de forma significativa para a busca de melhorias no cuidado ao paciente, e mudança de um modelo mental, fundamentado em variações pré-estabelecidas e codificadas no sistema de informação.

Descritores: Prontuário Eletrônico, Gestão da qualidade, Segurança do Paciente e Gestão de Processo.

Introdução

Nas instituições hospitalares busca-se oferecer à clientela, serviços com qualidade, livre de riscos/danos, e gerar satisfação e segurança ao mesmo. Para que esta qualidade seja alcançada é preciso que ocorra a sistematização de todas as suas práticas e processos. (1)

Os processos de melhorias da qualidade são dinâmicos, influenciam as tomadas de decisões, contribuírem nas construções e reconstruções de valores e cultura organizacional, resignificam conceitos e transformam o cenário de gestão de estruturas, processos e resultados. (2)

A efetividade e a eficiência do uso do sistema de informação no âmbito da saúde otimizam recursos nos processos desempenhados pelos profissionais, quer seja no cuidado direto, quer seja na administração, proporcionando aos mesmos, indicadores sobre os processos ou metas do cuidado que devem ser planejados ou mesmo revistos para atingir as metas pretendidas. (6,8)

(2)

A implantação e a crescente utilização do prontuário eletrônico, desencadeia mudanças institucionais e inovações no modelo mental, nos processos assistenciais e administrativos, rotinas médico-assistenciais, indicadores de performance do cuidado assistencial, além de contemplar e convergir com processos que contemplam um atendimento dinâmico, eficaz e com resultados a curto prazo. (5,6) O

PEP deve contemplar os atendimentos e internações, inclusive os de emergência, permitindo o acompanhamento de cada evento com uma visão detalhada da história e da evolução clínica dos pacientes. (5)

O impacto da utilização do PEP como ferramenta de qualidade, fomenta cada vez mais a necessidade de buscar a ciência de melhoria no cuidado ao paciente, e sedimentar o cuidado sistematizado, humanizado e personalizado, de forma que possa contribuir para o monitoramento do itinerário do paciente e a redução de eventos adversos, pautado na governança clínica e discussões do planejamento do cuidado.

Desta forma, vislumbrou-se avaliar o impacto da utilização do PEP no âmbito hospitalar, bem como conhecer as vantagens e desvantagens como ferramenta de avaliação de qualidade e gestão do processo.

Método

Este estudo consistiu em revisão sistemática da literatura de caráter descritivo e abordagem qualitativa. Foram utilizados artigos científicos íntegros, publicadas em língua portuguesa brasileira ou inglesa, relacionados ao tema, selecionados na base de dados da Literatura Latino Americana e Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Pubmed e Up To Date, publicados entre 2000 e 2016. A busca foi realizada através dos descritores: “prontuário eletrônico”, “gestão da qualidade”, “segurança do paciente” e “gestão de processo” e dos operadores booleano “and”. Foram excluídos editoriais, relatórios, resumos e artigos de revisão e que não contemplavam os critérios de inclusão.

Resultados

Foram evidenciados na literatura 20 artigos científicos. Foram excluídos 5 artigos por não contemplarem os critérios de inclusão desta pesquisa. Dos 15 restantes, foram selecionados 06 artigos pela relevância temática para análise final. O material selecionado foi submetido a uma leitura sistemática e análise

(3)

bibliométrica (Tabela 01), classificados por títulos, objetivos e resultados. Após foram destacados os principais conteúdos temáticos relacionados ao objetivo proposto para a pesquisa.

Tabela 1 – Artigos localizados nas bases de dados do Pubmed (2010-2016) BVS (2009-2016) e Up to date (2014-2016), sobre a O uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) como ferramenta de gestão da qualidade e segurança do paciente com foco na gestão do processo

Título Objetivo Resultados

A Equipe da UTI ESTÁ Satisfeita com o Prontuário

Eletrônico do

Paciente? Um Estudo transversal (3)

Avaliar da satisfação dos profissionais de saúde quanto a implantação do prontuário eletrônico em uma unidade de terapia intensiva.

