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REVOADA DE FORMIGAS MARCA PERÍODO DE ACASALAMENTO E REVELA SURTO EM LONDRINA

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Edição 35 MMXIV Grupo a

REVOADA DE FORMIGAS MARCA PERÍODO DE

ACASALAMENTO E REVELA SURTO EM LONDRINA

Fábio Calsavara 24/11/2014

Fenômeno ocorrido no fim de semana faz parte do ciclo normal de vida dos insetos e marca o período do acasalamento

As folhas são levadas para os formigueiros para alimentarem fungos - estes sim são a comida das formigas (Crédito: Roberto Custódio / Arquivo JL

Quem esteve em Londrina neste fim de semana pôde presenciar, em diversos pontos da cidade, verdadeiras revoadas de formigas aladas. O fenômeno faz parte do ciclo de vida das saúvas-limão, espécie que se instalou na cidade há cerca de 15 anos, e marca o período do acasalamento do inseto. Apesar de não trazer riscos às pessoas, a infestação das formigas põe em risco desde plantações de hortaliças até áreas de reflorestamento.

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As rainhas são as maiores, mas segundo o especialista são inofensivas (Crédito: Roberto Custódio / JL)

As folhas são levadas para os formigueiros para alimentarem fungos - estes sim são a comida das formigas (Crédito: Roberto Custódio / Arquivo JL

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A avaliação é do engenheiro agrônomo e especialista em insetos, Amarildo Pasini. Ele é professor na UEL, e acompanhou de perto a revoada das saúvas. As condições do tempo, explicou o especialista, foram as ideais para que o fenômeno acontecesse.

“Essas formigas ficam muito tempo dentro do formigueiro esperando por duas condições essenciais: calor e umidade. Como choveu bastante e tivemos temperaturas altas, elas puderam passar por essa transformação, ganharam asas e se espalharam como sementes para formar novas colônias”, disse. Segundo Pasini, além das formigas, outros insetos, como besouros, também aproveitaram as boas condições e partiram para o acasalamento.

O ritual acontece durante o voo. Após a fecundação, as fêmeas partem para a construção de novos ninhos. De acordo com o especialista, apenas uma pequena quantidade de formigas aladas sobrevive após a revoada. Porém, as poucas sobreviventes botam milhares de ovos em cada um dos formigueiros recém-criados. A situação na cidade é crítica e precisa ser controlada.

“É um verdadeiro surto, que precisa ser controlado a curto prazo. Elas são cortadeiras vorazes e atacam o que vier pela frente, qualquer tipo de folha. Aqui no campus da UEL, as espécies preferidas são a pata-de-vaca, os cedros e até mesmo as nossas queridas perobas. Mas também já tivemos relatos de produtores de hortaliças e morangos que perderam toda uma produção por conta das saúvas”, comentou.

Rainha, soldado e operário

Neste processo de criação de novas colônias, é possível perceber a diferenciação entre os tipos de formiga. As maiores – com cerca de 3 centímetros de comprimento – são as mais inofensivas. São as rainhas, cuja única função é botar os ovos. Os soldados, menores, são muito agressivos, e se preciso for, morrem para manter a vida da rainha. Já as operárias têm pinças especializadas no corte das folhas.

Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, as formigas não se alimentam das plantas que cortam. Os pedaços de vegetais são, na verdade, levados para dentro dos formigueiros para servirem de comida a diversos fungos – estes sim, alimentos dos insetos.

Controle

O controle da praga, segundo Pasini, pode ser feito com produtos adquiridos em lojas especializadas ou mesmo supermercados. As iscas granuladas para formigas cortadeiras têm uma boa taxa de mortalidade para os insetos, combinada a um manuseio seguro. Mesmo assim, é preciso ler atentamente as instruções de segurança no rótulo do produto. As iscas são eficazes em formigueiros pequenos. Em casos de maior infestação, é imprescindível o apoio de um profissional. “Dependendo do tamanho do formigueiro é preciso usar uma outra abordagem, com direito a nebulização de fumaça, produtos em pó e até mesmo gases. Para isso, é sempre importante contar com um agrônomo para dar as orientações sobre o combate às formigas”, confirmou.

Trabalho paralisado

Em agosto deste ano, voluntários da UEL e representantes da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) fizeram uma ação conjunta de combate às saúvas que infestavam as margens do Lago Igapó 2 até o aterro. Na ocasião, folhetos explicativos e iscas foram distribuídos à população para que o combate aos insetos fosse feito de maneira correta.

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Desde então, a administração municipal pouco pode fazer nesse campo. Segundo a titular da pasta, Maria Sílvia Cebulski, a Sema não tem mais as iscas necessárias para o controle das formigas. “Estamos com o trabalho paralisado desde o início de setembro. Foi aberta uma licitação para comprar essas iscas, mas desde então nada saiu do papel”, revelou. “Pedimos urgência ao setor de licitações, mas por enquanto não temos nada de concreto.”

As poderosas da terra

Uma sociedade extremamente organizada, que não possui nenhum tipo de liderança. Parece impossível? Não no mundo das formigas. Pertencentes ao grupo de insetos sociais, elas vivem em colônias. Dentro do ninho, as tarefas são divididas entre as castas e cada uma cumpre seu papel.

