Quiros
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Av. Regente Feijó, 944, 7º andar, Sala 706 B - São Paulo – SP
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO
PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNALFEDERAL
“Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles.”(Hb 13, 3)
JOSÉ HENRIQUE QUIROS BELLO, advogado, inscrito na
OAB/SP sob o nº 296.805, com escritório na Avenida Regente Feijó, nº 944, Sala 706 B, Jardim Anália Franco – São Paulo /SP, vem, com fundamento no art. 5º LXVIII, da Constituição Federal, e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR
em favor de JOÃO EVANGELISTA MARTINS, portador do RG nº 23.411.577-SP, cadastrado no CPF sob o nº 167.841.398-44, nascido em 20/01/1976, filho de Jandir Martins Vitor e Natividade Martins de Araújo e
PAULO CESAR MARTINS, portador do RG nº 28.956.545-SP, cadastrado
no CPF sob o nº 183.589.108-00, nascido em 24/04/1978, filho de Jandir Martins Vitor e Natividade Martins de Araújo, que sofrem constrangimento
ilegal por parte do r. Ministro Relator, integrante do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu liminarmente o Habeas Corpus de nº 445.523 impetrado contra a decisão do Desembargador Relator, integrante da 09ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que indeferiu a liminar do Habeas Corpus de nº 2063954-59.2018.8.26.0000, impetrado contra a decisão da MMª. Juíza da 01ª Vara
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: 405.069.638-02 HC 156553
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Criminal da Comarca de Arujá - SP, tendo em vista o excesso de prazo para o termino da instrução criminal, considerando que os Pacientes foram presos em 16/08/2017, e estão aguardando até o presente momento o julgamento de seu processo. Em face de tamanha ilegalidade, batemos as portas desse Colendo Tribunal de Justiça, buscando sanar o excesso de prazo, por ser medida que atende aos preceitos legais e concretiza os anseios de Justiça.
I - DOS FATOS
Os pacientes estão sendo processados pela prática do crime previsto no artigo 155, §4º inciso IV e artigo 14, inciso II, do Código Penal, na modalidade tentada, conforme se observa na denúncia [Doc.1].
Frise-se que o crime apurado, é de baixa complexidade na apuração criminal.
Por isto, a prisão cautelar dos acusados não pode continuar, pois já ficou demonstrado que os indiciados possuem endereço fixo onde
residem com suas famílias, sabendo que encontram-se presos aguardando
julgamento desde meados de agosto de 2017, portanto, há 07 (sete) meses sem uma decisão.
Ocorre que, após recebida a denúncia foi designada audiência de instrução e julgamento para a data de 01.02.2018, que não foi
realizada pois, e ao dirigir-se a esta comarca, esta defesa foi informada
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que não haveria expediente forense pois o prédio estava sem abastecimento de água.
Após o ocorrido, a audiência foi remarcada para o dia 07/03/2018 às 15h45, momento no qual se colheu o depoimento da vítima e testemunhas de acusação, posteriormente os réus foram interrogados e confessaram a autoria do delito.
A instrução foi encerrada na data da audiência, não havendo prolação de sentença por que os debates foram convertidos em memoriais escritos. Aqui, cumpre frisar que se trata de caso de baixíssima complexidade, com réus confessos!
Após decorrido quase 20 dias da audiência foi aberto o prazo de vistas ao representante do Parquet. De forma surpreendente, o representante do órgão de acusação se manifestou às fls. 768 requerendo a juntada das certidões de objeto e pé dos processos constantes na folha de antecedentes dos acusados, que como sabido, são reincidentes.
Tal pedido, s.m.j, absolutamente despropositado (uma vez que a Folha de Antecedentes dos acusados está encartada aos autos) acarreta ter que oficiar solicitando o documento para todos os ofícios criminais, aguardar a disponibilidade para a confecção dos documentos e remessa a este Juízo, posteriormente deve-se aguardar a juntada, para só então os autos serem remetidos ao órgão de acusação para apresentação de seus memoriais.
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Inconformado com a demora na apresentação das alegações finais do membro do Parquet, esta defesa impetrou Habeas Corpus perante a 09ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, na qual integra o nobre Relator, que entendeu não existirem elementos concretos para a concessão da medida liminar, indeferindo-a [Doc.2].
Diante da situação de visível ilegalidade contra a liberdade dos Pacientes, novamente este causídico impetrou Habeas Corpus perante a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, qual integra o n. Ministro Relator, que indeferiu liminarmente o pleito [Doc.3].