O maior índice de satisfação foi da equipe de enfermagem e menor da equipe médica. Evidenciou

que a implantação do sistema, melhorou

acessibilidade de terapias intravenosas prescritas e checada após o término do cuidado ao paciente e a capacidade do sistema promover respostas rápidas e segura para o colaborador durante o processo de cuidar. Vantagens e desvantagens do prontuário eletrônico para instituição de saúde (4) Verificar e avaliar a contribuição da implantação de prontuário eletrônico do paciente (PEP), identificando suas vantagens e desvantagens para a instituição de saúde.

As análises dos resultados indicam que o PEP é uma ferramenta essencial para os estabelecimentos de saúde, que além de otimizar o processo de

acessibilidade das informações dos pacientes,

contribuindo para a avaliação a curta prazo do prontuário do paciente, e que através desta ferramenta é possível inserir variáveis que possa contemplar o cuidado unificado e sistematizado.

Sistema de informação em saúde: concepções e perspectivas dos enfermeiros sobre o prontuário eletrônico do paciente (5) Identificar as concepções dos enfermeiros sobre o PEP e apontar as perspectivas desses profissionais sobre a implantação do PEP em uma Universidade do Rio de Janeiro.

O PEP é uma ferramenta de informação agregadora de qualidade e segurança do paciente, pautado em

acessibilidade, rapidez, disponibilidade das

informações, facilidade, clareza e otimização dos processos assistenciais e administrativos, o que reforça que o reconhecimento ao que a tecnologia é um instrumento de suma importância, reforça o processo de implantação e utilização da ferramenta.

Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. (6)

Apresentar conceitos sobre sistemas de informação em saúde.

A parametrização correta das informações são premissas para impactar na qualidade e segurança das

informações, do cuidado ao paciente e da

disponibilidade de acessibilidade remota e Inter setoriais. O PEP é um sistema apoiar os usuários na tomada de decisão e construção de processos unificados e menos fragmentados quanto ao cuidado, além de agregar monitoramentos contínuos do processo de cuidado. Segurança do paciente: comparação entre notificações voluntárias manuscritas e informatizadas sobre incidentes em saúde. (7)

Comparar dois tipos de notificação voluntária sobre incidentes que afetam a segurança dos pacientes, manuscrita (NM) e informatizada (NI) quanto ao número, ao tipo de incidente relatado,

notificador e qualidade dos relatos, através da ferramenta informatizada de rastreabilidade.

A utilização do sistema informatizado implantado para notificar os eventos de maneira sigilosa, unificou o instrumento de notificação e otimizar as análises dos respectivos eventos descritos no modelo check list

evidenciado que as notificações no sistema

informatizado era realizado 24h por dia, porém o número de notificação era maior durante o período diurno do que noturno e finais de semana, e as notificações manuscrita eram em maior número nos dias úteis da semana. Esta ferramenta impactou positivamente no processo assistencial e cuidado ao paciente.

Discussão

A cultura organizacional é um fenômeno macro no qual é caracterizada por muitas vertentes e uma variável, estática. Para compreender a cultura organizacional, devem ser consideradas as múltiplas situações sociais vivenciadas

(4)

pelos membros de uma organização dentro de um contexto social particular, bem como aspectos históricos da criação e desenvolvimento da instituição, pois as percepções do membro de uma instituição, é o que fortalece um modelo de gestão diferenciado e estratégico. (11,13,14,15)

Considerando que o prontuário eletrônico do paciente é um registro que reside em um sistema parametrizado para apoiar os usuários, fornecendo acesso a um completo conjunto de dados, sistemas de avisos e alertas, sistemas de apoio à decisão. (6). Esta ferramenta promove impacto positivo no âmbito hospitalar, uma vez

que através do imput das informações, o mesmo disponibiliza métricas ou unidades de medidas, conforme os indicadores de qualidade e segurança estabelecido nas instituições.

O processo de implantação do sistema eletrônico no âmbito hospitalar requer mudanças de uma cultura e aceitabilidade do sistema como melhoria do processo e otimização das anotações e fortalecimento de boas práticas, contudo esta mudança é complexa e pode ser incômoda.

