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DIREITO COMPARADO: AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS DOS DIREITOS DA MULHER BRASILEIRA E ÁRABE-MUÇULMANA

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Academic year: 2021

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DIREITO COMPARADO: AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

DOS DIREITOS DA MULHER BRASILEIRA E ÁRABE-MUÇULMANA

Najah Jamal Daakour Barakat

brazil@hotmail.com

José Manfroi

jmanfroi@terra.com.br

RESUMO

O presente trabalho compila a história dos direitos femininos, de caráter mundial e específico, da mulher Árabe-Muçulmana, visa mostrar as divergências quanto ao entendimento e garantias de direitos e como isso se processa no dia a dia. Quando o assunto é mulher, são notáveis as muitas divergências referentes aos seus direitos. Um dilema que nunca foi resolvido e, sem dúvida alguma, é o conflito sem solução em todas as civilizações. Vista sem capacidade jurídica e tratada como objeto, em muitas culturas a mulher passava como propriedade do pai e depois do marido, sendo-lhe negado, na maioria dos casos, o direito dos atos mais comuns da vida civil. Ainda hoje, resquícios desta realidade se fazem presentes entre nós por meio da discriminação de gênero. No decorrer da história, as mulheres cravaram uma verdadeira batalha pelos seus direitos. A luta da mulher contra o poder dominante é notável, e presente, em algumas culturas, que ocultaram os direitos das mulheres, como o de poder administrar sua própria vida (mulher muçulmana). A pesquisa será feita metodologicamente pelo procedimento indutivo analítico em bibliografias, artigos e internet e de forma dedutiva na perspectiva sócio-jurídica. Buscará compreender que a mulher árabe muçulmana não tem o amparo e proteção do governo para a garantia de seus direitos, enquanto que a mulher brasileira goza de amparo e proteção tanto do governo quanto da sociedade. De um modo geral, verificou-se que ambas continuam a lutar contra a misógina e a violência, cabendo à ciência jurídica um olhar mais detido sobre a aplicabilidade e a garantia de seus direitos. Devido a isso, torna-se imprescindível conhecer, analisar e contrapor os sistemas jurídicos Brasileiros e Árabes Mulçumanos quanto aos direitos femininos, os quais são objeto de estudo deste trabalho a fim de auxiliar a ciência jurídica quanto aos

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procedimentos necessários para possíveis casos que envolvam mulheres de dupla cidadania (árabe-brasileira), por exemplo.

Palavras-Chave: Direito Comparado; Direito Da Mulher no Alcorão; Direito Internacional; Direitos Humanos; Muçulmanas.

INTRODUÇÃO

A luta pelos direitos femininos está presente na sociedade através dos tempos, de acordo com Izumino (2004), a mulher ainda é encarada em determinados locais como propriedade do homem, seja ele marido, irmão ou pai.

A violência contra a mulher é um processo de opressão que ocorre desde os primórdios da humanidade. Entretanto, é impossível determinar o momento exato da história em que se iniciaram os abusos físicos e psicológicos no âmbito familiar contra a mulher.

Ainda que com o desenvolvimento social e a emancipação da mulher, que começa a trabalhar fora do ambiente familiar, nota-se que a dependência diminui o mesmo não ocorre com a violência e a privação de seus direitos fundamentais que esta sofre. Por isso, este trabalho tem como objetivo geral realizar uma breve e inicial comparação entre o direito da mulher brasileira, com relação à mulher árabe islâmica, mediante pesquisa bibliográfica.

Todavia, os mecanismos de proteção criados ainda não se mostraram totalmente eficazes e nem capazes de coibir a prática da violência de gênero, o que configura a necessidade de continuar procurando a evolução dos códigos.

Realizar-se-á a comparação entre os princípios norteadores do Direito das mulheres brasileiras e das árabes muçulmanas, tendo como foco a questão da violência contra mulher (inclusive os as geradas por crimes de adultério), a questão dos crimes contra a honra feminina e a questão dos direitos à herança.

A MULHER NO DECORRER DA HISTORIA

Quando a figura da mulher se torna o assunto, são notáveis as muitas divergências referentes aos seus direitos. Tal situação se revela como um dilema o qual nunca foi resolvido

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e que, sem dúvida alguma, tem sido o conflito sem solução em todas as civilizações, desde o período mais remoto até o momento.

Vista sem capacidade jurídica e tratada como objeto, em muitas tradições a mulher passava de propriedade do pai para a do marido, sendo-lhe negado, de modo geral, o direito dos atos da vida civil. Tanto que, após séculos de civilização, essa realidade ainda se faz presente entre nós por meio da discriminação de gênero.

No decorrer da história, as mulheres cravaram uma verdadeira batalha pelos seus direitos. Inclusive, é notável a luta da mulher contra o poder dominante, principalmente pelo fato de que, em algumas culturas, ocultaram os direitos das mulheres, como o de poder administrar sua própria vida.

Deve-se ressaltar, por isso, que historicamente algumas conquistaram direitos e outras não conseguiram se quer a autonomia para gerir seus próprios assuntos. Até porque, em pleno século XXI, mulheres são vendidas, privadas de sua liberdade ou tratadas como incapazes. Além disso, algumas ainda são criadas como um ser doméstico responsável unicamente pelo lar e incumbidas de realizar as tarefas de limpar, cozinhar, lavar e criar os filhos.