Excelência, respeitosamente, sabendo que os Requerentes encontram-se presos aguardando julgamento desde 16/08/2017, a prisão cautelar dos acusados não pode continuar.
Os requerentes estão presos a 08 (oito) meses na prisão
sem uma sentença condenatória pelo delito confesso de FURTO TENTADO.
Passado tanto tempo, os pressupostos para a prisão preventiva dos acusados não subsistem. A garantia da ordem pública está resguardada pelo tempo já decorrido da ação delituosa. Igualmente, considerando-se o período de prisão cautelar que já cumpriram pelo crime de furto tentado a aplicação da lei penal mostrou-se mais do que assegurada, uma vez que já cumpriram período elevado de prisão em regime fechado.
Inexiste elementos concretos que indiquem risco de fuga, uma vez que
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os acusados já demonstraram documentalmente e oralmente em audiência possuírem residência fixa, além disso possuem advogado constituído em todos os processos de que são acusados. Não bastasse, mostra-se evidente o excesso de prazo causado por circunstâncias alheias à Defesa.
Diante disso, não podem os Pacientes sofrer com tamanha problemática do Estado, sendo patente o Excesso de prazo nos presentes autos.
II - DA CONDUTA SOCIAL DE JOÃO E PAULO
Insta consignar que os acusados, EXERCEM TRABALHO
HONESTO, e demonstraram ter RESIDÊNCIA FIXA [Doc.4/5] e família bem estruturada.
III - DOS FUNDAMENTOS
Diante dos fatos apresentados, não podemos olvidar o
contido no inciso LXXVIII, no rol das garantias fundamentais do art. 5º, da Constituição Federal, onde é assegurado o prazo razoável do processo.
Assim, é importante frisar que o direito ao processo em tempo razoável, sob a ótica criminal, pode ser vista sob dois prismas: o
direito a um processo penal em prazo razoável e o direito ao desencarceramento do réu preso cautelarmente, caso não seja julgado
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em um tempo razoável.
A prisão cautelar ou provisória, que milita no âmbito da excepcionalidade, visto que a nossa Carta Magna expressamente estabelece que no seu art. 5º, inciso LVII que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".
Assim, podemos afirmar que a regra em nosso sistema processual é a liberdade, sendo a prisão cautelar exceção.
De fato, não possuindo a prisão cautelar um caráter
punitivo, a sua continuidade desarrazoada fere o princípio da presunção de inocência, maculando o direito fundamental à liberdade,
sendo o que esta acontecendo no presente caso.
Ademais, o alogamento do prazo de prisão, em face do retardo do processo judicial em que foi aplicada a medida, causa os prejuízos ao status libertatis dos presos e torna injustificável sua postergação.
Portanto, podemos afirmar a existência do direito ao
desencarceramento do réu preso cautelarmente, caso não seja julgado em um tempo razoável. Esse direito apesar de não estar previsto de forma
expressa na nossa Carta Magna, decorre do próprio direito consagrado no art. 5º, LXXVIII. Além disso, integra o sistema jurídico brasileiro, por força
do art. 7.5 da Convenção Americana dos Direitos Humanos, que estabelece, in verbis:
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“Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.” (grifo nosso) Excelências, é notório que o princípio da inocência está
sendo maculado no presente caso, haja vista que os Pacientes estão presos há mais de 05 (cinco) meses, sem que tenha havido o término da instrução criminal.
Logo, face o mandamento do art. 7.5 da Convenção
Americana, onde o Brasil é signatário, bem como do princípio da inocência e do descrito no inciso LXXVIII, no rol das garantias fundamentais do art. 5º, da Constituição Federal, o acusado deve ser posto em liberdade.
IV - DA LIMINAR
O fumus bonis juris está exposto ao longo de toda fundamentação do pedido. Com efeito, não esta o impetrante a postular acolhimento de tese inédita, mas a reiteração de pronunciamentos a que já se acostumaram as Corte pátrias, conforme jurisprudência esposada.
O periculum in mora é representado pela lesão ao status libertatis que se procura sanar liminarmente.
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V - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a concessão de liminar para que seja relaxada a prisão do Paciente por Excesso de prazo, expedindo se o Alvará de soltura em favor do acusado, até que o mérito deste writ seja julgado.
No mérito, requer seja a ordem concedida em definitivo para que o Paciente possa aguardar em liberdade todo o desenrolar de seu processo, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais.
Termos em que, pede deferimento. São Paulo, 07 de Maio de 2018.
JOSÉ HENRIQUE QUIROS BELLO OAB/SP Nº 296.805