Em um estudo que avaliou a implantação deste tipo de processo e trabalho, evidenciou a melhora significativa na acessibilidade a dados de terapias intravenosas prescritas e checada, após o término do cuidado ao paciente e a capacidade de o sistema promover respostas rápidas e segura para o colaborador durante o processo de cuidar. (3,7)

O PEP também é associado como ferramenta facilitadora à acessibilidade remota dos usuários, os enfermeiros, estudantes e médicos descrevem que a ferramenta promove a agilidade no atendimento, qualidade e segurança para o paciente, facilidade para pesquisas coletivas, facilidade na leitura, segurança das informações, disponibilidade remota de acesso.(7) Mas, tal ferramenta apresenta

algumas fragilidades, tais como altos custos de implantação, desumanização, instabilidade de conectividade do sistema, intensa necessidade de treinamento, risco de quebra de sigilo das informações entre outros apontamentos relacionado a desvantagem do sistema. (4). Para seu efetivo sucesso, é necessário que ocorra o

reconhecimento do profissional de saúde, pois o engajamento do mesmo fomenta a gestão integrada dos processos que permearam o cuidado, através de metas do cuidado pré-estabelecido, melhor desempenho no manejo do paciente e dados indicadores de segurança e qualidade. (5,6,)

(5)

Em uma análise comparativa entre a implantação da gestão de processos e o uso do sistema informatizado para notificar os eventos de maneira sigilosa, evidenciou-se que as notificações no sistema informatizado eram realizados ininterruptamente, porém o número de notificação era maior durante o período diurno do que noturno e finais de semana, e as notificações manuscrita eram em maior número nos dias úteis da semana, essa ferramenta de notificação através de sistema promoveu impactos positivos para o processo assistencial e cuidado ao paciente, tornando-se possível evidenciar a melhoria na qualidade e segurança do paciente através da gestão focado no processo assistencial, pautado na notificação e ciência de melhoria.(7,9)

Conclusões

Cada vez mais as organizações hospitalares, estão em busca de implantar ferramentas inovadoras de qualidade tais como o prontuário eletrônico para realizar a gestão dos processos assistenciais, de qualidade e segurança ao paciente, e que forneçam dados de parametrizações convergentes e sistemáticas, possibilitando inserir metas mensuráveis com apreciação dos dados através de estratégias qualitativas e quantitativas.

A construção de métricas de segurança do paciente, através da gestão dos processos, contribui de forma significativa para a busca de melhorias no cuidado ao paciente, e mudança de um modelo mental, fundamentado em variações pré-estabelecidas e codificadas no sistema de informação.

Desta forma, implantar a ferramenta correta ainda, tem sido um desafio pleno nas organizações, porem requer um processo sistemático e sincronizado na gestão, uma vez que a alta direção e a liderança imediata precisa estar inseridas para a implantação e o uso correto do prontuário eletrônico.

Referências

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2. Manzo BF; Ribeiro HCTC; Brito MJM, Alves M. As percepções dos profissionais de saúde sobre o processo de acreditação hospitalar. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 out/dez; 19(4):571-6. 3. Fumis R R L, Costa ELV, Martins P S, Pizzo Vl, Souza IA, Schettino GPP. A Equipe da UTI ESTÁ

Satisfeita com o Prontuário Eletrônico do Paciente? Um Estudo transversal.Rev. bras. ter. intensiva

(6)

partirde:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103507X2014000100001&lng=en. http ://dx.doi.org/10.5935/0103-507X.20140001.

4. Martins C,Lima S Ma. Vantagens e desvantagens do prontuário eletrônico para instituição de saúde. RAS _ Vol. 16, nº 63 – Abr-Jun, 2014.

5. Bezerra SM. Prontuário Eletrônico do Paciente: uma ferramenta para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde. Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 73-82, jan./abr. 2009.

6. Marin HF. Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. Health Inform. 2010 Jan-Mar; 2(1): 20-4.

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voluntárias manuscritas e informatizadas sobre incidentes em saúde. Rev.

GaúchaEnferm. [Internet].2013 Mar[cited 2016 Oct 01];34(1):164172.Availablefrom:http://www.scielo.br/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198314472013000100021&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S198

314472013000100021.

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