Por isso, não tem sido fácil deixar no passado as sequelas decorrentes de anos de escravidão, educação precária e machismo. Nesse sentido, cabe ressaltar que a participação da figura feminina na política atual não é apenas permitida ou tolerada, mas sim determinada em lei. Ou seja, foi preciso regulamentar o tema de forma a estabelecer percentual mínimo para a integração das mulheres nos pleitos – o sistema de cotas.

DIREITO COMPARADO: CONTRAPOSIÇÃO ENTRE O ÁRABE MULÇUMANO E O BRASILEIRO

A importância do Direito Comparado é destacada não somente pelos juscomparativistas, mas também pelos estudiosos do Direito como um todo. Além disso, como afirma Ovídio (1984, p. 1), sua pesquisa auxilia de forma marcante na evolução e no alargamento das fronteiras do conhecimento jurídico.

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Inclusive, devido aos efeitos da globalização, atualmente há uma maior facilidade comunicativa entre os indivíduos e um maior fluxo de migrantes. Por isso, é perceptível o constante relacionamento entre diversos países, seja no plano político-econômico, seja no sociocultural. Nesse aspecto, mesmo que estejam separados por diferenças ideológicas, eles tendem a se aproximar em decorrência das relações internacionais.

Ademais as formas de relacionamentos interpessoais, como afirma Ovídio (1984, p.1): “implicam na criação de mecanismos jurídicos capazes de solucionar os decorrentes problemas e no aprimoramento dos já existentes”. Devido a isso, torna-se imprescindível conhecer, analisar e contrapor os sistemas jurídicos Brasileiro e Árabe Mulçumano quanto aos direitos femininos os quais são objeto desta monografia e serão destacados a seguir, por meio dos subtópicos: Violência contra Mulher, Crimes contra Honra, Direito à Herança, Casamento e Trabalho Feminino.

CONCLUSÕES

O presente trabalho visou destacar o riquíssimo resultado obtido por meio do estudo do direito comparado, ao realizar a comparação entre os direitos das mulheres brasileiras e das árabes muçulmanas, que a luta pelos direitos femininos, sejam os das brasileiras ou os das árabes muçulmanas, é incessante. Principalmente porque há a questão da violência contra a mulher e a consequente privação de seus direitos – a qual foi banalizada, ao longo do tempo, por diversos líderes e pelas diversas sociedades patriarcais.

A privação de direitos trata-se de uma violência velada e ignorada exatamente por este motivo, sendo uma forma de crime a qual, por um vasto ínterim, permaneceu impune em diversas sociedades. Todavia, nas últimas décadas, alcançou tamanha relevância que não pôde mais ser desconsiderada, mobilizando mulheres de diversas partes do globo, em busca de seus direitos e de justiça.

Assim, mesmo com as distintas leis e tratados referentes ao tema, foi possível perceber por meio deste trabalho que a condição de precariedade e de inferioridade em que as mulheres nas sociedades árabe-muçulmanas e brasileiras são submetidas, em geral, originaram de um ponto comum. Este nada mais é que a hegemonia de um sistema patriarcal

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o qual manipula, adapta, desvirtua e instrumentaliza os direitos femininos, com o objetivo de atender a suas intenções e a fim de legitimar a dominação, a violência e a exclusão feminina.

Nesse sentido, tal pesquisa poderá contribuir beneficamente a fim de oferecer mecanismos de autorreflexão e de autocrítica para melhor compreender os diferentes contextos constitucionais. Afinal, a figura feminina está em busca da conquista do seu espaço, marcado pela presença masculina.

As atitudes remanescentes da mentalidade patriarcal apresentaram às mulheres brasileiras e às mulheres árabes muçulmanas o status de mercadoria, tornando-se uma espécie de propriedade do pai ou do marido. Contudo, como foi possível observar, que o Islam prevê a igualdade dos seres humanos, já que todos são representantes de Alá e possuem responsabilidades iguais pela vida na Terra, principalmente quanto ao ato de respeitar todas as criaturas. Já quanto a constituição brasileira, esta cada vez mais se espelha na evolução dos direitos humanos, evitando a distinção entre direitos masculinos e femininos, progredindo no processo de igualdade.

REFERÊNCIAS

ASSIBÁ’I, M. “Al Mar-a Bain Al fiquih wal Kanum” (A Mulher Entre a Jurisprudência e o Código). Al Mactab al Isslami – Beirute – Damasco. s/d. s/e.

BEZERRA, K. História Geral das Religiões. Unicap. 2011. Disponível em:

<http://www.unicap.br/observatorio2/wp-content/uploads/2011/10/HISTORIA-GERALDAS-RELIGIOES-karina-Bezerra.pdf>. Acesso em 28 de maio de 2016.

E. Direitos Humanos das Mulheres, I. (s.d.). Os Direitos Humanos através de um olhar sensível ao gênero empoderamento das mulheres. Módulos sobre questões selecionadas de direitos humanos, pp. 192-222.

ESSE, L. G. Aspectos gerais sobre o sistema árabe de proteção aos direitos humanos. Disponível em:

<http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13606#_ftn1>. Acesso em 29 de junho de 2016.

MACHADO, L.A. A Mulher nos Primórdios da Humanidade, Woolf, Engels, Wharton, Polydouri, Sainkho, Fecamepa, Hanna Cantora & Muito Mais!!!!!. 2016. Disponível em:

<http://blogdotataritaritata.blogspot.com.br/2016/01/a-mulher-nos-primordios-dahumanidade.html>. Acesso em 24 de maio de 2016.

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