A maioria das formigas em uma colônia é formada por fêmeas, reprodutoras (rainhas) e não reprodutoras (operárias). Essas últimas fazem o trabalho pesado: constroem o ninho, coletam comida e água, limpam, alimentam machos, larvas, e em alguns casos a rainha, e protegem o formigueiro. Em certas espécies, as soldados diferem-se das operárias comuns por terem partes do corpo maiores, principalmente cabeça e mandíbulas.

Uma colônia pode ter apenas uma ou várias rainhas. Em casos mais raros, não há nenhuma. A operária com maior porte físico e pré-disposição hormonal desenvolve um aparelho reprodutor e assume o posto.

É durante a revoada, geralmente na primavera, que rainhas virgens e machos voam do ninho para acasalar. Após o coito, ambos perdem as asas e retornam ao solo, onde a fêmea cava um buraco para iniciar a criação de sua própria colônia.

As formigas cortadeiras (coletoras de folhas) carregam dentro da boca um pedaço de fungo, tirado de sua colônia de origem. Ele dará início a um cultivo que será a refeição principal das formigas. Outros gêneros podem comer vegetais, grãos e alimentos diversos, como carnes e doces, e até outros insetos.

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Nas espécies nas quais não ocorre revoada, uma das rainhas abandona seu formigueiro acompanhada de algumas operárias para fundar uma nova colônia.

Apesar de causarem estragos em plantações, residências e hospitais, podendo até colaborar com infecções, as formigas são muito úteis para a fertilização do solo, pela renovação do substrato orgânico e controle de outras pragas (pelas carnívoras).

Porém, as formigas só agem como pragas em ambientes alterados pelo homem, pois em áreas naturais fazem parte do equilíbrio ecológico.

Existem 9.536 espécies de formigas catalogadas no mundo, mas estima-se que a quantidade real seja cerca de 18.000. Só no Brasil são mais de 2.000 conhecidas.

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Cérebro

Com cerca de 500.000 neurônios, divide-se em três partes (protocérebro, deutocérebro e tritocérebro).

Garras

Cada perna possui um par de garras (tarsais), que permitem o deslocamento desses insetos em superfícies lisas ou inclinadas.

Mandíbulas

Localizadas na parte anterior da cabeça, têm como funções serrar, cortar, furar, segurar e esmagar alimentos, além de servir para defesa.

Pernas

Como todos os insetos, possuem três pares de pernas. Cada uma é dividida em cinco segmentos. Também são usadas para limpeza do corpo.

Papo

Primeiro estômago, armazena alimentos líquidos (ou a parte líquida da comida ingerida), regurgitados conforme a necessidade das larvas e da rainha.

Pedicelo ou cintura

Estreitamento entre o tórax e abdome. Diferencia as formigas dos outros insetos.

Exoesqueleto ou cutícula

Esqueleto externo e quitinoso que recobre o corpo e assegura a rigidez do adulto.

Glândula posfaríngea

Só ocorre nas formigas. Produz e armazena lipídios (gorduras), secretam enzimas digestoras, produzem feromônios e misturam os componentes que originam o odor da colônia (o reconhecimento colonial).

Coração

Vaso dorsal que distribui a hemilinfa ("sangue" dos insetos) da região posterior para a anterior, irrigando o cérebro.

Glândula de veneno

Em muitas espécies produz o ácido fórmico (daí o nome de formiga), mas na maioria fabrica um veneno com alcalóides e peptídios, que quando injetado pode irritar o local ou causar graves reações alérgicas. Tem efeito paralisante nas presas.

Glândula de Dufour ou básica

Secreta feromônios que orientam as formigas. Uma vez depositados no ambiente por um indivíduo, informam as companheiras sobre pistas, como fontes de alimentos.

Glande metapleural

Secreta substâncias anti-sépticas contra micróbios.

Estômago verdadeiro

Digere e absorve os alimentos.

Sistema nervoso

É composto pelo cérebro e gânglio subesofágico na cabeça e por três gânglios torácicos e gânglios abdominais no cordão nervoso ventral.

Ferrão

Arma de defesa usada para injetar veneno. Apenas algumas espécies a possuem.

Olhos

Dependendo da espécie, algumas formigas podem enxergar até muitas centenas de metros, enquanto outras são quase cegas.

Íleo (intestino delgado)

No íleo se abrem os túbulos de Malpighi (tubos verdes), que se ligam ao reto (bolsa rosa), formando o sistema de excreção.

Antenas

Formigas são os únicos insetos que possuem antenas em forma de cotovelo, com o primeiro segmento alongado e os restantes formando ângulo com o primeiro. Têm função sensitiva, por onde as formigas tateiam, sentem cheiros e se orientam.

Glândula mandibular

Produz feromônios de alarme, que sinalizam a presença de algum perigo, como um predador ou formigas de outras colônias.

Boca

Para comer, as formigas usam uma bomba de sucção na faringe. Entre ela e a boca, há a cavidade (ou filtro) infrabucal, pela qual não passa nada sólido.

Esporão

Presente no primeiro par de pernas, tem a função de limpeza das antenas

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As colônias de formigas produzem diferentes tipos de ninhos, que variam em formato, número de túneis, de câmaras e disposição. Podem ser subterrâneos, construídos em árvores ou na superfície do solo, embaixo de folhas, galhos ou dentro de troncos. Nessa ilustração você vai conhecer um exemplo de ninho, que pode ocorrer no gênero Atta, a popular saúva.

Referências

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